Donald Trump conversa nesta sexta (19) com Xi Jinping para tentar fechar um acordo que permita a permanência do TikTok nos EUA. A chamada também deve abordar tarifas, restrições tecnológicas e exportações agrícolas, em meio ao desgaste da guerra comercial entre Washington e Pequim
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve conversar nesta sexta-feira com o líder chinês Xi Jinping em uma tentativa de concluir um acordo que permita ao TikTok continuar operando em território norte-americano.
A ligação pode abrir caminho para um possível encontro presencial entre os dois líderes, voltado a buscar um entendimento mais amplo para encerrar a guerra comercial e redefinir o rumo das relações entre as duas maiores economias do mundo.
Este será o segundo diálogo direto entre Trump e Xi desde o retorno do republicano à Casa Branca. No início de seu novo mandato, Trump retomou tarifas pesadas contra a China, o que levou Pequim a adotar medidas de retaliação e aprofundou as tensões bilaterais.
Apesar do embate, Trump tem sinalizado disposição para negociar, sobretudo em relação ao futuro do TikTok, que enfrenta risco de veto nos EUA caso a controladora chinesa ByteDance não venda a maioria de suas ações. “Vou falar com o presidente Xi na sexta-feira sobre o TikTok e também sobre comércio. Estamos muito perto de alcançar acordos em tudo isso”, afirmou Trump, ressaltando que a relação com a China segue “muito boa”.
Segundo o Financial Times, Pequim e Washington chegaram nesta semana, em Madrid, a um entendimento preliminar sobre a estrutura acionária do TikTok, cabendo a Trump e Xi fechar os termos finais. O republicano já prorrogou diversas vezes o prazo para a venda da aplicação, exigida por lei aprovada em 2024 para responder a preocupações ligadas à segurança nacional e à privacidade de dados.
Washington insiste que a ByteDance tem laços estreitos com Pequim e estaria sujeita a leis que obrigam empresas chinesas a compartilhar informações com o governo, além de destacar a importância estratégica do algoritmo da plataforma. Já a China afirmou nesta semana que houve consenso sobre direitos de propriedade intelectual, incluindo o algoritmo, e sobre a gestão dos dados de usuários americanos por um parceiro indicado.
A conversa entre os líderes também deve tratar de outras questões comerciais. Embora tenham sido suspensas tarifas adicionais e flexibilizados alguns controles de exportação, seguem em aberto pontos sensíveis como restrições tecnológicas, compras agrícolas e a venda de insumos usados na produção de fentanil.
O impacto da guerra comercial tem sido pesado para os agricultores norte-americanos. Entre janeiro e julho de 2025, as exportações agrícolas dos EUA para a China caíram 53% em relação ao mesmo período de 2024, com o sorgo entre os produtos mais atingidos (queda de 97%). “É encorajador que os dois países continuem a dialogar”, disse Josh Gackle, presidente da Associação Americana da Soja, lembrando que Pequim suspendeu as compras da nova safra de soja dos EUA, principal item agrícola vendido ao mercado chinês.
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