Autora relata 'depressão paralisante' de Gisele Bündchen

Apesar de sua beleza hoje incontestável, Gisele enfrentou rejeições no início da carreira, ouvia que tinha “nariz demais” ou “olhos pequenos”, e carregava o peso emocional de querer transformar a vida da família. A superação dessas dores moldou a força que brilhou no auge da carreira.

A construção da imagem icônica de Gisele Bündchen, frequentemente comparada a uma “Vênus moderna”, é fruto de uma trajetória marcada pela dualidade entre a menina de Horizontina e a supermodelo que dominou passarelas e capas de revista em todo o mundo. Aos 14 anos, movida pelo desejo de crescer, Gisele deixou a família para ingressar no competitivo universo da moda, abrindo espaço para o surgimento de sua persona pública — forte, camaleônica e múltipla.

No livro Aprendizados, ela revela a sensação de ser “duas”: a jovem insegura e a figura imponente que se transforma diante das câmeras. Sua criação como supermodelo exigiu uma espécie de contração da menina frágil para que emergisse a “deusa” admirada pelo público. Apesar de sua beleza hoje incontestável, Gisele enfrentou rejeições no início da carreira, ouvia que tinha “nariz demais” ou “olhos pequenos”, e carregava o peso emocional de querer transformar a vida da família. A superação dessas dores moldou a força que brilhou no auge da carreira.

Um dos momentos decisivos foi o desfile de Alexander McQueen, em 1998, em Londres. Após ser recusada em 41 dos 42 castings, Gisele entrou na passarela usando apenas uma saia, os seios cobertos por maquiagem branca, sob chuva artificial. A imagem inesquecível marcou sua ascensão internacional.

Gisele também atribui sua visão de mundo à infância estruturada: o amor dos pais, a música em casa, a convivência com cinco irmãs e a referência de uma mãe firme e carinhosa. Essas bases fortaleceram seu senso de empatia e seu compromisso com a natureza. Ao longo da carreira, ela uniu influência global a ações em defesa do meio ambiente, das águas, das florestas e dos animais.

No universo da moda, Gisele deixou como legado a ideia de que saúde e bem-estar podem ser aliados da estética. Ela superou uma depressão paralisante adotando alimentação saudável, exercícios e práticas de conexão interior — mudanças que passaram a integrar sua rotina.

A vida pessoal também trouxe desafios. Em 2022, ela encerrou um casamento considerado perfeito pelo público. A separação, embora dolorosa, reforçou sua busca por si mesma. Mãe de três filhos, todos nascidos de parto normal em casa, Gisele segue dedicada a transmitir valores de sensibilidade, presença e respeito.

Questionada sobre o momento mais emocionante da carreira, relembra a abertura das Olimpíadas no Brasil. Atravessar o gramado em passos firmes sob os holofotes, em um “doce balanço a caminho do mar”, simbolizou a união entre a menina e a deusa que conquistou o mundo.

Autora relata 'depressão paralisante' de Gisele Bündchen

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