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  • Datafolha: 48% dos brasileiros defendem prisão de Bolsonaro por tentativa de golpe

    Datafolha: 48% dos brasileiros defendem prisão de Bolsonaro por tentativa de golpe

    A diferença, no entanto, é considerada uma oscilação no limite da margem de erro. Tanto em abril como em julho, 6% disseram não saber opinar sobre o tema. O Datafolha ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 29 e 30 de julho.

    O percentual de brasileiros a favor da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado foi de 52%, em abril, para 48% no final de julho, segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira, 1º. Já a quantidade de brasileiros que avaliam que Bolsonaro não deveria ser preso foi de 42% para 46% no mesmo período. Com isso, a diferença entre os que são a favor e contra a pena foi de 10 pontos percentuais para 2 p.p.. A diferença, no entanto, é considerada uma oscilação no limite da margem de erro. Tanto em abril como em julho, 6% disseram não saber opinar sobre o tema.

    O Datafolha ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos.

    A pesquisa ainda mostra que 51% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente não vai ser preso, ante 40% que avaliam que o desfecho será de cadeia.

    Bolsonaro já cumpre medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica, determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depois da ofensiva do presidente americano Donald Trump para livrar o aliado político do processo. O ex-presidente brasileiro ainda será julgado na Corte por participação na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

    Veja os dados

    Respostas à pergunta: \”Considerando o que foi revelado pelas investigações sobre a tentativa de golpe em 2022 e seus desdobramentos até o momento, na sua opinião, Jair Bolsonaro deveria ou não ser preso?\”

    – \”Sim, deveria\”: 48% (eram 52% em abril)

    – \”Não deveria\”: 46% (eram 42%)

    – \”Não sabe\”: 6% (mesmo índice em abril)

    Respostas à pergunta: \”E na sua opinião, Jair Bolsonaro vai ou não ser preso?\”

    – \”Sim, vai ser preso\”: 40% (eram 41% em abril)

    – \”Não vai ser preso\”: 51% (eram 52% em abril)

    – \”Não sabe\”: 8% (eram 7%)

    Datafolha: 48% dos brasileiros defendem prisão de Bolsonaro por tentativa de golpe

  • Tarifaço ameaça 140 mil empregos no Rio Grande do Sul e indústria já fala em suspensão de contratos

    Tarifaço ameaça 140 mil empregos no Rio Grande do Sul e indústria já fala em suspensão de contratos

    O presidente da federação, Claudio Bier, disse nesta sexta-feira (1º) que, mesmo com as isenções, o Rio Grande do Sul é o estado mais prejudicado pelo tarifaço anunciado pelo governo de Donald Trump: 85,7% das exportações do estado ficaram de fora da medida.

    CARLOS VILLELA
    PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – A isenção de tarifas para quase 700 produtos exportados para os Estados Unidos deve ter pouco impacto para as empresas gaúchas, segundo a Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul).

    O presidente da federação, Claudio Bier, disse nesta sexta-feira (1º) que, mesmo com as isenções, o Rio Grande do Sul é o estado mais prejudicado pelo tarifaço anunciado pelo governo de Donald Trump: 85,7% das exportações do estado ficaram de fora da medida.

    “São 140 mil postos de trabalho que podem ter seus empregos abalados”, disse Bier. “As indústrias precisam de um fôlego porque, enquanto persistir essa tarifa de 50%, elas vão ter que procurar outros mercados, ou até um mercado nacional. Vão ter que se reinventar.”

    O coordenador do Conselho de Relações Trabalhistas da Fiergs, Guilherme Scozziero, disse que a federação, junto à CNI (Confederação Nacional da Indústria), vai propor ao governo federal medidas semelhantes às que já foram utilizadas na pandemia e após as enchentes de maio, como a suspensão de contratos de trabalho, para evitar um cenário de demissões em massa.

    “Existem férias coletivas, existem bancos de horas, mas isso tudo tem um tempo muito limitado”, disse Scozziero, que defende ações mais amplas como forma de preservar postos de trabalho.

    “Se não vierem medidas de apoio a essas indústrias atingidas, medidas realmente efetivas de suspensão de contrato de trabalho, de redução de jornadas e salários, nós vamos sim, depois disso, ter um desemprego muito grande.” Ainda assim, para Scozziero, demitir é a última alternativa considerada. “As indústrias partem sempre por uma maneira de atenuar os impactos”, disse.

    A indústria gaúcha teve resultado positivo em 2024, pequena alta de 0,6% em comparação ao ano anterior. O resultado surpreendeu até os industriários, que enfrentaram um ano quase inteiro no vermelho após interrupções de produção e problemas logísticos causados pelas enchentes.

    Com o tarifaço, a projeção inicial do governo gaúcho era de uma perda de R$ 1,9 bilhão no PIB do Rio Grande do Sul. Após a lista de itens isentos, a estimativa foi revisada para R$ 1,5 bilhão.

    O governador Eduardo Leite (PSD) anunciou a liberação de R$ 100 milhões em crédito para as empresas exportadoras do Rio Grande do Sul, disponíveis a partir desta segunda-feira (4). A Fiergs já pediu ao governo de Eduardo Leite (PSD) que esse valor seja, no mínimo, dobrado.

    O segmento mais vulnerável é o de produtos de metal, que exportou US$ 324,9 milhões para os Estados Unidos em 2024, o equivalente a 35,8% do total das exportações do setor.

    Dentre esses produtos estão caldeiras, tanques, facas e embalagens metálicas como latas, além de ferramentas e objetos de serralheria, forja e funilaria.

    A Taurus, maior empresa de armas no país, exportou 85,9% da produção -cerca de US$ 170,2 milhões- para os Estados Unidos.

    Logo atrás vem o setor de máquinas e materiais elétricos, com exportações de US$ 114,6 milhões, o que representa 42,5% do total.

    Outro grupo impactado é o calçadista: 19,4% de sua produção, o equivalente a US$ 176,2 milhões, seguiu para o mercado americano. Como muitos produtos são fabricados sob a bandeira de marcas dos próprios Estados Unidos, o setor deve enfrentar dificuldades ainda maiores na tentativa de redirecionar vendas a outros mercados.

    Contudo, encontrar novos compradores em um prazo tão curto é um desafio. “Não se faz um mercado exportador de uma hora para outra”, disse Bier.

    Para o presidente da Fiergs, o caminho é intensificar o diálogo da diplomacia brasileira com o governo dos Estados Unidos e evitar retaliações, que poderiam elevar o custo de produtos importados do país e afetar outros segmentos da indústria nacional.

    Também há temor de represálias, segundo Bier, é da imprevisibilidade de Trump.

    “Nós vamos cutucar um leão com vara curta. Os Estados Unidos têm um presidente que, quando ele é fustigado, aumenta ainda mais sua raiva e sua maneira de agir. Acho que temos que ter muita paciência, muito diálogo”, disse Bier.

    Ele evitou comentar sobre os argumentos políticos do governo americano para implementar o tarifaço, como as críticas às ações do ministro do STF Alexandre de Moraes no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos réus nos atos de 8 de janeiro de 2023. “Nós tomamos uma posição no início dessa crise de não nos metermos politicamente de lado nenhum, justamente para que a indústria possa ser um mediadora dessa crise.”

    Tarifaço ameaça 140 mil empregos no Rio Grande do Sul e indústria já fala em suspensão de contratos

  • Lula diz estar "aberto ao diálogo" sobre tarifas após gesto positivo de Trump

    Lula diz estar "aberto ao diálogo" sobre tarifas após gesto positivo de Trump

    O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse estar disponível para dialogar sobre as tarifas, depois do líder norte-americano, Donald Trump, apontar a possibilidade de uma conversa entre os dois.

    Sempre estivemos abertos ao diálogo”, escreveu Lula da Silva nas redes sociais na sexta-feira, em uma aparente resposta às declarações de Trump, que disse, no mesmo dia, que o brasileiro poderia falar com ele “quando quisesse”, embora tenha insistido que “as pessoas que lideram o Brasil fizeram coisas erradas”.

    Apesar de declarar abertura para o diálogo, Lula esclareceu que “quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições”, em declarações feitas após ataques da Casa Branca ao Supremo Tribunal do país sul-americano pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.

    O governo dos EUA sancionou na quarta-feira o ministro Alexandre de Moraes — relator do processo contra Bolsonaro —, com o congelamento de todos os bens ou propriedades que o magistrado possa ter em território norte-americano, acusando-o de violar a liberdade de expressão ao ordenar a remoção de mensagens antidemocráticas nas redes sociais.

    Foi também com base nessa crítica ao julgamento de Bolsonaro e à atuação do ministro que Trump impôs uma tarifa de 50% sobre uma parte significativa das importações brasileiras.

    Lula da Silva, que não detalhou se ou como irá responder às tarifas, afirmou ainda que o governo está trabalhando “para proteger” a economia, as empresas e os trabalhadores.

    Apesar de as autoridades brasileiras já terem demonstrado disposição para negociar uma saída antes que as tarifas entrem em vigor, a Casa Branca ignorou, até agora, essas tentativas.

    Lula diz estar "aberto ao diálogo" sobre tarifas após gesto positivo de Trump

  • Vagas na área de educação fazem o desemprego ser o menor já registrado

    Vagas na área de educação fazem o desemprego ser o menor já registrado

    O IBGE divulgou que a taxa de ocupação no trimestre encerrado em junho ficou em 5,8%, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012

    Vagas de trabalho em atividades ligadas à educação ajudaram o Brasil a registrar no segundo trimestre deste ano a menor taxa de desemprego já apurada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

    Na quinta-feira (31), o instituto divulgou que a taxa de ocupação no trimestre encerrado em junho ficou em 5,8%, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. O mercado de trabalho brasileiro alcançou 102,3 milhões de trabalhadores ocupados, também recorde na série.

    O IBGE destacou que, na comparação entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, dos dez grupamentos de atividade, nove apresentaram estabilidade, ou seja, alta ou queda não expressivas, e apenas uma marcou expansão, o grupamento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. 

    Nessa atividade, o número de ocupados chegou a quase 18,9 milhões, acréscimo de 4,5% em relação ao primeiro trimestre. Isso representa que 807 mil pessoas conseguiram trabalho. Esse grupamento de atividade é o segundo com mais postos, perdendo apenas para o de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com 19,5 milhões de vagas ocupadas.

    Ano escolar

    Dentro da atividade administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, foi a educação pública e privada que puxou as contratações. São vagas para professores, serventes, inspetores e porteiros, por exemplo, concentradas principalmente nas prefeituras.

    A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, explica que há um caráter sazonal, isto é, relacionado à época do ano. A administração pública costuma dispensar trabalhadores na passagem de dezembro para janeiro, recontratando depois, principalmente a partir de março, quando retorna o calendário letivo nas escolas, sobretudo do ensino fundamental.

    “Além disso, também as atividades de saúde contribuíram para esse crescimento, mas, de fato, o segmento da educação é bastante relevante nesse processo de recuperação aqui nesse [segundo] trimestre”, disse.

    Como se comportaram os demais grupamentos de atividades na comparação entre os primeiro e segundo trimestres:

    • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: 126 mil vagas (1,7%)
    • Indústria geral: 163 mil vagas (1,2%)
    • Construção: menos 14 mil vagas (queda de 0,2%)
    • Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: 258 mil vagas (1,3%)
    • Transporte, armazenagem e correio: 123 mil vagas (2,1%)
    • Alojamento e alimentação: menos 55 mil vagas (queda de 1%)
    • Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: 223 mil vagas (1,7%)
    • Serviços domésticos: 60 mil vagas (1,1%)
    • Outros serviços: 101 mil vagas (1,9%)

    Série atualizada

    A Pnad Contínua divulgada em 31 de julho é a primeira com a nova amostra representativa de domicílios, baseada em constatações do Censo 2022.

    As revelações do censo fizeram o IBGE reponderar a amostra, de forma que toda a série histórica da Pnad precisou ser revista, um procedimento comum em diversos países.

    No entanto, de acordo com Adriana Beringuy, não houve diferença, sendo que em muitos casos a taxa é a mesma.

    “A dinâmica do mercado de trabalho foi a mesma”, explicou.

    Dos 159 trimestres móveis pesquisados desde 2012, apenas 25 tiveram a taxa de desocupação alterada, sendo que a variação não passou de 0,1 ponto percentual para mais ou para menos.

    Desde outubro de 2021, nenhum trimestre sequer sofreu alteração. Assim como na série antiga, o maior índice de desemprego foi de 14,9%, atingido em dois períodos: nos trimestres móveis encerrados em setembro de 2020 e em março de 2021, ambos durante a pandemia da covid-19.

    Vagas na área de educação fazem o desemprego ser o menor já registrado

  • Moraes compara atos de Eduardo Bolsonaro nos EUA a tentativa de golpe

    Moraes compara atos de Eduardo Bolsonaro nos EUA a tentativa de golpe

    O ministro disparou contra a articulação do deputado junto à Casa Branca para prejudicá-lo e conseguir anistia para o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, comparou a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos à tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro de 2023. Ele disparou contra a articulação do deputado junto à Casa Branca para prejudicá-lo e conseguir anistia para o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.  

    “O modus operandi golpista é o mesmo. Antes acampamentos na frente dos quartéis, invasão na Praça dos Três Poderes. Para que houvesse, como mais de 500 réus confessaram, a convocação de GLO [Garantia da Lei e da Ordem] e as Forças Armadas, gerando uma comoção nacional e a possibilidade do golpe”, disse o ministro nesta sexta-feira (1º), na sessão de abertura do Supremo Tribunal Federal (STF) após o recesso.

    “O modus operandi é o mesmo. Incentivo à taxação ao Brasil, incentivo à crise econômica, que gera crise social, que gera crise política. Para que novamente haja instabilidade social e a possibilidade de um novo ataque golpista”, acrescentou. A sessão de abertura, na manhã desta sexta-feira, foi marcada pela primeira manifestação conjunta de ministros da Corte após o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar sanções financeiras contra Moraes e formalizar a aplicação de tarifas de 50% a vários produtos que o Brasil comercializa com o país norte-americano.

    Assim que as tarifas contra o Brasil foram anunciadas por Trump, no início de julho, Eduardo Bolsonaro agradeceu ao presidente norte-americano. Em carta enviada ao governo brasileiro, na ocasião, Trump associou a aplicação de tarifas ao processo a que Jair Bolsonaro responde por tentativa de golpe de Estado.

    Além de Moraes, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, também discursou. Outros a se pronunciarem foram o ministro Gilmar Mendes; o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet; e o advogado-geral da União, Jorge Messias.

    “Milicianos”

    Por diversas vezes, Moraes chamou de “traidores da pátria” aqueles que articulam medidas prejudiciais à economia do Brasil junto ao governo dos Estados Unidos, mas não citou nominalmente Eduardo Bolsonaro ou outro aliado do ex-presidente. Também afirmou que a conduta vista atualmente é comum a “milicianos do submundo do crime”.

    “Esses réus, investigados, não estão só ameaçando e coagindo autoridades públicas, mas também – e fazem isso diariamente nas redes sociais – ameaçando as famílias dos ministros do Supremo Tribunal Federal, do Procurador-Geral da República, em uma atitude costumeiramente afeita a milicianos do submundo do crime, que atacam as autoridades e os familiares das autoridades”.

    De acordo com o ministro, a ação dessas pessoas junto ao governo de Donald Trump caracteriza “claros e expressos atos executórios de traição ao Brasil e flagrantes confissões da prática de atos criminosos”. Em seguida, descreveu quais crimes elas estariam praticando: coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania nacional.

    Sem citar nomes, o ministro também afirmou que a atuação de pessoas ligadas a Jair Bolsonaro busca um “tirânico arquivamento para beneficiar determinadas pessoas que se acham acima da Constituição, da lei e das instituições”.

    Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política. A licença terminou no último dia 20.

    Apesar da grande repercussão, a aplicação de sanções financeiras contra Alexandre de Moraes não deve ter o impacto esperado pelo governo Trump e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Moraes compara atos de Eduardo Bolsonaro nos EUA a tentativa de golpe

  • Collor completa 3 meses em prisão domiciliar sob isolamento e discrição

    Collor completa 3 meses em prisão domiciliar sob isolamento e discrição

    Collor está em uma cobertura de 600 metros quadrados à beira-mar no bairro Jatiúca, em Maceió

    MACEIÓ, AL (CBS NEWS) – O ex-presidente Fernando Collor, 75, completa três meses de prisão domiciliar nesta sexta-feira (1º). Ele deixou o presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió, em um comboio por volta das 19h do dia 1 de maio, quando o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu a decisão.

    Desde então, Collor está em uma cobertura de 600 metros quadrados à beira-mar no bairro Jatiúca, onde recebe poucas visitas, inclusive de um fisioterapeuta por meio de decisão judicial, e tem a companhia da esposa, Caroline, e duas filhas mais novas. Ele está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

    Segundo parecer que consta do processo na Justiça do Trabalho, o imóvel está localizado no sexto andar e conta com varanda, sala de estar, gabinete, galeria, sala de jantar, lavabo, adega, circulação, três suítes (sendo uma master com closet), além de piscina, terraços coberto e descoberto e bar.

    O ex-presidente é considerado discreto por vizinhos ouvidos pela reportagem, sem qualquer alarde de sua presença no edifício, que também conta com poucos funcionários e portaria remota. Luzes do apartamento são ligadas no período da noite, mas persianas protegem de qualquer visualização do lado de fora.

    Houve também interrupção da alimentação de seus conteúdos nas redes sociais, sendo a última postagem em 21 de abril -um lamento à morte do Papa Francisco. Os comentários em publicações foram bloqueados.

    No dia 19 de junho, ele perdeu sua última irmã Leda Maria de Melo Coimbra, que tinha 83 anos. O caso foi registrado pelo site Gazetaweb, pertencente à OAM (Organizações Arnon de Mello), pertencente à família do ex-presidente. Collor é o único filho vivo do casal Arnon de Mello e Leda Collor de Mello.

    A TV Gazeta, filiada à Rede Globo, vive um imbróglio judicial com a emissora carioca, mas o processo ainda carece de uma decisão definitiva.

    Questionada, a defesa do ex-presidente reiterou que “a decisão do ministro Alexandre está sendo integralmente cumprida”.

    Desde a prisão, poucos políticos fizeram manifestações públicas de apoio a Collor. Foi o caso do vereador por Maceió Kelmann Vieira (MDB), que inclusive teceu críticas aos que se afastaram do ex-presidente com a condenação. Ele foi procurado pela reportagem para comentário, mas não respondeu.

    A decisão do STF não restringe o uso de telefone nem de internet, o que foi interpretado por especialistas ouvidos pela reportagem como uma autorização para o ex-presidente usar esses meios em casa.

    Por outro lado, Collor só pode deixar seu apartamento por questões de saúde, em consultas médicas previamente informadas. Se tiver de sair por alguma emergência, terá 48 horas para prestar informações sobre o ocorrido. Seu passaporte foi suspenso e a confecção de um novo documento, proibida.

    Collor foi levado ao presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira em 25 de abril para cumprir pena de oito anos e dez meses de prisão após ter sido preso pela Polícia Federal no Aeroporto Zumbi dos Palmares.

    O presídio Baldomero Cavalcanti havia tido que desocupar a sala do diretor e adaptá-la para receber Collor.

    O local originalmente dispõe de ar-condicionado e banheiro, é maior do que as celas comuns e fica no corredor administrativo da unidade.

    Segundo uma pessoa que teve acesso ao ex-presidente na prisão, ele estava abatido e contava com um aparelho ao lado da cama comumente utilizado como parte do tratamento de apneia do sono.

    Apesar de a vistoria do grupo destacado pela Justiça ter considerado adequadas as condições de prisão do ex-presidente, parte da equipe havia exposto internamente divergências por avaliar que elas não eram ideais.

    Entre os problemas, estava o fato de o espaço ter pouca ventilação e baixa luminosidade, além de um banheiro antigo, pequeno e sem janela.

    Ele obteve a progressão para o regime domiciliar humanitário seis dias depois, após pedido do advogado Marcelo Bessa.

    Bessa anexou exames e laudos médicos feitos no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, entre março e novembro de 2022, como provas de que o ex-presidente tem doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar.

    Collor completa 3 meses em prisão domiciliar sob isolamento e discrição

  • Maioria aprova tornozeleira em Bolsonaro e acha que ele pretendia sair do Brasil

    Maioria aprova tornozeleira em Bolsonaro e acha que ele pretendia sair do Brasil

    Para 55%, a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal federal) Alexandre de Moraes foi correta; Bolsonaro é réu no caso da trama golpista para se manter no poder após perder a eleição para Lula (PT) em 2022, um julgamento que deverá ocorrer em setembro

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – A maioria dos brasileiros aprova a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, a Jair Bolsonaro (PL).

    Para 55%, a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal federal) Alexandre de Moraes foi correta, mesmo índice daqueles que acreditam que o ex-presidente pretendia sair do país antes de ser julgado.

    Entre os que aprovam as medidas, 44% dizem fazê-lo totalmente. Já entre os 41% que discordam, 32% são convictos. Não opinaram 3%, e 1% se disse indiferente.

    Os dados foram aferidos pelo Datafolha em pesquisa realizada nos dias 29 e 30 de julho com 2.004 pessoas com mais de 16 anos, em 130 cidades do país. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

    O ex-mandatário é réu no caso da trama golpista para se manter no poder após perder a eleição para Lula (PT) em 2022, um julgamento que deverá ocorrer em setembro.

    Há duas semanas, Moraes determinou a colocação da tornozeleira em Bolsonaro, que também foi proibido de sair de casa à noite e nos fins de semana, além de outras restrições. A decisão ocorreu após o presidente americano, Donald Trump, justificar o anúncio de um tarifaço contra importações brasileiras ao que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

    O episódio tornou-se uma crise diplomática e política ainda em curso, com as tarifas elevadas para 50% sendo decretadas na quarta (30). Moraes considerou que, com seu filho Eduardo atuando diretamente contra o Brasil junto a trumpistas nos EUA, havia risco de Bolsonaro fugir.

    Em 2024, o ex-presidente já havia feito aquilo que havia sido visto como um test-drive para evitar a prisão, dormindo dois dias na embaixada da Hungria, país governado pelo seu aliado Viktor Orbán, após ter seu passaporte retido. A operação da Polícia Federal contra Bolsonaro ainda encontrou dólares em espécie em sua casa.

    Segundo a pesquisa Datafolha, enquanto 55% dizem acreditar que o ex-presidente tinha intenção de sair do país, 36% disseram o contrário e 10% não opinaram.

    A aprovação à tornozeleira e outras restrições é maior entre aqueles menos instruídos (59%) do que entre os que têm ensino superior (51%). O apoio também é mais expressivo entre quem ganha até 2 salários mínimos (57%), enquanto na classe média baixa associada ao bolsonarismo o índice cai a 44%.

    Outras divisões seguem as cunhas da polarização brasileira. Evangélicos, grupo identificado com o ex-presidente, são mais críticos das medidas de Moraes: 40% as apoiam e 56% as desaprovam. Homens também discordam mais (44%) do que as mulheres (38%), e o Nordeste, base eleitoral lulista, lidera a aprovação regional das restrições, com 63%.

    Após a decretação das medidas, Moraes ainda ameaçou Bolsonaro de prisão porque ele descumpriu a regra de não se pronunciar em redes sociais de forma indireta, ao dar uma entrevista envergando o aparelho no tornozelo para ser fotografado.

    O episódio resultou apenas em uma advertência e a clarificação das regras de comportamento do ex-presidente até o julgamento, que ele diz ser uma farsa política com fins persecutórios.

    Maioria aprova tornozeleira em Bolsonaro e acha que ele pretendia sair do Brasil

  • Dólar tem forte queda após dados de emprego dos EUA ficarem abaixo do esperado

    Dólar tem forte queda após dados de emprego dos EUA ficarem abaixo do esperado

    No começo da tarde, a moeda norte-americana caía 0,93%, cotada a R$ 5,547

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar está em forte queda nesta sexta-feira (1º), com investidores repercutindo dados de emprego dos Estados Unidos bem mais fracos do que o esperado. O mercado ainda pesa o tarifaço do presidente Donald Trump, principal pauta nas mesas de operação.

    Às 12h32, a moeda norte-americana caía 0,93%, cotada a R$ 5,547. A cotação do Ibovespa, por outro lado, está fora do ar desde o início do pregão devido a um problema técnico.

    A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos ficou bem abaixo das projeções no último mês de julho: foram abertos 73 mil postos, ante expectativa de 110 mil. A taxa de desemprego subiu de 4,1% para 4,2%.

    Além disso, houve uma revisão dos dados do mês de junho. Em vez de 147 mil vagas, como reportado anteriormente, foram criadas apenas 14 mil.

    Na análise do economista sênior do Inter, André Valério, o resultado do “payroll” (folha de pagamento, em inglês) sugere uma economia paralisada pela incerteza em torno da política comercial de Trump.

    “A tendência de desaceleração do mercado de trabalho americano é clara”, afirma. “Toda a incerteza gerada pelo ‘dia da liberação’ parece ter contribuído para a paralisação nas contratações, o que tem sido evidenciado nas revisões para baixo.”

    Os dados sucedem a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) pela manutenção da taxa de juros no atual patamar de 4,25% e 4,5%. Em entrevista coletiva após a reunião, o presidente Jerome Powell viu o mercado de trabalho em um ponto de equilíbrio devido ao declínio simultâneo de oferta e demanda, embora tenha reconhecido que essa dinâmica “sugere um risco de queda”.

    Até então, a leitura do mercado era de que os juros não seriam cortados em setembro. Com os dados do payroll nesta sexta, as apostas estão de volta à mesa, e o próximo relatório de emprego deverá ditar se haverá ou não o início do ciclo de afrouxamento monetário.

    A decisão pela manutenção dos juros não foi unânime entre os membros do comitê: dois diretores defenderam um corte de 0,25 ponto percentual, e houve uma abstenção.

    “Vale destacar que membros do Fed emitiram declarações sobre suas discordâncias, e o tom delas indicou que não há motivos claros para sustentar as taxas nos patamares atuais”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

    As declarações destacaram “que cortes de juros poderiam prejudicar o mercado de trabalho e que a criação de emprego no setor privado está ‘estagnada’, minimizando também o impacto das tarifas sobre a inflação”, afirma Shahini.

    O Fed trabalha com um mandato duplo, isto é, baliza as decisões de política monetária a partir dos dados de desemprego e de inflação. O objetivo é atingir o pleno emprego e levar a inflação à meta de 2% ao ano.

    Quanto maiores as taxas de juros nos Estados Unidos, mais o mercado tende a direcionar investimentos para lá, já que os retornos ligados à renda fixa norte-americana ficam mais atrativos -o que fortalece o dólar. O inverso também é verdadeiro: sinalizações de queda nos juros levam os operadores a retirar recursos dos EUA e direcioná-los a outros ativos, o que enfraquece a moeda.

    A pauta comercial, porém, segue no radar. Trump assinou uma medida na noite de quinta impondo tarifas de 10% a 41% sobre dezenas de países e mudando o início do tarifaço para dia 7 de agosto.

    O vizinho Canadá será taxado em 35% já a partir desta sexta, conforme ameaçado por Trump em carta enviada neste mês. Antes, a tarifa do país era de 25%. O aumento, segundo a Casa Branca, foi devido em parte ao fracasso em interromper o fluxo de fentanil na fronteira.

    Entre as sobretaxas do decreto que atinge 69 parceiros comerciais, estão 41% para a Síria, 39% para a Suíça, 30% para a África do Sul e 15% para a Venezuela. Índia e Taiwan serão alvo de uma tarifa de 25% e 20%. Lesoto, que havia sido ameaçado com uma taxa de 50%, ficou com 15%.

    O Brasil é listado com uma tarifa de 10%, mas na quarta-feira Trump assinou medida que implementa uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros, elevando o valor total da sobretaxa para 50%, a maior até o momento. Apesar da taxa, o país se beneficiou de uma isenção para cerca de 700 produtos exportados aos EUA.

    O texto afirma que alguns parceiros comerciais, “apesar de terem se envolvido em negociações, ofereceram termos que, em meu julgamento, não resolvem os desequilíbrios em nosso relacionamento comercial ou não se alinharam com os EUA em questões econômicas e de segurança nacional.”

    As novas tarifas retomam o chamado “Dia da Libertação”, em 2 de abril, quando Trump anunciou pela primeira vez o tarifaço sobre dezenas de países. A reação negativa na ocasião fez o presidente americano suspendê-las na semana seguinte, impondo no lugar uma cobrança temporária de 10% enquanto buscava acordos com os países alvo. O prazo, adiado duas vezes, se encerraria nesta sexta.

    No período, Trump chegou a uma trégua com a China após as tarifas entre os dois países superarem 100% e celebrou acordos com o Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e União Europeia, alguns de seus principais parceiros comerciais.

    No caso do Brasil, a sobretaxa temporária de 10% deu lugar no início de julho a uma ameaça de 50%. O presidente americano havia dito em carta e confirmou no decreto desta quarta que parte dos motivos para aplicar sobretaxas ao país seria o que vê como “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Após a confirmação das sobretaxas às exportações brasileiras, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve tentar ampliar a lista de exceções para poupar mais empresas do tarifaço do republicano. Os negociadores esperam que as tratativas se arrastem por um longo período.

    Uma das apostas é na abertura de um canal de diálogo do ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda, com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.

    A posição no governo Lula é que as discussões sobre os assuntos econômicos devem se manter e até se intensificar, independentemente das sanções financeiras impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

    Dólar tem forte queda após dados de emprego dos EUA ficarem abaixo do esperado

  • Dória tenta se equilibrar entre Alckmin e Tarcísio, em meio ao tarifaço de Trump

    Dória tenta se equilibrar entre Alckmin e Tarcísio, em meio ao tarifaço de Trump

    Ex-governador organizou reunião de emergência com empresários sobre o tema e defende fim da tensão política

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Desde o início da crise do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil, o ex-governador de São Paulo João Doria tem se movimentado para atuar nos esforços empresariais sobre o caso. Em sua estratégia, pede o fim das tensões políticas e, ao mesmo tempo, defende o papel tanto do vice-presidente -e também ex-governador- Geraldo Alckmin (PSB) como o do atual governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para contornar o problema das tarifas.

    Nas últimas semanas, por meio de seu grupo de empresários Lide, ele organizou uma reunião de emergência com representantes de setores afetados e nos próximos dias promove uma missão empresarial à Índia, onde o assunto Trump deve dominar a pauta, até porque o país também está na mira das tarifas norte-americanas devido ao relacionamento com a Rússia.

    “O tarifaço é injusto com o Brasil. Não se ampara em nenhum critério, exceto uma decisão pessoal do presidente dos Estados Unidos”, diz ele.

    Após a divulgação do decreto, na quarta-feira (30), que oficializou os 50% sobre os produtos importados do Brasil aos EUA, Doria critica a medida de Trump e pede que o governo brasileiro mantenha o caminho das negociações, evitando reagir com retaliações aos EUA ou às empresas americanas instaladas no país.

    O apelo contra as retaliações, segundo Doria, foi uma das conclusões da reunião organizada pelo Lide com lideranças de setores afetados.

    Os participantes do encontro também concordaram em apoiar os esforços de Alckmin como negociador do Brasil na guerra comercial. O apoio ao vice-presidente no atual xadrez das tarifas acontece pouco mais de um ano após Doria e Alckmin se reaproximarem, superando o longo período de distanciamento dos ex-tucanos, que teve origem em 2017, quando Doria, então prefeito de São Paulo, tentou se cacifar para as eleições presidenciais em que Alckmin seria o candidato.

    Um terceiro ponto da reunião empresarial sobre o tarifaço, segundo Doria, foi o entendimento de que não deveria haver nenhuma crítica a Tarcísio de Freitas pelas movimentações que ele fez após o dia 9 de julho, quando Trump publicou nas redes sociais a carta endereçada a Lula anunciado a elevação das tarifas.

    Cotado como candidato para as eleições presidenciais de 2026, Tarcísio tentou se colocar como um possível negociador para lidar com Trump. O governador fez abordagens com ministros do STF e com o chefe da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, mas acabou criticado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro.

    Para Doria, os gestos de Tarcísio são sinais da preocupação com a situação da economia de seu estado e uma tentativa de cooperar.

    “Havia um posicionamento de dúvida se ele havia agido de forma coerente, adequada. Na opinião desse grupo, sim, [ele agiu bem]. Até porque o governador de São Paulo Tarcísio não se contrapôs nem fez críticas ao vice-presidente Alckmin. Ele complementou essas ações. O fato é que houve o conjunto dessas medidas, além das que foram feitas setorialmente pelo governo federal, especialmente através do vice-presidente. Eu não quero aqui excluir os senadores que foram a Washington”, afirma Doria.

    Questionado pela reportagem se, como ex-governador, Doria agiria diferente de Tarcísio, ele diz que não.

    “Teria feito da mesma maneira, em defesa do interesse econômico e institucional do estado. São Paulo representa mais de um terço da economia brasileira. Os governadores têm a obrigação de defender o interesse dos seus estados, principalmente quando são frontalmente prejudicados por medidas injustas e que podem gerar prejuízos à economia, reduzindo a arrecadação e diminuindo a oferta de empregos. Ele agiu corretamente. E com o cuidado que ele teve de não estabelecer nenhum posicionamento que pudesse descaracterizar ou desprestigiar as ações empreendidas paralelamente pelo vice-presidente”, afirma.

    No dia 15 de julho, data em que o governo Lula marcou uma reunião de Alckmin em Brasília para debater o problema com empresários, Tarcísio também promoveu um encontro no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, com o setor privado, ocasião em que anunciou que buscaria uma relação paradiplomática com os Estados Unidos.

    “Fora essa coincidência de datas, o governador agiu bem. Aliás, as medidas que ele acaba de anunciar em apoio aos setores afetados pelo tarifaço demonstram uma visão correta de preocupação e de gestão”, diz.

    Nesta quinta (31), o governo de São Paulo anunciou a liberação de R$ 1,5 bilhão em créditos acumulados de ICMS para exportadores de produtos impactados pelas tarifas.

    Para a nova etapa que se inicia após a promulgação do decreto de Trump, Doria afirma que existe no setor empresarial uma preocupação com a contaminação política do tema.

    “Se houver qualquer movimento retaliatório do Brasil, amparado ou não por questões políticas, partidárias e eleitorais, ou algo que não seja puramente técnico, isso pode gerar novas medidas do governo americano contra a economia brasileira e até contra cidadãos brasileiros. Acabamos de ver uma outra medida injusta e incorreta de retaliação ao ministro do STF Alexandre Moraes. Não é recomendável que reações abruptas de retaliação possam impregnar este ambiente. É melhor que a postura do vice-presidente seja preservada e mantida, e não prejudicada ou esvaziada. O momento é de entendimento”, diz.

    Dória tenta se equilibrar entre Alckmin e Tarcísio, em meio ao tarifaço de Trump

  • Não há nenhum fato que sinalize menor desvio de Moraes em ações no STF, diz Gilmar

    Não há nenhum fato que sinalize menor desvio de Moraes em ações no STF, diz Gilmar

    O decano disse ver uma “ação orquestrada de sabotagem contra o povo brasileiro, por parte de pessoas avessas à democracia”

    O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou nesta sexta-feira, 1º, que acompanhou com “perplexidade” a escalada de ataques a membros da Corte e defendeu que as medidas adotadas pelos Estados Unidos – contra o ministro Alexandre de Moraes -, motivadas por discordância política, “demandam uma resposta à altura da dignidade de nossa Corte e da soberania do Estado brasileiro”.

    O decano disse ver uma “ação orquestrada de sabotagem contra o povo brasileiro, por parte de pessoas avessas à democracia, armadas com os mesmos radicalismo, desinformação e servilismo que vêm caracterizando sua conduta já há alguns anos”.

    Segundo Gilmar, os ataques à soberania “foram estimulados por radicais inconformados com a derrota do seu grupo político nas últimas eleições presidenciais”. O ministro chegou a citar indiretamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), destacando que o parlamentar “na linha de frente do entreguismo, fugiu do País para covardemente difundir aleivosias contra o Supremo Tribunal Federal, num verdadeiro ato de lesa-pátria”.

    O ministro ainda defendeu Moraes, destacando que “não é de hoje” que o colega é alvo de “críticas infundadas”. “Não há nenhum fato real, concreto e individualizado que sinalize o menor desvio, ou descuido, do relator em relação ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório”, frisou com relação à conduta de Moraes.

    Em referência a Moraes, Gilmar indicou ainda que é fundamental defender os que, “com coragem e retidão, enfrentam essas ameaças, mesmo quando isso implica suportar o peso de críticas injustas e ataques pessoais”.

    “Devem ser fortemente rechaçadas quaisquer insinuações vazias sobre a lisura do rito observado pelo relator. Tais calúnias devem ser compreendidas pelo que verdadeiramente são: retórica política barata dos acusados e seus asseclas para desacreditar o Tribunal e tentar desviar o foco do debate público dos graves fatos que estão sendo revelados pelas testemunhas e pelas provas apresentadas pela PGR”, ponderou.

    Segundo o decano, a atuação do STF não é “imune à críticas” e elas são bem vindas quando visam um aperfeiçoamento das instituições, mas é preciso distinguir entre ponderações “sérias” sobre a Corte e “opiniões levianas”. No caso de Moraes, o decano destacou que as críticas partem de “radicais que buscam interditar funcionamento do Judiciário”.

    Big techs

    O decano destacou ainda que um dos focos de insatisfação de “radicais” quanto ao STF está relacionada às bigh techs. “Mera perspectiva de impor deveres às redes sociais despertou lobbies poderosos”, explicou o decano, logo antes de destacar que a Corte máxima “não se dobra a intimidações”.

    Ainda de acordo com o ministro, muitas das manifestações de “golpismo” foram impulsionadas pelas plataformas. Ainda de acordo com o ministro, apesar da resistência das plataformas, o STF sinalizou que as redes sociais não são “terra sem lei.

    Não há nenhum fato que sinalize menor desvio de Moraes em ações no STF, diz Gilmar