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  • 'Tsunami Felca' mobiliza Congresso e empresas por lei de proteção a crianças nas redes

    'Tsunami Felca' mobiliza Congresso e empresas por lei de proteção a crianças nas redes

    Mais de 30 projetos de lei foram apresentados na Câmara dos Deputados após a denúncia do influenciador

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Articulação de organizações da sociedade civil em defesa do projeto de lei 2628, que protege crianças e adolescentes no ambiente digital, ganhou força após viralizar o vídeo do influenciador Felca com denúncias de exploração infantil nas redes sociais.

    Na quarta-feira (13), representantes da coalizão de 200 entidades, há três anos envolvidas na criação e aprovação do texto, se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pedir votação em regime de urgência do projeto que estabelece regras para proteção de dados e publicidade digital infantil.

    “Com a proporção que o ‘tsunami Felca’ tomou, imaginamos que seria mais fácil aprovar esse PL, mas o que aconteceu foi uma enxurrada de outros novos”, afirma Laís Peretto, diretora-executiva da Childhood Brasil, presente no encontro.

    Mais de 30 projetos de lei foram apresentados na Câmara dos Deputados após a denúncia do influenciador, com foco na prevenção e no combate à exposição indevida, adultização, exploração sexual e outros crimes contra a infância.

    Somando todos os projetos existentes, são cerca de 60 textos protocolados. A Casa pretende criar um grupo de trabalho para elaborar um texto conjunto a partir destes em até 30 dias.

    Diante da multiplicação de propostas, a ideia é criar um grupo de trabalho para análise de todos os projetos.

    “Pedimos ontem na reunião para que o PL 2628 não seja levado ao grupo de trabalho, por ser o projeto mais maduro, que já passou por inúmeras audiências e elaborações com especialistas. Retornar a essa etapa seria um retrocesso”, diz Peretto.

    O presidente da Câmara concordou em retirar o PL do grupo de trabalho e acelerar sua tramitação, como confirmou em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (14) depois do diálogo com as entidades da sociedade civil, com a presença do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do projeto, e do relator Jadyel Alencar (Republicanos-PI).

    Em resposta ao vídeo viral, Alencar acrescentou no texto trechos sobre o dever de cuidado das plataformas que fornecem produtos ou serviços de tecnologia acessados por crianças e adolescentes, determinando que elas adotem medidas para prevenir e mitigar riscos de contato e exposição a conteúdos de exploração e abuso sexual.

    O projeto de lei, que tem o apoio do governo Lula (PT), foi aprovado no Senado e já estava na pauta da Câmara na semana passada para a votação do requerimento de urgência, mas não avançou devido ao motim de deputados bolsonaristas, que ocuparam o plenário e impediram votações.

    Como mostrou a Folha de S.Paulo, parlamentares do centrão e da oposição afirmam que a comoção gerada pelo vídeo de Felca não deve impulsionar o debate sobre a regulação das redes no Congresso.

    Para fortalecer o PL, as 200 entidades da sociedade civil estão promovendo ações fora do parlamento, como um abaixo-assinado e corpo a corpo com parlamentares. “O objetivo da nossa articulação é trabalhar de forma conjunta, para que as organizações se fortaleçam”, diz Thiago Crucciti, diretor nacional da ONG Visão Mundial.

    Cresceu também a mobilização em torno do Movimento Violência Sexual Zero. Na noite de quarta-feira (13), em jantar com CEOs promovido em São Paulo pelo filantropo Elie Horn, fundador da Cyrela, o movimento reuniu nomes como Ernesto Pousada, da Vibra; Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza; Carlos Jereissati, presidente do Conselho da Childhood Brasil.

    “Aparece um cara do nada, faz um depoimento, mexe com uma nação inteira e consegue ajudar a gente a empurrar esse assunto no Congresso”, ressaltou Jereissati, sobre o papel do influenciador Felca.

    Ao abrir o encontro, Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, fundado por Horn, destacou a importância da mobilização do setor empresarial diante de uma problemática que diz respeito a milhões de meninas no Brasil, onde se registra cinco estupros por hora de menores de 14 anos.

    “O vídeo do Felca gerou um tsunami. Parece que o Brasil acordou e de repente se descobriu que milhares de crianças estão sendo exploradas, adultizadas e sexualizadas pelos meios de comunicação”, afirmou Luciana, que também participou da reunião com Motta em Brasília. “Mas a violência virtual que está sendo vista, nada mais é do que um reflexo da violência real.”

    Luiza Trajano classificou o problema como um “câncer na sociedade” e comparou o trabalho do Movimento Violência Sexual Zero a “furar um tumor”. A presidente do Grupo Mulheres do Brasil conclamou os homens e as empresas a participarem dessa luta.

    O CEO da Vibra relatou como a distribuidora de combustíveis se engajou na causa há dois anos e meio, ao mobilizar 10 mil frentistas para se tornarem “mais um olho” na prevenção à violência sexual contra crianças no país.

    “A resolução de um problema tão grave no país passa pelo CNPJ que a maioria de nós aqui tem e também nos nossos CPFs”, disse Pousada, referindo-se à adesão de centenas de empresas e de mais de 2 milhões de pessoas à carta compromisso do movimento.

    A polarização política e o desconhecimento são os principais desafios para que a pauta avance em Brasília.

    “A maior dificuldade é que a comparação equivocada, por parte da extrema-direita, do PL 2628 ao PL 2630, conhecido como PL das Fake News, alegando que ele cerceará a liberdade de expressão. A única liberdade que queremos cercear é a do agressor”, ressalta a CEO da Childhood Brasil, que atualizou os convidados do jantar sobre a tramitação do projeto.

    Anfitrião do evento, Horn ressaltou que a causa deve ser abraçada por toda a sociedade. “Nada mais é do que a escravidão em pleno século 21. Uma menina de 12 anos abusada sexualmente é escrava. Não podemos ser coniventes com essa escravidão em pleno século 21. Ficar quietos é covardia.”

    'Tsunami Felca' mobiliza Congresso e empresas por lei de proteção a crianças nas redes

  • Caixa libera abono salarial para nascidos em novembro e dezembro

    Caixa libera abono salarial para nascidos em novembro e dezembro

    Segundo o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o abono salarial deste ano será pago a 25,8 milhões de trabalhadores em todo o país

    Cerca de 3,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada nascidos em novembro e dezembro e que ganham até dois salários mínimos podem sacar, a partir desta sexta-feira (15), o valor do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) em 2025 (ano-base 2023). A quantia está disponível no Portal Gov.br.  

    A Caixa Econômica Federal liberará pouco mais de R$ 4,24 bilhões neste mês. Aprovado no fim do ano passado, o calendário de liberações segue o mês de nascimento do trabalhador. Os pagamentos começaram em 17 de fevereiro e terminam nesta sexta-feira. 

    O trabalhador pode conferir a situação do benefício no aplicativo Carteira de Trabalho Digital. Neste ano, R$ 30,7 bilhões poderão ser sacados. 

    Segundo o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o abono salarial deste ano será pago a 25,8 milhões de trabalhadores em todo o país. Desse total, cerca de 22 milhões que trabalham na iniciativa privada receberão o PIS e 3,8 milhões de servidores públicos, empregados de estatais e militares têm direito ao Pasep. O PIS é pago pela Caixa Econômica Federal e o Pasep, pelo Banco do Brasil. 

    Como ocorre tradicionalmente, os pagamentos foram divididos em seis lotes, baseados no mês de nascimento. O saque tem início nas datas de liberação dos lotes e acaba em 29 de dezembro. Após esse prazo, será necessário aguardar a convocação especial do Ministério do Trabalho.

    Quem tem direito

    Tem direito ao benefício o trabalhador inscrito no PIS/Pasep há, pelo menos, 5 anos, e que tenha trabalhado formalmente por, no mínimo, 30 dias no ano-base considerado para a apuração, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos. Também é necessário que os dados tenham sido informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

    O valor do abono é proporcional ao período em que o empregado trabalhou com carteira assinada em 2023. Cada mês trabalhado equivale a um benefício de R$ 126,50, com períodos iguais ou superiores a 15 dias contados como mês cheio. Quem trabalhou 12 meses com carteira assinada receberá o salário mínimo cheio, de R$ 1.518.

    O abono salarial não se confunde com as cotas do antigo Fundo PIS/Pasep, que estão sendo sacadas por meio de outra plataforma, lançada em março deste ano. O antigo fundo abriga cotas de cerca de 10,5 milhões de trabalhadores formais antes da Constituição de 1988. O abono salarial beneficia trabalhadores com carteira assinada após a Constituição de 1988 com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

    Pagamento

    Trabalhadores da iniciativa privada com conta corrente ou poupança na Caixa receberão o crédito automaticamente no banco, de acordo com o mês de seu nascimento.

    Os demais beneficiários receberão os valores por meio da poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Caso não seja possível a abertura da conta digital, o saque poderá ser realizado com o Cartão do Cidadão e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas, Caixa Aqui ou agências, também de acordo com o calendário de pagamento escalonado por mês de nascimento.

    O pagamento do abono do Pasep ocorre via crédito em conta para quem é correntista ou tem poupança no Banco do Brasil. O trabalhador que não é correntista do BB pode efetuar a transferência via TED para conta de sua titularidade via terminais de autoatendimento e portal www.bb.com.br/pasep ou no guichê de caixa das agências, mediante apresentação de documento oficial de identidade.

    Quem não é correntista da Caixa ou do Banco do Brasil e tem direito ao benefício também pode sacar o valor por meio do Portal Gov.br, no serviço “Receber o abono salarial”, mas é necessário ter conta prata ou ouro.

    Até 2020, o abono salarial do ano anterior era pago de julho do ano corrente a junho do ano seguinte. No início de 2021, o Codefat atendeu a recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU) e passou a depositar o dinheiro somente dois anos após o trabalho com carteira assinada.

    Caixa libera abono salarial para nascidos em novembro e dezembro

  • Moraes pede a Zanin data para julgamento de Bolsonaro por trama golpista

    Moraes pede a Zanin data para julgamento de Bolsonaro por trama golpista

    O núcleo central da trama golpista é composto por Jair Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Alexandre de Moraes pediu nesta quinta-feira (14) para o presidente da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Cristiano Zanin, marcar uma data para o julgamento do núcleo central da trama golpista –que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um dos réus.

    O pedido foi feito no dia seguinte ao término do prazo para as defesas dos réus apresentarem suas alegações finais.

    “Considerando o regular encerramento da instrução processual, o cumprimento de todas as diligências complementares deferidas, bem como a apresentação de alegações finais pela Procuradoria-Geral da República e por todos os réus, solicito ao Excelentíssimo Presidente da Primeira Turma, Ministro Cristiano Zanin, dias para julgamento presencial da presente ação penal”, diz Moraes no despacho.

    Zanin ainda não decidiu quando o julgamento deve ocorrer. A expectativa no Supremo é que a análise da acusação seja feita em setembro.

    O núcleo central da trama golpista é composto por Jair Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também faz parte do grupo, mas o processo contra ele foi parcialmente paralisado por determinação da Câmara.

    Em suas alegações finais, a defesa de Bolsonaro afirmou ao STF que a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) da trama golpista é absurda e mistura eventos para conseguir uma condenação sem provas.

    “Não há como condenar Jair Bolsonaro com base na prova produzida nos autos, que demonstrou fartamente que ele determinou a transição, evitou o caos com os caminhoneiros e atestou aos seus eleitores que o mundo não acabaria em 31 de dezembro, que o povo perceberia que o novo governo não faria bem ao país”, diz.

    A defesa diz que a Polícia Federal não conseguiu encontrar as supostas minutas golpistas mesmo tendo apreendido centenas de celulares e computadores.

    Na versão dos advogados, os documentos que tratavam sobre a tentativa de golpe de Estado só são relatados pelo delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

    “A falha na acusação é profunda. Descortina que essa narrativa sobre um decreto com prisões diversas existiu apenas na palavra não corroborada do delator, e exibe o vazio da presunção de que as minutas teriam sido alteradas pelo ex-presidente”, diz.

    A equipe comandada pelo advogado Celso Vilardi argumenta que a inexistência de documentos na acusação da PGR é “também a inexistência de prova sobre sua alteração”.

    “O mantra deste processo surge já aqui: ninguém viu, nem testemunha, nem mesmo o delator. Afinal, também não existe nos autos a suposta minuta de decreto com um texto ‘enxugado’ prevendo apenas a prisão do Ministro Alexandre de Moraes”, completa.

    Moraes pede a Zanin data para julgamento de Bolsonaro por trama golpista

  • Deputados articulam visita de Motta a Bolsonaro na prisão

    Deputados articulam visita de Motta a Bolsonaro na prisão

    Deputados do PL tentam articular um encontro do presidente da Câmara ao ex-presidente

    Tentando ligar a imagem do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com pautas de bolsonaristas, deputados do Partido Liberal (PL) estão articulando um encontro com Jair Bolsonaro na prisão domiciliar, em Brasília. A ideia seria reforçar uma suposta influência política do x-presidente que é investigado e réu em processos no Supremo Tribunal Federal (STF).

    De acordo com informações do jornalista Igor Gadelha, do ‘Metrópoles’, a possibilidade do encontro já foi discutida Bolsonaro, que disse topar receber Motta. O presidente da Câmara também já teria concordado com a visita. O deputado precisará agora de autorização do ministro do STF Alexandre de Moraes.

    Nos bastidores, alguns deputados já alertaram Motta que seria um risco ligar a imagem dele com a de Bolsonaro, uma vez que recentemente bolsonaristas promoveram um motim e impediram o presidente da Câmara de exercer suas funções. A situação deixou a imagem de Motta abalada.

    Vale lembrar que Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto. Desde então, já recebeu visitas de diversos aliados, incluindo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com que a relação estava estremecida.

     

    Deputados articulam visita de Motta a Bolsonaro na prisão

  • Apple se arrisca a ser a próxima BlackBerry, avisa analista

    Apple se arrisca a ser a próxima BlackBerry, avisa analista

    O analista Dan Ives da Wedbush Securities acredita que a Apple deve apostar de forma agressiva em Inteligência Artificial sob pena de ficar para trás e tornar-se irrelevante – tal como aconteceu com a BlackBerry no final dos anos 2000

    Quem cresceu entre 2000 e 2010 certamente que se lembra da BlackBerry, uma marca de celulares que se tornou célebre pelo teclado QWERTY e foi durante alguns anos considerada a grande empresa do mercado mobile. No entanto, a entrada em cena da Apple com o iPhone na segunda metade da década levou a que a BlackBerry ‘afundasse’ nas preferências dos usuários de smartphones.

    De acordo com o analista Dan Ives, a Apple corre agora o risco de se tornar a próxima BlackBerry caso fique para trás no desenvolvimento de Inteligência Artificial.

    Como conta o Business Insider, Ives lembra que a BlackBerry ficou para trás quando decidiu manter-se fiel ao seu teclado nos seus celulares e não ‘abraçar’ as telas sensíveis ao toque e, com a Apple demorando a afirmar-se na área da Inteligência Artificial, poderá ter o mesmo destino da marca que destronou no final dos anos 2000.

    Numa nota enviada aos investidores, Ives disse que a Apple poderá ter o seu “momento BlackBerry” caso não comece a investir agressivamente no desenvolvimento de Inteligência Artificial. O analista chega até a traçar três estratégias diferentes que a Apple pode adotar para conseguir ‘arrepiar’ caminho em relação às concorrentes.

    Nas estratégias mencionadas, Ives acredita que a Apple deve adquirir a Perplexity, apostar em talento especializado fora da própria empresa e até promover investigadores de Inteligência Artificial para cargos executivos ou, em última hipótese, apostar no Gemini da Google em detrimento da OpenAI – uma empresa que considera uma parceira pouco viável a longo-prazo.

    Apple se arrisca a ser a próxima BlackBerry, avisa analista

  • PF investiga Silas Malafaia no mesmo inquérito que Bolsonaro e Eduardo, diz TV

    PF investiga Silas Malafaia no mesmo inquérito que Bolsonaro e Eduardo, diz TV

    A investigação apura supostas ações contra autoridades, contra o tribunal e agentes públicos, além de articulação para obtenção de sanções internacionais contra o Brasil

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – A Polícia Federal (PF) incluiu o pastor Silas Malafaia no inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo, segundo informou a GloboNews.

    O caso, aberto em maio e sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no STF (Supremo Tribunal Federal), apura supostas ações contra autoridades, contra o tribunal e agentes públicos, além de articulação para obtenção de sanções internacionais contra o Brasil.

    Malafaia organizou o ato de apoio a Bolsonaro em 3 de agosto, no qual o ex-presidente participou por vídeo transmitido em redes sociais de terceiros. A aparição resultou, no dia seguinte, na decretação de prisão domiciliar do ex-presidente.

    Moraes decidiu abrir o inquérito após ministros do tribunal se queixarem do que consideraram falta de ações do Itamaraty na escalada de investidas do governo americano contra a corte a partir da atuação de Eduardo. Na avaliação de parte dos magistrados do Supremo, as ameaças mereciam um posicionamento mais enfático da chancelaria.

    As condutas investigadas incluem coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

    O pedido de abertura de investigação contra Eduardo partiu oficialmente do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O procurador-geral afirmou ainda que a ofensiva de Eduardo, por suas declarações públicas, aumentou à medida que o Supremo avança com o processo sobre a trama golpista -o pai, militares e aliados são réus na ação penal.

    Um dos crimes citados na representação é o de coação no curso do processo, previsto no artigo 344 do Código Penal. O crime trata do uso de violência ou grave ameaça contra autoridade ou envolvidos no processo judicial, policial ou administrativo a fim de favorecer interesse próprio ou alheio.

    Esse seria o caso de Eduardo, que abertamente promove sanções contra autoridades ligadas à ação penal no STF que julga Jair Bolsonaro. A especificidade do caso, entretanto, pode dificultar o enquadramento, na opinião de alguns especialistas.

    O texto também fala sobre promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa e cita penas para quem impede ou embarace a investigação.

    No ato da avenida Paulista no início de agosto em defesa da anistia a Bolsonaro, Malafaia criticou os presidenciáveis da direita que não compareceram à manifestação bolsonarista e afirmou que eles não estiveram presentes por “medo” do STF. O pastor transmitiu a manifestação em seu canal oficial do YouTube.

    Em suas redes sociais, atacou o senador Ciro Nogueira (PP-PI), chamando-o de “traidor”, por não assinar o pedido de impeachment de Moraes.

    PF investiga Silas Malafaia no mesmo inquérito que Bolsonaro e Eduardo, diz TV

  • STF valida lei que permite devolução de valores pagos na conta de luz

    STF valida lei que permite devolução de valores pagos na conta de luz

    A questão foi decidida a partir de uma ação protocolada pela Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee)

    O Supremo Tribunal Federal (STF) validou, nesta quinta-feira (14), em Brasília, a lei que garantiu  a devolução de valores pagos a mais por consumidores nas contas de energia elétrica.  

    A Corte julgou constitucional a Lei 14.385/2022, norma que estabeleceu a competência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para promover a devolução de valores extras pagos pela incidência do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do PIS/Pasep (Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) sobre o serviço de fornecimento de energia elétrica até 2021. 

    No julgamento, os ministros também fixaram prazo de prescrição de dez anos para os consumidores que pretendem solicitar a devolução do dinheiro na Justiça. 

    A questão foi decidida a partir de uma ação protocolada pela Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), entidade que questionou a constitucionalidade da norma.

    Em 2021, o STF decidiu que a cobrança dos impostos no patamar superior a 17% pelos estados é inconstitucional.

    Desconto nas contas

    Desde então, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determina às distribuidoras de energia o desconto nas contas dos consumidores, sem a necessidade de ingresso de ação judicial.

    Estima-se que cerca de R$ 44 bilhões já foram devolvidos aos consumidores. Neste ano, aproximadamente R$ 5 bilhões serão descontados.Em julho deste ano, a Aneel definiu a metodologia para devolução dos créditos. A agência decidiu que os valores serão restituídos nas tarifas de energia calculadas nos próximos 12 meses.

     

    STF valida lei que permite devolução de valores pagos na conta de luz

  • Deputado democrata dos EUA diz que vai apresentar projeto de lei para isentar café de tarifa

    Deputado democrata dos EUA diz que vai apresentar projeto de lei para isentar café de tarifa

    As exportações do café brasileiro aos EUA passaram a ser tarifadas em 50% desde 6 de agosto, quando entrou em vigor o tarifaço de Trump

    WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O deputado americano democrata Ro Khanna afirmou que apresentará um projeto de lei para isentar as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos à importação de café.

    Segundo o parlamentar publicou no X (ex-Twitter), a iniciativa seria bipartidária, isto é, contaria também com apoio de integrantes do Partido Republicano, do qual Trump faz parte.

    “Vou apresentar uma legislação bipartidária para revogar as tarifas sobre o café. Produzimos menos de 1%, e essas tarifas sobre o Brasil, Vietnã, Indonésia e Colômbia representam um imposto de 15% a 20% sobre os americanos logo no começo do dia. Qualquer pessoa que esteja sempre com uma xícara de café na mão odeia esse imposto!”, escreveu Khana.

    As exportações do café brasileiro aos EUA passaram a ser tarifadas em 50% desde 6 de agosto, quando entrou em vigor o tarifaço de Trump.

    O Brasil é o maior fornecedor individual de café aos EUA, com importações que variam de 20% e 30%, a depender das safras. Responde ainda por 12% da oferta de açúcar de cana e por 9% da carne bovina.

    A sobretaxa gerou preocupação no setor, que conta com a compra desse bem do Brasil.

    Havia, entre integrantes do governo brasileiro e empresários da área, a expectativa de que Trump isentasse o café de maneira geral para evitar os prejuízos da medida, o que não ocorreu. Como mostrou a Folha, porém, os EUA não pretendem poupar o produto do Brasil porque avaliam ter outras fontes para compensar essa ausência.

    Trump impôs uma tarifa de 19% à Indonésia, 20% ao Vietnã e 10% à Colômbia, a taxa básica.

    No caso do café, algumas empresas americanas cogitam tentar fazer substituições do bem do Brasil para produtos do Vietnã ou do México, mas a equação não é simples. Os grãos desses países têm qualidade diferente da do Brasil, e os preços dessas nações também tendem a aumentar de acordo com a redução na oferta mundial.

    Deputado democrata dos EUA diz que vai apresentar projeto de lei para isentar café de tarifa

  • Brasil busca diálogo, mas não negociará soberania, afirma Fávaro

    Brasil busca diálogo, mas não negociará soberania, afirma Fávaro

    “A gente busca o diálogo na mesa de negociação. Agora, em hipótese alguma, vamos abrir mão da nossa soberania. Em hipótese alguma, por óbvio, vamos negociar aquilo que não é atribuição do Poder Executivo, como, por exemplo, intervenção no Poder Judiciário”, disse o ministro

    O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse nesta quinta-feira (14), em São Paulo, que o governo vai continuar tentando negociar a redução no valor das tarifas de 50% que foram impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às exportações brasileiras. No entanto, ressaltou ele, o Brasil não vai abrir mão de sua soberania.  

    “O primeiro ponto é garantir o diálogo, buscar a negociação. Em momento algum, por determinação do presidente Lula, a gente fechou o diálogo. A gente busca o diálogo na mesa de negociação. Agora, em hipótese alguma, vamos abrir mão da nossa soberania. Em hipótese alguma, por óbvio, vamos negociar aquilo que não é atribuição do Poder Executivo, como, por exemplo, intervenção no Poder Judiciário”, disse Fávaro.

    Na quarta-feira (13), o governo federal anunciou um pacote de medidas para apoiar o setor produtivo afetado pelo tarifaço. O plano de apoio prevê R$ 30 bilhões em crédito e será viabilizado por meio de uma medida provisória chamada de MP Brasil Soberano.

    Segundo Fávaro, estas são apenas as “primeiras medidas” tomadas pelo governo federal para tentar conter os efeitos do tarifaço imposto por Trump às exportações brasileiras. “E, certamente, vamos precisar de novas medidas complementares pelas particularidades geradas”, acrescentou o ministro.

    “O suco de laranja é algo que tinha um impacto gigante para os Estados Unidos, mas também para os produtores brasileiros. Foi retirada a tarifa. Mas não significa que desdobramentos do setor não vão precisar de correções. Por isso, as medidas anunciadas vão precisar de implementações, e estamos aberto a ouvir e continuar ouvindo os setores, para que a gente possa continuar tomando medidas de auxílio”.

    Entre essas particularidades que precisarão de medidas complementares, citou o ministro, estão as dos setores cujas exportações são quase todas direcionadas ao mercado norte-americano.

    “Se uma indústria tiver, por exemplo, 80% a 90% de sua produção destinada para os Estados Unidos, essa indústria vai sofrer muito mais do que uma empresa que tenha de destinado [aos Estados Unidos] 20% ou 30% da sua produção. Então, esses casos específicos terão um tratamento específico”, disse o ministro, sem citar quais medidas têm sido estudadas como soluções para esse tipo de caso.

    Abertura de mercados

    Enquanto isso, o governo continua buscando ampliar os mercados para os exportadores brasileiros, ressaltou Fávaro.

    “Ainda ontem, batemos todos os recordes. Nunca, na história do Brasil, abriu-se tanto mercado para a agropecuária brasileira. Chegamos ao número de 400 novos mercados”, comemorou. “A determinação do presidente Lula, em função deste momento, é para que a gente intensifique ainda mais a busca de novos mercados, e isso vamos fazer”.

    Além disso, destacou que o governo pretende implementar um programa de compras públicas, para garantir apoio aos exportadores mais afetados, com medidas adicionais a linhas de crédito e isenção tributária. Esse seria o caso dos produtores de manga.

    “Por exemplo, vamos acrescentar mais manga na merenda escolar e pescados na merenda escolar e nas compras para as Forças Armadas. Tudo isso faz o consumo momentaneamente suprir a demanda daquilo que era destinado para os Estados Unidos”, explicou o ministro.

    Leilão da Rota do AgroNa tarde de hoje, Favaro e o ministro dos Transportes, Renan Filho, estiveram na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, para acompanhar o leilão da Rota do Agro. O leilão foi vencido pelo Consórcio Rota Agro Brasil, que ofereceu o maior deságio para o pedágio, no valor de 19,70%.

    “Um leilão de sucesso como esse e os outros que já tiveram, certamente, é nossa contribuição para o investidor de que o agro crescendo vai ter mais carga para passar sobre as rodovias e, portanto, viabilizar o projeto”, disse Favaro. “E em contrapartida, uma infraestrutura mais eficiente nos garante competitividade”, acrescentou.

    Com a participação de cinco concorrentes, este foi, segundo o ministro Renan Filho, o leilão de rodovias mais disputado dos últimos anos. Ele creditou o sucesso do certame “a um bom projeto, à segurança jurídica, à previsibilidade e ao fato dos leilões terem sido anunciados há muitos anos”.

    “A gente pôde observar um leilão competitivo, com desconto elevado, inclusive superando a barreira que impõe o início de depósitos na conta vinculada do próprio projeto e que garante a solidez para a execução das obras. Estamos todos muito animados”, falou Renan Filho.

    De acordo com o ministro dos Transportes, foi a primeira vez que o setor de rodovias ultrapassou o setor de saneamento no interesse das empresas privadas. Além disso, foi a primeira vez que os investimentos privados ultrapassaram os investimentos públicos em rodovias.

    “De 1998 até 2022, o Brasil executou R$ 129 bilhões em investimentos privados nas nossas rodovias. De 2023 para cá, contratamos R$ 176 bilhões”, comparou.

    Mais competitividade

    Até o final deste ano, outros cinco ou seis leilões de rodovias devem ser realizados, informou Renan Filho. “Com os oito leilões que já realizamos, isso soma 14 leilões [já realizados pelo atual governo neste ano]. Eu me comprometi com 15 leilões. Mas, se nós realizarmos 14 ou 15 leilões, este vai ser o maior volume de leilões da história do Brasil”, disse ele a jornalistas.

    Para Renan Filho, uma melhor infraestrutura rodoviária no país implica em “mais competitividade internacional” e também ajuda o país a enfrentar “esse ambiente de guerra tarifária”.

    “Eu acho que, quanto melhor for a nossa infraestrutura, mais o Brasil estará preparado para enfrentar a guerra tarifária. Obviamente, a guerra tarifária reduz artificialmente a competitividade dos países. A tarifa nada mais é do que a construção de um muro”, disse ele. “O ideal era que a gente caminhasse cada vez mais para o livre comércio, não para barreiras, porque, aí sim, o Brasil iria demonstrar para o mundo a eficiência que a gente tem. Mas o mundo, para se proteger da nossa eficiência, constrói barreiras”.

    Brasil busca diálogo, mas não negociará soberania, afirma Fávaro

  • Moraes encontra influenciadores e diz que políticos não regulam big techs por medo dos algoritmos

    Moraes encontra influenciadores e diz que políticos não regulam big techs por medo dos algoritmos

    As declarações foram dadas por Moraes durante uma roda de conversa com influenciadores digitais na sede do STF, em Brasília

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta quinta-feira (14) que o Congresso Nacional não votou propostas que regulam as redes sociais porque as big techs direcionam algoritmos contra os políticos.

    “Este é o grande drama das redes sociais: são os algoritmos. Por que o mundo político receia muito em votar uma legislação? Porque as redes sociais direcionam os algoritmos. Quando vai consultar aquele deputado só vem notícia ruim. O que apoia as redes sociais sem regulamentação só vem notícia boa. Os algoritmos são direcionados”, disse.

    Segundo o ministro, o Supremo definiu um dever de cuidado das plataformas diante da inação do Congresso. Ele disse que a tese definida pela corte é “minimalista, mas com algumas restrições necessárias”.

    “A autocontenção não existe nas redes sociais. Não é possível mais que se permita desafios de adolescentes, crianças e adolescentes se automutilando. Isso não é liberdade de expressão […] Há necessidade, no geral, de uma maior responsabilização”, defendeu.

    As declarações foram dadas por Moraes durante uma roda de conversa com influenciadores digitais na sede do STF, em Brasília. O encontro durou 1 hora.

    O Supremo convidou 26 criadores de conteúdo para uma visita de dois dias ao Supremo na segunda edição do projeto “Leis e Likes”. Entre os influenciadores estavam Antonio Tabet, Deia Freitas, Fred Nicácio, Yuri Marçal e Mizael Silva -humorista que se identifica nas redes como “advogado do Xandão”.

    Os influenciadores digitais ainda tiveram encontros com os presidentes do STF, Luís Roberto Barroso, e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Cármen Lúcia.

    O grupo movimentou a sede do Supremo. Mizael Silva andou pelos corredores do tribunal gravando vídeos como se tivesse seu primeiro encontro com o cliente Moraes. Os criadores de conteúdo eram incentivados a publicar, em tempo real, os encontros e salões que visitavam.

    O clima de descontração permitiu que Moraes fizesse piadas com os influenciadores. Na quarta-feira (13), ao encontrar seu autoproclamado advogado, perguntou se Mizael falava inglês.

    “Eu estou precisando de advogado […] para me defender nos Estados Unidos”, disse o ministro, alvo de sanção financeira do governo Donald Trump.

    Quando a equipe do Supremo sugeriu nesta quinta que o ministro tirasse foto com os criadores de conteúdo, Moraes perguntou se os visitantes tinham real interesse em aparecer numa imagem com ele.

    “Tem que ver se eles vão querer. É um risco porque pode ter um drone americano”, brincou.

    Alexandre de Moraes foi questionado durante o encontro sobre por que parte da população tem a impressão de que o Supremo tem dado celeridade para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto processos sobre escândalos de corrupção, como as fraudes no INSS, parecem não avançar.

    O ministro explicou que a ação penal contra Bolsonaro está em sua fase final após cerca de dois anos de investigação e instrução de processo. “A questão do INSS não tem seis meses”, disse.

    Moraes também detalhou que cada investigação e processo tem peculiaridades que impactam em seu ritmo.

    “Não há aqui nenhuma predileção para um lado ou para o outro. Depende do procedimento, depende do relator, depende das provas. Às vezes a Procuradoria-Geral da República denuncia com um ano de investigação; às vezes a Procuradoria denuncia com um mês de investigação”, completou.

    O ministro também explicou que ele não está responsável pelas investigações relacionadas ao INSS -todas estão no gabinete do ministro Dias Toffoli.

    “Eu não sou o relator de tudo. Gostaria até de ser, mas não sou”, disse Moraes, em tom de piada.

    Moraes encontra influenciadores e diz que políticos não regulam big techs por medo dos algoritmos