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  • “Soberania é intocável”, diz Lula ao anunciar ajuda a exportadores

    “Soberania é intocável”, diz Lula ao anunciar ajuda a exportadores

    Durante o evento, o presidente disse ainda que vai continuar a tentar negociar com os norte-americanos. “A gente vai continuar teimando em negociação. Porque nós gostamos de negociar. E nós não queremos conflito. Não quero conflito nem com o Uruguai, nem com a Venezuela, quanto mais com os Estados Unidos”.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a interferência estrangeira em assuntos domésticos, nesta quarta-feira (13), em Brasília. Ao assinar medidas de apoio aos exportadores impactados pelo aumento das tarifas dos Estados Unidos, o presidente afirmou que a soberania brasileira é intocável.

    “A única coisa que nós precisamos exigir é que a soberania nossa é intocável. Ninguém dê palpite nas coisas que nós temos que fazer”, disse Lula. “A gente vai tentar fazer o que estiver ao nosso alcance para minimizar o problema que foi causado conosco”, completou.

     

    Durante o evento, o presidente disse ainda que vai continuar a tentar negociar com os norte-americanos. “A gente vai continuar teimando em negociação. Porque nós gostamos de negociar. E nós não queremos conflito. Não quero conflito nem com o Uruguai, nem com a Venezuela, quanto mais com os Estados Unidos”.

     

    Novos mercados

    Em sua fala, ele destacou ainda a abertura do Brasil a novos mercados. “A verdade é que não é possível imaginar que o governo vai substituir os nossos parceiros comerciais. Vamos ter que procurar outros parceiros. Da minha parte, eu sou vendedor de qualquer coisa”, ao comentar de uma ligação feita ao presidente da China, Xi Jinping.

    “Nós vamos continuar vendendo as coisas do Brasil. Se os Estados Unidos não querem comprar, vamos procurar outro país”, afirmou. Segundo Lula, já foi negociado com o governo indiano de, em janeiro, reunir cerca de 500 empresários brasileiros no país asiático, sobretudo no que diz respeito ao mercado de fármacos.

    “Em vez de ficar chorando aqui o que nós perdemos, vamos procurar ganhar em outro lugar. O mundo é grande e está ávido para fazer negociação com o Brasil. Todo mundo sabe que nós somos do bem, que a gente não que brigar com ninguém, que a gente faça concessões. Mas a gente não merecia isso. E o que é grave é que não foi só conosco. Foi com muitos”, concluiu.

     

    “Soberania é intocável”, diz Lula ao anunciar ajuda a exportadores

  • PF faz operação contra fraudes no INSS envolvendo ex-funcionários da Caixa

    PF faz operação contra fraudes no INSS envolvendo ex-funcionários da Caixa

    Chamada de Operação Recupera, a ação ocorre na capital do Rio de Janeiro e em Santa Catarina, nas cidades de Florianópolis e Tubarão, com o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, e bloqueio e indisponibilidade de bens dos acusados no valor de R$ 3 milhões.

    CRISTIANE GERCINA
    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A PF (Polícia Federal) realizou na manhã desta quarta-feira (13) operação contra fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em pagamentos de benefícios indevidos envolvendo ex-funcionários da Caixa Econômica Federal.

    Chamada de Operação Recupera, a ação ocorre na capital do Rio de Janeiro e em Santa Catarina, nas cidades de Florianópolis e Tubarão, com o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, e bloqueio e indisponibilidade de bens dos acusados no valor de R$ 3 milhões.

    Segundo as investigações, as fraudes teriam começado em 2018, com a concessão indevida de benefícios assistenciais e previdenciários ao inserir dados falsos por meio de sistemas da Caixa. O próprio banco apoiou a operação policial.

    Estariam envolvidos nos golpes ex-funcionários do banco, que se valiam de seus acessos para inserir os dados e receber benefícios de forma fraudulenta. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. Na época, ainda eram contratados, mas foram demitidos em 2022 e, mesmo assim, seguiram com o golpe.

    As investigações apontam para o envolvimento de quatro ex-servidores que realizavam prova de vida de pessoas que não existiam ou que já tinham morrido.

    Com isso, conseguiam emitir as segundas vias dos cartões de benefícios para que o INSS fizesse o pagamento de aposentadoria, pensão e/ou BPC (Benefício de Prestação Continuada).

    Eles também são acusados de utilizar documentos adulterados para habilitar benefícios e de atuar de forma sincronizada na inserção dos dados no sistema.

    Segundo a PF, a Caixa instaurou procedimento disciplinar e já demitiu os envolvidos. Os ex-servidores tinham antecedentes como faltas disciplinares no banco por conta de concessão indevida de benefícios.

    Mesmo após a demissão, em 2022, os suspeitos continuaram com o esquema, conseguindo com que terceiros fizessem o saque de ao menos 17 benefícios fraudados.

    Em nota, a Caixa afirma que atua em conjunto com órgãos de segurança pública quando é identificado algum indício de fraude e que as informações relativas a essas operações são sigilosas.

    O banco informa que tem aperfeiçoado seus sistemas de segurança de acesso a aplicativos e movimentações financeiras, “acompanhando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a maneira de operar de fraudadores e golpistas”, além de monitorar todas as transações e suspeitos.
    Ação é diferente da Operação Sem Desconto

    Em abril deste ano, operação da CGU (Controladoria-Geral da União) levou à descoberta de escândalo envolvendo descontos indevidos em benefícios do INSS feitos por sindicatos e associações. A investigação aponta que, de 2019 e 2024, foram descontados R$ 6,3 bilhões, dos quais parte é ilegal.

    O desconto de mensalidades atingiu patamares bilionários após 2022, após movimentações políticas no Congresso que impediram o endurecimento de regras para barrar débitos ilegais.

    O Congresso retirou exigências que previam a necessidade de as associações confirmarem, após um período, se os aposentados gostariam de continuar com os descontos. O início da revalidação primeiramente foi adiado e depois retirado da legislação em 2022.
    No mesmo ano, o INSS publicou duas normativas regulamentando os descontos em benefícios, mas sem normas que pudessem dificultar fraudes.

    Investigação levou ao afastamento de quatro servidores públicos federais e à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto e do ministro da Previdência, Carlos Lupi. Depois disso, INSS fechou acordo com STF (Supremo Tribunal Federal) para pagar o que foi descontado a segurados que não reconhecem a associação ou sindicato e dizem que nunca autorizaram quaisquer descontos.

    Já foram devolvidos mais de R$ 1 bi a 1,6 milhão de aposentados e pensionistas. Há um acordo aberto para quem quer receber de forma administrativa os valores. O prazo de adesão vai até novembro.
    Veja as principais fraudes contra o INSS.

    INCAPACITADO DE ALUGUEL OU DUBLÊ DE PERÍCIA
    – Pessoas incapacitadas para o trabalho são aliciadas por quadrilhas para fazer a perícia médica no INSS no lugar de segurados e receber benefício previdenciário
    – Nesta fraude, o grupo confeccionava documentos falsos com a fotografia do dublês, mas os demais dados eram de um requerente segurado da Previdência, que ficava com o dinheiro

    SAQUE APÓS O FALECIMENTO
    – Esse é um dos golpes mais comuns contra a Previdência. Familiares usam senha e cartão do aposentado já falecido para continuar sacando o benefício, mas a medida é crime
    – Quando um segurado da Previdência morre, seu benefício deve ser cessado
    – Só depois pode ser pago a herdeiros caso tenham direito à pensão

    LAUDOS MÉDICOS COMPRADOS
    – Segurados ou quadrilhas obtêm laudos fraudulentos para simular incapacidade para o trabalho, prática que compromete tanto o paciente quanto o profissional de saúde, que pode ter sido enganado ou fazer parte do esquema
    – Neste caso, o segurado prova estar incapacitado e pode ter acesso a benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e BPC (Benefício de Prestação Continuada) da pessoa com deficiência
    – O golpe funciona envolvendo uma quadrilha de profissionais que podem fraudar os documentos ou o uso de tecnologia e/ou inteligência artificial para criar laudos falsos, falsificar números de CRMs, carimbos e até assinaturas

    GOLPE DA CESTA BÁSICA
    – O criminoso entrega uma cesta “gratuita” ao idoso, tira uma foto do beneficiário para comprovar a entrega a uma suposta entidade que enviou a cesta e, com essa biometria facial, abre uma conta digital
    – Com a conta aberta, faz empréstimos consignados em nome do segurado e pode cometer outras fraudes, como ter acesso ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), por meio do saque-aniversário, por exemplo

    GOLPE DA FALSA PORTABILIDADE
    – Estelionatários prometem reduzir parcelas de um empréstimo consignado ou oferecem dinheiro extra ao fazer a portabilidade do consignado de um banco para outro
    – Na prática, fazem novos empréstimos em nome do aposentado e desviam os valores
    – Há casos ainda nos quais o golpista convence o aposentado a fazer o refinanciamento do seu consignado e, com o dinheiro a mais que o idoso consegue ao refinanciar o crédito, ele paga o “especialista” que o orientou, ou seja, deposita o valor para o criminoso

    GOLPE DA FALSA PROVA DE VIDA
    – É um dos mais conhecidos e pode ocorrer de várias formas
    – Antes, cidadãos tinham de ir ao banco provar que estavam vivos. Agora, o INSS usa informações de banco de dados nacionais para comprovar que o idoso está vivo
    – Com isso, golpistas usam uma técnica chamada de smishing (envio de SMS mais phishing, pescaria de dados), enviando mensagem de texto afirmando que o benefício será cortado se o idoso não atualizar os dados
    – Ao atualizar, clicando em links ou por WhatsApp, o segurado passa os dados ao golpista e pode ser vítima de diversas fraudes financeiras
    – Há ainda outra modalidade, na qual os fraudadores enviam mensagens para os segurados, por carta, email, telefone, SMS ou WhatsApp solicitando documentos para atualização das informações sobre o beneficiário
    – Quem envia a papelada pode se tornar vítima e ficar sem o benefício

    DESCONTOS INDEVIDOS DE MENSALIDADES ASSOCIATIVAS
    – Associações e sindicatos faziam a adesão de aposentados e pensionistas de forma indevida e passavam a realizar descontos em seu benefício
    – Esse é o caso que está sendo investigado na Operação Sem Desconto do INSS, envolvendo R$ 6 bilhões descontados, dos quais o valor fraudulento ainda esta sendo levantado
    – O INSS fechou acordo no STF (Supremo Tribunal Federal) para devolver o dinheiro a quem não reconhece o desconto
    – O golpe funciona de várias formas; há casos de associações de fachada, criadas apenas com esse fim, que roubam os dados do beneficiários e o vinculam à entidade
    – Há os casos nos quais o aposentado assinou papéis da associação, mas foi enganado quanto ao que dizia o documento, sem saber que teria desconto no benefício
    – Há até mesmo a chamada ‘fraude da fraude’, quando a entidade frauda gravações de voz dizendo ser do próprio segurado autorizando, por telefone, o desconto em seu benefício, segundo informou o INSS

    GOLPE DO CONSIGNADO
    – Criminosos entram em contato com aposentados como se fossem instituições financeiras oferecendo empréstimo consignado com condições vantajosas, como taxas de juros bem reduzidas
    – Quando a pessoa se interessa pela oferta e decide contratar o empréstimo, os golpistas pedem que ela faça um depósito antecipado para que o valor seja liberado
    – Em outros casos, supostos funcionários do INSS ligam ou enviam emails para os beneficiários pedindo seus dados pessoais e bancários
    – Ao enviar esses dados, é feito um empréstimo fraudulento

    GOLPE DO CASAMENTO PARA FRAUDAR PENSÃO POR MORTE
    – Idosos aposentados se casam com suas cuidadoras ou com conhecidas para deixar a pensão por morte do INSS
    – Em muitos casos, o golpe envolve outros familiares, que, depois da morte do segurado, dividem a pensão com a suposta viúva
    – O golpe também pode ocorrer com mulheres aposentadas que estejam doentes sendo assediadas por homens mais novos, que se casariam para receber a pensão
    – Para diminuir esse tipo de golpe no Brasil, em 2015, a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou lei com regras para o pagamento da pensão, como tempo mínimo de casamento para ter direito ao benefício
    – Também foi elaborada uma tabela com a duração máxima da pensão conforme a idade do segurado que ficou viúvo ou viúva, acabando com a chamada ‘pensão brotinho’

    VENDA DE LISTAS COM DADOS DE SEGURADOS DO INSS
    – A venda de dados de aposentados da Previdência Social, como nome completo, número de benefício, CPF e data de nascimento não é nova, mas ganhou fôlego com a inteligência artificial
    – A prática consiste na venda de listas com esses dados. Antes, eram impressos em papel, depois passaram a ser comercializados em CDs e/ou pendrives e, agora, a venda é feita online, com os dados separados por inteligência artificial, por CEP, cidades, bairros, regiões ou o que o comprador quiser escolher e puder pagar
    – Com esses dados, é possível abrir contas e realizar diversas operações financeiras

    OSTENTAÇÃO COM BPC
    – Cidadãos fraudam documentos que atestam baixa renda e conseguem receber o BPC, pago a quem faz parte de família cuja renda per capita (por pessoa) seja de até um quarto do salário mínimo
    – A fraude é descoberta porque, em muitos casos, os golpistas ostentam situação financeira de alto luxo, como ter viagens, carros e vida incompatível com a renda

    BENEFÍCIO RURAL INDEVIDO
    – A fraude parecida com a do BPC; o cidadão consegue falsificar comprovantes atestando ter direito à aposentadoria rural, paga para segurados com idade menor do que as dos demais trabalhadores
    – Na aposentadoria rural, segurados especiais não precisam ter contribuído com o INSS, basta apenas comprovar trabalho no campo
    – A fraude também é descoberta por haver ostentação de padrão de vida incompatível com a renda um trabalhador rural
    – Em um dos casos, a Justiça descobriu, em postagens em rede social feitas pelos pais do aposentado entre 2015 e 2021, carros de luxo, como por exemplo um Camaro, e outros que tinham até teto solar
    – Nas postagens, ele apareceria utilizando acessórios de alto valor, como anéis, pulseiras, colares, óculos de sol e relógios

    BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE SEM ESTAR INCAPACITADO
    – Segurados levam laudos falsos à perícia médica e conseguem receber o benefício por incapacidade
    – Os principais casos envolvem o auxílio-doença, pago a quem está temporariamente incapacitado para o trabalho, mas há também aposentadorias por invalidez
    – No entanto, esses beneficiários levam vida incompatível e realizam viagens, vão à academia, shopping, praia; há casos de pessoas que trabalham

    PF faz operação contra fraudes no INSS envolvendo ex-funcionários da Caixa

  • Pix gerou economia de R$ 106,7 bi aos brasileiros desde seu lançamento, diz estudo

    Pix gerou economia de R$ 106,7 bi aos brasileiros desde seu lançamento, diz estudo

    O cálculo considera dois efeitos principais: o maior uso de transferências via Pix em substituição à TED, tipo de operação que pode ter cobrança de tarifas, e o aumento de pagamentos via Pix no comércio no lugar de cartões de débito, que geram cobrança de taxas para lojistas.

    O Pix, sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central, gerou uma economia de cerca de R$ 106,7 bilhões a empresas e consumidores brasileiros desde o seu lançamento em 2020 até junho de 2025. A estimativa é do Movimento Brasil Competitivo (MBC), organização que une empresários e outros representantes da sociedade civil para promover soluções em áreas consideradas estratégicas para o avanço econômico do País.

     

    O cálculo considera dois efeitos principais: o maior uso de transferências via Pix em substituição à TED, tipo de operação que pode ter cobrança de tarifas, e o aumento de pagamentos via Pix no comércio no lugar de cartões de débito, que geram cobrança de taxas para lojistas.

     

    O estudo indica que a transação via Pix para empresas possui uma taxa, mas que ela é \”significativamente inferior\” aos valores pagos em TEDs, por exemplo.

     

    O levantamento usou dados públicos do Banco Central para estimar qual seria o custo médio caso a população continuasse utilizando esses meios mais caros de pagamento e comparou com o que foi efetivamente pago com a chegada do Pix. A diferença representa a economia gerada pela nova tecnologia no período analisado.

     

    \”O efeito é duplo: por um lado, há menos TEDs sendo feitas; por outro, mais pessoas estão pagando empresas com Pix em vez de débito. Ambos os movimentos representam redução de custo real para o sistema\”, explica Rodolpho Tobler, economista do MBC responsável pelo estudo.

     

    Segundo a pesquisa, apenas entre janeiro e junho de 2025 o Pix gerou economia de R$ 18,9 bilhões, em um ritmo acima dos anos anteriores.

     

    O MBC projeta que, caso o movimento de adesão ao Pix se mantenha, os brasileiros poderão ter uma economia anual de R$ 40,1 bilhões até 2030.

     

    Transformações

     

    O Pix se estabeleceu recentemente como o meio de pagamento usado com maior frequência pelos brasileiros, ultrapassando o dinheiro.

     

    Desde o lançamento do sistema, o BC estreou novas funcionalidades, entre elas o Pix Saque, o Pix Troco e o Pix Automático. As próximas novidades previstas incluem o Pix parcelado e o Pix em Garantia.

     

    O Pix também chamou a atenção do governo dos Estados Unidos: em julho, o Escritório do Representante Comercial do país (USTR, na sigla em inglês) anunciou a abertura de uma investigação contra o Brasil a pedido do presidente Donald Trump.

     

    Sem citar o Pix, o órgão americano analisou que o País parece ter práticas desleais \”no que diz respeito aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a, vantagens para os serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo\”.

     

    \”A adoção do PIX representou uma mudança estrutural no sistema financeiro\”, afirma Tatiana Ribeiro, mestre em gestão e políticas públicas e diretora-executiva do MBC. \”É uma solução de política pública que reduziu custos, ampliou a eficiência e melhorou o ambiente de negócios no Brasil. Ao medir esse impacto de forma objetiva, mostramos que inovação pode sim gerar competitividade e ganhos diretos para empresas e cidadãos\”, diz.

     

    Futuro

     

    Além das reduções de custos, o estudo do MBC destaca efeitos indiretos positivos do Pix, citando um estímulo à formalização de pequenos negócios e um papel relevante na inclusão financeira no País, contribuindo para uma maior bancarização.

     

    Mas o MBC também propõe uma reflexão sobre o futuro da governança do sistema, atualmente operado e regulado pelo BC. A centralização pode ter benefícios, diz o relatório, mas talvez o modelo não seja sustentável a longo prazo.

     

    \”Essa centralização contribuiu para garantir a implementação com segurança e alcance nacional. Mas, olhando para o futuro, é importante discutir como preservar a neutralidade do sistema, garantir sua sustentabilidade e estimular inovação contínua\”, afirma Tatiana.

     

    A pesquisa cita experiências internacionais que podem ter servido de inspiração para o Pix, como o sistema indiano Unified Payments Interface (UPI), o britânico Faster Payments Service (FPS) e o sueco Swish. E aponta ainda que, \”ao se comparar o modelo brasileiro com experiências internacionais semelhantes, nota-se que é incomum a concentração das funções de operador e regulador de um sistema de pagamentos em uma única instituição\”.

    Pix gerou economia de R$ 106,7 bi aos brasileiros desde seu lançamento, diz estudo

  • Zambelli tem prisão mantida após passar mal e ser atendida em audiência na Itália

    Zambelli tem prisão mantida após passar mal e ser atendida em audiência na Itália

    O advogado havia divulgado que uma ambulância tinha sido chamada para levá-la ao hospital. A defesa de Zambelli tem argumentado que a deputada deve ser liberada por apresentar condições médicas.

    CONSTANÇA REZENDE
    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Presa na Itália, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) passou mal e precisou ser atendida por uma equipe médica durante a sua audiência de custódia na Corte de Apelação de Roma na manhã desta quarta-feira (13).

    Após ela ser atendida, a audiência foi retomada e ela foi mantida presa. Uma perícia médica deverá ser marcada, segundo o advogado dela no Brasil, Fabio Pagnozzi.

    O advogado havia divulgado que uma ambulância tinha sido chamada para levá-la ao hospital. A defesa de Zambelli tem argumentado que a deputada deve ser liberada por apresentar condições médicas.

    Ela tinha expectativa de que sua prisão fosse ser reconsiderada e chegou a enviar uma carta a familiares pedindo para que bolsonaristas fizessem pressão sobre o ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, por alguma decisão em seu benefício.

    Zambelli também divulgou outra carta, no último dia 6, em que dizia estar sendo “forte e corajosa” e que “nenhum ditador nos colocará de joelhos”.

    “Aos brasileiros de todo o mundo, a vida é um grande milagre, mas o maior presente para as nossas vidas é a liberdade para vivermos para nossa família, seja a de sangue ou aquela que elegemos”, dizia ela no texto.

    No início deste mês, o tribunal determinou que a deputada federal continuasse presa em regime fechado durante o processo de extradição da Itália para o Brasil. A tramitação pode durar de um a dois anos, segundo especialistas.

    Zambelli foi detida no fim de julho, em um apartamento no bairro Aurélio, em Roma, após quase dois meses foragida da Justiça brasileira. Ela foi enviada para o presídio feminino Rebibbia, onde estão 369 mulheres, quase cem a mais do que a capacidade total.

    A ordem definitiva de sua prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em junho, quando a deputada já estava foragida.

    Moraes então ordenou que o Ministério da Justiça formalizasse o pedido de extradição, com base no tratado firmado entre Brasil e Itália. A decisão previa ainda a perda de seu mandato parlamentar, com comunicação imediata ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

    A deputada foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão e à perda do mandato, em 14 de maio, por invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica.

    Zambelli tem prisão mantida após passar mal e ser atendida em audiência na Itália

  • Lula anuncia linha de crédito de 30 bi a empresas afetadas pelo tarifaço

    Lula anuncia linha de crédito de 30 bi a empresas afetadas pelo tarifaço

    Além de um recorte setorial, o governo fez uma avaliação individual para mapear aquelas mais impactadas, pois mesmo dentro de uma mesma atividade há empresas mais ou menos dependentes das exportações aos EUA.

    MARIANA BRASIL, IDIANA TOMAZELLI E RICARDO DELLA COLETTA
    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) anuncia nesta quarta-feira (13) o plano de contingência para amparar empresas afetadas pela sobretaxa de 50% imposta a produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

    Uma das medidas é a criação de uma linha de crédito de até R$ 30 bilhões para ajudar as companhias que foram prejudicadas pelo tarifaço. Além de um recorte setorial, o governo fez uma avaliação individual para mapear aquelas mais impactadas, pois mesmo dentro de uma mesma atividade há empresas mais ou menos dependentes das exportações aos EUA.

    Na véspera do anúncio, Lula já havia antecipado que a medida priorizaria pequenas empresas, além de exportadores de produtos como tilápia e mel. As ações estão em uma MP (medida provisória), com vigência imediata. O pacote recebeu do governo o nome Brasil Soberano.

    O pacote também prevê o diferimento de tributos (um prazo adicional para que as companhias efetuem o pagamento dos impostos) e uma reformulação no FGE (Fundo de Garantia à Exportação), criado para cobrir riscos em operações de crédito a vendas ao exterior.

    O anúncio acontece no Salão Leste, o menor dos três salões que no segundo andar do Palácio do Planalto. Na plateia, estão principalmente ministros, secretários e técnicos do governo, além de parlamentares de partidos da base aliada.

    Lula chamou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para discursar no evento, um gesto que busca demonstrar uma frente unida dos Poderes contra os efeitos do tarifaço.

    Na segunda-feira (11), em entrevista à GloboNews, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) havia indicado que a MP traria medidas consideradas estruturais.

    “Nós estamos fazendo uma reforma estrutural no FGE, com o suporte dos demais fundos, para garantir que não só os grandes, mas toda empresa brasileira que tiver vocação de exportação vai ter instrumentos modernos para fomentar a exportação para o mundo inteiro. Porque muitas das exportações brasileiras vão ter que mudar de destino”, disse na ocasião.

    Segundo ele, a estratégia brasileira é buscar novos mercados para as empresas que hoje dependem das exportações aos Estados Unidos e ficarão prejudicadas pela sobretaxa.

    A MP também inclui uma cobrança por manutenção de empregos para empresas que acessarem o socorro. A exigência, porém, terá previsões de flexibilização para empresas muito afetadas. Nesses casos, elas poderão apresentar outros tipos de contrapartida.

    A sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros foi anunciada em 9 de julho e está entre as maiores instituídas para países que exportam aos EUA. Ao oficializar o tarifaço via decreto, Trump excluiu cerca de 700 itens brasileiros da taxação. Destes, 565 estão relacionados ao segmento de aeronaves e 76 a petróleo, carvão, gás natural e seus derivados. Entre os alimentos, escaparam apenas castanhas-do-pará e polpa e suco de laranja.

    O decreto que implementou as tarifas deixou clara a motivação mais política que econômica ao citar o nome de Jair Bolsonaro (PL) e dizer que o ex-presidente -réu no STF (Supremo Tribunal Federal) em processo que apura trama golpista em 2022- sofre perseguição da Justiça brasileira.

    O café e a carne ficaram de fora da lista de exceções, itens considerados relevantes para os EUA. Diante dessa importância, a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) chegou a afirmar que havia a perspectiva de que os americanos reconsiderassem taxar os dois itens, mas isso não ocorreu até o momento.

    Desde a confirmação do tarifaço, o governo brasileiro tem realizado reuniões com representantes do empresariado, incluindo representantes de setores como indústria, alimentos, tecnologia, entre outros, para entender os principais impactos e verificar as demandas de cada área. Os representantes das companhias pediram urgência para amenizar os efeitos negativos sobre a produção e os empregos.

    O anúncio desta quarta é resultado dessas conversas, conduzidas diretamente pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele também manteve contato institucional com os EUA por meio do secretário de comércio, Howard Lutnick, embora o governo tenha enfrentado dificuldades em estabelecer uma negociação com os americanos na tentativa de reverter a situação.

    Lula anuncia linha de crédito de 30 bi a empresas afetadas pelo tarifaço

  • Motta faz ofensiva após motim e determina que comissões acelerem distribuição de emendas

    Motta faz ofensiva após motim e determina que comissões acelerem distribuição de emendas

    O presidente da Câmara já tinha determinado em julho que os líderes partidários e deputados fizessem a indicação de como pretendem gastar o dinheiro

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reuniu os presidentes de seis comissões da Casa nesta terça-feira (12) e determinou que acelerem a indicação das emendas parlamentares alocadas nesses colegiados. As primeiras votações para definir o destino do dinheiro ocorrerão já nesta quarta (13).

    A convocação faz parte de uma ofensiva de Motta para tentar recuperar o controle da Câmara, após o motim que o impediu de presidir as sessões por quase 30 horas com o objetivo de pressioná-lo a aprovar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente está preso desde o início do mês por descumprir medidas cautelares.

    Motta já tinha determinado em julho que os líderes partidários e deputados fizessem a indicação de como pretendem gastar o dinheiro. A Folha de S.Paulo antecipou que cada deputado da base aliada receberia uma fatia de pelo menos R$ 11 milhões extras do Orçamento. O montante pode variar de acordo com a fidelidade ao governo, ao líder do partido e ao próprio Motta.

    As comissões abriram o prazo de indicação dos recursos em julho, mas até agora há deputados e partidos que não enviaram a lista sobre como querem que o dinheiro seja gasto. Essa planilha deve informar o local da obra ou serviço, o autor e CNPJ de quem receberá a verba, de forma a permitir o rastreio e publicidade.

    Motta convocou os presidentes das comissões para uma reunião reservada nesta terça e determinou que eles façam logo as sessões para aprovar as atas com as indicações, mesmo sem a lista completa.

    “Praticamente toda semana teremos a votação de atas na comissão. A partir do momento em que os partidos forem indicando, vamos votando”, disse o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, o deputado Zé Vitor (PL-MG).

    As comissões de Saúde, Esporte, Turismo, Agricultura, Desenvolvimento Urbano e Integração Nacional serão as primeiras a votar as indicações, com sessões marcadas para esta quarta. As listas com o nome dos parlamentares e os beneficiários ainda não foram divulgadas. A promessa é de que se tornem públicas momentos antes da aprovação.

    O escalonamento das votações dificultará, também, um monitoramento mais rápido sobre quem foi favorecido com verbas maiores e o montante para cada partido. Mas deputados afirmam que isso não fez parte de uma estratégia política para evitar insatisfações internas sobre a divisão desigual, e sim uma necessidade diante da demora de alguns partidos em informarem as indicações.

    As emendas de comissão substituíram as emendas de relator, declaradas inconstitucionais pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2022 por falta de transparência. Esse mecanismo era criticado por manter sob sigilo o real responsável por decidir como o dinheiro seria gasto, e se tornou alvo de diversos inquéritos sobre desvios nos recursos.

    As emendas de relator, também chamadas de “orçamento secreto”, eram utilizadas pelo antecessor de Motta, Arthur Lira (PP-AL), para construir maiorias no plenário. O Senado também recebe fatia do montante, cuja distribuição é liderada pelo presidente Davi Alcolumbre (União-AP).

    O Congresso criou para 2024 essa nova modalidade de emenda atrelada às comissões, mas o STF voltou a bloquear os pagamentos e exigir mais transparência.

    A falta de transparência facilitava que a cúpula do Congresso controlasse as verbas para favorecer aliados com mais recursos e prejudicar adversários. Além da distribuição desigual, a execução do repasse não é obrigatória, o que ajuda também o governo a montar uma base de apoio própria no Legislativo para quem apoia as suas pautas.

    Aliados de Motta dizem que a ausência de um instrumento semelhante tem dificultado sua gestão do plenário, e que por isso é importante destravar logo a execução desse dinheiro para que ele possa construir uma base mais fiel e controlar rebeliões.

    Na semana passada, deputados e senadores bolsonaristas fizeram um motim e se apropriaram das mesas diretoras da Câmara e do Senado para impedir que Alcolumbre e Motta pudessem presidir. O gesto foi visto como uma afronta ao poder dos presidentes e um dos momentos de maior fragilização do atual presidente da Câmara.

    Motta faz ofensiva após motim e determina que comissões acelerem distribuição de emendas

  • INSS bloqueia contrato com o Agibank para o pagamento de aposentadorias

    INSS bloqueia contrato com o Agibank para o pagamento de aposentadorias

    Segundo o INSS, a decisão foi tomada após a identificação de práticas consideradas ‘graves violações contratuais’, que comprometem o acesso dos segurados aos serviços do banco

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) suspendeu, nesta terça-feira (12), o contrato com o Banco Agibank S.A., uma das instituições financeiras responsáveis pelo pagamento de benefícios como aposentadorias, pensões e auxílios. Segundo o instituto, a medida foi adotada para apurar possíveis violações graves ao contrato de prestação de serviços.

    Entre as denúncias recebidas está a de que o aplicativo do banco interceptava e redirecionava para o próprio app as chamadas telefônicas feitas para o número 135, central de atendimento do INSS. Quem liga para o 135 pode registrar reclamações -inclusive sobre ressarcimento de descontos indevidos-, pedir benefícios e obter outros atendimentos oficiais do órgão.

    Em nota enviada à reportagem, o Agibank afirmou que uma chamada feita ao número 135 nunca é desviada para o aplicativo da instituição, mas sim direcionada para o site oficial do Meu INSS. Segundo o banco, o procedimento segue parâmetros técnicos definidos pelo órgão previdenciário e está amparado no contrato vigente.

    Segundo o INSS, há também relatos de recusas injustificadas por parte do Agibank à portabilidade de benefícios (quando o aposentado pede para trocar de banco onde irá receber o benefício) e de retenção indevida de valores. Outra prática irregular apontada pelo instituto foi a convocação de beneficiários para comparecer a lojas da instituição, sob a justificativa de tratar sobre descontos de entidades associativas e receber o dinheiro de volta.

    Sobre falhas em pedidos de portabilidade, o banco informa que a mudança é feita exclusivamente pelo beneficiário, seja diretamente no INSS ou na instituição para onde ele passar a receber o pagamento do benefício.

    O Agibank diz que os descontos indevidos não têm qualquer relação com produtos ou serviços oferecidos pela instituição e que não houve qualquer convocação por parte do banco aos clientes impactados. “A comunicação realizada via push [notificações] teve caráter estritamente informativo, com o único propósito de disponibilizar nossos canais de atendimento para eventuais esclarecimentos e atingiu menos de 1% de nossa base de clientes”, diz a empresa. O banco afirma ainda que o serviço foi suspenso após receberem orientação formal do INSS.

    Segundo o INSS, as condutas apontadas nas denúncias configuram infração gravíssima, pois comprometem a relação entre segurados e a autarquia, uma vez que o banco passa a ter conhecimento da intenção do usuário em contatar a Previdência.

    “O INSS reforça que nenhuma instituição financeira está autorizada a atuar como intermediária ou portal de entrada para os canais oficiais de atendimento do instituto”, afirma, em nota, a autarquia.

    Segundo o governo, os segurados que atualmente recebem seus benefícios pelo Agibank continuarão recebendo normalmente. Não é obrigatório tomar nenhuma providência imediata. Aqueles que tiveram seus pedidos de portabilidade recusados devem procurar a ouvidoria do INSS.

    RESSARCIMENTO DE DESCONTOS INDEVIDOS

    Para receber os valores referentes aos descontos associativos indevidos, os segurados não precisam ir até a agência de seu banco. Aqueles que desejam aceitar o acordo previsto pelo INSS podem fazer isto pelo Meu INSS ou em uma agência dos Correios.

    COMO ACEITAR PELO MEU INSS?

    1. Acesse o aplicativo Meu INSS com CPF e senha;
    2. Vá até “Consultar Pedidos” e clique em “Cumprir Exigência” em cada pedido (se houver mais de um);
    3. Role a tela até o último comentário, leia com atenção e, no campo “Aceito receber”, selecione “Sim”;
    4. Clique em “Enviar”. É preciso, então, aguardar o pagamento.

    QUEM AINDA NÃO CONTESTOU OS PAGAMENTOS AINDA PODE PEDIR A DEVOLUÇÃO

    – Entre no site ou aplicativo Meu INSS
    – Informe seu CPF e a senha cadastrada
    – Siga para “Do que você precisa?”
    – Digite: “Consultar descontos de entidades”
    – Caso tenha descontos, marque se foram ou não autorizados
    – Informe email e telefone para contato
    – Declare se os dados são verdadeiros
    – Confirme no botão “Enviar Declarações”
    Neste caso, também é possível ir até uma agência dos Correios para buscar ajuda com a consulta e o pedido de devolução de descontos indevidos.

    INSS bloqueia contrato com o Agibank para o pagamento de aposentadorias

  • Herdeiro de fundador da Casas Bahia é contra antecipação de herança para o irmão

    Herdeiro de fundador da Casas Bahia é contra antecipação de herança para o irmão

    Os herdeiros de Samuel Klein vêm brigando na Justiça há anos e trocam acusações mútuas em público e na Justiça; há ainda um possível novo herdeiro tentando provar que era filho do empresário

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Michael Klein, responsável pelo inventário de seu pai, Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, disse à Justiça que o pedido de antecipação de herança feito pelo irmão caçula, Saul, deve ser negado, e que ele deve ser condenado por litigância de má-fé, quando o pleito judicial é considerado abusivo.

    O inventariante de Samuel foi chamado a opinar sobre o pedido feito pelo irmão em meados de julho à 4ª Vara Cível de São Caetano do Sul, no ABC paulista. Os advogados de Saul disseram no pedido que o empresário precisa antecipar o recebimento de sua parte do dinheiro para lidar com gastos médicos depois de passar por uma cirurgia abdominal que o levou a ficar sob cuidados em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

    Para Michael Klein, Saul e o escritório que administra sua vida financeira estão tratando o inventário de uma “caça ao tesouro” e a “suposta condição médica de Saul foi utilizada como mero artifício para tentar justificar o pleito de antecipação de valores”.

    Os representantes de Saul afirmam que ele precisa de amparo material e tranquilidade para se recuperar. “A criticidade do quadro, aliada à idade avançada do paciente [71 anos], torna a situação bastante grave, a ensejar gastos elevados com cirurgias, internações, medicamentos, cuidadores, convênio de saúde etc.”

    Os advogados de Michael defendem na petição que Saul tem plano de saúde (não precisaria do dinheiro para pagar o hospital) e que suas despesas médicas ou outros gastos são bancados por seu administrador financeiro, o advogado Enzo Gorentzvaig, que foi o responsável pela internação do empresário.

    Michael juntou no processo o contrato firmado pela empresa de Gorentzvaig, a 360 Graus, em 2022, que prevê o custeio de despesas de Saul até R$ 100 mil mensais. O acordo com o advogado prevê que a empresa receberá 30% da parte de Saul na partilha e pode chegar a 50% se outras verbas ainda não listadas entrarem no valor final.

    Para os representantes de Michael, essa remuneração é a real motivação para o pedido de antecipação. Se a herança de Saul for paga, a 360 Graus receberá 30% do valor e não precisará mais bancar as despesas do herdeiro.

    Gorentzvaig diz que o valor mensal gasto pela empresa para manter Saul passa de R$ 100 mil. “Esse valor que a gente colocou no começo do nosso contrato, a gente achou que seria um valor razoável. Nem de longe é esse valor que ele tem de gasto por mês, é muito maior”, afirma.

    O advogado defende a remuneração prevista no contrato e diz que há quatro anos banca as despesas de Saul. “Eu, até agora, não ganhei R$ 1, muito pelo contrário. E eu só vou ganhar por conta do descaso do irmão dele com o Saul, essa é a verdade.”

    O contrato da 360 Graus com Saul Klein já foi alvo dos irmãos Michael e Eva, que pediram na Justiça acesso ao acordo. Eles afirmavam que Saul havia vendido seus direitos de herança para a empresa sem que se soubesse o conteúdo do contrato de prestação de serviços.

    Ao se manifestar contra a antecipação da herança, Michael diz que até o contrato com 360 Graus, Saul Klein insistia na homologação da partilha. Depois, ele teria passado a se opor à finalização. Esse argumento foi apresentado por Michael e Eva também ao pedir acesso ao contrato de Saul com a 360 Graus.

    A empresa que administra a vida financeira de Saul Klein tem Gorentzvaig e o empresário Antônio Carlos Fazio Junior, sogro dele, como sócios. Esse último, segundo Gorentzvaig, conheceu Saul quando ele ainda dirigia a Casas Bahia. Os dois teriam ficado amigos.

    “Esse inventário tem dez, 11 anos. Ele [Saul] levantou R$ 27 milhões em 2021, quando já estava com muito problema de liquidez. Esse dinheiro acabou há muito tempo e há quatro anos ele é 100% financiado por mim e pelo meu sogro”, diz Gorentzvaig.

    Essa antecipação de quinhão da herança também é citada pelos representantes de Michael na manifestação à Justiça. Eles dizem que Saul teve outro pedido de antecipação negado pela Justiça. Por isso, para o inventariante, a solicitação feita agora “afrontaria a coisa julgada.”

    Saul chegou a ter prisão preventiva pedida pela Polícia Civil de São Paulo, que começou a investigá-lo em 2020 em um processo em que jovens o acusam de crimes como estupro, lesão corporal e transmissão de doença venérea. O pedido foi negado pela Justiça em 2022.

    Na época, os advogados do empresário afirmaram que ele nunca cometeu crime algum e que o indiciamento e o pedido de prisão eram “atos discricionários da autoridade policial que não vinculam os demais atores processuais”. Gorentzvaig diz que Saul nunca foi condenado, não é alvo de inquérito e que sua inocência ainda será provada.

    Os herdeiros de Samuel Klein vêm brigando na Justiça há anos e trocam acusações mútuas em público e na Justiça. Além dos dois, outra irmã, Eva, também é herdeira do fundador da Casas Bahia. Há ainda um quarto possível herdeiro que morreu em 2021, tentando provar que era filho de Samuel.

    A coluna Painel S.A. mostrou nesta terça que promotora de Justiça Karla Bugarin pediu o arquivamento de processo em que Saul contestava a autenticidade das assinaturas do pai em contratos envolvendo a companhia e no testamento, datado de 13 de agosto de 2013.

    Saul acusava o irmão de ter falsificado as assinaturas do pai para favorecê-lo e a seus herdeiros na divisão da fortuna. Ele dizia que tinha direito a algo em torno de R$ 3 bilhões e não R$ 500 milhões.

    Herdeiro de fundador da Casas Bahia é contra antecipação de herança para o irmão

  • Lula: Brasil vai propor criação de tarifa para países ricos na COP30

    Lula: Brasil vai propor criação de tarifa para países ricos na COP30

    O presidente Lula afirmou que os países ricos têm uma dívida de mais de US$ 1,3 trilhão por ano por causa das mudanças climáticas

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (12) que, durante a COP30 (Conferência do Clima), em Belém (PA), no mês de novembro, o Brasil vai propor a criação de uma tarifa para países ricos pagarem tarifa para conter as mudanças climáticas.   

    “Nós queremos, na verdade, que haja justiça ambiental. E a COP, no Brasil, será transformada na COP da verdade”, disse em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Band News.

    Lula afirmou que os países ricos têm uma dívida de mais de US$ 1,3 trilhão por ano por causa das mudanças climáticas. Inclusive, ele ressaltou que quer ouvir de chefes de Estado sobre o que pensam sobre os alertas dos cientistas. Se eles acham que há um problema de aquecimento global ou não. A nossa responsabilidade é de não permitir que haja um aquecimento. Na verdade, já está em curso”.

    Educação ambiental

    Na entrevista, o presidente garantiu que pretende colocar educação ambiental no currículo escolar. 

    “Eu acho que uma criança aprendendo como é que faz coleta seletiva de lixo pode educar o pai e a mãe”, afirmou. 

    Lula exemplificou sobre fenômenos como neve na Arábia Saudita, e chuvas no deserto. “É um negócio maluco que está acontecendo no planeta. Eu acho que tem a ver com a irresponsabilidade humana”

    Exploração mineral 

    Lula disse ainda que vai criar um conselho para discutir a exploração mineral do Brasil com subordinação à presidência da República. “Se o Brasil tiver que fazer acordo com o país para explorar algum dos minérios que nós temos aqui, isso terá que ser produzido aqui no Brasil”. 

    Ele criticou o modelo de exploração do minério de ferro com venda do produto e depois compra de material industrializado. “Nós aprendemos uma lição. Nós só temos conhecimento de 30% do nosso território. Nós vamos fazer um levantamento de 100% e vamos utilizar isso como uma forma de fazer com que esse país dê um salto de qualidade”.

    “Se o presidente americano quer discutir, isso se discute numa mesa de negociação, Isso não se discute com taxação”.

    Desconhecimento

    O presidente ponderou que as potências estrangeiras desconhecem que existem 30 milhões de habitantes que moram na Amazônia. 

    Lula defendeu, na entrevista, as decisões do governo nos temas ambientais, o que permitiu a redução do desmatamento em 50% na Amazônia.

    “Eu assumi o compromisso de que a gente vai conseguir chegar a desmatamento zero até 2030”, garantiu em entrevista. 

    Ele disse que é preciso ter orgulho de ser o país com a maior floresta tropical do planeta. “Nós queremos cuidar dela. Cuidando da nossa floresta, da nossa água, do nosso Pantanal, da nossa Caatinga, do nosso Cerrado”

    Lula explicou que a defesa do meio ambiente garante qualidade de vida para o povo trabalhador. “Embaixo de cada copa de árvore, existe um pescador, um seringueiro, um extrativista, um trabalhador rural, um indígena. Essa gente precisa sobreviver”.

    Lula: Brasil vai propor criação de tarifa para países ricos na COP30

  • 'Núcleo crucial' da tentativa de golpe deve apresentar alegações finais

    'Núcleo crucial' da tentativa de golpe deve apresentar alegações finais

    Réus do “núcleo crucial” da tentativa de golpe, incluindo Jair Bolsonaro, apresentam alegações finais ao STF nesta quarta-feira (13). Após essa etapa, o processo seguirá para julgamento na Primeira Turma, com previsão de análise em setembro

    Os réus do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado apresentam nesta quarta-feira, 13, alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as sete defesas que se manifestarão, está a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto pelo descumprimento de medidas cautelares.

    A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, apresentou suas alegações finais em 29 de julho. Além de Bolsonaro e Cid, são réus do “núcleo crucial” Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa).

    A denúncia da PGR sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 foi fatiada em núcleos. Os réus do “núcleo crucial” detinham posições de comando na época dos fatos investigados. Segundo a PGR, “deles partiram as principais decisões” da trama golpista.

    Após a apresentação das alegações finais, o relator do processo, Alexandre de Moraes, elaborará o seu relatório. Não há prazo para a elaboração do voto do relator.

    Após a finalização do relatório, a ação penal está pronta para ser julgada. A data do julgamento será definida pelo presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin. A previsão é de que Zanin reservará as quatro terças-feiras de setembro para a análise do caso.

    A Primeira Turma do STF é formada por cinco dos 11 magistrados da Corte. Além de Moraes e Zanin, integram a Turma Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

    A PGR pediu a condenação de Bolsonaro por cinco crimes que, somados, podem chegar a 43 anos de prisão. Segundo a Procuradoria, Jair Bolsonaro foi o líder da organização criminosa que tentou o golpe de Estado. O então presidente foi o “principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito”.

    'Núcleo crucial' da tentativa de golpe deve apresentar alegações finais