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  • Conselheiro de Trump publica foto nas redes de Moraes com algemas

    Conselheiro de Trump publica foto nas redes de Moraes com algemas

    O governo norte-americano insiste em atacar a soberania do Brasil e usa as redes sociais para propagar mensagens contra o sistema judiciário brasileiro com apoio de bolsonaristas

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Jason Miller, conselheiro central na campanha eleitoral de 2024 do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou neste domingo (3) no X (antigo Twitter) uma imagem em que um manifestante posa com algemas nas mãos e usa uma máscara em alusão ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

    Miller afirmou nas redes que a imagem é um registro de cenas da manifestação bolsonarista em Fortaleza a favor do impeachment do ministro. A manifestação do conselheiro ocorreu horas antes de Moraes decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro nesta segunda-feira (4).

    No domingo (3), políticos aliados de Jair Bolsonaro (PL) fizeram protestos em cidades do país a favor do ex-mandatário e contra Moraes. A oposição também pressiona o Senado pelo andamento de um pedido de impeachment contra o magistrado, considerado o principal alvo do bolsonarismo.

    O cerco contra Moraes aumentou depois que Trump anunciou uma sanção econômica ao ministro via Lei Magnitsky alegando violação à liberdade de expressão e perseguição política contra Bolsonaro e aliados.

    O ato foi usado pela oposição ao governo Lula (PT) como combustível para aumentar a pressão contra o magistrado, que é relator na ação penal no STF que investiga a tentativa de golpe de 2022. Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), Jair Bolsonaro teria liderado a intentona golpista.

    Miller também fez uma postagem dizendo que Trump “está certo sobre o Brasil” e que o STF se tornou a mais poderosa instituição no país. “Ela investiga, acusa, censura e legisla. Agora está agindo como juiz, juri e executor”, afirmou nas redes.

    Ele também fez postagens com cenas de manifestações bolsonaristas fazendo apologia ao governo Trump e pedindo aos Estados Unidos ajuda para intervir no país.

    Em outro momento, Miller repostou publicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre os protestos a favor do impeachment de Lula e de Moraes.

    As imagens publicadas por Miller trazem cenas de manifestações identificadas como sendo de Minas Gerais, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo, bem como homenagem a Clezão, réu pelos ataques do 8 de Janeiro morto na Papuda.

    Em outra publicação, Miller posta foto de um manifestante com um cartão de crédito identificado como “cartão Magnitsky”. O cartão tem a foto de Moraes e tem escrito as frases “Fora, Lula” e “Xandão do Império Supremo”.

    Conselheiro de Trump publica foto nas redes de Moraes com algemas

  • Eduardo Bolsonaro já disse que prisão domiciliar é 'sinônimo de impunidade'

    Eduardo Bolsonaro já disse que prisão domiciliar é 'sinônimo de impunidade'

    “Dá para levar a sério um país onde existe prisão domiciliar?”, questionou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Em pelo menos duas ocasiões, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou o instituto da prisão domiciliar, afirmando ser uma pena leve demais.

    Em postagem de março de 2018, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) postou: “Dá para levar a sério um país onde existe prisão domiciliar?”.

    “O condenado é carcereiro dele mesmo!!! Se não conseguem nem monitorar as tornozeleiras eletrônicas quem dirá cada preso em seu domicílio. A lei de execuções penais e CPP [Código de Processo Penal] precisam ser revisados urgentemente!!!”, escreveu o filho do ex-presidente no então Twitter, hoje X.

    Antes, em 2017, disse que a prisão domiciliar beneficia “ladrão amigo do rei” que seria deslocado das prisões para “mansão”.

    “Ladrão de galinha ir para a cadeia e ladrão amigo do rei para prisão domiciliar (leia-se mansão) é sinônimo de impunidade. Infelizmente juízes se utilizam de brechas nas leis para favorecer alguns. É preciso revogar o instituto da prisão domiciliar”, postou no Twitter.

    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar de Bolsonaro, presidente do Brasil entre 2019 e 2022 e réu em processo sobre uma trama golpista no final de seu governo.

    No domingo (3), durante atos por anistia a réus da trama golpista, Bolsonaro apareceu em vídeos exibidos por apoiadores. O ex-presidente estava proibido de usar redes sociais, mesmo que intermédio de outras pessoas.

    Moraes proibiu visitas na prisão domiciliar, a não ser de advogados e de pessoas autorizadas nos autos, e vetou o uso de celulares pelo ex-presidente, diretamente ou por meio de outras pessoas. O ministro do STF afirmou ainda que o descumprimento da prisão domiciliar resultará na decretação de prisão preventiva.

    O ex-presidente estava proibido de acessar redes sociais e de falar com Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos e cuja atuação para o governo Trump levantar sanções contra o Brasil é investigada pela Polícia Federal.

    Em nota após a decretação da prisão domiciliar, Eduardo chamou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de “psicopata descontrolado” e disse que a determinação não o surpreendeu.

    Nas redes sociais, o filho do ex-presidente também fez um post em inglês no qual afirma que o pai foi preso sem julgamento e que a ordem tem o objetivo de “silenciar o líder da oposição”.

    “Meu pai, Jair Bolsonaro, foi preso hoje por apoiar, de sua própria casa, o povo brasileiro que saiu às ruas para se manifestar contra os abusos do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. E porque eu e meus irmãos postamos fotos dele”, afirmou.

    Eduardo Bolsonaro já disse que prisão domiciliar é 'sinônimo de impunidade'

  • Haddad diz ver possibilidade de acordo sobre mineração entre Brasil e EUA

    Haddad diz ver possibilidade de acordo sobre mineração entre Brasil e EUA

    O governo Trump já sinalizou que o acesso a itens da mineração será um componente central de sua politica externa e tem demonstrado isso na relação com diferentes países, como Ucrânia, China e o próprio Brasil

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta segunda-feira (4) que vê a possibilidade de Brasil e Estados Unidos chegarem a um acordo relacionado à mineração. Para ele, é possível avançar na pauta bilateral por meio da ampliação das trocas comerciais e também em interesses estratégicos.

    “Em se tratando da maior economia do mundo, o Brasil pode participar mais do comércio bilateral. E sobretudo de investimentos estratégicos. Temos minerais críticos e terras raras. Os EUA não são ricos nesses minerais. Nós podemos fazer acordos de cooperação, para produzir baterias mais eficientes. Na área tecnológica temos muito aprender e ensinar”, disse em entrevista à BandNews.

    Estudos do governo brasileiro apontam que o aumento da demanda por baterias, por causa dos investimentos globais em transição energética e substituição de combustíveis fósseis, significa maior extração e mineração de minerais estratégicos -particularmente lítio, cobalto, níquel e grafite. De acordo com levantamentos monitorados pelo Executivo, esses materiais podem ter lacunas de oferta até 2030.

    O governo Trump já sinalizou que o acesso a itens da mineração será um componente central de sua politica externa e tem demonstrado isso na relação com diferentes países, como Ucrânia, China e o próprio Brasil. No mês passado, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, afirmou que o governo americano tem interesse nos materiais críticos em solo brasileiro.

    Haddad mencionou a possibilidade de um acordo dessa natureza quando disse ser necessário despolitizar o debate com os EUA e negociar no âmbito comercial. Ele defendeu que há forças políticas querendo que o país seja governado por quem quer entregar riquezas nacionais -citando inclusive as terras raras, conjunto de 17 elementos usados em uma gama de setores (como o da indústria bélica).

    Em outro momento, Haddad disse que os EUA precisam aumentar a presença no Brasil e transferir conhecimento. “Há soluções de benefício mútuo que estamos perseguindo não agora, mas desde que o presidente Lula tomou posse”, disse.

    “Estamos há mais de dois anos sentados com as autoridades americanas, dizendo a eles ‘vocês têm que voltar a investir na América do Sul, vocês estão se retirando da América do Sul, vocês têm que voltar a investir, voltar a gerar emprego, transmitir tecnologia. Para nós é importante a integração do continente americano. Então, a presença de vocês é bem-vinda, é necessária’”, afirmou.

    Haddad também afirmou que o Pix é uma solução brasileira que pode ser exportada a outros países. “É uma tecnologia desenvolvida ao longo de pouco mais de dez anos e que hoje é referência mundial. Nós não somos o único detentor dessa tecnologia. Há alternativas, mas o Brasil largou na frente em moeda digital. Então, para quem está com medo de cripto, para quem está com medo de desdolarização, nós temos uma tecnologia que pode interessar, pode interessar muito ao mundo”.

    O ministro tem tentado uma conversa com Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, apesar da dificuldade de agenda. “O secretário Bessent concentra uma quantidade enorme de acordos, são dezenas de países sob sua responsabilidade. Até semana passada ele estava na Europa […] e disse que antes de voltar aos EUA teria muita dificuldade de ter janela para uma reunião ainda que virtual comigo. Desde a semana passada, sexta-feira, eles manifestaram interesse de talvez nesta semana marcar essa reunião”, disse.

    Enquanto as tentativas de negociação prosseguem, o Brasil também deve anunciar oficialmente um programa para socorrer empresas impactadas pelo problema. De acordo com o ministro, o pacote conterá medidas de crédito e poderá ter um impacto primário nas contas públicas, embora considerado por ele como pequeno.

    O ministro afirmou que o programa conterá diferentes medidas, embora não tenha como grande foco produtores de commodities -já que esses produtos, disse, poderão ser facilmente redirecionados a outros mercados. Mesmo assim, citou a possibilidade de compras governamentais resolverem a falta de compradores no curto prazo. Segundo ele, as medidas de crédito serão companhias que produzem artigos sob medida para a indústria americana.

    Como mostrou a Folha de S.Paulo, o plano em elaboração pelo governo para minerais estratégicos se arrasta mesmo com a crescente demanda estrangeira pelos materiais. Representantes da gestão de Donald Trump têm demonstrado insatisfação e apontado que o tema é mais um ingrediente de desconforto na relação com a gestão Lula (PT).

    O ritmo contrasta com a urgência adotada por outros países na obtenção e no processamento de minerais críticos, aqueles essenciais para equipamentos de alta tecnologia, como nióbio, grafite (grafeno), níquel e terras raras, e cuja falta pode causar graves impactos econômicos.

    Haddad diz ver possibilidade de acordo sobre mineração entre Brasil e EUA

  • Ações de filhos de Bolsonaro e Nikolas motivam ordem de Moraes sobre prisão domiciliar

    Ações de filhos de Bolsonaro e Nikolas motivam ordem de Moraes sobre prisão domiciliar

    Moraes destacou na sentença que Nikolas Ferreira fez uma chamada de vídeo com Bolsonaro durante ato para impulsionar ataques contra o STF e tentar coagir os ministros e obstruir a Justiça

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – A participação por telefone de Jair Bolsonaro (PL) nas manifestações, que ocorreram no domingo (3), foi decisiva para o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinar a prisão domiciliar do ex-presidente.

    Em sua decisão, o ministro elencou uma série de postagens dos filhos de Bolsonaro e citou a ligação em vídeo com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) como provas de que o ex-presidente burlou as medidas cautelares que lhe haviam sido impostas. Nikolas participava do protesto bolsonarista na avenida Paulista, em São Paulo.

    “O réu atendeu ligação por chamada de vídeo do Deputado Federal, NIKOLAS FERREIRA, oportunidade em que o parlamentar utilizou JAIR MESSIAS BOLSONARO para impulsionar as mensagens proferidas na manifestação na TENTATIVA DE COAGIR o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E OBSTRUIR A JUSTIÇA e com amplo conhecimento das medidas cautelares impostas […]”, diz um trecho da decisão de Moraes.

    As medidas cautelares impostas no fim de julho proibiam Bolsonaro de usar suas redes sociais ou as de terceiros, de fazer contato com embaixadores e diplomatas, e de ter contato com pessoas investigadas. Também ficou determinado que Bolsonaro teria de usar tornozeleira eletrônica, tendo também de respeitar horários de recolhimento domiciliar.

    Em sua decisão, Moraes mostra de que maneira Bolsonaro burlou a proibição de usar as redes sociais, anexando uma série de postagens dos filhos. Numa delas, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-presidente aparece sentado numa cadeira, com camisa de time e tornozeleira à mostra, enquanto se dirige à multidão, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. “Palavras de Bolsonaro em Copacabana. A legenda é com vocês”, dizia a legenda.

    O ministro do STF ressaltou que Flávio apagou a postagem logo depois, em “um claro intuito de omitir o descumprimento das medidas cautelares praticado por seu pai.” Também Flávio publicou uma foto em que agradeceu, em inglês, a ajuda dos Estados Unidos. Para Moraes, o senador manifestou apoio às sanções econômicas do governo americano.

    Na decisão do ministro, há ainda uma postagem do vereador Carlos Bolsonaro (PL) incitando que seu público também siga a conta de seu pai. Segundo Moraes, os filhos de Bolsonaro protagonizaram uma ação coordenada para atacar o STF.

    “A participação dissimulada de JAIR MESSIAS BOLSONARO preparando material pré fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais, demonstrou claramente que manteve conduta ilícita de tentar coagir o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL e obstruir a JUSTIÇA, em flagrante desrespeito as medidas cautelares anteriormente impostas”, afirma outro trecho da decisão.

    Moraes proibiu visitas na prisão domiciliar, a não ser de advogados e de pessoas autorizadas nos autos, e vetou o uso de celulares, diretamente ou por meio de outras pessoas. O ministro do STF afirmou ainda que o descumprimento da prisão domiciliar resultará na decretação de prisão preventiva. Em nota no início da noite desta segunda, a Polícia Federal informou ter cumprido, no fim desta tarde, o mandado de prisão domiciliar e de busca e apreensão de telefones celulares.

    Nas páginas iniciais do decreto, Moraes relembrou que havia pedido esclarecimentos à defesa de Bolsonaro sobre o descumprimento de medidas cautelares. O ministro lembrou o episódio em que o ex-presidente foi a público exibir a tornozeleira eletrônica e reafirmou que, em nenhum momento, o proibiu de conceder entrevistas.

    A decisão o torna o quarto ocupante do cargo máximo do país a ser preso desde a redemocratização –antes dele, já tiveram o mesmo destino Fernando Collor, Lula (PT) e Michel Temer (MDB). “Como diversas vezes salientei na presidência do TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, A JUSTIÇA É CEGA, MAS NÃO É TOLA!!!!”, escreveu Moraes no decreto da prisão domiciliar de Bolsonaro.

    Ações de filhos de Bolsonaro e Nikolas motivam ordem de Moraes sobre prisão domiciliar

  • Governo Trump critica Moraes e diz que vai responsabilizar quem ajudar ministro

    Governo Trump critica Moraes e diz que vai responsabilizar quem ajudar ministro

    Governo Trump volta a tentar interferir na Justiça e usa caso de Bolsonaro para atacar a soberania brasileira

    WASHINGTON, EUA (CBS NEWS) – O governo Donald Trump informou que condena a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que responsabilizará aqueles que ajudarem o magistrado.

    O posicionamento foi feito por meio de post no X (ex-twitter) na página do Escritório para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, que trata da diplomacia americana.

    “O ministro Moraes, agora sancionado pelos EUA como violador de direitos humanos, continua usando as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia. Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro se defender publicamente não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!”, diz a mensagem.

    “Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impõe prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que auxiliarem ou colaborarem com condutas sancionadas”, continua o texto.

    Governo Trump critica Moraes e diz que vai responsabilizar quem ajudar ministro

  • Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

    Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

    Ministro do STF impõe tornozeleira eletrônica e proibição de visitas após ex-presidente descumprir restrição ao uso de redes sociais por meio de aliados

    Na tarde desta segunda-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), justificando o descumprimento das medidas cautelares impostas a ele.

    Na decisão, o ministro cita que Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados – incluindo seus três filhos parlamentares – para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

    Durante atos pró-Bolsonaro neste domingo (3), Flávio subiu em um trio-elétrico fez uma chamada com o pai, que fez um discurso para apoiadores. Instantes depois, o filho do ex-presidente publicou a mensagem com vídeo nas redes sociais.

    Para o ministro, a atuação do ex-presidente, mesmo sem o uso direto de seus perfis, burlou de forma deliberada a restrição imposta anteriormente. “Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro”, destacou Moraes.

    Com isso, Moraes determinou que Bolsonaro cumpra prisão domiciliar em seu endereço residencial. A decisão inclui: uso de tornozeleira eletrônica, proibição de visitas (salvo por familiares próximos e advogados) e recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.

     

     

    Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

  • Fachin critica sanção de Trump a Moraes e cita desafio de autocontenção do STF

    Fachin critica sanção de Trump a Moraes e cita desafio de autocontenção do STF

    O ministro disse que divergências entre magistrados não deveriam ser interpretadas como discórdias institucionais e falou na necessidade de buscar equilíbrio na autocontenção da corte para não confundir a atitude com omissão

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O ministro do STF Edson Fachin chamou de “absolutamente indevida” a sanção dos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes via Lei Magnitsky, que penalizou economicamente o magistrado.

    Ele chamou a ofensiva de “ameaça” já conhecida, em referência a contextos autoritários como o golpe de 1964, e falou em desafio de autocontenção para a corte sem que a ação pareça “covardia” ou omissão frente à demanda de defesa dos princípios constitucionais.

    “Eu entendo que punir um juiz por decisões que tenha tomado é um péssimo exemplo de interferência indevida. Ainda mais quando isso advém de um país estrangeiro”, afirmou.

    “Pode-se concordar ou não com as decisões de um determinado juiz. Quando não se concorda, recorre ou critica publicamente. Isso é próprio da democracia, mas punir dessa forma, ou mesmo punir internamente, juiz por decisão tomada pelo conteúdo dos efeitos políticos e ideológicos da decisão é absolutamente indevido. É algo que, no meu modo de ver, representa uma ofensa aos princípios mais comezinhos da independência e da autonomia judicial”, afirmou.

    O ministro disse que divergências entre magistrados não deveriam ser interpretadas como discórdias institucionais e falou na necessidade de buscar equilíbrio na autocontenção da corte para não confundir a atitude com omissão, dizendo que “não se pode ir tão depressa [na autocontenção] que pareça fuga, nem tão devagar que pareça covardia”.

    Ele também citou uma “nova pandemia de um autoritarismo populista global” que atinge não só tribunais do Brasil, mas também de outros países.

    A fala se deu nesta segunda-feira (4) na Fundação FHC, no centro de São Paulo, durante palestra sobre desafios na presidência da corte a partir de setembro, quando o magistrado assumirá o posto no tribunal.

    Na data, o vice do magistrado vai ser Alexandre de Moraes, relator na ação penal que investiga a trama golpista de 2022 e principal alvo do bolsonarismo.
    Um dos desafios do novo presidente vai ser enfrentar possíveis reações do campo político em caso de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), liderou a tentativa de golpe.

    O ataque à corte e a integrantes já tem episódios inéditos. Pela primeira vez, um magistrado é diretamente sancionado em razão de sua atuação no tribunal, caso de Moraes, penalizado com a Lei Magnitsky na última semana.
    No cenário com desafios à ordem democrática, Fachin falou da necessidade de autocontenção e do fortalecimento de outras instituições que não só a corte para a defesa democrática.

    Segundo ele, a necessidade de contenção se dá em contexto no qual diversos fatores deslocaram a tensão para o Judiciário, como a natureza dos temas que têm chegado ao STF.

    Ele reconheceu que a corte não é o único árbitro do jogo democrático, mas disse que ela tem papel essencial na contenção do autoritarismo.

    “O caminho para uma democracia madura passa menos por concentração de poder no Supremo e mais pelo fortalecimento de outros órgãos também responsáveis por sustentar o pacto democrático”, afirmou.

    O ministro também disse que os sistemas de freios e contrapesos só funcionam em uma democracia se a lógica de cada campo é respeitada. ” À política o que é da política, ao direito o que é do direito”, afirmou.

    Em junho, Fachin completou 10 anos na corte. Ele foi empossado em 2015 depois de indicação da então presidente Dilma Rousseff (PT).

    Fachin critica sanção de Trump a Moraes e cita desafio de autocontenção do STF

  • Luiz Marinho diz que resultado do Caged de junho que será divulgado vai ser 'bom'

    Luiz Marinho diz que resultado do Caged de junho que será divulgado vai ser 'bom'

    A mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro aponta para criação líquida de 175 mil empregos formais em junho

    O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho, que vai ser divulgado na segunda-feira, 4, vai ser “bom.” Ele falou com ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no fim do 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília.

    A mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro da pesquisa Projeções Broadcast aponta para criação líquida de 175 mil empregos formais em junho, após um saldo positivo de 148.992 vagas em maio.

    Desemprego fica abaixo de 6% pela 1ª vez no Brasil

    A taxa de desemprego do Brasil recuou a 5,8% no trimestre encerrado em junho, após marcar 7% nos três meses até março, que servem de base de comparação, segundo dados divulgados nesta quinta (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    O novo indicador é o menor da série histórica iniciada em 2012. Também é a primeira vez que a taxa fica abaixo de 6%. Até então, o menor nível havia sido de 6,1% até novembro de 2024. Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), cuja série histórica passou por atualização nesta quinta.

    Luiz Marinho diz que resultado do Caged de junho que será divulgado vai ser 'bom'

  • Tarifaço fortalece Alckmin como vice de Lula em 2026 após pressão petista por candidatura em SP

    Tarifaço fortalece Alckmin como vice de Lula em 2026 após pressão petista por candidatura em SP

    Grupo do presidente deve formar palanques estaduais repletos de ministros, com foco no Senado

    BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O protagonismo de Geraldo Alckmin (PSB) na reação ao tarifaço imposto a produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fortaleceu o vice-presidente para se manter no posto na chapa de Lula (PT) em 2026.

    Essa é a avaliação de integrantes do governo Lula e de aliados de Alckmin. O papel do vice-presidente, ainda assim, é motivo de disputa: setores petistas querem que ele seja candidato a senador ou governador por São Paulo em 2026, enquanto o PSB demonstra querer mantê-lo no posto de vice.

    Segundo relatos, o próprio Alckmin sinalizou não ter interesse em deixar o posto que hoje ocupa e acredita que conseguiu conquistar a confiança de Lula para isso. O presidente, por sua vez, ainda não teve uma conversa definitiva sobre o tema com ele ou dirigentes do PSB.

    Além disso, aliados do vice-presidente traçam um cenário em que, entre os partidos aliados, o PSB é o único que tem clareza total de que estará com Lula em 2026. Nos demais, há dissidências que impõem discussões internas.

    As conversas são parte de uma articulação mais ampla em torno dos palanques que Lula conseguirá montar nos estados. O quadro mais provável é que diversos ministros sejam candidatos a senador ou governador, em um esforço do lulismo para conter o avanço do bolsonarismo no Senado e para fortalecer a campanha de reeleição do petista.

    Em junho, durante a convenção nacional do PSB que oficializou João Campos, prefeito de Recife, como presidente do partido, Lula falou da importância da eleição para a Casa em 2026.

    “Precisamos ganhar maioria no Senado, senão esses caras vão avacalhar a Suprema Corte. Não é porque a Suprema Corte é uma maçã doce. Não. É porque precisamos preservar as instituições que garantem o exercício da democracia nesse país”, afirmou.

    O presidente fez ainda um gesto ao partido, durante o evento: “Nós sempre governamos juntos. Nunca tive problema com o PSB em lugar nenhum, mesmo quando divergia. Quando acabava a eleição a gente encontrava jeito”.

    Quem defende, no entorno de Lula, que a vaga de Alckmin seja aberta para um partido de centro leva em conta o fato de que o PSB já estará com o petista no ano que vem e seria melhor usar a vaga de vice como chamariz para outras siglas.

    Para dar corpo à campanha de Lula nos estados, petistas projetam candidaturas de ministros de partidos aliados e também afirmam que alguns nomes terão que ir para o sacrifício. No jargão político, isso significa entrar na eleição com chances pequenas de vitória, só para marcar posição ou apoiar um aliado.

    Essa discussão ainda não está estruturada dentro do partido. As conversas sobre o tema devem começar a avançar diante da posse, no domingo (3), do novo presidente do PT, Edinho Silva.

    O estado mais visado é São Paulo, maior colégio eleitoral do país, com 34 milhões de eleitores.

    Governistas avaliam que podem ter uma candidatura competitiva ao governo paulista e ganhar uma das duas vagas que estarão em disputa no Senado caso os candidatos sejam Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Nem Alckmin nem Haddad se mostram empolgados com a ideia.

    Outro nome especulado para uma candidatura ao Senado por São Paulo é o da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). Essa ideia tem obstáculos, como o fato de Tebet ter feito sua trajetória política em Mato Grosso do Sul e se mostrar resistente a trocar de estado.

    Um nome provável para uma chapa lulista em São Paulo é o de Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo. Ele quer ser candidato a governador. Além disso, petistas começaram a avaliar a possibilidade de oferecer uma das vagas de candidato ao Senado ao deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP).

    Em Minas Gerais, é possível que um dos candidatos a senador no campo lulista seja o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Ele disse à Folha que gostaria de concorrer. O provável candidato a governador é o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD). Petistas mineiros também tentam atrair o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, hoje sem partido, para uma chapa lulista no estado.

    Outro dos principais ministros do governo que provavelmente disputará a próxima eleição é Rui Costa (Casa Civil), na Bahia. O PT é poderoso no estado e poderá lançar uma chapa quase toda composta por seus quadros: além de Costa, Jaques Wagner deverá concorrer à reeleição como senador, e o governador Jerônimo Rodrigues pode se candidatar a mais um mandato no cargo.

    Em Pernambuco, uma das vagas ao Senado é de Humberto Costa (PT). A outra é disputada pelo ministro Silvio Costa Filho (Republicanos), por Miguel Bezerra Coelho (MDB) -filho do ex-lider de Jair Bolsonaro (PL) e de Dilma Rousseff (PT) no Senado, Fernando Bezerra Coelho- e pela ex-deputada Marília Arraes (Solidariedade).

    Há no entorno de Lula quem defenda, por exemplo, que as duas vagas de candidato ao Senado em Pernambuco sejam de partidos aliados. O provável candidato a governador dessa aliança será o prefeito João Campos.

    Também são cotados para candidaturas ao Senado os ministros Carlos Fávaro (PSD, Agricultura), por Mato Grosso, e Waldez Góes (PDT, Desenvolvimento Regional), pelo Amapá.

    O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), será candidato ao Governo de Alagoas. O movimento, porém, é motivado pela política local. Foi a maneira encontrada pelo ministro para manter seu grupo político coeso. Ele tem mandato de senador, e foi governador de 2015 a 2022.

    Setores do PT gostariam que a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, fosse candidata ao Senado pelo Paraná.

    Essa poderia ser considerada uma candidatura de sacrifício: Gleisi tem uma reeleição certa como deputada federal e enfrentaria muitas dificuldades para vencer uma disputa ao Senado em um dos estados mais bolsonaristas do Brasil.

    No cenário atual, porém, é pouco provável que Gleisi dispute uma vaga na Casa. Pesa a favor dela o argumento de que sua votação para deputada federal ajuda a eleger colegas de partido para a Câmara. Só um pedido direto de Lula a faria se candidatar a senadora. O presidente da República, até o momento, não fez movimentos nesse sentido.

    Tarifaço fortalece Alckmin como vice de Lula em 2026 após pressão petista por candidatura em SP

  • Governo vai priorizar indústria nacional em compras de R$ 2,4 bi para o SUS após tarifaço

    Governo vai priorizar indústria nacional em compras de R$ 2,4 bi para o SUS após tarifaço

    Os produtos serão selecionados em edital do Novo PAC para a área da saúde

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo federal afirma que irá priorizar a compra de produtos da indústria nacional durante uma seleção de R$ 2,4 bilhões em equipamentos para o SUS.

    O anúncio foi realizado nesta segunda-feira (4), dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar o decreto que elevou para 50% a sobretaxa a produtos importados do Brasil.

    “Isso significa que os equipamentos brasileiros poderão ser adquiridos mesmo que seus preços sejam entre 10% e 20% superiores aos similares importados”, afirma nota divulgada pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

    Os produtos serão selecionados em edital do Novo PAC para a área da saúde.

    Uma resolução publicada pela Casa Civil na última semana listou os itens que terão aplicada a margem de preferência para a indústria nacional.

    A lista inclui dispositivos utilizados na atenção primária, como para diagnóstico, cadeira de rodas e câmara fria para conservação de vacinas. O edital ainda deve incluir aparelho de anestesia, ultrassom portátil e outros produtos voltados à atenção especializada.

    Em nota enviada pelo Mdic, o ministro e vice-presidente, Geraldo Alckmin, afirma que o governo mobilizará “todos os instrumentos para defender a economia brasileira”, como as compras públicas.

    “Atualmente, o Brasil produz em torno de 45% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde. A meta da NIB [Nova Indústria Brasil] é elevar a produção a 50% até 2026 e a 70% até 2033”, afirma ainda a nota do ministério.

    O presidente dos EUA assinou na quarta-feira (30) o decreto que implementa uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos importados do Brasil, elevando o valor total da sobretaxa para 50% –considerando os 10% anunciados em abril.

    A nova norma tem uma lista com quase 700 exceções, que livram 43% do valor de itens brasileiros exportados para os EUA, segundo levantamento feito pela Folha. Trump associou a medida contra o Brasil ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL).

    Em evento do PT realizado no domingo (3), o presidente Lula disse que há limites na negociação da sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos, e demonstrou preocupação com a relação diplomática com o país.

    O governo tem que fazer aquilo que ele tem que fazer. Por exemplo, nessa briga que a gente está fazendo agora, com a taxação dos Estados Unidos, eu tenho um limite de briga com o governo americano. Eu não posso falar tudo que eu acho que eu devo falar, tenho que falar o que é possível, porque eu acho que nós temos que falar aquilo que é necessário”, disse.

    O presidente Lula também pediu a sua equipe informações sobre medicamentos importados dos EUA e os insumos necessários para a sua fabricação.

    Na última semana, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT) disse que um “abuso tarifário” tem impactos na área da saúde, mas afirmou que é preciso ter cautela sobre as medidas tomadas por Trump. “A gente recebe todos os arroubos do presidente Trump com muita sensatez, alerta, ficando atento aos impactos. Qualquer medida de ataque ao livre comércio, qualquer abuso tarifário, impacta na saúde”, disse Padilha

    Governo vai priorizar indústria nacional em compras de R$ 2,4 bi para o SUS após tarifaço