Aviões e drones militares chineses intensificaram sobrevoos em torno de Taiwan após a travessia de navios de guerra norte-americano e britânico pelo estreito, movimento classificado por Pequim como provocação e que elevou o risco de tensão na região
O Exército da China intensificou as atividades militares em torno de Taiwan nos últimos dias, depois que um contratorpedeiro dos Estados Unidos e uma fragata britânica cruzaram o Estreito de Taiwan na sexta-feira (12). A movimentação foi confirmada pelo Ministério da Defesa de Taiwan.
Segundo o relatório mais recente, entre a noite de domingo (14) e a noite de segunda-feira (15), 24 aeronaves chinesas — entre caças, bombardeiros, aviões de apoio e drones — sobrevoaram os arredores da ilha. Desse total, 15 cruzaram a linha divisória do Estreito e entraram na zona norte, sudoeste e leste da chamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan. Pelo menos três drones chegaram a contornar a ilha.
Este foi o terceiro dia consecutivo em que drones chineses sobrevoaram Taiwan de forma total ou parcial, um padrão de voo considerado incomum. Desde sábado (13), foram registradas 108 aeronaves militares chinesas nas proximidades, sendo que 89 ultrapassaram a linha média do Estreito e entraram na ADIZ, o ritmo mais intenso de incursões registrado em setembro.
A intensificação ocorre após a passagem do contratorpedeiro norte-americano USS Higgins e da fragata britânica HMS Richmond, ato que Pequim classificou como provocação.
“As ações dos Estados Unidos e do Reino Unido transmitem sinais equivocados e prejudicam a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan. As tropas mantêm um nível elevado de alerta e defenderão firmemente a soberania e a segurança nacionais”, declarou o coronel Shi Yi, porta-voz do Comando do Teatro de Operações Oriental do Exército chinês.
No início do mês, em 6 de setembro, a China já havia criticado a passagem de navios de guerra do Canadá e da Austrália pela mesma região.
Apesar das repetidas reclamações de Pequim, os EUA e seus aliados mantêm o hábito de atravessar o Estreito de Taiwan cerca de uma vez por mês. A China considera tanto a ilha quanto as águas do estreito como parte “inalienável” do seu território.
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