O presidente da Venezuela atacou a líder opositora, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2025 por sua luta democrática. Machado respondeu dizendo que o regime de Maduro “está isolado e tem os dias contados”.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou a líder opositora María Corina Machado de “bruxa demoníaca” após a política vencer o Prêmio Nobel da Paz de 2025, na sexta-feira (10).
Durante um discurso no domingo (12), Maduro evitou citar o nome de Machado ou mencionar o prêmio, mas afirmou que “cerca de 90% da população rejeita a bruxa demoníaca da sayona”. A expressão “sayona”, usada com frequência pelo governo venezuelano, faz referência a um espírito vingativo do folclore local e tem sido utilizada de forma pejorativa contra a líder da oposição.
Em resposta indireta, María Corina Machado elogiou a postura dos Estados Unidos, destacando o papel do governo de Donald Trump no isolamento internacional do regime de Maduro. Segundo ela, “a posição firme de desmantelar os cartéis de droga mudou completamente a dinâmica” política na região.
Os Estados Unidos mantêm operações militares no mar do Caribe com o argumento de combater o tráfico de drogas que passaria pela Venezuela. Washington acusa Maduro de chefiar uma rede ligada ao narcotráfico.
Maduro reagiu afirmando que o país “quer a paz, mas uma paz com liberdade e soberania”. O presidente ordenou ainda a criação de “brigadas de milícias indígenas” para defender a Venezuela “caso seja necessário” diante do que classificou como ameaças militares americanas.
Durante um evento em Caracas pelo Dia da Resistência Indígena, o líder venezuelano afirmou ter recebido cartas de povos originários de toda a América Latina “dispostos a lutar para defender a República Bolivariana”. Ele ordenou ao comandante da Milícia Bolivariana, Orlando Romero, que acelere a expansão dessas forças no território nacional.
“Se querem a paz, preparem-se para conquistá-la com unidade popular, militar e policial. A ordem está dada: exerçam a soberania e defendam o direito à vida”, declarou.
Machado, que vive há mais de um ano na clandestinidade, dedicou o Prêmio Nobel da Paz ao povo venezuelano. Em vídeo publicado nas redes sociais, afirmou que o reconhecimento é “para aqueles que nunca desistem e escolhem a liberdade como caminho para a paz, mesmo quando tudo os empurra para o ódio”.
Em entrevista ao jornal argentino La Nación, a ex-deputada afirmou que o prêmio tem “um impacto profundo” no regime de Caracas e simboliza que “Maduro está isolado e tem os dias contados”.
O Comitê Norueguês do Nobel destacou que María Corina Machado foi premiada por seu “trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
Deixe um comentário