Governo de Taiwan sofre 2,8 milhões de ataques informáticos por dia

Relatório do Gabinete de Segurança Nacional de Taiwan aponta que os ataques, atribuídos ao Partido Comunista Chinês, miram setores de defesa e relações exteriores. O governo também identificou campanhas de desinformação nas redes sociais e registrou 24 casos de espionagem apenas nos primeiros nove meses de 2025

Os serviços do governo de Taiwan registraram uma média de 2,8 milhões de ataques cibernéticos por dia em 2025, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (13) pelo Gabinete de Segurança Nacional (NSB) do país.

De acordo com o relatório, citado pela agência estatal CNA, os ataques se concentraram em áreas estratégicas como infraestruturas críticas e informações sigilosas sobre cooperação internacional. Entre os principais alvos estão sistemas ligados à defesa nacional, relações exteriores e comunicações, com o objetivo de roubar dados confidenciais e interromper o desenvolvimento de serviços essenciais.

O NSB informou ainda que as autoridades identificaram mais de 1,5 milhão de conteúdos falsos ou manipulados circulando nas redes sociais neste ano. Essas publicações, disseminadas por perfis anônimos ou automatizados, buscavam influenciar a opinião pública, estimular divisões internas, promover narrativas favoráveis à China e gerar desconfiança em relação aos Estados Unidos.

As investigações apontam que o Partido Comunista Chinês estaria por trás dessas ações, conduzindo uma campanha de desinformação baseada na estratégia de “usar Taiwan para atacar Taiwan”, termo usado para descrever operações em que agentes infiltrados ou cidadãos locais reproduzem mensagens pró-Pequim.

O relatório também revela que 24 pessoas foram indiciadas por espionagem em Taiwan nos primeiros nove meses de 2025, incluindo 13 atuais ou ex-funcionários públicos. O NSB acusa o Exército chinês e os órgãos de segurança de Pequim de coordenarem uma rede de ciberataques, com participação de civis, para roubar informações estratégicas e espionar instituições taiwanesas.

Nos últimos anos, Taiwan tem denunciado o aumento das chamadas táticas de “zona cinzenta” adotadas pela China, ações que ficam no limite entre a guerra aberta e a pressão política, incluindo o envio de balões de vigilância, a disseminação de notícias falsas e a invasão de sistemas governamentais.

Taiwan é autogovernada desde 1949, quando o regime nacionalista derrotado na guerra civil chinesa se refugiou na ilha. Hoje, o território é considerado uma das democracias mais avançadas da Ásia, com economia e instituições independentes de Pequim. A China, no entanto, considera a ilha uma província rebelde e vem intensificando esforços militares e políticos para alcançar a “reunificação nacional”, um dos principais objetivos do presidente Xi Jinping.

Governo de Taiwan sofre 2,8 milhões de ataques informáticos por dia

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