O foguete europeu Ariane 6 foi lançado nesta terça (4), às 18h02 (de Brasília), da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa. A missão colocou em órbita o satélite Sentinel-1D, que vai monitorar desmatamento, poluição e os efeitos das mudanças climáticas na Terra
O foguete europeu Ariane 6 foi lançado com sucesso na noite de terça-feira (4), às 18h02 no horário de Brasília, a partir do centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa, segundo a agência de notícias France-Presse. Nesta que foi sua terceira missão comercial, o veículo espacial leva a bordo o satélite Sentinel-1D, destinado à observação ambiental da Terra.
A separação entre o foguete e o satélite ocorreu 33 minutos e 51 segundos após a decolagem, por volta das 18h35 (horário de Brasília). O satélite, que pesa pouco mais de duas toneladas, será posicionado em uma órbita heliossíncrona a cerca de 700 quilômetros de altitude. Esse tipo de trajetória permite que o equipamento sobrevoe os polos e capture imagens de todo o planeta sempre no mesmo horário solar, facilitando a comparação de dados ao longo do tempo.
Fabricado pela Thales Alenia Space dentro do programa Copernicus, da União Europeia, o Sentinel-1D tem como objetivo fornecer informações cruciais para monitorar o derretimento do gelo polar, o avanço de glaciares, desmatamentos, vazamentos de petróleo e outros efeitos das mudanças climáticas, como inundações e deslizamentos de terra. Os dados serão disponibilizados para cientistas, autoridades e instituições em todo o mundo.
Com vida útil estimada em sete anos e meio, o Sentinel-1D deve se juntar ao Sentinel-1C, lançado em dezembro de 2024, e substituir o Sentinel-1A, em operação desde 2014 e já próximo do fim de sua missão.
“Esses satélites trabalham em pares, são praticamente idênticos”, explicou Pier Bargellini, chefe do programa Copernicus da Agência Espacial Europeia (ESA).
O presidente da Arianespace, David Cavaillolès, elogiou a precisão do lançamento:
“Isso permite que o cliente utilize o satélite por mais tempo, já que ele não precisa gastar combustível para ajustar a órbita”, disse após a decolagem.
A Arianespace planeja pelo menos mais um lançamento comercial do Ariane 6 ainda em 2025. Em setembro, a empresa reduziu a previsão anual de cinco para quatro lançamentos, mas afirmou que pretende dobrar esse número em 2026.
Com o sucesso das missões do Ariane 6, a Europa recupera sua autonomia no acesso ao espaço, um passo estratégico em meio às tensões diplomáticas entre Estados Unidos e Rússia, que impactaram a cooperação internacional no setor aeroespacial.

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