Fala homofóbica de Abel pressiona o Internacional e mina estratégia contra o Z-4

© LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A fala homofóbica de Abel Braga durante a entrevista de apresentação como técnico do Internacional, no último domingo, foi péssima para o clube gaúcho. Não só pela atenção desnecessária em momento difícil, mas por novos embates internos em meio à luta contra o rebaixamento.

“Eu não quero mais a p* do meu time treinando de camisa rosa, que parece time de veado”, disse Abel Braga.

Por essa fala, Abel está sendo denunciado por grupos da comunidade LGBTQIA+ no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Segundo eles, o treinador do Internacional precisa ser punido de maneira exemplar.

AMBIENTE PESADO

Não é a primeira vez que um técnico do time gaúcho viraliza por fala preconceituosa em 2025. Em novembro, Ramón Díaz, cuja demissão recente motivou a chegada de Abel Braga, utilizou termos machistas em entrevista coletiva.

“Isso temos que ter muito cuidado. Eu vou falar com o presidente. Não pode ser que, em um clube tão importante, se passe isso, o que aconteceu hoje. Porque foi incrível. O futebol é para homens, não é para meninas, é para homens”, disse Díaz.

Na época, o Internacional precisou emitir uma nota oficial sobre o assunto. Dessa vez, o próprio Abel Braga pediu desculpas após a situação delicada.

“Colorados e Coloradas, em primeiro lugar reconheço que não fiz uma colocação boa sobre a cor rosa durante na minha coletiva. Antes que isso se prolifere, peço desculpas. Cores não definem gêneros. O que define é caráter. O Internacional precisa de paz e muito trabalho. Vamo, vamo Inter”, escreveu Abel Braga, em uma rede social.

Mesmo com o pedido de desculpas, o estrago já estava feito. A recorrência do problema gera uma insatisfação interna no clube.

A fala homofóbica do comandante também atraiu uma atenção considerada desnecessária nos bastidores, segundo apurou a reportagem. O tom de suposta brincadeira foi relevado por alguns, mas não todos.

A volta de Abel Braga foi justamente para blindar o elenco nos dois últimos jogos do Brasileirão. Tanto que ele deixou o cargo de dirigente do Internacional para assinar contrato não remunerado e válido apenas para as jornadas decisivas.

Dessa forma, com a reação de Abel Braga, o tiro acabou saindo pela culatra. Alguns jogadores também se incomodaram com a fala do treinador, já que os maus resultados não podem ser resumidos a brincadeiras, camisa rosa ou de qualquer outra cor.

Internamente, o Internacional quer um elenco totalmente focado na fuga do rebaixamento. No momento, o Colorado está em 17º com 41 pontos, mesmo número do Santos, mas dentro do Z-4.

Campeão mundial em 2006, Abel Braga é figura importante nos bastidores do Colorado. Os erros do ídolo, porém, podem custar caro. A chance de reverter esse ambiente de pressão, interna ou externa, é escapando do rebaixamento.

VEJA OS ÚLTIMOS JOGOS DO INTERNACIONAL

– São Paulo x Internacional – 3/12, às 20h, na Vila Belmiro
– Internacional x Red Bull Bragantino – 7/12, às 16h, no Beira-Rio

Yago Carioca, do Valenças Sport Club, morreu, na segunda-feira, aos 30 anos de idade, após a colisão entre um veículo comercial e um caminhão, em Estremoz, no distrito de Évora

Rafael Damas | 14:24 – 02/12/2025

Fala homofóbica de Abel pressiona o Internacional e mina estratégia contra o Z-4

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *