Em conversa telefônica, chanceler Wang Yi criticou medidas unilaterais de Washington, defendeu a soberania venezuelana e reforçou a parceria estratégica entre Pequim e Caracas diante do bloqueio a navios petroleiros
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, manifestou apoio ao governo do presidente Nicolás Maduro diante do endurecimento das sanções impostas pelos Estados Unidos. A posição foi expressa durante uma conversa telefônica com o chanceler venezuelano, Yván Gil, informou o governo chinês.
Segundo Wang Yi, Pequim “se opõe a todas as formas de intimidação unilateral” e apoia países que defendem sua soberania e dignidade. A declaração ocorre um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um “bloqueio total” a navios petroleiros sancionados que entrem ou saiam da Venezuela.
A medida norte-americana intensifica a presença militar iniciada em agosto no mar do Caribe, oficialmente com o objetivo de combater o narcotráfico. O governo venezuelano, no entanto, interpreta a ação como uma tentativa de promover uma mudança de regime no país.
“A Venezuela tem o direito de desenvolver uma cooperação mutuamente benéfica com outros países, e a comunidade internacional compreende e apoia sua posição na defesa de direitos e interesses legítimos”, afirmou Wang Yi, em comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da China.
O chanceler chinês destacou ainda que China e Venezuela são parceiros estratégicos e ressaltou que o apoio e a confiança mútua sempre foram marcas das relações bilaterais.
Durante a conversa, Yván Gil apresentou a Wang Yi um panorama da situação interna venezuelana e afirmou que o governo irá defender com firmeza a soberania e a independência do país, sem aceitar ameaças de potências que classificou como abusivas.
Horas antes, Gil já havia informado, por meio da plataforma Telegram, que discutiu com o ministro chinês as “ameaças e agressões” contra a Venezuela, além dos “riscos que pairam sobre a América Latina e o Caribe”.

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