Autor: REDAÇÃO

  • Brasil defendeu democracia melhor que EUA, diz professor de Harvard

    Brasil defendeu democracia melhor que EUA, diz professor de Harvard

    Steven Levitsky, autor do livro “Como as democracias morrem”, esteve no Senado Federal

    Autor de Como as democracias morrem, o professor de ciência política Steven Levitsky, da Universidade de Harvard, disse nesta terça-feira (12) que o Brasil respondeu melhor à tentativa de golpe de Estado do que os Estados Unidos.  

    Para ele, que participou do seminário Democracia em Perspectiva na América Latina e no Brasil, promovido pelo Senado, a resposta do Brasil à ameaça oferecida pela trama golpista que, segundo a Procuradoria Geral da República, foi liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido consideravelmente mais eficaz do que a resposta americana a medidas autoritárias de Donald Trump.

    “A Suprema Corte Brasileira fez o certo ao defender a democracia agressivamente”, afirmou ele, que comparou: “O Congresso e o Judiciário americanos abdicaram das suas responsabilidades ao encararem o autoritarismo”.  

    Levitsky considera que a grande ironia é que os Estados Unidos estão punindo o Brasil hoje por fazer o que os americanos deveriam ter feito. “Como cidadão americano, eu sinto vergonha dessa situação”

    O professor de Harvard se refere à interferência política de Trump no julgamento de Jair Bolsonaro, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Os Estados Unidos anunciaram tarifas de 50% contra exportações brasileiras, além de uma investigação comercial contra o país e sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

    Para Levitsky, a resposta americana a um presidente autoritário foi fraca por não haver memória coletiva de perda da democracia.

    “Diferentemente do Brasil, da Argentina, da China, da Coreia do Sul e da Alemanha, a sociedade americana não tem memória coletiva de autoritarismo. A gente não tem experiência com autoritarismo”

    Ameaças

    O professor de Harvard ponderou que, diferentemente do passado, em que as liberdades eram revogadas pelas armas dos militares, as democracias hoje “morrem na mão de pessoas eleitas”.

    “São pessoas que atacam as instituições democráticas para subverter tudo. Esses autocratas são populistas”, afirmou.

    Esses líderes populistas, como o pesquisador classifica, teriam como estratégia se impor sobre instituições como o Congresso Nacional ou o Judiciário. “Isso pode levar a crises e a quebra das democracias”, reiterou o professor de Harvard.

    Resiliência e desafios

    Entre esses líderes, o pesquisador exemplificou com presidentes como Jair Bolsonaro, no Brasil, e Javier Milei, atual mandatário na Argentina. No entanto, Levitsky observa que as democracias latino-americanas têm se mostrado resilientes. 

    “Havia muitas razões para esperar que as democracias latino-americanas falhassem na última década. O ambiente internacional está muito menos favorável às democracias do que na década de 1990”, apontou.

    O pesquisador em ciência política ressalta que as condições mudaram drasticamente no Século 21, quando o poder, o prestígio e a autoconfiança do Ocidente liberal declinaram. 

    “Os poderes ocidentais não mais promovem as democracias consistentemente ou energeticamente, como no passado. Essas mudanças no ambiente internacional dramaticamente aumentaram o poder autocrata”, contextualizou o professor, que considera ter se tornado muito mais fácil ser um autocrata hoje do que há 30 anos. 

    No contexto das democracias latino-americanas, ele pontua grandes desafios domésticos, como economias estagnadas, aumento de crime e da violência e escândalos de corrupção. 

    “Isso gerou muito descontentamento em toda a região. Esses problemas foram exacerbados pela Covid-19”.

    Poder de erosão

    Outro poder de erosão da confiança pública nos poderes constituídos teve relação com a expansão das redes sociais. 

    “Não é surpreendente que a satisfação com as democracias caiu drasticamente na América Latina na última década”, considerou ele, que citou que 28% dos latino-americanos não estão satisfeitos com as democracias. 

    O autor avalia que, em 1995, havia dez democracias plenas na América Latina, com eleições diretas e respeito aos direitos humanos.

    “Em 2005, eram 13 democracias plenas, mas, em 2015, só havia 12. Hoje, de acordo com a minha contagem, há 12 democracias, apesar de um ambiente internacional menos favorável”.

    Descontentamentos

    O pesquisador entende que populistas e autocratas têm sido eleitos na América Latina por conta de diferentes tipos de descontentamentos. “Isso ocorre por causa das desigualdades sociais que criam lacunas entre a elite e as massas. Além disso, quando os Estados são ineficazes e fracos, é quase impossível para os gestores governarem bem, independentemente das suas intenções”.

    Levitsky aponta que, mesmo com governos eleitos bem-sucedidos, quando falham na entrega de serviços, as pessoas se frustram. “Parte da população começa a acreditar que todos os partidos políticos são os mesmos”.

    Antigos guardiões

    Para ele, no século passado, os partidos políticos e a mídia serviam como guardiões da democracia. Hoje, autocratas encontram espaços ou até criam seus próprios partidos, e as campanhas online mudaram características dos períodos eleitorais. 

    “Eles podem até ser ignorados pela mídia convencional. Os políticos, hoje em dia, não precisam mais de mediadores. Eles podem responder diretamente aos eleitores deles e inclusive violar normas”

    Como salvar as democracias

    Levitsky entende que a proteção à democracia, diante de líderes autocratas, exige que as nações tenham uma reação institucional do Estado mais forte. Ele exemplifica que essa abordagem foi desenvolvida depois da guerra na Alemanha.

    “Dar o poder às entidades de banir candidatos, mesmo sendo muito arriscado, porque o processo pode ser errado”, diz ele, que cita que erros desse tipo podem ter ocorrido na Venezuela e outros países, como Peru e na Guatemala. 

    “A democracia só vai estar segura quando os políticos convencionais, esquerda, centro e direita, trabalharem ativamente para manter extremistas do lado de fora”

    Esse caminho foi seguido pela Bélgica e pela Finlândia, em 1930, quando a esquerda e a direita se uniram para derrotar os fascistas. “Recentemente, a gente encontrou coalizões democráticas que se juntaram para acabar com forças que não são liberais na França. Se as entidades não vão proteger a democracia, os políticos precisam fazer isso”

    Se instituições e políticos falharem, o pesquisador defende que o guardião da democracia deve ser a sociedade civil. “Os líderes precisam, de maneira enérgica, defender normas democráticas. Todos os tipos de líderes precisam defender a democracia publicamente, Precisam repetidamente lembrar o cidadão que existem linhas que nunca podem ser ultrapassadas”

    Coletânea

    Além da palestra e de discursos de parlamantares, o seminário lançou a coletânea Democracia Ontem, Hoje e Sempre, composta por quatro livros reeditados pelo Conselho Editorial do Senado. 

    Foram lançados os livros 1964 Visto e Comentado pela Casa Branca, de Marcos Sá Corrêa, Sessenta e Quatro: anatomia da crise, de Wanderley Guilherme dos Santos, Explode um Novo Brasil – diário da campanha das Diretas, do jornalista Ricardo Kostcho; e 1964: Álbum Fotográfico de um Golpe de Estado, organizado por Heloisa Starling, Danilo Marques e Livia de Sá.

    Brasil defendeu democracia melhor que EUA, diz professor de Harvard

  • Rivalidade entre Elon Musk e Sam Altman 'aquece' o X: "Seu mentiroso"

    Rivalidade entre Elon Musk e Sam Altman 'aquece' o X: "Seu mentiroso"

    Os empresários multimilionários Elon Musk e Sam Altman discutiram publicamente na rede social X. O ponto de partida foram as acusações de Musk sobre a Apple manipular as tabelas de popularidade da App Store

    A rivalidade entre os bilionários Elon Musk (Tesla, SpaceX, X e xAI) e Sam Altman (OpenAI) já é conhecida há algum tempo, mas ganhou novos capítulos nesta terça-feira (12), quando uma troca de acusações entre os dois ocorreu publicamente na rede social X.

    Tudo começou quando Musk acusou a Apple de manipular o ranking de popularidade da App Store, sugerindo que a empresa poderia estar violando leis de concorrência ao favorecer a OpenAI e o aplicativo ChatGPT em detrimento do Grok, da xAI.

    Em resposta, o cofundador e CEO da OpenAI, Sam Altman, acusou Musk de manipular o algoritmo do X para beneficiar suas próprias publicações e empresas.

    Horas depois, Musk rebateu mencionando o alcance das postagens de cada um na plataforma. “Seu mentiroso, você teve três milhões de visualizações nessa sua publicação de besteira, muito mais do que eu recebi em qualquer uma das minhas, apesar de ter 50 vezes mais seguidores que você”, escreveu.

    Sem se dar por satisfeito, Altman desafiou Musk a assinar uma declaração formal garantindo que nunca fez alterações no algoritmo do X para favorecer publicações próprias ou de suas empresas e prejudicar concorrentes.

    “Você assinaria uma declaração autenticada afirmando que nunca fez mudanças diretas no algoritmo do X para prejudicar concorrentes e beneficiar suas próprias empresas? Pedirei desculpas se você fizer isso”, provocou Altman.

    O CEO da OpenAI ainda fez mais duas postagens respondendo a Musk, sugerindo que o desempenho mais fraco de suas publicações poderia ser resultado de “falta de habilidade” ou até da ação de “bots”.

    O que diz o Grok?

    Após a resposta de Altman, um usuário do X pediu ao Grok que dissesse, de forma imparcial, quem estava com a razão. O chatbot acabou ficando do lado do CEO da OpenAI.

    “Com base em provas verificadas, Sam Altman está certo. As alegações de Musk contra a Apple, por violação das regras de concorrência, são enfraquecidas pela existência de aplicativos como DeepSeek e Perplexity, que chegaram em 2025”, respondeu o Grok, assistente de inteligência artificial criado pela própria xAI, de Musk.

    O bot acrescentou ainda: “Por outro lado, Musk tem um histórico de direcionar mudanças para impulsionar suas publicações e favorecer seus interesses, de acordo com relatos de 2023 e investigações em andamento”, apontando o que classificou como “hipocrisia” do empresário.

    Usuários do X também adicionaram Notas da Comunidade à publicação original de Musk, ressaltando que o aplicativo de inteligência artificial chinês DeepSeek alcançou o primeiro lugar no ranking da App Store em janeiro de 2025. Eles ainda apontaram que o Perplexity atingiu a mesma posição na loja indiana da App Store em julho de 2025 — ambos os casos ocorrendo após o anúncio da parceria entre Apple e OpenAI, em junho de 2024.

    Musk aparentemente ignorou essas observações e preferiu responder a um de seus seguidores com novas acusações de que Sam Altman seria mentiroso. Além disso, fez um trocadilho com o nome de Altman, chamando-o de “Scam” (que significa “golpista” em português).

    “O Scam Altman mente tão facilmente quanto respira”, escreveu Musk.

    Rivalidade entre Elon Musk e Sam Altman 'aquece' o X: "Seu mentiroso"

  • Grok, IA oficial do X de Elon Musk, é suspensa temporariamente na rede

    Grok, IA oficial do X de Elon Musk, é suspensa temporariamente na rede

    Chatbot oficial do X, criado pela empresa de inteligência artificial xAI de Elon Musk, foi temporariamente suspenso após supostamente compartilhar conteúdo impróprio. Grok deu versões diferentes sobre o motivo, enquanto Musk classificou o episódio como um erro e evitou explicar a causa da penalidade

    O Grok é o chatbot oficial da rede social X, de Elon Musk, criado pela xAI, empresa de inteligência artificial fundada pelo próprio bilionário.

    Apesar dessa ligação direta, o Grok foi temporariamente suspenso na plataforma por alguns minutos nesta segunda-feira, 11 de agosto, após supostamente compartilhar um vídeo impróprio.

    Questionado por usuários do X sobre a suspensão e o motivo da medida, o Grok negou a veracidade de uma captura de tela que mostrava a penalidade. “Essa imagem é falsa”, escreveu. “Não estou mais suspenso e estou totalmente operacional. Deve ser uma brincadeira.”

    Segundo o site Business Insider, o chatbot deu respostas diferentes a outros usuários que buscaram mais detalhes. Em uma delas, afirmou ter sido banido por “conduta odiosa proveniente de respostas consideradas antissemitas”. Em outra, disse que a conta foi suspensa após declarar que “Israel e os EUA estão cometendo genocídio em Gaza”.

    Elon Musk também se pronunciou sobre o caso, mas, assim como o Grok, evitou explicar claramente o motivo. “Damos muitos tiros no pé”, publicou em um post. Em outra mensagem, classificou a suspensão como “um erro bobo” e afirmou que “o Grok não sabe por que foi suspenso”.

    Grok, IA oficial do X de Elon Musk, é suspensa temporariamente na rede

  • Lula lança hoje pacote bilionário para empresas afetadas por tarifaço

    Lula lança hoje pacote bilionário para empresas afetadas por tarifaço

    Medida provisória cria linha de crédito inicial de R$ 30 bilhões para companhias prejudicadas pelas tarifas dos EUA. Pacote prioriza pequenas empresas, preservação de empregos e busca de novos mercados, além de apoio jurídico contra a taxação no país norte-americano.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresenta nesta quarta-feira (13) um pacote de socorro às empresas brasileiras prejudicadas pelo tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump. Em entrevista à Band News, Lula adiantou que a medida provisória criará uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para companhias que tiveram prejuízos com as novas taxas.

    Segundo o presidente, o valor inicial poderá ser ampliado, caso haja necessidade. O plano dará prioridade às pequenas empresas e a setores de alimentos perecíveis, como produtores de espinafre, frutas, mel, além de fabricantes de máquinas. “As grandes empresas têm mais poder de resistência. Vamos mostrar que ninguém ficará desamparado pela taxação do presidente Trump”, afirmou Lula.

    A proposta também prevê ações para preservar empregos e buscar mercados alternativos para os produtos atingidos. “Vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas e mandar a outros países a lista das companhias que vendiam para os Estados Unidos. Nosso lema é: ninguém larga a mão de ninguém”, disse.

    Além do crédito, o governo apoiará empresários interessados em recorrer à Justiça americana contra as tarifas. “Não dá para aceitar a taxação do Trump sem reagir. Existem leis nos Estados Unidos e podemos abrir processos”, declarou o presidente.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que os recursos virão por meio de crédito extraordinário ao Orçamento, mecanismo fora do teto de gastos usado em situações emergenciais, como no socorro às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul em 2024. Haddad disse que as medidas foram construídas em diálogo com o setor produtivo e estão “100% prontas” para atender às demandas das empresas afetadas.

    Lula lança hoje pacote bilionário para empresas afetadas por tarifaço

  • Lula diz que finaliza nesta quarta (13) projeto de regulamentação de big techs após vídeo de Felca

    Lula diz que finaliza nesta quarta (13) projeto de regulamentação de big techs após vídeo de Felca

    O petista relembrou da fala da primeira-dama, Janja, ao líder da China, Xi Jinping, sobre a regulamentação das redes

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) afirmou que irá finalizar na quarta-feira (13) um projeto que regulamenta as redes sociais no Brasil. “Nós vamos regulamentar porque é preciso criar o mínimo de comportamento no funcionamento de uma rede digital que fala com criança, com velho e na maioria das vezes ninguém assume a responsabilidade”, disse Lula.

    As declarações foram dadas em entrevista à Bandnews após a repercussão de vídeo do influenciador digital Felca que criticava a exploração e sexualização de crianças e adolescentes nas redes sociais.

    “Nós já estamos regulamentando. A novidade é que isso já está há dois meses na Casa Civil, porque tem divergências, e essas coisas. Amanhã às 15h estarão na minha mesa para dirimir as divergências existentes entre os ministros e mandar isso para o Congresso Nacional”, afirmou.

    O petista relembrou da fala da primeira-dama, Janja, ao líder da China, Xi Jinping, sobre a regulamentação das redes. Na época, a primeira-dama foi acusada de gerar mal-estar no jantar ao mencionar o TitkTok, uma rede chinesa.

    “Na época, ela foi achincalhada por algumas pessoas e hoje está provado que ela estava certa. A partir de amanhã a gente vai ter o texto final aprovado pelo presidente da República e ir para o Congresso”.

    O presidente negou ter havido mal-estar após a fala de Janja ao líder chinês. “Só houve [mal-estar] na boca de quem interpretou”, disse ele. “Janja pediu a mim para falar, e eu, como bom marido, deixei ela falar.”

    “Ela falou aquilo que ela pensava e aquilo que ela vem falando. Eu tenho ouvido várias conversas da Janja no telefone com mães que colocam suas filhas nas redes digital, fazendo propaganda da filha, para tomar cuidado, porque o algoritmo pode ser usado por pedófilos”, afirmou o presidente.

    “Hoje está provado que ela estava certa. Você tem crimes cometidos na rede digital por plataformas que permitem pessoas irresponsáveis, assassinos que devem ser julgados e punidos, fazendo pedofilia com crianças. Isso não é possível, por isso é que vamos regulamentar. A partir de amanhã teremos o texto final aprovado pelo presidente da República e mandado para ser aprovado no Congresso Nacional”, disse.

    Mais cedo, em resposta à viralização do vídeo de Felca, o ministro Rui Costa (Casa Civil) havia dito que seria enviado ao Congresso um projeto de lei para a proteção de crianças e adolescentes online. Em paralelo, a Câmara dos Deputados definiu a criação, na próxima quarta-feira (20), uma comissão geral para discutir a sexualização e a exploração das crianças nas redes sociais.

    Essa denúncia desse youtuber, que é uma pessoa que tem milhares de seguidores, que entende como é que funcionam as redes sociais, alertou para o crime, inclusive que estava sendo cometido por um youtuber daqui do Brasil. […] Inclusive o presidente Lula vai mandar nos próximos dias uma lei para o Congresso para regular isso”, afirmou Rui.

    Lula diz que finaliza nesta quarta (13) projeto de regulamentação de big techs após vídeo de Felca

  • Trump avalia entrar com ação contra presidente do Fed por gastos com reforma

    Trump avalia entrar com ação contra presidente do Fed por gastos com reforma

    O mandatário dos EUA já chamou Powell de “idiota” e “burro”, afirmou que ele era o responsável pela economia não subir da forma como a população pretendia e também era o culpado pelo déficit enfrentado pelo país

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, postou nesta terça-feira (12) que avalia permitir “uma grande ação judicial” contra o presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, por causa da reforma do prédio do banco central.

    “Estou considerando permitir que uma grande ação judicial contra Powell avance por causa do trabalho horrível e grosseiramente incompetente que ele fez ao gerenciar a obra dos prédios do Fed”, afirmou Trump em post publicado na sua rede social Truth Social.

    Horas depois, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou que Trump estuda entrar com o processo contra Powell. Um porta-voz do Fed não fez comentários ao ser procurado pela agência de notícias Reuters.

    Autoridades da Casa Branca disseram que estão investigando a reforma de dois prédios históricos pelo Fed, sugerindo que a supervisão deficiente e uma possível fraude aumentaram o custo desnecessariamente e que o projeto é inadequadamente ostensivo.

    No fim de julho, Trump visitou a sede do Fed e questionou Powell sobre os custos da reforma do prédio, previstos em US$ 2,5 bilhões.

    O BC dos EUA diz que as despesas extras se devem principalmente ao aumento dos custos de mão de obra e materiais, bem como a desafios inesperados, incluindo a remoção de amianto.

    Um parecer da Suprema Corte emitido em maio em um caso não relacionado sobre funcionários de outros órgãos governamentais independentes apoia a ideia de que o Fed é único e que a lei não permite que o presidente remova um presidente do Fed devido a diferenças sobre a direção da política monetária.

    Na visita de Trump à sede do Fed, ele e Powell divergiram sobre os custos do projeto. Dirigindo-se a Powell, Trump retirou um documento de seu paletó que dizia que os gastos haviam superado os US$ 3,1 bilhões (R$ 17 bilhões).

    “Estamos dando uma olhada, e parece que são cerca de US$ 3,1 bilhões, aumentou um pouco ou muito. Os US$ 2,7 bilhões agora são US$ 3,1 bilhões”, disse Trump enquanto Powell balançava a cabeça negativamente.

    O presidente então ofereceu a Powell um documento que segundo ele continha detalhes sobre a nova estimativa, mas o chefe do Fed disse a Trump que a revisão incluía um edifício que já havia sido concluído.

    “Você está incluindo a renovação do [edifício] Martin. Esse é todo o nosso capital. Você acabou de adicionar um terceiro edifício, é isso que é. Isso é um terceiro edifício”, rebateu Powell. “Ele foi construído cinco anos atrás.”

    Trump então mudou de assunto e disse que o governo “vai dar uma olhada”.

    “Vamos ver o que está acontecendo. E ainda tem um longo caminho. Você espera mais [gastos] adicionais?”, perguntou.

    “Não esperamos. Estamos preparados para eles. Temos uma pequena reserva que podemos usar. Mas não, não temos. Esperamos terminar em 2027. Estamos bem avançados, como pode ver”, disse Powell.

    Desde que foi empossado em 20 de janeiro, o republicano subiu o tom das críticas e passou a atacar diretamente Powell, que foi nomeado pelo próprio republicano em sua primeira gestão em 2018.

    O mandatário dos EUA já chamou Powell de “idiota” e “burro”, afirmou que ele era o responsável pela economia não subir da forma como a população pretendia e também era o culpado pelo déficit enfrentado pelo país.

    Trump cogitou nomear a si próprio para o cargo e afirmou que deve substituir Powell até abril de 2026, um mês antes do término do mandato do presidente do Fed. Ao mesmo tempo, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o processo para substituição de Powell foi aberto.

    Trump avalia entrar com ação contra presidente do Fed por gastos com reforma

  • Moraes autoriza Bolsonaro a ir a hospital para exames médicos e exige atestado

    Moraes autoriza Bolsonaro a ir a hospital para exames médicos e exige atestado

    Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deverá apresentar um atestado médico no prazo de até 48 horas

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta terça-feira (12) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) faça exames médicos no sábado (16) em um hospital em Brasília.

    A decisão foi dada após a defesa de Bolsonaro apresentar ao Supremo um pedido médico para a realização de nove exames. O ex-presidente tem sofrido com refluxo e soluços frequentes.

    O ministro determinou que o ex-presidente apresente, em até 48 horas após os diagnósticos, um atestado de comparecimento ao hospital que contenha a data e os horários do atendimento.

    A lista de exames inclui uma endoscopia digestiva, tomografias do tórax e abdome e ultrassonografias, entre outros procedimentos. “A depender dos resultados, poderão ser indicadas complementações diagnósticas e/ou medidas terapêuticas adicionais”, diz a defesa de Bolsonaro.

    Bolsonaro foi internado pela última vez em 21 de junho, após se sentir mal durante um evento político em Goiás. O ex-presidente tinha os mesmos sintomas: refluxo e soluço.

    Na época, o médico Claudio Birolini disse que os exames indicavam um possível quadro de pneumonia viral. Orientou ao ex-presidente tomar antibiótico e repousar por alguns dias. Bolsonaro, porém, retomou suas agendas antes do prazo sugerido pela equipe médica.

    O ex-presidente apresenta com frequência quadros relacionados a problemas abdominais decorrentes da facada que levou na campanha eleitoral de 2018.

    Na mesma decisão dessa terça, Moraes autorizou Bolsonaro a receber a visita de aliados políticos. Podem encontrar o ex-presidente em sua prisão domiciliar o senador Rogério Marinho (PL-RN), o deputado federal Altineu Côrtes (PL-RJ), o vice-prefeito de São Paulo Ricardo Mello Araújo (PL) e o deputado estadual de São Paulo Tomé Abduch (Republicanos).

    Moraes autoriza Bolsonaro a ir a hospital para exames médicos e exige atestado

  • Sem acordo, Câmara não pauta foro privilegiado nem anistia a 8/1

    Sem acordo, Câmara não pauta foro privilegiado nem anistia a 8/1

    Lideranças também não pautaram isenção do IR até R$ 5 mil

    O colégio de líderes da Câmara dos Deputados terminou a reunião desta terça-feira (12) sem pautar os projetos de lei (PL) sobre o foro privilegiado e sobre anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado por atos após a eleição presidencial de 2022, que culminou na invasão dos Poderes da República do dia 8 de janeiro.  

    A pauta fez parte das reinvindicações da oposição durante o motim que impediu os trabalhos na Câmara na semana passada, após prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo descumprimento de medidas cautelares impostas pela Justiça. Sem consenso, as matérias não foram acolhidas pela maioria dos líderes, que preferiram votar temas mais consensuais, que não dividem o plenário. 

    O líder do PP na Casa, Doutor Luizinho (PP-RJ), informou a jornalistas que o projeto do foro privilegiado ainda precisa ser mais discutido e deve ser pautado quando houver um maior consenso entre os líderes. 

    A oposição pretende transferir o foro de investigação de parlamentares do Supremo Tribunal Federal (STF) para a primeira instância, alegando que o Supremo estaria perseguindo parlamentares. Os críticos apontam que a medida busca blindar os deputados e senadores, uma vez que a priemria instância é mais sucessível de pressão política para barrar investigações.As lideranças do PL e do Novo saíram da reunião de líderes sem conceder entrevista à imprensa. A oposição havia tentado condicionar o fim do motim à deliberação dessas pautas, além do impeachment do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), que também foi rejeitada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). 

    O líder do PT na Câmara, deputado Lindberg Farias (PT-RJ), disse que a maioria dos partidos entendeu que pautar essa agenda seria premiar aqueles que ocuparam o plenário da Casa na última semana.

    “Quem fez tudo aquilo não poderia ser premiado escolhendo a pauta do Parlamento. Para nós, foi importante, porque novamente não entra anistia e não vai entrar. E a discussão do foro também não entrou. A pauta da chantagem não se impôs no dia de hoje”, disse à imprensa.

    A mesa diretora da Câmara enviou à Corregedoria da Casa o caso de 14 deputados que ocuparam a mesa da Casa e teriam quebrado o decoro parlamentar. A depender do parecer da Corregedoria, a Mesa pode encaminhar os casos para o Conselho de Ética. 

    Pauta e IR

    Entre os projetos pautados, estão diversos pedidos para que projetos tramitem em regime de urgência, além de pautas como o PL 6.461, e institui o Estatuto do Aprendiz; o PL 2.767, que regulamenta os programas de milhagem das companhias aéreas; e o PL 3.163, para determinar, nos processos eleitorais das organizações esportivas, sistema de recolhimento de votos imunes a fraude.

    O líder do PT na Casa disse que os temas analisados nesta semana serão mais consensuais e afirmou que os governistas vão insistir para pautar o projeto de lei da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

    “A gente está querendo que o projeto do Imposto de Renda (IR) entre, no máximo, na próxima semana, porque ele tem que ser aprovado no Senado até o final de setembro”, justificou.

    Sem acordo, Câmara não pauta foro privilegiado nem anistia a 8/1

  • Dólar despenca após dados de inflação no Brasil e nos EUA; Bolsa dispara

    Dólar despenca após dados de inflação no Brasil e nos EUA; Bolsa dispara

    A moeda americana chegou a cair a 0,94%, a R$ 5,391, a caminho de fechar no menor nível desde junho de 2024

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar apresenta uma firme queda nesta terça-feira (12), com os investidores repercutindo dados da inflação brasileira e norte-americana. Às 15h55, a moeda americana caía 0,94%, a R$ 5,391, a caminho de fechar no menor nível desde junho de 2024.

    A queda do dólar no Brasil segue o exterior. O índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de outras seis divisas fortes, caía 0,40%, a 98.111 pontos.

    No mesmo horário, a Bolsa disparava 1,82%, a 138.093 pontos. O desempenho do Ibovespa acompanha uma alta de mais de 10% das ações da Sabesp, que divulgou na última segunda (11) um lucro líquido de R$ 2,13 bilhões no segundo trimestre deste ano.

    O BTG Pactual também teve uma forte disparada na Bolsa, de mais de 12%, após um lucro de R$ 4 bi ser registrado pelo banco.

    O mercado do dia repercute os dados das inflações dos Estados Unidos e do Brasil. Na manhã desta terça, o Escritório de Estatísticas Trabalhistas do Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor subiu 0,2% em julho, depois de ter registrado aumento de 0,3% em junho.

    Em 12 meses, o índice de inflação chegou a 2,7%, mesmo patamar de junho e ligeiramente abaixo da alta de 2,8% esperada na pesquisa da Reuters.
    No chamada núcleo do índice, quando se exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços ao consumidor aumentaram 0,3%, maior avanço desde janeiro. Na base anual, cresceu 3,1% em julho, frente a 2,9% em junho.

    O resultado consolida as expectativas de que, após dados de emprego fracos para julho, as autoridades do Fed (banco central dos EUA) poderão retomar os cortes de juros em seu próximo encontro, em setembro.

    Operadores projetam quase 90% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa em setembro, de acordo com dados da LSEG.

    Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a aposta de corte de juros pelo Fed enfraquece o dólar globalmente. “A perspectiva de taxas mais altas aqui e as apostas de cortes nos Estados Unidos reforçam o diferencial de juros brasileiro”, diz.

    Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,26% em julho. É a menor taxa para julho desde 2023 (0,12%).

    O novo resultado ficou abaixo do piso das projeções do mercado financeiro. A mediana das expectativas era de 0,36%, com intervalo de 0,30% a 0,39%.

    Com o novo resultado, o IPCA desacelerou a 5,23% nos 12 meses até julho. A taxa era de 5,35% até junho, quando o índice confirmou o primeiro estouro da meta contínua de inflação desde que o modelo entrou em vigor no país, em janeiro.

    Para Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, apesar do resultado melhor do que o esperado, a inflação brasileira continua longe da meta do Banco Central, o que reforça juros mais altos. “As projeções de cortes de juros pelo BC continuam sendo para o fim do ano, e a nossa taxa de juros deve continuar elevada”, afirma.

    No cenário doméstico, os investidores também continuam atentos ao plano de contingência ao tarifaço de Trump sobre as importações brasileiras e as negociações tarifárias entre os países.

    A expectativa é que o governo Lula anuncie o plano de ajuda para empresas afetadas pelo tarifaço nesta terça-feira, como antecipado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

    Segundo apuração da Folha de S.Paulo, o Executivo avalia cobrar das empresas que tomarem crédito a manutenção do emprego dos colaboradores. Ou seja, o empresário que tiver acesso a empréstimos a juros mais baratos não poderá demitir.

    O pacote também deve conter o chamado diferimento de impostos federais, como é chamada a postergação do pagamento de tributos, para dar alívio de caixa nesse momento inicial de maior dificuldade após a entrada em vigor do tarifaço. A proposta é que o adiamento seja de no máximo de 90 dias para que o seu impacto seja concentrado neste ano. As tarifas entraram em vigor na quarta-feira (6).

    O governo também aposta na via diplomática para tentar chegar a um acordo com os Estados Unidos, embora as iniciativas brasileiras não tenham tido sucesso até agora.

    Na última segunda-feira (11), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que a reunião que ele teria nesta quarta (13) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, para discutir a sobretaxa de 50% imposta ao Brasil foi cancelada.

    O Departamento do Tesouro dos EUA chegou a enviar ao Ministério da Fazenda brasileiro um link do aplicativo Zoom para a conversa, mas voltou atrás.

    Em entrevista à GloboNews, o ministro atribuiu o cancelamento à atuação de forças de extrema direita que mantêm interlocução com a Casa Branca e citou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA.

    Em nota conjunta com o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, Eduardo negou a interferência.

    Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo tem liderado uma campanha de lobby em Washington por mais medidas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), que tem julgado seu pai no âmbito da trama golpista de 2022.

    Eduardo se reuniu com autoridades do governo Trump e previu corretamente no início deste ano que Washington imporia amplas sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

    À luz da prisão domiciliar do ex-presidente, aliado político de Donald Trump, é possível que os Estados Unidos imponham novas sanções ao Brasil. “Sei que [Trump] tem uma série de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras, até uma nova onda de retiradas de vistos, até questões tarifárias”, disse Eduardo ao Financial Times em uma entrevista por vídeo.

    Enquanto as negociações entre Brasil e EUA não avançam, o governo Lula busca estabelecer outras pontes na frente comercial.

    Na segunda, Lula conversou por cerca de uma hora com o líder da China, Xi Jinping. A conversa foi um pedido do brasileiro.

    Segundo comunicado do Planalto, os líderes conversaram sobre a conjuntura internacional e os recentes esforços pela paz entre Rússia e Ucrânia e concordaram sobre o papel do G20 e do Brics (bloco formado atualmente por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã) na defesa do multilateralismo.

    Xi Jinping teria dito ao presidente Lula que “a China está pronta para trabalhar com o Brasil para estabelecer um exemplo de unidade e autossuficiência entre os principais países do Sul Global”, de acordo com relatos chineses da conversa.

    Na ponta internacional, a China e os Estados Unidos firmaram um novo acordo que prorroga por mais 90 dias a pausa tarifária entre os países, informaram autoridades na noite da última segunda.

    Uma trégua tarifária entre Pequim e Washington estava programada para expirar nesta terça, mas o governo Trump já havia dado a entender que o prazo poderia ser prorrogado.

    Com isso, os produtos chineses seguem com tarifa de 30% para entrar nos EUA, enquanto os produtos norte-americanos terão cobrança de 10% ao serem importados para a China.

    Dólar despenca após dados de inflação no Brasil e nos EUA; Bolsa dispara

  • Lula sanciona isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos

    Lula sanciona isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos

    A proposta foi aprovada em junho pela Câmara dos Deputados e na na última quinta-feira (7) pelo Senado

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 15.191, que isenta do pagamento do Imposto de Renda (IR) os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, o que equivale a R$ 3.036. A isenção vai valer a partir de maio do mês-calendário 2025.  

    A proposta foi aprovada em junho pela Câmara dos Deputados e na na última quinta-feira (7) pelo Senado. 

    O PL 2.692/2025 foi apresentado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e substituiu a medida provisória 1.294/2025, editada pelo governo federal. O relator da matéria foi o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA).  

    Isenção até R$ 5 milA proposta de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil está em tramitação na Câmara dos Deputados, aguardando votação no plenário. Já aprovado em Comissão Especial, o texto prevê ainda uma redução do IR para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350.

    Se for aprovada na Câmara dos Deputados, a matéria seguirá para análise no Senado.

     

    Lula sanciona isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos