Categoria: ECONOMIA

  • Focus: dólar no fim de 2025 segue em R$ 5,41; para 2026, continua em R$ 5,50

    Focus: dólar no fim de 2025 segue em R$ 5,41; para 2026, continua em R$ 5,50

    A projeção para a moeda americana no fim de 2027 seguiu em R$ 5,50

    A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 permaneceu em R$ 5,41. Um mês antes, era de R$ 5,45. A estimativa intermediária para o fim de 2026 permaneceu em R$ 5,50. Um mês antes, era de R$ 5,53.

    A projeção para a moeda americana no fim de 2027 seguiu em R$ 5,50. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,56. A estimativa para o fim de 2028 permaneceu em R$ 5,50. Um mês antes, era de R$ 5,56.

    A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

    *Conteúdo elaborado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast.

    Focus: dólar no fim de 2025 segue em R$ 5,41; para 2026, continua em R$ 5,50

  • Focus: mediana de IPCA 2025 passa de 4,56% para 4,55%, acima do teto da meta

    Focus: mediana de IPCA 2025 passa de 4,56% para 4,55%, acima do teto da meta

    O Banco Central espera que o IPCA some 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último ciclo de comunicações do Comitê de Política Monetária (Copom)

    A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 4,56% para 4,55%. A taxa está apenas 0,05 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Há um mês, era de 4,80%. Considerando apenas as 90 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a medida passou de 4,53% para 4,51%.

    A projeção para o IPCA de 2026 permaneceu em 4,20%. Há um mês, era de 4,28%. Considerando apenas as 89 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana seguiu em 4,20%.

    O Banco Central espera que o IPCA some 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último ciclo de comunicações do Comitê de Política Monetária (Copom). No horizonte relevante, o primeiro trimestre de 2027, o colegiado espera que a inflação em 12 meses seja de 3,4%.

    Na última decisão, o Copom manteve a taxa Selic em 15% e reafirmou que o cenário é marcado por elevada incerteza, o que exige cautela na condução da política monetária. “O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, enfatizou.

    O colegiado também detalhou, na ata, que, “na medida em o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê inicia um novo estágio em que opta por manter a taxa inalterada e seguir avaliando se, mantido o nível corrente por período bastante prolongado, tal estratégia será suficiente para a convergência da inflação à meta”.

    A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

    Se a inflação ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. Isso aconteceu após a divulgação do IPCA de junho, no dia 10 de julho. A autoridade monetária publicou uma carta aberta informando que espera queda da taxa abaixo de 4,50% no fim do primeiro trimestre de 2026.

    A mediana do Focus para a inflação de 2027 oscilou de 3,82% para 3,80%. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,54% para 3,50%.

    *Conteúdo elaborado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast.

     

    Focus: mediana de IPCA 2025 passa de 4,56% para 4,55%, acima do teto da meta

  • Focus: projeção de crescimento do PIB de 2025 segue em 2,16% e em 1,78% para 2026

    Focus: projeção de crescimento do PIB de 2025 segue em 2,16% e em 1,78% para 2026

    O BC diminuiu a sua estimativa de crescimento da economia brasileira este ano, de 2,1% para 2,0%, no Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre

    A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 permaneceu em 2,16%. Um mês antes, era de 2,16%. Considerando apenas as 50 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa avançou de 2,15% para 2,17%.

    O Banco Central diminuiu a sua estimativa de crescimento da economia brasileira este ano, de 2,1% para 2,0%, no Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre. Segundo a autarquia, a redução ocorreu devido aos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, e a sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre. Esses fatores, porém, foram parcialmente compensados por prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa, disse.

    A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 seguiu em 1,78%. Um mês antes, era de 1,80%. Considerando só as 48 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,77% para 1,75%.

    A mediana para o crescimento do PIB de 2027 subiu de 1,83% para 1,90%. Quatro semanas antes, era de 1,90%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,00%, pela 86ª semana seguida.

    *Conteúdo elaborado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast.

    Focus: projeção de crescimento do PIB de 2025 segue em 2,16% e em 1,78% para 2026

  • Lula 3 pode ter a menor inflação acumulada desde FHC

    Lula 3 pode ter a menor inflação acumulada desde FHC

    O governo tenta equilibrar as contas e gastos e vê desafio para 2026

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Ao término do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a inflação acumulada no período de quatro anos pode ser a menor vista no país desde 1999, quando foi implementado o regime de metas -sistema que orienta a política de juros do Banco Central para manter a estabilidade de preços.

    Segundo cálculo do economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), feito a pedido da reportagem, a inflação pode chegar ao final do governo Lula 3 acumulada em 19,11%. Se as projeções para este e para o próximo ano se concretizarem, será o menor índice observado em um mandato em mais de 25 anos.

    Desde que o regime de metas para inflação entrou em vigor, o menor resultado ocorreu no segundo mandato de Lula. No acumulado de 2006 a 2010, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) totalizou 22,21%.

    Mesmo com a perspectiva de queda na inflação acumulada, o sentimento do brasileiro ainda é de peso no orçamento. De acordo com Braz, isso pode ser explicado porque esse indicador se difere de outros, como o IPCA, podendo gerar diferenças entre os números realizados e a percepção pública com relação aos preços. Para o economista, é necessário avaliar quais itens subiram acima da média durante o governo.

    Pesquisa Datafolha de abril deste ano mostrou que, para 54% dos brasileiros, o governo Lula seria o principal responsável pelo aumento dos preços dos alimentos nos meses anteriores.

    Para integrantes da equipe de comunicação do governo, ouvidos pela reportagem sob reserva, essa disparidade entre os números realizados e a percepção popular ainda pode demonstrar um desafio a ser enfrentado para a campanha eleitoral de 2026.

    Mas, na avaliação desses interlocutores, isso deve ser atenuado com pautas voltadas à renda, emplacadas pela gestão petista ao longo dos quatro anos -como o Auxílio Gás e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês (ainda em tramitação no Congresso).

    Eles apontam, ainda, que os efeitos de indicativos como a queda da inflação demoram mais a serem sentidos na ponta. Isso porque a queda dos preços não significa que os itens estejam tão baratos quanto a população gostaria.

    Na última campanha eleitoral, Lula teve como mote a promessa de que as famílias poderiam voltar a comer picanha e tomar uma “cervejinha” nos fins de semana. Em 2023, os preços das carnes registraram queda de janeiro a agosto, mas voltaram a subir a partir de setembro daquele ano. A promessa pela queda dos preços é pauta cara ao governo desde a campanha de 2022.

    Em dezembro de 2024, a inflação da picanha estava em 8,74%, acima do IPCA cheio, que havia fechado o ano em 4,83%. Já o cenário em 2022 ia na direção oposta. Enquanto o índice oficial fechou o ano em 5,79%, a inflação da picanha estava em 0,49%.

    “Os salários dos trabalhadores são corrigidos pela inflação, então, se a picanha sobe igual ao IPCA, por exemplo, isso não é um problema, porque o seu salário vai acompanhar”, afirma Braz.

    “Só que o que acontece é que às vezes a carne sobe 20% e o seu salário sobe 4%. Então, um item de primeira necessidade subir 20% significa que você vai comer menos carne, você vai substituir carne por ovo, vai comer menos vezes na semana, vai comprar uma quantidade de quilo menor. Então você vai perder qualidade de vida”, complementa o economista.

    A perspectiva de que a gestão petista crave em 2026, ano eleitoral, um novo recorde de menor inflação acumulada tem sido motivo de celebração no governo petista. Um dos membros do primeiro escalão que tem incorporado esse discurso é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    “O senhor [Lula] vai terminar o terceiro mandato com a menor inflação acumulada da história do Brasil. O mais importante é que o senhor está batendo esse próprio recorde. Porque antes desse mandato, o senhor já tinha batido esse recorde no segundo mandato”, disse Haddad no evento de lançamento do programa Reforma Casa Brasil.

    No Brasil, o sistema de metas para inflação foi adotado em 1999. Naquela época, o alvo foi inicialmente fixado em 8% ao ano. Com o passar do tempo, o objetivo a ser perseguido pelo BC foi sendo reduzido gradualmente.

    Desde o início do ano, está em vigor o regime de avaliação contínua. O alvo central é 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que a meta é considerada cumprida se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

    A estrategista de inflação da Warren Investimentos Andréa Angelo afirma que a alta de preços é o aspecto de maior impacto para a população. “É você chegar no mercado com R$ 100 e não conseguir comprar o que a sua cesta de consumo precisa”, diz.

    “Quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) vai pesquisar todos os meses os preços na economia, em todas essas capitais e nos lugares que ele pesquisa, ele vê uma média. Então, uma variação de preço mais contida, mas com sinal positivo, ainda é uma inflação. Os preços estão crescendo, mas crescendo em ritmo de um pouco mais devagar”, completa.
    HISTÓRICO DA INFLAÇÃO ACUMULADA NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 30 ANOS EM %

    1998 – FHC 1: 43,46%
    2002 – FHC 2: 39,88%
    2006 – Lula 1: 28,2%
    2010 – Lula 2: 22,21%
    2014 – Dilma 1: 27,03%
    2018 – Dilma 2/Temer: 25,64%
    2022 – Bolsonaro: 26,93%
    2025 – Lula 3 (até setembro): 13,67%
    2026 – Lula 3:* 19,11%

    *Projeção com base no boletim Focus de 27out

    Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e cálculo do economista André Braz

    Lula 3 pode ter a menor inflação acumulada desde FHC

  • Mulheres ganham 21% menos que homens nas 54 mil empresas com 100 ou mais funcionários

    Mulheres ganham 21% menos que homens nas 54 mil empresas com 100 ou mais funcionários

    Dados fazem parte de relatório da Lei da Igualdade Salarial; Supremo ainda deve decidir sobre o tema; negras recebem, em média, 53,3% da remuneração dos homens brancos

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil aumentou no período de um ano, e mulheres receberam, em média, 20,7% menos do que homens em 2023, mostra novo levantamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    O segundo relatório de transparência salarial, que será divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério das Mulheres nesta quarta-feira (18), foi compilado a partir de informações enviadas por 50.692 empresas, todas com cem ou mais empregados. O envio dos dados está previsto na lei de igualdade salarial aprovada em 2023.

    No primeiro documento, divulgado pelo governo em março, a remuneração das mulheres era 19,4% menor do que a dos homens, com base em números de 2022.

    A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, ressalta que o desequilíbrio no mercado de trabalho reflete o fato de as mulheres geralmente ocuparem postos que pagam salários menores.

    “No ano de 2023, houve um forte crescimento da geração de empregos para mulheres, mas são vagas que pagam menos. Então, a diferença [salarial entre homens e mulheres] se ampliou um pouco”, afirma. “Esses postos de trabalho precisam de salários maiores.”

    Em 2023, a remuneração média das mulheres foi R$ 3.565,48, enquanto a de homens ficou em R$ 4.495,39.

    Em posições de chefia, a discrepância de renda média entre homens e mulheres é ainda maior e chega a 27% para dirigentes e gerentes (em 2022, a cifra era de 25,2%).

    O levantamento do governo mostra que a desvantagem das mulheres é ainda maior quando se faz o recorte de raça. De acordo com o relatório, as mulheres negras recebem 50,2% da remuneração dos homens brancos no Brasil. Em 2023, o ganho médio da mulher negra foi de R$ 2.745,76, enquanto a dos homens não negros foi de R$ 5.464,29.

    “As mulheres negras estão concentradas em ocupações da base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, de saúde básica. Os homens, por outro lado, estão concentrados na indústria de transformação, nos serviços públicos, nas atividades de direção e gerenciamento”, afirma Montagner.

    Em 42,7% dos estabelecimentos com pelo menos cem empregados que participaram do levantamento, as mulheres pretas ou pardas eram até 10% do contingente de funcionários.

    De acordo com a subsecretária do Ministério do Trabalho, a ideia agora é conversar com os estabelecimentos que apresentaram dados mais positivos para então compartilhar as boas práticas com todas as companhias brasileiras.

    Conforme a legislação, se as empresas com cem ou mais funcionários não publicarem o relatório de transparência salarial, deve ser cobrada multa administrativa de até 3% da folha de pagamento, com limite fixado em cem salários mínimos.

    Segundo Montagner, nenhuma empresa foi multada depois da divulgação do primeiro relatório. “A gente vai tentar conversar com as empresas. Primeiro educa e, se a empresa for resistente, é multada”, diz.

    Quanto à disputa travada na Justiça por algumas empresas contra a divulgação do relatório de transparência salarial, a subsecretária diz que o governo trabalha para mostrar que informações sigilosas não estão sendo reveladas, mas acrescenta que todas as decisões judiciais estão sendo cumpridas e que 450 relatórios de companhias não foram publicados.

    Nesta quarta, o Ministério das Mulheres também vai divulgar o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, com 79 ações divididas em três eixos, abordando aspectos como acesso e ampliação da participação das mulheres no mundo do trabalho, a permanência delas nas atividades e a valorização profissional das mulheres.

    Mulheres ganham 21% menos que homens nas 54 mil empresas com 100 ou mais funcionários

  • Garimpo ilegal se apropria das reservas de manganês do Brasil, uma das maiores do mundo

    Garimpo ilegal se apropria das reservas de manganês do Brasil, uma das maiores do mundo

    Mineral é usado na fabricação de aço, mas também é cobiçado por indústrias de baterias; grandes mineradoras diminuíram operação no mercado brasileiro, tomado por extração ilegal

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Brasil tem a quarta maior reserva de manganês do mundo, mas permite que garimpeiros ilegais acessem grande parte dela. Esse mineral será cada vez mais estratégico nos próximos anos, à medida que aumenta a demanda por veículos elétricos, cujas baterias são feitas desse metal.

    A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal não divulgam dados sobre o tema, mas executivos desse mercado estimam que ao menos 30% da produção de manganês hoje no país esteja na mão desses criminosos, concentrados principalmente no sudeste do Pará, onde estão as maiores reservas do mineral no Brasil.

    O tema já é tratado como intrínseco a esse mercado. Nos bastidores, funcionários de mineradoras relatam, com frequência, invasões de garimpeiros em seus complexos e demora das forças policiais e de outros órgãos fiscalizadores em conter esses grupos.

    Um executivo de uma das maiores empresas do setor contou à Folha que a companhia teve 10% de sua reserva mineral extraída recentemente por garimpeiros que invadiram suas terras por cinco meses na região de Carajás. Já em uma outra grande mineradora, bandidos armados expulsaram vigilantes e assumiram o controle de parte da operação.

    A própria Vale é uma das principais denunciantes de invasões garimpeiras na região. De acordo com uma pessoa envolvida no dia a dia da mineradora, tais invasões chegaram a atrapalhar o andamento de projetos de manganês da empresa de 2012 a 2020, quando a companhia optou por iniciar a venda de direitos minerários para se concentrar em minério de ferro.

    Em nota, a Vale afirmou à Folha de S.Paulo que, quando descobre ocorrência de qualquer atividade de mineração ilegal, denuncia às autoridades competentes.

    A mineradora, no entanto, é alvo de pressões do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por manter seus direitos sobre reservas mesmo sem ter interesse comercial nelas. Na teoria, a regulamentação proíbe essa conduta, mas, na prática, a falta de estrutura da ANM (Agência Nacional de Mineração) dificulta a fiscalização.

    “O minério de manganês nessa região aflora na terra, então é muito fácil de percebê-lo olhando numa paisagem; com isso, a população sabe onde estão essas concentrações de manganês”, diz Igor Goettenauer, procurador da República com atuação em Marabá. “Como as pessoas sabem onde essa concentração está, há uma pressão social pelo uso dessas reservas.”

    Quase toda a produção de manganês hoje em dia vai para siderúrgicas, que usam o metal para produzir aço mais resistente. Mas consultorias de mercado estimam que a demanda por produtos refinados será cada vez maior nos próximos anos, à medida que a produção de veículos elétricos aumenta. E, com isso, o valor do manganês também deve aumentar: enquanto uma tonelada do minério de manganês destinado à siderurgia custa cerca de R$ 300, a do sulfato de manganês, destinado às baterias elétricas, é vendida por cerca de US$ 800 (R$ 4.302).

    Nas mãos de garimpeiros, no entanto, é improvável que esse manganês ganhe valor agregado no Brasil. Refinar o metal é caro, e nessas operações ilegais o produto final é o minério bruto, que não passa por processos de concentração.
    A logística dos garimpeiros de manganês costuma seguir o mesmo padrão: eles extraem o minério com máquinas e o repassam para transportadores, que o desembarcam em companhias responsáveis por vender o minério no mercado interno ou externo –a exportação geralmente é feita no porto de Barcarena. Alguns, mas não todos, tentam dar aparência de legalidade à operação, declarando que o mineral vendido foi extraído em outra região à qual eles têm direitos minerários.

    “Tudo isso é um mercado bastante lucrativo, e a parte ilícita começa a se misturar com a lícita, pois os recursos ilegais são lavados em empresas lícitas, que compram o maquinário. Geralmente são famílias que começam a se especializar nessa atividade e vão criando organizações criminosas, inclusive com especialização de funções”, diz Goettenauer, procurador da República.

    Para Charles Trocate, um dos principais ativistas da região e líder do Movimento pela Soberania Popular na Mineração, essa dinâmica já faz parte do dia a dia da população de algumas cidades como Parauapebas, Curionópolis e Marabá.

    “São hipermercados e postos de gasolina da região que compram as grandes máquinas usadas pelos garimpeiros”, diz. “Houve muita operação da polícia para contê-los, mas devido à lucratividade do negócio, o crime vale a pena.”
    Na região há até bairros dominados por garimpeiros ilegais, como a Vila União, em Marabá. E o domínio vai parar na política, onde vereadores são eleitos com apoio dos próprios garimpeiros. “A política da região está ligada a esses garimpeiros, porque são eles que dominam partidos aqui”, afirma Trocate.

    Samir Chamon, por exemplo, irmão do influente deputado estadual Chamonzinho (MDB) e filho de um secretário do governador Helder Barbalho, foi preso em 2020 sob suspeita de envolvimento com garimpos da região. Hoje, ele responde a processos na Justiça Federal.

    À Folha de S.Paulo, Samir, que é dono de uma empresa de mineração, disse por nota que sua prisão foi “injusta e equivocada por ter se valido de evidências frágeis e informações incorretas.” Segundo ele, seus negócios sempre foram realizados de forma legal, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento do Pará. Já o deputado Chamonzinho não respondeu aos questionamentos até a publicação desta reportagem.

    MERCADO LEGAL VEM DIMINUINDO

    Em contrapartida ao garimpo ilegal, a presença de grandes mineradoras no mercado de manganês no Brasil vem caindo tanto por questões econômicas quanto por exaustão das principais minas de grande porte.

    A Vale, que detinha a maior parte das reservas desse mineral, parou de extrair manganês em suas operações em Carajás e vendeu em 2022 suas operações em Mato Grosso do Sul para a J&F Investimentos, dos irmãos Batista. Já a Buritirama, a maior mineradora de manganês da América do Sul, entrou em falência em 2023 e hoje é operada por credores, por meio da Geribá Investimentos.

    Segundo o Sumário Mineral Brasileiro, o país chegou a produzir mais de três milhões de toneladas de manganês contido em 2008. No ano passado, por outro lado, foram 537 mil toneladas.

    Hoje, a maior parte da produção fica por conta da Buritirama e da LHG mining, dos irmãos Batista -essa última, no entanto, foca a extração de minério de ferro. Já outras mineradoras, com escala muito menor, continuam operando.

    A RMB, por exemplo, quer produzir em Carajás 400 mil toneladas de manganês. Os investimentos somam R$ 240 milhões e, para isso, a mineradora é uma das empresas que buscam recursos do BNDES voltado para minerais críticos. A empresa tem planos de produzir, em um primeiro momento, concentrado de manganês e, em seguida, sulfato de manganês agrícola e sulfato de manganês com grau de baterias.

    O garimpo ilegal, no entanto, é um entrave, segundo Samuel Borges, CEO da RMB. “Eles entram na nossa área desde 2016; estamos falando de 30 mil hectares e, de toda a reserva do projeto, cinco milhões de toneladas já foram extraídas de forma ilegal. Nós só temos como prerrogativa denunciar e esperar que as autoridades cumpram seus papéis”, diz.

    Garimpo ilegal se apropria das reservas de manganês do Brasil, uma das maiores do mundo

  • Alckmin: governo chinês abrirá canais diálogo para evitar desabastecimento de chips no Brasil

    Alckmin: governo chinês abrirá canais diálogo para evitar desabastecimento de chips no Brasil

    Na semana passada, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, alertou que o setor automotivo estaria em uma iminente crise de fornecimento de chips.

    O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, informou no período da tarde deste sábado, 1º de novembro, que o governo chinês vai abrir “canais de diálogo” com o setor automotivo brasileiro para evitar o desabastecimento de chips necessários à produção de carros no Brasil. O embaixador da China no Brasil, Zhu Quingqiao, confirmou esse descobrimento

    “A cadeia automotiva emprega 1,3 milhão de pessoas e tem impacto direto em outros setores, como siderúrgico, químico, plástico e borracha. Seguindo as orientações do presidente Lula, vamos seguir o caminho do diálogo com nossos parceiros, gerando emprego, renda e oportunidades compartilhadas”, escreveu Alckmin.

    Na semana passada, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, alertou que o setor automotivo estaria em uma iminente crise de fornecimento de chips – afetando todos os segmentos dependentes, incluindo veículos leves, pesados e máquinas, por exemplo.

    O problema está relacionado a questões geopolíticas intensificadas nas últimas semanas. O governo holandês assumiu o controle da fabricante Nexperia, gigante de semicondutores subsidiária de um grupo chinês. Em resposta, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos.

    Alckmin: governo chinês abrirá canais diálogo para evitar desabastecimento de chips no Brasil

  • Câmara apoia fim de supersalários, mas rejeita reformas fiscais, indica levantamento

    Câmara apoia fim de supersalários, mas rejeita reformas fiscais, indica levantamento

    Levantamento com 184 deputados federais mostra que apenas o controle de supersalários tem apoio majoritário e é visto como viável até 2027, enquanto medidas como cortes em emendas e nova reforma da Previdência enfrentam forte rejeição

    (FOLHAPRESS) Enquete do Movimento Orçamento Bem Gasto, realizada presencialmente com 184 deputados federais, indica que o controle de supersalários é a única proposta de ajuste orçamentário que conta com apoio majoritário e, na visão da maioria, tem chances reais de ser aprovada até 2027.

    Medidas da cartilha liberal, como o fim dos pisos obrigatórios de gastos em saúde e educação, a desindexação dos benefícios previdenciários e uma nova reforma da Previdência, são amplamente rejeitadas pelos parlamentares, que também afirmam não acreditar em sua aprovação nos próximos dois anos.

    O movimento, formado por economistas e especialistas que defendem uma gestão mais transparente e eficiente das contas públicas, encomendou a pesquisa para medir a percepção dos deputados sobre o processo orçamentário e a aceitação de oito medidas fiscais. O levantamento, feito em setembro, ouviu um número representativo de bancadas da Câmara, que tem 513 cadeiras.

    Como esperado, a proposta de redução das emendas parlamentares — que somam mais de R$ 50 bilhões por ano — é a mais rejeitada pelos deputados. Segundo o levantamento, 47% não concordam que o corte melhoraria a qualidade e a sustentabilidade fiscal do orçamento, enquanto apenas 29% concordam, sendo a maioria ligada à base de apoio do presidente Lula. A chance de aprovação até 2027 é considerada possível por apenas 24%, contra 66% que veem isso como improvável.

    Outras propostas defendidas por economistas liberais também têm baixa aceitação. A desvinculação dos benefícios previdenciários do reajuste do salário mínimo, por exemplo, é rejeitada por 39% dos deputados e apoiada por apenas 23%. A maioria (65%) não acredita que a medida será aprovada até 2027.

    A extinção dos pisos constitucionais para saúde e educação e uma nova reforma da Previdência apresentam resultados semelhantes. Apesar de certo equilíbrio entre apoio e rejeição à reforma previdenciária, 64% dos entrevistados afirmaram não ver chance de aprovação no curto prazo. A última reforma foi aprovada em 2019, com previsão de economia de R$ 800 bilhões em dez anos.

    Já a reforma do regime previdenciário dos militares tem apoio de 48% dos parlamentares, mas, novamente, a maioria considera improvável sua aprovação nos próximos anos.

    O único tema que une apoio e otimismo é o controle dos supersalários. Cerca de 69% dos deputados defendem o fim dos vencimentos acima do teto do funcionalismo, e 52% acreditam que a proposta pode ser aprovada até 2027. A reforma administrativa, que trata dessa questão, foi recentemente protocolada na Câmara sob condução do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). No entanto, enfrenta resistência de bancadas sensíveis à pressão de categorias do funcionalismo público.

    A pesquisa também abordou a percepção dos deputados sobre o processo orçamentário. Embora a maioria reconheça a necessidade de novas regras para equilibrar as contas públicas, o mesmo grupo acredita que a legislação atual já é suficiente para conter a irresponsabilidade fiscal.

    Mais da metade dos parlamentares, porém, criticou o processo de elaboração do Orçamento, afirmando que ele não é democrático nem de fácil compreensão para o cidadão comum.
     
     
     

    Câmara apoia fim de supersalários, mas rejeita reformas fiscais, indica levantamento

  • Petrobras aumenta o preço do querosene de aviação em 1,4% neste sábado, 1º de novembro

    Petrobras aumenta o preço do querosene de aviação em 1,4% neste sábado, 1º de novembro

    A Petrobras anunciou que o preço do querosene de aviação (QAV) será reajustado em 1,4% a partir deste sábado (1º). Mesmo com o aumento, o combustível ainda acumula queda de 2,4% em 2025 e de 31% desde dezembro de 2022

    A Petrobras informou, nesta sexta-feira, 31, que aumentará o preço do querosene de aviação (QAV) em 1,4% nas suas refinarias a partir deste sábado, 1º de novembro. O porcentual significa mais R$ 0,05 por litro em relação ao preço médio do mês anterior.

    Comparando o preço ao de dezembro de 2024, no acumulado de 2025, a redução agora está em 2,4%, o que corresponde a um decréscimo de R$ 0,09 por litro.

    De acordo com a Petrobras, desde dezembro de 2022, a companhia já reduziu o preço do combustível em 31%, o equivalente a uma queda de R$ 1,58 por litro.

    “Considerando a inflação no período, esta redução é de 39,3%”, informou a estatal, que reajusta o QAV mensalmente por contrato com as distribuidoras.

    Petrobras aumenta o preço do querosene de aviação em 1,4% neste sábado, 1º de novembro

  • Muito do que contaram a Trump sobre Brasil não é verdade, diz irmão de Joesley

    Muito do que contaram a Trump sobre Brasil não é verdade, diz irmão de Joesley

    Júnior Friboi diz ter visto prós e contras nos desdobramentos do tarifaço; primogênito dos irmãos Batista avalia que polarização teve impacto na crise entre EUA e Brasil

    LONDRES, REINO UNIDO (FOLHAPRESS) – Passadas as conversas que levaram à abertura de diálogo entre os governos americano e brasileiro sobre o tarifaço de Donald Trump, José Batista Junior, o primogênito dos irmãos Batista, avalia que a polarização teve impacto na crise.

    Júnior Friboi, como é conhecido o empresário da família gigante do setor de carnes, diz que ainda não se encontrou com Joesley depois que o irmão esteve pessoalmente com Trump para tratar do tema em setembro.

    Em entrevista concedida nesta sexta-feira (31), durante evento do Lide, que reuniu empresários em Londres, Júnior fez um relato sobre o encontro de Joesley com Trump. Ele afirmou que a ideia era falar do tamanho das operações que a família possui nos Estados Unidos. Com isso, relatou Júnior, Joesley também conversou com o presidente americano sobre a realidade brasileira.

    “Tem muita conversa distorcida, e nós fomos falar a verdade, a realidade do que está acontecendo no Brasil. E ele escutou e deu toda a atenção. E achou que seria muito favorável encontrar com o presidente do Brasil para que os dois países continuassem a conversar e a fazer bons negócios e voltar a ter um bom relacionamento. Tem muita coisa que estão dizendo para o governo americano que não é verdade”, disse Júnior aos jornalistas.

    Quando anunciou o tarifaço contra o Brasil, em julho, Trump citou expressamente entre as justificativas o caso de Jair Bolsonaro na Justiça brasileira em meio às movimentações do filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, em Washington.

    Questionado se Trump foi enganado antes de decidir sobretaxar o Brasil, Júnior afirma que algumas palavras podem ter sido incompatíveis.

    “Eu não digo que enganou, mas eu acredito que, em função da polarização em que o Brasil está hoje, da divisão política em que o Brasil está hoje, algumas informações para alcançar o poder, para tentar voltar ao poder, eu acredito que faz toda influência. Eu acho que tem algumas palavras, algumas conversas, que não são compatíveis com a realidade do que nós estamos passando hoje. É basicamente isso, nada diferente do que nós falamos para eles, que o Brasil é um país pacífico”, relatou Júnior.

    Do ponto de vista econômico, ele afirma ter visto prós e contras nos desdobramentos do tarifaço.

    “Por um lado, é ruim porque você deixa de vender. Por outro lado, foi muito bom, porque nós abrimos outros mercados que não tínhamos. Deu uma grande oportunidade. Essas tarifas impostas pelos Estados Unidos fizeram com que o mundo procurasse o Brasil”, disse Júnior.

    “Abrimos [mercado em] China, Indonésia, Vietnã, abrimos tantos outros mercados. Os mercados asiáticos que nós começamos a buscar estão buscando o Brasil para substituir alguns produtos americanos por causa dessas condições de taxação americana”, afirmou.

    Júnior afirmou que, a despeito da taxação imposta por Trump, a exportação ainda compensa. “Ainda é viável exportarmos para os EUA por causa da diferença do preço que está no mercado interno americano para o mercado interno brasileiro.

    “Para se ter uma ideia, o boi nos EUA hoje está a US$ 120 a arroba. No Brasil é US$ 60”, disse.

    Ele argumenta que os Estados Unidos estão reduzindo a produção de rebanho, o que eleva a necessidade de carne brasileira para a indústria.

    Muito do que contaram a Trump sobre Brasil não é verdade, diz irmão de Joesley