Categoria: ENTRETENIMENTO

  • Ex-chacrete morre após um mês internada por ataque de pitbull do filho

    Ex-chacrete morre após um mês internada por ataque de pitbull do filho

    A ex-chacrete Lia Hollywood morreu após complicações provocadas por um ataque do pitbull do próprio filho, em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro

    Neulizete de Souza Ferraz, ex-chacrete conhecida pelo nome artístico Lia Hollywood, morreu na sexta-feira, 28, aos 66 anos, após complicações provocadas por um ataque do pitbull do próprio filho, em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro.

    Ela estava internada havia mais de um mês no Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama. De acordo com a Polícia Civil, o ataque ocorreu dentro da casa onde morava, na Praia do Sudoeste.

    Neulizete chegou a ser socorrida e levada para o pronto-socorro da cidade, mas foi transferida por causa da gravidade dos ferimentos. Ela sofreu mutilações e fraturas expostas nos braços, pernas e rosto, e precisou amputar um braço.

    Durante o período de internação, o estado de saúde se agravou. Na manhã de sexta-feira, sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e não resistiu.

    A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 118.ª DP de Araruama e encaminhado à 125.ª DP, em São Pedro da Aldeia, que segue com a investigação. Diligências estão em andamento para apurar os fatos.

    O velório e o enterro estão previstos para domingo, 30, no Cemitério Jardim Park da Saudade, em São Pedro da Aldeia.

    Saiba quem foi Lia Hollywood

    Lia Hollywood foi uma das dançarinas e assistentes de palco dos programas de Chacrinha, atuando nas décadas de 1970 e 1980 ao lado de nomes como Rita Cadillac e Índia Potira.

    Seu nome artístico fazia referência à atriz e autora brasileira Lia Torá, a primeira brasileira a atuar em Hollywood.

    Ex-chacrete morre após um mês internada por ataque de pitbull do filho

  • 'Todo o sistema está manipulado', diz Jennifer Lawrence sobre padrões exigidos das mulheres

    'Todo o sistema está manipulado', diz Jennifer Lawrence sobre padrões exigidos das mulheres

    Em ‘Morra, Amor’, atriz vive uma escritora que se vê isolada após o nascimento do primeiro filho; Robert Pattinson, que vive marido dela no filme, diz que ficou tentado a defender seu personagem

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Jennifer Lawrence, 35, estava grávida do segundo filho, nascido no começo deste ano, quando gravou “Morra, Amor”, em cartaz nos cinemas. No filme, ela dá vida a Grace, uma escritora que, após o nascimento do primeiro filho, se vê isolada e cada vez mais irritada com tudo e com todos ao seu redor.

    Apesar de ser a primeira vez que interpreta uma mãe depois de ter se tornado uma, ela diz que sua experiência não foi fundamental para a composição da personagem. “Algo que me deixaria chateada ou até mesmo como eu ficaria chateada seria diferente de como um personagem que estou interpretando reagiria”, explica.

    Ela admite, no entanto, que a maternidade fez com que ela tivesse mais a oferecer para Grace. “Tanto eu quanto o Rob [Robert Pattinson, que vive seu marido no longa] éramos pais de primeira viagem quando estávamos filmando, então havia muita experiência que podíamos trazer para a mesa para adicionar dimensões a isso”, conta.

    “Mas não senti que estava trazendo coisas literais da minha vida para o papel”, continua. “Foi mais usar a minha imaginação e empatia, apenas imaginando se eu fosse sensível, se eu fosse ela, se eu estivesse sendo ignorada…”

    A atriz, que diz saber separar bem o papel de mãe dos que interpreta nas telas, conta que entende quem tem dificuldade para administrar tudo o que está acontecendo ao seu redor após o nascimento de um filho. “Acho que há muito a dizer sobre expectativas culturais”, avalia.

    “Enquanto as mulheres estiverem enfrentando essa expectativa irreal de serem donas de casa perfeitas e mães perfeitas e também terem uma carreira… isso é uma maneira inteligente de garantir que não avancemos muito no mercado de trabalho”, afirma. “Sei que provavelmente não sou a pessoa certa para falar disso. Para mim, todo o sistema está manipulado.”

    O fato de Grace se mudar para uma propriedade rural e longe dos seus é algo que, para a atriz, ajudou a personagem a se perder um pouco dela própria. “Descobri que ter uma comunidade, especialmente uma comunidade de mães, foi tão fundamental quando tive meu primeiro filho”, comenta.

    “Eu teria me sentido muito isolada se não tivesse mães para conversar quando as encontrava no parque ou então as amigas que tiveram bebês mais ou menos na mesma época para fazermos encontros e brincadeiras juntas”, continua. “Eu estava muito consciente disso.”

    Jennifer lembra que o filme é, à primeira vista, sobre depressão pós-parto, mas que a diretora e roteirista Lynne Ramsay acrescentou muitas camadas à história. “A personagem é uma exploração muito poderosa, foi diferente de tudo que eu já tinha lido ou sentido”, diz.

    Em determinado momento da trama, a personagem começa a rastejar como se fosse um animal, algo que foi experimentado durante as gravações e acabou ficando na edição. “Acho que foi uma combinação de eu estar grávida –e, quando você está grávida, você meio que está nesse espaço animalesco– com a minha personagem sendo levada para esse lugar onde ela estava realmente isolada”, analisa. “É como se ela fosse um animal selvagem preso em uma jaula.”

    A atriz diz que sempre quis fazer personagens mais cheios de camadas, como Grace, mas que nem sempre isso foi possível. “No começo da minha carreira, não pensava nisso como uma opção. Eu só queria um salário fixo, então consegui um papel em uma sitcom que ninguém viu, o que foi perfeito”, diz ela sobre “The Bill Engvall Show”, que durou de 2007 a 2009.

    Ela diz que foi essa estabilidade que lhe permitiu ser mais seletiva depois. “Eu era consciente o suficiente para tentar não ficar rotulada em certas coisas”, afirma. “Foi quando tive uma resposta realmente forte a ‘Inverno da Alma’ [filme de 2010 da cineasta Debra Granik] que algo em mim despertou. Percebi como é gratificante estar sob a liderança de uma grande diretora, algo que sempre tentarei buscar.”

    E O PAI, ONDE ESTÁ?

    Robert Pattinson, 39, dá vida ao passivo Jackson, marido de Grace, e diz que tentou ser ponderado ao interpretar o parceiro dessa mulher tão intensa. “Tive uma reação um tanto visceral ao ler o primeiro rascunho do roteiro e o livro, eu só queria defender o parceiro masculino em um relacionamento”, diz.

    “Mesmo que alguém seja desprezível e que o ponto do personagem seja servir como um dispositivo –especialmente no livro, onde ele é uma criatura sombria absolutamente inútil que deveria apenas personificar a decepção dela com a vida deles–, acho que seria simplesmente entediante se você apenas interpretasse um cara sentado no sofá sendo um completo perdedor. Então, você precisa criar algo.”

    Ele comemora que, agora que o filme começou a chegar ao público, tem recebido mensagens de pessoas que assistiram ao filme e se identificaram com o que é mostrado. “Isso meio que faz você entendê-los de uma maneira diferente”, avalia. “Você pode assistir a algo que é muito homogeneizado e simplesmente não há nada a dizer depois, mas, se você vê um filme que tem uma intensidade muito concentrada, isso força você a falar sobre ele.”

    “MORRA, AMOR”

    Quando: Em cartaz nos cinemas
    Classificação: 16 anos
    Elenco: Jennifer Lawrence, Robert Pattinson, Sissy Spacek, Nick Nolte e LaKeith Stanfield, entre outros.
    Direção: Lynne Ramsay

    'Todo o sistema está manipulado', diz Jennifer Lawrence sobre padrões exigidos das mulheres

  • Emicida entra em sua 'fase Racional' com trilogia que marca seu retorno ao rap

    Emicida entra em sua 'fase Racional' com trilogia que marca seu retorno ao rap

    Rapper recria faixas dos Racionais MC’s para falar do presente; músico processa morte da mãe e briga com irmão ao voltar

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – “Quando os caminhos se confundem, é necessário voltar ao começo”, Emicida cantou na primeira faixa de sua primeira mixtape, “Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida, até que Eu Cheguei Longe”, de 2009. O rapper tinha uma música, “Triunfo”, a fama de imbatível nas batalhas de rima, 24 anos de idade e uma carreira a construir. Voltar, então, para onde?

    A resposta ali é a mesma que a de agora –os Racionais MCs. Há 16 anos, Leandro Roque, nome de batismo do rapper, retratava uma confusão, a viabilidade de ter uma carreira sem abandonar os fundamentos do gênero que defende. Perguntava se “essa porra de ‘nós’ existe mesmo ou é outra ideia que ficou pra trás”, e rimava que “os MCs nem sabem mais se pedem um drink ou pedem paz, se aqui é Disney ou Alcatraz, se nós é Rouge ou Racionais”.

    Agora, ele se inspira –e, deliberadamente, revira– a obra do maior grupo de rap do Brasil numa trilogia reversa que batizou de “Emicida Racional”.

    O terceiro volume, já lançado, é uma mixtape em que o DJ Nyack, seu fiel escudeiro, encaixa faixas de voz de músicas antigas de Emicida em bases instrumentais do grupo de Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e KL Jay. O segundo é “Mesmas Cores & Mesmos Valores”, que sai neste mês. É o primeiro álbum de estúdio do rapper desde “AmarElo”, de 2019, e também sua primeira obra desde que se separou do irmão, Evandro Fióti, com quem está envolvido numa disputa judicial milionária em torno do selo Laboratório Fantasma.

    “Quantas coisas valiosas nós abandonamos em nome de outras que hoje a gente não acha que têm a solidez que imaginou que teria?”, diz Emicida. “Fizemos escolhas boas e ruins, e chega nesse momento em que sou tocado por aquela mesma sensação. Observo isso de um lugar difícil de alcançar –o de não julgamento. Olhar para a situação como um elemento da vida, me sentir, sei lá, perdido, desesperançoso e falar ‘é hora de voltar e pegar o que ficou ali atrás, porque esse é o caminho que eu gostaria de seguir para sempre’.”

    Esse caminho é o rap. Não exatamente seus maneirismos sonoros –samples, scratchs, batidas de trap ou boombap–, mas o artesanato das palavras, seus sons e combinações. “Essa é a nossa brincadeira enquanto rappers. É voltar para o começo nesse lugar.”

    É isso que Emicida faz em “Finado Neguin Memo”, do novo disco, em que estressa ao máximo as possibilidades de rima com palavras proparoxítonas. Também em “Os Memo Preto Zica”, em que constrói sua poesia recombinando versos de músicas dos Racionais, por cima de um instrumental meio Jorge Ben Jor, meio Marvin Gaye. É uma colcha de retalhos que soa estranhamente familiar, como se ele sampleasse frases em vez de trechos de LPs antigos.

    Em “Mesmas Cores & Mesmos Valores”, uma referência ao álbum “Cores & Valores”, lançado pelos Racionais em 2014, o rapper mete o dedo na obra do quarteto na forma e também no conteúdo. Em “A Mema Praça”, reclama sua veia política de elaboração e denúncia do racismo –o mais próximo do que os fãs chamam de “Emicida do velho testamento”.

    A música original, “A Praça”, retrata o show dos Racionais na Virada Cultural de 2007, em que a praça da Sé, em São Paulo, virou cenário de guerra após ação da polícia. Agora Emicida narra sua versão daquela mesma noite ao lado dos rappers Rashid e Projota –os três estavam na plateia naquele dia.

    Ele recria também “Quanto Vale o Show?”, em que Mano Brown desfila rimas como Pelé costurava defesas, enquanto convida o ouvinte a um passeio por sua adolescência nos anos 1980. “É uma roda gigante essa caneta. Você vai da chacina ao sucesso do Michael Jackson”, diz Emicida.

    Se Brown começa por uma batida de partido alto no pandeiro, o fã e rapper mais novo, em sua versão, lembra-se que o som do zíper da blusa remetia ao scratch que os DJs fazem nos discos de vinil. Dali, parte para outra jornada –a sua própria adolescência, na década de 1990, até a morte de Sabotage, em 2003.

    Na sua “Quanto Vale o Show Memo?”, Emicida rima sobre a eleição de “um presidente operário” em 2001. “As pessoas fazem essa associação [com o Lula], mas a brincadeira é com ‘Uma Odisseia no Espaço’”, diz, citando o filme de Stanley Kubrick. “Ali o ser humano vê a possibilidade de fazer viagens intergalácticas. É um paralelo doido, porque é uma distância parecida com a de uma pessoa pobre e operária alcançar um lugar de reconhecimento como a presidência da República no Brasil.”

    Seu processo de escrita, diz Emicida, é meticuloso, em que ele vai riscando as palavras como pedra –”até sair faísca”. “Procuro [no dicionário] a palavra e as formas de interpretá-la, porque às vezes varia a sílaba tônica. Muitas vezes você altera uma sílaba e muda todo o sentido. Tem coisas de uma subjetividade tão grande que não são captadas nem pelos fãs”, ele afirma.

    Desde as batalhas de freestyle, Emicida sempre foi um craque das rimas, e nunca abandonou o rap. Mas em seus últimos álbuns –”O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui”, de 2013, e “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”, de 2015, e “AmarElo”– ele foi caminhando para perto da MPB.

    Em 2017, o rapper Don L lamentou que o rap só seria reconhecido enquanto arte a partir de movimentos desse tipo. “Se é MPBoy a grana vem/ Igual passarinhos voando/ Colando no Leblon vez em quando/ Pra chupar a Lavigne/ Mais do que o Athayde faz plano/ Na sauna hype do Caetano”, ele rimou em “Eu Não te Amo”, citando indiretamente “Passarinhos”, canção de Emicida com Vanessa da Mata, levada ao ukelele, e marco daquele momento.

    Não era uma crítica a Emicida, como o próprio Don L esclareceu no mesmo álbum, na faixa “Fazia Sentido”, mas ao ecossistema da música no Brasil. É como se o rap não se bastasse –ele precisaria do aval dessa elite da MPB.

    Na última década e meia, Emicida cantou em todos os grandes festivais do país , excursionou no exterior –tocou no Coachella, nos Estados Unidos, bem antes de Anitta e Ludmilla–, colecionou prêmios e angariou uma admiração intelectual que é rara para qualquer rapper em qualquer época. Culminou com o show de “AmarElo” para um Theatro Municipal, em São Paulo, abarrotado –e, também raro, repleto de pessoas negras no palco e na plateia.

    Na úlima quinta, teve um verso seu citado pela ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lucia em seu voto na ação sobre a possível omissão do Estado na garantia de direitos da população negra. E neste sábado (29), recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    Recentemente, também deu aulas nas universidades de Pittsburgh, nos EUA, e Coimbra, em Portugal. “Pude reorganizar em parâmetros acadêmicos toda a informação que a gente manipula para fazer um rap –e é muita coisa”, ele diz.

    Agora, na “fase Racional”, Emicida quer exercitar o rap em toda a sua magnitude. “Depois dessa jornada de indústria, arte e cultura, quero apresentar a música rap não como um quase algo, mas como um gênero completo. O rap existe dentro de si mesmo há décadas. Fomos muito questionados –às vezes pela imprensa, às vezes pelo mercado, com a demanda de ter refrão, ser mais pop.”

    Se a confusão de agora lembra a de 2009, talvez o retorno seja diferente. Mais que aos Racionais, Emicida está buscando a si mesmo através do grupo que arquitetou a maneira brasileira de se fazer rap. Está mais para o glorioso retorno de quem já esteve aqui.

    “Fiquei introspectivo, cuidei de minha família, minhas plantas, meus cachorros, li meus livros”, diz. “Rodei o mundo, mas era a hora de voltar para casa. Mostramos mil possibilidades, mas se você quer ser alguém, você tem que ser você. E sou isso aí. É a música de que gosto.”

    “Onde a sua mente está agora?”, Emicida indaga numa faixa de “Mesmas Cores & Mesmos Valores”. É uma estratégia budista para se não deixar levar por preocupações futuras ou problemas do passado. Recentemente, o rapper lidou com alguns contratempos.

    Dona Jacira, sua mãe, morreu em julho, aos 60 anos. Os mais de oito minutos da primeira faixa do novo álbum são dedicados a ela, que surge numa colagem de áudios por cima do piano de Amaro Freitas. Entre outras coisas, ela fala da necessidade de escrever, algo em comum com o filho MC, mas que não era percebido assim.

    “Nossa relação foi de embates”, diz Emicida. “Meu pai foi um DJ frustrado. Isso tem relação com o alcoolismo no qual ele caiu, o que tem vínculo direto com a forma como ele morreu. Ter uma situação dessa em casa gera um assombro.”

    Sua mãe não gostava de rap, nem queria que ele seguisse essa carreira. Na periferia, ele diz, as pessoas não são moldadas para sonhar, mas fazer parte de uma engrenagem. “Só que sou uma engrenagem rebelde. Um parafuso que falou ‘vá se foder, vou ficar girando aqui o resto da minha vida? Sai fora.’”

    Não ajudou o fato de que na década de 2000 o rap era visto como a música do crime. É algo que não mudou muito, diz o artista, lembrando as prisões de Oruam e Poze do Rodo, no Rio de Janeiro, acusados de fazer apologia do tráfico de drogas e de envolvimento com o crime.

    “Quando ganhei a Liga dos MCs, em 2006, dormi na calçada com o prêmio no bolso. Minha mãe ficou brava de eu ter ido ao Rio fazer essa parada. Demorou para ela entender, e a gente nunca falou sobre isso”, diz. “É uma parada muito louca da relação de mãe e filho. São conversas que não aconteceram.”

    Num dos áudios de “Mesmas Cores & Mesmos Valores”, Jacira, sua mãe, diz que precisa escrever, algo que ela fazia havia décadas. “Você ia pegar um caderno de receitas e tinha um negócio escrito sobre o bairro. Foi ver isso que me fez escrever”, diz o rapper. “Ela não entendeu que, além da cultura hip-hop, tinha algo dentro da minha casa que emanava dela e que me fazia teimar naquele bagulho. No meio das nossas tretas, minha capacidade de improvisar evoluiu. Eu não podia ter um caderno, ia gerar discussão. Tive que levar tudo para dentro da cabeça. E nas batalhas era onde eu podia botar para fora.”

    Até sua primeira música, “Triunfo”, de 2008, Emicida teve outros trabalhos –foi pedreiro, artesão, assistente de estúdio. Quando lançou a mixtape de estreia, no ano seguinte, já foi por um selo próprio, o Laboratório Fantasma.

    Tocada por ele com o irmão, a empresa nasceu da vontade de fazer as coisas por conta própria, dada a incompreensão em torno do rap –que começava dentro de casa, mas se estendia à indústria. Em alguns anos, se tornou uma das mais bem-sucedidas experiências independentes da música brasileira.

    Além de Emicida e Evandro Fióti, a Lab publicou obras de gente como Rael e Drik Barbosa, desfilou na São Paulo Fashion Week com suas coleções de roupas, teve escritório, estúdio e um negócio rentável. Em abril, os irmãos romperam após um desacordo financeiro milionário e a disputa está na Justiça.

    Emicida não proibiu a reportagem de perguntar sobre o assunto, mas não quis se aprofundar. “Em minha trajetória sofremos muito enviando trabalhos para a imprensa que não receberam a atenção que considerávamos devida. Não quero ser protagonista desse tipo de situação e prefiro não visitar esse assunto. A Laboratório Fantasma continua dentro de um litígio a partir desse desacordo, e a gente não tem previsão de fazer novos projetos através dela.”

    O modelo de negócios que impulsionou a empresa fez sentido na época, ele diz, mas é uma bananeira que já deu frutos. Ele era baseado em publicidade –”monetizar cliques e ‘likes’ tendo visibilidade e seguidores”. “Essas métricas vão ser irrelevantes porque podem ser reproduzidas em uma agência por qualquer pessoa que tenha ou não um vínculo com algo verdadeiro.”

    Para o rapper, a internet tem de voltar a ser protocolo, não plataforma, e a tendência é de fricção contra as redes. “Se você tem atenção por ser legítimo, consegue se manter de pé. Esse vai ser o parâmetro –pessoas que não são ameaçadas pela inteligência artificial porque significam algo fora do digital.”

    Ele crê que a ascensão das pautas de afirmação de identidades marginalizadas no auge da gravadora gerou choques valiosos. “O resultado são as conversas que tenho com minhas filhas. Enquanto sociedade, fomos para um lugar melhor”, diz. “Tomamos flechadas e disparamos, mas eram ideias que precisavam de atenção. Excessos foram cometidos. Nem tudo o que foi dito por quem trouxe essas bandeiras foi legítimo. Assim como nem todo mundo que defendia outro ponto era digno de vaia.”

    “Mesmas Cores & Mesmos Valores” sai pelo novo selo de Emicida, Cecrópia. “Pouco refrão? Só tem um”, diz Emicida, rindo, ao comentar o novo disco. Ele diz que cria sob uma lógica de agricultor –para ter um bom grão de café, é preciso um trabalho de três anos antes. Ao mesmo tempo, agora quis captar o calor do momento. Mais ou menos como uma foto de Walter Firmo, autor da capa do álbum do rapper, que retratou ícones do samba com um clique espontâneo.

    Nisso sobram ruídos, silêncios e uma faixa de dez minutos que é música concreta no estilo John Cage. Ao fim da primeira música, ouvimos ao fundo um barulho de choro. “É um microfone que estava dentro do piano e colateralmente gravou o momento que eu estava chorando, me levanto, abraço o Amaro Freitas e a gente chora junto.”

    As cores podem ser as mesmas, mas alguns valores mudaram. Em “Intro (É Necessário Voltar ao Começo)”, a primeira música da primeira mixtape, Emicida rima que Jesus perdoou demais e morreu, e Lampião confiou demais e morreu, antes de arrematar –”não confio nem perdoo, por isso mandaram eu”. Era ali o rapper que veste seu eu-lírico com uma capa de super-herói para inspirar o ouvinte e esconder fragilidades.

    Emicida está de volta ao rap, mas não sem o que colheu enquanto se tornou um dos grandes nomes da história do gênero no Brasil. E com toda a sua vulnerabilidade. “Como todas as pessoas, também tenho minhas angústias, ansiedades, desesperanças. E aí a cabeça entra em um vórtex”, ele diz, citando o aprendizado budista a que recorria.

    Até porque, para o rapper, o que define o melhor da música e da cultura brasileira é uma “dimensão inseparável da melancolia e da luz”. “Você vai achar isso na bossa nova, no Johnny Alf, no Jorge Ben Jor, nos Racionais”, ele afirma.

    Emicida diz que sua “fase Racional” é um presente para o garoto que descobriu no poder das palavras o sentido da vida, e seu agradecimento aos responsáveis por isso, o maior grupo do rap nacional.

    Afirma também que fez o novo álbum para aproximar pessoas e gerações. “A gente precisa se reconectar. Estou falando aqui numa esfera íntima, familiar, mas a gente precisa produzir uma atmosfera de conexão enquanto sociedade. E não é por ideologia simplesmente –é porque isso é vital para nossa sobrevivência enquanto povo. A gente vai ter que colocar perdão no horizonte. E perdoar não é fácil.”

    Emicida entra em sua 'fase Racional' com trilogia que marca seu retorno ao rap

  • Sérgio Malheiros relata assalto no Rio de Janeiro

    Sérgio Malheiros relata assalto no Rio de Janeiro

    O ator contou que teve celular levado por criminosos em assalto em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro

    RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/CBS NEWS) – Sérgio Malheiros, 32, relatou ter vivido um momento de tensão na noite de ontem.

    O ator contou que teve o celular levado por criminosos. No momento do assalto, ele aguardava um carro de aplicativo em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro.

    Malheiros comentou que o crime aconteceu de forma repentina. “O cara passou de moto e levou meu telefone, foi uma fração de segundos. Queria só deixar um aviso para vocês. Estou aqui até agora, na correria, tentando resolver tudo”, disse o ator.

    O artista também alertou para possíveis mensagens envolvendo o seu nome. “Há algumas horas fui furtado, levaram meu celular e algumas pessoas estão recebendo mensagens pedindo dinheiro. Queria dizer que não sou eu, para todo mundo tomar muito cuidado”, declarou.

    Sérgio Malheiros relata assalto no Rio de Janeiro

  • Shakira diz estar aberta a convites como atriz: 'Agora que não tenho marido, tenho tempo'

    Shakira diz estar aberta a convites como atriz: 'Agora que não tenho marido, tenho tempo'

    Cantora volta ao papel de Gazelle na continuação da animação ‘Zootopia 2’, em cartaz nos cinemas; colombiana também fala da música ‘Zoo’ e comemora participação dos filhos Milan e Sasha no filme

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Durante sua carreira musical, Shakira, 48, sempre se identificou com a figura da loba, mas foi como uma gazela que ela fez sua estreia nos cinemas em 2016, no filme “Zootopia”. Agora, ela volta ao papel da engajada Gazelle na continuação “Zootopia 2”, que está em cartaz nos cinemas.

    “O que eu amo na Gazelle é que ela é cheia de vida, mas também muito honesta. E ela defende o que pensa. Eu me identifico com essa parte da personagem”, diz a colombiana, que, se pudesse passar um dia dentro da animação, gostaria de ser amiga da policial Judy Hopps. “É que eu queria ser policial, esse era um dos meus muitos sonhos.”

    Mas se engana quem pensa que a cantora fez um bico de dubladora e pronto. Após esse retorno à personagem, ela está aberta a novas aventuras como atriz, inclusive em filmes de live-action. “Estou aberta à aventura que é a vida, e ela já me levou a tantos lugares diferentes que eu nunca esperava estar… Então, por que não?”, comenta.

    Shakira já apareceu como ela própria em séries como “Ugly Betty” e “Os Feiticeiros de Waverly Place”, mas o que poucos sabem é que, na adolescência, ela protagonizou a novela colombiana “El Oasis”. Depois, ficou muito focada na música para conseguir conciliar longas gravações, mas ela não descarta.

    “A oportunidade certa não apareceu ou, quando houve oportunidades para fazer algo assim, eu estava tão ocupada em turnê ou fazendo outras coisas… Mas, sim, agora que não tenho marido, posso arranjar um tempo”, comenta ela, lembrando o divórcio com o jogador de futebol Gerard Piqué, 38.

    E que tipo de produção ela gostaria de fazer como atriz? “Eu meio que amo história e mitologia, então, às vezes, quando vejo esses filmes mitológicos ou que se referem a personagens mitológicos ancestrais, eu penso: ‘Ah cara, eu poderia arrebentar nisso’.”

    Por enquanto, ela está feliz em ser a voz de Gazelle para quem assistir ao filme na versão original (no Brasil, a personagem é dublada por Cássia Bisceglia).

    “Todos nós sonhamos com a Disney, certo? Quero dizer, é o mundo de fantasia mais genial já criado”, avalia. “Ter a oportunidade de atuar e ser uma personagem em um filme da Disney, para mim, é uma grande honra.”

    Além disso, ela conta que conseguiu participar ativamente da construção da personagem. “Eu dei minha opinião desde o primeiro dia”, afirma ela. “É uma personagem que vi crescer e evoluir, e acho que ela é incrível. Eu amo a Gazelle. E meus filhos também amam a Gazelle.”

    Por falar em filhos, Milan, 12, e Sasha, 10, ambos do relacionamento com Piqué, fazem uma pequena participação em “Zootopia 2”. “Eles gravaram algumas falas como os irmãozinhos da Judy Hopps”, derrete-se a cantora. “Eles são coelhinhos no filme.”

    Shakira diz que os meninos foram um dos principais motivos para que ela estivesse tão animada em voltar à personagem. “Estava muito empolgada por fazer algo com meus filhos e de poder compartilhar isso com eles”, comenta.

    “Quando fizemos o primeiro ‘Zootopia’, eles eram bebês, então foi outra maneira de me conectar com as crianças. Agora eles estão muito mais velhos, então meio que me acompanharam durante o processo”, continua, orgulhosa. “Eu sempre peço a opinião deles em tudo, porque eles têm muito bom gosto no geral. E eu gosto de fazê-los sentir que a opinião deles realmente conta.”

    Outro ponto é que Gazelle, assim com sua intérprete, é cantora. Se no primeiro filme ela pode emprestar seus dotes vocais também para a música “Try Everything”, desta vez ela volta com a canção “Zoo”, escrita em parceria com Ed Sheeran e Blake Slatkin.

    “É engraçado porque ‘Try Everything’ foi uma música amada por muitas crianças pequenas, que obviamente não estavam familiarizadas com o meu repertório e me conheceram por meio do filme”, lembra ela. “Fico feliz porque acho que a música tem uma mensagem muito positiva e acho que o mundo precisa desse tipo de positividade.”

    Ela diz que não sentiu pressão para que a nova canção fizesse o mesmo sucesso da anterior. “Obviamente, é uma grande responsabilidade, porque a Disney está confiando a mim um de seus filmes mais importantes”, afirma ela. “Mas me senti à altura da tarefa, porque já tinha a experiência de trabalhar com eles no passado.”

    Sobre o resultado, ela também se mostra confiante. “Sinto que ‘Zoo’ me lembra um pouco ‘Waka Waka’. É esse tipo de música que sinto que pode ressoar com muitos públicos diferentes e também que carrega uma mensagem universal”, avalia.

    Shakira diz estar aberta a convites como atriz: 'Agora que não tenho marido, tenho tempo'

  • Morre mãe de Creo Kellab, participante expulso de A Fazenda

    Morre mãe de Creo Kellab, participante expulso de A Fazenda

    Iracy Pedro Horário tratava um tumor no intestino e faleceu na madrugada desta sábado (29)

    SÃO PAULO, SP (UOL/CBS NEWS) – Creo Kellab, 52, participante expulso de A Fazenda 17, afirmou que sua mãe, Iracy Pedro Horário, morreu. Iracy tratava um tumor no intestino e faleceu na madrugada de hoje. Ela estava internada em Juiz de Fora (MG), onde morava com a família.

    No comunciado, Kellab expressou o momento de dor e agradeceu o apoio dos fãs.

    É com profundo pesar que informamos que Dona Iracy Pedro Horácio faleceu na madrugada deste sábado, 29 de novembro, em Juiz de Fora. A mãe do ator Creo Kellab, que participou da Fazenda 17, estava internada em Juiz de Fora e teve complicações após uma cirurgia de retirada de um tumor do intestino.

    A família e o ator pedem orações nesse momento tão difícil e agradecem o apoio dos amigos e fãs. O velório e o enterro serão realizados na cidade mineira, onde a família do ator mora.

     
     
     

     
     
    Ver essa foto no Instagram

     
     
     
     

     
     

     
     
     

     
     

    Uma publicação compartilhada por Creo Kellab (@creokellab)

    Morre mãe de Creo Kellab, participante expulso de A Fazenda

  • Pai de Isabel Veloso desabafa sobre filha na UTI

    Pai de Isabel Veloso desabafa sobre filha na UTI

    Isabel luta contra o câncer desde 2021, quando recebeu o diagnóstico de linfoma de Hodgkin; influenciadora já passou por diversas cirurgias, e a doença entrou em remissão em 2023

    SÃO PAULO, SP (UOL/CBS NEWS) – Joelson Veloso, 50, pai de Isabel Veloso, 19, desabafou sobre a internação da filha na UTI. Ela está internada desde ontem.

    Em suas redes sociais, Joelson publicou um desabafo. “Onde um mês atrás estávamos eu e você, minha princesa. Conversamos, rimos, choramos. Era antes do transplante. Agora, sozinho, senti o vazio? a saudade bateu forte”.

    “Mas o que mais sinto é esperança. Porque eu acredito em você, Isabel. Você é guerreira, é forte, é luz. Estou aqui, esperando por você. Sei que vai vencer mais essa batalha”, disse Joelson Veloso.

    Joelson finalizou. “A vitória já chegou – porque o amor nunca falha, e Deus está contigo”.

    Isabel Veloso precisou ser intubada após uma complicação de saúde na madrugada de ontem. De acordo com o marido da influenciadora, o empresário Lucas Borbas, ela estava com excesso de magnésio no sangue.

     

    Pai de Isabel Veloso desabafa sobre filha na UTI

  • Corpo da mãe de Mel Maia será velado e cremado no Rio de Janeiro

    Corpo da mãe de Mel Maia será velado e cremado no Rio de Janeiro

    Débora, que tinha 53 anos, foi encontrada morta por uma funcionária que estaria chegando na residência da família da atriz Mel Maia para trabalhar

    RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/CBS NEWS) – Débora Maia, 53, mãe da atriz Mel Maia, 21, será velada hoje no Rio de Janeiro. O velório está marcado para ter início às 12h, no Crematório da Penitência, na Zona Norte. A cerimônia de despedida será seguida da cremação, prevista para às 15h, no mesmo local.

    Débora morreu ontem. Ela foi encontrada sem vida dentro do banheiro de seu apartamento, na zona sudoeste do Rio, onde morava sozinha, segundo informações de Léo Dias.

    Mel Maia confirmou a morte por meio de uma publicação.

    “É com imenso pesar que comunicamos o falecimento de Débora Maia, mãe da atriz Melissa Maia. Neste momento de dor e luto, pedimos a todos os fãs, imprensa, amigos e parceiros que compreendam a necessidade de recolhimento e privacidade da família. Agradecemos a todos pela compreensão e respeito”, disse publicou a equipe da atriz no Instagram.

    Débora também era mãe de Yasmin Maia. A empresária compartilhava sua vida nas redes sociais e celebrava os trabalhos da filha online.

    Corpo da mãe de Mel Maia será velado e cremado no Rio de Janeiro

  • 'Muita gente não entende a letra original', diz Paula Fernandes sobre versão que fez de Adele

    'Muita gente não entende a letra original', diz Paula Fernandes sobre versão que fez de Adele

    Cantora sertaneja inclui hit mundial em seu novo álbum, ‘Simplesmente Eu’; ela também fala da estreia como atriz em ‘Coração Acelerado’, da Globo, e dos 30 anos de carreira

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Em 2010, quando estourou no Brasil com o álbum “Pássaro de Fogo”, Paula Fernandes tinha poucas colegas mulheres no sertanejo. Nas paradas internacionais, faziam sucesso artistas femininas do gênero pop, como Lady Gaga e Adele –cantoras das quais ela é fã e, agora, também intérprete.

    Enquanto o sertanejo vivia um momento ainda dominado por duplas masculinas, Paula despontou como mulher e artista solo. “Tive que ter a força de dois homens”, diz. Depois de chegar ao ápice da carreira, passou por um momento de desaceleração impulsionado pela pandemia de Covid.

    Agora, ela retoma a rotina de shows com uma nova energia e lança seu oitavo álbum de estúdio, “Simplesmente Eu”. A música de trabalho do álbum é “Amar de Novo”, versão de “Set Fire to the Rain”, de Adele.

    Com 33 anos de carreira e 41 de idade, a mineira de Sete Lagoas diz se considerar uma “jovem veterana”: ainda com estrada para percorrer, mas com um nome já cimentado na música brasileira. Ela também se prepara para estrear como atriz na novela das 19h, “Coração Acelerado”, em que vive uma avó que inspira a neta a seguir seus sonhos na música.

    Em entrevista à reportagem, Paula fala sobre o processo de composição do novo álbum, o momento atual da carreira e os frutos que colheu até então. Confira abaixo.

    PERGUNTA – Como foi o processo de composição dessa versão da Adele?

    PAULA FERNANDES – Primeiro foi a parte burocrática, entramos em contato com os empresários para pedir permissão. Depois, quando enfim deram o ok, ela [Adele] pediu para ouvir uma guia voz e violão. Mandei e ela aprovou na íntegra, sem mexer uma vírgula na letra. Preciso dizer que isso é motivo de muito orgulho, porque nasceu de mim. É uma responsabilidade muito grande versionar o hit mundial de uma artista como ela.

    P – A letra é sua?

    PF – É minha, mas não é uma tradução literal. Me senti livre para criar. É uma música sobre uma mulher que foi traída, perdoou uma vez e enfatizou que não perdoaria novamente. A própria música foi me ditando o que eu queria dizer em português. A letra veio, aconteceu, e foi uma bênção a Adele ter liberado. É uma chance em quantos milhões?

    P – O que você traz no novo álbum além dessa versão?

    PF – É um álbum autoral a que dediquei tempo. Na pandemia, tive um momento de desacelerar que foi muito importante. Trabalho desde pequena e precisava disso. Logo que despontei, passei por muita cobrança. Tinha seis músicas minhas tocando na rádio e aquela expectativa pelo próximo hit. Precisei respirar. Sou uma compositora genuína, preciso de tempo. Estou vivendo um momento de serenidade, maturidade e trabalhando em uma velocidade diferente, não mais naquela sangria. Esse álbum é um resgate de mim.

    P – Em 2019, você fez uma versão de “Shallow”, da Lady Gaga, que, ao mesmo tempo em que foi um estouro, recebeu também muito “hate”.

    PF – Foi fenomenal. O que seria da luz sem a escuridão (risos)? Mas faz parte, foi uma canção que me deu muitas alegrias. É minha música mais ouvida nos streamings e eu ganhei um Grammy com ela [melhor álbum sertanejo por “Origens”]. Então, o que eu posso dizer? Só me deu alegria.

    P – Você não tem medo de receber reações negativas de fãs mais ferrenhos que rejeitam versões, como aconteceu naquele momento?

    PF – Sabe que durante um tempo eu também fui avessa a versão? Achava muita responsabilidade, muito difícil. Até que um dia caiu uma versão da Taylor Swift no meu colo e passei a ter outra percepção. A versão é uma forma de você emocionar seu país cantando na sua língua, trazendo aquela arte mundial de um jeito diferente. Muita gente não entende a letra original. Sou uma representante nacional fazendo isso, tem que ser motivo de orgulho. Vai ter sempre aquele que não vai gostar e faz parte, a gente está acostumado.

    P – Você foi uma das pioneiras como mulher na fase do sertanejo em que você surgiu. Hoje o sertanejo feminino vive um estouro. Como vê sua trajetória?

    PF – Me sinto orgulhosa de ser uma artista que representa o [sertanejo] feminino, esse movimento que está tão forte hoje, que eu apoio e levanto a bandeira. Contribuí para pavimentar uma estrada. Não fui a primeira, mas naquele momento de 2009, 2010, eu estava acontecendo. Espero que venham muito mais, que a gente passe pelas cidades e veja os outdoors de shows com artistas mulheres, não só homens.

    P – Foi difícil ser a única mulher naquele momento?

    PF – Sim. O sistema sempre foi muito preparado para as duplas masculinas, então eu tive que ter a força de dois homens. Superei machismo, superei falas do tipo: “Mulher no sertanejo não dá certo, música lenta não dá certo”. E tem uma coisa que eu talvez nunca tenha falado em entrevistas: existia preconceito pelo fato de eu ter namorado e acharem que o namorado ia me impedir de trabalhar. Como se a mulher não pudesse ter autonomia e sair para tocar no final de semana. A gente vem vencendo isso. Depois de mim veio a Marília Mendonça e, agora, tantas outras artistas que estão mostrando que a gente é capaz.

    P – Queria que comentasse um pouco sobre “Coração Acelerado”, a novela das 19h de que você está participando.

    PF – Estou apaixonada! A Cecília [personagem da cantora] é, de certa forma, inspirada em mim. É uma avó que pavimenta a estrada para a neta. É uma mulher que tem o sonho de cantar, mas tem um marido muito machista. Ela morre cedo, mas inspira a neta a seguir nessa busca pelo sucesso na música. É uma novela musical, fico com o violão na mão o tempo todo.

    P – Que conselho você daria para essa “neta”, para uma artista que está começando?

    PF – Siga o caminho mais longo. Porque a chance de percorrer o caminho mais curto eu tive inúmeras vezes. Principalmente por ser mulher.

    P – Em que sentido?

    PF – Em todos que você pode imaginar. Já levei muita cantadinha, já ouvi: “Se você fizer isso, vai conseguir aquilo”. Não passei pelo teste do sofá porque eu levantaria dele. O fato de ser mulher tem isso: às vezes, a pessoa te contrata achando que você vai no pacote. Eu realmente não cedi, não me prostituí, não me vendi. Enfrentei tudo na cara e na coragem com pessoas que abraçaram meu trabalho.

    P – Que balanço você faz da sua carreira até aqui?

    PF – Muito positivo. Tenho muito orgulho da minha história. Digo que sou uma jovem veterana, porque comecei muito nova e tenho muito tempo de carreira, ao mesmo tempo em que ainda tenho coisa para viver. Depois que conquistei o que eu chamo de céu, pensei: “O que existe depois do céu?”. Vivi o ápice de uma carreira e me confrontei: “O que eu faço agora?”. Desacelerei para voltar a mim e ao processo de composição. A gente leva muito tempo para compor um álbum, não é tarefa fácil.

    P – E o que tinha depois do céu?

    PF – Descobri que estabilidade é a melhor coisa do mundo. Alcançar é difícil, mas permanecer é mais difícil ainda. Eu quero a velocidade de cruzeiro. Quero ter vida pessoal, vida social, família, curtir os momentos com meu cachorro e com minha mãe e estar no palco com meus fãs. O verdadeiro sucesso é o que estou vivendo hoje. Aquele sucesso de 220 apresentações por ano me adoeceu de certa forma. Foi maravilhoso, incrível, viveria tudo de novo, mas não tinha mais espaço para mim mesma.

    'Muita gente não entende a letra original', diz Paula Fernandes sobre versão que fez de Adele

  • Kim Kardashian descobre que está com atividade cerebral reduzida

    Kim Kardashian descobre que está com atividade cerebral reduzida

    Em novo episódio de ‘The Kardashians’, socialite faz escaneamento do cérebro; influenciadora recebeu diagnóstico de aneurisma; médico aponta ‘estresse crônico’ como possível causa

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Após receber um diagnóstico de aneurisma há cerca de um mês, Kim Kardashian, 45, descobriu que está com a atividade cerebral reduzida.

    A consulta de Kim com o neurologista Daniel Amen foi mostrada no novo episódio da sétima temporada de “The Kardashians”, que foi ao ar na última quinta-feira (27). No Brasil, o reality está disponível no streaming da Disney.

    Na consulta, o médico apresenta a Kim o resultado de seu escaneamento cerebral. O especialista explica que a socialite não tem risco de desenvolver Alzheimer, mas que o exame de imagem mostrou “buracos” que indicam baixa atividade cerebral.

    “A parte frontal do seu cérebro está menos ativa do que deveria estar”, falou o neurologista. “Com o seu lobo frontal, da maneira que ele funciona agora, seria mais difícil manejar o estresse e não seria nada bom para você, especialmente neste momento em que você está estudando e se preparando para testes”, disse.

    No início do mês, Kim Kardashian foi reprovada no exame da “OAB” da Califórnia. A atriz, que vive uma advogada de sucesso na série “Tudo É Justo”, está tentando conseguir a licença para advogar na vida real.

    Ela ficou chateada ao ouvir a análise do médico. “Isso não pode ser. Não posso aceitar”, disse. O especialista acrescentou que os resultados podem estar relacionados a estresse crônico e propôs tentar manejar a ansiedade e melhorar os níveis de saúde mental.

    Kim Kardashian descobre que está com atividade cerebral reduzida