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  • Michelle Bolsonaro ironiza ação de Lindbergh Farias na PGR: "Me ama"

    Michelle Bolsonaro ironiza ação de Lindbergh Farias na PGR: "Me ama"

    Após o líder do PT na Câmara pedir à PGR que investigue supostos crimes ligados ao programa Pátria Voluntária, Michelle reagiu com deboche nas redes sociais. A provocação ocorre em meio à escalada de tensão entre petistas e bolsonaristas, que agora envolve também a primeira-dama Janja

    A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro reagiu com ironia à notícia de que o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), apresentou uma representação criminal contra ela à Procuradoria-Geral da República. Em uma rede social, Michelle compartilhou a manchete sobre o caso e escreveu “Ele me ama”, acompanhando a frase com um emoji de risada.

    A ação movida por Lindbergh pede que a PGR investigue Michelle por possíveis crimes contra a administração pública e por atos de improbidade ligados ao programa Pátria Voluntária, criado durante o governo de Jair Bolsonaro. O projeto, sob coordenação da então primeira-dama, tinha como objetivo promover ações de voluntariado em parceria com entidades privadas e organizações sociais.

    A ofensiva contra Michelle ocorre em um momento de tensão política entre governo e oposição. Enquanto o PT pressiona por apurações envolvendo a gestão anterior, aliados do ex-presidente Bolsonaro intensificam críticas à atual primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja. Os ataques aumentaram após a publicação de um decreto que amplia o acesso de Janja ao gabinete presidencial, medida assinada pelo próprio presidente Lula.
     
     

     

    Michelle Bolsonaro ironiza ação de Lindbergh Farias na PGR: "Me ama"

  • 'Shutdown' nos EUA? Tribunal impede governo de despedir funcionários

    'Shutdown' nos EUA? Tribunal impede governo de despedir funcionários

    Um tribunal federal da Califórnia suspendeu temporariamente os planos do governo Trump de demitir milhares de funcionários federais durante a paralisação do governo. A decisão atende a um pedido de sindicatos que acusam a administração de abuso de poder e violação das leis trabalhistas

    O tribunal federal da Califórnia emitiu nesta quarta-feira (15) uma decisão temporária que impede o governo de Donald Trump de demitir funcionários federais enquanto o governo permanece paralisado.

    A decisão foi tomada após o sindicato que representa esses trabalhadores entrar com uma ação judicial contestando os planos da administração.

    “As evidências sugerem que o Escritório de Gestão e Orçamento (OMB) e o Escritório de Gestão de Pessoal (OPM) estão aproveitando a paralisação do governo para agir como se as leis não se aplicassem a eles e impor as estruturas que desejam sobre uma situação que não lhes agrada. Acredito que os autores da ação demonstrarão, no fim, que o que está sendo feito aqui é ilegal, ultrapassa a autoridade e é arbitrário e caprichoso”, afirmou a juíza Susan Ilston.

    Ela acrescentou: “É uma atitude precipitada. Há um custo humano que não pode ser tolerado.”

    “A partir de agora, a ordem de restrição temporária está em vigor”, anunciou a juíza.

    Pouco antes da decisão, o diretor do OMB, Russel Vought, havia dito no programa The Charlie Kirk Show, citado pelo The Guardian, que o governo se preparava para realizar novos cortes, podendo chegar a 10 mil demissões.

    No dia 10 de outubro, a administração Trump já havia anunciado “reduções na força de trabalho” em sete agências federais, afetando pelo menos 4,1 mil servidores. O governo justificou as demissões alegando que a paralisação — que os republicanos atribuem aos democratas — tornou as medidas inevitáveis.

    Os sindicatos, porém, entraram com uma ação ainda antes do início da paralisação, no fim de setembro, prevendo as ameaças de cortes em massa.

    O processo argumenta que o OMB, sob direção de Vought, violou a lei ao ameaçar servidores com demissão e ao ordenar que realizassem tarefas ligadas aos próprios desligamentos durante o período de paralisação.

    Se confirmadas, as demissões farão do governo Trump o primeiro da história dos Estados Unidos a promover cortes em massa no funcionalismo durante um “shutdown” — paralisação total das atividades governamentais.

    “Nenhum presidente jamais decidiu demitir milhares de servidores durante uma paralisação do governo”, afirmou Everett Kelley, presidente da Federação Americana de Trabalhadores Governamentais (AFGE). “A AFGE está contestando esse abuso de poder ilegal e sem precedentes do presidente Trump e não vai parar de lutar até que todas as notificações de demissão sejam revogadas.”

    Os Estados Unidos já enfrentaram 11 paralisações de governo. A mais longa durou 35 dias, em 2018, também sob a administração Trump. A atual paralisação completa agora duas semanas.
     
     

    'Shutdown' nos EUA? Tribunal impede governo de despedir funcionários

  • Lula confirma reunião com EUA para negociar tarifaço, nesta quinta

    Lula confirma reunião com EUA para negociar tarifaço, nesta quinta

    “Amanhã nós vamos ter a conversa de negociação”, contou Lula em evento no Rio de Janeiro; Marco Rubio e Mauro Vieira se reunirão em Washington, nos Estados Unidos

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou uma reunião entre Brasil e Estados Unidos, nesta quinta-feira (16), sobre a taxação extra aos produtos brasileiros exportados para aquele país.

    Este será o primeiro encontro entre as autoridades dos dois países após a conversa entre Lula e o presidente Donald Trump, no início deste mês.

    “Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, disse Lula, nesta quarta-feira (15), ao comentar a videoconferência que manteve na semana passada com o estadunidense. Ele brincou com a fala de Trump sobre “a química excelente” entre os dois na ocasião em que se encontraram rapidamente nos bastidores da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro.

    “Amanhã nós vamos ter a conversa de negociação”, contou Lula em evento no Rio de Janeiro.

    Após a química nas Nações Unidas e a conversa por telefone, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações. Rubio, então, convidou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para liderar uma delegação brasileira a Washington.

    Reunião

    Vieira desembarcou nesta terça-feira (14) na capital dos Estados Unidos para a agenda de trabalho.

    Em entrevista recente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil vai oferecer os melhores argumentos econômicos para os Estados Unidos, para reverter o tarifaço ao Brasil.

    O principal deles, segundo o ministro, é que a medida está encarecendo a vida do povo estadunidense.

    Haddad lembrou ainda que os Estados Unidos já têm superávit comercial em relação ao Brasil e muitas oportunidades de investimento no país, sobretudo voltado para transformação ecológica, terras raras, minerais críticos, energia limpa, eólica e solar.

    Tarifaço

    O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada pelo presidente Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter a relativa perda de competitividade da economia dos Estados Unidos para a China nas últimas décadas.

    No dia 2 de abril, Trump impôs barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, na ocasião, foi imposta a taxa mais baixa, de 10%.

    Porém, em 6 de agosto, entrou em vigor uma tarifa adicional de 40% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo Trump, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022.

    Entre os produtos tarifados pelos Estados Unidos estão café, frutas e carnes. Ficaram de fora da primeira lista cerca de 700 itens (45% das exportações do Brasil aos EUA) como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores, peças e componentes.

    Depois, outros produtos também foram liberados das tarifas adicionais.

    Lula confirma reunião com EUA para negociar tarifaço, nesta quinta

  • Lula diz a aliados que deve escolher Messias para o STF

    Lula diz a aliados que deve escolher Messias para o STF

    A expectativa entre seus aliados é que o anúncio do escolhido para a vaga do ministro Luís Roberto Barroso ocorra ainda esta semana

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) disse a aliados que pretende indicar o titular da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, para o STF (Supremo Tribunal Federal). A expectativa entre seus aliados é que o anúncio ocorra ainda esta semana.

    A apresentação do pedido de aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso ainda nesta quarta-feira (15) –assinado por Lula e publicado no Diário Oficial desta quarta– e a forte pressão por outro nome que não o de Messias podem precipitar a decisão. Lula diz a interlocutores que Messias está maduro para a função.

    Messias conquistou o reconhecimento de Lula ao longo do governo. Ele aproximou-se do presidente já na montagem do governo. No papel de coordenador jurídico da transição, atuou na redação de decretos de reestruturação da Esplanada, incluindo a definição do orçamento para 2023.

    Desde então, tem mostrado lealdade e combatividade, na opinião de aliados do presidente.

    Lula diz a aliados que deve escolher Messias para o STF

  • Dólar fecha em queda e Bolsa avança com expectativa sobre novo corte de juros nos EUA

    Dólar fecha em queda e Bolsa avança com expectativa sobre novo corte de juros nos EUA

    A moeda norte-americana fechou em queda de 0,14% nesta quarta-feira (15), cotado a R$ 5,462; a Bolsa subiu 0,64%, a 142.603 pontos

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em queda de 0,14% nesta quarta-feira (15), cotado a R$ 5,462, com o mercado repercutindo o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) na véspera.

    Jerome Powell destacou a desaceleração no mercado de trabalho norte-americano como um dos principais pontos que a autarquia levará em conta nas próximas decisões de política monetária, alimentando expectativas de que o ciclo de corte de juros continuará no encontro do fim do mês.

    A perspectiva de mais reduções desvalorizou o dólar globalmente: o índice DXY -que compara a força da moeda norte-americana a outras seis divisas pares- caiu 0,3%, a 98,75 pontos.

    O clima também foi de apetite por risco nos mercados acionários. Aqui, a Bolsa subiu 0,64%, a 142.603 pontos. Em Wall Street, o S&P500 avançou 0,26%; o Nasdaq Composite, 0,66%.

    Segundo Powell, as perspectivas para a inflação e o emprego parecem ter mudado pouco desde o último encontro do Fed em setembro, quando os dirigentes reduziram as taxas de juros e projetaram mais dois cortes neste ano.

    O mercado de trabalho, ao mesmo tempo, está dando sinais de fraqueza. “As evidências disponíveis sugerem que tanto as demissões quanto as contratações permanecem baixas, e que tanto as percepções das famílias sobre a disponibilidade de empregos quanto as percepções das empresas sobre a dificuldade de contratação continuam em trajetória descendente”, disse.

    Esse marasmo de poucas contratações e poucas demissões, no entanto, corre em paralelo à atividade econômica “mais firme do que o esperado”, e os sinais mistos estão levando as autoridades do Fed a adotar uma abordagem “reunião por reunião” para decidir sobre a taxa de juros, afirmou Powell.

    Os comentários do presidente do Fed, na avaliação do mercado, reforçaram a perspectiva de que o ciclo de cortes de juros deve continuar nas próximas reuniões. “Um corte de juros em outubro está dado”, afirma Julia Coronado, fundadora da empresa de pesquisa MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed. “Nada mudou a perspectiva de que ainda há riscos de queda no mercado de trabalho.”

    Na ferramenta CME Fed Watch, operadores precificam quase 100% de chance de uma nova redução de 0,25 ponto percentual no encontro dos dias 28 e 29 de outubro, repetindo a dose da reunião passada. A taxa de juros do Fed está na banda de 4% e 4,25% desde então.

    De lá para cá, porém, o governo federal dos EUA entrou em uma paralisação que suspendeu a divulgação de novos dados oficiais. O Departamento do Trabalho adiou a publicação do relatório “payroll” de setembro, por exemplo, mas convocou funcionários para preparar os dados do índice de preços ao consumidor de setembro, que serão divulgados ainda este mês.

    O Fed trabalha com um mandato duplo, isto é, observa de perto os dados de inflação e desemprego para balizar as decisões de juros. O momento é particularmente sensível para ficar sem os números oficiais: com a inflação ainda acima da meta de 2% e o mercado de trabalho resfriando, os dirigentes estão se dividindo sobre o rumo da política monetária.

    Powell disse que estão buscando fontes alternativas de dados do setor privado, mas enfatizou a importância dos dados governamentais, que ele chamou de “padrão ouro”.

    “Não esperamos conseguir repor os dados que não estamos recebendo”, disse Powell. “Começaremos a sentir falta desses dados, principalmente os de outubro. Se isso continuar por um tempo, eles não os coletarão, e a situação pode se tornar mais desafiadora.”

    A taxa de juros dos Estados Unidos -e as projeções em torno dela- dita o humor dos investidores globalmente. Quando ela está estacionada em patamares elevados, operadores tendem a tirar recursos de outros mercados para aplicar na renda fixa americana, o investimento mais seguro do mundo, o que favorece o dólar ante as demais moedas. Quando ela cai, esses recursos são pulverizados para outras praças, desvalorizando o dólar.

    Em relação ao Brasil, há ainda o diferencial de juros jogando a favor. Quanto maior a diferença entre a taxa americana e a Selic, mais rentável é a estratégia conhecida como “carry trade”.

    Nela, pega-se dinheiro emprestado a taxas baixas, como a dos EUA, para investir em ativos com alta rentabilidade, como a renda fixa brasileira. Assim, quanto mais atrativo o carry trade, mais dólares tendem a entrar no Brasil, o que ajuda a valorizar o real.

    Ainda na seara internacional, as tensões entre Estados Unidos e China seguem no radar. Na terça, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, acusou Pequim de tentar prejudicar a economia mundial ao restringir as exportações de terras raras e minerais críticos.

    Na semana passada, o governo de Xi Jinping anunciou a adoção de controles de exportação que devem causar rupturas no fornecimento global de terras raras, produtos essenciais para uma série de indústrias, da automobilística à de defesa. Pelas novas regras, empresas estrangeiras precisarão obter autorização de Pequim para exportar ímãs críticos e outros produtos que contenham até pequenas quantidades de terras raras extraídas da China.

    Citando a “posição extraordinariamente agressiva” dos chineses na imposição de “controles de exportação para todos os tipos de produtos”, o presidente Donald Trump anunciou tarifas adicionais de 100% sobre produtos da China a partir do dia 1º de novembro na sexta-feira.

    Em resposta, o Ministério do Comércio chinês defendeu o diálogo, mas disse estar disposto a “ir até o fim” caso os EUA não voltem atrás nas sobretaxas adicionais de 100%. “Se os Estados Unidos optarem pelo confronto, a China o levará até o fim; se optarem pelo diálogo, nossa porta permanecerá aberta”, afirmou na terça.

    O cenário reacende o risco de uma guerra comercial, semelhante à do início do ano, quando Trump impôs tarifas de 145% sobre produtos chineses e Xi respondeu com 125% sobre mercadorias americanas. Depois de meses de cabo de guerra, as sobretaxas foram reduzidas para 30% sobre a China e 10% sobre os EUA.

    O fim de semana foi de moderação de tom, e Bessent, depois de retomar a retórica mais dura na véspera, disse nesta quarta que Trump está pronto para se encontrar com Xi Jinping. Eles têm uma reunião marcada para o dia 29 de outubro.

    À CNBC afirmou que os EUA não queriam intensificar o conflito com a China e não queriam se dissociar da segunda maior economia do mundo. Ele disse que foi devido à confiança entre Trump e Xi que o conflito comercial entre os dois países não aumentou ainda mais.

    Dólar fecha em queda e Bolsa avança com expectativa sobre novo corte de juros nos EUA

  • Correios negociam empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar contas

    Correios negociam empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar contas

    Entre as medidas de reestruturação anunciadas pelos Correios, estão o corte de despesas operacionais e administrativas, a busca pela diversificação de receitas e a recuperação da liquidez da empresa

    Os Correios apresentaram, nesta quarta-feira (15), as medidas que integram a primeira fase do plano de reestruturação financeira e operacional para garantir sustentabilidade e modernização da estatal.

    Entre elas, a empresa negocia com bancos o empréstimo de R$ 20 bilhões, com garantia do Tesouro Nacional, para custear as operações dos Correios e equilibrar financeiramente a instituição no biênio 2025-2026 e para gerar lucro a partir de 2027.

    Segundo o novo presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, que está no cargo há 21 dias, um dos fatores que contribuíram para as contas negativas foi a crescente concorrência no comércio eletrônico.

    “A nossa empresa não se adaptou de forma ágil a uma nova realidade e isso fez com que a gente sofresse em termos de resultados, de geração de caixa e da operação em si. Então, nos últimos anos, o que vem acontecendo na empresa é que a perda de competitividade vem fazendo com que a gente tenha perda de receitas”, admitiu Rondon.

    De acordo com o presidente, o Postalis (fundo de pensão complementar dos funcionários dos Correios e um dos maiores do país) é um dos itens relevantes de despesas da empresa pública e é preciso negociar uma solução melhor do que a existente nos dias atuais.

    Medidas anunciadas

    Entre as medidas de reestruturação anunciadas, estão o corte de despesas operacionais e administrativas, a busca pela diversificação de receitas e a recuperação da liquidez da empresa. 

    Para o cortes de despesas, a empresa lançará um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV), com mapeamento da força de trabalho no país inteiro e de áreas ociosas. 

    “Esse programa de demissão voluntária está sendo tratado de forma bem cuidadosa para enxergar no país onde a gente tem ineficiências e ociosidades e não trabalhar de uma forma linear, perdendo capacidade operacional onde a gente já está justo, gerando todo o potencial de resultado que a gente pode alcançar”, diz Rondon. 

    A estatal também planeja vender imóveis ociosos, o que poderá representar a entrada de recursos novos, acompanhada da redução de gastos com manutenção desses espaços.

    Para que a empresa pública volte a reequilibrar as contas, o plano financeiro prevê também a redução de custos operacionais com a renegociação de contratos com os maiores fornecedores da empresa, em busca de condições mais vantajosas, sem colocar em risco a segurança jurídica das operações.

    Os Correios, que têm como marca o serviço postal, planejam ampliar o portfólio de produtos e serviços para captar e gerar novas receitas. A empresa está fazendo um esforço de reaproximação com grandes clientes, ao mesmo tempo em que estuda experiências internacionais ligadas à rede logística, sobretudo na área de serviços financeiros, e também planeja o lançamento de produtos. 

    “Normalmente, as empresas que geram lucro conseguiram se adaptar rápido e aumentaram o portfólio de ofertas de produtos, com destaque aos serviços financeiros e serviços de seguridade, que são os carros-chefes da maioria das empresas que geram resultados positivos”, avalia o presidente da estatal. 

    Para recuperar a liquidez da empresa, entrará a mencionada negociação com as instituições financeiras para captação de recursos da ordem de R$ 20 bilhões que financiem as demais medidas de reestruturação. 

    “Estamos negociando a operação para ter reequilíbrio da empresa em 2025 e 2026, para ter tempo de adotar as medidas que começam a impactar em 2026, para em 2027 a gente conseguir iniciar um ciclo de balanço em azul. A ideia é que em 2027 a empresa já esteja reequilibrada e com lucro, em 2027.”

    Pacote anteriorApós fechar o ano de 2024 no vermelho, com o prejuízo total de R$ 2,6 bilhões, em maio deste ano, a empresa anunciou um pacote de medidas para socorrer a empresa, o que incluiu outro programa de demissão voluntária (PDV); redução de jornada de trabalho para 6 horas diárias em unidades administrativas; suspensão temporária das férias de 2025 e a decretação do fim do trabalho remoto. 

    Como resultado, a última edição do PDV do Correios foi encerrada com o pedido voluntário de demissão de cerca de 3,5 mil empregados, o que gerou uma economia anual de aproximadamente R$ 750 milhões à estatal.

    O presidente Emmanoel Rondon comparou as medidas do primeiro semestre às anunciadas agora. “Aquelas foram medidas emergenciais, não foram estruturais. O que a gente está buscando agora são medidas estruturais que permitam o equilíbrio da empresa nos próximos anos”. 

    Questionado se a direção dos Correios cogita a privatização da estatal, o novo presidente respondeu que as medidas estudadas para o curto prazo são maiores do que as que foram feitas em um passado recente e estas poderão cumprir a função de reestruturação da empresa. Rondon adiantou que novas medidas estão em análise e poderão acompanhar as ações estruturantes anunciadas nesta quarta-feira.

    “Neste momento, estamos buscando ter o equilíbrio financeiro da empresa, que as receitas dela sejam suficientes para pagar as despesas que temos todos os meses, para sair dessa discussão de viabilidade ou não da empresa. A empresa vai se colocar em pé e vai ser viável.”

    O presidente Emmanoel Rondon afirmou que os Correios têm capacidade de geração de receita. ” Se fizermos a normalização da situação de caixa dela e da operação, [os Correios] têm capacidade de gerar receita suficiente para pagar as despesas.”

    Estrutura

    Os Correios estão presentes em 100% dos municípios do Brasil. O país tem 5.568 municípios, além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha (PE), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    A estrutura da estatal abrange mais de 10 mil agências de atendimento, mais de 8 mil unidades operacionais (de distribuição e tratamento de encomendas e correspondências), 23 mil veículos e 80 mil empregados diretos.

    Correios negociam empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar contas

  • Fraude no INSS: bloqueio de valores ligados a sindicato soma R$ 389 mi

    Fraude no INSS: bloqueio de valores ligados a sindicato soma R$ 389 mi

    Descontos são referentes aos anos de 2021 e janeiro de 2025; a cifra equivale a tudo que o Sindnapi recebeu em descontos feitos nas aposentadorias e pensões do INSS entre os anos 2021 e janeiro de 2025

    O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de valores ligados ao Sindicato Nacional de Aposentados e Pensionistas da Força Sindical (Sindnapi) que somam R$ 389 milhões. 

    A cifra equivale a tudo que o sindicato recebeu em descontos feitos nas aposentadorias e pensões do INSS entre os anos 2021 e janeiro de 2025. Além do Sindnapi, a medida atinge o patrimônio pessoal do presidente da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo. 

    Também foram atingidos o espólio de João Batista Inocentini, antigo presidente do sindicato, que morreu em 2023, e outros três dirigentes. 

    A decisão integra a mais recente fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes no INSS e foi deflagrada na semana passada pela a Polícia Federal (PF). Na ocasião, foram apreendidos bens como joias, relógios, dinheiro em espécie e carros de luxo, incluindo uma Ferrari, Porsches e até um carro de Fórmula 1. Ao todo foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em sete estados. 

    Além dos bloqueios, Mendonça autorizou as quebras de sigilo bancário e fiscal do sindicato e de alguns de seus dirigentes. O ministro justificou as medidas diante, entre outros motivos, devido à gravidade dos crimes investigados e do “risco de interferência na produção probatória e as manobras de dilapidação patrimonial e lavagem de capitais”. 

    O objetivo, segundo a decisão, é o “estrangulamento financeiro da estrutura criminosa”, além da “necessidade de assegurar a recuperação e o futuro ressarcimento dos valores objeto dos crimes”, escreveu Mendonça. 

    “De fato, extrai-se dos autos a existência de fundadas suspeitas de relevante participação dos representados nos ilícitos apurados na referida operação e em grupo criminoso organizado para lesar aposentados e pensionistas mediante os descontos indevidos de benefícios previdenciários junto ao INSS, com posterior emprego de medidas para ocultação e lavagem dos vultosos recursos ilícitos obtidos, notadamente no entorno de entidades como o SINDNAPI”, disse o ministro. 

    As medidas foram determinadas com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou para movimentações financeiras suspeitas envolvendo os investigados. A PF identificou, por exemplo, repasse de R$ 1,1 milhão do Sindnapi a uma construtora que depois teria repassado parte do dinheiro para uma outra empreiteira, que não possui nenhum funcionário. 

    Em nota, o Sindnapi disse que “reitera seu absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”.  

    No Congresso, a base governista tem acusado a oposição de tentar explorar o caso para atingir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por seu irmão mais velho, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, ser vice-presidente do Sindnapi. O sindicalista, contundo, não foi alvo de nenhuma medida judicial nem figura como investigado no inquérito. 

    Fraude no INSS: bloqueio de valores ligados a sindicato soma R$ 389 mi

  • Em áudio, advogado diz que recebeu dicas de marqueteiro do PL antes de falar à CPI do INSS

    Em áudio, advogado diz que recebeu dicas de marqueteiro do PL antes de falar à CPI do INSS

    Foi dada orientação para olhar nos olhos de inquiridores e não enfrentar congressistas; por outro lado, Eli Cohen declara que conversa não é um treinamento prévio

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um dos primeiros a investigar os descontos irregulares em benefícios previdenciários, o advogado Eli Cohen recebeu dicas do marqueteiro do PL, Duda Lima, sobre como se portar no seu depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do INSS. A informação consta de áudios obtidos pela reportagem e foi confirmada pelo próprio advogado.

    “O cara falou assim: primeiro lugar, nunca esqueça, a casa é deles, não é sua. Não tente ser esperto, não tente ser isso, não tente dar saidinha. Você está na casa deles. Segundo lugar, quando você for falar com o cara, mira no olho dele. Seja da direita, seja da esquerda, mira. Ele não pode achar que você está com receio”, declarou Cohen a interlocutores, em uma conversa gravada.

    O advogado, tanto na conversa privada como na resposta à reportagem, diferencia as dicas de um treinamento formal para falar em público. “Se teve media training deu tudo errado. Porque eu não estava preparado. Eu não estava nada preparado, muito pelo contrário”, afirmou o advogado no arquivo de áudio.

    A notícia de que o advogado havia tido ajuda de pessoas ligadas ao PL para se preparar para o depoimento foi divulgada semanas atrás e passou a ser explorada por integrantes do governo -já que o partido é o principal da oposição.

    À época, Cohen negou ter havido um treinamento bancado pelo PL. Procurado pela reportagem e informado da existência do áudio, o advogado disse que de fato houve uma conversa rápida entre ambos, mas que isso não configura um treinamento.

    Cohen também afirmou ser alvo de “uma incessante destruição de caráter” por ter exposto informações sobre o esquema de descontos irregulares em aposentadorias.

    Duda Lima disse que passar orientações é parte de seu dia a dia, que não assessora Cohen e que o episódio não se trata de um treinamento.

    “Treinamento que eu ministro teria de ser de dias e constantes. Aliás, não acho correto questionar com quem falo ou deixo de falar. Senão, teríamos de, também, questionar orientação de advogados e de jornalistas. E isso seria incabível”, declarou o chefe da comunicação do PL.

    Em um dos áudios obtidos pela reportagem, Cohen diz que a CPI questionou por escrito se ele havia recebido assistência de integrantes do PL. “É mentira, ninguém me treinou”, disse ele na gravação. Na conversa, ele fala com dois interlocutores.

    Ele respondeu à comissão por escrito e negou que tenha participado de treinamento promovido pelo PL ou outro partido.

    “Não houve qualquer tipo de ‘media training’, tampouco envolvimento de partidos políticos, razão pela qual a matéria publicada carece de veracidade e comprometimento com os verdadeiros fatos que levarão à responsabilização dos reais autores e responsáveis por este grave atentado contra os mais de sete milhões de aposentados e pensionistas atingidos”, escreveu ele no ofício.

    Informado pela reportagem sobre o teor de áudios em que menciona instruções do marqueteiro do PL, Cohen confirmou as dicas de Duda Lima e disse que quem o apresentou foi um amigo em comum chamado Wellington -o sobrenome e a profissão não foram mencionados na entrevista.

    O advogado relatou que seu amigo disse que poderia buscar orientação com o chefe da comunicação do PL. Cohen declarou que nem sabia de quem se tratava.

    “Ele [Wellington] chega e fala: ‘Eli, quer que eu pergunte alguma coisa lá? Eu conheço ele, é meu amigo. Eu falei: ‘Cara, nem sei quem é’. E ele falou assim: ‘Não lembra daquele cara que saiu no tapa na eleição do prefeito?’. Aí eu lembrei”, contou o advogado à reportagem.

    Lima foi agredido por um adversário enquanto acompanhava um dos debates televisivos da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024. Ele cuidava da campanha do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Dois anos antes, em 2022, chefiou o marketing da tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

    Na véspera do depoimento à CPI, no dia 31 de agosto, um domingo, de acordo com Cohen, ele e Wellington combinaram que o marqueteiro iria até o escritório do advogado. O dia estava corrido e a conversa foi rápida, segundo Cohen.

    “Eu cumprimentei ele, a mesa estava cheia de documentos, ele me falou três ou quatro palavras, não consegui praticamente entender, tanto que eu praticamente nem usei [as dicas no depoimento]. Eles foram fazer essa reunião em outra sala, e eu fui embora”, declarou.

    “Ele falou assim: ‘Você não tem nem tempo de ter um aprimoramento de como falar com eles. Mas eu posso só dizer o seguinte, se ajudar: lembre sempre que a casa é deles, não é sua. E, outra coisa: quando estiver falando com eles, tenta falar olhando para quem te perguntou’”, contou o advogado.

    Quando surgiu a notícia de que Cohen teria tido treinamento de integrantes do PL, o coordenador da bancada governista na CPI, Paulo Pimenta (PT-RS), defendeu que o advogado prestasse um novo depoimento. Disse, na reunião de 22 de setembro, que poderia se tratar de uma obstrução às investigações.

    O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), minimizou o caso. “Se esse media training de fato existiu, foi muito mal empregado, porque não foi… Não foi tão legal assim o resultado, né?”, disse ele.

    Marinho também disse, na reunião, que o presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, afirmou a ele que não houve esse suposto treinamento, e sugeriu que o ofício de questionamento fosse enviado a Cohen. “Eu tive o cuidado de perguntar agora ao presidente do partido, e ele me disse que isso nunca existiu”, declarou o senador.

    Em áudio, advogado diz que recebeu dicas de marqueteiro do PL antes de falar à CPI do INSS

  • Elite lamenta erros de Tarcísio em jantar com Kassab

    Elite lamenta erros de Tarcísio em jantar com Kassab

    Presentes a homenagem ao presidente do PSD criticam bolsonarismo de governador e discutem Ratinho Jr.; secretário diz que seu partido fará cem deputados em 2026 e vê Lula preparando Boulos como sucessor

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Integrantes da elite empresarial e intelectual paulistana lamentaram, durante um jantar em homenagem a Gilberto Kassab (PSD) na segunda-feira (13), o que chamaram de erros e excessos bolsonaristas do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    Segundo duas pessoas presentes ao encontro relataram à reportagem, o tom geral foi de desalento, dado que em diversos estratos Tarcísio era visto como uma opção palatável da direita a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial do ano que vem.

    O encontro, no apartamento de um expoente da ala do grupo ligada a questões sociais, reuniu cerca de 30 pessoas. A reportagem não conseguiu conversar com Kassab sobre o evento.

    A audiência era heterogênea, sem uma representação maciça da chamada Faria Lima, ou seja, nomes ligados à área financeira. Estavam lá empresários como Luiza Trajano (Magazine Luiza), a herdeira do Itaú Neca Setúbal, o ex-ministro Nelson Jobim e advogados como Pierpaolo Bottini.

    Um empresário da área médica foi incisivo em sua fala, dizendo que Tarcísio inviabilizou o apoio que tinha no setor produtivo ao ficar ao lado do clã Bolsonaro no imbróglio do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil.

    Outros citaram o bolsonarismo reafirmado pelo ex-ministro da Infraestrutura enquanto o antigo chefe se prepara para ir à prisão por tentativa de golpe. Na avaliação de presentes, Tarcísio conseguiu desagradar quem o via como moderado e os radicais de Jair Bolsonaro (PL), que sentiram cheiro de oportunismo em suas falas.

    Kassab não entrou nesses méritos, segundo os presentes. Sobre o seu atual chefe Tarcísio, de quem é secretário de Governo, disse apenas que a decisão de candidatar-se à Presidência ainda não foi tomada, mas que ele tem a impressão de que o governador irá buscar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.

    É um cenário que agrada Kassab, que tem um plano de voo no qual ele se candidata a vice e, em caso de vitória de Tarcísio e da busca pela Presidência do governador em 2030, ele assume o governo e disputa o pleito estadual naquele ano.

    Já sobre o bolsonarismo em si, o chefe do PSD disse considerar o movimento inviabilizado pelo radicalismo, e creditou muito aos movimentos de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, municiando o governo Trump com dados tentar salvar o pai da cadeia.

    A operação deu em nada. Apesar das tarifas e das sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes e outros magistrados, Bolsonaro pegou mais de 27 anos de prisão. Para piorar o cenário dos radicais, Trump e Lula se aproximaram e ensaiam uma reconciliação.

    Kassab defendeu, como vem fazendo em público, a candidatura do governador Ratinho Jr. (PSD-PR) para o campo da direita. Chamou a atenção ele não ter citado o do também governador Eduardo Leite (RS), recém-incorporado ao PSD, o que ele justificou pela juventude do gaúcho de 40 anos -mas o paranaense tem 44.

    O secretário previu que seu partido, já consolidado em termos municipais, fará uma bancada de cem deputados na eleição do ano que vem. Hoje, é a quarta força na Câmara, ao lado do MDB, com 44 nomes. E voltou a defender um perfil centrista clássico, longe da esquerda liderada pelo PT e também do bolsonarismo.

    Citou algumas vezes em sua fala o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, deixando a impressão aos comensais de que quer assumir o espaço do PSDB no imaginário político -na prática, ficou com os despojos do antes todo-poderoso tucanato em São Paulo, amealhando cerca de 1/3 as 645 prefeituras do estado.

    Por fim, fiel ao pé firme que mantém na canoa de Lula, em cujo governo o PSD tem três ministérios, Kassab avaliou o momento do petista como favorável. Repetindo o que já havia dito reservadamente em outras ocasiões, disse ver o presidente trabalhando como herdeiro político não um petista como o ministro Fernando Haddad (Fazenda), mas sim o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP).

    O psolista perdeu duas eleições em segundo turno na capital paulista com apoio de Lula, mas é visto como alguém capaz de carregar as bandeiras da esquerda e a retórica palanqueira do petista, algo que não há nas hostes do partido do presidente.

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  • Governo Lula vai redistribuir cargos após demissão de indicados por parlamentares infiéis

    Governo Lula vai redistribuir cargos após demissão de indicados por parlamentares infiéis

    Palácio do Planalto ainda mapeia apadrinhados de políticos que votaram contra MP do Executivo; Gleisi Hoffmann ouvirá líderes alinhados para redistribuição de vagas abertas após varredura

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O governo Lula planeja redistribuir entre parlamentares alinhados as vagas abertas com a demissão dos indicados por deputados que contrariaram o Palácio do Planalto durante votações de interesse do Executivo.

    Lideranças do Congresso deverão ser chamadas para reuniões com a ministra Gleisi Hoffmann, da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), para indicação de nomes para esses postos.

    Na semana passada, o governo começou a demitir apadrinhados dos parlamentares que votaram contra a MP (medida provisória) que aumentava a arrecadação para compensar a isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000 mensais.

    A Câmara dos Deputados impôs essa derrota ao Palácio do Planalto ao retirar de pauta a proposta de aumento da CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido) das fintechs -prestadoras de serviços financeiros digitais, que atuam como bancos- de 9% para 15%.

    A MP também previa o aumento de taxação sobre o JCP (Juros sobre Capital Próprio), de 15% para 20%, utilizado para remunerar acionistas de grandes empresas.

    Publicada para compensar um recuo do Executivo na tentativa de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), a medida provisória era apontada como fundamental para o governo Lula.

    Dois dias após a derrota, a gestão petista deu início ao processo de mapeamento e exoneração dos ocupantes de cargos indicados por políticos que votaram contra o texto, em uma primeira ação para retaliar os integrantes da base governista que não têm seguido as orientações do Planalto.

    Como antecipou a Folha de S.Paulo, cinco superintendentes regionais de ministérios ligados ao MDB e PSD foram exonerados. Um auxiliar de Lula diz que os aliados foram alertados de que essa votação era decisiva e que aqueles que se posicionassem contra a medida provisória fariam a opção de sair do governo.

    As primeiras consequências apareceram no Diário Oficial da União, com a exoneração dos superintendentes do Ministério da Agricultura no Pará, Paraná, Minas Gerais e Maranhão. No Ministério dos Transportes, a superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) de Roraima perdeu o cargo.

    Ainda segundo outro integrante do governo, a identificação com exoneração desses indicados vai prosseguir nas próximas semanas. Essa é a primeira etapa da reorganização a cargo da SRI. A segunda etapa envolverá as reuniões de lideranças do Congresso com Gleisi para a indicação de nomes.

    Nessa primeira fase, as demissões causaram insatisfação principalmente no PSD, de acordo com deputados ouvidos pela reportagem. Um líder da sigla classificou a ação do governo como pouco inteligente e sem sentido, já que a sigla foi a segunda com maior apoio à MP, atrás apenas do PT.

    O PSD orientou voto contra a medida provisória, numa ação coordenada pelo presidente do partido, Gilberto Kassab. Já o MDB declarou voto a favor. Ambas as bancadas racharam, no entanto. No PSD, foram 20 votos a favor do governo e 18 contra. No MDB, 16 votos governistas e 14 contra.

    De acordo com parlamentares, as exonerações também alcançaram estatais, como Correios e Caixa Econômica Federal, com demissões em cargos de assessoria e administração regional. A saída de funcionários comissionados dessas empresas não é publicada no Diário Oficial.

    A medida provisória era uma das principais apostas do governo Lula para manter a arrecadação crescendo em 2026 e evitar a necessidade de corte de despesas e investimentos no ano eleitoral. Ela tinha impacto previsto de R$ 20 bilhões no Orçamento, e agora o Executivo terá que encontrar outras fontes de receita ou então reduzir seus gastos.

    A derrota, por 251 votos a 193, levou o governo a retaliar aliados que foram infiéis, partidos que se dizem na oposição e tinham cargos também foram afetados, a exemplo de indicados do PP e do PL na Caixa, como revelou o Painel, do jornal Folha de S.Paulo.

    Governo Lula vai redistribuir cargos após demissão de indicados por parlamentares infiéis