Celso Sabino diz a Lula que pedirá demissão do Turismo

O ministro do Turismo Celso Sabino informou a Lula que vai pedir demissão na próxima semana, mas o partido dele, o União Brasil, cobra saída nesta sexta-feira (20)

BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Único nome do União Brasil no governo Lula (PT), Celso Sabino se reuniu nesta sexta-feira (19) com o presidente Lula (PT) e, segundo relatos, avisou que irá pedir demissão do Ministério do Turismo na semana que vem.

O encontro ocorreu um dia após a determinação do partido de que seus filiados deixassem cargos públicos na gestão petista.

Após o encontro com o presidente da República, porém, Sabino se reuniu com a cúpula do seu partido e, também de acordo com relatos, não obteve autorização para ficar mais tempo. O União espera que ele peça demissão ainda nesta sexta-feira.

Segundo pessoas a par do encontro, Sabino informou a Lula que ele tem agendas que considera importantes nos próximos dias, como ministro, e que portanto pretende ficar mais esses dias. No retorno de Lula de Nova York, na Quinta, ele marcaria um novo encontro quando irá apresentar a carta de demissão.

Na véspera, a Executiva Nacional da sigla aprovou por unanimidade a exigência para seus filiados antecipassem a saída do governo Lula, que originalmente estava prevista para o final do mês. O União Brasil deu 24 horas para que seus filiados pedissem demissão, ou correriam o risco de serem expulsos.

A orientação do União foi dada após reportagem publicada pelo ICL (Instituto Conhecimento Liberta) e pelo UOL revelarem acusações feitas por um piloto de que o presidente do partido, Antonio Rueda, é dono de aviões operados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).

Rueda nega a acusação.

Nos bastidores, integrantes do partido dizem ver influência do Palácio do Planalto na reportagem, uma vez que um de seus autores tem também um programa na TV Brasil.

Sabino é deputado federal licenciado do União e indicado ao governo pela bancada do partido na Câmara. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi responsável por indicar outros dois ministros de Lula na cota da legenda: Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações).

A decisão, no entanto, não afeta Waldez e Frederico, por não serem filiados da sigla.

Diante do anúncio de seu partido, Sabino antecipou seu retorno para Brasília. O então ministro estava em viagem no Pará, seu estado.

Durante expectativas de desembarque de seu partido, Sabino chegou a procurar integrantes da cúpula do União Brasil, aliados no Congresso e colegas do governo Lula em uma ofensiva para tentar permanecer no cargo.

Uma das pautas de maior interesse para ele no governo era a COP30, a ser realizada em novembro deste ano e Belém, evento com o qual acreditava que conseguiria consolidar uma base eleitoral para sua candidatura ao Senado em 2026.

Na visão de aliados do presidente, a cúpula da legenda já havia se distanciado do governo, com sinais claros de que pretendia formar uma aliança de direita para disputar as próximas eleições contra Lula.

Integrantes do primeiro escalão do Planalto avaliam que a aliança do governo com o União Brasil se sustenta, há algum tempo, numa relação com Alcolumbre, e não com a direção da sigla.

A debandada do partido já vinha sendo ameaçada desde agosto, tendo avançado neste mês desde que as cúpulas do União e do PP (com o qual firmaram federação) anunciaram a decisão de deixar os ministérios.

Na ocasião, os dois partidos afirmaram que todos os “detentores de mandatos” devem sair do governo até o dia 30 de setembro, sob pena de serem expulsos. Isso significa que além de Sabino deverá deixar o cargo o ministro André Fufuca (Esporte).

Com o começo das ameaças, o presidente Lula chegou a cobrar que os filiados do União e do PP se posicionassem durante atos de oposição organizados por suas siglas, após o anúncio da federação entre os dois.

O evento de anúncio da aliança teve a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como possível adversário de Lula na eleição presidencial no próximo ano.

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