Xabi Alonso foi o centro das atenções nesta terça-feira ao falar com a imprensa, em meio às notícias de que Vinícius Júnior não pretende renovar seu contrato com o Real Madrid enquanto o técnico permanecer no comando da equipe. O atacante brasileiro tem vínculo até junho de 2027.
Na entrevista que antecede o jogo contra o Olympiacos, pela quinta rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, Alonso evitou responder diretamente sobre Vinícius e afirmou que jogadores não determinam a saída de um treinador.
“É preciso ter muito respeito pelos jogadores, pelo grupo e pela forma como se preparam. Não quero e não vou falar sobre isso porque sei como funciona um vestiário, os momentos que precisamos atravessar e a convivência com o barulho externo. Tentamos conversar e gerir essas situações, porque elas aparecem no clube, mas não podem tirar o foco do que realmente importa. Podemos controlar como treinamos, como trabalhamos, como nos relacionamos e como lidamos com momentos em que os resultados não são os desejados. Sabemos as consequências, mas não podemos sair do caminho que queremos seguir”, disse o treinador.
Alonso rejeitou a ideia de que seja difícil conviver com jogadores de grande personalidade.
“Convivi por muito tempo com grandes jogadores e grandes personalidades que são exigentes, profissionais e sempre querem o melhor. Essa é a vantagem de estar no Real Madrid. Você trabalha com atletas de alto nível e precisa estar conectado com eles.”
Ele também enfatizou que o protagonismo de qualquer equipe é dos atletas.
“Os jogadores são sempre os mais importantes em qualquer time. Nós temos um papel fundamental na preparação e na tomada de decisões, mas o decisivo é a qualidade, a atitude e o quanto eles estão bem preparados. Sempre vai depender deles. Nós os acompanhamos e precisamos estar ao lado deles.”
Embora o Real Madrid lidere La Liga e esteja perto de se classificar às oitavas da Champions, o trabalho de Alonso começa a ser questionado pela imprensa. O técnico reconhece que ainda há desenvolvimento a fazer.
“A ideia é resgatar aquela intensidade, a qualidade do jogo coletivo e o conceito de equipe que nos levaram a um bom nível para vencer jogos. Não fomos constantes em algumas fases, com e sem a bola, e por isso tivemos partidas ruins. O que conversamos está muito claro e não muda tanto de jogo para jogo, mas é futebol, às vezes as coisas funcionam melhor”, avaliou.
Alonso, no cargo há seis meses, diz buscar referência em antigos treinadores do clube.
“É exigente, claro, mas tenho certeza de que não sou o primeiro técnico do Real Madrid a lidar com situações assim. Penso muito em como Carlo, Mourinho ou Pellegrini encarariam isso, porque não são situações novas e é preciso saber conviver com elas. Temos a exigência e a autocrítica necessárias. Não estamos satisfeitos com os últimos jogos. Também olhamos para o momento em que estamos, tanto em La Liga quanto na Champions, e para onde queremos ir. Considerando tudo isso, estou aproveitando.”

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