Autor: REDAÇÃO

  • Pep Guardiola afirmou nesta terça-feira, durante a coletiva de imprensa q

    Pep Guardiola afirmou nesta terça-feira, durante a coletiva de imprensa q

    Pep Guardiola afirmou nesta terça-feira, durante a coletiva de imprensa que antecede a partida da quarta fase da Copa da Liga entre Manchester City e Swansea City, no estádio Swansea.com, no País de Gales, que está atento à nova tendência que vem se espalhando pela Premier League.

    Desde o início da temporada 2025/26, quase 19% dos gols da liga inglesa foram marcados a partir de escanteios, o que representa um aumento de cerca de 5 pontos percentuais em relação aos anos anteriores. Atualmente, o Manchester City é a única equipe da competição que ainda não balançou as redes em lances de bola parada, fato que levou o técnico espanhol a refletir.

    É verdade que os times estão usando praticamente todos os arremessos laterais como se fossem escanteios, com dez jogadores dentro da área. Sofremos com isso quando enfrentamos o Brentford. Vimos o jogo Brentford contra Liverpool no hotel, e o Kayode colocou todas as bolas na área, foi o melhor em campo, comentou Guardiola.

    Hoje, as jogadas de bola parada se tornaram uma verdadeira ameaça. Me lembro do Sean Dyche no Burnley: o time era extremamente perigoso nas bolas longas e nas segundas bolas. Dyche é um dos melhores nesse aspecto, sem dúvida. Sam Allardyce também. Não é novidade. Eles já faziam isso antes, continuou.

    Me lembro, mesmo antes de chegar à Inglaterra, do Stoke City e seus laterais longos. Talvez, naquela época, eles fossem a exceção. Quando eu ainda estava no Barcelona ou no Bayern de Munique, o Arsène Wenger falava sobre o quanto era difícil jogar lá. Agora, isso se tornou mais comum.

    Apesar de reconhecer que a estratégia é válida, Guardiola afirmou que, ao menos por enquanto, não pretende mudar o estilo de jogo do Manchester City para explorar esse tipo de jogada. Temos que prestar atenção, sim, mas eu ainda sonho em jogar futebol.

    Cada treinador segue aquilo em que acredita. Claro que eu quero marcar em faltas e escanteios, não sou ingênuo. Mas eu prefiro investir meu tempo em como podemos jogar melhor, atacar melhor e criar mais chances para marcar. Presto atenção a isso, mas não é o foco do meu trabalho.

    É o que venho fazendo por toda a minha carreira. Me lembro de como foi difícil enfrentar o Burnley. Talvez nem tenhamos cedido um escanteio. Por quê? Porque controlamos as segundas bolas. A melhor maneira de se defender contra esse tipo de jogo é assim. Mas, para isso, é preciso ser bom em muitos aspectos.

    Estamos trabalhando nisso. E vou continuar focado no nosso jogo até o fim, adaptando quando for necessário, concluiu Guardiola, segundo o jornal britânico Daily Mail.

    Com gols de Arana, Bernard e Hulk, o Atlético-MG venceu o Independiente Del Valle por 3 a 1 e garantiu vaga na final da Copa Sul-Americana. A decisão será em 22 de novembro, em Assunção, no Paraguai

    Folhapress | 05:14 – 29/10/2025

    Pep Guardiola afirmou nesta terça-feira, durante a coletiva de imprensa q

  • Em meio a negociações, EUA se reúnem com empresas americanas atingidas por tarifas contra o Brasil

    Em meio a negociações, EUA se reúnem com empresas americanas atingidas por tarifas contra o Brasil

    Governo dos EUA avança na análise das tarifas impostas ao Brasil por Trump e inicia escuta formal de empresas americanas afetadas. Negociações ganham tom técnico e podem levar à suspensão parcial das sobretaxas, com setores estratégicos como café e carne buscando isenção ou inclusão em futuras exceções

    (FOLHAPRESS) O governo dos Estados Unidos deu um passo adiante na análise das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump ao Brasil e começou um processo para ouvir empresas americanas atingidas pelas sobretaxas.

    As reuniões são focadas nas taxas de 40% aplicadas pelo governo americano e que tiveram como justificativa motivações políticas, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Segundo um interlocutor do governo americano, o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) determinou que todas as companhias que queiram tratar do assunto sejam escutadas pelo próprio órgão e pelo Departamento de Estado.

    A ordem foi dada após a reunião realizada entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário do Departamento de Estado americano, Marco Rubio, na semana retrasada. O encontro foi interpretado pelos americanos e pelos brasileiros como a largada efetiva das negociações tarifárias.

    Integrantes da comitiva americana relataram a interlocutores terem saído da conversa com Lula na Malásia com boa impressão, indicando boa vontade em chegar a um acordo.

    O USTR já ouviu formalmente uma série de empresas no âmbito da investigação tarifária aberta com base na chamada Seção 301. Vinculado a uma legislação americana de 1974, o regulamento autoriza o governo dos EUA a retaliar, com medidas tarifárias e não tarifárias, qualquer nação estrangeira que tome práticas vistas como injustificadas e que penalizam o comércio americano. China e União Europeia já foram alvo.

    O novo processo de escuta das empresas, porém, não seria vinculado à Seção 301 e teria como objetivo levantar as demandas das empresas americanas para incluir esses pedidos nas negociações com o Brasil. Segundo pessoas ligadas a empresas ouvidas nas discussões, isso indica a intenção dos EUA de progredirem efetivamente nas tarifas.

    Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e sócio do escritório Barral Parente Pinheiro Advogados, confirmou que o USTR está aceitando reuniões com companhias americanas interessadas em falar sobre o Brasil. “O USTR está se reunindo com as empresas que estão pedindo para falar sobre o Brasil, para ver se elas têm elementos para colocar na mesa de negociações”, afirmou ele.

    Federico Lamego, superintendente de relações internacionais da CNI (Confederação Nacional da Indústria), avalia que a liderança do USTR mostra que as negociações estão se encaminhando para um perfil técnico, o que contribui para uma eventual suspensão das tarifas avançar.

    “Estamos com uma grande expectativa que haja um bom desfecho, com a possibilidade de algum tipo de suspensão temporária das tarifas de 50%”, afirma. “O fato de o USTR liderar as negociações é importante, já que deve levar a uma agenda técnica entre os dois lados.”

    Ele afirma que o USTR tem como tradição ouvir as empresas sobre como proceder nas negociações com outros países, e o fato de ter determinado reuniões com empresas americanas indica que esse é o primeiro passo para a construção de um acordo.

    A CNI defende que o acordo com os EUA seja mais amplo — ou seja, que não se restrinja à questão tarifária — para elevar a chance de um avanço nas tratativas.

    “Acreditamos que o acordo deve incluir compromisso de investimentos de empresas brasileiras nos Estados Unidos, compras governamentais de produtos americanos em defesa e alianças estratégicas, como em minerais críticos, SAF [combustível sustentável de aviação] ou data centers”, avalia.

    A entidade prepara um documento para entregar ao governo americano com sugestões nesse sentido.

    Enquanto isso, os principais setores afetados pelo tarifaço também se movimentam individualmente para serem contemplados nas negociações.

    O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou que está realizando reuniões com o governo e que busca incluir o café na solicitação de suspensão de todas as tarifas para produtos brasileiros por 90 dias.

    Como alternativa, se a suspensão não for implementada, os exportadores de café pretendem que o produto seja incluído na lista de isenções ao tarifaço, assinada por Trump em 5 de setembro.

    Em nota, a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) afirmou que a negociação é importante para preservar a competitividade da carne brasileira e garantir previsibilidade aos exportadores.

    “O encontro [entre Lula e Trump] reforça a importância do diálogo para o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos e demonstra a disposição de ambos os governos em avançar nas discussões sobre as tarifas atualmente em vigor”, disse a entidade através de sua assessoria de imprensa.

    Em meio a negociações, EUA se reúnem com empresas americanas atingidas por tarifas contra o Brasil

  • Hulk quebra jejum, Atlético vence Del Valle e vai à final da Sul-Americana

    Hulk quebra jejum, Atlético vence Del Valle e vai à final da Sul-Americana

    (UOL/FOLHAPRESS) – O Atlético-MG venceu o Independiente Del Valle por 3 a 1 na noite desta terça-feira (28), na Arena MRV, em Belo Horizonte. Com o resultado, o time mineiro avançou à final da Copa Sul-Americana com 4 a 2 no placar agregado.

    Guilherme Arana e Bernard construíram boa vantagem para a equipe ainda no primeiro tempo. Spinelli descontou após falha de Everson, já na etapa complementar, mas Hulk garantiu a classificação.

    O Atlético volta a campo no domingo (2), quando visita o Internacional, pela 31ª primeira rodada do Campeonato Brasileiro. A bola rola às 18h30 (de Brasília), no estádio Beira-Rio.

    A final da Copa Sul-Americana será disputada no dia 22 de novembro, em Assunção, capital do Paraguai. Já classificado, o Atlético-MG aguarda o vencedor da outra semifinal, entre Lanús e Universidad de Chile. O jogo de volta acontecerá nesta quinta-feira (30).

    HULK QUEBRA JEJUM, E ATLÉTICO-MG APROVEITA FALHAS DEFENSIVAS

    Desde o primeiro minuto, a equipe de Jorge Sampaoli pressionou a saída de bola do Independiente Del Valle. A equipe equatoriana teve muita dificuldade para imprimir seu ritmo por conta disso, e o time da casa soube aproveitar.

    As melhores chances do Atlético-MG vieram de bolas recuperadas no campo de ataque. Arana e Bernard, justamente os autores dos gols, tiveram oportunidades para marcar antes mesmo de balançarem as redes.

    Além deles, Dudu e Hulk também aproveitaram as chances proporcionadas pelas falhas defensivas. O externo concedeu duas assistências, a segunda partindo de um desarme do meio-campo, enquanto o ídolo do Galo marcou o gol que encerrou um jejum de 16 jogos e sacramentou a classificação para a final.

    ATLÉTICO-MG
    Everson, Ruan, Vitor Hugo, Júnior Alonso e Guilherme Arana; Fausto Vera (Saravia), Alan Franco (Alexsander), Igor Gomes e Bernard (Reinier); Rony (Hulk) e Dudu (Biel).

    INDEPENDIENTE DEL VALLE
    Villar, Matías Fernández, Carabajal, Schunke e Gustavo Cortez (Zárate); Alcívar, Patrik Mercado (Ibarra), Sornoza (Loor) e Jean Arroyo (Guagua); Hoyos (Yandri Vásquez) e Spinelli.

    Local: Arena MRV, em Belo Horizonte (MG)
    Árbitro: Esteban Ostojich (URU)
    Assistentes: Nicolas Taran e Martin Soppi (URU)
    VAR: Christian Ferreyra (URU)
    Gols: Guilherme Arana, aos 35 minutos do 1º tempo, Bernard, aos 42 minutos do 1º tempo (CAM); Spinelli, aos 18 minutos do 2º tempo (IDV).
    Cartões amarelos: Everson e Biel (CAM); Jean Arroyo (IDV)

    Um dos maiores nomes da história do basquete, Kobe Bryant morreu aos 41 anos em 2020

    Folhapress | 21:45 – 28/10/2025

    Hulk quebra jejum, Atlético vence Del Valle e vai à final da Sul-Americana

  • Defesa de Bolsonaro foca redução improvável de penas e sinaliza novo recurso no STF

    Defesa de Bolsonaro foca redução improvável de penas e sinaliza novo recurso no STF

    Defesa de Jair Bolsonaro aposta em recursos para tentar reduzir penas impostas pelo STF por tentativa de golpe de Estado. Especialistas avaliam que as teses têm baixo potencial de sucesso e que o Supremo deve manter a condenação do ex-presidente ainda neste ano

    (CBS NEWS) – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foca uma redução de penas ao recorrer de condenação no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado e sinaliza a apresentação de novo recurso.

    O julgamento do recurso deve ocorrer de 7 a 14 de novembro em sessão virtual na Primeira Turma e marca o início de uma nova fase do processo contra o ex-presidente.

    Especialistas dizem que as teses defensivas exploram tópicos que, do ponto de vista técnico, poderiam abrir margem para revisão. Apesar disso, concordam que os argumentos devem ser enterrados pelos ministros.

    Os embargos de declaração -tipo de recurso apresentado pelos advogados de Bolsonaro e por outros condenados do núcleo crucial da trama golpista- permitem apontar obscuridades, imprecisões, contradições ou omissões em uma decisão.

    A defesa do ex-presidente também já sinalizou que pretende opor mais um recurso ao falar em “futuros embargos infringentes”. Essa outra classe permite rediscutir o mérito de ações, mas só é cabível se ao menos dois ministros tenham divergido dos demais.

    No caso de Bolsonaro, apenas Luiz Fux votou para inocentá-lo. Na terça-feira (21), o ministro pediu para deixar a Primeira Turma e não deve participar dos julgamentos relativos à fase recursal.

    Luisa Ferreira, professora da FGV Direito SP, diz que a defesa priorizou o debate sobre redução das penas. Apesar disso, afirma que a condenação deve ser mantida pela corte, mesmo considerando plausíveis algumas das teses.

    Entre elas, ressalta o debate sobre a possibilidade de condenação conjunta pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito. Nesse caso, discute-se também a existência de concurso material, que resulta na soma das penas, ou de concurso formal, no qual a pena mais alta é aplicada.

    “Mediante uma ação, o réu praticou dois crimes ou são duas ações com dois resultados? Essa é uma questão de pena importante. Primeiramente, já acho discutível a aplicação dos dois crimes. E, além disso, há a questão de qual o concurso de crimes”, diz.

    Claudia Barrilari, doutora pela USP e diretora do IBCCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), concorda que, da maneira como foi apresentado, o recurso tem poucas chances de alterar a decisão.

    “São pontos que, a meu entender, não podem mais ser revistos no recurso de embargos de declaração, cuja natureza integrativa tem por objeto esclarecer, e não rediscutir o mérito da decisão, como parece ser o objetivo dos advogados recorrentes”, afirma.

    O professor Antônio José Martins, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), considera que existe uma margem técnica para revisão, mas vê uma probabilidade baixa de isso ocorrer.

    Ele ressalta, por exemplo, a discussão sobre bis in idem no sentido de usar uma mesma circunstância para agravar mais de uma vez a pena e sobre autoria mediata -quando um agente usa outra pessoa como instrumento para o cometimento de um crime.

    O professor afirma, porém, que é incomum o Supremo reabrir debates de mérito em embargos de declaração. “A probabilidade de grandes transformações a partir de embargos de declaração são pequenas, até porque subverteria a própria natureza dos recursos.”

    O criminalista Renato Vieira, doutor pela USP, avalia que os ministros da Primeira Turma devem julgar que as matérias apresentadas nos embargos extravasam o limite para esse tipo de recurso e, por consequência, negá-los.

    A partir daí, a defesa tem dois caminhos: opor novos embargos de declaração ou embargos infringentes. A expectativa é que uma hora o relator, Alexandre de Moraes, considere o recurso protelatório, ou seja, que a defesa está tentando atrasar o processo, e determine o trânsito em julgado.

    Só então o tribunal deve decidir onde Bolsonaro cumprirá a pena: em um presídio comum, em uma unidade militar ou em regime domiciliar. A expectativa no tribunal é que essa fase se encerre ainda neste ano.

    Defesa de Bolsonaro foca redução improvável de penas e sinaliza novo recurso no STF

  • Aliados de Trump rejeitam Brasil como mediador de conflito na Venezuela

    Aliados de Trump rejeitam Brasil como mediador de conflito na Venezuela

    Aliados de Trump rejeitaram a proposta de Lula para que o Brasil atue como mediador entre EUA e Venezuela. A sugestão, feita durante encontro na Malásia, foi considerada inoportuna por integrantes do governo americano, que defendem ações mais duras contra o regime de Nicolás Maduro

    (CBS NEWS) – Aliados do presidente Donald Trump rejeitam a ideia de ter o Brasil como mediador do conflito entre os Estados Unidos e a Venezuela. Esse grupo é formado por pessoas ligadas ao secretário de Estado, Marco Rubio, que tem defendido a abordagem belicosa em relação ao ditador Nicolás Maduro.

    A proposta do Brasil foi feita pelo presidente Lula (PT) a Trump durante viagem à Malásia, no domingo (26). Dois interlocutores do Departamento de Estado disseram à reportagem que a sugestão foi mal recebida porque a abordagem defendida pelos EUA agora não considera negociações diplomáticas. Pelo contrário, Washington manteve conversas com Caracas, até que, no mês passado, Trump mandou interrompê-las. Desde então, a tensão só escalou na América Latina.

    Para um grupo no governo Trump, o Brasil não apenas não deve se meter em um assunto liderado pelos EUA, como também não é o interlocutor ideal com Maduro. Aliados de Rubio afirmam que o governo brasileiro tem uma abordagem mais simpática ao ditador, enquanto os EUA têm trabalhado no sentido de mudar o regime venezuelano, inclusive autorizando a CIA a realizar operações com essa finalidade.

    Antes de iniciar o encontro com Lula, o americano expressou surpresa com a possibilidade de o assunto ser tratado na conversa. “Eu não acho que vamos discutir Venezuela. Eles [o Brasil] não estão envolvidos em Venezuela. Se eles quiserem, vamos discutir, mas não acho que vamos”, disse Trump.

    Lula, no entanto, já havia indicado ao americano que trataria do assunto. Em ligação telefônica de cerca de 30 minutos neste mês, o brasileiro mencionou o tema. Disse que defende uma saída diplomática para a questão da Venezuela e que esperava conversar mais com Trump a esse respeito, como a Folha de S.Paulo mostrou.

    Naquela ocasião, porém, Lula reconheceu que não conversa com Maduro desde a votação que deu ao ditador mais um mandato, sob amplas evidências de fraudes. O brasileiro argumentou que seu governo cobrou reiteradamente a apresentação das atas eleitorais -nunca fornecidas pelo regime.

    Depois do encontro entre os líderes no domingo, o chanceler Mauro Vieira contou que Lula afirmou ao Trump que a América do Sul é uma região de paz e que o Brasil estaria disposto a atuar pra a promoção da paz e do entendimento entre as nações.

    “[Lula] levantou o tema, disse que a América Latina e América do Sul, especificamente onde estamos, é uma região de paz e ele se prontificou a ser um contato, ser um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países”, afirmou o ministro das Relações Exteriores.

    Depois, o presidente confirmou ter tratado do tema. “Estou vendo que as coisas estão se agravando”, disse Lula ao relatar sua conversa com Trump. “Acho possível encontrar uma solução se houver disposição de negociação, e o Brasil tem interesse que não haja guerra na América do Sul.”

    Nesta terça-feira (28), o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, anunciou que as Forças Armadas destruíram mais quatro embarcações no oceano Pacífico supostamente tripuladas por narcotraficantes. Os ataques ocorreram na segunda-feira (27) e mataram 14 pessoas, com uma sobrevivente, relatou Hegseth.

    O secretário disse que os bombardeios -três, que atingiram quatro embarcações- foram realizados em águas internacionais. O anúncio da ofensiva, que teria sido a mais letal desde o início das operações, em setembro, eleva o total de ataques na região a 14, com 57 mortos.

    A acusação de Trump e de seu governo é que Maduro é um líder de organização criminosa e narcoterrorista. A operação militar é forjada no argumento de impedir a entrada de drogas nos EUA.

    Hegseth já comparou os supostos narcotraficantes a terroristas e disse que daria a eles tratamento parecido com o da Al Qaeda. Não há, contudo, evidências de que os alvos dos EUA são de fato ligados a traficantes, e a justificativa, frágil à luz do direito internacional, é criticada por governos da região, opositores americanos e especialistas.

    Aliados de Trump rejeitam Brasil como mediador de conflito na Venezuela

  • STF se divide sobre uso de relatórios do Coaf em investigações e tenta meio-termo

    STF se divide sobre uso de relatórios do Coaf em investigações e tenta meio-termo

    Caso afeta apurações importantes como a da trama golpista e operações contra facções criminosas; úmero de relatórios de inteligência financeira saltou de 1.258 em 2008 para mais de 18.762 em 2024

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O STF (Supremo Tribunal Federal) tem um impasse a resolver a respeito da encomenda de relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) pelo Ministério Público sem autorização judicial. A corte deve tentar um meio-termo entre as correntes defendidas pelos ministros.

    De um lado, uma ala do Supremo tem a preocupação de que as possibilidades de investigação sejam restringidas demais. Do outro, há ministros que querem padrões rigorosos de análise e controle, a fim de evitar abusos de quebras de sigilo e o que consideram uso desvirtuado da ferramenta.

    Os relatórios de inteligência financeira produzidos pelo órgão, chamados RIFs de intercâmbio, incluem dados fiscais e bancários e são usados em diversas ações de repercussão pelo país, como as da trama golpista, que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), as do 8 de Janeiro e também em operações sobre facções criminosas, como o PCC (Primeiro Comando da Capital).

    A discussão está em aberto em diferentes processos na corte. Independentemente da ação a ser julgada primeiro, a avaliação é de que o Supremo tem maioria para dispensar a autorização judicial.

    O tribunal pode, no entanto, fixar balizas para impedir um uso irrestrito desse tipo de solicitação. Por exemplo, pode determinar que elas só possam ser feitas em procedimentos de investigação já instaurados e com uma fundamentação robusta.

    As divergências têm gerado situações desiguais tanto internamente quanto em relação a casos pelo país.

    No fim de agosto, decisões em sentidos opostos dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes explicitaram a divisão que existe no tribunal sobre o tema.

    De um lado, Moraes suspendeu todas as decisões que derrubaram a validade desses relatórios e criaram o que ele chamou de “entraves indevidos” a investigações.

    Já Gilmar decidiu que o Ministério Público e as autoridades policiais não podem requisitar dados diretamente ao Coaf sem autorização judicial. Para o ministro, essa conduta pode configurar quebra de sigilo irregular.

    A posição de Moraes tem prevalência na Primeira Turma do tribunal, que tem alargado a interpretação sobre o tema, enquanto a maior parte dos ministros da Segunda Turma segue Gilmar.

    Há também uma ação sob relatoria do ministro Dias Toffoli que quer a validação apenas do compartilhamento espontâneo de relatórios do Coaf com os órgãos de persecução penal -mas não o caminho inverso.

    Internamente, discutem-se algumas soluções para o plenário julgar a controvérsia. Também há votos intermediários que devem ser apresentados pelos ministros, para contemplar as duas alas da corte.

    A saída mais óbvia é votar o caso de relatoria de Moraes, que tem repercussão geral. Ou seja, a tese definida incidirá em todas as outras sobre o tema.

    A ação também está em estágio mais avançado, segundo observadores da corte. É possível, ainda, que os casos sejam pautados em conjunto para pacificar definitivamente o tema.

    O Coaf se relaciona de duas formas com as polícias e outros órgãos de investigação. Na primeira, identifica transações suspeitas, produz RIFs e envia às entidades competentes para aprofundar a apuração.

    Na segunda, os próprios órgãos de investigação demandam informações sobre determinadas pessoas ou empresas. Nesse caso, o Coaf busca em seu banco de dados apontamentos de transações suspeitas e então os encaminha a quem solicitou.

    Decisões relacionadas ao Coaf têm idas e vindas no STF desde 2019, quando uma determinação de Toffoli paralisou ao menos 700 investigações no país. Ela foi revertida no plenário depois de longa discussão.

    A análise do pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para anular provas no caso da “rachadinha” motivou a discussão que culminou na autorização para o compartilhamento desses dados com o Ministério Público e a polícia sem necessidade de autorização judicial prévia.

    Segundo o próprio Coaf, desde 2008 o número de RIFs elaborados pelo órgão se multiplicou, assim como o número de intercâmbios com outras entidades, como as Polícias Civis, a Polícia Federal e os Ministérios Públicos.

    Em 2008, foram produzidos 1.258 RIFs, ante 18.762 em 2024. O salto se deu especialmente a partir de 2015.

    As Polícias Civis, ligadas aos governos estaduais, têm intensificado o acionamento do órgão. Em 2024, foram 13.667 pedidos, mais que o dobro dos 6.375 de 2021 -aumento de 114%. Há maior concentração de apurações relacionadas a tráfico de drogas, fraudes, corrupção e atuação de facções criminosas, segundo dados do conselho.

    A controvérsia transbordou para o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

    “Nós aqui no STJ nos encontramos numa situação muito difícil. Já até comentamos isso, porque tem uma turma do Supremo pensando uma coisa e outra, pensando outra”, disse o ministro Ribeiro Dantas em sessão recente. “Quando a gente decide de um jeito, vem uma decisão dando reclamação para a gente. Quando decide do outro, vem da outra turma.”

    Na sequência, o ministro Joel Paciornik relatou um episódio de seu gabinete que evidenciou a falta de clareza na matéria.

    “O mais curioso é que, na mesma semana, saíram duas decisões monocráticas, mas em sentidos exatamente contrários. Aí a assessoria chegou para mim e perguntou ‘a quem eu obedeço?’. Falei: ‘não sei, porque nesse sistema realmente não sabemos a quem devemos obediência’”, contou.

    O criminalista Leandro Raca afirma que a liberalização excessiva do poder de requisição de dados sigilosos facilita práticas abusivas.

    “Dar à delegacia o poder de requisitar esses dados é uma oportunidade imensa para arbitrariedade. Mais ainda, se não se exigir uma investigação formal prévia, aí você tem praticamente uma máquina de dossiê na mão de qualquer autoridade”, diz.

    STF se divide sobre uso de relatórios do Coaf em investigações e tenta meio-termo

  • Brasileira é encontrada morta na Itália; companheiro confessa crime e é preso, diz imprensa

    Brasileira é encontrada morta na Itália; companheiro confessa crime e é preso, diz imprensa

    O brasileiro Douglas Reis Pedroso, com quem Jessica Stapazzolo Custodio tinha uma relação, foi preso e teria confessado o feminicídio, de acordo com a imprensa italiana

    MILÃO, ITÁLIA (CBS NEWS) – A brasileira Jessica Stapazzolo Custodio de Lima, 33, foi encontrada morta na manhã desta terça-feira (28) na cidade de Castelnuovo del Garda, no norte da Itália, onde vivia.

    Douglas Reis Pedroso, 41, também brasileiro, com quem ela tinha uma relação, foi preso e teria confessado o feminicídio, de acordo com a imprensa local. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dele.

    Foi Pedroso quem teria chamado a polícia na noite de segunda e indicado que o corpo estava em sua casa, onde ela também estaria morando havia um ano e meio.

    Segundo o jornal Corriere della Sera, o Ministério Público descreveu que Stapazzolo foi morta com um “número não especificado, mas enorme, de facadas”. A arma teria sido encontrada no carro de Pedroso.

    O brasileiro já tinha sido denunciado sob suspeita de agressões contra a companheira, que seriam cometidas desde o ano passado. Em abril deste ano, ele foi obrigado pela Justiça a usar tornozeleira eletrônica e a manter distância de ao menos 500 metros de Stapazzolo.

    No momento em que foi detido, ele não usava o aparelho.

    Pedroso também tinha sido denunciado sob suspeita de agressão à irmã de Stapazzolo e resistência a policiais, além de ter sido condenado por se recusar a fazer o teste de embriaguez ao volante.

    O crime, noticiado pelos principais jornais e canais de TV do país, acontece após dois feminicídios de grande cobertura midiática na Itália, nas últimas semanas. Está em debate público a eficácia de medidas como a tornozeleira eletrônica para prevenção a crimes contra mulheres.

    Luca Zaia, governador do Vêneto, onde fica Castelnuovo del Garda, classificou a morte da brasileira como um “fato terrível, agravado por elementos perturbadores”, em referência ao histórico criminal de Pedroso e à obrigação de uso de tornozeleira eletrônica.

    Segundo o Ministério do Interior, desde janeiro 44 mulheres já foram assassinadas por parceiros ou ex-parceiros na Itália. Em 2024, ao todo, foram 62 vítimas desse tipo de crime.

    Brasileira é encontrada morta na Itália; companheiro confessa crime e é preso, diz imprensa

  • Atriz que vive Elize Matsunaga em 'Tremembé' fez aulas com açougueiro para saber esquartejar

    Atriz que vive Elize Matsunaga em 'Tremembé' fez aulas com açougueiro para saber esquartejar

    ‘Me ensinou onde fica cada articulação’, diz Carol Garcia sobre criminosa que cortou marido em pedaços e os ocultou em três malas; Lucas Oradovschi, intérprete de Alexandre Nardoni, teve crises de choro e pesadelos durante gravações

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – “Silêncio, gravando”. No set das filmagens de “Tremembé”, nova série que estreia no Prime Video nesta sexta-feira (31), a frase dita no início dos trabalhos fazia ainda mais sentido. Isso porque as gravações do projeto demandavam bastante concentração dos atores.

    “Tremembé” retrata a rotina de detentos que cometeram crimes de repercussão nacional e são obrigados a conviver no presídio homônimo. Era preciso que o elenco entrasse no clima, que não primava pela leveza. “A gente fez um pacto de respeito com o modo de trabalho de cada um. Eu mesma preferia ficar em silêncio. Dependendo da cena, colocava meus fones de ouvido para excluir vozes à minha volta”, relata Carol Garcia. Ela interpreta Elize Matsunaga, presa por matar e esquartejar o então marido, Marcos Kitano Matsunaga, diretor da Yoki, em 2012.

    Para dar vida à personagem, que na vida real foi inicialmente condenada a 19 anos de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, Carol conta que precisou fazer aulas com um açougueiro, especificamente para as cenas do esquartejamento (ela tentou sair do prédio onde morava com Marcos com as partes do corpo do empresário escondidas em três malas).

    “Ele [o açougueiro] me ensinou onde fica cada articulação, a pegar a mímica da mão, os tipos de corte, o movimento correto da faca. A Elize dominava tudo isso”, diz. “Eu só sabia cortar bife no prato”.

    A carga dramática foi tanta que a atriz, acostumada a papéis humorísticos, diz ter tido dificuldades para “sair” da personagem. “Meu namorado me ajudou nisso. Ele pedia para a gente fazer comida, escutar uma música. Quando deixava as gravações, precisei fazer um trabalho interno e dizia: ‘eu sou Carolina Garcia, tenho 35 anos, acabei de fazer uma cena e estou saindo’. Foi um processo de acolhimento comigo mesma.”

    O mesmo “pacto do silêncio” dito por Carol foi percebido por Lucas Oradovschi, intérprete de Alexandre Nardoni, sentenciado a mais de 30 anos por jogar a filha, Isabella, do sexto andar de um prédio, em março de 2008. Ele foi solto em maio de 2024 para cumprir o restante da pena em regime aberto após ficar 16 anos encarcerado. Nardoni nunca admitiu o crime.

    “Essa vibração pesada se deu porque eu fiquei imerso num universo de um crime horroroso, que revela aspectos sombrios da humanidade. Estamos contando histórias muito tensas. Nos bastidores, zelávamos um pelo outro, não havia disputa, mas um silêncio em respeito às vítimas. Uma concentração maior para chegar a um lugar mais profundo”, diz Lucas.

    Ele conta que nunca teve contato direto com Nardoni e que pesquisou tudo o que saiu na imprensa, em livros e em documentários a respeito do crime. Viu por horas a fio o único registro em vídeo: a entrevista dada por ele e por Anna Carolina Jatobá, a madrasta de Isabella, ao Fantástico, em 2008. Jatobá foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado. Foi solta em 2023 e cumpre o restante em regime aberto.

    “Passei o período de filmagem numa postura de muito recolhimento. Aluguei um apartamento em São Paulo e fiquei isolado, estudando, pensando nas nuances do personagem. Às vezes, eu perdia o sono, e dormia pouco de propósito para ver como esse sintoma da falta de descanso reverberaria na minha fisionomia no dia da gravação. Mesmo fora de cena, continuava conectado, difícil tirá-lo de mim”, afirma.

    Por isso, conta que sofreu com a falta de distanciamento de um papel com carga tão pesada. “Minha energia mudou, esse trabalho mexeu comigo. Tive crises de choro, pesadelos, fiz terapia. Antes de ir ao set, eu experimentava alguns olhares, trejeitos do Nardoni em casa. Minha mulher una vez falou: ‘tira o Nardoni daqui, não me olha desse jeito’.”

    A série “Tremembé”, inspirada em livro de Ullisses Campbell, dramatiza casos reais de crimes que chocaram o Brasil e mostra o dia a dia de presos “famosos” da penitenciária paulista. Além de Elize, Nardoni e Jatobá, são retratados o cotidiano de Suzane von Richthofen (Marina Ruy Barbosa), Daniel Cravinhos (Felipe Simas), Christian Cravinhos (Kelner Macêdo) e o médico Roger Abdelmassih (Anselmo Vasconcellos).

    “Tremembé”, no Prime Video

    Quando Estreia dia 31 de outubro, em cinco episódios

    Atriz que vive Elize Matsunaga em 'Tremembé' fez aulas com açougueiro para saber esquartejar

  • Furacão Melissa atinge Jamaica com categoria máxima e pode ser a 'tempestade do século'

    Furacão Melissa atinge Jamaica com categoria máxima e pode ser a 'tempestade do século'

    ONU alerta para condições catastróficas, e Cruz Vermelha prevê 1,5 milhão de afetados; quatro mortes foram registradas no Haiti e na República Dominicana

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O furacão Melissa atingiu o solo da Jamaica nesta terça-feira (28) como um fenômeno de categoria máxima, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA. Mais cedo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que espera uma situação catastrófica no país caribenho, em decorrência das rajadas de vento superiores a 300 quilômetros por hora, sendo a pior tempestade a atingir a ilha neste século. A costa da cidade de New Hope, a oeste do país, foi a primeira região atingida pelos ventos.

    Pelo menos três pessoas já morreram por causas relacionadas à tempestade, informaram as autoridades do país. O Ministério da Saúde e Bem-Estar informou que esses óbitos ocorreram durante os preparativos para o furacão Melissa, em publicação na rede X na noite de segunda-feira.

    “É uma situação catastrófica esperada na Jamaica”, disse a especialista em ciclones tropicais da OMM, Anne-Claire Fontan, em uma entrevista coletiva em Genebra. “Para a Jamaica, será com certeza a tempestade do século.”

    A tempestade de categoria 5, a mais forte possível na escala Saffir-Simpson, deve levar rajadas de vento de mais de 300 km por hora e uma devastação generalizada à ilha, onde as autoridades ordenaram retiradas obrigatórias.

    Ondas de até quatro metros são esperadas, disse ela, com precipitação que deve ultrapassar 700 mm, cerca do dobro da quantidade normalmente esperada durante toda a estação chuvosa. “Isso significa que haverá inundações repentinas e deslizamentos de terra catastróficos”, disse ela.

    O Melissa já havia cuasado outras quatro mortes durante a semana: três no Haiti e uma na República Dominicana, onde um adolescente está desaparecido.

    O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) prevê que, depois de atingir a Jamaica na terça-feira, a tempestade atravesse o leste de Cuba para seguir sobre as Bahamas e o arquipélago de Turks e Caicos até quarta-feira.

    Em Cuba, com dificuldades para divulgar informações preventivas por causa da falta de eletricidade, as autoridades apressam os preparativos para receber na terça-feira os impactos do Melissa.

    O Conselho de Defesa Nacional declarou na segunda-feira a “fase de alerta” nas seis províncias do leste (Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín, Camagüey, Granma e Las Tunas). As autoridades começaram a retirar cerca de 650 mil pessoas. A população faz estoques de mantimentos e tenta amarrar com cordas os telhados de suas casas. As aulas e as atividades não essenciais foram suspensas.

    TEMPESTADE SE INTENSIFICOU NA APROXIMAÇÃO

    O movimento lento do Melissa sobre as águas caribenhas incomumente mornas contribuiu para seu aumento de tamanho e força, disseram os meteorologistas do NHC. O furacão avança mais devagar que uma pessoa andando, a apenas 5 km/h ou menos, o que faz com que permaneça mais tempo em cada local por onde passa.

    O NHC informou, ainda na segunda-feira, que os ventos na parede do olho do Melissa são tão fortes que podem causar “falha estrutural total” e cortes generalizados de energia e comunicação.

    A Federação Internacional da Cruz Vermelha disse que até 1,5 milhão de pessoas na Jamaica devem ser diretamente afetadas.

    “Hoje será muito difícil para dezenas de milhares, senão milhões de pessoas na Jamaica”, disse Necephor Mghendi da Cruz Vermelha, por videoconferência a partir de Port of Spain, em Trinidad e Tobago.

    “Os telhados serão postos à prova, as águas das enchentes subirão, o isolamento se tornará uma dura realidade para muitos.” Mais de 800 abrigos foram montados para os deslocados das áreas mais afetadas, acrescentou.

    ORDENS DE EVACUAÇÃO

    Ventos brutais e chuvas intensas atingiram a Jamaica já na segunda-feira, com a aproximação do Melissa. O primeiro-ministro, Andrew Holness, emitiu uma ordem de retirada obrigatória em partes do sul da ilha, incluindo a histórica cidade de Port Royal.

    A tempestade, que se encontra ao sul, “provavelmente girará em direção ao norte, o que significa que poderá ter impacto em nossas costas, mais para o extremo oeste da Jamaica”, disse o primeiro-ministro em entrevista à CNN.

    “E se isso acontecer não acredito que exista infraestrutura nesta região capaz de resistir a uma tempestade de categoria 5; portanto, pode haver uma perturbação significativa”, acrescentou.

    Com ventos de 280 km/h, Melissa já alcançou a categoria 5, o nível máximo na escala Saffir-Simpson.

    Ele alertou sobre danos a plantações, residências e infraestrutura na ilha.

    Apesar das ordens de evacuação, muitos moradores da Jamaica decidiram permanecer em suas casas.

    “Não vou me mover. Não acho que consiga escapar da morte”, disse à AFP Roy Brown, falando da histórica área costeira de Port Royal, em Kingston. O homem mencionou as condições e más experiências anteriores em abrigos governamentais durante furacões como razões para não evacuar.

    “Simplesmente não quero sair”, afirmou à AFP Jennifer Ramdial, uma pescadora que ecoou as palavras de Brown.

    Holness afirmou que a retirada era “pelo bem nacional de salvar vidas”. “Foram avisados. Agora depende de vocês usar essa informação para tomar a decisão correta”, disse o primeiro-ministro em entrevista coletiva.

    Melissa é a décima terceira tempestade nomeada -ou seja, monitorada- da temporada de furacões do Atlântico, que se estende do início de junho ao fim de novembro. As fortes chuvas, combinadas com ventos intensos, podem causar uma devastação comparável à de furacões históricos como o Maria (2017) ou o Katrina (2005).

    Furacão Melissa atinge Jamaica com categoria máxima e pode ser a 'tempestade do século'

  • Como é ficar de frente com Blogueirinha, que não tem medo de sacanear as estrelas

    Como é ficar de frente com Blogueirinha, que não tem medo de sacanear as estrelas

    Bruno Matos criou personagem inspirada em Marília Gabriela; sinceridade levou o ator às celebridades e gerou desafetos

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – É confuso ficar de frente com Blogueirinha. São borradas as linhas que separam a criatura de seu criador, Bruno Matos. “É para eu falar sério ou é para zoar?”, o ator pergunta, antes de a entrevista começar. Tímido, ele diz detestar a ideia de falar fora da personagem. Então fecha os olhos e encarna toda a acidez dela.

    Ao longo de 40 minutos, ficou difícil entender se quem estava falando era a desbocada Blogueirinha ou se a peruca era só um pretexto para Matos dar voz a seus pensamentos mais obscuros. “Ela não é um escudo”, diz ele. “Eu tenho a minha vida, e a Blogueirinha tem a dela. É a vivência midiática que nos separa.”

    Matos -ou Blogueirinha- vinha de uma manhã cheia. Recebeu a reportagem imediatamente após comandar uma entrevista para o seu programa no YouTube, o De Frente com Blogueirinha, que virou fenômeno com vídeos que com frequência ultrapassam 1 milhão de visualizações. A convidada era a atriz Mônica Martelli, parte da quarta temporada da atração, no ar até o fim do ano.

    As entrevistas são gravadas geralmente às segundas-feiras em um estúdio na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo. Matos chega três horas antes, para vestir a maquiagem e a peruca que o fazem incorporar Blogueirinha.

    A personagem -persona, ele corrige- nasceu em 2016, como uma paródia dos influenciadores digitais. Blogueirinha fez sucesso por tirar sarro de tudo e de todos, desde os colegas da internet até os artistas mais famosos da TV e da música. “Não me acho ácida, me acho sincera”, diz ela, já como personagem. “É preciso coragem para fazer o outro rir de si mesmo.”

    Foi o que ela fez com Bruna Marquezine, por exemplo, que gargalhou quando Blogueirinha pediu para ela comentar um livramento que tivesse vivido, o que o público entendeu como uma indireta sobre o relacionamento da atriz com Neymar. O momento viralizou nas redes.

    Noutra ocasião, Blogueirinha fez a ex-jogadora de vôlei Márcia Fu cuspir bebida enquanto ouvia uma pergunta. O mesmo aconteceu com o influenciador Carlinhos Maia, que se constrangeu após a entrevistadora sugerir que ele não era famoso de verdade.

    Assim, Blogueirinha penetrou as rodinhas mais blindadas do mundo das celebridades e se tornou um dos poucos nomes da internet a dar certo em esferas mais amplas da cultura, alcançando a TV aberta, por exemplo -no ano passado, foi contratada pela Globo para fazer um quadro no Fantástico.

    “Fui polida para lá, uma Blogueirinha versão televisão”, ela diz. “Pena que não renovaram o contrato. Eu nem pedi nada a mais para eles. O quadro podia continuar igual. Eu só queria estar na Globo.”

    Blogueirinha também coleciona inimizades, porém. Ela chateou Ludmilla, por exemplo, quando fez piada com vaias que a cantora recebeu numa premiação. Outra pessoa que expôs seu desgosto foi a advogada Deolane Bezerra, presa no ano passado devido ao envolvimento com apostas online, que virou alvo do deboche da apresentadora.

    Mas a maior crise aconteceu há dois meses, com Paola Carosella, ex-apresentadora do reality show Masterchef Brasil, que deu uma entrevista desconfortável para Blogueirinha. Na conversa, a influenciadora questionou Carosella sobre relacionamentos amorosos e tirou sarro dos rumores de que ela teria tido um caso com o também chef Henrique Fogaça.

    Mas o clima pesou mesmo quando Blogueirinha brincou com a ideia de a cozinheira envenenar a comida de quem ela desgosta. “Não gosto de brincar com isso. Fico séria e constrangida”, disse Carosella, com cara de desconforto.

    Depois do programa, trechos da conversa foram apagados das redes de cada uma delas, aumentando o rumor de que Carosella teria saído de lá desagradada. No Instagram, Blogueirinha foi debochada ao tratar do tema e disse que poderia ter ido além na acidez e feito piada dos gostos musicais da filha adolescente de Carosella, fã de cantoras pop que são parte da comunidade LGBTQIA+.

    “Ela levou para outro patamar”, diz Blogueirinha. “Eu fiquei na minha, e se fosse ela teria feito o mesmo, porque para eu tacar fogo na cozinha dela é só isso aqui, olha”, ela diz e imita o movimento de riscar de um fósforo com as mãos. “Ai que horror. Ela não vai gostar disso”, acrescenta, dando risada.

    No fervor da briga, uma pessoa no Instagram relacionou o comportamento de Blogueirinha ao de Hytalo Santos, influenciador preso dias antes sob suspeita de exploração sexual, assunto que parou o país. “Obrigada. Acho que temos muitos fãs do Hytalo Santos aqui”, escreveu Carosella em seguida. “Isso foi de péssimo tom. Era melhor ter morrido no off”, diz Blogueirinha.

    Dias depois do ocorrido, Carosella publicou um texto no Instagram em que comentava o caso e discutia até onde acreditava que o humor podia ir. “Lutamos pela liberdade de expressão, mas não conseguimos chegar a um consenso sobre os limites dela”, escreveu.

    Questionada, Blogueirinha afirma ter limites, sim, ainda que esteja acostumada a frequentemente beirar o cancelamento. “Nunca fui politicamente correta”, diz.

    Autoconfiança parece ser arma fundamental para ela disparar todo o tipo de absurdos no seu programa, ainda que esteja diante de famosos no naipe da apresentadora Angélica e da cantora Anitta, de quem Bruno Matos, o ator debaixo da peruca, diz que sempre foi fã.

    Criado há quatro anos, a atração é uma paródia do jornalístico De Frente com Gabi, comandado por Marília Gabriela nos anos 1990 e 2000 na TV. Blogueirinha recorre à mesma estética e usa até uma mesa de acrílico com o mesmo formato daquela da jornalista. Ainda que admita a inspiração, Blogueirinha se dá o crédito. “O sucesso vem de mim mesma.”

    A entrevista termina com a mesma pergunta que Blogueirinha faz para seus convidados, em uma de suas imitações de Marília Gabriela -Blogueirinha por Blogueirinha? “A melhor do mundo”, ela responde, antes de cair na gargalhada.

    No fim, Matos rompe a fantasia. Pede que a equipe de vídeo da Folha tente deixar claro, na edição, os momentos em que é ele falando, não Blogueirinha. Como o Frankenstein de Mary Shelley, ele é muito exigente com sua criatura.

    Como é ficar de frente com Blogueirinha, que não tem medo de sacanear as estrelas