Categoria: ECONOMIA

  • Produção industrial opera acima do nível pré-pandemia em 9 dos 15 locais, revela IBGE

    Produção industrial opera acima do nível pré-pandemia em 9 dos 15 locais, revela IBGE

    Os parques industriais que superaram o pré-covid foram Rio de Janeiro (19,5% acima do nível pré-pandemia), Minas Gerais (14,8% acima), Amazonas (10,9% acima); São Paulo (-0,4%) ficou aquém do pré-covid

    A produção industrial operava em julho em nível superior ao de fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19, em nove dos 15 locais pesquisados, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Os parques industriais que superaram o pré-covid foram Rio de Janeiro (19,5% acima do nível pré-pandemia), Minas Gerais (14,8% acima), Amazonas (10,9% acima), Santa Catarina (9,5% acima), Paraná (8,9% acima), Goiás (7,5% acima), Mato Grosso (7,1% acima), Pernambuco (6%) e Espírito Santo (2,9% acima).

    Na média nacional, a indústria brasileira operava em patamar 1,7% acima do pré-crise sanitária.

    Os locais com nível de produção aquém do pré-covid foram São Paulo (-0,4%), Rio Grande do Sul (-0,4%), Ceará (-8,2%), Pará (-9,3%), Nordeste (-16,9%) e Bahia (-21,1%).

    Produção industrial opera acima do nível pré-pandemia em 9 dos 15 locais, revela IBGE

  • Serviços crescem em julho pelo sexto mês consecutivo, mostra IBGE

    Serviços crescem em julho pelo sexto mês consecutivo, mostra IBGE

    Na comparação com julho de 2024, o volume de serviços avançou 2,8% em julho de 2025, a 16ª taxa positiva seguida

    O volume de serviços prestados no País cresceu em julho pelo sexto mês consecutivo, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O setor de serviços acumulou um ganho de 2,4% em seis meses consecutivos de altas: fevereiro (0,8%), março (0,4%), abril (0,4%), maio (0,2%), junho (0,4%) e julho (0,3%).

    Uma sequência tão longa de avanços seguidos nos serviços não corria desde o período de crescimentos que se estendeu entre fevereiro de 2022 e setembro de 2022, lembrou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE.

    Na comparação com julho de 2024, o volume de serviços avançou 2,8% em julho de 2025, a 16ª taxa positiva seguida.

    O índice de difusão – que mostra o porcentual de serviços com crescimento ante o mesmo mês do ano anterior – passou de 54,2% em junho para 50,6% em julho.

    Serviços crescem em julho pelo sexto mês consecutivo, mostra IBGE

  • EUA retiraram tarifa de 10% sobre exportações brasileiras de ferro-níquel, diz Mdic

    EUA retiraram tarifa de 10% sobre exportações brasileiras de ferro-níquel, diz Mdic

    Nos últimos dias, a medida do governo de Donald Trump já havia retirado a tarifa sobre a celulose, também fixada em 10%

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) informou na quinta-feira (11) que um decreto emitido pelo governo dos Estados Unidos na semana passada retirou a alíquota de 10% sobre a maior parte das exportações brasileiras de ferro-níquel ao país.

    A medida já havia retirado a tarifa sobre a celulose, também fixada em 10%. A decisão beneficiou a indústria brasileira, que exportou 2,8 milhões de toneladas do produto para o país no ano passado.
    Segundo a nota do Mdic, tanto celulose quanto ferro-níquel agora ficam livres de qualquer tarifa adicional dos EUA, seja a alíquota de 10% imposta universalmente pelo governo do presidente Donald Trump ou a sobretaxa de 40% colocada sobre produtos brasileiros no mês passado.

    A sobretaxa foi imposta por Trump, entre outros pontos, pelo que ele vê como “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi condenado mais cedo pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

    Com as tarifas de Trump, exportações para os EUA caíram 18,5% em agosto. De acordo com a pasta, o Brasil vendeu US$ 2,76 bilhões no período para os Estados Unidos, ante US$ 3,39 bilhões no mesmo mês de 2024 -foram US$ 600 milhões a menos vendidos à maior economia do mundo.

    EUA retiraram tarifa de 10% sobre exportações brasileiras de ferro-níquel, diz Mdic

  • Preços do café disparam nos EUA após tarifas de Trump sobre Brasil

    Preços do café disparam nos EUA após tarifas de Trump sobre Brasil

    A inflação do café nos EUA subiu 3,6% em agosto, ou 21% na comparação com o ano passado, a maior taxa desde 1997

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os preços do café no varejo dos Estados Unidos registraram a maior alta anual do século após o presidente Donald Trump impor tarifas sobre importações do Brasil, o maior produtor mundial, potencializando os efeitos de uma escassez global de oferta.

    A inflação do café nos EUA subiu 3,6% em agosto, ou 21% na comparação com o ano passado, a maior taxa desde 1997, de acordo com dados publicados nesta quinta-feira (11) pelo Bureau of Labor Statistics. O café moído atingiu um recorde de US$ 8,87 por libra (cerca de R$ 105 o quilo) em supermercados.

    Os mercados globais de café dispararam no último ano após colheitas fracas em grandes países exportadores.

    Nos EUA, cujos torrefadores dependem de importações para quase todo o fornecimento, os custos aumentaram ainda mais desde que o presidente Donald Trump declarou, em julho, uma tarifa de 50% sobre o Brasil. O país é o maior produtor mundial de café arábica de qualidade e historicamente fornecia cerca de 30% dos grãos consumidos nos EUA.

    As remessas de café do Brasil para os EUA caíram pela metade no acumulado do ano, segundo a Vizion, serviço de dados de transporte. A queda se acelerou em agosto, quando as exportações brasileiras despencaram mais de 75% em relação a agosto de 2024.

    Importações de outros grandes produtores, como Vietnã e Colômbia, não conseguiram suprir a demanda, mostram os dados da Vizion.

    No Brasil, o café moído registrou deflação de -2,17% em agosto, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta semana. A baixa dos preços em agosto foi a segunda consecutiva e a maior desde maio de 2018 (-2,28%). Em 12 meses, o café ainda acumula alta de 60,85%.

    O estoque excedente tem ajudado a amenizar o impacto nos EUA.

    “Mas, em algum momento, se os americanos continuarem consumindo café no ritmo usual, esses estoques também têm limites”, disse Thijs Geijer, economista sênior de alimentos e agricultura do ING ao Financial Times. “Novas remessas serão necessárias, mas a questão é: de onde elas virão?”

    Os preços futuros do café já vinham subindo à medida que mudanças climáticas provocam um clima cada vez mais irregular no Brasil e no Vietnã. Colheitas fracas em ambos os países -o Brasil domina o mercado de arábica, enquanto o Vietnã é o maior fornecedor do café robusta mais barato, usado em cafés instantâneos- têm apertado a oferta mundial.

    A indústria de supermercados dos EUA tem pressionado por isenções de tarifas em produtos que não podem ser cultivados domesticamente a preços acessíveis. Na semana passada, a Casa Branca divulgou uma lista de produtos, incluindo o café, que poderiam receber tarifas mais baixas caso os EUA fechem novos acordos comerciais com os exportadores.

    Os consumidores de café ainda podem não ter sentido totalmente o impacto das tarifas, disse Geijer. O café enviado do porto de Santos leva até 20 dias para chegar aos portos dos EUA, e depois precisa ser torrado.

    “Mesmo assim, depende: os preços mais altos são repassados imediatamente pelos torrefadores ou gradualmente?”, disse Geijer, acrescentando que grande parte do impacto das tarifas pode não chegar às prateleiras até outubro ou novembro.

    Dois terços dos adultos nos EUA consomem café diariamente, segundo pesquisa da National Coffee Association, grupo do setor.

    A Kroger, maior rede de supermercados dos EUA, tem tentado absorver o aumento de custos nos alimentos tanto quanto possível, disse Ron Sargent, diretor-executivo interino, durante teleconferência com analistas nesta quinta-feira. “Ocasionalmente, as tarifas terão impacto em alguns preços”, acrescentou.

    O aumento dos preços do café integra uma onda mais ampla de inflação de alimentos nos EUA. Os preços ao consumidor subiram 2,9% em agosto na comparação anual, a maior alta desde janeiro, informou o BLS.

    Os preços de alimentos consumidos em casa subiram 0,6% em agosto em relação a julho, após queda de 0,1% em julho.

    Preços do café disparam nos EUA após tarifas de Trump sobre Brasil

  • Fazenda reduz previsão de crescimento do PIB em 2025 de 2,5% para 2,3%

    Fazenda reduz previsão de crescimento do PIB em 2025 de 2,5% para 2,3%

    As estimativas para a inflação no ano também foram revistas para baixo, mas em menor magnitude

    BRASÍLIA, DF E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os sinais de desaceleração da economia a partir do segundo trimestre deste ano levaram o Ministério da Fazenda a reduzir sua projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025, de 2,5% para 2,3%.

    As estimativas para a inflação no ano também foram revistas para baixo, mas em menor magnitude. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial do país, deve ter alta de 4,8%, ainda acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é de 3% ao ano, com tolerância até 4,5%. Antes, a previsão do governo era uma variação de 4,9%.

    Os novos números constam no Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira (11) pela SPE (Secretaria de Política Econômica), vinculada à Fazenda.

    “O ritmo de expansão das concessões de crédito tem se reduzido, junto com o aumento nas taxas de juros bancárias e na inadimplência. Embora a taxa de desemprego siga no menor patamar da série histórica, já se percebe uma tendência de desaceleração na expansão da massa de rendimentos real”, avalia a SPE.

    Segundo o órgão, a perda de ritmo decorre da ação do Banco Central na tentativa de reduzir a inflação. Em setembro de 2024, o Copom (Comitê de Política Monetária) deu início a um novo ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, que até então estava em 10,50% ao ano. Após sucessivos aumentos, a Selic chegou a 15% ao ano em junho e tem sido mantida neste patamar -o maior desde 2006.

    “Para o próximo trimestre, a perspectiva é que a desaceleração da atividade continue”, disse a secretaria no boletim. Segundo o órgão, dados de julho já indicaram recuo na produção da indústria da transformação e nas vendas do varejo restrito, que não inclui automóveis nem materiais de construção.

    Nos próximos meses, as tarifas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras podem contribuir para reforçar a tendência de desaquecimento da atividade, uma vez que afetam o desempenho da indústria, dos investimentos e do setor externo.

    Guilherme Mello, secretário de Políticas Econômicas, afirmou durante a apresentação do boletim que, por causa das altas de tarifas, o índice de incertezas chegou a um nível muito elevado, mesmo que tenham sido firmados acordos.

    A situação, segundo ele, é semelhante ao fim dos anos 1920, quando houve um desarranjo global com a crise do padrão ouro.

    O secretário disse que espera-se que o Federal Reserve (órgão equivalente ao Banco Central dos EUA) corte os juros americanos, o que contribuiria para o enfraquecimento do dólar (portanto, valorização do real).

    Ele resumiu a expectativa da seguinte forma: “Dólar mais fraco, outras moedas mais fortes e expectativa de queda de taxa de juros maior, o que impacta decisões sobre juros em outros países, em particular na América Latina”.

    A SPE dedicou uma seção inteira do boletim à análise dos efeitos do tarifaço. As estimativas foram feitas considerando 22 setores da economia, com o objetivo de capturar encadeamentos entre produção, comércio, emprego e preços em economias abertas.

    Os resultados indicam que as tarifas devem levar a uma queda de 0,2 ponto percentual no PIB entre agosto de 2025 e dezembro de 2026.

    “Esse impacto está associado à retração da demanda externa e seus efeitos, principalmente, sobre o investimento. As exportações líquidas se reduzem em 0,1 pp como proporção do PIB, com a queda nas vendas aos EUA sendo apenas parcialmente compensada pelo redirecionamento a outros destinos. Além disso, a taxa de desemprego sobe 0,1 pp no acumulado do período, reforçando o efeito contracionista do choque”, disse a SPE.

    Rafael de Azevedo Ramires, um dos coordenadores do boletim, afirmou durante a apresentação do boletim que foi usado um modelo em conjunto com a agência francesa de desenvolvimento para tentar calcular os impactos do aumento de tarifas.

    A lógica é tentar estimar como serão as mudanças nas demandas pelos bens e serviços brasileiros e, daí, calcular a alteração das variáveis macro, como produto, emprego e inflação.

    “O desemprego se eleva em 0,1% o que representa 138 mil postos de trabalho a menos, que estão mais concentrados na indústria”, afirmou ele durante a apresentação.

    A secretaria estima uma perda de cerca de 138 mil postos de trabalho no período analisado, concentrada na indústria (71,5 mil), nos serviços (51,8 mil) e na agropecuária (14,7 mil).

    Os impactos do tarifaço ficam menores quando as estimativas consideram as medidas de mitigação anunciadas pelo governo, batizadas de Plano Brasil Soberano. O pacote inclui linhas de crédito subsidiado, benefícios tributários a empresas exportadoras e adiamento no prazo para pagar impostos.

    Segundo a SPE, com as iniciativas do plano, a queda do PIB fica em 0,1 ponto percentual entre agosto de 2025 e dezembro de 2026. Já a perda de postos de trabalho cai a 65 mil.

    “O estudo reforça a importância de políticas de diversificação de mercados e mecanismos para apoiar o setor produtivo como instrumentos para reduzir a vulnerabilidade da economia brasileira a choques externos”, disse Ramires.

    Com a revisão anunciada nesta quinta, o desempenho esperado para o PIB em 2025 retoma o patamar projetado no início do ano, quando a estimativa do governo também era um crescimento de 2,3%. A projeção mais recente, divulgada em julho, indicava uma expansão maior da atividade econômica.

    Ainda assim, os números mostram que o governo segue sendo mais otimista do que a média do mercado financeiro, que vê um crescimento de 2,16% neste ano, segundo o Boletim Focus, do BC. Essa variação que tem sido revista para baixo nas últimas semanas.

    Para 2026, a projeção da SPE para o crescimento se manteve nos mesmos 2,4% já indicados na revisão anterior. Já o IPCA deve ficar em 3,6%.

    Os parâmetros macroeconômicos divulgados pela Fazenda são importantes não só como termômetro da economia, mas também porque servem de referência para o governo nas estimativas do Orçamento.

    Variáveis como inflação e crescimento interferem diretamente no quanto a União arrecada em tributos e quanto ela gasta com benefícios previdenciários, assistenciais e trabalhistas.

    O maior crescimento do PIB, por exemplo, significa maior faturamento das empresas e, consequentemente, mais recolhimento de impostos e contribuições.

    Por outro lado, também pressiona as despesas, já que o desempenho de 2025 se traduzirá em ganho real de mesma magnitude no salário mínimo daqui dois anos.

    O mesmo ocorre no caso da inflação. A alta de preços faz com que a Receita Federal arrecade um valor maior de tributos, em termos nominais, mas as despesas corrigidas pelos índices de preços (como aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais) também sobem mais.

    Fazenda reduz previsão de crescimento do PIB em 2025 de 2,5% para 2,3%

  • Câmara usa projeto contra fraudes no INSS para recriar desconto suspenso por irregularidades

    Câmara usa projeto contra fraudes no INSS para recriar desconto suspenso por irregularidades

    Texto permite antecipar benefício, operação que era oferecida pelo PicPay; relator disse que medida foi incluída em versão acordada com Casa Civil

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Câmara dos Deputados usou o projeto de lei de combate a fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para recriar uma modalidade de desconto nos benefícios que já havia sido suspensa pelo órgão devido a denúncias de irregularidades.

    Ao mesmo tempo em que revoga a possibilidade de descontar mensalidades de associações e entidades -mecanismo central do esquema investigado na Operação Sem Desconto-, o texto inseriu autorização para deduzir dos pagamentos a “amortização de operações de antecipação do benefício previdenciário”.

    Esse tipo de transação era oferecido pelo PicPay, empresa de serviços financeiros controlada pela J&F Participações, holding pertencente aos irmãos Joesley e Wesley Batista. No início de maio, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, suspendeu o serviço após denúncias de cobrança de taxas não autorizadas e descumprimento de normas do instituto.

    A reportagem procurou o PicPay por meio de sua assessoria para saber se a empresa é favorável ao dispositivo e se atuou no Congresso para defender a mudança. A companhia não quis se manifestar.

    Na semana passada, a Câmara aprovou a inclusão da autorização desse tipo de desconto na lei que rege os benefícios da Previdência. A base aliada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou um destaque para votar o dispositivo de forma separada, numa estratégia para tentar derrubá-lo, mas sem sucesso.

    A medida foi aprovada por 259 votos a 126, com largo apoio de deputados do centrão e da oposição. O texto ainda precisa passar pelo Senado.

    A versão validada ainda excluiu um trecho que tentava ao menos proibir a cobrança de taxas, cerne do problema identificado anteriormente pelo INSS. O texto inicial previa a possibilidade de desconto “sem encargos financeiros”, mas essa parte foi suprimida antes da votação final.

    A questão virou motivo de discórdia durante a votação no plenário da Câmara, com manifestações contrárias de parlamentares do PT, PCdoB, PSB e PSOL.

    “Não há nada escrito sobre a antecipação ser [feita] no mês, nada. […] Isso significa que os bancos vão criar uma nova operação, muito pior do que o crédito consignado. O crédito consignado tem limite de juros, que hoje estão em torno de 1,8%. Aqui o banqueiro vai poder cobrar o quanto ele quiser de juros, sem limite para o endividamento do coitado do aposentado”, criticou o deputado Rogério Correa (PT-MG) durante a sessão.

    “O relator não permitiu que fosse colocada a frase ‘sem encargos financeiros para o beneficiário’”, acrescentou.

    O relator do projeto, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), disse que o trecho foi suprimido pela Casa Civil, em decisão validada em acordo com líderes partidários.

    “Na conversa que eu tive com o ministro Rui Costa, na Casa Civil, ele ficou de me remeter um texto de acordo. [] Eu coloquei no texto ‘sem encargo financeiro’. Quando o texto voltou para mim, voltou sem essa parte, e foi o texto que foi acordado pela grande maioria dos líderes, inclusive pelo líder do PSB, que estava presente”, disse Forte.

    “Se o deputado Rogério quer culpar alguém, que bata na porta do Rui Costa”, afirmou o relator.

    A reportagem procurou a Casa Civil na última terça-feira (9) para saber as razões pelas quais o órgão defendeu a retirada do trecho. A reportagem também questionou se o governo tinha interesse em favorecer o PicPay com a retomada da modalidade. A pasta não respondeu a nenhuma das perguntas.

    O PicPay também não se manifestou sobre esse ponto.

    Segundo interlocutores do governo, o INSS considera absurda a autorização para o desconto da antecipação de benefício. Oficialmente, o órgão não se manifestou quando procurado pela reportagem.

    A ABBC (Associação Brasileira de Bancos) -entidade que tem o PicPay entre seus associados- disse ser contra a manutenção do dispositivo, independentemente da inclusão ou não da expressão “sem encargo financeiro”.

    “A associação entende que essa modalidade representa riscos relevantes, que justificam sua supressão integral do texto legal”, disse, em nota. Segundo a entidade, o modelo de antecipação amplia riscos de superendividamento.

    A ABBC afirmou que a antecipação seria uma operação de crédito, sujeita à incidência de juros e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mas sem os controles legais que regem as operações de crédito convencionais.

    “A depender do prazo de antecipação, o custo efetivo total da operação pode extrapolar o teto de taxa de juros estipulado pelo CNPS [Conselho Nacional da Previdência Social]”, disse. “Quando somada a outras modalidades, como o crédito consignado, pode exceder o limite de 45% da renda e comprometer até 100% dos rendimentos do beneficiário.”

    A entidade ainda alertou para o risco de quebra de contrato, já que a antecipação poderia romper as cláusulas de exclusividade de processamento da folha de pagamento. “A flexibilização pode gerar obrigações de devolução ou revisão dos valores pagos nos leilões [da folha de pagamento], além de reduzir a arrecadação futura da União”, afirmou.

    A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse que não atuou pela inclusão do produto no projeto de lei, nem recebeu demandas de seus associados nesse sentido.

    “Hoje, o crédito consignado INSS é uma linha de empréstimo com a menor taxa de mercado e permite que o aposentado comprometa até 35% de seu benefício em parcelas. Um novo produto que permita um endividamento adicional do benefício do aposentado e apresente taxas superiores às do consignado poderá trazer um descontrole financeiro e prejuízos relevantes a públicos mais vulneráveis”, afirmou.

    INSS COMO FIADOR DE BANCOS

    O projeto aprovado também prevê que o INSS deverá restituir ao beneficiário o valor integral de eventuais descontos indevidos feitos por entidades associativas, instituições financeiras ou sociedades de arrendamento mercantil, caso elas não efetuem o ressarcimento por conta própria em um prazo de até 30 dias.

    A medida foi considerada absurda dentro do INSS, pois coloca o órgão numa posição de fiador de bancos e outras entidades que operam o crédito consignado. O risco é encorajar instituições a fraudarem contratações de empréstimos com a segurança de que o governo vai cobrir o pagamento.

    O texto aprovado até prevê que o INSS poderá cobrar os valores das instituições financeiras ou, em última instância, do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), criado originalmente para garantir aplicações em caso de problemas em instituições financeiras.

    Esse trecho foi incluído para minimizar eventuais impactos nas contas públicas. No entanto, integrantes do órgão entendem que não é papel do INSS atuar como garantidor dessas operações.

    Câmara usa projeto contra fraudes no INSS para recriar desconto suspenso por irregularidades

  • Demissões no Itaú geram onda de desabafos no LinkedIn

    Demissões no Itaú geram onda de desabafos no LinkedIn

    Em um dos textos mais comentados no LinkedIn, um funcionário que diz ter trabalhado no banco durante 28 anos questiona se estaria proibido de socializar com os filhos dentro de casa, onde trabalhava remotamente

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As demissões anunciadas pelo Itaú na última segunda-feira (8) geraram uma onda de comoção entre funcionários e ex-funcionários em redes sociais, em especial no LinkedIn.

    Na maior parte dos relatos, trabalhadores consideram ter havido falta de transparência no processo e questionam os critérios do banco para justificar os desligamentos. Segundo o Itaú, as demissões ocorreram por incompatibilidades entre a marcação de ponto e a atividade registrada nas plataformas de trabalho durante o home office.

    Em um dos textos mais comentados no LinkedIn, um funcionário que diz ter trabalhado no banco durante 28 anos questiona se estaria proibido de socializar com os filhos dentro de casa, onde trabalhava remotamente, enquanto esperava por uma aprovação de mudança ou por uma compilação que demora mais de 15 minutos. A publicação ultrapassou 5.000 curtidas e se espalhou para outras redes, como o X (ex-Twitter), onde gerou quase 2 milhões de visualizações. O ex-funcionário foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar sobre o caso.

    Outro funcionário, que trabalhava com agente de negócios e é autista, afirma que atingia quase 200% das metas no setor de seguros e recebia convites para treinar colegas em outras agências.

    “Passei bastante mal e tudo foi completamente de surpresa. Até brinquei, porque cheguei achando que ia ser reconhecido. Foi um momento muito ruim, tiveram que chamar os paramédicos que ficam à disposição do centro empresarial.”

    Segundo ele, a justificativa apresentada pelo Itaú foi a de baixa aderência ao modelo remoto. O ex-funcionário diz, no entanto, nunca ter sido informado sobre o uso de software de monitoramento. “Foi muito triste. Chorei bastante, passei mal. Tive que ser acompanhado para ir embora.”

    O Itaú diz que conduziu um processo criterioso ao longo de meses, com análises individualizadas sobre os aspectos de cada um.

    “Para os desligamentos realizados nesta segunda-feira, os líderes foram preparados e orientados a realizar comunicações com acolhimento e sensibilidade, inclusive em situações que envolvem colaboradores em condição de vulnerabilidade”, afirma o Itaú.

    Parte dos funcionários demitidos relatam que comunicavam estarem livres para novos serviços, mas que ouviam de seus supervisores que era assim que a área funcionava e que seria necessário esperar que demandas entrassem no sistema.

    Em nota, o banco diz que 60% do quadro de colaboradores trabalha em formato híbrido ou totalmente remoto e que o modelo “implica maior responsabilização pelas atitudes e escolhas individuais”.

    “[O Itaú] monitora o uso de seus equipamentos corporativos e programas licenciados. Esse monitoramento, expressamente previsto em políticas internas assinadas por seus colaboradores, e acordado com os sindicatos, controla eletronicamente a jornada de trabalho no home office e é essencial para garantir sua efetividade”, diz o banco.

    Alguns dos profissionais que permanecem no banco dizem que o clima na empresa é de temor e incerteza. Uma funcionária da área de tecnologia que conversou com a reportagem, com mais de 15 anos de casa, conta que, também na segunda-feira, assinou um feedback negativo com o qual não concordava.

    Segundo ela, o documento trazia menções a ociosidade, mas ela diz que já havia avisado aos seus superiores sobre períodos de baixa demanda. O documento também trazia recomendações para que ela repensasse sua conduta profissional, afirma.

    A funcionária diz que está com dificuldade para dormir e tem crises de choro por medo de ser demitida. Ela teme que o feedback negativo, registrado no sistema interno do banco, prejudique futuras promoções e sua trajetória na instituição.

    O Itaú Unibanco planejava demitir, inicialmente, quase o dobro de funcionários por considerar baixa a produtividade no home office. A reportagem apurou que quase 2.000 empregados do banco tiveram o seu trabalho em casa classificado como ocioso.

    O levantamento veio após quatro meses de monitoramento dos funcionários em regime híbrido ou totalmente remoto. Por meio de softwares como o xOne, que coleta dados como tempo de uso do computador, o banco considerou que esse grupo tinha poucas horas de atividade.

    DEMITIDOS RELATAM QUE ESTAVAM COM BONS RESULTADOS

    Outros demitidos ouvidos pela reportagem, que pediram anonimato por temerem que a justificativa apresentada pelo banco possa prejudicar a busca por novos empregos, afirmam que recebiam bons feedbacks e apresentavam resultados positivos. Para eles, o primeiro sinal de que estavam sendo monitorados surgiu apenas na própria reunião de demissão.

    Para um ex-funcionário da área de tecnologia, que trabalhou no banco por cerca de quatro anos, o banco aplicou um ‘layoff disfarçado’ e interferiu na imagem de diversos profissionais ao afirmar que eles teriam baixa produtividade.

    Outro demitido afirmou à reportagem que também estaria em processo de promoção e que chegou a trabalhar em fins de semana e feriados.

    Parte dos ex-funcionários que conversaram com a reportagem afirmaram ainda que só entenderam a justificativa do desligamento quando leram relatos de colegas nas redes sociais, onde surgiram descrições sobre critérios como tempo de tela ativo e movimentos de mouse. Muitos relataram que, durante as conversas de desligamento, gestores reforçaram que a decisão não estaria ligada à performance.

    Eles afirmaram ainda que os coordenadores tiveram dificuldades no processo de demissão, já que não conseguiam oferecer explicações detalhadas sobre os desligamentos.

    O QUE DIZ O ITAÚ?

    O Itaú afirma que identificou uma minoria de colaboradores com baixos níveis de atividade digital como um padrão de comportamento e que, em alguns casos, funcionários chegaram a patamares de 20% de atividade digital no dia e ainda assim registraram horas extras.

    “Um exemplo real é de uma área com 316 analistas, de cargos equiparáveis e com média de atividade digital de 72%, enquanto colaboradores desligados apresentavam entre 27% e 37% de atividade digital.”

    O banco também diz que o monitoramento não considera exclusivamente o uso de mouse ou teclado e respeita diretrizes previstas na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), ao não realizar captura de telas, áudios ou vídeos. Além disso, a empresa afirma que as métricas de atividade digital consideraram 1 hora e 45 minutos de pausas diárias, além do almoço, e que foram complementadas por “análises individualizadas, como necessidades específicas do colaborador, ausência por temas pessoais ou familiares, saúde, viagens a trabalho ou eventos externos etc”.

    O Itaú diz que os desligamentos não têm o objetivo de redução de quadro, assim, as contratações continuam e as reposições dessas vagas serão discutidas caso a caso e dentro do contexto de cada área.

    Demissões no Itaú geram onda de desabafos no LinkedIn

  • Brasil bate recorde de safra e atinge 350,2 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2024/2025

    Brasil bate recorde de safra e atinge 350,2 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2024/2025

    Os dados do 12º Levantamento da Safra 2024/2025 apontam que a soja registrou produção recorde, estimada em 171,5 milhões de toneladas

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A produção nacional de grãos bateu um novo recorde histórico, com 350,2 milhões de toneladas produzidas no ciclo 2024/25. O volume supera o obtido na temporada 2022/23, quando foram colhidas 324,36 milhões de toneladas.

    Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), estatal vinculada ao MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), responsável por executar a política agrícola e de abastecimento de alimentos do país.

    O evento realizado em Brasília teve a presença do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), além dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e o presidente da Conab, Edegar Preto.

    “Os três últimos anos foram recordes no Plano Safra 2023, 2024 e 2025, além de recordes de exportação. O Brasil saiu do mapa da fome, e hoje temos deflação de alimentos”, disse Carlos Fávaro.

    Os dados do 12º Levantamento da Safra 2024/2025 apontam que a soja registrou produção recorde, estimada em 171,5 milhões de toneladas, alta de 20,2 milhões de toneladas sobre a safra passada. Na safra 2024/25, a maior produtividade ficou por conta de Goiás, com 4.183 kg/ha, e a menor no Rio Grande do Sul, com 2.342 kg/ha, onde as regiões produtoras passaram por altas temperaturas e irregularidades nas precipitações a partir de dezembro até o fim de fevereiro.

    A safra agrícola sempre envolve dois anos porque o plantio acontece em um ano e a colheita, no ano seguinte. A soja, por exemplo, que foi plantada no segundo semestre de 2024 (setembro a novembro), só foi colhida no primeiro semestre de 2025 (janeiro a abril).

    Houve produtividade recorde na média nacional nas lavouras de milho, considerando as três safras do grão, estimada em 6.391 quilos por hectare no atual ciclo. Com isso, é esperada uma produção total de 139,7 milhões de toneladas na safra 2024/25, aumento de 20,9% em relação a 2023/24 e a maior colheita do produto já registrada pela estatal.

    Na primeira safra, a produção foi estimada em 24,9 milhões de toneladas, crescimento de 8,6% sobre a safra anterior. Na segunda safra, com 97% da área colhida e 3% em maturação, estima-se um crescimento de 24,4% na produção, prevista em 112 milhões de toneladas, e, para a terceira safra, com as lavouras em desenvolvimento, espera-se uma produção de 2,7 milhões de toneladas.

    É esperado, ainda, um recorde para o algodão, com a produção da pluma sendo estimada em 4,1 milhões de toneladas. O resultado representa uma alta de 9,7% sobre a safra anterior e é sustentado pelo aumento de 7,3% na área semeada e pelas condições climáticas favoráveis.

    Para o arroz, que já possui colheita encerrada, a produção alcançou 12,8 milhões de toneladas, crescimento de 20,6% sobre 2023/24 e a 4ª maior já registrada. O aumento reflete a expansão de 9,8% na área semeada e as condições climáticas favoráveis, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor. No caso do feijão, a estimativa da Conab traz uma produção próxima a 3,1 milhões de toneladas, somando-se as três safras do grão, o que garante o abastecimento interno do país.

    Dentre as culturas de inverno, o trigo teve uma redução de 19,9% na área destinada para o grão em relação à safra passada, totalizando 2,4 milhões de hectares neste ciclo. Já a produtividade tende a apresentar uma recuperação, saindo de 2.579 quilos por hectare em 2024 para 3.077 kg/ha neste ano. A produção está estimada em 7,5 milhões de toneladas nesta safra, redução de 4,5% em comparação com a temporada passada.

    Durante a apresentação dos dados, o ministro Paulo Teixeira afirmou que, a despeito do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as vendas aos americanos seguem fortes.

    “O impressionante é que eu tenho ouvido dos produtores brasileiros, que os americanos não estão abrindo mão dos produtos brasileiros, apesar do tarifácio. Eles continuam comprando carne, continuam comprando frutas, continuam comprando os nossos produtos que são fundamentais para a economia americana. E eu espero que, a partir dessa semana, eles comecem a abaixar o tarifácio porque estão prejudicando muito o consumidor americano”, disse.

    Fávaro também aproveitou a ocasião para criticar a gestão de Jair Bolsonaro, lembrando que esta chegou a cogitar o fechamento da Conab.

    “Somente o governo descompensado como tivemos pensaria em fechar a Conab. Somente um governo que não pensa nos brasileiros teria a coragem dos seus idealizadores de idolatrar, no 7 de setembro, a bandeira norte-americana. É disso que estamos falando”, comentou.

    O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou o papel da estatal na regulação de preços nacionais, evitando efeitos de sazonalidade que impactam o bolso do consumidor. “Tem momentos que a safra é recorde e o preço cai. É a hora de comprar e a hora de fazer estoque. Lá na frente, isso é cíclico. A safra desaba e o preço dispara. É a hora de colocar produto para ter uma regularidade de preços e evitar que o povo, que o consumidor fique sempre perdendo.”

    Edegar Preto, presidente da estatal, disse que a companhia voltou a fazer estoques de alimentos, ajudando a controlar a inflação. “Voltamos a fazer estoques públicos depois de 11 anos que não tínhamos estoque de arroz.Fazia 14 anos que não havia estoque de trigo. Agora temos estoque de trigo. Temos estoque de milho. Estamos comprando mais milho para reformular os nossos estoques, estamos fazendo subvenção para o feijão”, declarou.

    O governo federal vai liberar R$ 12 bilhões em recursos do Tesouro para renegociação de dívidas de produtores rurais que tiveram perda de safra devido a adversidades climáticas.

    Brasil bate recorde de safra e atinge 350,2 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2024/2025

  • EUA retiram tarifa de 10% sobre celulose e beneficiam indústria brasileira

    EUA retiram tarifa de 10% sobre celulose e beneficiam indústria brasileira

    A decisão beneficia a indústria brasileira, que exportou 2,8 milhões de toneladas do produto para o país no ano passado

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em ordem executiva publicada na última sexta-feira (5), o presidente Donald Trump retirou a tarifa de 10% sobre a celulose importada pelos Estados Unidos.

    A decisão beneficia a indústria brasileira, que exportou 2,8 milhões de toneladas do produto para o país no ano passado. Isso representa cerca de 15% das vendas de celulose (de todos os tipos) para o exterior no mesmo período.

    A estimativa da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos é que as exportações para os EUA caíram 15,2% em valor e 8,5% em volume entre janeiro e maio de 2025, principalmente por causa das tarifas aplicadas.

    A celulose já estava isenta da sobretaxa de 40% imposta pelo governo Trump a outros produtos brasileiros. Agora está liberada também da chamada tarifa recíproca de 10%.

    Estão incluídas na isenção três descrições de celulose. Ainda continuam válidos os 50% aplicados a papéis em geral e painéis de madeira.

    “A medida beneficia mais de 90% da celulose exportada pelo Brasil aos Estados Unidos. Trata-se de uma decisão muito positiva, que partiu do governo americano, acreditamos que muito graças aos esforços de clientes que levam ao governo peculiaridades de produtos e matérias-primas essenciais ao país. Isso reforça a importância do caminho da diplomacia e do diálogo”, afirma Paulo Hartung, presidente da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).

    “É necessário que o governo se mantenha firme na busca de canais, assim como empresários devem manter o contato constante com seus clientes e fornecedores.”

    As empresas brasileiras exportadoras se mobilizaram, com contratação de escritórios de advogados e de lobistas, função regulamentada nos Estados Unidos. Fornecedores e clientes que necessitam da celulose importada também ajudaram no pedido para que a taxa fosse revista.

    Existe uma demanda interna americana, que necessita de insumos para produzir papel higiênico, fraldas e lenços umedecidos.

    Suzano e Eldorado Brasil são as duas principais empresas brasileiras exportadoras de celulose para os Estados Unidos.

    A Suzano vendeu cerca de 50% das 2,8 milhões de toneladas enviadas para o país e era a mais afetada pela sobretaxa.

    Consultadas pela reportagem, a Suzano não respondeu até o momento. A Eldorado Brasil informou que não vai se pronunciar.

    EUA retiram tarifa de 10% sobre celulose e beneficiam indústria brasileira

  • Servidor do INSS receberá bônus para revisar BPC e reduzir fila da aposentadoria

    Servidor do INSS receberá bônus para revisar BPC e reduzir fila da aposentadoria

    Para servidores do INSS, serão pagos R$ 68 por processo. Para peritos médicos federais, o valor será de R$ 75 por perícia ou análise documental a ser feita

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta terça-feira (9), a lei que institui o PGB (Programa de Gerenciamento de Benefícios), que permite o pagamento de bônus para os servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) reduzirem a fila de pedidos de aposentadoria, pensão e outros benefícios, e também para fazerem pente-fino no BCP (Benefício de Prestação Continuada).

    Segundo a lei, o programa tem como objetivo prioritário a realização das reavaliações e das revisões de benefícios previdenciários e assistenciais previstos na Lei Orgânica da Seguridade Social e na Loas (Lei Orgânica da Assistência Social).

    Também entrarão no programa os processos e os serviços administrativos cujo prazo de análise tenha passado de 45 dias.

    Serão incluídos ainda serviços de perícia médica federal que são realizados nas unidades:

    – Sem agendamento;
    – Nas quais o agendamento só possa ser feito em 30 dias;
    – Com prazo judicial expirado;
    – Ou relativos a análise documental, desde que realizados em dias úteis após as 18h e em dias não úteis

    Para servidores do INSS, serão pagos R$ 68 por processo. Para peritos médicos federais, o valor será de R$ 75 por perícia ou análise documental a ser feita.

    Os valores não farão parte dos vencimentos, não servem de base para cálculos previdenciários e são limitados por metas. Só receberá o pagamento extra o servidor que cumprir as metas de desempenho do trabalho regular.

    Servidores em greve ou com compensação de horas também não terão direito aos pagamentos.

    O programa terá prazo de duração de 12 meses, contados da data de publicação da medida provisória 1.296, de 15 de abril de 2025, e poderá ser prorrogado, uma única vez, desde que a sua vigência não ultrapasse o dia 31 de dezembro de 2026.

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