Categoria: ECONOMIA

  • Trump sinaliza reduzir tarifas sobre o Brasil nas "circunstâncias certas"

    Trump sinaliza reduzir tarifas sobre o Brasil nas "circunstâncias certas"

    A declaração vem às vésperas do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), previsto para acontecer neste domingo (26) na Malásia.

    VITÓRIA DE GÓES
    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que está disposto a reduzir as tarifas ao Brasil sob as “circunstâncias certas”. A declaração vem às vésperas do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), previsto para acontecer neste domingo (26) na Malásia.

    Ambos os líderes possuem agendas no país asiático para participar de reuniões durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Este será o primeiro encontro oficial entre Lula e Trump após a sobretaxa de 40% aplicada aos produtos brasileiros, em julho deste ano.

    Durante o embarque para sua viagem à Ásia, Trump foi questionado se irá reduzir as tarifas sobre o Brasil, respondendo apenas que “sob as circunstâncias certas”. A declaração aumenta as expectativas sobre um acordo bilateral.

    O governo brasileiro deve, de início, buscar suspender as tarifas enquanto negocia, em paralelo, um acordo definitivo. Os EUA, por sua vez, querem pôr na mesa a ampliação do acesso do etanol de milho ao mercado brasileiro e a regulação de big techs. Washington reclama da tarifa de 18% cobrada aqui; nos EUA, a alíquota é de 2,5%.

    Em passagem pela Indonésia, na sexta-feira (24), Lula expôs seu posicionamento quanto ao encontro com o presidente americano. “Tenho todo o interesse e disposição de mostrar que houve equívoco nas taxações. Quero provar com números. A tese pela qual se taxou o Brasil não tem sustentação. Os Estados Unidos têm superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos com o Brasil”, declarou.

    Trump sinaliza reduzir tarifas sobre o Brasil nas "circunstâncias certas"

  • INSS notifica 4 milhões de segurados para fazer prova de vida

    INSS notifica 4 milhões de segurados para fazer prova de vida

    Segundo o INSS, a mensagem foi entregue somente para os beneficiários cuja comprovação de vida não pôde ser feita de forma automática pelo sistema. Eles têm 30 dias a partir da data do aviso para realizar a validação e evitar o bloqueio do pagamento.

    CRISTIANE GERCINA
    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que não fizeram a prova de vida estão sendo notificados pelo órgão para regularizar a situação. O instituto afirma que enviou 4 milhões de notificações por meio do banco no qual o cidadão recebe o benefício.

    Segundo o INSS, a mensagem foi entregue somente para os beneficiários cuja comprovação de vida não pôde ser feita de forma automática pelo sistema. Eles têm 30 dias a partir da data do aviso para realizar a validação e evitar o bloqueio do pagamento.

    Quando vai receber o benefício do INSS, aparece na tela uma mensagem informando sobre a pendência. Se o segurado não vai ao caixa eletrônico, ele pode acessar o Meu INSS para verificar se há pendência no campo relacionado à prova de vida. Se for o caso, o sistema indicará que há pendências.

    A prova de vida é obrigatória para continuar recebendo o benefício. O segurado que perde o prazo e não comprova estar vivo pode ter a renda bloqueada. O desbloqueio ocorre ao fazer a comprovação. Se isso não ocorrer, a aposentadoria ou pensão é cortada.

    Segundo o instituto, a mensagem foi entregue apenas para quem não teve a comprovação de vida de forma automática pelo sistema. Cidadãos com biometria registrada no governo federal têm a prova de vida realizada automaticamente.

    COMO FAZER A PROVA DE VIDA DO INSS?
    – Acesse o site ou aplicativo Meu INSS
    – Informe seu CPF e a senha do Gov.br
    – Siga as instruções para fazer o reconhecimento facial, caso seja solicitado pelo sistema
    – Em alguns bancos, é possível realizar a prova de vida online, no app do próprio banco
    – Também é possível ir à agência bancária responsável pelo pagamento para fazer a prova de vida

    PROVA DE VIDA MUDOU EM 2022
    A prova de vida mudou em 2022, com a publicação da portaria 1.408, que determinou a comprovação de que o segurado está vivo por meio do cruzamento de dados, como biometria na rede bancária ou no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por exemplo.
    Com isso, 94% dos aposentados e pensionistas não precisam procurar a Previdência Social. Segundo o INSS, dos 36,9 milhões de beneficiários do instituto em 2024, 34,6 milhões tiveram seus dados atualizados aé o mês de agostos. Os demais estão sendo convocados.

    Em geral, oito em cada dez segurados não precisam fazer prova de vida. O INSS diz que eliminou filas e deslocamentos desnecessários com a medida.

    SISTEMA AUTOMÁTICO PODE FALHAR
    Mesmo com o novo sistema automático, em alguns casos o INSS não consegue confirmar que o cidadão está vivo. Quando isso acontece, o próprio beneficiário deve realizar o procedimento, que pode ser feito pelo Meu INSS, pelo aplicativo ou site do banco, ou indo à agência bancária pessoalmente, se preferir.
    Para isso, está sendo convocado pelo órgão.

    POR QUE É PRECISO FAZER PROVA DE VIDA DO INSS?
    A prova de Vida é a confirmação de que o beneficiário está vivo e tem direito de continuar recebendo o benefício previdenciário. A medida previne fraudes e garante os pagamentos corretos para quem contribuiu e tem direito ao benefício.

    CUIDADO COM GOLPES; INSS NÃP LIGA PARA O SEGURADO
    O INSS afirma que ocorrem muitos golpes em seu nome. O instituto não faz ligações para o celular ou casa do segurado, não envia cartas por Correios, não manda SMS pedindo dados e não envia servidores para fazer a prova de vida.

    O instituo orienta o segurado a ligar, caso seja procurado. “Desconfie de qualquer mensagem, ligação ou visita fora dos canais oficiais”, diz o órgão.
    A orientação é para nunca compartilhar dados pessoais, senhas e documentos por telefone, mensagem ou com pessoas desconhecidas.

    EM CASO DE DÚVIDAS, PROCURE O INSS POR:
    – site: gov.br/inss
    – Aplicativo Meu INSS
    – Central 135 (funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h)

    INSS notifica 4 milhões de segurados para fazer prova de vida

  • Dólar e Bolsa fecham em leve alta após dados de inflação do Brasil e dos EUA abaixo do esperado

    Dólar e Bolsa fecham em leve alta após dados de inflação do Brasil e dos EUA abaixo do esperado

    O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou a 0,18% em outubro, após marcar 0,48% em setembro

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar subiu 0,13% nesta sexta-feira (24) e encerrou a semana cotado a R$ 5,392, com investidores repercutindo dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos.

    A moeda oscilou entre os sinais ao longo da maior parte do pregão, tendo marcado R$ 5,362 na mínima e R$ 5,402 na máxima, até firmar no positivo no final da tarde.

    Já a Bolsa avançou 0,3%, a 146.172 pontos, distante do pico de 147.239 pontos atingido no começo das negociações.

    Nesta manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou a 0,18% em outubro, após marcar 0,48% em setembro.

    A taxa de 0,18% é a menor para meses de outubro desde 2022, quando marcou 0,16%, e veio abaixo da mediana das projeções do mercado de 0,21%, segundo a agência Bloomberg.

    Pelo período de coleta, os dados são considerados uma espécie de prévia do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação do país.

    O resultado reafirma a tendência de desaceleração inflacionária, segundo André Valério, economista sênior do Inter.

    “A expectativa para os meses restante do ano é de manutenção dessa tendência, com menores pressões nos combustíveis e energia, enquanto o aperto monetário deve contribuir para manter a inflação de serviços e núcleos em queda”, avalia.

    Ainda assim, diz ele, a projeção é que o IPCA encerre o ano acima do teto da meta, em 4,7%, e que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) só inicie o ciclo de cortes de juros em janeiro.

    O Copom trabalha com uma meta de inflação em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Ou seja, o objetivo é considerado cumprido se o índice ficar entre 1,5% e 4,5% no ano. Para levá-lo ao centro da meta, o comitê usa a taxa Selic para comprimir ou estimular o consumo e, assim, controlar a inflação.

    Em declarações na quinta-feira, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a autoridade monetária está “bastante incomodada” com o ritmo e as expectativas de inflação. “Isso é um ponto de bastante incômodo para o Banco Central, mas estamos falando de uma inflação que está num processo de redução e retorno para a meta em função de um Banco Central que vem se mostrando sempre bastante diligente e tempestivo no combate a qualquer tipo de processo inflacionário”, disse.

    O Copom se reúne na próxima semana, entre os dias 28 e 29 de outubro, para decidir sobre o patamar da Selic. A expectativa é por manutenção da taxa nos atuais 15%.

    O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) também se reúne nesses mesmos dias da semana que vem. Mas, por lá, o mercado espera que haja mais um corte na taxa de juros, hoje em 4% e 4,25%, dando continuidade à redução da reunião anterior. Operadores precificam quase 100% de probabilidade de um novo corte de 0,25 ponto percentual no próximo encontro, segundo a ferramenta CME FedWatch.

    Os dados de inflação divulgados nesta manhã reforçaram a perspectiva. O CPI (Índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) alcançou 3% no acumulado de 12 meses até setembro -uma aceleração em relação aos 2,9% de agosto, mas abaixo das expectativas de 3,1% de economistas consultados pela Bloomberg.

    Para Eswar Prasad, economista da Universidade Cornell, o número da inflação “praticamente garante” um corte na taxa de juros na próxima reunião do Fed.

    Isso porque o BC dos EUA vê como mais arriscado a desaceleração do mercado de trabalho do que um repique inflacionário, e essa leitura deverá se manter no próximo encontro.

    Ainda que não seja a métrica preferida do Fed para a inflação -o banco central é mais afeito aos dados do PCE (índice de preços para gastos de consumo pessoal)-, o relatório CPI ganha mais importância à luz da paralisação do governo federal norte-americano, que suspendeu divulgações macroeconômicas até a regularização da verba orçamentária.

    Desde o início do shutdown, no começo do mês, operadores estão no escuro sobre o estado da economia dos Estados Unidos. Mais do que isso, o Fed, dependente de dados para tomar decisões sobre juros, está sem a referência dos números oficiais.

    O presidente da autarquia, Jerome Powell, reconheceu que a paralisação pode virar um problema maior no longo prazo para a autoridade monetária. Por ora, os dirigentes têm se munido de publicações laterais para aferir a temperatura da economia.

    Reduções nos juros dos Estados Unidos costumam ser uma boa notícia para os mercados globais. Como a economia norte-americana é vista como a mais sólida do mundo, os títulos do Tesouro, chamados de “treasuries”, são um investimento praticamente livre de risco. Quando os juros estão altos, os rendimentos atrativos das treasuries levam operadores a tirar dinheiro de outros mercados. Quando eles caem, a estratégia de diversificação vira o norte, e investimentos alternativos ganham destaque.

    Em relação ao Brasil, há ainda mais um fator que favorece os ativos domésticos: o diferencial de juros. Quando a taxa nos Estados Unidos cai e a Selic permanece em patamares altos, investidores se valem da diferença de juros para apostar na estratégia de “carry trade”. Isto é: toma-se empréstimos a taxas baixas, como a americana, para investir em mercados de taxas altas, como o brasileiro. O aporte aqui implica na compra de reais, o que desvaloriza o dólar.

    “Com o CPI mais fraco e o possível corte de juros pelo Fed na próxima quarta-feira, não seria surpresa o real voltar a subir e o dólar se aproximar de R$ 5,30 novamente”, avaliou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em comentário enviado a clientes.

    Dólar e Bolsa fecham em leve alta após dados de inflação do Brasil e dos EUA abaixo do esperado

  • Inflação acumulada dos alimentos é a menor desde setembro de 2024

    Inflação acumulada dos alimentos é a menor desde setembro de 2024

    Os dados foram apurados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira (24) pelo IBGE; preço da comida recua 0,98% em cinco meses

    A prévia da inflação oficial no país mostra que, em outubro, o preço de alimentos e bebidas caiu 0,02%, em média. O resultado representa o quinto mês seguido de deflação (inflação negativa). De junho a outubro, os alimentos e bebidas ficaram 0,98% mais baratos.

    Os dados foram apurados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador apontou desaceleração para 0,18%, uma vez que tinha alcançado 0,48% em setembro.

    O IBGE mostra que, de setembro de 2024 a maio de 2025, os alimentos e bebidas apresentaram nove meses seguidos de alta, influenciados por fatores como questões climáticas, que prejudicaram a safra. Desde então, sucederam-se cinco recuos: 

    • Outubro: -0,02%
    • Setembro: -0,35%
    • Agosto: -0,53%
    • Julho: -0,06%
    • Junho: -0,02%

    Com a sequência de quedas, o acumulado de 12 meses da inflação de alimentos marca 6,26% em outubro. Esse patamar fica acima da inflação geral apurada pelo IPCA-15 (4,94%) no período.

    No entanto, é o menor desde setembro de 2024, quando registrava 5,22%. Desde então, a variação chegou a marcar 8,02% em maio de 2025. Em setembro de 2024, o acumulado era de 7,21%.

    O IPCA-15 apura a variação média do custo de 377 produtos e serviços que fazem parte da cesta de compras do brasileiro que ganha até 40 salários mínimos. Os alimentos e bebidas são a parcela mais representativa dessa cesta, respondendo por 21,63% do índice.

    Observando especificamente a alimentação no domicílio, que exclui gastos com lanches, refeições e cafezinho na rua, a inflação marcou -0,10% em outubro e 5,47% no acumulado de 12 meses, menor patamar desde agosto de 2024, quando ficou em 4,19%.

    Alimentos em outubro

    No IPCA-15 de outubro, os itens que mais pesaram para a queda dos alimentos foram:

    • Cebola (-7,65%)
    • Ovo de galinha (-3,01%)
    • Arroz (-1,37%)
    • Leite longa vida (-1%)

    Cada um desses recuos representa 0,01 p.p. no índice.

    Na cesta de produtos, quatro subitens tiveram quedas de preço na casa de dois dígitos:

    • Pepino: -24,43%
    • Abobrinha: -20,80%
    • Morango: -15,63%
    • Peixe castanha:  -12,68%

    Apesar da variação, o peso desses itens no total do índice não supera 0,01 ponto percentual.

    No intervalo de 12 meses, as maiores quedas foram da batata-inglesa (-39%), feijão preto (-32%), cebola (-27%) e pepino (-27%).

    Na outra ponta, estão as altas do café moído (53%), abobrinha (43%) e pimentão (36%).

    Veja o comportamento de outros itens no mês:

    Tubérculos, raízes e legumes: -2,17%
    Hortaliças e verduras: -1,87%
    Cereais, leguminosas e oleaginosas: -1,24%
    Pescados: -0,98%
    Leites e derivados: -0,66%
    Aves e ovos: -0,51%
    Carnes e peixes industrializados: -0,24%
    Carnes: -0,05%
    Bebidas e infusões: 0,01%
    Enlatados e conservas: 0,22%
    Panificados: 0,23%
    Frutas: 2,07%
    Óleos e gorduras: 2,18%

    Safra

    Para o economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados, Felipe Queiroz, o resultado de outubro é bastante positivo e aponta para uma convergência rumo ao centro da meta de inflação, estipulada pelo governo em 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, até 4,5%.

    Queiroz destaca o comportamento dos preços dos alimentos. “Tendo em vista a importância que a alimentação possui no orçamento familiar, especialmente das famílias de menor renda, o resultado de outubro é bastante animador por conta da queda de produtos essenciais como o arroz, o leite, os ovos e a cebola”, diz.

    Para o representante da associação de supermercados do maior estado do país, que reúne mais de 4,5 mil estabelecimentos comerciais, a expectativa é que a inflação mantenha a tendência de desaceleração nos próximos meses.“Nós temos uma safra recorde de grãos, o que deve contribuir com a queda de itens básicos da cesta dos consumidores”, cita.

    Inflação acumulada dos alimentos é a menor desde setembro de 2024

  • Quatro milhões de pessoas terão de fazer prova de vida no INSS

    Quatro milhões de pessoas terão de fazer prova de vida no INSS

    Notificações foram enviadas por aplicativo ou extrato bancário; aposentados e pensionistas devem ficar atentos para os golpistas que tentam enganar os beneficiários com ligações e mensagens falsas

    Quatro milhões de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) terão de fazer prova de vida para não ter seu benefício bloqueado. De acordo com o instituto, todos já foram notificados por meio do aplicativo Meu INSS ou por meio do extrato do banco no qual é feito o pagamento.

    Segundo o INSS, a mensagem foi entregue somente para os beneficiários cuja comprovação de vida não pôde ser feita de forma automática pelo sistema.

    Os beneficiários terão o prazo de 30 dias para fazer a prova de vida, contados a partir da data do aviso para realizar o procedimento. 

    O instituto divulgou um passo a passo para ajudar os beneficiários a regularizarem a situação: 

    • Acesse o site ou aplicativo Meu INSS, faça login e siga as instruções para o reconhecimento facial, se for pedido;

    Em alguns bancos, é possível realizar a Prova de Vida online, diretamente pelo aplicativo ou site do banco;Se preferir, o beneficiário também pode comparecer presencialmente à agência bancária responsável pelo pagamento e apresentar um documento oficial com foto.

    Quem precisa fazer? 

    Mesmo com o novo sistema automático, em alguns casos o INSS não consegue confirmar a Prova de Vida sozinho. Quando isso acontece, o próprio beneficiário deve realizar o procedimento, que pode ser feito pelo Meu INSS, pelo aplicativo ou site do banco, ou indo à agência bancária pessoalmente, se preferir.

    Por que a Prova de Vida é importante?

    A Prova de Vida é a confirmação de que o beneficiário está vivo e tem direito de continuar recebendo o benefício previdenciário. O procedimento é fundamental para prevenir fraudes e garantir que os pagamentos sejam feitos de forma correta, protegendo o sistema e o dinheiro de quem contribuiu a vida inteira para o país.

    Alerta contra golpistas

    Aposentados e pensionistas devem ficar atentos para os golpistas que tentam enganar os beneficiários com ligações e mensagens falsas, ameaçando corte do benefício, solicitando dados pessoais ou até marcando falsos agendamentos.

    O INSS não realiza contatos diretos pedindo a realização da Prova de Vida nem envia mensagens por WhatsApp, SMS ou aplicativos, ameaçando o bloqueio do benefício. Também não envia servidores às residências dos beneficiários para recolher documentos ou para fazer o procedimento de comprovação de vida.

    Dúvidas podem ser esclarecidas por meio dos canais oficiais do INSS:

    • Site: gov.br/inss
    • Aplicativo Meu INSS
    • Central 135 (funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h)

    Quatro milhões de pessoas terão de fazer prova de vida no INSS

  • Haddad diz que prefere ter pecha de gastador do que de "caloteiro"

    Haddad diz que prefere ter pecha de gastador do que de "caloteiro"

    Deixar de pagar precatórios é medida ilegal e irracional, afirmou; o governo Bolsonaro ficou devendo precatórios e deixou a dívida para o governo Lula

    Ao participar de evento sobre precatórios na capital paulista, na manhã desta sexta (24), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou considerar “ilegal, inconstitucional e irracional” o adiamento do pagamento dos precatórios, que são as dívidas judiciais do poder público em que já não cabem mais recursos. Por este motivo, segundo o ministro, a União decidiu ficar de fora da emenda constitucional que muda as regras para o pagamento dos precatórios.

    Segundo Haddad, o prefeito – que às vezes não tem recursos para honrar suas obrigações correntes de saúde, educação e funcionalismo – se vê na contingência de buscar remédios nem sempre adequados para os seus programas, “mas a União ficou fora e não quer participar”.

    A União tem uma capacidade de financiamento que os entes federados não têm, ressaltou o ministro. 

    “Além de ilegal e inconstitucional, é irracional a decisão de não pagar as dívidas federais. Eu prefiro ficar com a pecha de ter gastado demais, mas não ficar com a pecha de caloteiro.”

    O não pagamento de precatórios é não só inconstitucional, como também pode trazer prejuízos ao país. “Repudiamos o calote que foi dado pelo governo anterior e não queremos esse caminho que, na nossa opinião, só desmerece o país e coloca em risco a condição do país.”

    O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, que participou, ao lado de Haddad, do Seminário de Precatórios, promovido pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), destacou que o não-pagamento de precatórios traz prejuízos também para o cidadão. “Evidentemente que temos que considerar a dimensão da previsibilidade fiscal, mas não podemos esquecer que, além do prazo do crédito, existe também um direito que não foi respeitado durante anos e que recebeu tutela do Poder Judiciário para que aquele direito fosse exercido”, disse.

    Durante o evento, Haddad foi homenageado pela entidade por sua contribuição ao cumprimento de pagamento dos precatórios. Ao receber esse prêmio, ele lembrou de sua passagem como prefeito de São Paulo.

    “A cidade de São Paulo é a que mais deve precatório no país. E na época em que fui prefeito, eu fui o primeiro – e acho que o único – prefeito que não só pagava o fluxo, mas reservava o estoque de precários da cidade. E isso me enche de orgulho porque não é uma decisão que políticos tradicionais costumam cumprir, mas é uma decisão que só quem tem espírito público e entende que existe um futuro para além do seu mandato é capaz de decidir dessa maneira”, ressaltou.

    A emenda

    A emenda constitucional, que foi promulgada em setembro pelo Congresso, retirou os precatórios federais do limite de despesas primárias do Executivo a partir de 2026. O texto também limita o pagamento dessas dívidas por parte de estados e municípios e refinancia dívidas previdenciárias desses entes com a União. Na prática, a medida alivia a situação de estados e municípios, ao permitir que paguem dívidas judiciais em parcelas menores e com prazo mais longo. A PEC também ajuda o governo federal a cumprir a meta fiscal, ao retirar parte desses gastos do teto de despesas.

    Essa emenda tem sido alvo de críticas de diversas entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que entrou com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). “O Conselho Federal da OAB ajuizou a ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Federal. A ação questiona dispositivos que permitem o adiamento indefinido, a perda do valor real do crédito e a ausência de previsibilidade”, confirmou Felipe Sarmento, vice-presidente do Conselho Federal da OAB, que participou da mesa de abertura do seminário, ao lado do ministro da Fazenda.

    “O pagamento de precatórios não é uma planilha contábil. É respeito à autoridade do Judiciário e à dignidade do cidadão que esperou, confiou e venceu. A emenda constitucional, promulgada em setembro, alterou profundamente esse cenário. Ela fixou um teto anual de pagamento de 1 a 5% da receita corrente líquida, antecipou a data corte para 1º de fevereiro, reduziu os juros para 2% ao ano e limitou a correção à taxa de serviço. Também retirou o horizonte temporal de quitação e ao autorizou acordos diretos sem limites de exato. Essas mudanças somadas transformaram as sessões em regra e abriram um caminho para uma moratória permanente”, disse Sarmento.

    Equilíbrio fiscal

    Durante o evento, Haddad defendeu o equilíbrio fiscal, dizendo que precisa ser feito de forma sustentável e respeitando as decisões judiciais.

    “Resolver o problema fiscal desse jeito qualquer um resolve. Tem que resolver o problema fiscal de maneira sustentável, e é o que nós estamos procurando fazer”, afirmou.

    Ele também reclamou da atuação antiética de alguns advogados, dizendo estar recebendo denúncias de litigância de má-fé de profissionais que buscam dar acesso a programas e benefícios sociais a clientes que não teriam direito. “Precisamos zelar pela coisa pública pelos dois lado, não adianta só culpar o Estado”.

    Haddad diz que prefere ter pecha de gastador do que de "caloteiro"

  • Receita abre consulta a lote da malha fina do Imposto de Renda

    Receita abre consulta a lote da malha fina do Imposto de Renda

    A Receita Federal libera nesta sexta-feira (24) a consulta ao lote da malha fina de fevereiro, que inclui restituições residuais de anos anteriores. Mais de 248 mil contribuintes receberão R$ 603 milhões, com pagamento previsto para 31 de outubro, via conta bancária ou Pix

    Cerca de 249 mil contribuintes que caíram na malha fina e regularizaram as pendências com o Fisco podem saber se receberão restituição. Às 10h desta sexta-feira (24), a Receita Federal libera a consulta ao lote da malha fina de fevereiro. O lote também contempla restituições residuais de anos anteriores.

    Ao todo, 248.894 contribuintes receberão R$ 602,96 milhões. Desse total, R$ 349,31 milhões irão para contribuintes com prioridade no reembolso.

    As restituições estão distribuídas da seguinte forma:

     

    • 158.775 contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida e/ou optaram simultaneamente por receber a restituição via Pix;
    • 36.714 contribuintes de 60 a 79 anos;
    • 30.867 contribuintes sem prioridade;
    • 10.871 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério;
    • 5.040 contribuintes com deficiência física ou mental ou doença grave;
    • 6.627 contribuintes acima de 80 anos.

    A consulta pode ser feita na página da Receita Federal na internet. Basta o contribuinte clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, no botão “Consultar a Restituição”. Também é possível fazer a consulta no aplicativo da Receita Federal para tablets e smartphones.

    O pagamento será feito em 31 de outubro, na conta ou na chave Pix do tipo CPF informada na declaração do Imposto de Renda. Caso o contribuinte não esteja na lista, deverá entrar no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) e tirar o extrato da declaração. Se verificar uma pendência, pode enviar uma declaração retificadora e esperar os próximos lotes da malha fina.

    Se, por algum motivo, a restituição não for depositada na conta informada na declaração, como no caso de conta desativada, os valores ficarão disponíveis para resgate por até um ano no Banco do Brasil. Nesse caso, o cidadão poderá agendar o crédito em qualquer conta bancária em seu nome, por meio do Portal BB ou ligando para a Central de Relacionamento do banco, nos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).

    Caso o contribuinte não resgate o valor de sua restituição depois de um ano, deverá requerer o valor no Portal e-CAC. Ao entrar na página, o cidadão deve acessando o menu “Declarações e Demonstrativos”, clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, no campo “Solicitar restituição não resgatada na rede bancária”.

    Receita abre consulta a lote da malha fina do Imposto de Renda

  • Lula diz que pode não sair acordo imediato de reunião com Trump na Malásia

    Lula diz que pode não sair acordo imediato de reunião com Trump na Malásia

    Lula afirmou que não espera fechar um acordo imediato com Donald Trump na reunião marcada para domingo (26), na Malásia. O presidente disse que o entendimento entre Brasil e Estados Unidos dependerá de negociações técnicas e políticas conduzidas por ministros e secretários de ambos os países

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (24) que não espera um acordo imediato com o presidente Donald Trump na reunião que farão no domingo (26), na Malásia.

    O presidente afirmou que o encontro, programado para o período da tarde de domingo em Kuala Lumpur, precisará de uma sequência de negociação técnica e política entre ministros do Brasil e secretários dos EUA.

    “Se eu não acreditasse que fosse possível fazer um acordo, eu não participaria da reunião. Se bem que o acordo certamente não será feito amanhã ou depois de amanhã, quando eu me reencontro com ele. O acordo será feito pelos negociadores”, disse Lula em entrevista antes de decolar de Jacarta, na Indonésia, para Kuala Lumpur, capital malaia.

    “Eu nunca participo de uma reunião na qual não acredito no sucesso. Eu só vou saber se ela é bem-sucedida ou não se eu participar. Então, eu vou participar da reunião na expectativa de que a gente tenha sucesso naquilo que o Brasil tem interesse.”

    Questionado pelo Estadão sobre o prazo que o Brasil considera razoável para um acerto, Lula afirmou que “quanto antes, melhor”.

    “Se eu pudesse te dar uma resposta, eu te daria. Eu queria que fosse ontem, mas se for amanhã já está bom. Quanto mais rápido, melhor”, respondeu.

    Lula foi questionado insistentemente sobre setores econômicos em pauta, como minerais críticos — entre eles as terras raras —, mas não respondeu sobre que proposta fará aos EUA.

    O petista afirmou que a reunião está sendo aguardada há algum tempo e que o Brasil sempre esteve disponível para conversar. Os negociadores do lado brasileiro são os ministros.

    Lula disse que houve um “certo truncamento” nas negociações, mas que, depois do telefonema entre eles, as coisas caminharam. O petista disse querer reconstituir uma relação civilizada com os EUA.

    “Tenho todo interesse em ter essa reunião, toda a disposição de defender os interesses do Brasil e mostrar que houve equívocos nas taxações ao Brasil. Quero discutir também as punições dadas a ministros brasileiros da Suprema Corte, que não têm nenhuma explicação.”

    Lula disse que fará uma reunião “sem frescura” com Trump, com objetividade e sinceridade. Ele citou como exemplos o preço da carne em alta nos EUA e a inflação sobre o café no mercado interno americano. O Brasil tem expectativa, nos bastidores, de que esses produtos sejam retirados do tarifaço.

     

     

    Lula diz que pode não sair acordo imediato de reunião com Trump na Malásia

  • Quais os sinais de que mercado de IA pode ser uma bolha prestes a estourar

    Quais os sinais de que mercado de IA pode ser uma bolha prestes a estourar

    Especialistas e bancos centrais alertam para o risco de uma bolha no mercado de inteligência artificial, impulsionado por investimentos trilionários e valorização acelerada de grandes empresas. Enquanto o setor promete revolucionar a economia, analistas temem que o ritmo de investimento supere a demanda real por IA

    (FOLHAPRESS) – Vai ser um estouro. A grande questão é qual tipo de estouro. Se as expectativas quanto à inteligência artificial se concretizarem, os investimentos trilionários previstos para essa tecnologia vão ter valido a pena. Caso contrário, a explosão é de outra natureza -a de uma bolha.

    No último mês, os alarmes têm soado. O banco central da Inglaterra, por exemplo, expressou preocupação com a enorme valorização das empresas de IA e alertou para o risco crescente de uma “correção súbita” no mercado (ou seja, o estouro de uma bolha). No mesmo dia, Kristalina Georgieva, chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), fez alerta semelhante.

    Em agosto, o próprio CEO da OpenAI, Sam Altman, já tinha sugerido que pode haver uma bolha se formando no mercado de inteligência artificial. E, de lá para cá, a conversa se intensificou.

    Um amontoado de sinais preocupa analistas econômicos e investidores. Desde o lançamento do ChatGPT ao público, em 2022, o mercado de ações dos EUA cresceu US$ 21 trilhões (R$ 113 trilhões). Dez empresas são responsáveis por mais da metade desse salto, entre elas Amazon, Nvidia e Broadcom, todas com negócios em IA.

    O dinheiro tem fluído aos borbotões para empresas de IA, em patamares sem precedentes. O banco Morgan Stanley prevê que o investimento no setor vai atingir quase US$ 3 trilhões (R$ 16 trilhões) entre este ano e 2028.

    O montante, contudo, é uma aposta no futuro -o dia, ainda hipotético, em que a IA vá decolar e revolucionar economias. No presente, esse dia ainda não chegou. Basta ver a diferença entre os investimentos que atraem e o faturamento das empresas de inteligência artificial.

    A OpenAI, por exemplo, tem valor de mercado estimado em US$ 500 bilhões (R$ 3 trilhões), mas receita anual de US$ 13 bilhões.

    O descompasso é a expressão numérica de uma questão fundamental: quando vai haver a demanda por essa tecnologia que garanta o retorno desse investimento? A dúvida é sobre a sincronia entre promessas de longo prazo e expectativas de retorno no curto e médio prazos.

    Do lado dos usuários comuns, a procura cresceu rapidamente: o ChatGPT, quando foi lançado, por exemplo, atingiu 100 milhões de usuários em apenas dois meses, tornando-se o aplicativo de crescimento mais rápido da história. 

    Hoje, tem 800 milhões de usuários; só 5% deles, contudo, pagam assinatura.

    Mas os dados sobre a adoção por empresas, mesmo quando são expressivos, ainda levantam dúvidas. Um índice da Universidade Stanford mostra que 78% declararam adotar IA em seus negócios em 2024. Mas um relatório anual da consultoria McKinsey deste ano diz que só 1% das que adotam a tecnologia acreditam ter atingido a maturidade.

    O especialista Paulo Carvão, que foi executivo da IBM por três décadas e hoje é pesquisador na Universidade Harvard, aponta que a adoção da IA por empresas é mais complexa -já que negócios são mais cautelosos quanto a riscos de segurança ou reputação e mais atentos ao retorno sobre investimentos.

    Para ele, o frisson do consumidor comum ainda precisa se traduzir na mesma proporção em uso corporativo da tecnologia. Se isso não ocorrer, diz, todo investimento em chips e data centers pode criar uma capacidade ociosa.

    “Se houver um descompasso e a demanda não se materializar antes que esses investimentos se mostrem obsoletos, a bolha vai estourar”, afirma ele.

    A modernização do hardware coloca um cronômetro nesse mercado. As GPUs (unidades de processamento gráfico), um dos principais custos na construção de data centers, podem se tornar obsoletas entre três e seis anos –o que obrigaria as empresas de IA a renovar seu parque computacional.

    O fantasma que fala ao pé do ouvido dos investidores em IA é o da bolha pontocom, na virada para o século 21.

    Na ocasião, quem apostou nas empresas de tecnologia até fez a previsão correta –a internet era mesmo a tecnologia do futuro. O problema é que demorou mais do que o esperado, e a demanda pela infraestrutura que se construiu naquela época só se consolidou mais de duas décadas depois. Ou seja: a questão é de sincronia entre ciclos de capital e a procura de fato pela tecnologia.

    “Hoje nós somos beneficiários dos investimentos daquela época”, diz Carvão. 

    “Mas existe uma diferença entre a fibra óptica [da era pontocom] e a GPU da Nvidia. Hoje usamos os mesmos cabos daquela época. Já os chips terão que ser atualizados em seis anos. Ou seja, você tem uma demanda contínua por GPUs, mas se a demanda [por IA] não se materializar… É como pedalar uma bicicleta, enquanto você pedala ela não cai.”

    O crescimento da própria infraestrutura também pode esbarrar em limitações de espaços com acesso à água e energia para data centers, limites no fornecimento de eletricidade e falta de mão de obra. A tecnologia que depende de computação na “nuvem”, na verdade, está ancorada no mundo material -e pode esbarrar em suas limitações.

    Há outros fatores que podem indicar a formação de uma bolha. Carvão e outros analistas têm apontado a concentração do mercado financeiro nas empresas de tecnologia. No pico da bolha pontocom, 17% do desempenho da S&P 500 se devia às companhias do ramo -hoje, esse índice já passa de um terço.

    Além disso, as sete que ocupam o topo da Bolsa de Valores de Nova York hoje são todas do mesmo segmento: Nvidia, Microsoft, Apple, Google, Amazon, Meta e Tesla.

    As principais empresas de IA, como a OpenAI, têm capital fechado, por isso não aparecem na lista. Mas os acordos comerciais com companhias como a mãe do ChatGPT alimentam o crescimento dessas outras empresas na bolsa.
    Mas isso também tem preocupado analistas, que apontam uma circularidade nos investimentos, algo típico de bolhas de tecnologia.

    Funciona assim: a Nvidia, como anunciou em setembro, fecha o acordo para investir US$ 100 bilhões na OpenAI, que vai comprar GPUs da Nvidia. Ao mesmo tempo, a OpenAI tem contratos com empresas de nuvem, como a Microsoft e a Oracle, que também dependem de chips da Nvidia (não à toa, há quem diga que a fabricante de chips virou o banco central da IA).

    Enrolado? Pois é. O cenário é um emaranhado de acordos que resulta em uma engenharia financeira complicada -e se uma das companhias no novelo tropeçar, aumenta o risco de criar problemas para as demais, num efeito cascata.

    Esse sistema se formou porque as empresas de IA, sobretudo a OpenAI, foram bem-sucedidas em convencer o Vale do Silício de que precisam construir uma infraestrutura cada vez maior para seu desenvolvimento de produtos. É um modelo de ganho de escala.

    Segundo Sam Altman disse nesta semana, o retorno sobre o investimento vai vir de tecnologias ainda em fase de desenvolvimento –nesta semana, por exemplo, a OpenAI divulgou o lançamento de seu navegador, visto como a nova fronteira do uso de IA.

    Nem todo mundo concorda que há uma bolha no setor. Um relatório desta semana do Goldman Sachs foi na contramão da conversa pública: segundo o banco, a alta das ações de tecnologia tem “fundamentos sólidos” e a concentração de mercado, embora possa preocupar, não necessariamente resulta em crises.

    Executivos de tecnologia, como Jeff Bezos, da Amazon, também têm dito que, mesmo que algumas empresas fracassem na corrida, haverá avanços tecnológicos duradouros e um legado para a sociedade -como na época da bolha pontocom.

    Outros falam que todo avanço tecnológico sofre acusações de ser uma bolha e que, no caso da IA, a liderança está nas mãos de empresas financeiramente saudáveis, que usam principalmente o próprio caixa e não assumem endividamento. Um estouro de bolha, segundo essa visão, teria um impacto limitado na economia como um todo.

    Não é essa a opinião de José Julio Senna, economista da FGV e ex-diretor do Banco Central que acompanha a economia americana de perto. Senna aponta que, desde o começo do governo Donald Trump, a expectativa dos analistas era que a incerteza gerasse uma retração do consumo das famílias e dos gastos das empresas –mas o contrário vem acontecendo e o cenário é de demanda aquecida.

    “O entusiasmo com a IA é grande. Mas o que isso tem a ver com o consumo? A valorização do mercado acionário cria um ambiente de entusiasmo e influencia o restante da sociedade também”, diz ele, lembrando que as famílias americanas investem mais em ações do que os brasileiros. “A economia americana está muito bem. Isso tem a ver com a pujança do consumo e a riqueza gerada na bolsa.”

    Para se ter uma ideia, estima-se que 40% do crescimento do PIB americano no ano passado se deve ao boom da IA. A aposta em inteligência artificial tem ajudado a reverter previsões pessimistas com a guerra comercial de Donald Trump, a erosão democrática americana e a alta da dívida pública. Por isso, uma retração nas empresas de tecnologia seria um baque e tanto.

    Quais os sinais de que mercado de IA pode ser uma bolha prestes a estourar

  • Dólar fecha em queda e Bolsa sobe com exterior no foco dos investidores

    Dólar fecha em queda e Bolsa sobe com exterior no foco dos investidores

    Mercado aguarda dados de inflação dos Estados Unidos, que serão divulgados na sexta (24); no cenário doméstico, medidas do governo para equilibrar o Orçamento seguiram no radar

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em queda de 0,21% nesta quinta-feira (23), cotado a R$ 5,385. A Bolsa, por outro lado, subiu 0,58%, a 145.720 pontos, endossada pelo avanço da Petrobras na esteira da alta dos preços do petróleo no exterior.

    O cenário internacional pautou as decisões de investimento dos operadores, à espera dos dados de inflação dos Estados Unidos previstos para sexta-feira (24).

    Na ponta doméstica, o foco esteve nos esforços do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em equilibrar o Orçamento, com falas do presidente na Indonésia também no radar.

    Os investidores se posicionaram à espera da principal divulgação da semana: o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, na sexta-feira.

    A expectativa do mercado é que os números de setembro mostrem alta de 3,1% na base anual -uma aceleração que torna mais desafiador o trabalho do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) em levar o índice à meta de 2% ao ano.

    Ainda que não seja a métrica preferida do Fed para a inflação -o banco central é mais afeito aos dados do PCE (índice de preços para gastos de consumo pessoal)-, o relatório CPI ganha mais importância à luz da paralisação do governo federal norte-americano, que suspendeu divulgações macroeconômicas até a regularização da verba orçamentária.

    Desde o início do shutdown, no começo do mês, operadores estão no escuro sobre o estado da economia dos Estados Unidos. Mais do que isso, o Fed, dependente de dados para tomar decisões sobre juros, está sem a referência dos números oficiais.

    O presidente da autarquia, Jerome Powell, reconheceu que a paralisação pode virar um problema maior no longo prazo para a autoridade monetária. Por ora, os dirigentes têm se munido de publicações laterais para aferir a temperatura da economia.

    O comitê de política monetária do BC norte-americano se reúne na semana que vem, entre os dias 28 e 29 de outubro. A expectativa do mercado é que ele dê continuidade ao ciclo de cortes de juros iniciado na reunião passada, quando a taxa foi reduzida em 0,25 ponto percentual, a 4% e 4,25%. Operadores precificam quase 100% de probabilidade de uma nova redução de 0,25 ponto percentual no próximo encontro, segundo a ferramenta CME FedWatch.

    Isso porque, mesmo sem a referência dos dados oficiais, o Fed vê a continuidade da desaceleração do mercado de trabalho como um fator de preocupação. “Um corte de juros em outubro está dado”, afirma Julia Coronado, fundadora da empresa de pesquisa MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed. “Nada mudou a perspectiva de que ainda há riscos de queda no mercado de trabalho.”

    Reduções nos juros dos Estados Unidos costumam ser uma boa notícia para os mercados globais. Como a economia norte-americana é vista como a mais sólida do mundo, os títulos do Tesouro, chamados de “treasuries”, são um investimento praticamente livre de risco. Quando os juros estão altos, os rendimentos atrativos das treasuries levam operadores a tirar dinheiro de outros mercados. Quando eles caem, a estratégia de diversificação vira o norte, e investimentos alternativos ganham destaque.

    Em relação ao Brasil, há ainda mais um fator que favorece os ativos domésticos: o diferencial de juros. Quando a taxa nos Estados Unidos cai e a Selic permanece em patamares altos, investidores se valem da diferença de juros para apostar na estratégia de “carry trade”. Isto é: toma-se empréstimos a taxas baixas, como a americana, para investir em mercados de taxas altas, como o brasileiro. O aporte aqui implica na compra de reais, o que desvaloriza o dólar.

    “Se o CPI não vier mais forte amanhã e com corte de juros pelo Fed na próxima quarta-feira, não seria surpresa o real voltar a subir e o dólar se aproximar de R$ 5,30 novamente”, avaliou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em comentário enviado a clientes.

    Ao que parece, a taxa Selic permanecerá elevada por tempo “bastante prolongado”, segundo informou o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) na última reunião. Os juros estão em 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, à medida que a autoridade monetária segue “bastante incomodada” com a inflação e as expectativas inflacionárias ainda fora da meta.

    “A inflação e expectativas seguem fora do que é a meta, isso é um ponto de bastante incômodo para o Banco Central, mas estamos falando de uma inflação que está num processo de redução e retorno para a meta em função de um Banco Central que vem se mostrando sempre bastante diligente e tempestivo no combate a qualquer tipo de processo inflacionário”, disse Gabriel Galípolo, presidente do BC, durante apresentação no Fórum Econômico Indonésia-Brasil, em Jacarta.

    No entanto, ele não fez previsões sobre quando a inflação pode atingir a meta de 3% com margem de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Ou seja, o objetivo é considerado cumprido quando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, indicador oficial da inflação) fica entre 1,5% e 4,5%. A pesquisa Focus mais recente apontou que o IPCA deve encerrar em 4,70%, sem perspectiva de que o índice atinja o centro do objetivo ao final de cada ano até 2028.

    Os investidores ainda monitoram o cenário das contas públicas do país. O governo Lula segue em busca de uma solução para o Orçamento depois que o Congresso enterrou, no início do mês, a MP (medida provisória) dos Impostos.
    Segundo o ministro Fernando Haddad (Fazenda), em informação adiantada pela Folha na terça-feira e posteriormente confirmada em entrevista à Globonews, o Executivo vai fatiar as medidas de compensação à MP em dois projetos de lei.

    Um dos projetos conterá medidas de controle de despesas, com impacto estimado em R$ 20 bilhões, e o segundo prevê o aumento da taxação de apostas esportivas (bets), fintechs e JCP (Juros sobre Capital Próprio, uma forma de remunerar os acionistas de uma empresa), que pode incrementar as receitas em R$ 8,3 bilhões em 2025, segundo cálculos iniciais do governo.

    Ainda, o presidente Lula confirmou que irá disputar a reeleição no ano que vem nesta quinta, no mesmo evento do qual participou Galípolo, na Indónesia. “Eu vou completar 80 anos, mas pode ter certeza que eu estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos de idade. E vou disputar um quarto mandato no Brasil”, disse Lula, ao lado do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto.

    Dólar fecha em queda e Bolsa sobe com exterior no foco dos investidores