Categoria: ECONOMIA

  • Data centers já inflacionam conta de eletricidade nos EUA e Brasil pode seguir mesmo caminho

    Data centers já inflacionam conta de eletricidade nos EUA e Brasil pode seguir mesmo caminho

    País não recebeu supercomputador de big tech em escala comercial e território americano está no limite; indústria brasileira se prepara para receber máquinas da Nvidia com refrigeração líquida de chips

    PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Nos Estados Unidos, o preço da conta de energia em locais próximos a data centers chegou a disparar até 267% em relação ao que custava há cinco anos, mostra análise da Bloomberg, e o Brasil pode seguir o mesmo caminho, alerta o diretor brasileiro de uma multinacional de refrigeração baseado na Carolina do Norte, Frank Silva.

    A construção da infraestrutura para suportar os serviços de inteligência artificial elevou a parcela da geração elétrica dedicada a data centers de 1,9% em 2018 para 4,4% em 2023, mostra relatório do Berkeley Lab, que tem foco em análises sobre energia e impacto ambiental. O mesmo estudo projeta que, até 2028, essa parcela deve subir para algo entre 6,7% e 12%.

    Até 2017, o consumo desses espaços era mais ou menos constante, na casa de 60 TWh, contra o patamar de 176 TWh em 2023. Como base de comparação, todo o consumo doméstico dos 202 milhões de brasileiros foi 177,5 TWh.

    O que mudou foi a instalação das unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia nos servidores, cada máquina presente no data center. As entregas desse componente eletrônico, que processa muito mais dados ao preço de gastar mais energia e dissipar mais calor, começaram a subir também em 2017.

    Um dos requisitos para fazer funcionar essas GPUs é ter sistemas de resfriamento líquido direto nos chips, feito por máquinas chamadas de CDU. Multinacionais, como a Carrier e a Vertiv, fazem os primeiros movimentos para vender essas máquinas no Brasil.

    A Carrier vai apresentar sua tecnologia, compatível com as máquinas mais recentes da Nvidia, em evento do setor de data centers marcado para o início de novembro. Quando houver os primeiros pedidos, os sistemas de refrigeração de chips serão importados de fábricas da empresa nos EUA. “Se tiver demanda, podemos fabricar na unidade Midea Carrier de Canoas [na região metropolitana de Porto Alegre]”, disse João Paulo Oliveira, gerente de produtos da empresa no Brasil.

    Não se trata de uma tecnologia nova, afirmou o engenheiro hidráulico José Macléu da Silva. Ele trabalhou na assistência técnica da IBM entre 1987 e 1992, quando os mainframes da gigante americana utilizavam os chamados chips TTL, que dissipavam muito calor, assim como os chips da Nvidia, e precisavam de resfriamento líquido para não fritar.

    No final dos anos 1980, a IBM substituiu a tecnologia TTL por outra mais eficiente (MacOS), e as máquinas de resfriamento de chip caíram em desuso.

    Caso se confirme, a chegada desses equipamentos ao país alteraria o escopo do impacto ambiental dessas fábricas, como ocorreu nos Estados Unidos.

    A Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) calcula que exista 843 megawatts (MW) de potência instalada em data centers no Brasil, que representam 1,7% do consumo total de energia elétrica no país. Até 2029, a entidade projeta que esses números cresçam, respectivamente, para 2.192 megawatts e 3,6%.

    Os números não consideram o consumo dos data centers de grandes provedores de nuvem, como Google, Microsoft, Amazon e Huawei, que não divulgam informações sobre as suas operações.

    Hoje, o maior data center do Brasil em operação, localizado em Vinhedo, tem 61 MW. No mercado, se especula sobre a construção de data centers com potência instalada de até 900 MW em um só campus, com a chegada das máquinas de IA.

    Esses números colocariam essas unidades que se promete construir no Brasil entre as maiores do mundo. Na Noruega, o data center de Kolos, o que tem a maior potência instalada, segundo dados públicos, tem possibilidade de expansão para até 1.000 MW. Além da eletricidade gasta pelos próprios chips, as máquinas que mais consomem são justamente as responsáveis pela climatização do centro de processamento de dados.

    Diante da crescente demanda por processamento de dados ligada a maior oferta de produtos de inteligência artificial, os construtores de data centers enfrentam uma escolha de Sofia: adaptar todo o sistema de refrigeração, incluindo torres de resfriamento líquido, para ganhar eficiência em eletricidade (PUE), ou manter o sistema de troca de calor com o ar e gastar bem menos água -o que é medido pelo coeficiente de eficiência em água (WUE).

    As empresas se orientam por coeficientes como o PUE e o WUE, além da pegada de carbono, para definir seus projetos. Um data center de uma big tech nos Estados Unidos, por exemplo, pode preferir gastar mais água para compensar a pegada de carbono da eletricidade proveniente da queima de gás natural.

    Era o que estava planejado para um data center que o Google queria construir no Chile, que projetava um consumo anual de água de 7 bilhões de litros. As cifras assustaram a vizinhança, que se mobilizou e levou o gigante da tecnologia a desistir do projeto.

    No Brasil, isso não deve se repetir porque a Política Nacional de Data Centers, instituída por medida provisória do governo Lula, limita o gasto de água de data centers para conceder vantagens tributárias.

    Desistir da água, por outro lado, faz aumentar o consumo de eletricidade, que responde a cerca de 15% do gasto do complexo de processamento de dados.

    Enquanto um ar-condicionado com compressor a ar é capaz de resfriar até 600 toneladas de atmosfera, um equipamento de potência similar acoplado com torre de evaporação (em que há dissipação de água no ambiente) resfria até 4.000 toneladas. Uma solução intermediária, com torre de água em circuito fechado (sem evaporação), resfria até 2.000 toneladas, de acordo com a Carrier.
    Em relatório entregue a autoridades em agosto, a Brasscom argumenta que outros setores gastam mais do que os data centers. A metalurgia, por exemplo, já representa 9% do consumo de eletricidade no Brasil.

    Porém, a Agência Internacional de Energia mostra que os data centers tendem a se concentrar em regiões, onde há vantagens regulatórias, de conectividade e grande disponibilidade de mão de obra especializada. Esse comportamento pode levar a situação reportada pela Bloomberg, em que certas cidades americanas viram o preço da conta de eletricidade quase triplicar.

    Como o sistema de distribuição e de cobrança de eletricidade no Brasil é diferente, é difícil estimar se esse padrão se repetiria no país. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e grupos interessados no mercado já discutem quem vai pagar pelos investimentos necessários na rede de distribuição para receber data centers no país e parte disso pode sobrar para os outros consumidores.

    Data centers já inflacionam conta de eletricidade nos EUA e Brasil pode seguir mesmo caminho

  • Alckmin: reunião de Lula e Trump destrava negociações técnicas

    Alckmin: reunião de Lula e Trump destrava negociações técnicas

    Presidente em exercício reafirmou que a principal prioridade do governo brasileiro é a retirada da sobretaxa de 40% aplicada pelos Estados Unidos a produtos nacionais desde agosto

    A reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, marcou o “passo mais importante” na reaproximação entre os dois países, disse nesta segunda-feira (27) o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB).

    O encontro ocorreu no domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, e foi o primeiro diálogo direto entre os dois líderes desde que Trump voltou à Casa Branca. Segundo Alckmin, o gesto político abriu caminho para destravar as negociações sobre tarifas, investimentos e cooperação econômica.

    “O passo político foi dado com brilho e louvor. Agora é hora de avançar no lado técnico e estabelecer a pauta de trabalho”, disse Alckmin a jornalistas, em entrevista na portaria da Vice-Presidência da República, em Brasília. 

    Prioridade é o fim do tarifaço

    O vice-presidente reafirmou que a principal prioridade do governo brasileiro é a retirada da sobretaxa de 40% aplicada pelos Estados Unidos a produtos nacionais desde agosto. Alckmin voltou a dizer que a medida, que afeta setores industriais e do agronegócio, é considerada “inadequada”.

    “Essas tarifas de 10% [impostas em abril] mais 40% [impostas no fim de julho] são totalmente desproporcionais. A tarifa média do Brasil para os Estados Unidos é de apenas 2,7%. Precisamos resolver isso rapidamente”, afirmou.

    Segundo o Ministério do Desenvolvimento, cerca de 34% dos US$ 40 bilhões exportados pelo Brasil aos EUA no último ano foram impactados pelas sobretaxas. Em julho, a pasta tinha divulgado que o percentual tinha ficado em 35,9%, mas o número foi revisado levemente para baixo.

    O governo trabalha agora em duas frentes: pedir a suspensão temporária das tarifas durante as negociações técnicas e ampliar a lista de produtos isentos. Entre os itens que o Brasil tenta incluir na lista de exceções está o café, hoje sujeito a uma tarifa de até 50%.

    Negociações e próximos passos

    Alckmin coordena o grupo responsável pelas negociações com Washington, ao lado dos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da Fazenda, Fernando Haddad. A expectativa é de que equipes técnicas dos dois países se reúnam nas próximas semanas.

    Durante viagem ao Japão nesta segunda, Trump classificou o encontro com Lula, ocorrido no domingo (26) na Malásia, como “muito bom”. O presidente estadunidense, no entanto, evitou prometer o fim imediato das tarifas. “Não sei se alguma coisa vai acontecer, mas veremos. Eles gostariam de fazer um acordo”, disse Trump.

    Lula, por sua vez, afirmou que Brasil e Estados Unidos devem “fazer um bom acordo” nas próximas rodadas de negociação.

    Datacenters

    Além da pauta tarifária, Alckmin destacou que os dois governos discutem temas não tarifários, como a instalação de datacenters (centros de dados) no Brasil e a atração de investimentos em energia renovável.

    O vice-presidente voltou a defender a aprovação da medida provisória dos datacenters, editada em setembro, que cria regras para o setor e é considerada essencial para atrair capital estrangeiro.

    “Essa iniciativa pode atrair investimentos, especialmente diante da escassez global de energia. O Brasil tem abundância de fontes limpas e renováveis”, disse.

    Nova fase diplomática

    Alckmin encerrou a entrevista classificando o gesto entre Lula e Trump como “um marco político que reposiciona o Brasil no cenário internacional”.

    “Foi uma importantíssima aproximação entre as duas maiores democracias do Ocidente. Agora começa uma fase importante para aprofundar os laços e buscar oportunidades concretas”, concluiu.

    Alckmin: reunião de Lula e Trump destrava negociações técnicas

  • Projeção do Focus de crescimento do PIB de 2025 passa de 2,17% para 2,16%

    Projeção do Focus de crescimento do PIB de 2025 passa de 2,17% para 2,16%

    A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 também diminuiu, de 1,80% para 1,78%. Um mês antes, era de 1,80%. Considerando só as 77 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,93% para 1,77%

    A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 oscilou de 2,17% para 2,16%. Um mês antes, era de 2,16%. Considerando apenas as 79 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa caiu de 2,21% para 2,15%.

    O Banco Central diminuiu a sua estimativa de crescimento da economia brasileira este ano, de 2,1% para 2,0%, no Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre. Segundo a autarquia, a redução ocorreu devido aos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, e a sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre. Esses fatores, porém, foram parcialmente compensados por prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa, disse.

    A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 também diminuiu, de 1,80% para 1,78%. Um mês antes, era de 1,80%. Considerando só as 77 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 1,93% para 1,77%.

    A mediana para o crescimento do PIB de 2027 passou de 1,82% para 1,83%. Quatro semanas antes, era de 1,90%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2,00%, pela 85ª semana seguida.

    Projeção do Focus de crescimento do PIB de 2025 passa de 2,17% para 2,16%

  • Selic no fim de 2025 continua em 15%; para 2026 segue em 12,25%, aponta Focus

    Selic no fim de 2025 continua em 15%; para 2026 segue em 12,25%, aponta Focus

    A mediana para a Selic no fim de 2026 continuou em 12,25%, pela 5ª semana consecutiva. Considerando só as 95 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana subiu de 12,13% para 12,25%

    A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15,00% pela 18ª semana consecutiva, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido os juros neste nível na mais recente decisão, no dia 17 de setembro.

    Na ata, o Copom reafirmou que o cenário é marcado por elevada incerteza, o que exige cautela na condução da política monetária. Repetiu também que seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.

    O colegiado detalhou que, “na medida em o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê inicia um novo estágio em que opta por manter a taxa inalterada e seguir avaliando se, mantido o nível corrente por período bastante prolongado, tal estratégia será suficiente para a convergência da inflação à meta”.

    Considerando apenas as 96 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para a Selic no fim deste ano também seguiu em 15,00%.

    A mediana para a Selic no fim de 2026 continuou em 12,25%, pela 5ª semana consecutiva. Considerando só as 95 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana subiu de 12,13% para 12,25%.

    A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 37ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,00% pela 44ª semana consecutiva.

    Selic no fim de 2025 continua em 15%; para 2026 segue em 12,25%, aponta Focus

  • Lula: acordo entre EUA e Brasil não tem nenhuma implicação com a China

    Lula: acordo entre EUA e Brasil não tem nenhuma implicação com a China

    Lula diz que acordo com EUA não afeta relação com China nem compromete soberania
    Presidente reforça que negociações com Washington não têm condicionalidades e que o Brasil manterá relações autônomas com todos os parceiros comerciais, incluindo a China e a União Europeia

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira, 27, em entrevista coletiva em Kuala Lumpur (Malásia), que o acordo comercial em negociação com os Estados Unidos para reverter o tarifaço não altera a relação do Brasil com a China, principal parceiro comercial do País.

    “Isso não tem nenhuma implicação na relação do Brasil com a China. São coisas totalmente distintas”, disse Lula, ao responder se o diálogo com Washington exigiria algum tipo de reequilíbrio na política externa brasileira.

    O presidente afirmou que o Brasil continuará mantendo relações autônomas e equilibradas com todos os parceiros, incluindo a União Europeia. “Não há condicionalidade para que a gente possa fazer um acordo, e nem eu aceitaria condicionalidade. Os Estados Unidos estão de acordo com quem quiser, e eu faço acordo com quem quiser”, declarou.

    Lula reforçou que o Brasil busca ampliar sua presença econômica internacional com base no pragmatismo e na defesa da soberania. “Vamos fazer o acordo o mais rápido possível, mas mantendo a liberdade de relação com todos os países.”

    Lula: acordo entre EUA e Brasil não tem nenhuma implicação com a China

  • Lula participa de Cúpula da Ásia do Leste

    Lula participa de Cúpula da Ásia do Leste

    Presidente Lula participa de cúpula na Malásia e reforça diálogo com líderes internacionais
    No quinto dia de viagem pela Ásia, Lula discute tarifas com Trump, destaca cooperação com países do Sudeste Asiático e participa da Cúpula da Ásia do Leste em Kuala Lumpur

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre, nesta segunda-feira (27), o seu quinto dia de agenda no Sudeste Asiático. Em Kuala Lumpur, capital da Malásia, ele participa da abertura da 20ª Cúpula da Ásia do Leste. Em seguida, será recebido em um jantar de gala, oferecido pelo presidente da Malásia, Anwar Ibrahim, e pela primeira-dama, Wan Azizah Wan Ismail.  

    Lula está em viagem pelo Sudeste Asiático desde quinta-feira passada (23). Ele realizou visita oficial à Indonésia, onde tratou principalmente da cooperação econômica entre o Brasil e o país asiático. No dia 24, embarcou para Kuala Lumpur, na Malásia, onde participou da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e do Fórum Bilateral Brasil-Malásia e cumpriu uma série de encontros bilaterais. 

    Tarifas

    Uma dessas reuniões foi com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No encontro, os dois líderes debateram as tarifas impostas a produtos brasileiros, a situação da Venezuela e a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas – COP 30, a ser realizada em Belém, em novembro deste ano.

    Em entrevista após a reunião, Lula disse que está otimista em relação à suspensão do tarifaço imposto pelos Estados Unidos e que, em poucos dias, os países deverão chegar a um acordo.

     

     

    Lula participa de Cúpula da Ásia do Leste

  • Como sair do rotativo, o crédito mais caro do mercado

    Como sair do rotativo, o crédito mais caro do mercado

    O crédito pessoal e o crédito consignado são opções de empréstimo mais baratos que o juro do cartão de crédito em atraso; veja outras dicas para diminuir suas dívidas em cartões de crédito!

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com juro mensal de 15,14%, em média, o rotativo é o mais caro dos créditos a pessoas físicas. Por regra do BC, esta modalidade só pode ser utilizada até a próxima fatura. Ou seja, o rotativo só pode ser cobrado por, no máximo, 30 dias.

    Após esse período, o montante devido entra no parcelamento automático, com juro de 8,86% ao mês, em média.

    Isso significa que R$ 1.000 em atraso no cartão viram R$ 1.151,40 em 30 dias. No segundo mês de atraso, o total vai para R$ 1.253,41. São mais de R$ 250 apenas em juros. Sem falar no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) adicional e diário e na multa por atraso.

    Porém, pela Lei do Desenrola, os juros aplicados ao montante devido não podem ultrapassar os 100%. Ou seja, o valor original da dívida pode, no máximo dobrar. Neste caso hipotético, a cobrança poderia ser de até R$ 2.000, independente de quanto tempo a fatura está em atraso.

    Para evitar este gasto, especialistas recomendam a troca de dívida do cartão por um empréstimo mais barato. Porém, antes de contrair mais dívidas, é preciso organizar a vida financeira na ponta do lápis, separando os gastos por classe, como saúde, alimentação, moradia e mobilidade, com as sub-classes essencial e não essencial, como supermercado e delivery, por exemplo. Assim, é possível identificar o custo de vida e desenhar um plano de reestruturação e reorganização financeira.

    “A primeira coisa é ver exatamente quanto entra e quanto sai no seu orçamento. Quando não se sabe o custo do padrão de vida, muito provavelmente vai se gastar mais do que tem”, diz Carlos Castro, planejador financeiro da Planejar.

    Gustavo Riess, sócio e assessor de investimentos da Ável, vai na mesma linha. “Primeiro, é preciso ter clareza sobre o que está acontecendo e refletir sobre as próprias finanças.”

    Depois dos ganhos e gastos identificados, é preciso entender a dívida e sua composição. Quanto se deve de compras parceladas e qual é o valor de juros e de encargos.

    “Muita gente acha que deve X reais, quando na verdade boa parte disso já é custo por ter deixado de pagar no mês anterior. Sem esse raio-x, qualquer plano de quitação fica frágil”, diz Carol Stange, planejadora financeira.

    Se o devedor tiver dinheiro investido, o recomendado é fazer o resgate para pagar a dívida, dizem os especialistas. Porém, se não houver uma reserva, é preciso desenhar um plano para ficar adimplente.

    O indicado é mapear a capacidade real de pagamento, que é o valor mensal que é possível comprometer com esse pagamento, sem deixar de pagar necessidades básicas. “É esse valor que vai definir se a melhor saída será renegociar, parcelar ou buscar um crédito mais barato para substituir o rotativo”, afirma Carol.

    O crédito pessoal e o crédito consignado são opções de empréstimo mais baratos que o juro do cartão de crédito em atraso. Segundo dados do BC, eles estão, em média, a 5,29% e a 1,99% ao mês, respectivamente. O custo varia de acordo com o banco, a modalidade do consignado (INSS, servidor ou CLT) e o cliente, então vale buscar a melhor oferta.

    No caso do consignado, como as parcelas são descontadas direto do salário ou da aposentadoria, é importante calcular se elas não farão falta no mês, de modo a não se endividar novamente.

    “É preciso tomar muito cuidado ao pegar um empréstimo para quitar a fatura do cartão para não entrar em um buraco cada vez maior”, diz Riess.

    Os planejadores também ressaltam a importância de entrar em contato com a instituição financeira e negociar condições mais favoráveis.

    “Os bancos preferem renegociar a correr o risco de inadimplência. Por isso, costumam oferecer alternativas como prazos mais longos, que aliviam o impacto no orçamento mensal, e, em alguns casos, até descontos em juros acumulados para facilitar a quitação”, afirma Carol.

    Também vale pedir dinheiro emprestado a familiares ou amigos, desde que bem combinado. “Faça um contrato, não fique apenas na fala. Esse empréstimo pode gerar conflito e até ruptura na relação. Mesmo que esse contrato não tenha valor jurídico, ele terá valor moral”, diz Castro.

    O planejador também indica os feirões de birôs de crédito que oferecem descontos.

    Depois de quitar as dívidas, é importante manter hábitos financeiros saudáveis para evitar um novo endividamento.

    “O brasileiro tende a considerar o limite do cartão como um complemento à renda, e cada um tem, em média, três cartões”, afirma Castro -segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da CNC (Confederação Nacional do Comércio), 79,2% das famílias brasileiras estão endividadas e 30,5% estão com contas em atraso. Já 13% não terão condições de pagar.

    Dados do Banco Central mostram que a maior parte das faturas do cartão de crédito de pessoas físicas não são quitadas integralmente até o seu vencimento. Em agosto, 60,48% do valor que entrou no rotativo -modalidade acionada quando a fatura não é paga integralmente até o vencimento- não foi pago em 30 dias, entrando automaticamente no parcelamento da fatura.

    Já o índice de atraso do parcelamento é de 13,21%. Ambos os percentuais de atraso são os maiores da série histórica, iniciada em 2011.

    Se for difícil controlar os gastos no cartão de crédito, é possível reduzir o limite mensal, ou trocá-lo por um cartão pré-pago, em que o gasto é limitado ao valor de recarga. Outra dica é que se não for possível pagar a fatura do cartão na íntegra, opte por parcelá-la antes do vencimento, de modo a evitar o rotativo.

    Além disso, especialistas aconselham que se continue economizando até construir uma reserva financeira que equivalha de seis a doze meses de gastos.

    PASSO A PASSO PARA SAIR DO ROTATIVO:

    Identificar e reestruturar o custo de vida;
    Entenda a composição da dívida ;
    Mapeie a capacidade real de pagamento;
    Se tiver investimentos, resgate para pagar a dívida;
    Senão, a troque por uma mais barata;
    Mantenha hábitos financeiros saudáveis após quitar a dívida;
    Construir uma reserva financeira de 6 a 12 meses de despesas.

    Como sair do rotativo, o crédito mais caro do mercado

  • FGV: Reforma Casa Brasil pode adicionar R$ 52,9 bi ao PIB e quase R$ 20 bi em impostos

    FGV: Reforma Casa Brasil pode adicionar R$ 52,9 bi ao PIB e quase R$ 20 bi em impostos

    Voltado para a classe média, o Reforma Casa Brasil prevê R$ 40 bilhões em crédito habitacional destinados a reformas e ampliações de residências de famílias que já têm casa própria, mas enfrentam problemas estruturais ou de inadequação nas edificações.

    O programa Reforma Casa Brasil, lançado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem potencial para adicionar R$ 52,9 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Além disso, a arrecadação de impostos pela demanda gerada pela medida pode aumentar em quase R$ 20 bilhões. O cálculo é de um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), antecipado com exclusividade para o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

    Voltado para a classe média, o Reforma Casa Brasil prevê R$ 40 bilhões em crédito habitacional destinados a reformas e ampliações de residências de famílias que já têm casa própria, mas enfrentam problemas estruturais ou de inadequação nas edificações. Caso esses R$ 40 bilhões fossem liberados em um único ano, o impacto total sobre o PIB da construção, que engloba tanto as empresas quanto o segmento de autoconstrução, foi estimado em R$ 17,7 bilhões.

    “Esse valor corresponde a 4,9% do PIB setorial estimado para 2024. Considerando a economia como um todo, esse efeito poderia acrescentar 0,38 ponto porcentual ao PIB por conta da soma dos efeitos diretos (construção), indiretos (seus fornecedores) e induzidos (gasto da renda resultante dos dois primeiros)”, apontaram os autores do estudo Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção no Ibre/FGV, e os consultores do instituto Marco Brancher e Robson Gonçalves.

     

    Os efeitos indiretos referem-se ao aumento na demanda da indústria e do comércio de materiais, totalizando outros R$ 35,2 bilhões, o equivalente a 4,8% da produção desses elos da cadeia produtiva da construção.

     

    \”O setor da construção em si, que é o que produz as edificações, a infraestrutura, que faz as reformas, ele demanda outros bens e serviços de outros setores da economia para fazer esse produto. Então ele demanda o tijolo, demanda o cimento, contrata mão de obra, serviços, ele fornece alimentação para essa mão de obra. Ele movimenta a indústria de materiais, movimenta o comércio atacadista e varejista. Essa movimentação, por sua vez, gera mais emprego e mais renda. Uma coisa é o próprio setor que contrata mão de obra para fazer a sua produção, outra coisa são os outros setores que também contratam mão de obra, movimentam a atividade, para entregar para a construção os insumos necessários para eles fazerem as obras e as reformas. Tem uma cadeia\”, justificou Ana Maria Castelo.

     

    O programa levaria ainda a um aumento significativo na arrecadação de impostos: considerando os efeitos diretos, indiretos e induzidos, o Reforma Casa Brasil elevaria o montante de tributos arrecadados em R$ 19,6 bilhões, o equivalente a quase metade do valor de crédito anunciado, ressaltaram os pesquisadores. Segundo o estudo, o avanço na arrecadação é explicado, principalmente, pelos \”fortes efeitos de encadeamento produtivo que o setor da construção é capaz de gerar, beneficiando o conjunto da economia\”.

     

    \”No final, tudo vai depender de como o recurso vai ser operacionalizado, de como ele vai ser liberado\”, ponderou Castelo.

     

    Segundo ela, o programa tem potencial para suprir uma lacuna importante relativa às carências habitacionais do País, mas é necessário que o governo acompanhe e corrija a tempo eventuais distorções, para que os efeitos não se diluam. Castelo menciona dados da Fundação João Pinheiro, apontando que, em 2023, 27,6 milhões de domicílios apresentavam algum tipo de inadequação, o equivalente a 40,8% das moradias urbanas duráveis do País.

     

    \”Hoje, o maior gargalo está justamente na questão da mão de obra\”, explicou Castelo. \”Se eventualmente as pessoas tiverem de dificuldade de contratar mão de obra, isso pode já gerar de cara uma dificuldade de contratação do crédito. Então o governo vai ver necessariamente um atendimento aquém do que estava esperando, e aí precisa agir no sentido de treinar mais pessoas voltadas para isso, ver como pode resolver essa questão\”, exemplificou.

     

    O governo federal tem adotado diferentes medidas para estimular o setor da construção, mas o empresariado do segmento já relatava dificuldades para contratar trabalhadores. Nesse cenário, a construção sustenta atualmente o maior salário médio de admissão com carteira assinada entre as principais atividades econômicas do País, de acordo com o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho. O salário médio de admitidos na construção foi de R$ 2.462,70 em agosto, ante R$ 2.295,01 na média global de todos os contratados.

     

    \”O setor de construção é o que tem apresentado o maior salário médio em relação aos demais setores\”, ressaltou Janaína Feijó, pesquisadora do Ibre/FGV. \”A gente sabe que está ocorrendo uma escassez de mão de obra na construção civil. Os empregadores têm buscado mão de obra, mas não tem. A forma como eles encontram de atrair essa mão de obra é oferecendo maiores salários. E mesmo oferecendo maiores salários, às vezes não encontram mão de obra para suprir os seus cronogramas de atividade.\”

     

    Embora o setor vivencie um momento de forte escassez de mão de obra, a Sondagem da Construção da FGV sugere que as empresas do segmento operam com relativa ociosidade e níveis de estoque considerados, majoritariamente, adequados, o que tende a reduzir o impacto inflacionário do programa via preços de material de construção.

     

    O Índice Nacional de Custo da Construção – Disponibilidade Interna (INCC-DI), apurado pela FGV, acumulou alta de 6,78% nos 12 meses encerrados em setembro. Enquanto o componente Mão de Obra respondeu por 4,06 pontos porcentuais dessa taxa de inflação em 12 meses, Materiais, Equipamentos e Serviços contribuíram com 2,72 pontos porcentuais, ou seja, a inflação da construção já vem sendo pressionada pelo custo do trabalho.

    FGV: Reforma Casa Brasil pode adicionar R$ 52,9 bi ao PIB e quase R$ 20 bi em impostos

  • Comércio global resiste a Trump e cresce em 2025

    Comércio global resiste a Trump e cresce em 2025

    Pela elevada precisão, o RWI/ISL Container Index é usado pela OMC (Organização Mundial do Comércio) e pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entre outras entidades, como termômetro do comércio e da atividade econômica global.

    MAELI PRADO
    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Apesar das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o comércio global resiste e continua a avançar em 2025, mostra um indicador mensal que mede 64% do fluxo de contêineres em 90 portos pelo mundo.

    Pela elevada precisão, o RWI/ISL Container Index é usado pela OMC (Organização Mundial do Comércio) e pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entre outras entidades, como termômetro do comércio e da atividade econômica global.

    O índice mostra que, cinco meses após as sobretaxas colocadas por Trump a quase todos os países, a movimentação de contêineres ainda aumenta de forma significativa, com quedas na atividade em portos da Costa Oeste americana e do sul da Europa mais do que compensadas pelo resto do mundo.

    “Em nível global, os volumes de contêineres atingem novos recordes quase todos os meses, com algumas regiões crescendo muito acima da média”, diz Sönke Maatsch, chefe da área de mercados marítimos da ISL (Instituto de Economia e Logística do Transporte Marítimo), responsável pelo índice.

    Após um crescimento anual de 7% no primeiro trimestre, em uma antecipação às já esperadas tarifas americanas, o RWI/ISL continuou mostrando uma alta anual de cerca de 5% entre abril e julho.

    Em agosto, o aumento em relação ao mesmo mês de 2024 foi menor, de 2,6%, mas o índice manteve o mesmo patamar registrado em julho, em uma resiliência relacionada ao redirecionamento de exportações para outros destinos e mudanças nos padrões de comércio.

    É um cenário impulsionado em grande parte pela China. No gigante asiático, o fluxo de contêineres se reduziu em relação aos EUA mas subiu para outros países, com destaque para o Sudeste Asiático. O movimento total registrou altas em maio (4,9%), junho (3,7%), julho (1,9%) e agosto (0,8%), sempre na comparação com o mesmo período de 2024.

    “A China começou a se preparar para as tarifas dos EUA no ano passado. Ela exporta cada vez menos para os Estados Unidos, mas passa a enviar cada vez mais produtos para países como Vietnã, Coreia do Sul, Laos, Tailândia e Malásia, entre outros”, diz Lívio Ribeiro, pesquisador associado do FGV/Ibre e sócio da BRCG Consultoria.

    O índice mostra que, nos Estados Unidos, parte dos embarques para outros países foram redirecionados dos portos da Costa Oeste americana, mais voltada à China, para a Costa Leste, que movimenta principalmente o comércio com os europeus.

    No caso da Europa, apesar da queda no fluxo dos portos do sul do continente, o crescimento médio ante 2024 ficou acima de 5% entre abril e julho. Em agosto, o crescimento foi de 2,7%. “No norte da Europa, os volumes de tráfego aumentaram acentuadamente desde a virada do ano”, explica Maatsch.

    Os dados mostram ainda um crescimento importante da movimentação nos portos da América do Sul: o crescimento do tráfego de contêineres nos portos do Brasil, taxado em 50% por Trump, foi de 8% e 6%, respectivamente, em comparação com 2024. “É um bom desempenho em relação à média de longo prazo”, diz Maatsch.

    Apesar dessa resistência às tarifas, o cenário benigno deve mudar em algum momento. Torsten Schmidt, economista responsável pela conjuntura econômica do RWI (Instituto Leibniz de Pesquisa Econômica), que também participa da elaboração do indicador, afirma que as tarifas elevadas estão forçando as empresas a reestruturarem suas cadeias de suprimentos internacionais.

    “O processo ainda está em andamento. Os efeitos totais das tarifas sobre os preços ainda não são visíveis. Portanto, a movimentação de contêineres provavelmente diminuirá no futuro”, afirma.

    É a mesma avaliação de Maatsch, que diz que, apesar do cenário de resiliência do comércio global, haverá mudanças permanentes no padrão do comércio global se as tarifas permanecerem no longo prazo. “Além disso, a política comercial dos EUA se tornou errática, e isso impulsionou a cooperação internacional em outras partes, como por exemplo no acordo comercial entre Mercosul e União Europeia”, diz.

    Ele acredita que as tensões geopolíticas e as consequências da pandemia também ajudam a afetar a globalização. “As empresas tentam reduzir sua dependência de longas cadeias de suprimentos ou de certos países. Isso pode levar a um crescimento comercial global mais lento”, avalia.

    Para Ribeiro, os impactos das tarifas são demorados, já que muitos contratos são de longo prazo. O ritmo do comércio global daqui para a frente, afirma, dependerá das possíveis reações à forte alta nas exportações da China a outros países como consequência das tarifas americanas.

    Se houver taxações à China em resposta a esse movimento, diz, a guerra comercial pode se intensificar. “Há alguns sinais preocupantes, como as tarifas extras aplicadas pela União Europeia aos carros elétricos chineses.”

    Comércio global resiste a Trump e cresce em 2025

  • Lula diz que relação com a Malásia "muda de patamar" e assina pacote de cooperação

    Lula diz que relação com a Malásia "muda de patamar" e assina pacote de cooperação

    Na oportunidade, os representantes firmaram acordos de cooperação que miram setores estratégicos da indústria de semicondutores, tecnologia e inovação. Ainda, segundo o Planalto, além da retomada do comércio de carne de frango, foram autorizadas importações de pescados, gergelim, melão e maçã.

    VITÓRIA DE GÓES
    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em visita oficial à Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a relação bilateral “muda de patamar” após reunião com o primeiro-ministro Anwar Ibrahim, em Putrajaya, sede do governo. Esse foi o primeiro encontro de um presidente brasileiro ao país do Sudeste Asiático em 30 anos.

    Na oportunidade, os representantes firmaram acordos de cooperação que miram setores estratégicos da indústria de semicondutores, tecnologia e inovação. Ainda, segundo o Planalto, além da retomada do comércio de carne de frango, foram autorizadas importações de pescados, gergelim, melão e maçã.

    Em 2024, o comércio entre os dois países somou US$ 5,8 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 2,7 bilhões. Em setembro de 2025, o fluxo atingiu US$ 487,2 milhões, sendo US$ 346,4 milhões em exportações do Brasil, com destaque para minério de ferro (37%) e óleo bruto (28%).

    Durante a cerimônia, Lula criticou a paralisia de instituições multilaterais, disse que o Conselho de Segurança da ONU “não funciona mais” e voltou a classificar a situação em Gaza como genocídio. Ele também chamou a COP30, em Belém, de “COP da verdade”, cobrando a implementação de compromissos climáticos que serão firmados no evento que ocorrerá em novembro.

    Anwar Ibrahim afirmou ter política com Lula e o descreveu como liderança com “consistência na defesa dos mais pobres”, dizendo esperar uma cooperação que extrapole o comércio e alcance cultura e desenvolvimento humano.

    Ainda na Malásia, Lula deve participar, no domingo (26), do 47º encontro da cúpula da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), em Kuala Lumpur. Essa será a primeira vez de um chefe de Estado brasileiro no encontro do bloco.

    Lula diz que relação com a Malásia "muda de patamar" e assina pacote de cooperação