Categoria: ECONOMIA

  • BC mantém 9 servidores na segurança do Pix; ataques desviaram R$ 1,5 bi em três meses

    BC mantém 9 servidores na segurança do Pix; ataques desviaram R$ 1,5 bi em três meses

    Essa equipe precisa garantir a integridade de 919 participantes do Pix -204 têm participação direta, e outras 715, indireta. Nesse cenário, em que, para cada um funcionário há mais de cem empresas, existe um diagnóstico entre auditores do Banco Central de que a falta de pessoal é uma das brechas na guarda do sistema de pagamentos.

    PEDRO S. TEIXEIRA
    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Hoje, o Banco Central tem nove funcionários responsáveis pela segurança do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI). Trata-se da infraestrutura por trás do Pix, que movimenta todos os meses quase R$ 2 trilhões de mais de 160 milhões de pessoas.

    Essa equipe precisa garantir a integridade de 919 participantes do Pix -204 têm participação direta, e outras 715, indireta. Nesse cenário, em que, para cada um funcionário há mais de cem empresas, existe um diagnóstico entre auditores do Banco Central de que a falta de pessoal é uma das brechas na guarda do sistema de pagamentos.

    Ainda é necessário considerar as PSTIs, as companhias que ligam instituições de pagamentos menores ao Pix e serviram de flanco para os ataques a contas de pagamento instantâneo mantidas no BC -o prejuízo total, que recaiu sobre as instituições financeiras, fica na casa do R$ 1,5 bilhão.

    No momento, existem cerca 150 instituições financeiras que se conectam ao Pix por meio de 9 PSTIs autorizadas pelo Departamento de Tecnologia da Informação (Deinf). No arranjo atual, dois funcionários analisam os pedidos de cadastro das empresas. O acompanhamento posterior é prejudicado pela necessidade de cumprir outras obrigações do departamento, como a manutenção dos sistemas da autoridade monetária.

    O BC não se posicionou institucionalmente sobre as brechas que permitiram os ataques. Nesta sexta (5), a autoridade monetária anunciou um conjunto de medidas para endurecer as regras aplicadas às instituições e reforçar a segurança do sistema financeiro nacional.

    Entre as novas regras, estabelece um limite de R$ 15 mil no valor das operações de TED e Pix para instituições de pagamento não autorizadas pelo regulador e para as que se conectam ao sistema financeiro por meio das chamadas PSTIs (Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação). As transações que excederem esse teto serão travadas pelo próprio sistema do BC.

    Também passou a exigir capital mínimo de R$ 15 milhões para credenciamento dos prestadores e antecipou de 2029 para o ano que vem o prazo final para que instituições de pagamento não autorizadas solicitem aval para funcionamento.

    Funcionários da entidade ouvidos pela Folha lembram que há outros fatores por trás dos reveses para a integridade do Pix. Um deles é o fato de grupos do crime organizado terem trocado assaltos a bancos por crimes cibernéticos, no chamado cangaço virtual.

    Há também reclamações sobre as obrigações do BC como autarquia, como maior burocracia na contratação de serviços, incluindo os de tecnologia e cibersegurança.

    A ANBCB (Associação Nacional dos Auditores do Banco Central do Brasil) defende que a proposta de emenda à Constituição nº 65 de 2023, que ficou conhecida como PEC do Pix, é a solução mais estrutural para os atuais desafios.

    O texto propõe a conversão do BC de uma autarquia para uma instituição de natureza especial com autonomia técnica, operacional, administrativa, orçamentária e financeira, organizada sob a forma de empresa pública e dotada de poder de polícia -este é um termo técnico para entidade que pode impor punições administrativas em nome do Estado.

    Essa transformação, defende a ANBCB, liberaria o BC das amarras do Orçamento federal. Caso o texto seja aprovado, a atual autarquia passaria a reter as verbas que levanta por meio de serviços, em vez de repassá-las ao Tesouro.

    Além disso, o novo regime jurídico facilitaria o processo de contratação de funcionários, em um cenário de redução de 33% no quadro de servidores nos últimos dez anos -são 1.693 funcionários a menos em atividade do que em relação a uma década atrás.

    Em nota, o MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos) afirma que o atual governo retomou a autorização e realização de concursos para reforçar várias áreas do governo. “O Banco Central (BC) realizou concurso em 2024 para 100 vagas imediatas já nomeadas e mais 200 vagas para cadastro de reserva.”
    Servidores do BC dizem que 6 desses 100 contratados já pediram demissão para assumir outros postos.

    “Novos concursos e provimentos ainda serão feitos em 2025 e também em 2026, conforme autorizado pela lei orçamentária e previsto no projeto de lei orçamentária, respectivamente”, afirmou o MGI.

    Ainda de acordo com os servidores, a dependência do Orçamento do governo federal deixa a autoridade monetária sob influência da política do Planalto. Em março, por exemplo, quando o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, disse que os recursos disponíveis eram suficientes para a autarquia funcionar apenas até setembro, o governo injetou R$ 150 milhões no BC sob a condição de que os investimentos fossem feitos em “formulação da política monetária cambial e de crédito e supervisão do Sistema Financeiro Nacional”.

    Funcionários do BC dizem que houve um acordo para acelerar a agenda evolutiva do Pix, que envolve novas modalidades como o Pix parcelado, hoje em fase de lançamento.

    Com isso, 11 dos 33 servidores estão dedicados à pauta de inovação, 12, ao dia a dia da operação, e somente 9, à segurança. Quando o Pix sofreu com episódios de vazamento de dados em 2023, toda a equipe de pagamentos instantâneos foi realocada para a área de segurança, o que não se repetiu neste ano.

    A versão contrasta com a posição da Fazenda, que classifica o orçamento como discricionário. A pasta disse que houve um crescimento de 58,6% no orçamento do BC entre 2024, com R$ 316,4 milhões liquidados, e 2025, quando houve dotação autorizada de R$ 502 milhões.

    Em entrevista na quarta-feira (3), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou que já há um entendimento com Casa Civil e Planalto a favor de “certos aspectos da PEC que fortalece a autonomia do BC”.

    “Eu penso que o Banco Central precisa ter orçamento próprio para fazer frente a despesas que não tem condição de fazer, dentre as quais o fortalecimento da parte regulatória”, afirmou Haddad. “O banco autorizou um sem número de instituições financeiras que não estão sendo supervisionadas, sobretudo à luz dos golpes que estão surgindo e a infraestrutura do Pix.”

    Por causa do regime de contratação do serviço público, o BC também tem dificuldades de estabelecer monitoramento 24 horas do Pix, já que está proibido de pagar horas extras ou adicional noturno. A autoridade monetária tenta contornar essas limitações com servidores de sobreaviso.

    A falta de pessoal também compromete a supervisão das 1.919 instituições financeiras reguladas pelo BC. Dos 1.374 grupos econômicos monitorados, 810 usam declaração simplificada (com menor prestação de contas) e outros 103 estão isentos.

    Enquanto vários funcionários supervisionam os cinco grandes bancos (Itaú, BB, Caixa, Bradesco e Santander), um único servidor acompanha 70 fintechs -cenário que favoreceu casos como o da Soffy, que recebeu R$ 270 milhões durante ataque hacker, e do BK Bank, investigado sob suspeita de lavagem para o PCC (Primeiro Comando da Capital).

    Embora exalte o sucesso do Pix, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) pediu nas últimas semanas que a autoridade monetária fortaleça a supervisão sobre as instituições financeiras de menor porte a fim de evitar que essas empresas se tornem “porta de entrada para ações criminosas”. A limitação e restrição do fluxo financeiro de instituições não reguladas foi um pleito da entidade atendido pelo BC.

    BC mantém 9 servidores na segurança do Pix; ataques desviaram R$ 1,5 bi em três meses

  • Interesse da Petrobras consolida etanol de milho frente ao de cana

    Interesse da Petrobras consolida etanol de milho frente ao de cana

    O etanol de milho já corresponde a 17% da produção anual de etanol no Brasil, contra 8% de quatro anos atrás -e a expectativa é de que essa proporção continue subindo nos próximos anos, à medida que investimentos já anunciados sejam operacionalizados e o etanol de cana cresça a passos lentos.

    PEDRO LOVISI
    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O interesse da Petrobras em entrar para o mercado de etanol de milho consolida o crescimento de um setor que cresceu de forma exponencial nos últimos quatro anos. A estatal ainda não tomou sua decisão final de investimento, mas a mera cogitação em detrimento da tradicional rota de cana-de-açúcar aponta quão atrativo esse novo produto se tornou para os investidores.

    O etanol de milho já corresponde a 17% da produção anual de etanol no Brasil, contra 8% de quatro anos atrás -e a expectativa é de que essa proporção continue subindo nos próximos anos, à medida que investimentos já anunciados sejam operacionalizados e o etanol de cana cresça a passos lentos. A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) estima que o grão será em 2034 responsável por 23% da produção brasileira do combustível, e o setor estima números ainda maiores.

    De acordo com a UNEM, associação que representa os grandes produtores de etanol de milho do Brasil, há hoje no país 24 biorrefinarias operando. Outras 16 já têm autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para serem construídas e mais 16 estão programadas para construção. Na semana passada, por exemplo, a maior empresa do setor, a Inpasa, anunciou uma joint venture com a gigante do agro Amaggi para construir três plantas no Mato Grosso.

    O boom se explica sobretudo pela rentabilidade do negócio. Ao contrário do etanol de cana-de-açúcar, o combustível feito de milho gera um subproduto de alto valor agregado: o DDG, que serve de ração para gados. Segundo a consultoria Datagro, uma das maiores do setor, o subproduto pode cobrir até 40% dos custos que as usinas têm com a compra de milho -o que se soma aos já altos preços do etanol. Há também a possibilidade de se fazer óleo com o grão.

    Além disso, o mercado viu o preço do milho saltar nos últimos anos, o que aumentou a margem dos fornecedores do grão, que também arrecadam com a venda de soja, já que a maior parte do plantio de milho do Brasil é feita após a colheita da oleaginosa.

    Segundo um importante empresário do setor, a rentabilidade do negócio sobe também porque o aumento da demanda interna por etanol de milho faz com que o produtor gaste menos com os custos para exportar o grão -hoje, grande parte da produção vai para o Oriente Médio e a Ásia. Assim, os ganhos de rentabilidade se dividem para todas as empresas da cadeia.

    “Para se ter uma ideia, não há neste momento nenhum projeto de nova usina de cana no Brasil”, afirma Plinio Nastari, consultor da Datagro.

    Dados da Unica, a associação que representa os usineiros de cana, apontam grande diminuição da quantidade de cana destinada à produção do etanol, enquanto o preço do açúcar atingiu altas históricas no ano passado. Na safra de 2019 e 2020, por exemplo, 65% da colheita de cana foi para a produção de etanol, enquanto na última safra (terminada em março deste ano) foram 52%.

    “Nos últimos anos o etanol de milho tem sido mais rentável. O produtor de cana-de-açúcar tem ido mais para o açúcar, porque ele tem visto uma rentabilidade maior nos últimos anos”, diz Ricardo Mussa, ex-CEO da Raízen, a maior empresa de etanol de cana do Brasil.

    Mussa, no entanto, não enxerga um cenário em que o etanol de milho abocanhe o mercado que hoje pertence aos usineiros de cana. Isso porque, na visão dele, o aumento da produção de etanol de milho tende a se expandir para o Norte e o Nordeste, regiões brasileiras que ainda vivem com pouca oferta de etanol. Das 32 plantas de etanol de milho em construção ou em espera de autorização, por exemplo, dez estão nas duas regiões, próximas ao Matopiba (que reúne MA, TO, PI e BA), onde o agronegócio mais cresce no Brasil.

    “Até pouco tempo atrás, você não encontrava etanol na bomba do posto de gasolina do Mato Grosso ou de algum estado do Norte ou Nordeste, porque como o etanol era produzido em SP ele chegava caro nesses locais. Mas, com o etanol de milho sendo produzido de forma mais descentralizada, se começa a ter um mercado novo para o etanol, que é o consumidor do carro flex no Norte e no Nordeste “, diz Mussa. “Então, houve um aumento da demanda e isso significa que o etanol de milho não está tirando o mercado do etanol de cana-de-açúcar e, sim, da gasolina.”

    Rafael Borges, analista de inteligência de mercado da StoneX, diz que a maior oferta de etanol tende a reduzir o preço do combustível, o que aumenta sua competitividade frente à gasolina.

    Pode estar aí uma outra razão para o interesse da Petrobras por esse setor, que também viu o governo aumentar, em junho, a adição de etanol à gasolina para 30% -podendo chegar até a 35%, conforme a lei Combustível do Futuro, sancionada no ano passado.

    Questionada pela reportagem, a Petrobras disse que o etanol é um vetor estratégico de baixo carbono na carteira de investimentos da empresa e que a estatal estuda parcerias, preferencialmente em participação minoritária ou com controle compartilhado, com empresas relevantes do setor. “Não há, no momento, definição quanto ao prazo ou à matéria-prima a ser utilizada nos projetos”, afirmou.

    Um especialista no setor que preferiu não se identificar, no entanto, apontou que a petrolífera pode ter dificuldades em adentrar em um mercado que já tem suas campeãs, como a Inpasa e a FS. Segundo essa fonte, apenas seria rentável para essas empresas se unirem à estatal caso ela entrasse como distribuidora -o que a Petrobras está proibida de fazer até 2029, devido a um contrato com a Vibra.

    MERCADOS FUTUROS
    Joga a favor ainda do etanol de milho uma possível aceitação maior por parte da comunidade internacional.

    O etanol -independentemente da matéria-prima- pode dar origem aos combustíveis sustentáveis para aviões e navios, além do hidrogênio verde. Mas a União Europeia, que tende a ser o primeiro mercado para esses combustíveis, é reticente em aceitar rotas que envolvam biocombustíveis, sob alegações de que eles ameaçam a segurança alimentar e contribuem para o desmatamento de florestas. Essa é uma das maiores discussões em fóruns de energia dos quais o Brasil faz parte.

    Mas, de acordo com Pedro Guedes, analista de transição energética para biocombustíveis do Instituto E+ Transição Energética, o agronegócio brasileiro tem esperanças de que o milho, por ser cultivado em áreas já destinadas à soja, seja visto com melhores olhos pelos europeus.

    “O europeu acredita que há impactos adversos dos biocombustíveis para além da plantação em si que podem levar a aumento de desmatamento e, consequentemente, de emissões de carbono. Mas o milho, por utilizar uma terra que já estava sendo produtiva por causa da soja, não teria esse impacto secundário, pois não acarretaria numa expansão da fronteira agrícola”, afirma.

    Em julho, a Organização de Aviação Civil Internacional aprovou o uso do etanol de milho como rota para a fabricação de combustível sustentável de aviação.

    Do lado do etanol de cana, por outro lado, o setor aposta no etanol de segunda geração, hoje já produzido pela Raízen, que tem três usinas em operação para produzir o produto -ainda 2% de toda a produção da empresa. Nessa rota, o combustível é feito a partir do bagaço da cana e, por isso, não competiria com a produção de açúcar.

    Interesse da Petrobras consolida etanol de milho frente ao de cana

  • PIB sente impacto dos juros altos mas ainda pressiona o BC

    PIB sente impacto dos juros altos mas ainda pressiona o BC

    Setores mais dependentes de crédito – maiores \”vítimas\” dos juros altos -, construção e indústria de transformação recuaram, respectivamente, 0,2% e 0,5%, também na margem. Além do aperto monetário, o resultado do PIB refletiu a dissipação de efeitos da safra recorde de grãos, que, no início do ano, encobriu o impacto da Selic mais alta em atividades sensíveis ao ciclo monetário.

    O Produto Interno Bruto (PIB) divulgado na terça-feira, 2, confirmou, como já vinha sendo apontado por indicadores setoriais, que os juros altos começaram a esfriar a atividade econômica, o que é parte do caminho para levar a inflação à meta central de 3%. A desaceleração, porém, veio um pouco mais lenta do que os economistas, em geral, esperavam, podendo diminuir, assim, a convicção de quem aposta em espaço para o Banco Central (BC) começar a cortar os juros até o fim deste ano.

    Sinais de que o BC está cumprindo a sua missão apareceram em várias das rubricas das contas nacionais. Na margem – ou seja, na comparação do segundo trimestre com o primeiro -, o crescimento de 0,5% do consumo das famílias foi metade do registrado na medição anterior (1%). A formação bruta de capital fixo, sinônimo de investimentos, caiu 2,2% no mesmo período, interrompendo seis trimestres consecutivos de crescimento.

    Setores mais dependentes de crédito – maiores \”vítimas\” dos juros altos -, construção e indústria de transformação recuaram, respectivamente, 0,2% e 0,5%, também na margem. Além do aperto monetário, o resultado do PIB refletiu a dissipação de efeitos da safra recorde de grãos, que, no início do ano, encobriu o impacto da Selic mais alta em atividades sensíveis ao ciclo monetário.

    Ainda assim, no agregado, o PIB do segundo trimestre, embalado, sobretudo, por serviços, subiu um pouco mais do que o mercado previa: 0,4% contra 0,3% das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast. Há análises de que os juros continuarão tirando o ritmo da atividade econômica.

    Após a divulgação do PIB, os economistas do Bradesco projetaram crescimento próximo de zero no segundo semestre. \”Os impactos dos juros restritivos são cumulativos e, por isso, devemos ver continuidade desse processo de moderação da economia nos próximos trimestres\”, comentou o departamento de estudos econômicos do banco. Na mesma linha, o departamento econômico do Santander escreveu que vê sinais de acomodação, e a expectativa é de crescimento baixo na segunda metade do ano.

    Só que, por outro lado, o efeito da política monetária deve ser amortecido por impulsos fiscais à frente – entre eles, os pagamentos de precatórios. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho aquecido segue sustentando a demanda. Já os prejuízos das tarifas americanas contra produtos brasileiros devem ser compensados pelo socorro do governo a exportadores.

    Para o economista André Perfeito, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram resiliência da atividade, limitando a perspectiva de corte de juros. \”Muito provavelmente o Copom [Comitê de Política Monetária] irá esperar sinais mais claros de desaceleração ou acomodação da atividade antes de iniciar qualquer ciclo de corte de juros.\”

    Economista-chefe da Lev Asset Management (LAM), Jason Vieira avaliou que, apesar de a política monetária mostrar eficácia, indicada pelos números divulgados pelo IBGE, o BC não deve encontrar margem para começar a cortar juros neste ano. As incertezas fiscais, frisou, ainda \”inflam\” as expectativas de inflação. \”Os sinais apontam a eficácia da política monetária, mas é preciso ancorar as expectativas de inflação, que estão em parte infladas pela questão fiscal\”, avaliou o economista, que prevê início do afrouxamento monetário apenas no primeiro trimestre do ano que vem.

    Segundo Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, a divulgação do PIB confirmou o quadro de acomodação dos setores dependentes de crédito, enquanto as atividades mais sensíveis à renda exibem resiliência. \”Setores como veículos, materiais de construção, eletrodomésticos, produtos eletrônicos vêm perdendo tração em meio ambiente de juros restritivos e de alto grau de endividamento das famílias\”, comentou. Por outro lado, ponderou Margato, o mercado de trabalho continua aquecido, com a taxa de desemprego renovando mínimas históricas e uma alta consistente da renda.

    PIB sente impacto dos juros altos mas ainda pressiona o BC

  • Banco Central limita a R$ 15 mil valor de TED e Pix

    Banco Central limita a R$ 15 mil valor de TED e Pix

    Entre as novas regras, estabelece um limite de R$ 15 mil no valor das operações de TED e Pix para instituições de pagamento não autorizadas pelo regulador e para as que se conectam ao sistema financeiro por meio das chamadas PSTIs (Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação).

    NATHALIA GARCIA E ADRIANA FERNANDES
    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Sob pressão após ataques hackers que provocaram desvios milionários de recursos e infiltração do crime organizado na economia, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira (5) um conjunto de medidas para endurecer as regras aplicadas às instituições e reforçar a segurança do sistema financeiro nacional.

    Entre as novas regras, estabelece um limite de R$ 15 mil no valor das operações de TED e Pix para instituições de pagamento não autorizadas pelo regulador e para as que se conectam ao sistema financeiro por meio das chamadas PSTIs (Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação). As transações que excederem esse teto serão travadas pelo próprio sistema do BC.

    “Faria Lima ou fintechs são as vítimas do crime organizado”, afirmou Gabriel Galípolo, presidente do BC, no detalhamento das medidas a jornalistas, em Brasília. “Elas [medidas] são contra o crime organizado, não contra qualquer tipo de instituição ou segmento”, acrescentou.

    Segundo o BC, as medidas entrarão em vigor imediatamente. A publicação da norma com as novas regras está prevista para ocorrer ainda nesta sexta.

    “Transitoriamente, os participantes que atestarem a adoção de controles de segurança da informação poderão ser dispensados da limitação por até 90 dias”, disse a autoridade monetária em nota, sinalizando que essa é uma medida de caráter excepcional.

    De acordo com Galípolo, 99% das transações feitas por pessoas jurídicas via Pix ou TED estão abaixo do valor limite de R$ 15 mil. “Se fosse falar de pessoas físicas, esse valor seria de R$ 3.700, então, a gente tem uma folga bastante boa. Apenas 1% de pessoa jurídica se encaixa acima desse valor de R$ 15 mil”, afirmou. Segundo ele, o tamanho do universo de contas atingidas representa 3% do total do sistema.

    “Ao restringir o valor que é possível de ser feito, vai forçar a necessidade, para fazer algum tipo de ataque, uma repetição de operações maior, o que tende a ser capturado mais rápido esse indicativo de movimento”, disse o presidente do BC.

    A autarquia também anunciou o aumento dos requisitos e controles para o credenciamento dos prestadores de serviços de tecnologia, ampliando os requerimentos de governança e de gestão de riscos. O BC passou a exigir capital mínimo de R$ 15 milhões. Até então, não havia exigência de valor para esse tipo de empresa. Hoje, cerca de 250 instituições acessam o ecossistema do BC por meio delas.

    “O descumprimento estará sujeito à aplicação de medidas cautelares ou até ao descredenciamento. A norma entra em vigor imediatamente e os PSTI em atividade têm até quatro meses para se adequarem”, disse o BC em nota.

    O Banco Central definiu ainda que nenhuma instituição de pagamento poderá começar a operar sem prévia autorização. Com isso, o prazo final para que instituições de pagamento não autorizadas solicitem aval para funcionamento foi antecipado de dezembro de 2029 para maio do ano que vem.

    Atualmente, aguardam autorização do BC 72 instituições de pagamento e mais 70 instituições de outras categorias. O regulador tem expectativa de receber requerimentos de mais 14 instituições de pagamento ainda neste ano e outros 76 pedidos desse tipo de instituição no ano que vem.

    A instituição de pagamento que já estiver prestando serviços e tenha seu pedido de autorização negado deverá encerrar suas atividades em até 30 dias, conforme determinação da autoridade monetária.

    Na última semana, um ataque cibernético desviou R$ 710 milhões da empresa Sinqia, que conecta instituições financeiras ao sistema Pix. Nesse caso, mais de 80% dos recursos desviados foram recuperados. O episódio se soma ao ataque bilionário que atingiu a C&M Software, ocorrido em 30 de junho. Um terceiro caso foi registrado recentemente, envolvendo a fintech gaúcha Monbank.

    O aperfeiçoamento da segurança do sistema financeiro ganhou mais urgência depois que operações da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo, realizadas em agosto, miraram a infiltração do PCC (Primeiro Comando da Capital) na cadeia produtiva do setor de combustíveis e do mercado financeiro.

    As investigações afirmaram que, para movimentar e ocultar o dinheiro ilícito, o PCC desenvolveu uma estrutura financeira complexa e profissional, envolvendo utilização de corretoras, administradoras de diferentes tipos de fundos de investimento e fintechs.

    Também participaram do anúncio das medidas os diretores Izabela Correa (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Gilneu Vivan (Regulação), além do secretário-executivo do BC, Rogério Lucca.

    Segundo Galípolo, diante dos recentes acontecimentos, o BC optou por antecipar medidas que já estavam mais maduras em vez de aguardar até que todo o pacote estivesse pronto. Ele prometeu um anúncio em breve de outras iniciativas que também vão na direção de reforçar a segurança do sistema financeiro.

    O BC está debruçado, por exemplo, sobre a regulação de contas-bolsão depois que investigações mostraram que facções criminosas se aproveitaram desse instrumento para ocultação de bens, lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

    Contas-bolsão são contas correntes abertas por fintechs de pequeno porte, que não têm acesso ao sistema brasileiro de pagamentos, em bancos tradicionais e outras instituições de pagamento.

    “Algumas dessas práticas são reguladas, outras são ou descumprimento normativo ou atos irregulares. O que a gente está trabalhando é para conseguir separar e melhorar a tipificação e o reforço de restrição para o uso desse tipo de prática”, afirmou o diretor de Regulação do BC.

    A regulamentação envolvendo criptoativos e BaaS (Banking as a Service) também está sendo trabalhada pela diretoria do Banco Central. “Estamos em fase final de conclusão dessas minutas e elas devem sair ao longo dos próximos meses”, acrescentou Vivan.

    Outra medida que está sendo desenhada é uma alteração na exigência de capital mínimo de instituições de pagamento, que passaria para algo em torno de R$ 7 milhões -o valor atual não foi informado. A ideia, segundo o diretor do BC, é que o montante exigido deixe de ser associado ao tipo de instituição e passe a corresponder às atividades ofertadas por ela.

    De acordo com Galípolo, as medidas anunciadas levaram em consideração a capacidade operacional da instituição. “A gente acaba tendo um remanejamento de pessoas para forças-tarefas como essa, o que acaba não permitindo que a gente consiga fazer simultaneamente as entregas que a gente gostaria de inovação junto com algumas medidas que a gente está adotando agora”, disse.

    Ele também voltou a defender a atualização do arcabouço institucional pretendida pela PEC (proposta de emenda à Constituição) que dá autonomia financeira e orçamentária à autoridade monetária e fez um aceno ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela manifestação de apoio à autonomia do BC.
    Após o anúncio das mudanças, a Abranet (Associação Brasileira de Internet) manifestou apoio às medidas, dizendo que “preservam a inovação, a cidadania financeira e a competição no ainda concentrado sistema financeiro no Brasil.”

    “O maior rigor na regulação e fiscalização de prestadores de serviços de tecnologia financeira, a definição de tetos para movimentações via Pix, o combate às fraudes, entre outros, ajudam a manter a confiança dos usuários para que continuem usufruindo dos ganhos expressivos trazidos com a competição e inovação no sistema de pagamentos, a exemplo das contas digitais gratuitas e popularização do Pix”, afirmou a entidade em nota.

    A ABBC (Associação Brasileira de Bancos) também se mostrou favorável às iniciativas, dizendo que “representam avanço importante, ampliando os mecanismos de proteção e mitigação de riscos no âmbito dos pagamentos e transações digitais.”

    “Trata-se de um primeiro passo na direção correta para ampliar a proteção do sistema frente a fraudes e riscos associados às transações digitais, mas a ABBC destaca que espera medidas adicionais ao longo das próximas semanas”, complementou.

    Banco Central limita a R$ 15 mil valor de TED e Pix

  • Prejuízo dos Correios triplica e chega a R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025

    Prejuízo dos Correios triplica e chega a R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025

    No segundo trimestre, o prejuízo chegou a R$ 2,64 bilhões – um aumento de quase cinco vezes em relação ao rombo de R$ 553 milhões do mesmo período de 2024.

    Os Correios registraram um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, informou a empresa estatal nesta sexta-feira,5. O resultado representa um aumento de 222% (triplo) em relação ao prejuízo de R$ 1,35 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior.

    No segundo trimestre, o prejuízo chegou a R$ 2,64 bilhões – um aumento de quase cinco vezes em relação ao rombo de R$ 553 milhões do mesmo período de 2024.

    No primeiro semestre, a empresa viu a sua receita líquida cair de R$ 9,28 bilhões em 2024 para R$ 8,18 bilhões em 2025. Ao mesmo tempo, despesas gerais e administrativas saltaram de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões, enquanto as despesas financeiras aumentaram de R$ 3,09 milhões para R$ 673 milhões, na mesma comparação.

    Os custos com produtos vendidos e serviços prestados subiram de R$ 7,8 bilhões para R$ 7,9 bilhões.

    Na divulgação do balanço, a empresa afirmou que \”enfrenta restrições financeiras decorrentes de fatores conjunturais externos que impactaram diretamente a geração de receitas.\”

    \”Entre os principais motivos, destaca-se a retração significativa do segmento internacional, em razão de alterações regulatórias relevantes nas compras de produtos importados, que provocaram a queda do volume de postagens e o aumento da concorrência, resultando na redução das receitas vinculadas a esse segmento\”, diz a empresa, referindo-se de forma indireta à taxa das blusinhas, implementada pelo governo Lula.

    A empresa ainda diz que implementou um plano de contingência, com objetivo de buscar o reequilíbrio econômico.

    \”As ações priorizam o incremento de receitas, por meio dadiversificação de serviços e da expansão da atuação comercial, bem como a otimização e racionalização das despesas e a reduçãode custos operacionais, preservando a universalização dos serviços e assegurando ganhos de produtividade e sustentabilidadefinanceira\”, disse a companhia.

    Os Correios também citam a implementação de um market place próprio, com a entrada no segmento do e-commerce, e a autorização de uma linha de crédito de R$ 4 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics, para investir em modernização, operações logísticas e automação de processos.

    Em entrevista ao Estadão, em meados de julho, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reconheceu os problemas financeiras da estatal e afirmou que a solução para reverter o quadro passa por cortes de custos e aumento de receitas.

    \”Tem de cortar custos de um lado e buscar receita de outro. Essa é a solução para os Correios, e num setor que está passando por transformação\”, disse Dweck.

    Ela afirmou que os Correios perderam o monopólio de entregas no País, ao mesmo tempo que permaneceu com a obrigação de garantir fornecer o serviços para todo o território nacional, incluindo áreas remotas e pouco lucrativas.

    Em uma tentativa de contornar a crise, a empresa se comprometeu com a equipe econômica a economizar R$ 1,5 bilhão ainda em 2025. Uma das esperanças de cortar os gastos é o Plano de Desligamento Voluntário, com o qual a empresa prevê economizar R$ 1 bilhão ao ano.

    O presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos, entregou pedido de demissão, no início de julho, mas permanece no cargo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o pedido para que ele continuasse, até encontrar um substituto, o que ainda não aconteceu, em uma situação inédita para a companhia.

    Desde 2022, os Correios vêm apresentando prejuízos, mas o resultado negativo vem piorando. Naquele ano, a empresa fechou no vermelho em R$ 767 milhões, com pequena redução para R$ 596 milhões, em 2023. Em 2024, contudo, o rombo chegou a R$ 2,59 bilhões e, agora, no primeiro semestre, o número negativo salto para 4,36 bilhões.

    Prejuízo dos Correios triplica e chega a R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025

  • Lula assina MP que autoriza renegociação de dívidas do agro

    Lula assina MP que autoriza renegociação de dívidas do agro

    A medida da governo vale para pequenos, médios e grandes produtores com duas perdas de safra nos últimos cinco anos em municípios que decretaram calamidade duas vezes nesse período

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) assinou a medida provisória que libera R$ 12 bilhões em recursos para a renegociação de dívidas do agronegócio com bancos.

    “Não é perdão, é renegociação responsável. Os produtores terão até nove anos para pagar com um ano de carência para se reorganizar e seguir plantando. Também criamos estímulos para que os bancos renegocieem dívidas com recursos próprios. Com essa medida, o produtor recupera crédito e volta a plantar com segurança”, disse Lula em comunicado.

    A medida vale para pequenos, médios e grandes produtores com duas perdas de safra nos últimos cinco anos em municípios que decretaram calamidade duas vezes nesse período.

    A ideia é que o dinheiro sirva de fonte de recursos para novos financiamentos, que seriam usados para quitar as dívidas antigas dos produtores -muitos dos quais estão inadimplentes

    O tema foi discutido na véspera em reunião de Lula com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, e da presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

    Lula assina MP que autoriza renegociação de dívidas do agro

  • Para Tarcísio, é o mercado financeiro que vai 'proporcionar a redução das desigualdades'

    Para Tarcísio, é o mercado financeiro que vai 'proporcionar a redução das desigualdades'

    No últimos dias, Tarcísio foi duramente criticado por ir para Brasília discutir uma possível anistia para Bolsonaro pelo 8/1; o governador é acusado de focar nas eleições presidenciais de 2026 e esquecer o Estado que comanda

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta sexta-feira, 5, que o mercado financeiro vai proporcionar a redução das desigualdades no País, após o leilão do Lote Paranapanema (ampliação da rodovia Raposo Tavares) na sede da B3, em São Paulo.

    “A gente acredita na iniciativa privada como força motriz. A gente acredita que é o recurso privado que vai trazer transformação. A gente acredita que é o mercado que vai proporcionar a redução das desigualdades”, disse Tarcísio. “O Estado em si não daria conta de fazer isso (investimentos). Temos que fazer todos os ajustes, ser rigorosos nas contas.”

    Potencial candidato à Presidência da República no ano que vem, o governador destacou que sua gestão está “dando exemplo para o Brasil”. E ressaltou que está “pagando dívidas” do passado de São Paulo.

    Tarcísio adiantou que as obras do Rodoanel Norte e da Linha 17- Ouro serão entregues no ano que vem. Ele disse que os projetos atrasados “da Copa do Mundo” de 2014 “não farão mais aniversário”.

    Aliado de Tarcísio e responsável por tramitar pautas de interesse do Executivo, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL) compareceu ao leilão. Também estão presentes o vice-governador Felício Ramuth (PSD), o secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, e a secretária de Infraestrutura, Meio Ambiente e Logística, Natália Resende.

    Para Tarcísio, é o mercado financeiro que vai 'proporcionar a redução das desigualdades'

  • Lula liga para Comissão Europeia e faz alerta sobre salvaguardas em acordo com Mercosul

    Lula liga para Comissão Europeia e faz alerta sobre salvaguardas em acordo com Mercosul

    Ursula von der Leyen manifestou apoio ao acordo entre Mercosul e União Europeia; as salvaguardas são medidas temporárias que um país pode fazer para proteger sua economia, previstas pela OMC

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ligou nesta sexta-feira (5) para Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que manifestou apoio ao acordo entre Mercosul e União Europeia e à realização da COP30 em Belém, marcada para novembro deste ano.

    Lula também defendeu que qualquer regulamento sobre salvaguardas que seja adotado internamente pela UE precisa estar em conformidade com os termos pactuados no acordo entre os blocos.

    As salvaguardas são medidas temporárias que um país pode fazer para proteger sua economia, previstas pela OMC (Organização Mundial do Comércio). O mecanismo, típico do comércio internacional, protege o país importador de flutuações bruscas no mercado que possam prejudicar a economia local. O item foi o que fez a França ceder ao tratado. No caso europeu, há ainda um receio em competir com o Brasil, o maior exportador de carne bovina e de aves do mundo.

    A Comissão Europeia iniciou a etapa final de aprovação do acordo União Europeia-Mercosul na última quarta-feira (3).

    Lula saudou o envio do acordo pela Comissão para aprovação pelo Conselho Europeu, como mais um passo importante para sua assinatura.

    O presidente tem intenção de firmar o acordo ainda neste ano, o que foi manifestado diversas vezes pelo líder a representantes do continente europeu. Em sua ligação com Emmanuel Macron, presidente da França, Lula reiterou esse prazo e o pedido de apoio ao francês para assinatura do acordo.

    Os dois líderes, que se falaram por cerca de 20 minutos, concordaram que, diante do momento de “incerteza e desestruturação do comércio internacional”, a parceria entre os dois blocos regionais seria ainda mais estratégica. A perspectiva é de que o futuro acordo criará um mercado de mais de 700 milhões de pessoas e corresponderá a 26% do PIB global.

    Como nas demais ligações feitas a líderes mundiais desde o anúncio do tarifaço imposto pelos Estados Unidos de Donald Trump, Lula reforçou um discurso em prol do multilateralismo e de estreitamento de parcerias comerciais com outros países.

    A questão climática também foi tema da conversa para além do apoio à COP30, a conferência climática da ONU, na qual os dois reforçaram compromisso com metas de descarbonização da economia e citaram a implementação do Acordo de Paris (tratado internacional para limitar o aquecimento global).

    Lula liga para Comissão Europeia e faz alerta sobre salvaguardas em acordo com Mercosul

  • Doze de 24 atividades tiveram quedas de preços no IPP de julho, mostra IBGE

    Doze de 24 atividades tiveram quedas de preços no IPP de julho, mostra IBGE

    Segundo o IBGE, houve equilíbrio no número de atividades com quedas e altas de preços em julho, mas a deflação foi mais branda do que no mês anterior, quando o IPP recuou 1,27%

    A queda de 0,30% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em julho foi decorrente de reduções em 12 das 24 atividades pesquisadas, segundo os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Segundo Murilo Alvim, gerente do IPP no IBGE, houve equilíbrio no número de atividades com quedas e altas de preços em julho, mas a deflação foi mais branda do que no mês anterior, quando o IPP recuou 1,27%.

    “A influência mais intensa, do setor de alimentos, foi negativa e ajuda a explicar o resultado geral da indústria. Excluindo os alimentos, as demais atividades tiveram, somadas, uma influência positiva, de 0,03 ponto porcentual, ou seja, grande parte dos motivos para o IPP permanecer no campo negativo em julho vem da queda dos alimentos”, destaca Alvim, em nota oficial.

    Em julho, a queda de 1,33% nos preços dos alimentos deu a maior contribuição para a deflação do mês, de 0,33 ponto porcentual.

    “Em relação ao setor de alimentos, podemos destacar os menores preços dos açúcares, recuo que está em linha com a queda dos preços internacionais, muito por conta de um aumento da oferta em grandes países produtores, como a Índia, a Tailândia e o Brasil. Isso fez com que o grupo de fabricação e refino de açúcar apresentasse uma retração de 4,31% em julho e fosse a principal influência no resultado setorial”, disse Murilo.

    “Outro aspecto relevante foi a redução dos preços do café, explicada pelos custos de produção mais baixos, em grande parte pelo início da colheita de novas safras no país, que fez com que o grupo de torrefação e moagem de café apresentasse a maior queda no indicador mensal em toda a sua série histórica, com um recuo de 6,20% em julho. As quedas verificadas nos sucos de laranja e nos derivados da soja também contribuíram”, completou ele, lembrando que esses produtos são exportáveis, tendo assim variações de preços também afetadas pela flutuação do dólar.

    Segunda maior contribuição negativa em julho, os preços do setor de metalurgia diminuíram 1,65%, impacto de -0,11 ponto porcentual no IPP. Já as maiores pressões inflacionárias partiram das indústrias extrativas, alta de 2,42% e impacto de 0,10 ponto porcentual, e fabricação de máquinas e equipamentos, aumento de 1,40% e impacto de 0,06 ponto porcentual.

    Doze de 24 atividades tiveram quedas de preços no IPP de julho, mostra IBGE

  • Leilão da Caixa tem mais de 500 imóveis com descontos de até 68%

    Leilão da Caixa tem mais de 500 imóveis com descontos de até 68%

    Os lances vão até os dias 15 e 22 de setembro, e os descontos podem chegar a 68% em relação ao valor de mercado

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Caixa Econômica Federal anunciou um novo leilão com 586 imóveis residenciais, comerciais e terrenos distribuídos por 23 estados brasileiros. Os lances vão até os dias 15 e 22 de setembro, e os descontos podem chegar a 68% em relação ao valor de mercado, segundo a plataforma Globo Leilões.

    Interessados devem se cadastrar nos sites e www.caixa.gov.br/imoveiscaixa. Na página inicial da leiloeira Globo, é possível encontrar um banner com o leilão da Caixa para visualizar os lotes e habilitar-se para a disputa.

    Há possibilidade de financiar e usar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A Caixa afirma que não envia diretamente o boleto das propostas, e que o arrematante deve pagar os valores exclusivamente no site indicado.

    A região Sudeste é a que concentra o maior número de oportunidades (230), seguida pelo Nordeste (121), Centro-Oeste (110), Sul (109) e Norte (7).

    O estado de São Paulo é o que possui mais imóveis em leilão (109). Na capital, por exemplo, no lote 547, um apartamento de 35,15 m² no bairro Cambuci é leiloado a R$ 230 mil no dia 15 e, caso não seja arrematado, terá lances iniciais de R$ 186.879,97 no dia 22.

    No Rio de Janeiro, com 78 imóveis no total do estado, a capital oferece um imóvel de alto padrão com 113,75 m² e três dormitórios no lote 328. O valor inicial de R$ 1,2 milhão poderá ser reduzido para R$ 474 mil no lance inicial do segundo leilão, o que equivale a um desconto de 59%.

    Em Pernambuco (14 imóveis), na cidade de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife, um apartamento de 41,79 m² no bairro Barra de Jangada, com dois dormitórios, poderá ter um desconto de 44% no valor, passando de R$ 170 mil para a partir de R$ 94,8 mil no segundo leilão, lote 217.

    Na cidade de Aparecida de Goiânia (GO, com 85 imóveis), uma casa de 93,71 m² no Setor Pontal Sul, com três dormitórios, tem seu valor de avaliação reduzido em 40% no lote 69, saindo de R$ 290 mil para R$ 174 mil no lance inicial do segundo leilão.

    No Sul, em Brusque (SC, que tem nove oportunidades), uma casa de 66,26 m² no bairro São João é oferecida com um desconto de 40% no lote 459. O valor passa de R$ 335 mil para R$ 201 mil.

    Já em Manaus, entre os três imóveis disponíveis no estado do Amazonas, há um apartamento de dois quartos, 41,51 m², em Ponta Negra, no lote 5 por R$ 235 mil no primeiro leilão e por R$ 185.802,56 no segundo (desconto de 21%).

    Outros estados com oportunidades são Espírito Santo (3), Minas Gerais (40), Alagoas (3), Bahia (24), Ceará (13), Maranhão (6), Paraíba (6), Piauí (8), Rio Grande do Norte (45), Sergipe (2), Distrito Federal (4), Mato Grosso (9), Mato Grosso do Sul (12), Paraná (61), Rio Grande do Sul (39), Pará (3) e Tocantins (1).
    COMO PARTICIPAR DO LEILÃO DA CAIXA NA GLOBO LEILÕES?

    1 – Acesse o site caixa
    2 – Nos ícones do centro da página, realize o “Cadastro Globo Leilões”, como pessoa física ou jurídica, e o “Cadastro Caixa Econômica”
    3 – Aguarde a análise dos dados por parte da leiloeira, que deverá enviar a confirmação no email cadastrado
    4 – De volta ao site inicial, clique em “Habilite-se agora” no lote desejado
    5 – Quando estiver habilitado, o usuário poderá enviar seus lances para os lotes desejados

    CALENDÁRIO DO LEILÃO
    Primeiro leilão (valor da avaliação) – 15 de setembro, às 10h
    Segundo leilão (bens com até 68% de desconto) – 22 de setembro, às 10h
    Homologação dos resultados – A partir de 25 de setembro

    Leilão da Caixa tem mais de 500 imóveis com descontos de até 68%