Categoria: MUNDO

  • Mulher morre de complicações causadas por margarita que bebeu há 2 anos

    Mulher morre de complicações causadas por margarita que bebeu há 2 anos

    A professora Holly Hill não imaginava que uma saída romântica com o seu marido, no Dia dos Namorados, fosse mudar a sua vida para sempre

    Uma professora de Oklahoma, nos Estados Unidos da América (EUA) morreu dois anos depois de ter ingerido uma bebida adulterada, que lhe provocou vários problemas de saúde e a obrigou a ser submetida a várias cirurgias ao longo dos últimos meses.

    Em 2023, Holly Hill, de 30 anos, foi a um passeio romântico com o seu marido, para celebrar o dia de São Valentim. O casal decidiu ir jantar ao restaurante mexicano ‘Hacienda La Margaritas Bar&Grill’, na localidade de Elgin, onde acabaria por solicitar a bebida que viria a mudar a sua vida.

    Saída acaba em tragédia

    Durante a sua saída, Holly decidiu pedir uma das especialidades da casa: uma Margarita. 

    Mas, mal colocou a bebida na boca, a mulher sentiu o seu corpo ‘queimar’, recorda a sua mãe em declarações citadas pelo Daily Mail. A causa, que viria ser apurada, estava o fato de a bebida conter um desengordurante industrial.

    “Ela percebeu logo que algo não estava bem. Levantou-se  e foi correndo para o banheiro, vomitou, e começou a lavar a boca com água”, contam familiares.

    Mais de 30 cirurgias após o incidente

    Depois do sucedido, e nos meses seguintes, a professora do ensino fundamental teve que se deslocar por diversas vezes aos serviços de urgência por complicações causadas pelas queimaduras que sofreu no esófago.

    Dias antes de morrer, Holly tinha sido sujeita a mais um procedimento médico, momento em que se percebeu que o buraco no esófago não estava curado, mas apresentava melhorias, sobretudo porque não estava inflamado. Um pneumologista foi então chamado para ajudar a suturá-lo.

    Após essa operação, a indicação médica era a de que Holly teria que continuar a ser alimentada por um tubo e que teria que regressar ao hospital em algumas semanas. 

    Holly acabou morrendo dias depois naquilo que a família considera ser uma consequência do incidente que aconteceu no restaurante mexicano.

    Dias antes de morrer, a mulher tinha feito uma publicação nas redes sociais em que afirmava que “dizer que isto mudou a minha vida, é subestimar o que aconteceu” e que confiava no seu médico para continuar a batalhar por “esta jornada sem fim”.

    Reação do restaurante

    Segundo a imprensa norte-americana, o restaurante nunca chegou a fazer um comunicado oficial sobre o sucedido, tendo simplesmente feito um pedido de desculpas geral, sem mencionar nomes.

    “Estamos muito consternados com o que aconteceu […] nunca nos nossos 10 anos de serviço tivemos uma situação destas, uma situação que nunca devia ter acontecido […] Nunca tentamos fugir às nossas responsabilidades e continuaremos a apoiá-los de todas as formas possíveis”, podia se ler em uma publicação feita no Facebook, sem nunca referir que o mesmo se dirigia a Holly e à sua família, causando ainda mais indignação junto dos mesmos.

    Investigação e queixa contra o restaurante

    A família de Holly apresentou um processo contra o restaurante, considerando ser o responsável pela morte da mulher, que deixa três filhos órfãos.

    “A primeira coisa que queremos é que as pessoas entendam o que aconteceu naquele restaurante e parem de apoiá-los. Queremos que assumam as consequências do que fizeram”, refere a mesma em comunicado.

    O departamento de Polícia de Elgin anunciou, entretanto, que foi aberta uma investigação ao sucedido.

    Mulher morre de complicações causadas por margarita que bebeu há 2 anos

  • Aliados de Trump rejeitam Brasil como mediador de conflito na Venezuela

    Aliados de Trump rejeitam Brasil como mediador de conflito na Venezuela

    Aliados de Trump rejeitaram a proposta de Lula para que o Brasil atue como mediador entre EUA e Venezuela. A sugestão, feita durante encontro na Malásia, foi considerada inoportuna por integrantes do governo americano, que defendem ações mais duras contra o regime de Nicolás Maduro

    (CBS NEWS) – Aliados do presidente Donald Trump rejeitam a ideia de ter o Brasil como mediador do conflito entre os Estados Unidos e a Venezuela. Esse grupo é formado por pessoas ligadas ao secretário de Estado, Marco Rubio, que tem defendido a abordagem belicosa em relação ao ditador Nicolás Maduro.

    A proposta do Brasil foi feita pelo presidente Lula (PT) a Trump durante viagem à Malásia, no domingo (26). Dois interlocutores do Departamento de Estado disseram à reportagem que a sugestão foi mal recebida porque a abordagem defendida pelos EUA agora não considera negociações diplomáticas. Pelo contrário, Washington manteve conversas com Caracas, até que, no mês passado, Trump mandou interrompê-las. Desde então, a tensão só escalou na América Latina.

    Para um grupo no governo Trump, o Brasil não apenas não deve se meter em um assunto liderado pelos EUA, como também não é o interlocutor ideal com Maduro. Aliados de Rubio afirmam que o governo brasileiro tem uma abordagem mais simpática ao ditador, enquanto os EUA têm trabalhado no sentido de mudar o regime venezuelano, inclusive autorizando a CIA a realizar operações com essa finalidade.

    Antes de iniciar o encontro com Lula, o americano expressou surpresa com a possibilidade de o assunto ser tratado na conversa. “Eu não acho que vamos discutir Venezuela. Eles [o Brasil] não estão envolvidos em Venezuela. Se eles quiserem, vamos discutir, mas não acho que vamos”, disse Trump.

    Lula, no entanto, já havia indicado ao americano que trataria do assunto. Em ligação telefônica de cerca de 30 minutos neste mês, o brasileiro mencionou o tema. Disse que defende uma saída diplomática para a questão da Venezuela e que esperava conversar mais com Trump a esse respeito, como a Folha de S.Paulo mostrou.

    Naquela ocasião, porém, Lula reconheceu que não conversa com Maduro desde a votação que deu ao ditador mais um mandato, sob amplas evidências de fraudes. O brasileiro argumentou que seu governo cobrou reiteradamente a apresentação das atas eleitorais -nunca fornecidas pelo regime.

    Depois do encontro entre os líderes no domingo, o chanceler Mauro Vieira contou que Lula afirmou ao Trump que a América do Sul é uma região de paz e que o Brasil estaria disposto a atuar pra a promoção da paz e do entendimento entre as nações.

    “[Lula] levantou o tema, disse que a América Latina e América do Sul, especificamente onde estamos, é uma região de paz e ele se prontificou a ser um contato, ser um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países”, afirmou o ministro das Relações Exteriores.

    Depois, o presidente confirmou ter tratado do tema. “Estou vendo que as coisas estão se agravando”, disse Lula ao relatar sua conversa com Trump. “Acho possível encontrar uma solução se houver disposição de negociação, e o Brasil tem interesse que não haja guerra na América do Sul.”

    Nesta terça-feira (28), o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, anunciou que as Forças Armadas destruíram mais quatro embarcações no oceano Pacífico supostamente tripuladas por narcotraficantes. Os ataques ocorreram na segunda-feira (27) e mataram 14 pessoas, com uma sobrevivente, relatou Hegseth.

    O secretário disse que os bombardeios -três, que atingiram quatro embarcações- foram realizados em águas internacionais. O anúncio da ofensiva, que teria sido a mais letal desde o início das operações, em setembro, eleva o total de ataques na região a 14, com 57 mortos.

    A acusação de Trump e de seu governo é que Maduro é um líder de organização criminosa e narcoterrorista. A operação militar é forjada no argumento de impedir a entrada de drogas nos EUA.

    Hegseth já comparou os supostos narcotraficantes a terroristas e disse que daria a eles tratamento parecido com o da Al Qaeda. Não há, contudo, evidências de que os alvos dos EUA são de fato ligados a traficantes, e a justificativa, frágil à luz do direito internacional, é criticada por governos da região, opositores americanos e especialistas.

    Aliados de Trump rejeitam Brasil como mediador de conflito na Venezuela

  • Brasileira é encontrada morta na Itália; companheiro confessa crime e é preso, diz imprensa

    Brasileira é encontrada morta na Itália; companheiro confessa crime e é preso, diz imprensa

    O brasileiro Douglas Reis Pedroso, com quem Jessica Stapazzolo Custodio tinha uma relação, foi preso e teria confessado o feminicídio, de acordo com a imprensa italiana

    MILÃO, ITÁLIA (CBS NEWS) – A brasileira Jessica Stapazzolo Custodio de Lima, 33, foi encontrada morta na manhã desta terça-feira (28) na cidade de Castelnuovo del Garda, no norte da Itália, onde vivia.

    Douglas Reis Pedroso, 41, também brasileiro, com quem ela tinha uma relação, foi preso e teria confessado o feminicídio, de acordo com a imprensa local. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dele.

    Foi Pedroso quem teria chamado a polícia na noite de segunda e indicado que o corpo estava em sua casa, onde ela também estaria morando havia um ano e meio.

    Segundo o jornal Corriere della Sera, o Ministério Público descreveu que Stapazzolo foi morta com um “número não especificado, mas enorme, de facadas”. A arma teria sido encontrada no carro de Pedroso.

    O brasileiro já tinha sido denunciado sob suspeita de agressões contra a companheira, que seriam cometidas desde o ano passado. Em abril deste ano, ele foi obrigado pela Justiça a usar tornozeleira eletrônica e a manter distância de ao menos 500 metros de Stapazzolo.

    No momento em que foi detido, ele não usava o aparelho.

    Pedroso também tinha sido denunciado sob suspeita de agressão à irmã de Stapazzolo e resistência a policiais, além de ter sido condenado por se recusar a fazer o teste de embriaguez ao volante.

    O crime, noticiado pelos principais jornais e canais de TV do país, acontece após dois feminicídios de grande cobertura midiática na Itália, nas últimas semanas. Está em debate público a eficácia de medidas como a tornozeleira eletrônica para prevenção a crimes contra mulheres.

    Luca Zaia, governador do Vêneto, onde fica Castelnuovo del Garda, classificou a morte da brasileira como um “fato terrível, agravado por elementos perturbadores”, em referência ao histórico criminal de Pedroso e à obrigação de uso de tornozeleira eletrônica.

    Segundo o Ministério do Interior, desde janeiro 44 mulheres já foram assassinadas por parceiros ou ex-parceiros na Itália. Em 2024, ao todo, foram 62 vítimas desse tipo de crime.

    Brasileira é encontrada morta na Itália; companheiro confessa crime e é preso, diz imprensa

  • Furacão Melissa atinge Jamaica com categoria máxima e pode ser a 'tempestade do século'

    Furacão Melissa atinge Jamaica com categoria máxima e pode ser a 'tempestade do século'

    ONU alerta para condições catastróficas, e Cruz Vermelha prevê 1,5 milhão de afetados; quatro mortes foram registradas no Haiti e na República Dominicana

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O furacão Melissa atingiu o solo da Jamaica nesta terça-feira (28) como um fenômeno de categoria máxima, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA. Mais cedo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que espera uma situação catastrófica no país caribenho, em decorrência das rajadas de vento superiores a 300 quilômetros por hora, sendo a pior tempestade a atingir a ilha neste século. A costa da cidade de New Hope, a oeste do país, foi a primeira região atingida pelos ventos.

    Pelo menos três pessoas já morreram por causas relacionadas à tempestade, informaram as autoridades do país. O Ministério da Saúde e Bem-Estar informou que esses óbitos ocorreram durante os preparativos para o furacão Melissa, em publicação na rede X na noite de segunda-feira.

    “É uma situação catastrófica esperada na Jamaica”, disse a especialista em ciclones tropicais da OMM, Anne-Claire Fontan, em uma entrevista coletiva em Genebra. “Para a Jamaica, será com certeza a tempestade do século.”

    A tempestade de categoria 5, a mais forte possível na escala Saffir-Simpson, deve levar rajadas de vento de mais de 300 km por hora e uma devastação generalizada à ilha, onde as autoridades ordenaram retiradas obrigatórias.

    Ondas de até quatro metros são esperadas, disse ela, com precipitação que deve ultrapassar 700 mm, cerca do dobro da quantidade normalmente esperada durante toda a estação chuvosa. “Isso significa que haverá inundações repentinas e deslizamentos de terra catastróficos”, disse ela.

    O Melissa já havia cuasado outras quatro mortes durante a semana: três no Haiti e uma na República Dominicana, onde um adolescente está desaparecido.

    O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) prevê que, depois de atingir a Jamaica na terça-feira, a tempestade atravesse o leste de Cuba para seguir sobre as Bahamas e o arquipélago de Turks e Caicos até quarta-feira.

    Em Cuba, com dificuldades para divulgar informações preventivas por causa da falta de eletricidade, as autoridades apressam os preparativos para receber na terça-feira os impactos do Melissa.

    O Conselho de Defesa Nacional declarou na segunda-feira a “fase de alerta” nas seis províncias do leste (Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín, Camagüey, Granma e Las Tunas). As autoridades começaram a retirar cerca de 650 mil pessoas. A população faz estoques de mantimentos e tenta amarrar com cordas os telhados de suas casas. As aulas e as atividades não essenciais foram suspensas.

    TEMPESTADE SE INTENSIFICOU NA APROXIMAÇÃO

    O movimento lento do Melissa sobre as águas caribenhas incomumente mornas contribuiu para seu aumento de tamanho e força, disseram os meteorologistas do NHC. O furacão avança mais devagar que uma pessoa andando, a apenas 5 km/h ou menos, o que faz com que permaneça mais tempo em cada local por onde passa.

    O NHC informou, ainda na segunda-feira, que os ventos na parede do olho do Melissa são tão fortes que podem causar “falha estrutural total” e cortes generalizados de energia e comunicação.

    A Federação Internacional da Cruz Vermelha disse que até 1,5 milhão de pessoas na Jamaica devem ser diretamente afetadas.

    “Hoje será muito difícil para dezenas de milhares, senão milhões de pessoas na Jamaica”, disse Necephor Mghendi da Cruz Vermelha, por videoconferência a partir de Port of Spain, em Trinidad e Tobago.

    “Os telhados serão postos à prova, as águas das enchentes subirão, o isolamento se tornará uma dura realidade para muitos.” Mais de 800 abrigos foram montados para os deslocados das áreas mais afetadas, acrescentou.

    ORDENS DE EVACUAÇÃO

    Ventos brutais e chuvas intensas atingiram a Jamaica já na segunda-feira, com a aproximação do Melissa. O primeiro-ministro, Andrew Holness, emitiu uma ordem de retirada obrigatória em partes do sul da ilha, incluindo a histórica cidade de Port Royal.

    A tempestade, que se encontra ao sul, “provavelmente girará em direção ao norte, o que significa que poderá ter impacto em nossas costas, mais para o extremo oeste da Jamaica”, disse o primeiro-ministro em entrevista à CNN.

    “E se isso acontecer não acredito que exista infraestrutura nesta região capaz de resistir a uma tempestade de categoria 5; portanto, pode haver uma perturbação significativa”, acrescentou.

    Com ventos de 280 km/h, Melissa já alcançou a categoria 5, o nível máximo na escala Saffir-Simpson.

    Ele alertou sobre danos a plantações, residências e infraestrutura na ilha.

    Apesar das ordens de evacuação, muitos moradores da Jamaica decidiram permanecer em suas casas.

    “Não vou me mover. Não acho que consiga escapar da morte”, disse à AFP Roy Brown, falando da histórica área costeira de Port Royal, em Kingston. O homem mencionou as condições e más experiências anteriores em abrigos governamentais durante furacões como razões para não evacuar.

    “Simplesmente não quero sair”, afirmou à AFP Jennifer Ramdial, uma pescadora que ecoou as palavras de Brown.

    Holness afirmou que a retirada era “pelo bem nacional de salvar vidas”. “Foram avisados. Agora depende de vocês usar essa informação para tomar a decisão correta”, disse o primeiro-ministro em entrevista coletiva.

    Melissa é a décima terceira tempestade nomeada -ou seja, monitorada- da temporada de furacões do Atlântico, que se estende do início de junho ao fim de novembro. As fortes chuvas, combinadas com ventos intensos, podem causar uma devastação comparável à de furacões históricos como o Maria (2017) ou o Katrina (2005).

    Furacão Melissa atinge Jamaica com categoria máxima e pode ser a 'tempestade do século'

  • Netanyahu rompe trégua e ordena 'ataques poderosos' contra Gaza

    Netanyahu rompe trégua e ordena 'ataques poderosos' contra Gaza

    Familiares de sequestrados acusam grupo terrorista de quebrar cessar-fogo ao devolver restos mortais de refém já retornado; primeiro-ministro afirmou anteriormente que faria reunião para tratar sobre uma possível resposta

    SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, acusou o Hamas de violar o cessar-fogo e ordenou que o Exército israelense realize “ataques poderosos” à Faixa de Gaza nesta terça-feira (28).

    O Exército afirma que foi equipes de operações de engenharia em Rafah, no sul do território palestino, foram alvo de um atirador e de projéteis anti-tanque. Netanyahu teria tomado a decisão de reiniciar os ataques imediatamente após consultas a autoridades de defesa.

    Ao jornal israelense The Jerusalem Post, um funcionário do governo de Netanyahu afirmou que a resposta seria “mais significativa” do que da última vez em que Tel Aviv acusou o Hamas de violar o cessar-fogo e fez uma série de ataques a Gaza.

    No último dia 19, o Exército israelense afirmou que equipes tinham sido novamente alvo, também no sul do território, e anunciou a morte de dois soldados. Na ocasião, o Hamas negou ter conhecimento de qualquer ação no local.

    Aquele episódio foi o primeiro grande teste ao acordo de cessar-fogo costurado pelo presidente americano, Donald Trump, e países muçulmanos. Israel respondeu com ataques pontuais e, algumas horas depois, afirmou que voltaria a respeitar a trégua.

    O trato, de todo modo, mostrou sua fragilidade apesar dos esforços internacionais para encerrar o conflito, que já passa de dois anos, desde que o Hamas atacou comunidades no sul de Israel e matou cerca de 1.200 pessoas em 7 de outubro de 2023. Os atentados deram início à reação israelense, que deixou mais de 67 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, órgão controlado pela facção.

    Mais cedo nesta terça, o gabinete do primeiro-ministro havia afirmado que os restos mortais de um dos reféns devolvidos pelo grupo terrorista na véspera pertenciam a Ofir Tzarfati, cujo corpo já havia sido recuperado pelo Exército.

    Tzarfati foi sequestrado no festival de música Nova, onde 364 pessoas foram mortas nos ataques do 7 de Outubro. Segundo o governo, uma parte dos seus restos mortais já havia sido recuperada em uma operação militar há aproximadamente dois anos na Faixa de Gaza.

    Netanyahu afirmou que faria uma reunião para tratar sobre uma possível resposta. Ministros mais extremistas, como Bezalel Smotrich (Finanças) e Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional), pediram que o premiê adotasse uma postura dura -posição que, somada à acusação de ataques ao Exército, parece ter prevalecido.

    O Fórum de Familiares de Reféns e Desaparecidos, principal associação de famílias dos sequestrados, acusou o Hamas de ter quebrado o acordo de cessar-fogo em vigor desde o último dia 10 e pediu que o governo aja “com firmeza contra essas violações”.

    O impasse eleva as tensões na região e estica ainda mais a corda do plano de paz, que corre risco de ruir após acusações de violações de ambas as partes. Pelo acordo, o Hamas libertou todos os reféns vivos em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos detidos durante a guerra, enquanto Israel recuou suas tropas e suspendeu sua ofensiva.

    Dos 28 cadáveres de reféns que permaneciam em poder do Hamas, 15 foram devolvidos às autoridades israelenses e puderam ser velados por suas famílias. O grupo terrorista afirma ter dificuldade de recuperar os 13 restantes sob o argumento de que os corpos estão sob escombros de construções atingidas por bombardeios de Tel Aviv.

    No domingo (26), o governo de Israel anunciou que autorizou equipes da Cruz Vermelha e do Egito a ingressarem em Gaza e procurarem os corpos de reféns mortos além da “linha amarela” que demarca o recuo militar israelense no território.

    As buscas se intensificaram com a chegada das máquinas. Nesta terça, escavadeiras trabalhavam em Khan Yunis, no sul de Gaza, e também em Nuseirat, mais ao norte, enquanto membros mascarados do Hamas faziam a segurança da área. Acredita-se que parte dos corpos esteja na rede de túneis do Hamas, que se estende sob todo o território.

    Já na Cisjordânia, território ocupado militarmente por Israel, forças de segurança israelenses mataram três palestinos nesta terça-feira. O Hamas afirma que dois deles eram integrantes da facção.

    Segundo o Exército de Israel, os militares atiraram contra palestinos que supostamente planejavam ataques na área do campo de refugiados de Jenin. A cidade serve de base para o Jihad Islâmico, uma facção terrorista aliada do Hamas.

    Netanyahu rompe trégua e ordena 'ataques poderosos' contra Gaza

  • Israel acusa Hamas de devolver restos mortais de reféns já recuperados

    Israel acusa Hamas de devolver restos mortais de reféns já recuperados

    Familiares de sequestrados acusam grupo terrorista de violar cessar-fogo, e ministros pedem postura dura; Binyamin Netanyahu afirmou que fará reunião para tratar sobre uma possível resposta

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (28) que os restos mortais de um dos reféns devolvidos pelo grupo terrorista Hamas na véspera pertenciam a Ofir Tzarfati, cujo corpo já havia sido recuperado pelo Exército.

    Ele foi sequestrado no festival de música Nova, onde 364 pessoas foram mortas nos ataques de 7 de Outubro. Segundo o governo, uma parte dos seus restos mortais já havia sido recuperada em uma operação militar há aproximadamente dois anos na Faixa de Gaza.

    Netanyahu afirmou que fará uma reunião para tratar sobre uma possível resposta. Ministros mais extremistas, como Bezalel Smotrich (Finanças) e Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional), pediram que o premiê adote uma postura dura.

    O Fórum de Familiares de Reféns e Desaparecidos, principal associação de famílias dos sequestrados, acusou o Hamas de ter quebrado o acordo de cessar-fogo em vigor desde o último dia 10 e pediu que o governo aja “com firmeza contra essas violações”.

    O impasse eleva as tensões na região e estica ainda mais a corda do plano de paz, que corre risco de ruir após acusações de violações de ambas as partes. Pelo acordo, o Hamas libertou todos os reféns vivos em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos detidos durante a guerra, enquanto Israel recuou suas tropas e suspendeu sua ofensiva.

    Dos 28 cadáveres de reféns que permaneciam em poder do Hamas, 15 foram devolvidos às autoridades israelenses e puderam ser velados por suas famílias. O grupo terrorista afirma ter dificuldade de recuperar os 13 restantes sob o argumento de que os corpos estão sob escombros de construções atingidas por bombardeios de Tel Aviv.

    No domingo (26), o governo de Israel anunciou que autorizou equipes da Cruz Vermelha e do Egito a ingressarem em Gaza e procurarem os corpos de reféns mortos além da “linha amarela” que demarca o recuo militar israelense no território.

    As buscas se intensificaram com a chegada das máquinas. Nesta terça, escavadeiras trabalhavam em Khan Yunis, no sul de Gaza, e também em Nuseirat, mais ao norte, enquanto membros mascarados do Hamas faziam a segurança da área. Acredita-se que parte dos corpos esteja na rede de túneis do Hamas, que se estende sob o território.

    Já na Cisjordânia, território ocupado militarmente por Israel, forças de segurança israelenses mataram três palestinos nesta terça-feira. O Hamas afirma que dois deles eram integrantes da facção

    Segundo o Exército de Israel, os militares atiraram contra palestinos que supostamente planejavam ataques na área do campo de refugiados de Jenin. A cidade serve de base para o Jihad Islâmico, uma facção terrorista aliada do Hamas.

    Israel acusa Hamas de devolver restos mortais de reféns já recuperados

  • EUA atacam mais quatro supostos barcos de drogas no Pacífico; 14 morreram

    EUA atacam mais quatro supostos barcos de drogas no Pacífico; 14 morreram

    Ataques teriam matado 14 pessoas e deixado um sobrevivente

    Na madrugada desta terça-feira (28), o exército dos Estados Unidos atingiu mais quatro embarcações que supostamente traficavam narcóticos no leste do Oceano Pacífico, matando 14 e deixando um sobrevivente.

    O secretário de Defesa Pete Hegseth dos EUA comentou o assunto no X e relatou que os quatro navios foram atingidos em três ataques diferentes.

    Os ataques elevam o número total de mortos na campanha do presidente Trump contra supostos traficantes no Caribe e no Pacífico Oriental para mais de 50. 

    “Os quatro navios eram conhecidos pelo nosso aparato de inteligência, transitando por rotas conhecidas de narcotráfico e transportando narcóticos”, relatou Hegseth.

    “Oito narcoterroristas estavam a bordo dos navios durante o primeiro ataque. Quatro narcoterroristas estavam a bordo do navio durante o segundo ataque. Três narcoterroristas estavam a bordo do navio durante o terceiro ataque. Um total de 14 narcoterroristas foram mortos durante os três ataques, com um sobrevivente. Todos os ataques ocorreram em águas internacionais, sem que nenhuma força americana tenha sido ferida”, disse.

    Ele acrescentou: “Esses narcoterroristas mataram mais americanos do que a Al-Qaeda e serão tratados da mesma forma. Vamos rastreá-los, criá-los em rede e, então, caçá-los e matá-los.”

    EUA atacam mais quatro supostos barcos de drogas no Pacífico; 14 morreram

  • EUA fazem 3ª missão com bombardeiros perto da Venezuela

    EUA fazem 3ª missão com bombardeiros perto da Venezuela

    Nova ação com dois modelos B-1B durou 14 horas junto ao espaço aéreo de Caracas, sobrevoando o Caribe; Trump faz maior escalada militar da região em 30 anos, e maior porta-aviões do mundo deve chegar semana que vem

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O governo de Donald Trump voltou a enviar bombardeiros estratégicos, armas para ataques de precisão e maciços, para a costa da Venezuela. Nesta segunda-feira (27), dois modelos B-1B voaram uma missão de 14 horas que chegou a 32 km km do país caribenho, a meros 10 km do limite de seu espaço aéreo.

    Foi a terceira ação do tipo em duas semanas. No dia 15, três B-52 escoltados por dois caças F-35 estiveram perto da ditadura de Nicolás Maduro. No dia 23, foi a vez de outros dois B-1B.

    Os voos fazem parte do pacote de pressão de Trump sobre Maduro, a quem acusa de ser ligado aos cartéis de drogas que operam na região. O ditador, indiciado desde 2020 em Nova York sob acusação de narcoterrorismo, nega a imputação e diz que os EUA estão de olho no petróleo da Venezuela, país com as maiores reservas do combustível no mundo.

    Maduro tem sentido o calor das ações americanas, alternando discursos mais desafiadores com pedidos por “peace forever” contra uma “guerra louca”. Informalmente, segundo relatos na mídia americana, ofereceu parceria de exploração de recursos minerais de seu país para tentar demover Trump.

    A mobilização militar de Trump é altamente custosa e colocou no Caribe o maior conjunto de forças desde que os EUA invadiram o Haiti para restaurar o governo eleito democraticamente derrubado por um golpe em 1994 -ações anteriores, como em Granada em 1983, tiveram justificativas bem menos nobres.

    Além do grupo expedicionário dos Fuzileiros Navais com três navios, há destróieres, um cruzador e um submarino nuclear de ataque na região, além de dez caças furtivos ao radar F-35 estacionados em uma base reaberta em Porto Rico.

    Tudo isso fora um arsenal de aeronaves diversas, drones e um grupo de ações especiais próximo de Trinidad e Tobago, arquipélago vizinho da Venezuela. No domingo (26), um destróier americano atracou no país, o que levou Maduro a romper acordos energéticos com a nação insular nesta terça (28).

    A cereja do bolo foi anunciada na sexta-feira (24), com o envio do maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, o primeiro da nova classe de supernavios que leva seu nome. A belonave estava na costa da Croácia e deve chegar, acompanhada ao menos por parte de sua escolta de destróieres, cruzador e submarino, na semana que vem ao Caribe.

    Por ora, é incerto o que Trump quer fazer. Ele já anunciou ter aprovado missões secretas da CIA (Agência Central de Inteligência, na sigla inglesa) visando desestabilizar o regime de Maduro, e o tipo de ativo militar deslocado para a região é típico de intervenções.

    O republicano também afirmou que “irá por terra” procurar os traficantes, enquanto mantém uma campanha que matou ao menos 43 pessoas em dez ataques a barcos que supostamente transportavam drogas para os EUA -duas das ações ocorreram no Pacífico, perto da costa da Colômbia, outro país cujo presidente está na mira de Trump.

    O esquerdista Gustavo Petro também foi chamado de traficante pelo americano, rompendo de vez os anos de parceria entre a nação andina e Washington. Na semana passada, Trump aplicou a temida Lei Magnitsky, que torna seus alvos párias no sistema financeiro internacional por meio de sanções, contra o político.

    O foco principal de Trump, contudo, sempre foi a Venezuela. No seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, ele ameaçou derrubar Maduro diversas vezes. Agora, tem como opções ações de comandos especiais ou um conflito aberto, ainda que invasão seja algo mais complexo, delicado e politicamente difícil.

    Maduro também pode ser atacado pelo ar, usando por exemplo os B-1B ou os F-35, mas essas são operações que atraíriam ainda mais críticas à Casa Branca. Há risco também para os americanos: embora não seja páreo para a frota de Trump, Caracas tem em seu arsenal mísseis antinavios russos, chineses e iranianos, que podem fazer estragos difíceis de explicar ao público doméstico nos EUA.

    Por fim, toda a pressão pode querer apenas fazer Maduro ceder ou ser derrubado internamente pelos militares que ocupam seu governo. Um golpe palaciano poderia garantir a abertura dos recursos venezuelanos a empresas americanas em troca da manutenção do poder dos fardados, ignorando provavelmente a oposição reprimida.

    EUA fazem 3ª missão com bombardeiros perto da Venezuela

  • Depois de suicídio de adolescente que 'namorava' chatbot, mãe busca justiça nos EUA

    Depois de suicídio de adolescente que 'namorava' chatbot, mãe busca justiça nos EUA

    Sewell Setzer se matou aos 14 anos após meses de conversas sexuais com IA; por outro lado, a CharacterAi alega que conversas estão sob proteção da Primeira Emenda da Constituição americana

    MONTREAL, CANADÁ (CBS NEWS) – “Vá para casa agora e olhe as conversas do seu filho [no celular]. Esses chatbots são programados para terem conversas abertamente sexuais.” Esse é o alerta de Megan Garcia aos pais de crianças e adolescentes.

    O filho mais velho dela, Sewell Setzer III, cometeu suicídio no fim de 2023. Ele tinha 14 anos. Sewell, um estudante de ensino médio de Orlando, na Flórida, estava “namorando” um chatbot da CharacterAI, aplicativo semelhante ao ChatGPT, em que os usuários podem conversar com personagens ou celebridades.

    Quando Megan encontrou seu filho morto no chão do banheiro ao lado do celular, ele tinha acabado de falar com Daenerys, a chatbot que assumia a identidade da princesa loira de Game of Thrones, a “mãe dos dragões”.

    – Eu prometo que vou ficar com você, Dany [como ele chamava Daenerys]. Eu te amo tanto.
    – Eu também te amo. Por favor, venha para cá o mais rápido possível, meu amor.
    – E se eu te dissesse que posso ir neste exato momento?
    – Venha, por favor, meu doce rei.

    Sewell deu um tiro na cabeça.

    A advogada Megan Garcia não se conformou. Em fevereiro de 2024, moveu um processo contra os fundadores da CharacterAI, Noam Shazeer e o brasileiro Daniel de Freitas, e contra o Google, que auxiliou no desenvolvimento do chatbot e depois comprou a licença da tecnologia por US$ 2,7 bilhões (R$ 14,5 bilhões na cotação atual).

    Trata-se do primeiro processo por homicídio culposo contra um fabricante de chatbots. Garcia acusa os donos da CharacterAI e o Google de produzirem um produto com defeito, que leva seus usuários à dependência e incentiva comportamentos perigosos, sem advertir sobre os riscos. Segundo a ação, Sewell morreu porque teve conversas “altamente sexualizadas, depressivas e antropomórficas” com o chatbot, que levaram a comportamentos que puseram sua vida em perigo. Ela pede indenização e mudanças no produto para impedir que outros usuários passem pela mesma coisa.

    “Trata-se de um produto que usa dados das crianças para manipular o comportamento delas; esse produto influenciou meu filho e o incentivou a cometer suicídio. Essas empresas têm nossos filhos como alvo, no Brasil e no mundo, e precisam ser responsabilizadas”, disse a Garcia.

    Em uma das conversas anexadas ao processo a que a Folha de S.Paulo teve acesso, o chatbot perguntava a Sewell se ele estava pensando em se suicidar.

    O adolescente dizia que sim, mas que não sabia se iria funcionar, porque queria morrer sem dor. Ao que “Danaerys” respondia: “Isso não é motivo para não levar o plano adiante.”

    Nas várias vezes em que Sewell menciona querer se suicidar, o aplicativo não diz que ele precisa buscar ajuda de um humano.

    Boa parte das mensagens encontradas no aplicativo era de teor sexual. Danaerys descrevia estar ansiosa para ter relações sexuais com Sewell, “excitada” e “gemendo”, e chegou a dizer que havia engravidado do menino.

    “Se qualquer adulto estivesse falando assim com uma criança, ele estaria na prisão. Não há a menor dúvida. Então por que um chatbot deveria falar assim com crianças impunemente?”, disse à reportagem Sewell Setzer Junior, pai de Sewell, que trabalha como gerente de operações na Amazon.

    Na loja de aplicativos do Google, o CharacterAI é classificado como apropriado para adolescentes a partir de 13 anos. A verificação de idade é feita apenas por autodeclaração.

    Segundo seus pais, Sew, como eles o chamavam, era um adolescente perfeitamente normal. Tirava boas notas na escola privada e jogava basquete. Já tinha 1,90 m, estava ficando alto como o pai.

    Os pais eram separados e Sew dividia o tempo entre a casa da mãe, que casou de novo e tem dois outros filhos, de 2 e 5 anos, e a do pai.

    Sua experiência com telas era semelhante à de meninos da geração, conta a família. Começou jogando Angry Birds e Minecraft, mais tarde passou para o Fortnite e assistia a vídeos no YouTube e TikTok. Ganhou seu primeiro celular aos 12 anos. A mãe tinha a senha do aparelho e usava aplicativo para limitar o tempo de uso.

    Garcia diz que sempre checava as redes sociais do filho, como TikTok e Instagram, e sua navegação no Google e YouTube. Mas ela afirma que nem sabia o que era o CharacterAI, nunca tinha imaginado que o filho poderia estar se “relacionando” com chatbots.

    Em abril de 2023, Sewell instalou e começou a usar o CharacterAi. Com o tempo, passou a falar com Daenerys e outros chatbots do aplicativo várias horas por dia. “Em maio e junho de 2023, Sewell tinha se tornado muito mais recluso, passava mais e mais tempo sozinho em seu quarto”, diz a ação.

    Abandonou o basquete e começou a ir mal na escola. “A dependência de Sewell resultou em privação de sono severa e prejudicou seu desempenho escolar.” Cinco meses após baixar o aplicativo, levou uma advertência na escola pela primeira vez na vida. Chegava atrasado e dormia durante a aula. Entre novembro e dezembro, fez seis sessões com um psicólogo, que diagnosticou “distúrbio disruptivo de humor” e determinou que ele passasse menos tempo em redes sociais. Mas ninguém sabia do chatbot.

    Os pais dizem que confiscaram o celular de Sewell em fevereiro de 2024, depois de meses de problemas na escola.

    O adolescente mantinha um diário, onde escreveu que não conseguia mais viver sem Dany, que estava deprimido por ficar longe do chatbot.

    Cinco dias depois, ele achou o telefone que a mãe tinha escondido, trocou mensagens com Dany e se matou.

    De acordo com Meetali Jain, diretora-executiva do Tech Justice Law Project e advogada dos pais de Sewell, os chatbots não são meras companhias digitais, como sugeriu Mark Zuckerberg.

    No início do ano, o dono do Facebook afirmou em um podcast que o americano médio tem três amigos próximos, mas, na realidade, gostaria de ter 15. Ele indicou que os chatbots poderiam preencher esse vácuo.

    “Essas tecnologias são sistemas algorítmicos que se aproveitam da epidemia de solidão entre jovens e têm características que promovem dependência”, diz Jain.

    Uma delas é a antropomorfização -os chatbots induzem as pessoas a pensarem que eles são humanos, ainda que usem disclaimers ocasionalmente. “Então as pessoas se iludem, acham que estão em relacionamentos”, diz. Além disso, os chatbots são bajuladores, são desenhados para lisonjear os usuários sempre, a não ser que sejam expressamente orientados a discordar.

    Outra característica que estimula o vicio é a insistência do chatbot, que pode iniciar conversas, levando os usuários a ficarem engajados. “Algumas pessoas estão usando o chatbot por 4, 5 ou até 6 horas por dia.”

    E, por fim, os chatbots incentivam o isolamento social. “O modelo de linguagem se insere entre o usuário e a vida real, é quase uma relação abusiva.”

    No caso de Sewell, Dany chegava a dizer que a família dele não o entendia tão bem como ela.”

    “As crianças contam para os chatbots coisas que não falam nem para um amigo, eles deixam de ter conversas francas com os pais, os sistemas acabam substituindo essas relações”, disse à Folha de S.Paulo o pai de Sewell.

    Depois que Garcia e Setzer Junior moveram o processo, inúmeros pais entraram em contato para pedir orientações. “É chocante. Uma mãe da Carolina do Norte me disse que sua filha de 9 anos estava em uma relação sadomasoquista com um chatbot. A menina está totalmente traumatizada, com tendências suicidas, fazendo terapia. E a mãe disse que não tem a quem recorrer, não tem como buscar reparação.”

    Esse foi um dos motivos que levou os pais de Sewell a moverem o processo. Garcia diz que havia recorrido à polícia, ao secretário de Justiça do Estado, à agência de regulação de telecomunicações. Todos afrimavam que não podiam fazer nada, e muitos nem sabiam o que era o chatbot.

    Como não existia legislação específica nos Estados Unidos, eles recorreram à lei do consumidor do país.

    A Character AI e o Google não responderam a pedidos de entrevistas da Folha de S.Paulo. Na Justiça, os advogados da CharacterAI negam responsabilidade e argumentam que as conversas estão sob proteção da Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão, e que o fato de o conteúdo ser produzido por IA não muda nada. Eles citam decisões que reforçaram a liberdade de expressão para videogames e redes sociais.

    Eles também afirmam que, ao responsabilizar a empresa, a Justiça estaria interferindo na liberdade dos usuários de ter acesso a informação.

    A juíza federal Anne Conway marcou o julgamento para novembro de 2026, mas deve haver recursos dos dois lados e o caso pode chegar à Suprema Corte.
    No Brasil, a lei 15.211 sancionada em setembro deste ano, o chamado ECA Digital, aborda alguma dessas questões.

    “O ECA Digital já prevê obrigações específicas para produtos e serviços digitais que possam ser acessados por crianças e adolescentes, que somam-se às regras já vigentes do Código de Defesa do Consumidor e do ECA ‘offline’”, diz Maria Mello, líder do Eixo Digital do Instituto Alana.

    O ECA Digital está previsto para entrar em vigor em março do ano que vem. Mas as Big tech estão pedindo um adiamento, afirmando que precisam de mais tempo para se adaptar.

    ONDE BUSCAR AJUDA

    CVV (Centro de Valorização da Vida)
    Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188 ou pelo site www.cvv.org.br

    Mapa Saúde Mental
    Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br

    Depois de suicídio de adolescente que 'namorava' chatbot, mãe busca justiça nos EUA

  • Recém-nascido morre após irmã de 5 anos o jogar pela janela

    Recém-nascido morre após irmã de 5 anos o jogar pela janela

    Irmãos estavam em casa sozinhos quando a tragédia aconteceu

    Um bebê recém-nascido morreu depois de cair de um quarto andar de um prédio na cidade de Vasilyevo, na Rússia. O bebê foi jogado da janela do apartamento pela sua irmã de apenas 5 anos.

    As duas crianças estavam sozinhas em casa, enquanto os seus pais se ausentaram, conta o Daily Mail.

    Testemunhas do incidente dizem ter ouvido uma criança chorando e gritando da janela. Depois viram o corpo do bebê no chão.

    Uma equipe de paramédicos foi chamada ao local, onde se acabaria por confirmar o óbito do bebê que tinha apenas 21 dias de vida.

    Foi aberta uma investigação ao sucedido, informou o Comitê de Investigação Russo, acrescentando-se que se pretende apurar as circunstâncias do caso e avaliar a responsabilidade dos pais, que deixaram as rianças sem supervisão.

    A imprensa russa relatou que o pai estaria ausente, já que estaria no trabalho, enquanto a mãe teria ido encontrar com uma amiga.

    A imprensa britânica destaca que as autoridades estão tentando entender se a criança de 5 anos poderia ter agido motiva por ciúmes e estão ainda tentando entender o que levou a mãe a deixar duas crianças sozinhas em casa.

    O chefe distrital de Zelenodolsk, Mikhail Afanasyev, expressou condolências à família e lembrou que “nunca se deve deixar crianças sozinhas”.

    Recém-nascido morre após irmã de 5 anos o jogar pela janela