Categoria: MUNDO

  • Trump diz ter interceptado petroleiro próximo à Venezuela

    Trump diz ter interceptado petroleiro próximo à Venezuela

    A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo e tem uma economia dependente de exportações dessa commodity

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Em escalada mais grave da crise militar entre os Estados Unidos e a Venezuela até aqui, as Forças Armadas americanas interceptaram um petroleiro em águas próximas à costa do país sul-americano, informou nesta quarta-feira (10) o presidente Donald Trump.

    Ainda não se sabe a bandeira do navio cargueiro nem se a interceptação ocorreu em águas territoriais venezuelanas ou internacionais. O país possui as maiores reservas de petróleo do mundo e tem uma economia dependente de exportações dessa commodity.

    “Acabamos de tomar um petroleiro na costa da Venezuela -um navio muito grande, o maior já interceptado, na verdade. Outras coisas também estão acontecendo, vocês verão mais tarde”, disse Trump à imprensa, sem entrar em detalhes. Mais tarde, o presidente disse que o petroleiro foi interceptado “por uma ótima razão”. Com isso, Trump amplica o cerco militar de Washington contra o regime de Nicolás Maduro, considerado ilegítimo pelos EUA.

    Segundo a agência de notícias Reuters, a interceptação teria sido realizada pela Guarda Costeira americana. Apesar da intensa pressão militar contra a Venezuela, essa é a primeira vez que o governo Trump interfere diretamente com a principal fonte de arrecadação do regime de Maduro -suas exportações de petróleo, que têm como destino principalmente a China.

    A indústria petrolífera venezuelana está sob sanções econômicas dos EUA há anos, embora a americana Chevron tenha permissão para operar no país ao lado da PDVSA, a empresa estatal de petróleo de Caracas. Funcionários do governo Trump disseram ao site Bloomberg que o petroleiro interceptado era alvo de sanções relacionadas a comércio com o Irã, e que o navio havia saído de um porto venezuelano sem se identificar com a bandeira de nenhum país.

    Segundo especialistas, um bloqueio dos EUA contra exportações da Venezuela -o que seria um ato de guerra- asfixiaria a economia venezuelana, aumentando ainda mais a pressão pela saída de Maduro. Por outro lado, uma ação como essa poderia aumentar críticas de países latino-americanos, como o Brasil.

    O presidente Lula (PT) disse no último dia 3 que pediu a realização de ações conjuntas de combate ao crime organizado com o emprego de inteligência, sem a necessidade do uso de armas, em referência implícita aos ataques americanos no Caribe.

    Desde setembro deste ano, as Forças Armadas dos EUA já mataram mais de 80 pessoas em pequenas embarcações que, segundo a Casa Branca, pertenciam a organização criminosas e transportavam drogas destinadas aos EUA. O governo Trump não apresentou provas robustas para sustentar a afirmação.

    Ao mesmo tempo, Washington aumentou consideravelmente sua presença militar no Caribe, deslocando para a região caças, cerca de 15 mil soldados e o maior navio de guerra do mundo, o porta-aviões nuclear USS Gerald Ford. Embora o governo fale em operação contra o tráfico de drogas, a pressão para que Maduro deixe o poder é clara.

    Membros da linha dura da Casa Branca, como o secretário de Estado, Marco Rubio, defendem uma intervenção direta com o objetivo de derrubar Maduro no poder. Já outras alas incentivam que Trump aceite a suposta proposta feita por Maduro de dar aos EUA participação significativa na indústria petrolífera da Venezuela.

    No último dia 30, Trump confirmou ter conversado por telefone com o venezuelano. O ditador disse mais tarde que a ligação foi cordial e em tom de respeito, mas o cerco militar contra seu regime só cresceu desde então.

    A interceptação do petroleiro ocorre dias depois de o governo Trump tornar pública a nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA. O documento coloca a América Latina novamente em foco e revive a Doutrina Monroe, preceito que estabelece o continente como esfera de influência de Washington e foi utilizado para justificar uma série de intervenções em países da região no passado.

    Trump diz ter interceptado petroleiro próximo à Venezuela

  • Juiz ordena que Trump retire de Los Angeles soldados da Guarda Nacional

    Juiz ordena que Trump retire de Los Angeles soldados da Guarda Nacional

    Cerca de cem militares ainda ocupam cidade de maioria democrata após mobilização de 2.000 em junho; governo Trump deve recorrer; na época, Casa Branca utilizou protestos contra deportações para justificar operação

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Um juiz federal dos Estados Unidos determinou nesta quarta-feira (10) que o governo Donald Trump retire os cerca de cem soldados da Guarda Nacional que ainda estão mobilizados em Los Angeles, na Califórnia. De acordo com a decisão do magistrado Charles Breyer, de San Francisco, a permanência dos militares na cidade meses após os protestos contra deportações que inicialmente motivaram a operação é ilegal.

    O governo Trump deve recorrer da decisão. Embora a presença de soldados sob controle da Casa Branca em Los Angeles hoje seja mínima, a gestão do republicano tem repetido a tática em uma série de outras cidades de maioria democrata pelo país -muitas delas governadas por prefeitos negros e de população majoritariamente não-branca.

    Breyer determinou ainda que o governo federal devolva o controle da Guarda Nacional ao governador da Califórnia, Gavin Newsom. A Força é organizada e mantida por cada estado dos EUA, mas pode ser mobilizada pelo presidente em caso de invasão ou rebelião contra o governo.

    A Casa Branca defende que os protestos de moradores de Los Angeles contra operações de deportação do ICE (o serviço de imigração americano) se enquadram nessa descrição. Mesmo após o fim das manifestações, advogados do Departamento de Justiça argumentavam que a ameaça contra agentes federais do ICE ainda era grave, citando um homem que foi preso na semana passada acusado de planejar um ataque contra um prédio federal em Los Angeles.

    O juiz federal discordou. “Os fundadores da República moldaram nosso governo com um sistema de freios e contrapesos. O [governo Trump], entretanto, deixa claro que deseja carta branca para agir como quiser”, escreveu Breyer. “Nenhuma crise dura para sempre.”

    Em junho, em meio aos protestos causados pelas operações do ICE, Trump tomou controle da Guarda Nacional da Califórnia e enviou 4.000 soldados a Los Angeles. Em julho, retirou 2.000 militares, e reduziu a presença nos meses seguintes até chegar a cerca de cem. O governo da Califórnia processou a Casa Branca em uma tentativa de encerrar a mobilização, medida que agora teve sucesso.

    O governo do democrata Gavin Newsom, entretanto, não conseguiu que a Justiça proibisse Trump de realizar novas mobilizações da Guarda Nacional no futuro.

    Se o caso chegar à Suprema Corte, Trump terá outra oportunidade de pedir que o órgão máximo do Judiciário dos EUA amplie o poder presidencial -algo que o tribunal tem feito de maneira sistemática.

    A Corte decidiu em 2024 que presidentes têm ampla imunidade, e somente nesse ano já permitiu que a Casa Branca removesse o status protegido de imigrantes e os enviasse para países como El Salvador, disse que a demissão em massa de servidores públicos pelo governo Trump era legal, e permitiu o desmantelamento da Usaid, a agência de ajuda externa dos EUA.

    O uso que Trump tem feito da Guarda Nacional em cidades como Los Angeles, Washington, Chicago, Memphis e Portland polarizou os americanos -em especial depois do ataque que matou uma soldado e feriu outro em Washington no último dia 26. O suspeito, um imigrante do Afeganistão ligado à CIA, também foi ferido e está preso.

    Juiz ordena que Trump retire de Los Angeles soldados da Guarda Nacional

  • Ex-presidente da Bolívia Luis Arce é preso, diz ex-integrante de seu governo

    Ex-presidente da Bolívia Luis Arce é preso, diz ex-integrante de seu governo

    Detenção ocorre um mês após político deixar Presidência e estaria relacionada a investigação sobre desvio de recursos; autoridades bolivianas não confirmaram a prisão nem divulgaram detalhes sobre as acusações contra ele

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O ex-presidente da Bolívia Luis Arce, que deixou o comando do país no mês passado, foi preso, anunciou nesta quarta-feira (10) uma ex-integrante de seu governo. A informação reacende tensões políticas no país, que vive cenário de instabilidade e disputas internas desde a sucessão recente.

    Segundo Maria Nela Prada, ex-ministra da Presidência durante a gestão Arce, o ex-chefe do Executivo pode ter sido levado para uma prisão fora de La Paz. Em vídeo publicado na plataforma X, ela afirmou que recebeu relatos sobre o deslocamento do ex-mandatário, embora não tenha detalhado as circunstâncias da detenção.

    A imprensa local noticiou que a prisão estaria relacionada a uma investigação sobre suposto desvio de recursos públicos. As suspeitas dizem respeito ao período em que Arce atuou como ministro da Economia no governo de Evo Morales, cargo que ocupou antes de chegar à Presidência.

    As autoridades não divulgaram informações sobre as acusações ou o local exato onde Arce estaria detido.

    Ex-presidente da Bolívia Luis Arce é preso, diz ex-integrante de seu governo

  • Roubo do Louvre não foi evitado 'por 30 segundos', aponta inquérito

    Roubo do Louvre não foi evitado 'por 30 segundos', aponta inquérito

    Responsável pela investigação aponta falhas de segurança que impediram policiais de prender ladrões de joias; em outubro, 4 homens levaram joias avaliadas em 88 milhões de euros do museu, em ação que durou 8 minutos

    PARIS, FRANÇA (CBS NEWS) – Por uma questão de 30 segundos poderia ter sido evitado o roubo das joias do Museu do Louvre, ocorrido em outubro. É o que afirmou o responsável pelo inquérito sobre a segurança do museu, Noël Corbin, em audiência no Senado francês nesta quarta (10).

    Segundo ele, “os agentes ou policiais teriam podido impedir a fuga dos ladrões” se não tivesse havido uma demora na transmissão da informação: “Os agentes disseram que havia uma tentativa de roubo, mas sem dizer onde.” Por isso, os policiais não chegaram a tempo à Galeria de Apolo, por onde o Louvre foi invadido.

    Eles fugiram em duas scooters. Os quatro foram presos nas semanas seguintes, mas as joias até hoje não foram encontradas.

    Corbin afirmou ter ficado surpreso com as falhas de segurança do Louvre reveladas pelo inquérito. “É um lugar tão icônico que ninguém pensa que possa ser tão frágil. Descobri um encadeamento de fragilidades”, afirmou.

    O inquérito descobriu uma auditoria de segurança feita em 2019 pela joalheria Van Cleef and Arpels, apontando que a Galeria de Apolo era um ponto vulnerável do Louvre.

    Na próxima semana, o Senado ouvirá o diretor do museu na época da auditoria, Jean-Luc Martinez, para saber por que aparentemente não foi tomada nenhuma medida para resolver o problema apontado pelo estudo.

    Roubo do Louvre não foi evitado 'por 30 segundos', aponta inquérito

  • Rússia ameaça com "resposta forte" se Europa destacar militares para Kiev

    Rússia ameaça com "resposta forte" se Europa destacar militares para Kiev

    Segundo Lavrov, a alegação de que a Rússia deseja um confronto com a Europa “nunca passou pela nossa cabeça”, mas ele ressaltou que Moscou reagirá a qualquer ação considerada hostil. Isso, afirmou, inclui “o envio de contingentes militares europeus para a Ucrânia”

    O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira que Moscou dará “uma resposta forte” caso países europeus enviem tropas para a Ucrânia ou utilizem ativos russos bloqueados para financiar Kyiv na guerra.

    Segundo Lavrov, a alegação de que a Rússia deseja um confronto com a Europa “nunca passou pela nossa cabeça”, mas ele ressaltou que Moscou reagirá a qualquer ação considerada hostil. Isso, afirmou, inclui “o envio de contingentes militares europeus para a Ucrânia”.

    O chanceler russo também advertiu que haverá reação caso bens russos sejam confiscados por governos europeus, como defendem alguns líderes do bloco. As declarações foram feitas durante um discurso no Parlamento russo.

    Lavrov acusou os países europeus de acreditarem que “estão acima de todas as normas e leis que prevalecem no restante do mundo”, e elogiou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por declarar que a União Europeia enfrenta “uma crise profunda” e está “seguindo na direção errada”.

    Para o ministro, Bruxelas se recusa a aceitar que “a Rússia vai vencer e alcançar seus objetivos legítimos”, razão pela qual os líderes europeus “insistem em políticas fúteis de apoio a Kyiv”. Ele afirmou que “a Europa está cega pelo desejo de impor uma derrota estratégica à Rússia” e que não consegue admitir a possibilidade de fracasso.

    Em contraste, Lavrov reservou elogios a Trump, destacando sua disposição para “dialogar e buscar uma solução política e diplomática” para a guerra. O ministro mencionou as negociações realizadas na semana passada entre representantes russos e americanos e disse que Trump é “o único líder ocidental que compreende as raízes da crise” na Ucrânia.

    Segundo ele, já no início do novo mandato, Trump demonstrou “entender as razões que tornaram a guerra inevitável” e passou a sinalizar que deseja “abordar as causas do problema”, algo que Lavrov atribui às atitudes hostis de líderes ocidentais anteriores.

    O ministro russo afirmou ainda que Trump é “o único líder ocidental que se preocupa com os direitos humanos” nesse contexto e que pretende discutir “a garantia dos direitos das minorias” na Ucrânia. argumento frequentemente usado pelo Kremlin para justificar a invasão de 2022 e a anexação unilateral de regiões como Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporíjia.

    Lavrov também acusou a ONU de manter um “papel tendencioso” em favor da Ucrânia e disse que a organização precisa “parar de ucranizar tudo”. Para ele, temas relacionados a paz, política e segurança no âmbito das Nações Unidas tornaram-se ferramentas de influência dos países ocidentais. Ele defendeu que é hora de “pensar no futuro da ONU”.

    Rússia ameaça com "resposta forte" se Europa destacar militares para Kiev

  • Desabamento de prédios em cidade histórica do Marrocos mata ao menos 22

    Desabamento de prédios em cidade histórica do Marrocos mata ao menos 22

    O acidente ocorreu em um momento de tensão social em Fez, antiga capital do país e terceira maior cidade marroquina. Há dois meses, o município foi um dos epicentros de protestos contra o governo, impulsionados pela precariedade dos serviços públicos

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O desabamento de dois prédios em Fez, uma das cidades mais antigas e populosas do Marrocos, matou 22 pessoas e feriu outras 16 na madrugada desta quarta (10), segundo a mídia estatal. As construções, ambas de quatro andares e vizinhas entre si, ficavam no bairro Al-Mustaqbal e abrigavam oito famílias.

    Segundo a Prefeitura de Fez, equipes de segurança, socorro e proteção civil foram enviadas ao local assim que o colapso foi comunicado, iniciando operações de busca e resgate.

    A emissora estatal SNRT informou que os edifícios já apresentavam “sinais de rachaduras há algum tempo”, sem que medidas preventivas tivessem sido adotadas. A extensão dos danos ainda não pôde ser verificada de forma independente, e o Ministério do Interior não se pronunciou de imediato.

    O acidente ocorreu em um momento de tensão social em Fez, antiga capital do país e terceira maior cidade marroquina. Há dois meses, o município foi um dos epicentros de protestos contra o governo, impulsionados pela precariedade dos serviços públicos.

    As manifestações, em outubro, foram lideradas por jovens e também expuseram o descontentamento com a pobreza e o que ativistas chamaram de abandono estatal, enquanto o governo desenvolve projetos de modernização para a Copa do Mundo de 2030. Os protestos, inspirados por revoltas ocorridas no Nepal, Madagascar e Peru, evoluíram para distúrbios. Três pessoas foram mortas a tiros ao tentar invadir uma sede policial, e mais de 400 acabaram detidas, antes que a violência diminuísse.

    A tragédia, portanto, reacende o debate sobre desigualdades no Marrocos. Enquanto o noroeste do país concentra a maior parte da população, das atividades financeiras e da infraestrutura estratégica, outras regiões dependem de setores considerados mais vulneráveis, incluindo agricultura, pesca e turismo.

    Também evidencia a precariedade habitacional no país. Em janeiro, o secretário de Estado da Habitação, Adib Ben Ibrahim, afirmou que cerca de 38,8 mil edifícios em todo país foram incluídos em categoria que aponta risco de desabamento.

    O episódio é um dos mais graves desde 2010, quando a queda de um minarete na também cidade histórica de Meknes deixou 41 mortos. O governo ainda não comentou se há relação entre o colapso dos prédios e denúncias de negligência estrutural, apontadas por moradores e pela imprensa estatal.

    Desabamento de prédios em cidade histórica do Marrocos mata ao menos 22

  • "Nojentas"? Porta-voz do governo francês pede: "Deixem Brigitte em paz"

    "Nojentas"? Porta-voz do governo francês pede: "Deixem Brigitte em paz"

    Brigitte Macron voltou ao centro de uma polêmica após chamar de “nojentas” as ativistas que protestaram contra um comediante absolvido de acusação de estupro. A porta-voz do governo defendeu a primeira-dama, disse que ela falou com espontaneidade e pediu que a deixem “em paz”.

    Brigitte Macron voltou ao centro do debate político na França após chamar de “cabras nojentas” um grupo de quatro ativistas feministas que havia protestado contra o humorista Ary Abittan. Três dias depois do episódio, a porta-voz do governo, Maud Bregeon, saiu em defesa da primeira-dama e pediu que ela fosse “deixada em paz”.

    Brigitte fez o comentário no domingo, antes de assistir a um espetáculo de Abittan ao lado da filha, Tiphaine Auzière. O momento foi gravado e divulgado pelo jornal Public, circulando rapidamente nas redes sociais. No vídeo, a primeira-dama conversa com o comediante sobre a interrupção que ele enfrentara na noite anterior, quando quatro ativistas invadiram o show usando máscaras com a palavra “estuprador” escrita, em referência a uma acusação feita em 2021. O caso, porém, foi arquivado em 2023 por falta de provas.

    “Se aparecer alguma cabra nojenta, nós tiramos”, diz Brigitte no registro que viralizou.

    A porta-voz do governo minimizou a fala, dizendo à France 2 que Brigitte Macron “apenas falou espontaneamente em um ambiente privado”. Para Maud Bregeon, o que deve ser considerado “extremamente grave” é o fato de ativistas terem tentado impedir a apresentação de “alguém que já havia sido absolvido”. “Deixem Brigitte Macron em paz”, afirmou.

    Uma das ativistas presentes no protesto disse à France24 que o grupo ficou “profundamente chocado e escandalizado” com as palavras da primeira-dama, que considerou “mais um insulto a vítimas e coletivos feministas”.

    Em nota enviada à imprensa francesa, a equipe de comunicação de Brigitte Macron afirmou que o comentário não deve ser interpretado como ataque às ativistas, mas como crítica “a métodos radicais” que impediram o artista de se apresentar. A equipe reforçou que a primeira-dama “não aprova esse tipo de abordagem”.

    O episódio reacendeu também teorias conspiratórias antigas envolvendo Brigitte Macron. Desde 2017, a primeira-dama é alvo de rumores infundados que alegam que ela teria nascido homem e assumido outra identidade após mudar de gênero. Em 2021, duas mulheres divulgaram no YouTube um vídeo de quatro horas espalhando essas alegações, o que levou Brigitte e Emmanuel Macron a processá-las. As duas começaram a ser julgadas no ano passado pelo Tribunal Penal de Paris.

    Na época, Emmanuel Macron classificou os boatos como “ataques machistas e sexistas” contra “uma mulher poderosa” que o acompanha.

    "Nojentas"? Porta-voz do governo francês pede: "Deixem Brigitte em paz"

  • Caso de doador com gene do câncer atinge 197 crianças na Europa

    Caso de doador com gene do câncer atinge 197 crianças na Europa

    Cientistas identificaram que um doador de esperma utilizado em tratamentos de fertilidade em 14 países transmitiu uma mutação grave no gene TP53, ligada à síndrome de Li-Fraumeni. Diversas crianças já desenvolveram câncer.

    Um doador de esperma portador de uma mutação genética que aumenta drasticamente o risco de câncer foi responsável pela concepção de pelo menos 197 crianças em diversos países da Europa. A informação veio à tona por meio de uma ampla investigação revelada pela BBC, que aponta ainda que algumas dessas crianças já morreram e que apenas uma minoria que herdar a mutação conseguirá escapar da doença.

    Embora o material genético não tenha sido distribuído em clínicas do Reino Unido, autoridades britânicas confirmaram que um pequeno número de famílias viajou para a Dinamarca para realizar tratamentos de fertilidade com o esperma do mesmo doador.

    O European Sperm Bank, responsável pela distribuição, reconheceu o caso, expressou solidariedade às famílias afetadas e admitiu que o sêmen foi utilizado acima do limite recomendado em alguns países.

    O doador é um estudante que começou a doar em 2005 para receber dinheiro extra, era considerado saudável e passou nos exames de triagem da época. Porém, descobriu-se que ele possui uma mutação somática que ocorreu ainda no desenvolvimento fetal, afetando o gene TP53, fundamental na prevenção de tumores. Cerca de 20% dos espermatozoides do doador carregavam essa variante genética.

    Quando utilizada na concepção, a mutação aparece em todas as células do corpo da criança, resultando na síndrome de Li-Fraumeni, condição rara e grave que pode causar até 90% de risco de câncer, especialmente na infância, além de risco elevado de câncer de mama na idade adulta.

    “É um diagnóstico terrível”, disse à BBC a geneticista Clare Trunbull, do Institute of Cancer Research, em Londres. “É devastador para qualquer família conviver com esse risco.”

    Pacientes com a síndrome precisam de acompanhamento estreito ao longo da vida, com exames frequentes, como ressonâncias magnéticas e ultrassonografias. Muitas mulheres portadoras optam por mastectomia preventiva ao chegar à idade adulta.

    O banco de sêmen destacou que o doador e sua família não apresentam doença, e que a mutação não poderia ter sido identificada por testes genéticos disponíveis antes do caso vir à tona. Assim que o problema foi detectado, o doador foi imediatamente bloqueado.

    Casos de crianças afetadas

    Médicos relataram o caso à Sociedade Europeia de Genética Humana. Em um grupo de 67 crianças identificadas até o momento, 23 carregam a variante, e 10 já haviam recebido diagnóstico de câncer no momento do levantamento. Alguns pacientes desenvolveram mais de um tipo de tumor e morreram ainda muito jovens.

    O número total de crianças afetadas pode ser maior, já que nem todos os países divulgaram dados completos.

    Uma mãe francesa, que usou o esperma do doador há 14 anos e descobriu que seu filho herdou a mutação, disse não culpar o homem, mas considera “inaceitável” que clínicas tenham oferecido material genético que não era “seguro”. Ela convive com a perspectiva de que o câncer pode surgir a qualquer momento: “Quando acontecer, vamos lutar. Se forem vários casos, lutaremos várias vezes.”

    Uso em 14 países e falhas nos limites de doação

    Segundo a investigação, o esperma foi distribuído por 67 clínicas em 14 países. Em alguns locais, o uso ultrapassou em muito as regras previstas: na Bélgica, por exemplo, um único doador não deveria ultrapassar seis famílias, mas o doador gerou 53 crianças em 38 famílias.

    O Reino Unido tem limite de 10 famílias por doador. Não houve vendas diretas no país, mas famílias britânicas foram à Dinamarca realizar o tratamento.

    Especialistas ouvidos pela BBC afirmam que o caso reacendeu um debate urgente sobre a falta de limites internacionais para doação de esperma. Allan Pacey, ex-diretor de um banco de sêmen no Reino Unido, lembrou que países dependem de grandes bancos internacionais, o que dificulta o controle. Hoje, entre 1% e 2% dos homens candidatos são aceitos como doadores: “Se a triagem se tornar ainda mais rigorosa, não haverá doadores suficientes.”

    A Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia propõe um limite de 50 famílias por doador, mas reconhece que isso não elimina o risco de transmissão de doenças genéticas raras.

    Caso de doador com gene do câncer atinge 197 crianças na Europa

  • Avião cai sobre carro nos EUA durante tentativa de pouso de emergência

    Avião cai sobre carro nos EUA durante tentativa de pouso de emergência

    Câmera registrou o momento em que um bimotor perdeu altitude e atingiu a traseira de um Toyota Camry durante um pouso de emergência na I-95. A motorista teve ferimentos leves; piloto e passageiro saíram ilesos.

    Um avião bimotor atingiu um carro em uma rodovia da Flórida, nos Estados Unidos, na segunda-feira, 8 de dezembro, por volta das 17h45 no horário local. A motorista do veículo ficou ferida.

    Imagens registradas por uma câmera mostram o momento em que a aeronave perde altitude rapidamente e acaba batendo na traseira de um Toyota Camry 2023 que trafegava pela I-95, na região de Cocoa. O piloto tentava realizar um pouso de emergência.

    No vídeo, o Beechcraft 55 aparece descendo de forma brusca, toca a parte traseira do carro e, em seguida, cai para o lado esquerdo da pista.

    A motorista precisou ser levada ao hospital, mas sofreu apenas ferimentos leves, segundo a Patrulha Rodoviária da Flórida.

    O piloto e o passageiro do avião, ambos de 27 anos, saíram ilesos.

    A Administração Federal de Aviação (FAA) vai apurar o que levou à necessidade de um pouso de emergência, enquanto a Patrulha Rodoviária da Flórida conduz a investigação do acidente.

    Avião cai sobre carro nos EUA durante tentativa de pouso de emergência

  • Entrada nos EUA pode exigir histórico de 5 anos nas redes sociais

    Entrada nos EUA pode exigir histórico de 5 anos nas redes sociais

    Nova proposta da Alfândega dos EUA prevê analisar redes sociais, e-mails e histórico familiar de visitantes, incluindo viajantes do programa de isenção de visto. A medida levanta alertas sobre privacidade e pode mudar significativamente o processo de entrada no país.

    Se você está planejando viajar para os Estados Unidos, prepare-se: o governo americano poderá exigir que visitantes entreguem o histórico de atividade nas redes sociais dos últimos cinco anos. A proposta foi apresentada nesta terça-feira pela Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP), e pode mudar significativamente o processo de entrada no país.

    Segundo o The New York Times, viajantes de países como Reino Unido, França, Alemanha e Coreia do Sul só poderão entrar nos EUA após uma análise detalhada de suas redes sociais. A mudança afetará não apenas quem participa do programa de isenção de visto, mas também outros tipos de visitantes.

    Atualmente, cidadãos de 42 países podem entrar nos EUA por até 90 dias sem visto, usando apenas uma autorização eletrônica (ESTA). O formulário pede dados básicos como e-mail, endereço, telefone e contato de emergência, com validade de dois anos.

    A nova proposta vai muito além. O CBP pretende pedir:

    • nomes de usuários e links de redes sociais
    • endereços de e-mail usados nos últimos 10 anos
    • nomes, datas de nascimento e locais de residência de pais, filhos, irmãos e cônjuges

    Além disso, a agência quer criar uma taxa adicional de “integridade de visto” de 250 dólares. Viajantes de países isentos de visto não precisariam pagar essa taxa, mas ainda teriam que fornecer as informações.

    Essas medidas se somam a protocolos já adotados para algumas categorias de visto, como o H-1B, o de estudante e o de pesquisador, que também incluem análise de redes sociais.

    Especialistas veem a proposta como uma mudança de grande impacto. Bo Cooper, da consultoria de imigração Fragomen, classificou o plano como uma “mudança de paradigma”, apontando que agora a avaliação deixaria de buscar apenas fatos concretos, como indícios de crime, para analisar o conteúdo que as pessoas publicam.

    A Electronic Frontier Foundation criticou duramente a medida, afirmando que esse tipo de vigilância obrigatória ameaça liberdades civis, não se mostra eficaz para identificar criminosos e expõe a privacidade de viajantes e de pessoas próximas a eles.

    O CBP informou que aceitará comentários públicos sobre a proposta durante os próximos 60 dias.

    Entrada nos EUA pode exigir histórico de 5 anos nas redes sociais