Categoria: MUNDO

  • Opositora venezuelana denuncia ameaças de "execução" de presos políticos

    Opositora venezuelana denuncia ameaças de "execução" de presos políticos

    A líder da oposição venezuelana e Nobel da Paz 2025, María Corina Machado, alertou hoje que recebeu nas últimas horas informações sobre ameaças de “execução extrajudicial” de presos políticos detidos na cadeia El Rodeo, na Venezuela.

    Em uma mensagem publicada em sua conta na rede social X, Machado afirma que essas ameaças são “feitas por agentes do aparato repressivo do regime e constituem crimes contra a humanidade, graves violações do direito internacional humanitário e um risco iminente para a vida de pessoas que estão sendo mantidas reféns pelo Estado”.

    “Tratam-se de atos diretos e repetidos de intimidação dirigidos a pessoas completamente indefesas, privadas de sua liberdade e sob custódia estatal”, declarou a ex-deputada, que responsabiliza o governo venezuelano por “qualquer dano físico e psicológico que possa ocorrer” em decorrência das referidas ameaças.

    Nesse contexto, a líder da oposição exige a “ação imediata” das organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, “incluindo mecanismos de proteção e verificação para evitar execuções extrajudiciais”.

    Machado também pede que “governos democráticos e aliados”, sem especificar quais, “ativem medidas urgentes de pressão diplomática e de monitoramento internacional”, além de emitirem “alertas formais para dissuadir o regime de levar adiante essas ameaças”.

    “Solicitamos proteção imediata para os presos políticos, acesso a observadores independentes e garantias efetivas de vida e integridade pessoal. Vidas estão em risco”, alertou.

    A organização não governamental Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) informou nesta semana que, segundo relatos de familiares e presos políticos, agentes penitenciários da prisão de El Rodeo ameaçaram os detentos de usá-los como “escudos humanos” em caso de “uma possível intervenção dos Estados Unidos na Venezuela”.

    “É importante ressaltar que o uso sistemático do medo e da intimidação como mecanismos de controle agrava o risco ao bem-estar físico e mental das pessoas privadas de liberdade”, afirmou a ONG.

    As informações surgem em meio ao aumento da tensão devido à presença aérea e naval determinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Caribe e no Pacífico Oriental, e aos ataques a mais de 30 embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico, que teriam matado cerca de uma centena de tripulantes.

    A situação é vista pelo governo do presidente Nicolás Maduro como uma tentativa de mudança de regime na Venezuela.

    Maduro afirmou nesta quarta-feira que Caracas recebeu “apoio esmagador” do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), após Rússia e China criticarem as ações dos Estados Unidos durante uma reunião de emergência do órgão, convocada pela Venezuela após a apreensão de petroleiros venezuelanos.

    Opositora venezuelana denuncia ameaças de "execução" de presos políticos

  • EUA e Ucrânia apresentam nova versão de plano de paz com a Rússia

    EUA e Ucrânia apresentam nova versão de plano de paz com a Rússia

    A Ucrânia pleiteava aderir à Otan como salvaguarda contra futuros ataques russos, enquanto a Rússia sempre reiterou que isso seria inaceitável e apresentou esse ponto como um dos motivos que levaram à invasão.

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou nesta quarta-feira (24) que uma nova proposta preliminar para encerrar a guerra com a Rússia, negociada entre Kiev e Washington, não exige formalmente que o país renuncie aos planos de ingressar na Otan, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

    A Ucrânia pleiteava aderir à Otan como salvaguarda contra futuros ataques russos, enquanto a Rússia sempre reiterou que isso seria inaceitável e apresentou esse ponto como um dos motivos que levaram à invasão.

    “Será a Otan quem decidirá se deseja ou não acolher a Ucrânia entre seus membros. E nossa decisão está tomada. Renunciamos a modificar a Constituição ucraniana para escrever nela que o país não se unirá à Otan”, afirmou Zelenski, em referência a um plano anterior elaborado pelos Estados Unidos que exigiria um compromisso legal de Kiev de não aderir ao bloco.

    A Ucrânia obteve várias concessões na versão mais recente do plano americano para pôr fim ao conflito, segundo Zelenski, embora ainda existam muitas dúvidas sobre a questão territorial e se Moscou aceitará os novos termos.

    As negociações ocorreram em Miami, e Zelenski afirmou que espera uma resposta russa ainda nesta quarta. “Teremos uma reação dos russos depois que os americanos conversarem com eles”, disse o líder a jornalistas.

    O ucraniano anunciou que o plano atualizado prevê congelar a frente de batalha nas linhas atuais e abre a possibilidade de criação de zonas desmilitarizadas. Zelenski afirmou que o acordo de 20 pontos, consensuado entre negociadores americanos e ucranianos, estava sendo analisado por Moscou.

    No entanto, é pouco provável que o Kremlin abandone suas rígidas reivindicações territoriais, incluindo a exigência de uma retirada total da Ucrânia da região de Donbass, região russófona mais desejada pela Rússia e berço do conflito atual.

    O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou que Moscou está “formulando sua posição” e não deu mais detalhes.

    O próprio Zelenski admitiu que há alguns pontos no documento atualizado de que não gosta. Ainda assim, Kiev conseguiu modificar a proposta americana original, de 28 pontos, que mantinha muitas das exigências russas.

    Nesse sentido, caiu o pedido para que a Ucrânia se retirasse imediatamente da área que controla na região oriental de Donetsk, que fica dentro de Donbass. Também foi descartada a possibilidade de que o território ocupado por Moscou seja reconhecido como russo.

    Quanto à frente de batalha, Zelenski afirmou que, nas regiões de Donetsk, Lugansk e Zaporíjia, a posição das tropas na data do acordo passará a seguir a linha de contato reconhecida de fato. Segundo ele, será criado um grupo de trabalho para definir o redesdobramento das forças necessário ao encerramento do conflito e para estabelecer os parâmetros de possíveis zonas econômicas especiais.

    Os detalhes tornados públicos sugerem que o plano abre caminho para iniciativas que a Ucrânia antes se recusava a considerar, como a retirada de suas forças e a criação de zonas desmilitarizadas.

    Embora não esteja explicitamente definido no documento, o plano permite, por exemplo, que a Ucrânia retire cerca de 20% de suas forças da região de Donetsk atualmente sob seu controle, onde poderia ser estabelecida uma zona desmilitarizada.

    “Estamos em uma situação em que os russos querem que nos retiremos da região de Donetsk, enquanto os americanos tentam encontrar uma solução”, declarou Zelenski. “Eles buscam uma zona desmilitarizada ou uma zona econômica livre, ou seja, um formato que satisfaça ambas as partes”, acrescentou.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem pressionando Moscou e Kiev para que cheguem a um acordo que ponha fim à guerra, quase quatro anos após o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

    Naquele mesmo ano, a Rússia anunciou a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporíjia -apesar de não controlá-las integralmente- além da península da Crimeia, anexada em 2014.

    Putin não demonstrou disposição para fazer concessões e continua exigindo amplas retiradas das forças ucranianas. Zelenski, por sua vez, admitiu que pode ser obrigado a ceder em algumas de suas exigências, especialmente territoriais, caso queira evitar a perda do apoio militar dos EUA.

    A Ucrânia também sugeriu que Enerhodar, cidade controlada pelas forças russas e localizada nas proximidades da usina nuclear de Zaporíjia, se torne uma zona desmilitarizada.

    Zelenski disse que qualquer plano que envolva a retirada de tropas ucranianas para a criação de uma zona desmilitarizada ou de uma zona econômica livre deverá ser submetido a referendo nacional. A nova versão do documento também defende uma administração conjunta americana, russa e ucraniana da usina nuclear de Zaporíjia.

    Por fim, o líder ucraniano anunciou que a Ucrânia realizará eleições presidenciais após a assinatura de um eventual acordo de paz, algo que vem sendo exigido por Trump e Putin. O mandato de Zelenski terminou em maio de 2024, mas a Constituição do país não permite pleitos durante lei marcial.

    EUA e Ucrânia apresentam nova versão de plano de paz com a Rússia

  • Israel acusa Hamas de violar cessar-fogo e promete resposta adequada

    Israel acusa Hamas de violar cessar-fogo e promete resposta adequada

    Israel acusou hoje o grupo radical palestino Hamas de violar o cessar-fogo, depois de um engenho explosivo ter ferido um soldado israelita durante uma operação em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, prometendo “responder em conformidade”.

    A recusa pública e contínua [do Hamas] em se desarmar constitui uma violação flagrante e, hoje, mais uma vez, suas intenções violentas e violações foram confirmadas com a detonação de um artefato explosivo improvisado que feriu um oficial das Forças de Defesa de Israel”, diz um comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

    “Israel responderá de acordo”, advertiu Netanyahu.

    O governo reitera que o Hamas deve cumprir os acordos firmados no âmbito da trégua, que “incluem sua retirada do governo em Gaza, a desmilitarização do enclave e um processo de desradicalização”.

    O Exército israelense informou hoje, em comunicado, que um artefato explosivo foi detonado contra um veículo blindado durante uma operação “para limpar a área de Rafah de infraestruturas terroristas”, causando “ferimentos leves” a um soldado, que foi levado a um hospital.

    Os militares também identificaram hoje um responsável financeiro do braço armado do Hamas que foi morto há duas semanas em uma operação de suas forças na Faixa de Gaza.

    Abdel Hay Zaqout foi morto em 13 de dezembro em um ataque aéreo “enquanto estava em seu veículo ao lado de Raed Saad”, durante “uma operação conjunta das Forças de Defesa de Israel e do Shin Bet [serviço secreto interno]”, afirmou Avichay Adraee, porta-voz do Exército israelense.

    Segundo comunicado publicado por Avichay Adraee na rede social X, Raed Saad foi “um dos arquitetos” do ataque mortal do Hamas em 7 de outubro de 2023, em Israel, e Abdel Hay Zaqout “foi responsável pela arrecadação e transferência de dezenas de milhões de dólares para o braço armado do Hamas, a fim de garantir a continuidade da luta contra Israel” ao longo do último ano.

    Uma frágil trégua está em vigor na Faixa de Gaza desde 10 de outubro, com Israel e o Hamas se acusando mutuamente de violações, após dois anos de uma guerra devastadora no território palestino, que causou mais de 70 mil mortes, segundo números do Ministério da Saúde local, sob controle do Hamas, considerados confiáveis pela Organização das Nações Unidas.

    Em 7 de outubro de 2023, o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense matou mais de 1.200 israelenses.

    Israel acusa Hamas de violar cessar-fogo e promete resposta adequada

  • Vulcão Kilauea entra em erupção e imagens impressionam; vídeo

    Vulcão Kilauea entra em erupção e imagens impressionam; vídeo

    O vulcão Kilauea voltou a entrar em erupção e a força da erupção foi tal que chegou a desativar uma das câmaras de observação ao vivo do Observatório Vulcânico do Havai. Este vulcão está em erupção periodicamente há um ano.

    O vulcão Kilauea, no Havaí, voltou a entrar em erupção, e as imagens divulgadas pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) são impressionantes.

    Na terça-feira, 23 de dezembro, o vulcão Kilauea entrou novamente em erupção, atingindo uma altura superior a 305 metros. Por volta das 21h45, no horário local, a lava no lado sul do vulcão alcançou cerca de 280 metros de altura.

    De acordo com os cientistas, a força da erupção foi tão intensa que chegou a desativar uma das câmeras de observação ao vivo do Observatório Vulcânico do Havaí.

    Segundo o USGS, o Kilauea é “um dos vulcões mais ativos do mundo” e está em erupção de forma periódica há um ano — desde 23 de dezembro de 2024.

    Veja as imagens em direto no vídeo abaixo.

    A primeira erupção do vulcão Kilauea aconteceu em 1959, quando os jatos de lava atingiram uma altura de 600 metros.

    Veja acima o momento da erupção:

    Vulcão Kilauea entra em erupção e imagens impressionam; vídeo

  • Venezuela aprova lei para proteger navios em meio a clima de guerra com os EUA

    Venezuela aprova lei para proteger navios em meio a clima de guerra com os EUA

    Legislação estabelece penas de até 20 anos de prisão para apoiadores de atos tidos como pirataria por Caracas; medida é resposta direta a interceptações de petroleiros na costa venezuelana em menos de duas semanas

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Como resposta às ações navais dos Estados Unidos contra petroleiros venezuelanos, o regime do ditador Nicolás Maduro aprovou nesta terça-feira (23) uma lei contra a “pirataria nos mares do mundo”.

    O texto diz que “toda pessoa que promover, instigar, solicitar, invocar, favorecer, facilitar, apoiar, financiar ou participar de ações de pirataria, bloqueio ou outros atos ilícitos internacionais será sancionada com prisão de 15 a 20 anos”. Ainda prevê multas que podem chegar a € 1 milhão (R$ 6,5 milhões) aos infratores. Segundo Maduro, a medida tem um “grande poder”.

    A legislação foi aprovada pela Assembleia Nacinal venezuelana, controlada pelo regime, num momento de tensão no Caribe após interceptações de petroleiros ligados à Venezuela pelas forças dos EUA nas últimas semanas -em atos justificados por Washington como combate ao narcoterrorismo e sanções contra o regime de Maduro. O ditador, por sua vez, diz que as iniciativas configuram roubo e pirataria.

    Leis similares já punem também com prisão e multas quem defender, por exemplo, as sanções internacionais contra o regime venezuelano, como tem feito a ganhadora do Nobel da Paz María Corina Machado, que diz ser favorável à estratégia de Trump no Caribe.

    “Acho que o presidente Trump se sairia melhor perante o mundo se se dedicasse aos problemas de seu país. Não é possível que 70% de seus discursos, declarações e tempo sejam sobre a Venezuela. E os Estados Unidos? E os pobres dos Estados Unidos que precisam de moradia, e os empregos que precisam ser criados? Que cada um cuide de seu país”, afirmou Maduro antes da aprovação da lei.

    O ditador defendeu os compromissos internacionais da Venezuela, mencionando a relação do país com a Chevron, petroleira dos EUA.

    “Somos pessoas sérias quando assinamos um contrato de acordo com a Constituição e a lei. E cumprimos o que prometemos, faça chuva ou faça sol”, disse o líder à imprensa local durante uma feira comercial na última segunda (22).

    Naquele mesmo dia, Trump havia ameaçado a ditadura venezuelana durante evento em Mar-a-Lago, residência de Trump na Flórida.

    “Se ele se mostrar duro, será a última vez que poderá fazê-lo”, disse o republicano durante um evento para anunciar a construção da Golden Fleet (frota dourada), uma nova classe de navios de guerra que, segundo ele, serão maiores, mais rápidos e “cem vezes mais poderosos” do que qualquer outra.

    O republicano já ameaçou fazer bombardeios diretos e enviar soldados à Venezuela durante sua campanha de ataques contra embarcações no Caribe -com um saldo de 105 mortes até aqui.

    Trump e Maduro converaram por telefone em 30 de novembro. O ditador disse que a ligação foi cordial e em tom de respeito, mas o cerco militar contra seu regime só cresceu desde então.

    Em 10 de dezembro, as Forças Armadas americanas capturaram o petroleiro Skipper, com bandeira da Guiana, em águas próximas à Venezuela. A tripulação não ofereceu resistência, segundo o governo americano. Caracas denunciou o ato como roubo.

    No dia 16 dezembro, Trump anunciou um bloqueio “total e completo” de todos os petroleiros sancionados que entrem e saiam da Venezuela. O presidente dos EUA escreveu, na Truth Social, que o regime venezuelano foi classificado de organização terrorista estrangeira.

    Poucos dias depois, em 19 de dezembro, Trump nomeou o tenente-general Francis Donovan como novo chefe do Comando Sul, o braço militar dos EUA responsável pela América Central e do Sul, além de alguns territórios do Caribe. Donovan é o atual vice-chefe do Comando de Operações Especiais dos EUA, o que pode sinalizar uma abordagem mais agressiva na região.

    No dia seguinte, em 20 de dezembro, a Guarda Costeira dos EUA, com apoio do Pentágono, apreendeu outra embarcação durante a madrugada, segundo a secretária de Segurança Interna americana, Kristi Noem. Em resposta, o regime venezuelano disse que os atos não ficariam imputes e que recorreriam ao Conselhos de Segurança das Nações Unidas.

    Naquele mesmo dia, a Guarda Costeira dos EUA tentou interceptar um petroleiro chamado Bella 1 que, de acordo com as autoridades, não estava hasteando uma bandeira nacional válida, tornando-o um navio apátrida sujeito a inspeção sob a lei internacional.

    A Venezuela, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo e produz diariamente cerca de um milhão de barris de petróleo, tem uma economia dependente de exportações dessa commodity. O país está sob embargo desde 2019 e, por isso, destina boa parte de suas vendas ao mercado paralelo com descontos altos. Segundo especialistas, um bloqueio dos EUA contra exportações asfixiaria a economia venezuelana, aumentando ainda mais a pressão pela saída de Maduro.

    Venezuela aprova lei para proteger navios em meio a clima de guerra com os EUA

  • Na ONU, Rússia e China criticam 'comportamento de cowboy dos EUA' em relação à Venezuela

    Na ONU, Rússia e China criticam 'comportamento de cowboy dos EUA' em relação à Venezuela

    Embaixador de Washington nas Nações Unidas respondeu que país ‘fará tudo o que estiver em seu poder para proteger o hemisfério, as fronteiras e o povo americano’; EUA também ameaçam sanções máximas contra Maduro por financiar ‘narcoterrorismo’

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Rússia e China criticaram duramente, perante o Conselho de Segurança da ONU, nesta terça-feira (23), a pressão militar e econômica que os Estados Unidos exercem sobre a Venezuela, que classificaram de intimidação e “comportamento de cowboy”.

    O embaixador de Washington na ONU, Mike Waltz, respondeu, durante a reunião de urgência solicitada pela Venezuela e apoiada por Rússia e China, que os EUA “farão tudo o que estiver em seu poder para proteger o hemisfério, as fronteiras e o povo americano”.

    Waltz disse ainda que os americanos vão impor e aplicar “sanções máximas” para privar o ditador dos recursos que, segundo Washington, usaria para financiar o Cartel de Los Soles.

    “A capacidade de Maduro de v ender o petróleo da Venezuela permite sua reivindicação fraudulenta ao poder e suas atividades narcoterroristas. O povo da Venezuela, francamente, merece algo melhor”, afirmou.

    Em novembro, Washington designou o Cartel de los Soles da Venezuela como uma organização terrorista estrangeira responsável por “violência em todo o hemisfério” e pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos e a Europa.

    Os EUA acusam Maduro de chefiar o cartel, que supostamente seria composto por membros e ex-membros da cúpula militar venezuelana.

    Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, chegou a dizer que o “Cartel de los Soles é uma das maiores organizações criminosas existentes no hemisfério [ocidental]”.

    Muitos analistas da guerra às drogas questionam se o Cartel de los Soles é um grupo criminoso formal ou uma aliança flexível de autoridades corruptas que enriqueceram com o contrabando de drogas e recursos naturais por meio dos portos venezuelanos.

    Por sua vez, Maduro e sua administração negam a existência de tal cartel, classificando-o como uma “narrativa” sem fundamento difundida por Washington para retirá-los do poder.

    As falas de Waltz ocorrem em meio a uma escalada militar. Nesta terça, a Venezuela aprovou uma uma lei contra a “pirataria nos mares do mundo”, uma resposta direta às ações navais dos Estados Undiso contra petroleiros na costa do país sul-americano.

    O texto diz que “toda pessoa que promover, instigar, solicitar, invocar, favorecer, facilitar, apoiar, financiar ou participar das ações de pirataria, bloqueio ou outros atos ilícitos internacionais será sancionada com prisão de 15 a 20 anos”. Ainda prevê multas que podem chegar a EUR 1 milhão (R$ 6,5 milhões). Segundo Maduro, a medida tem um “grande poder”.

    Na segunda-feira (22), Trump tornou a ameaçar a ditadura de Nicolás Maduro em meio à operação americana que impõe um bloqueio naval contra o país. Já o regime venezuelano acusa os EUA de usar a manobra numa tentativa de derrubar Maduro.

    Questionado por jornalistas sobre este tema durante evento em Mar-a-Lago, residência de Trump na Flórida, o presidente disse que a resposta americana depende do ditador. “Isso depende dele, do que ele queira fazer. […] Se ele se mostrar duro, será a última vez que poderá fazê-lo”, afirmou, em tom de ameaça.

    O ditador Nicolás Maduro respondeu pouco tempo depois dizendo que Trump “estaria melhor” se “focasse os problemas” dos Estados Unidos e não se concentrasse tanto na Venezuela.

    “Penso que o presidente Trump poderia fazer melhor em seu país e no mundo”, afirmou Maduro em transmissão feita pela TV estatal, na qual lembrou a “conversa cordial” por telefone que teve com o americano em 21 de novembro.
    “Não é possível que 70% de seus discursos e declarações sejam [sobre] a Venezuela. Mas e os Estados Unidos?”, completou Maduro.

    O Exército dos Estados Unidos afirmou nesta segunda que matou um suposto narcotraficante que estava a bordo de uma embarcação que navegava pelo que descreveu como rotas conhecidas de tráfico de drogas no oceano Pacífico.

    O cerco militar ao regime venezuelano só tem crescido. Em 10 de dezembro, os EUA capturaram o petroleiro Skipper. No dia 16, Trump anunciou um “bloqueio total” de navios sancionados; e em 20 de dezembro, incerceptara outras duas embarcações.

    A Venezuela, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo e produz diariamente cerca de um milhão de barris de petróleo, tem uma economia dependente de exportações dessa commodity. O país está sob embargo desde 2019 e, por isso, destina boa parte de suas vendas ao mercado paralelo com descontos altos. Segundo especialistas, um bloqueio dos EUA contra exportações asfixiaria a economia venezuelana, aumentando ainda mais a pressão pela saída de Maduro.

    Na ONU, Rússia e China criticam 'comportamento de cowboy dos EUA' em relação à Venezuela

  • Ucrânia e EUA já têm um plano de paz para apresentar à Rússia

    Ucrânia e EUA já têm um plano de paz para apresentar à Rússia

    Proposta com 20 pontos será entregue à Rússia nesta quarta-feira (24)

    Ucrânia e EUA já teriam chegado a acordo para uma proposta de paz, que deverá ser apresentada à Rússia ainda nesta quarta-feira (24), véspera de Natal.

    O projeto tem 20 pontos e prevê garantias de segurança para a Ucrânia. O plano ainda não estabeleceu um acordo sobre o controle da central nuclear de  Zaporijia e da região do Donbass. 

    O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que a versão mais recente do plano dos Estados Unidos para a Ucrânia prevê o congelamento das linhas da frente, mas não resolve a possível cedência de território a Moscou.

    De acordo com Zelensky, a nova versão do texto estipula que “a linha de posicionamento das tropas à data deste acordo é a linha de contato reconhecida de fato”, situação que abriria caminho a discussões sobre a criação de possíveis zonas desmilitarizadas.

    “Um grupo de trabalho vai reunir-se para determinar o reposicionamento das forças necessárias para pôr fim ao conflito, bem como para definir os parâmetros de possíveis futuras zonas econômicas especiais”, afirmou Zelensky, que proferiu estas declarações na terça-feira, mas que foram apenas hoje divulgadas.

    Este plano, apresentado há quase um mês, tem sido objeto de negociações separadas dos norte-americanos com ucranianos e russos, como no fim de semana passado na Florida.

    O pacto tem como objetivo encerrar quase quatro anos de guerra entre a Rússia e a Ucrânia, embora a concordância de Moscou não esteja garantida, pois as autoridades russas não mostram vontade em abandonar os objetivos.

    Segundo Zelensky, as negociações entre Kyiv e Washington ainda não conduziram a um consenso sobre estas questões territoriais, uma vez que Moscou exige, em particular, que Kyiv ceda a porção da região leste de Donetsk que ainda está sob o seu controle.

    O Presidente ucraniano referiu estar “pronto para se reunir com os Estados Unidos, ao nível de liderança, para tratar de questões sensíveis”, depois de ter solicitado anteriormente uma reunião trilateral com o Presidente russo, Vladimir Putin.

    Segundo Zelensky, a nova versão do plano não exige que a Ucrânia renuncie formalmente à adesão à OTAN, outra grande exigência de Moscou.

    “Cabe à OTAN decidir se quer ou não acolher a Ucrânia como membro. E a nossa escolha já foi feita. Decidimos não alterar a Constituição ucraniana para incluir uma cláusula que declare que o país não aderirá à OTAN”, declarou o líder ucraniano.

    Uma versão anterior do plano, elaborada pelos Estados Unidos, exigia que Kyiv se comprometesse legalmente a não aderir à Aliança.

    Em relação à grande central nuclear de Zaporijia, ocupada pela Rússia desde 2022 e localizada no sul da Ucrânia, no plano propõe-se que seja operada em conjunto por Moscou, Kyiv e Washington, uma possibilidade rejeitada por Volodymyr Zelensky.

    “Para a Ucrânia, isto parece muito inadequado e não totalmente realista”, disse aos jornalistas.

    O Presidente ucraniano afirmou ainda que o documento estipula que irá realizar eleições presidenciais após a assinatura de um acordo para o fim das hostilidades.

    Indicou, no entanto, que qualquer acordo que preveja a retirada das tropas ucranianas teria de ser aprovado por um referendo popular, o que exigiria um cessar-fogo de 60 dias.

    Zelensky disse que esperava uma resposta da Rússia hoje sobre esta nova versão do plano norte-americano. “Teremos uma reação dos russos depois de os americanos falarem com eles”, declarou.

    Ucrânia e EUA já têm um plano de paz para apresentar à Rússia

  • Em clima de tensão com EUA, Maduro dança com robô humanoide de IA

    Em clima de tensão com EUA, Maduro dança com robô humanoide de IA

    O presidente venezuelano protagonizou um momento inusitado durante um evento oficial em Caracas, na segunda-feira (22), após dançar com um robô humanoide de IA

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi flagrado dançando com um robô humanoide de inteligência artificial (IA), durante um evento oficial em Caracas, na segunda-feira (22).

    O momento inusitado aconteceu na inauguração da Expo Motores Productivos 2025, uma feira que reúne produtores e empresas de diferentes setores estratégicos do país, noticiou o El Mundo.

    O episódio, que rapidamente se tornou viral, integrou-se na estratégia do governo venezuelano de mostrar avanços tecnológicos na Expo Motores Productivos, um evento fundamental para impulsionar a produção nacional.

    Saliente-se, contudo, que não é a primeira vez que Nicolás Maduro dança em eventos públicos, ainda que, desta feita, o seu acompanhante tenha sido, no mínimo, pouco comum: um robô de IA, símbolo da abordagem tecnológica que o Executivo procura projetar para 2026.

    Vale lembrar que Caracas e Washington mantêm uma relação tensa, marcada por sanções econômicas, disputas diplomáticas e mensagens contraditórias sobre democracia e direitos humanos.

    Se os Estados Unidos procuram ter uma postura de pressão, o regime venezuelano insiste em projetar uma imagem de estabilidade, soberania e impulso tecnológico diante da comunidade internacional.

    Em clima de tensão com EUA, Maduro dança com robô humanoide de IA

  • Novo ataque com carro-bomba em Moscou deixa três mortos

    Novo ataque com carro-bomba em Moscou deixa três mortos

    Na segunda-feira (22), um general russo tinha sido morto em um ataque semelhante!

    Três pessoas morreram em um ataque com bomba em Moscou, esta quarta-feira (24). O incidente acontece dois dias depois de um general russo ter sido assassinado em um ataque semelhante.

    A explosão aconteceu junto ao local onde, na segunda-feira, o general Fanil Sarvarov foi também morto em um ataque semelhante.

    As autoridades já confirmaram que dois polícias de trânsito e um civil que estavam junto ao local morreram.

    “Um dispositivo explosivo foi acionado” quando os agentes se aproximaram do suspeito, que estava perto do veículo de serviço, se lê no comunicado da comissão, que investiga crimes graves, citado pelo Daily Mail.

    “Dois polícias de trânsito viram uma pessoa suspeita junto a um carro da polícia. Quando se aproximaram para detê-la, um artefato explosivo foi acionado. Em consequência dos ferimentos sofridos, os dois agentes da polícia, bem como a pessoa que estava junto a eles, morreram”, informou o Comitê de Instrução da Rússia (CIR), através da rede de mensagens Telegram.

    Segundo as autoridades russas, o incidente ocorreu esta madrugada em um bairro do sul de Moscou.

    A direção principal de investigações do CIR instaurou processos criminais por atentado contra um agente da ordem e tráfico ilegal de explosivos.

    Neste momento, os investigadores estão examinando o local de ocorrência dos fatos, incluindo perícias genéticas, forenses e de explosivos.

    “O presidente do CIR encarregou os criminalistas do departamento central de se juntarem às investigações para se identificar o mais rapidamente possível as pessoas ligadas a este crime, bem como todas as circunstâncias”, indicou a agência.

    De acordo com o canal Telegram 112, os agentes da polícia mortos eram dois tenentes de 24 e 25 anos de idade, que trabalhavam nos órgãos de segurança há pouco mais de dois anos.

    Na segunda-feira, o chefe de operações do Estado-Maior do Exército russo, Fanil Sarvárov, morreu em um atentado com um carro-bomba em um bairro ao sul de Moscou, segundo o CIR, que começou por atribuir o atentado aos serviços de informação ucranianos.

    O chefe de operações do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia tornou-se no quarto general russo assassinado desde o início da guerra na Ucrânia.

    O Comitê de Investigação da Rússia informou que está analisando várias hipóteses para o atentado, incluindo o envolvimento direto dos serviços de informação ucranianos, não tendo ainda divulgado pormenores sobre os autores do ataque.

    A morte de Sarvarov é a primeira de um oficial de alta patente das Forças Armadas russas desde abril de 2025 e surge numa série de atentados contra dirigentes militares desde o início do conflito.

    Novo ataque com carro-bomba em Moscou deixa três mortos

  • Ministro diz que Israel nunca vai deixar Gaza e gera novo temor de ocupação permanente

    Ministro diz que Israel nunca vai deixar Gaza e gera novo temor de ocupação permanente

    Após repercussão, Israel Katz, da Defesa, divulgou comunicado negando planos de estabelecer assentamentos no local; Tel Aviv já ameaçou ocupar o território palestino antes

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse nesta terça-feira (23) que os militares de seu país nunca deixariam a Faixa de Gaza completamente e que planejavam estabelecer assentamentos chamados de Nahal, que historicamente desempenharam um papel importante na criação de comunidades de Israel.

    “Estamos localizados no interior de Gaza e nunca deixaremos Gaza completamente. Nunca haverá tal coisa. Estamos lá para proteger, para evitar o que aconteceu. Não confiamos em mais ninguém na proteção de nossos cidadãos”, afirmou Katz, apontando para o que disse ser uma necessidade de estar também no Líbano e na Síria.

    Mais tarde, depois que veículos israelenses noticiaram a declaração como um plano de repovoar o território, o ministro divulgou um comunicado afirmando que “o governo não tem intenção de estabelecer assentamentos na Faixa de Gaza”.

    Em resposta à declaração de Katz, o porta-voz do grupo terrorista Hamas, Hazem Qassem, disse que o anúncio viola o acordo de cessar-fogo e vai contra o plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e assinado por ambas as partes em outubro deste ano.

    O plano prevê que os militares israelenses se retirem gradualmente e completamente do território e que Tel Aviv não restabeleça assentamentos civis no local. Também prevê, por outro lado, uma “presença de perímetro de segurança israelense que permanecerá até que Gaza esteja devidamente protegida de qualquer ameaça terrorista ressurgente”.

    A fala de Katz sobre os militares nunca deixarem Gaza de forma completa aconteceu no assentamento de Beit El, na Cisjordânia, próximo à sede administrativa da Autoridade Palestina em Ramallah. Na ocasião, ele anunciou que 1.200 unidades habitacionais seriam construídas.

    “Quando chegar a hora, no norte de Gaza, construiremos unidades Nahal [voltadas a civis interessados em se alistar no Exército] no lugar das comunidades israelenses que foram deslocadas. Faremos isso da maneira certa no momento certo. Alguns protestam por isso e tudo bem, mas somos ministros e precisamos que seja oficial”, disse.

    Depois, no comunicado em que buscou corrigir o comentário, o ministro da Defesa afirmou que “a referência à integração do Nahal no norte da Faixa de Gaza foi feita apenas em contexto de segurança”.

    O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, repetidamente descartou a possibilidade de restabelecer assentamentos na Faixa de Gaza durante os dois anos da Guerra Israel-Hamas, embora alguns membros ultranacionalistas de sua coalizão busquem reocupar o território.

    Já a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia, parte do território onde os palestinos pretendem estabelecer um Estado, acelerou sob o premiê. Os palestinos e grande parte da comunidade internacional consideram a ocupação ilegal, enquanto Tel Aviv cita laços históricos e bíblicos com a terra.

    Israel entrará em período eleitoral no ano que vem, e os colonos dos assentamentos compõem parte da base eleitoral do partido Likud, ao qual pertencem Katz e Netanyahu.

    Esta não foi a primeira vez que Israel Katz mencionou a possibilidade de uma ocupação israelense permanente em Gaza. Em março deste ano, por exemplo, o ministro da Defesa ameaçou anexar partes do território caso o Hamas não libertasse os reféns que ainda estavam sob seu poder.

    “Quanto mais o Hamas se recusar a libertar os reféns, mais território perderá, que será anexado por Israel”, disse, ameaçando com a “ocupação permanente” de algumas áreas dentro de Gaza.

    Em agosto, o gabinete de segurança de Israel aprovou um plano para que as Forças Armadas do país assumissem o controle da Cidade de Gaza, o principal centro urbano de Gaza, poucas horas depois de Bibi, como é conhecido o premiê, reafirmar a intenção de expandir a presença militar para todo o território.

    Duas semanas depois, o Exército anunciou o avanço de suas tropas para a tomada da cidade e convocou cerca de 60 mil reservistas como parte do plano.

    Ministro diz que Israel nunca vai deixar Gaza e gera novo temor de ocupação permanente