Categoria: MUNDO

  • Família acusa ChatGPT de incentivar mortes nos EUA: "Validou delírios"

    Família acusa ChatGPT de incentivar mortes nos EUA: "Validou delírios"

    A família de Suzanne Adams, que foi morta pelo filho, está processando a OpenAI e a Microsoft, alegando que o ChatGPT “validou os delírios paranóicos de um usuário sobre a sua própria mãe”

    Os herdeiros de Suzanne Adams, uma idosa de 83 anos morta pelo filho, processaram a OpenAI e a Microsoft, alegando que o ChatGPT incentivou o homem, com problemas mentais, a matar a mãe e a tirar à própria vida. O caso aconteceu no Connecticut, nos Estados Unidos, em agosto.

    Segundo conta a agência de notícias The Associated Press (AP), Stein-Erik Soelberg, um ex-funcionário do setor tecnológico, espancou e estrangulou a mãe até à morte, suicidando-se a seguir, na casa onde viviam juntos. 

    O homem, de 56 anos, acreditava que estava sendo vigiado através de uma impressora e que tinha sido alvo de várias tentativas de envenenamento.

    Agora, a família avançou com um processo, em um tribunal da Califórnia, alegando que a OpenAI “projetou e distribuiu um produto defeituoso que validou os delírios paranóicos de um usuário sobre a sua própria mãe”.

    “Ao longo destas conversas, o ChatGPT reforçou uma única mensagem perigosa: Stein-Erik não podia confiar em ninguém na sua vida — exceto no próprio ChatGPT”, lê-se no processo, que deu entrada no tribunal na quinta-feira (11).

    “Ele fomentou a sua dependência emocional enquanto pintava sistematicamente as pessoas à sua volta como inimigas”, acrescenta. “Disse-lhe que a mãe o estava vigiando. Disse-lhe que os entregadores, os funcionários das lojas, os polícias e até os amigos eram agentes que trabalhavam contra ele. Disse-lhe que os nomes nas latas de refrigerante eram ameaças do seu ‘círculo de adversários’”.

    Homem compartilhou conversas com o chatbot no Youtube

    Soelberg tinha ainda uma conta no YouTube, onde divulgou vários vídeos das suas conversas com o chatbot. Nessas conversas, é dito a ele que não tinha problemas mentais e confirmadas as suspeitas de que as pessoas à sua volta estavam conspirando contra ele. No entanto, não há nada específico sobre a possibilidade de matar a mãe ou dar um fim à própria vida. 

    Segundo o processo, a OpenAI recusou-se a fornecer o histórico completo das conversas à família, mas o documento indica que “a realidade artificial que o ChatGPT construiu para Stein-Erik, Suzanne — a mãe que o criou, abrigou e apoiou — deixou de ser a sua protetora” e “tornou-se uma inimiga que representava uma ameaça existencial à sua vida”.

    “O ChatGPT alimentou os delírios mais sombrios do meu pai”

    Em comunicado, citado pela AP, o filho de Soelberg, Erik Soelberg, afirmou que deseja que as empresas sejam responsabilizadas por “decisões que mudaram a família para sempre”.

    “Ao longo de meses, o ChatGPT alimentou os delírios mais sombrios do meu pai e o isolou completamente do mundo real”, disse em comunicado. “Colocou a minha avó no centro desta realidade artificial e delirante.”

    Com a ação, a família pretende uma indenização em valor indeterminado e uma ordem judicial que obrigue a OpenAI a implementar medidas de segurança no ChatGPT.

    Contactada pela AP, a OpenAI afirmou tratar-se de uma “situação dolorosa” e garantiu analisar o processo “para compreender os detalhes” no caso. No entanto, lembrou que tem aumentado o acesso a recursos e linhas de apoio em situações de crise.

    Família acusa ChatGPT de incentivar mortes nos EUA: "Validou delírios"

  • Leão 14 já se posicionou sobre temas polêmicos, como papel de Maria, monogamia e casamento

    Leão 14 já se posicionou sobre temas polêmicos, como papel de Maria, monogamia e casamento

    Publicações iniciadas no pontificado de Francisco e aprovadas por papa atual buscam esclarecer temas que dividem católicos; doutrinas e relatório pós-sinodal indicam continuidade entre os papados de argentino, morto em abril, e de americano

    MILÃO, ITÁLIA (CBS NEWS) – O Vaticano divulgou nas últimas semanas documentos que aprofundaram, em estudos e análises internas, temas polêmicos da Igreja Católica, alguns deles divisivos entre religiosos e fiéis.

    Publicadas em novembro, duas notas sobre questões doutrinárias reúnem princípios e orientações sobre o casamento, a monogamia e o papel de Maria, mãe de Jesus. Já um relatório pós-sinodal, que saiu no último dia 4, tratou do acesso das mulheres ao diaconato.

    Embora os dois primeiros textos tenham sido aprovados pelo papa Leão 14 e o terceiro tenha sido liberado por ele para publicação, as atividades que resultaram nos três documentos tiveram início ainda no pontificado de Francisco, morto em abril aos 88 anos.

    Essas publicações autorizadas por Leão 14 indicam mais uma linha de transição entre os dois papados do que sinais do que deverá compor o legado do americano Robert Prevost, eleito em maio. Também a primeira exortação apostólica assinada pelo atual pontífice, sobre os pobres, começou a ser escrita por Francisco.

    De toda forma, Prevost afirmou, no fim de julho, que deve seguir algumas políticas de Francisco, como o acolhimento de católicos gays e mais abertura para mulheres em cargos de liderança, mas que não pretende promover grandes mudanças na doutrina católica. Entenda a seguir os três documentos recentes.

    O REDENTOR É UM SÓ

    Publicada em 4 de novembro, a nota doutrinal “Mater populi fidelis” (mãe do povo fiel, em latim) traz questões que fundamentam a devoção a Maria, esclarecendo quais títulos são corretos e quais devem ser evitados para se referir à mãe de Jesus.

    Ao longo de 80 parágrafos, o texto diz que “mãe dos fiéis”, “mãe espiritual” e “mãe do povo fiel” são os mais indicados. Por outro lado, chamar Maria de “corredentora” é visto como “inconveniente” e “inoportuno”.

    A redenção é entendida como o ato de Jesus de redimir, de salvar a humanidade com sua crucificação e morte. O papel de Maria é alvo de estudos, e chamá-la de corredentora, por ela ter acompanhado Jesus na cruz, no ato de redenção, é um debate polêmico, ao qual o Vaticano busca colocar fim.

    “Levando em consideração a necessidade de explicar o papel subordinado de Maria a Cristo na obra da redenção, é sempre inoportuno o uso do título de corredentora para definir a cooperação de Maria”, diz o texto, assinado pelo cardeal argentino Víctor Manuel Fernández, chefe do Dicastério para a Doutrina da Fé que foi um forte aliado do papa Francisco.

    “Este título corre o risco de obscurecer a única mediação salvífica de Cristo e, portanto, pode gerar confusão e desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã.”

    O termo, segundo o documento, tem origem no século 15 como “correção à invocação de redentora (como abreviação de mãe do redentor) que Maria vinha recebendo desde o século 10”.

    Em outro trecho é explicado que a obra da redenção foi “perfeita e não necessita de acréscimo algum”. “Nossa Senhora não quis tirar nenhum título a Jesus. Ela não pediu para ser uma quase-redentora ou corredentora: não. O redentor é um só e este título não se duplica”, diz o documento.

    A nota lembra que os papas Francisco e Bento 16 foram contrários ao uso do “corredentora”, enquanto João Paulo 2o pronunciou o termo ao menos sete vezes.

    Com o novo texto, o Vaticano buscou reforçar o papel de Maria como intermediária entre Deus e a humanidade, descartando uma possível concorrência com a Santíssima Trindade (Deus, Jesus e Espírito Santo). Mas parte dos católicos entendeu como um “rebaixamento” da sua importância.

    UNIÃO ÚNICA E EXCLUSIVA

    Também assinada pelo cardeal Fernández, a nota doutrinal “Una caro” (uma só carne, em latim) é, como diz seu subtítulo, “um elogio à monogamia”.

    Publicada em 25 de novembro, foi motivada por debates travados com bispos do continente africano, inclusive dentro do Sínodo da Sinodalidade, de 2021 a 2024, sobre a prática da poligamia entre católicos, entendida como parte da cultura local.

    O texto nasceu também da “constatação que diversas formas públicas de uniões não monogâmicas -às vezes chamadas de ‘poliamor’- crescem no Ocidente”.

    Segundo a nota, foi levado a sério “o atual contexto global do desenvolvimento do poder tecnológico”, que leva o ser humano a se considerar “uma criatura ilimitada”. “Dessa forma, o valor do amor exclusivo, reservado a uma única pessoa, é facilmente obscurecido.”

    Com 156 parágrafos, o documento reforça que a exclusividade conjugal, entre “um só homem e uma só mulher”, surge não como uma limitação, “mas como a condição de possibilidade de um amor sobrenatural que, além da carne, se abre ao eterno”.

    Apesar de não aprofundar a questão do divórcio, ressalta que as duas propriedades do casamento, unidade e indissolubilidade, são interligadas. “A indissolubilidade deriva como característica de uma união única e exclusiva. […] A unidade-união, aceita e vivida com todas as suas consequências, torna possível a permanência e a fidelidade que a indissolubilidade exige”, diz a nota.

    O documento, que percorre como o casamento foi visto ao longo do tempo do ponto de vista teológico, por papas e filósofos, não chega a ser uma surpresa ou controverso, mas chama a atenção por abordar temas íntimos e a sexualidade, definida por Francisco, como lembra o texto, como “um presente maravilhoso criado por Deus”.

    Em um dos trechos, a nota afirma que a sexualidade não “se limita a garantir a procriação”, mas ajuda a enriquecer e fortalecer “a união única e exclusiva” e o sentido de pertencimento mútuo.

    ELAS, AINDA NÃO

    Nos documentos finais do Sínodo da Sinodalidade, o tema do diaconato feminino foi aquele que atraiu mais votos contrários dos participantes, entre bispos, cardeais e leigos, incluindo mulheres. Em meio à divisão, o papa Francisco pediu que uma comissão especial analisasse a fundo o tema. O resultado desse trabalho foi divulgado no último dia 4.

    O relatório, assinado pelo cardeal italiano Giuseppe Petrocchi, afirma que a pesquisa histórica e a investigação teológica excluem “a possibilidade de prosseguir na direção da admissão de mulheres ao diaconato entendido como grau do sacramento da ordem”. Sua publicação foi um pedido do papa Leão 14.

    Apesar de a avaliação ser “sólida”, ela não permite, diz o texto, “formular um julgamento definitivo, como no caso da ordenação sacerdotal”. Ou seja, apesar de não dar sinal verde para que mulheres sejam nomeadas como diaconisas, esse trecho indica que o debate pode continuar.

    Os diáconos, que hoje só podem ser homens, inclusive casados, são o primeiro degrau na hierarquia católica, abaixo de sacerdotes e bispos. Eles podem realizar batizados, casamentos e funerais, mas não podem celebrar a eucaristia, ouvir a confissão ou realizar a unção dos enfermos.

    Para o cardeal Petrocchi, antes de avançar na questão do acesso às mulheres ao diaconato, é preciso fazer uma “análise crítica rigorosa e ampliada” sobre o diaconato em si mesmo, “sobre sua identidade sacramental e sua missão eclesial”, esclarecendo aspectos estruturais e pastorais que atualmente não estão totalmente definidos”.

    Leão 14 já se posicionou sobre temas polêmicos, como papel de Maria, monogamia e casamento

  • Alemanha acusa Rússia de ações híbridas ameaçadoras e convoca embaixador

    Alemanha acusa Rússia de ações híbridas ameaçadoras e convoca embaixador

    Porta-voz do governo alemão menciona tentativa de interferência eleitoral e ação contra espaço aéreo do país; Berlim também defende empréstimo bilionário à Ucrânia usando ativos russos congelados, segundo agência

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Em mais um episódio de tensão diplomática entre um país da Otan, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e a Rússia, o governo da Alemanha convocou nesta sexta-feira (12) o embaixador russo em Berlim após identificar o que classificou de aumento significativo de atividades híbridas ameaçadoras que teriam sido conduzidas por Moscou.

    Segundo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão, os episódios incluem campanhas de desinformação, espionagem, ataques cibernéticos e tentativas de sabotagem.
    Ele mencionou duas operações digitais, atribuídas à Rússia. Segundo ele, um ataque cibernético contra a segurança aérea da Alemanha, registrado em agosto de 2024, foi conduzido pelo grupo russo APT28, uma organização de ciberespionagem. Ele ainda acusou Moscou de tentar influenciar e desestabilizar as eleições gerais alemãs que ocorreram em fevereiro.

    “Chamamos o embaixador russo ao Ministério das Relações Exteriores e deixamos claro que estamos monitorando muito de perto as ações da Rússia e que tomaremos medidas contra elas”, afirmou. O governo alemão não detalhou quais ações poderá adotar, mas disse que vê o caso com preocupação.

    Paralelamente ao aumento das tensões, autoridades diplomáticas europeias afirmaram que a Alemanha vê como indispensável a aprovação de um empréstimo de reparações para a Ucrânia baseado no uso de ativos russos congelados. O tema deverá ser discutido na próxima cúpula da União Europeia.

    Segundo pessoas com conhecimento do assunto mencionadas pela agência Reuters, Berlim se comprometeria com EUR 50 bilhões em garantias, dentro de um pacote total estimado em EUR 210 bilhões. A Alemanha também apoia a utilização de ativos russos congelados em outros países europeus para financiar o mecanismo.

    As mesmas autoridades alertaram que a falta de acordo na cúpula enviaria “um sinal desastroso para a Ucrânia” e representaria “um fracasso da própria Europa”.

    Alemanha acusa Rússia de ações híbridas ameaçadoras e convoca embaixador

  • Mulher rouba barco em Veneza e acaba batendo em ponte histórica

    Mulher rouba barco em Veneza e acaba batendo em ponte histórica

    Mulher tentou fugir em um barco carregado com pacotes e encomendas. Acabou batendo ponte histórica e os estragos que causou são incalculáveis

    Uma mulher foi presa, esta quinta-feira (11), depois de ter assumido o controle de um barco de carga, em Veneza, e ter acabado colidindo contra a famosa ponte de Rialto.

    A embarcação, um paquete típico da cidade italiana, estava amarrado e carregado com embalagens e encomendas, junto ao Palazzo dei Camerlenghi.

    Segundo conta a EuroNews, a mulher, uma italiana de origem tunisina, estaria, em um primeiro momento, tentando roubar os pacotes da embarcação atracada. Segundo o proprietário do barco, a mulher vasculhou os pertences dos funcionários, tendo roubado cigarros da mochila de um trabalhador e conseguindo localizar as chaves em uma caixa guardada na embarcação.

    Quando foi avistada e denunciada, a suspeita acabou por usar essa mesma chave para ligar o motor na tentativa de fugir. Não foi, contudo, muito longe, dado que, logo em seguida, colidiu contra a ponte. 

    O choque destruiu três pilares da infraestrutura, causando danos de valor incalculável, dado o valor histórico do monumento do século XVI.

    O vereador e especialista em pedra Giovanni Giusto afirmou à imprensa local que “a restauração será difícil, mas não impossível”.

    “A prioridade é recuperar todos os fragmentos, mesmo aqueles que caíram na água, mas também será necessário um trabalho criativo, pois nem todos serão encontrados”, explicou.

    Assista ao momento da colisão no vídeo que partilhamos acima.

    Mulher rouba barco em Veneza e acaba batendo em ponte histórica

  • Caracas anuncia que EUA suspenderam voo com deportação de venezuelanos

    Caracas anuncia que EUA suspenderam voo com deportação de venezuelanos

    O governo venezuelano afirma que Washington cancelou, sem aviso prévio, um voo de deportação previsto para hoje. A suspensão ocorre enquanto tensões aumentam, voos internacionais são interrompidos e operações militares dos EUA se intensificam no Caribe.

    O governo da Venezuela declarou nesta quinta-feira que os Estados Unidos suspenderam de forma unilateral o voo de deportação de cidadãos venezuelanos que deveria ocorrer hoje. A decisão surge em meio a um cenário de forte tensão diplomática e militar entre os dois países, marcado pela interrupção generalizada de voos internacionais com destino a Caracas.

    Apesar de autoridades norte-americanas terem alertado companhias aéreas para evitar o sobrevoo da Venezuela devido ao grande contingente naval dos EUA no Caribe e no Pacífico Sul, os voos de deportação haviam ocorrido normalmente até agora.

    O espaço aéreo sob responsabilidade venezuelana cobre 1,2 milhão de quilômetros quadrados, incluindo uma vasta área marítima próxima à região onde os Estados Unidos posicionaram, em agosto, uma frota que inclui o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford. Washington afirma que a mobilização tem como objetivo combater o tráfico de drogas.

    Em 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação dos EUA recomendou extrema cautela ao sobrevoar o país, citando risco elevado. Após o alerta, várias companhias, incluindo a TAP, suspenderam voos para Caracas.

    Neste mês, Donald Trump declarou que as operações militares no entorno da Venezuela vão muito além de pressão diplomática e podem incluir ações terrestres em breve. Maduro acusa os EUA de tentarem derrubá-lo para se apropriar do petróleo venezuelano, argumento repetido após a apreensão de um petroleiro pelas forças norte-americanas.

    Segundo Caracas, os EUA bombardearam desde setembro mais de duas dezenas de embarcações alegadamente usadas por narcotraficantes, deixando mais de 85 mortos.
     
     

     

    Caracas anuncia que EUA suspenderam voo com deportação de venezuelanos

  • Terremoto de 6,7 atinge norte do Japão e gera alerta de tsunami

    Terremoto de 6,7 atinge norte do Japão e gera alerta de tsunami

    Ondas de até um metro podem atingir a costa após novo abalo na mesma região que, dias antes, registrou um tremor de 7,5; país reforça vigilância sísmica em áreas já traumatizadas pelo desastre de 2011.

    Um terremoto de magnitude 6,7 atingiu nesta sexta-feira a região ao norte do Japão, segundo informações da Agência Meteorológica Japonesa (JMA). O tremor ocorreu poucos dias após um abalo de magnitude 7,5 na mesma área, que deixou ao menos 50 feridos. A JMA revisou a estimativa inicial, que era de 6,5, e emitiu um alerta para possíveis ondas de tsunami de até um metro ao longo da costa do Pacífico.

    De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o tremor foi registrado a cerca de 130 quilômetros da cidade de Kuji, no departamento de Iwate, na ilha de Honshu. A emissora pública NHK informou que a intensidade foi menor do que a do terremoto ocorrido na noite de segunda-feira, que derrubou itens de prateleiras, danificou estradas, quebrou janelas e gerou ondas de até 70 centímetros.

    A Autoridade Reguladora Nuclear afirmou que não foram detectadas anomalias em nenhuma instalação nuclear da região.

    Depois do tremor de segunda-feira, a JMA havia emitido um alerta raro, prevendo a possibilidade de novos abalos significativos nos sete dias seguintes, com magnitude igual ou superior. A área sob risco inclui a região de Sanriku, no nordeste de Honshu, e parte da ilha de Hokkaido.

    A população local ainda convive com o trauma do forte terremoto de março de 2011, de magnitude 9,0, que desencadeou um devastador tsunami e deixou cerca de 18.500 mortos ou desaparecidos.

    Em agosto de 2024, a JMA também divulgou um aviso especial para a costa sul do Pacífico japonês por causa da possibilidade de um forte abalo na fossa de Nankai, uma zona sísmica de 800 quilômetros onde a placa do mar das Filipinas desliza sob a placa continental japonesa. O governo calcula que um grande terremoto seguido de tsunami nessa região poderia causar até 298 mil mortes e gerar prejuízos superiores a 2 trilhões de dólares.

    O aviso foi suspenso após uma semana, mas chegou a provocar corrida a mercados e cancelamentos de viagens.

    O Japão está localizado no encontro de quatro grandes placas tectônicas, na borda oeste do chamado Círculo de Fogo do Pacífico, e é um dos países mais ativos do mundo em registros sísmicos. Estima-se que o arquipélago registre cerca de 1.500 tremores por ano, a maioria de baixa intensidade, embora os impactos variem conforme a profundidade e a proximidade da superfície.
     

     

    Terremoto de 6,7 atinge norte do Japão e gera alerta de tsunami

  • Lula disse a Trump que América Latina é zona de paz

    Lula disse a Trump que América Latina é zona de paz

    Dois presidentes conversaram por telefone no início do mês

    Diante da crescente tensão entre Estados Unidos e Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quinta (11), a postura de “unilateralismo” do governo norte-americano na política externa, em relação ao que ele qualificou como “lei do mais forte”. 

    “O unilateralismo que o presidente (Donald) Trump deseja é que aquele mais forte determine o que os outros vão fazer. É sempre a lei do mais forte”, lamentou. 

    Os dois presidentes conversaram por telefone no início do mês sobre as negociações para retirada da sobretaxa imposta pelo governo norte-americano a produtos brasileiros. 

    Lula disse que falou “muito” com o norte-americano e manifestou contrariedade com a crise com a Venezuela. O presidente falou sobre o assunto no final de um discurso que fazia em Belo Horizonte, no lançamento da caravana federativa em Minas Gerais.

    “Eu falei ao Trump que nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz”, ressaltou.

    O presidente brasileiro relatou que Trump tratou do poder bélico dos Estados Unidos. No entanto, Lula ressaltou que acredita mais no poder da palavra do que no da arma. 

    Lula ressaltou que as vias diplomáticas devem estar acionadas para resolução do conflito. “Vamos tentar utilizar a palavra como instrumento de convencimento, de persuasão, para a gente fazer as coisas certas. Vamos acreditar que a palavra, diplomaticamente, é a coisa mais forte para resolver os problemas”, defendeu Lula. 

    Maduro Nesta quarta-feira (10), o governo da Venezuela classificou a apreensão de um petroleiro do país, por militares dos Estados Unidos (EUA), de “roubo descarado” e ato de pirataria. 

    O navio com cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo foi tomado pelos EUA  em águas internacionais. “A política de agressão contra nosso país responde a um plano deliberado de saque de nossas riquezas energéticas”, afirmou nota do governo de Nicolas Maduro.

    Lula disse a Trump que América Latina é zona de paz

  • Premiê da Tailândia pede dissolução do Parlamento e amplia crise política

    Premiê da Tailândia pede dissolução do Parlamento e amplia crise política

    Decisão ocorre durante impasse com oposição e conflito fronteiriço que já matou ao menos 20 pessoas; caso o rei aprove a medida, novas eleições devem ocorrer dentro de um prazo de 45 a 60 dias

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O primeiro-ministro da Tailândia, Anutin Charnvirakul, solicitou ao rei nesta quinta-feira (11) a dissolução do Parlamento, o que abriria caminho para eleições antecipadas. A decisão ocorreu durante impasse dos governistas com o maior bloco parlamentar, o oposicionista Partido do Povo, e confrontos com o vizinho Camboja, que já causaram a morte de dezenas de pessoas.

    Segundo o porta-voz do governo, Siripong Angkasakulkiat, o rompimento se deu após divergências que impediram o avanço de votações no Legislativo. “Isso aconteceu porque não podemos seguir em frente no Parlamento”, disse ele à agência de notícias Reuters.

    A crise política coincide com o quarto dia de ataques intensos entre Tailândia e Camboja, que já mataram ao menos 20 pessoas e feriram outras 200. Charnvirakul afirmou na quarta (10) que a dissolução da Casa não afetaria as operações militares ao longo da fronteira, na qual combates foram registrados em mais de uma dezena de pontos, inclusive com troca de artilharia pesada.

    Terceiro primeiro-ministro tailandês desde agosto de 2023, Charnvirakul lida com instabilidade que tem pressionado a segunda maior economia do Sudeste Asiático, já combalida por tarifas impostas pelos Estados Unidos, alto endividamento das famílias e consumo fraco.

    Pela Constituição tailandesa, caso o rei aprove a dissolução solicitada pelo premiê, as eleições devem ocorrer dentro de um prazo de 45 a 60 dias. O desfecho é incerto. Em setembro, autoridades reais rejeitaram pedido semelhante feito pelo partido governista.

    “Estou devolvendo o poder ao povo”, escreveu Charnvirakul em suas redes sociais ao anunciar o pedido.

    Antes, ele disse que planejava dissolver o Parlamento no fim de janeiro, o que acarretaria em eleições gerais previstas para março ou início de abril. A decisão desta quinta, porém, antecipa esse calendário.

    Charnvirakul chegou ao poder depois de retirar seu partido, o Bhumjaithai, da coalizão governista e garantir o apoio do Partido do Povo. O acordo incluía uma série de exigências, entre elas a realização de um referendo sobre mudanças constitucionais.

    De acordo com Siripong, quando o Partido do Povo percebeu que suas demandas não seriam atendidas, ameaçou apresentar uma moção de censura e exigiu a dissolução imediata do Parlamento.

    O líder do Partido do Povo, o opositor Natthaphong Ruengpanyawut, afirmou na noite de quinta que o Bhumjaithai não cumpriu os termos acertados. “Tentamos usar a voz da oposição para avançar na reforma da Constituição”, disse.

    Premiê da Tailândia pede dissolução do Parlamento e amplia crise política

  • Petroleiro capturado pelos EUA perto da Venezuela será levado a porto americano, diz Casa Branca

    Petroleiro capturado pelos EUA perto da Venezuela será levado a porto americano, diz Casa Branca

    Governo Trump diz que pretende ficar com petróleo ‘por meio de um processo legal’ e que navio era alvo de sanções; captura do petroleiro é nova escalada nas tensões militares entre os EUA e o regime do ditador Nicolás Maduro

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O petroleiro capturado nesta quarta-feira (10) pelo governo Donald Trump será levado a um porto nos Estados Unidos, e o petróleo da Venezuela que ele carrega será confiscado, disse nesta quinta-feira (11) a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

    De acordo com Leavitt, o governo americano se apropriará da carga do navio “por meio de um processo legal”. Ela acrescentou que a embarcação foi alvo de um mandado de apreensão emitido pelo Departamento de Justiça dos EUA.

    Segundo relatos da imprensa americana, o navio capturado é o petroleiro Skipper, barco de bandeira da Guiana que é acusado pelos EUA de participar de comércio com o Irã, país alvo de sanções americanas.

    Com cerca de 330 metros de comprimento e 60 de largura, o Skipper entra na categoria VLCC (Cargueiro de Petróleo Cru Muito Grande, na sigla em inglês), tipo de navio capaz de carregar até 2 milhões de barris de petróleo -carga que pode valer entre US$ 120 milhões (R$ 650 mi) e US$ 160 milhões (R$ 865 mi).

    O petroleiro foi capturado em uma operação das Forças Armadas americanas realizada próximo às águas territoriais da Venezuela. Segundo Leavitt, Trump vê a interceptação do barco como parte da política de sanções contra adversários dos EUA, como Teerã e Caracas.

    Petroleiro capturado pelos EUA perto da Venezuela será levado a porto americano, diz Casa Branca

  • Brasileiros foram mais da metade dos deportados em Portugal, diz jornal

    Brasileiros foram mais da metade dos deportados em Portugal, diz jornal

    Dos 411 processos de expulsão finalizados pelo país, 236 tiveram como alvo brasileiros, de acordo com o jornal português ‘Expresso’

    SÃO PAULO, SP (UOL/CBS NEWS) – Mais da metade dos estrangeiros deportados de Portugal em 2024 e 2025 eram brasileiros: 236 dos 411 casos registrados no período, segundo dados da Agência Lusa publicados pelo jornal “Expresso”.

    Número de deportações acompanha o endurecimento da política migratória no país. Portugal abriga a maior comunidade brasileira fora do Brasil: são mais de 500 mil residentes, segundo estimativas oficiais.

    Os dados mostram um salto nas expulsões após mudança no controle dos processos. Ao jornal, Paulo Ornelas Flor, diretor da Unidade Central de Retorno e Readmissão, informouque, desde que a Polícia de Segurança Pública (PSP) passou a executar essas atribuições, em 2023, foram realizados 429 processos de deportação. Só em 2024 e 2025, 411 estrangeiros foram efetivamente retirados do país -dos quais 236 eram brasileiros. Em seguida aparecem os cabo-verdianos (14 casos) e cidadãos de outras nacionalidades em menor número.

    O crescimento coincide com a criação de equipes especializadas dentro da polícia e com mudanças na legislação. O governo português colocou em consulta pública nesta semana uma proposta de atualização da norma que regula o afastamento de imigrantes ilegais, centralizando todo o processo na corporação policial.

    Mesmo com o avanço das deportações, o governo português afirma que o foco continua sendo o retorno voluntário. As autoridades destacam que a prioridade é incentivar o retorno voluntário -modalidade em que o estrangeiro deixa o país por conta própria, sem escolta policial, após receber a ordem de saída. Em 2024, essa forma de retorno superou os casos forçados: foram 556 saídas voluntárias contra 238 deportações.

    Relatórios internos apontam que as operações vêm seguindo padrões considerados adequados por instituições europeias. Uma avaliação da Inspeção-Geral da Administração Interna concluiu que as equipes agiram com “total urbanidade”, utilizaram apenas os meios necessários e respeitaram os direitos e a dignidade dos imigrantes.

    ENTENDA O QUE MUDOU:

    Mais dificuldade para legalização de imigrantes. Entre adições e revogações de artigos da lei anterior, de 2007, o texto apresenta um endurecimento da política migratória portuguesa em diversos aspectos.

    Permissão para vistos de trabalho a imigrantes. Agora, a lei dá a permissão apenas a profissionais considerados qualificados.

    Turistas não poderão pedir residência. Uma das maneiras mais utilizadas por brasileiros para conseguirem morar em Portugal era o pedido de residência após entrarem como turistas. A nova regra extingue essa possibilidade.

    Imigrantes em Portugal só têm direito a trazer seus familiares após dois anos de autorização de residência. Pela nova lei, o imigrante vai precisar provar que tinha um cônjuge que tenha morado com ele por pelo menos 18 meses imediatamente antes de ele entrar em Portugal. O prazo não se aplica a menores.

    Polícia de imigração ficará responsável por vigiar, controlar e fiscalizar a permanência de imigrantes no país. Antes da publicação das novas regras, o Diário da República já havia oficializado, em julho, a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras, na Polícia de Segurança Pública.

    Brasileiros foram mais da metade dos deportados em Portugal, diz jornal