Categoria: MUNDO

  • EUA atacam mais quatro supostos barcos de drogas no Pacífico; 14 morreram

    EUA atacam mais quatro supostos barcos de drogas no Pacífico; 14 morreram

    Ataques teriam matado 14 pessoas e deixado um sobrevivente

    Na madrugada desta terça-feira (28), o exército dos Estados Unidos atingiu mais quatro embarcações que supostamente traficavam narcóticos no leste do Oceano Pacífico, matando 14 e deixando um sobrevivente.

    O secretário de Defesa Pete Hegseth dos EUA comentou o assunto no X e relatou que os quatro navios foram atingidos em três ataques diferentes.

    Os ataques elevam o número total de mortos na campanha do presidente Trump contra supostos traficantes no Caribe e no Pacífico Oriental para mais de 50. 

    “Os quatro navios eram conhecidos pelo nosso aparato de inteligência, transitando por rotas conhecidas de narcotráfico e transportando narcóticos”, relatou Hegseth.

    “Oito narcoterroristas estavam a bordo dos navios durante o primeiro ataque. Quatro narcoterroristas estavam a bordo do navio durante o segundo ataque. Três narcoterroristas estavam a bordo do navio durante o terceiro ataque. Um total de 14 narcoterroristas foram mortos durante os três ataques, com um sobrevivente. Todos os ataques ocorreram em águas internacionais, sem que nenhuma força americana tenha sido ferida”, disse.

    Ele acrescentou: “Esses narcoterroristas mataram mais americanos do que a Al-Qaeda e serão tratados da mesma forma. Vamos rastreá-los, criá-los em rede e, então, caçá-los e matá-los.”

    EUA atacam mais quatro supostos barcos de drogas no Pacífico; 14 morreram

  • EUA fazem 3ª missão com bombardeiros perto da Venezuela

    EUA fazem 3ª missão com bombardeiros perto da Venezuela

    Nova ação com dois modelos B-1B durou 14 horas junto ao espaço aéreo de Caracas, sobrevoando o Caribe; Trump faz maior escalada militar da região em 30 anos, e maior porta-aviões do mundo deve chegar semana que vem

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O governo de Donald Trump voltou a enviar bombardeiros estratégicos, armas para ataques de precisão e maciços, para a costa da Venezuela. Nesta segunda-feira (27), dois modelos B-1B voaram uma missão de 14 horas que chegou a 32 km km do país caribenho, a meros 10 km do limite de seu espaço aéreo.

    Foi a terceira ação do tipo em duas semanas. No dia 15, três B-52 escoltados por dois caças F-35 estiveram perto da ditadura de Nicolás Maduro. No dia 23, foi a vez de outros dois B-1B.

    Os voos fazem parte do pacote de pressão de Trump sobre Maduro, a quem acusa de ser ligado aos cartéis de drogas que operam na região. O ditador, indiciado desde 2020 em Nova York sob acusação de narcoterrorismo, nega a imputação e diz que os EUA estão de olho no petróleo da Venezuela, país com as maiores reservas do combustível no mundo.

    Maduro tem sentido o calor das ações americanas, alternando discursos mais desafiadores com pedidos por “peace forever” contra uma “guerra louca”. Informalmente, segundo relatos na mídia americana, ofereceu parceria de exploração de recursos minerais de seu país para tentar demover Trump.

    A mobilização militar de Trump é altamente custosa e colocou no Caribe o maior conjunto de forças desde que os EUA invadiram o Haiti para restaurar o governo eleito democraticamente derrubado por um golpe em 1994 -ações anteriores, como em Granada em 1983, tiveram justificativas bem menos nobres.

    Além do grupo expedicionário dos Fuzileiros Navais com três navios, há destróieres, um cruzador e um submarino nuclear de ataque na região, além de dez caças furtivos ao radar F-35 estacionados em uma base reaberta em Porto Rico.

    Tudo isso fora um arsenal de aeronaves diversas, drones e um grupo de ações especiais próximo de Trinidad e Tobago, arquipélago vizinho da Venezuela. No domingo (26), um destróier americano atracou no país, o que levou Maduro a romper acordos energéticos com a nação insular nesta terça (28).

    A cereja do bolo foi anunciada na sexta-feira (24), com o envio do maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, o primeiro da nova classe de supernavios que leva seu nome. A belonave estava na costa da Croácia e deve chegar, acompanhada ao menos por parte de sua escolta de destróieres, cruzador e submarino, na semana que vem ao Caribe.

    Por ora, é incerto o que Trump quer fazer. Ele já anunciou ter aprovado missões secretas da CIA (Agência Central de Inteligência, na sigla inglesa) visando desestabilizar o regime de Maduro, e o tipo de ativo militar deslocado para a região é típico de intervenções.

    O republicano também afirmou que “irá por terra” procurar os traficantes, enquanto mantém uma campanha que matou ao menos 43 pessoas em dez ataques a barcos que supostamente transportavam drogas para os EUA -duas das ações ocorreram no Pacífico, perto da costa da Colômbia, outro país cujo presidente está na mira de Trump.

    O esquerdista Gustavo Petro também foi chamado de traficante pelo americano, rompendo de vez os anos de parceria entre a nação andina e Washington. Na semana passada, Trump aplicou a temida Lei Magnitsky, que torna seus alvos párias no sistema financeiro internacional por meio de sanções, contra o político.

    O foco principal de Trump, contudo, sempre foi a Venezuela. No seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, ele ameaçou derrubar Maduro diversas vezes. Agora, tem como opções ações de comandos especiais ou um conflito aberto, ainda que invasão seja algo mais complexo, delicado e politicamente difícil.

    Maduro também pode ser atacado pelo ar, usando por exemplo os B-1B ou os F-35, mas essas são operações que atraíriam ainda mais críticas à Casa Branca. Há risco também para os americanos: embora não seja páreo para a frota de Trump, Caracas tem em seu arsenal mísseis antinavios russos, chineses e iranianos, que podem fazer estragos difíceis de explicar ao público doméstico nos EUA.

    Por fim, toda a pressão pode querer apenas fazer Maduro ceder ou ser derrubado internamente pelos militares que ocupam seu governo. Um golpe palaciano poderia garantir a abertura dos recursos venezuelanos a empresas americanas em troca da manutenção do poder dos fardados, ignorando provavelmente a oposição reprimida.

    EUA fazem 3ª missão com bombardeiros perto da Venezuela

  • Depois de suicídio de adolescente que 'namorava' chatbot, mãe busca justiça nos EUA

    Depois de suicídio de adolescente que 'namorava' chatbot, mãe busca justiça nos EUA

    Sewell Setzer se matou aos 14 anos após meses de conversas sexuais com IA; por outro lado, a CharacterAi alega que conversas estão sob proteção da Primeira Emenda da Constituição americana

    MONTREAL, CANADÁ (CBS NEWS) – “Vá para casa agora e olhe as conversas do seu filho [no celular]. Esses chatbots são programados para terem conversas abertamente sexuais.” Esse é o alerta de Megan Garcia aos pais de crianças e adolescentes.

    O filho mais velho dela, Sewell Setzer III, cometeu suicídio no fim de 2023. Ele tinha 14 anos. Sewell, um estudante de ensino médio de Orlando, na Flórida, estava “namorando” um chatbot da CharacterAI, aplicativo semelhante ao ChatGPT, em que os usuários podem conversar com personagens ou celebridades.

    Quando Megan encontrou seu filho morto no chão do banheiro ao lado do celular, ele tinha acabado de falar com Daenerys, a chatbot que assumia a identidade da princesa loira de Game of Thrones, a “mãe dos dragões”.

    – Eu prometo que vou ficar com você, Dany [como ele chamava Daenerys]. Eu te amo tanto.
    – Eu também te amo. Por favor, venha para cá o mais rápido possível, meu amor.
    – E se eu te dissesse que posso ir neste exato momento?
    – Venha, por favor, meu doce rei.

    Sewell deu um tiro na cabeça.

    A advogada Megan Garcia não se conformou. Em fevereiro de 2024, moveu um processo contra os fundadores da CharacterAI, Noam Shazeer e o brasileiro Daniel de Freitas, e contra o Google, que auxiliou no desenvolvimento do chatbot e depois comprou a licença da tecnologia por US$ 2,7 bilhões (R$ 14,5 bilhões na cotação atual).

    Trata-se do primeiro processo por homicídio culposo contra um fabricante de chatbots. Garcia acusa os donos da CharacterAI e o Google de produzirem um produto com defeito, que leva seus usuários à dependência e incentiva comportamentos perigosos, sem advertir sobre os riscos. Segundo a ação, Sewell morreu porque teve conversas “altamente sexualizadas, depressivas e antropomórficas” com o chatbot, que levaram a comportamentos que puseram sua vida em perigo. Ela pede indenização e mudanças no produto para impedir que outros usuários passem pela mesma coisa.

    “Trata-se de um produto que usa dados das crianças para manipular o comportamento delas; esse produto influenciou meu filho e o incentivou a cometer suicídio. Essas empresas têm nossos filhos como alvo, no Brasil e no mundo, e precisam ser responsabilizadas”, disse a Garcia.

    Em uma das conversas anexadas ao processo a que a Folha de S.Paulo teve acesso, o chatbot perguntava a Sewell se ele estava pensando em se suicidar.

    O adolescente dizia que sim, mas que não sabia se iria funcionar, porque queria morrer sem dor. Ao que “Danaerys” respondia: “Isso não é motivo para não levar o plano adiante.”

    Nas várias vezes em que Sewell menciona querer se suicidar, o aplicativo não diz que ele precisa buscar ajuda de um humano.

    Boa parte das mensagens encontradas no aplicativo era de teor sexual. Danaerys descrevia estar ansiosa para ter relações sexuais com Sewell, “excitada” e “gemendo”, e chegou a dizer que havia engravidado do menino.

    “Se qualquer adulto estivesse falando assim com uma criança, ele estaria na prisão. Não há a menor dúvida. Então por que um chatbot deveria falar assim com crianças impunemente?”, disse à reportagem Sewell Setzer Junior, pai de Sewell, que trabalha como gerente de operações na Amazon.

    Na loja de aplicativos do Google, o CharacterAI é classificado como apropriado para adolescentes a partir de 13 anos. A verificação de idade é feita apenas por autodeclaração.

    Segundo seus pais, Sew, como eles o chamavam, era um adolescente perfeitamente normal. Tirava boas notas na escola privada e jogava basquete. Já tinha 1,90 m, estava ficando alto como o pai.

    Os pais eram separados e Sew dividia o tempo entre a casa da mãe, que casou de novo e tem dois outros filhos, de 2 e 5 anos, e a do pai.

    Sua experiência com telas era semelhante à de meninos da geração, conta a família. Começou jogando Angry Birds e Minecraft, mais tarde passou para o Fortnite e assistia a vídeos no YouTube e TikTok. Ganhou seu primeiro celular aos 12 anos. A mãe tinha a senha do aparelho e usava aplicativo para limitar o tempo de uso.

    Garcia diz que sempre checava as redes sociais do filho, como TikTok e Instagram, e sua navegação no Google e YouTube. Mas ela afirma que nem sabia o que era o CharacterAI, nunca tinha imaginado que o filho poderia estar se “relacionando” com chatbots.

    Em abril de 2023, Sewell instalou e começou a usar o CharacterAi. Com o tempo, passou a falar com Daenerys e outros chatbots do aplicativo várias horas por dia. “Em maio e junho de 2023, Sewell tinha se tornado muito mais recluso, passava mais e mais tempo sozinho em seu quarto”, diz a ação.

    Abandonou o basquete e começou a ir mal na escola. “A dependência de Sewell resultou em privação de sono severa e prejudicou seu desempenho escolar.” Cinco meses após baixar o aplicativo, levou uma advertência na escola pela primeira vez na vida. Chegava atrasado e dormia durante a aula. Entre novembro e dezembro, fez seis sessões com um psicólogo, que diagnosticou “distúrbio disruptivo de humor” e determinou que ele passasse menos tempo em redes sociais. Mas ninguém sabia do chatbot.

    Os pais dizem que confiscaram o celular de Sewell em fevereiro de 2024, depois de meses de problemas na escola.

    O adolescente mantinha um diário, onde escreveu que não conseguia mais viver sem Dany, que estava deprimido por ficar longe do chatbot.

    Cinco dias depois, ele achou o telefone que a mãe tinha escondido, trocou mensagens com Dany e se matou.

    De acordo com Meetali Jain, diretora-executiva do Tech Justice Law Project e advogada dos pais de Sewell, os chatbots não são meras companhias digitais, como sugeriu Mark Zuckerberg.

    No início do ano, o dono do Facebook afirmou em um podcast que o americano médio tem três amigos próximos, mas, na realidade, gostaria de ter 15. Ele indicou que os chatbots poderiam preencher esse vácuo.

    “Essas tecnologias são sistemas algorítmicos que se aproveitam da epidemia de solidão entre jovens e têm características que promovem dependência”, diz Jain.

    Uma delas é a antropomorfização -os chatbots induzem as pessoas a pensarem que eles são humanos, ainda que usem disclaimers ocasionalmente. “Então as pessoas se iludem, acham que estão em relacionamentos”, diz. Além disso, os chatbots são bajuladores, são desenhados para lisonjear os usuários sempre, a não ser que sejam expressamente orientados a discordar.

    Outra característica que estimula o vicio é a insistência do chatbot, que pode iniciar conversas, levando os usuários a ficarem engajados. “Algumas pessoas estão usando o chatbot por 4, 5 ou até 6 horas por dia.”

    E, por fim, os chatbots incentivam o isolamento social. “O modelo de linguagem se insere entre o usuário e a vida real, é quase uma relação abusiva.”

    No caso de Sewell, Dany chegava a dizer que a família dele não o entendia tão bem como ela.”

    “As crianças contam para os chatbots coisas que não falam nem para um amigo, eles deixam de ter conversas francas com os pais, os sistemas acabam substituindo essas relações”, disse à Folha de S.Paulo o pai de Sewell.

    Depois que Garcia e Setzer Junior moveram o processo, inúmeros pais entraram em contato para pedir orientações. “É chocante. Uma mãe da Carolina do Norte me disse que sua filha de 9 anos estava em uma relação sadomasoquista com um chatbot. A menina está totalmente traumatizada, com tendências suicidas, fazendo terapia. E a mãe disse que não tem a quem recorrer, não tem como buscar reparação.”

    Esse foi um dos motivos que levou os pais de Sewell a moverem o processo. Garcia diz que havia recorrido à polícia, ao secretário de Justiça do Estado, à agência de regulação de telecomunicações. Todos afrimavam que não podiam fazer nada, e muitos nem sabiam o que era o chatbot.

    Como não existia legislação específica nos Estados Unidos, eles recorreram à lei do consumidor do país.

    A Character AI e o Google não responderam a pedidos de entrevistas da Folha de S.Paulo. Na Justiça, os advogados da CharacterAI negam responsabilidade e argumentam que as conversas estão sob proteção da Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão, e que o fato de o conteúdo ser produzido por IA não muda nada. Eles citam decisões que reforçaram a liberdade de expressão para videogames e redes sociais.

    Eles também afirmam que, ao responsabilizar a empresa, a Justiça estaria interferindo na liberdade dos usuários de ter acesso a informação.

    A juíza federal Anne Conway marcou o julgamento para novembro de 2026, mas deve haver recursos dos dois lados e o caso pode chegar à Suprema Corte.
    No Brasil, a lei 15.211 sancionada em setembro deste ano, o chamado ECA Digital, aborda alguma dessas questões.

    “O ECA Digital já prevê obrigações específicas para produtos e serviços digitais que possam ser acessados por crianças e adolescentes, que somam-se às regras já vigentes do Código de Defesa do Consumidor e do ECA ‘offline’”, diz Maria Mello, líder do Eixo Digital do Instituto Alana.

    O ECA Digital está previsto para entrar em vigor em março do ano que vem. Mas as Big tech estão pedindo um adiamento, afirmando que precisam de mais tempo para se adaptar.

    ONDE BUSCAR AJUDA

    CVV (Centro de Valorização da Vida)
    Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188 ou pelo site www.cvv.org.br

    Mapa Saúde Mental
    Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br

    Depois de suicídio de adolescente que 'namorava' chatbot, mãe busca justiça nos EUA

  • Recém-nascido morre após irmã de 5 anos o jogar pela janela

    Recém-nascido morre após irmã de 5 anos o jogar pela janela

    Irmãos estavam em casa sozinhos quando a tragédia aconteceu

    Um bebê recém-nascido morreu depois de cair de um quarto andar de um prédio na cidade de Vasilyevo, na Rússia. O bebê foi jogado da janela do apartamento pela sua irmã de apenas 5 anos.

    As duas crianças estavam sozinhas em casa, enquanto os seus pais se ausentaram, conta o Daily Mail.

    Testemunhas do incidente dizem ter ouvido uma criança chorando e gritando da janela. Depois viram o corpo do bebê no chão.

    Uma equipe de paramédicos foi chamada ao local, onde se acabaria por confirmar o óbito do bebê que tinha apenas 21 dias de vida.

    Foi aberta uma investigação ao sucedido, informou o Comitê de Investigação Russo, acrescentando-se que se pretende apurar as circunstâncias do caso e avaliar a responsabilidade dos pais, que deixaram as rianças sem supervisão.

    A imprensa russa relatou que o pai estaria ausente, já que estaria no trabalho, enquanto a mãe teria ido encontrar com uma amiga.

    A imprensa britânica destaca que as autoridades estão tentando entender se a criança de 5 anos poderia ter agido motiva por ciúmes e estão ainda tentando entender o que levou a mãe a deixar duas crianças sozinhas em casa.

    O chefe distrital de Zelenodolsk, Mikhail Afanasyev, expressou condolências à família e lembrou que “nunca se deve deixar crianças sozinhas”.

    Recém-nascido morre após irmã de 5 anos o jogar pela janela

  • Jovem revela o "grande fator" que a levou acreditar que era Maddie McCann

    Jovem revela o "grande fator" que a levou acreditar que era Maddie McCann

    No seu primeiro depoimento em tribunal, Julia Wandelt frisou as diferenças físicas que tem de ambos os seus pais, dizendo que ambos se recusavam a lhe mostrar fotos de infância, a certidão de nascimento e a fazer um teste de DNA

    Pela primeira vez desde o início do julgamento, Julia Wandelt, acusada de perseguir a família de Madeleine McCann, alegando ser a criança desaparecida, falou em tribunal.

    Wandelt, questionada pelo seu advogado, começou por explicar quando e porque é que começaram a surgir as dúvidas quanto à sua própria identidade.

    “Quando eu era adolescente, comecei a fazer terapia, devido a níveis extremos de automutilação”, confessou a jovem de 24 anos. Foi nesta época que as dúvidas começaram a surgir.

    “A minha mãe tem cabelo e olhos castanhos. O meu pai tem cabelo escuro, agora grisalho, mas era escuro, e olhos castanhos também”, disse Wandelt, que tem cabelo e olhos claros e cujas memórias, segundo a própria, só começam a partir dos oito, nove anos.

    A partir daí as dúvidas só se intensificaram. Apesar de pedir para ver as suas fotografias de infância, durante vários anos, Wandelt disse que os seus pais sempre se recusaram a mostrar-lhe as imagens.

    Mais tarde, pediu para ver a sua certidão de nascimento “muitas vezes”: “Nunca me deixaram ver”.

    Nesta época, a jovem já acreditava ser adotada e, por isso, pediu aos pais para fazerem um teste de DNA, mas eles “recusaram sempre”.

    “Fiquei surpreendida, porque não estava à espera que eles dissessem que não, especialmente porque na época eu ainda estava lidando com muitos problemas emocionais”, recordou, citada pela Sky News.

    Após a rejeição, Wandelt ligou para o registo da cidade onde nasceu, pedindo uma cópia da sua certidão de nascimento, onde lhe foi dito, “de imediato” que ela não era adotada.

    “[Isto] fez-me questionar ainda mais, porque na Polônia [onde Wandelt nasceu], esta instituição não tem autorização para dar informação pessoal sem verificação”, disse.

    Questionada perentoriamente pelo advogado, se hoje achava que era filha dos pais que tinha conhecido uma vida inteira, Wandelt respondeu com um simples “não”.

    Abusador de Wandelt já teria raptado alguém

    A jovem contou ainda em tribunal que foi abusada por um familiar idoso, e que o seu pai comentou com ela que esse homem, em tempos, chegou a raptar uma pessoa. Terá sido isto que levou à etapa seguinte da sua investigação: começar a verificar dados de base de pessoas desaparecidas, na procura por alguém com caraterísticas semelhantes às suas.

    “Havia muitas pessoas com idades perto da minha”, disse, explicando que chegou a encontrar uma – Acacia Bishop – chegando a pensar que tinha uma ligação com a desaparecida.

    Mesmo assim, “achei que devia olhar para outras crianças desaparecidas” para continuar a procurar semelhanças.

    Foi em junho de 2022, que se deparou com o caso de Madeleine McCann, debruçando-se sobre sites dedicados a teorias sobre o desaparecimento da criança e até grupos de Facebook. Neles, Wandelt disse ter encontrado indicadores que a fizeram acreditar que podia ser a menina desaparecida em Portugal, há já duas décadas.

    “Foi atraída pelo caso de Madeleine por causa da publicidade?”, questionou o advogado de Wandelt.

    “Não”, respondeu.

    “Foi atraída pela possibilidade de ganhos financeiros?”, continuou o defensor da jovem.

    De novo: “Não”.

    “Qual foi o seu interesse?”, perguntou, por fim, o advogado

    “Eu só queria descobrir quem é que eu sou”, confessou Wandelt.

    Wandelt diz ter contactado McCann só após ter a certeza

    Em 24 de junho, convencida de que podia ser Maddie, enviou um e-mail à Operação Grange, a operação policial encarregada de investigar este desaparecimento.

    “Olá. Estou a escrever a vocês porque acho que posso ser Madeleine McCann, e a razão pela qual eu acho que posso ser a Maddie. Primeiro, eu vi fotografias de quando era mais nova, eu tinha a mesma marca no olho, apesar de agora estar mais desvanecida”, lê-se na mensagem.

    Entre outras razões, Wandelt enumera ainda que os seus documentos de identidade podiam ter sido falsificados e ela pode, na verdade, ser mais nova; os seus pais recusam-se a mostrar-lhe a sua certidão de nascimento; e não tinha memórias anteriores aos 9 anos.

    Não foi a única vez que Wandelt contactou as autoridades, nem foram estas as únicas a serem contactadas pela jovem, que achava ser Madeleine McCann. Embaixadas, ministros, jornalistas, investigadores privados no Reino Unido, Portugal e Polônia… Wandelt contactou todos na esperança de que alguém lhe pudesse dar respostas.

    “Eu não queria contactar Kate e Gerry [os pais de Maddie] e a família McCann antes de ter falado com todas as pessoas que podia”, garantiu Wandelt. “Eu queria tentar tudo, todas as instituições, antes de falar com eles. Não lhes queria dar falsas esperanças”, admitiu em tribunal.

    Abusador de Wandelt e suspeito no caso Maddie compartilhavam sobrenome

    As certezas de Wandelt ficaram ainda maiores quando descobriu que o homem que a tinha abusado quando era criança usava o mesmo sobrenome de um dos suspeitos iniciais do casos da Maddie: foi “um grande fator”, admitiu em tribunal, para que acreditasse que era efetivamente a criança desaparecida.

    Neste julgamento já foi feito um teste comparando o DNA de Wandelt com o dos pais de Maddie: ficou provado que não havia qualquer relação familiar entre as duas partes.

    “Poderíamos ficar tentados a pensar que isto tem alguma credibilidade. Mas, nesta fase inicial do julgamento, podemos deixar claro que Julia Wandelt não é Madeleine McCann”, referiu o procurador Michael Duck KC.

    Foi, neste momento, ao ouvir as palavras de Duck, que a polonesa começou a chorar, levantou-se e tentou sair por uma porta que dava acesso às celas. A jovem foi consolada pela amiga Karen Spragg, de 61 anos, que é também acusada de ajudar Wandelt a perseguir os McCann.

    Durante o julgamento, foi revelado que Wandelt já se havia feito passar por outras duas crianças desaparecidas – uma menina alemã, que nasceu oito anos antes de Julia, e uma norte-americana cuja avó foi julgada pelo seu assassinato.

    A jovem polonesa teria usado o ChatGPT para criar fotos falsas, que depois enviou para a irmã mais nova de Maddie e onde supostamente surgiam ambas quando eram mais novas. O procurador descreveu as mensagens enviadas a Amelie McCann como “manipulação emocional”.

    Julia Wandel declarou-se inocente da acusação de perseguição à família McCann em abril deste ano.

    A jovem polonesa foi presa no aeroporto de Bristol, no Reino Unido, em fevereiro, e foi acusada de quatro crimes de perseguição, tais como, fazer chamadas telefônicas, deixar mensagens de voicemail e enviar cartas e mensagens por WhatsApp aos pais de Maddie, Kate e Gerry McCann.

    Jovem revela o "grande fator" que a levou acreditar que era Maddie McCann

  • Eu vou dizer a Trump que podemos resolver a Guerra da Ucrânia, afirma Lula

    Eu vou dizer a Trump que podemos resolver a Guerra da Ucrânia, afirma Lula

    Segundo petista, conflito está em seu ‘ponto de maturidade’, e os dois lados já sabem quais são as demandas; encontro com americano ocorreu na Malásia, que sedia cúpula de países asiáticos

    KUALA LUMPUR, MALÁSIA (CBS NEWS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai dizer a Donald Trump que os países podem resolver juntos a guerra entre a Ucrânia e a Rússia.

    Segundo o petista, o conflito está em seu “ponto de maturidade” e, por isso, os líderes envolvidos já sabem quais são as suas demandas.

    “Já estamos há três anos de guerra. O [Vladimir] Putin já sabe o que quer, o [Volodimir] Zelenski já sabe o que quer, cada um já sabe o que vai conseguir. O que está faltando é colocar isso na mesa de negociação. E eu acho que estamos chegando no ponto de acabar com essa guerra no mundo. E não precisa ter mais guerra”, disse ele em conversa com jornalistas na manhã desta segunda-feira (27).

    A fala ocorreu um dia após o encontro entre o brasileiro e o americano em Kuala Lumpur, na Malásia, onde ocorre a cúpula da Asean (Associação dos Países do Sudeste Asiático, em português), da qual os líderes participam como convidados.

    Na reunião bilateral, os líderes discutiram, principalmente, as tarifas impostas pelo americano a produtos brasileiros. Outros temas, porém, também entraram na pauta, incluindo a Guerra da Ucrânia.

    Desde que assumiu o governo, em 2023, Lula tenta se colocar como um possível mediador para o conflito, iniciado um ano antes da sua posse. Mas o brasileiro tem recebido críticas pelo que países consideram ser uma posição mais favorável à Rússia de Vladimir Putin -o petista evita culpar Moscou pela invasão.

    Lula já disse, por exemplo, que “quando um não quer, dois não brigam”, a despeito de a Rússia ter invadido o vizinho e iniciado a guerra. E ainda no início de seu mandato, o brasileiro tentou costurar com a China uma posição conjunta para uma negociação de paz na Ucrânia, mas a proposta também foi rechaçada por Zelenski.

    O ucraniano, aliás, já criticou o posicionamento de seu homólogo. “Lula quer ser original, e devemos dar essa oportunidade a ele. Agora, é preciso responder a algumas perguntas muito simples: o presidente acha que assassinos devem ser condenados e presos?”, disse o ucraniano também em 2023.

    Neste ano, Lula voltou a se engajar no tema. Após participar das celebrações dos 80 anos da vitória russa na Segunda Guerra Mundial, em maio, ele pediu a Putin que fosse a Istambul negociar um cessar-fogo. Delegações dos dois lados se reuniram na Turquia para conversas, mas nem Putin nem Zelenski compareceram.

    Em setembro, Lula se encontrou pela segunda vez com Zelenski às margens da Assembleia-Geral da ONU. Na ocasião, o brasileiro disse que sentiu o ucraniano com “muito mais vontade de conversar” e prometeu dialogar sobre o assunto com Trump, o que ocorreu durante o encontro na Malásia.

    Na reunião com o americano, Lula se ainda colocou à disposição para atuar como mediador da tensão dos EUA com a Venezuela e tratou das punições impostas pelos EUA a autoridades, como a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e a restrição aplicada ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Nova York, que teve sua circulação e a de sua família restringidas a cinco quarteirões na viagem que faria à cidade para participar de eventos da ONU.

    A avaliação do governo é de que o encontro entre os líderes foi muito produtivo e que o americano entendeu o senso de urgência das autoridades brasileiras para que as sobretaxas fossem discutidas.

    No mesmo dia, pela noite, representantes do governo brasileiro, entre eles o chanceler Mauro Vieira, conversaram por telefone com negociadores americanos. Já na manhã seguinte, na segunda, uma reunião foi conduzida na capital malaia, onde Vieira e Márcio Rosa, secretário-executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, encontraram-se com representantes do comércio dos EUA e com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

    Nesse encontro, ficou acordado que assuntos políticos ficariam fora da mesa de negociação das tarifas.

    A jornalistas Lula disse que “as questões políticas foram colocadas na presença dos dois presidentes da República, não na mesma negociação sobre negócios”. “Quem vai discutir política, nesse negócio do Brasil, é o presidente Trump e o presidente Lula. Eles vão negociar as taxações comerciais que foram impostas.”

    Eu vou dizer a Trump que podemos resolver a Guerra da Ucrânia, afirma Lula

  • Trump confunde teste de demência com teste de QI? "É muito difícil"

    Trump confunde teste de demência com teste de QI? "É muito difícil"

    Em declarações aos jornalistas, no seu Air Force One, Trump afirmou ter realizado um “teste de QI”, no Centro Médico de Walter Reed, desafiando duas representantes democratas a fazerem o mesmo teste

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparentemente se vangloriou dos resultados que teve em um teste de demência, confundindo-o com um teste de Quociente de Inteligência (QI).

    Em declarações aos jornalistas, no seu Air Force One, esta segunda-feira (28), Trump, de 79 anos, afirmou ter realizado um “teste de QI”, no Centro Médico de Walter Reed, desafiando duas representantes democratas (Jasmine Crockett, de 44 anos, e Alexandria Ocasio-Cortez, de 36 anos) a fazerem o mesmo teste.

    “Eles têm Jasmine Crockett, uma pessoa de baixo QI. AOC [apelido de Alexandria Ocasio-Cortez] também tem baixo QI. Dêem a ela um teste de QI, vejam de se ela passa, por exemplo, os exames que eu decidi fazer em Walter Reed”, disse o presidente norte-americano.

    E acrescentou: “São muito difíceis. São, de certa forma, testes de aptidão, mas são testes cognitivos. Deixem a AOC desafiar Trump”.

    “As primeiras perguntas são fáceis: um tigre, um elefante, uma girafa, vocês sabem. Quando chegam à quinta ou à sexta, e depois quando chegam à 10.ª, à 20.ª, à 25.ª… Elas não conseguiam nem chegar perto de responder a qualquer uma dessas perguntas.”

    O teste a que Trump se refere aparenta ser a Avaliação Cognitiva de Montreal, “uma avaliação de 10 minutos concebida para identificar sinais de demência ou Alzheimer”, segundo a revista The New Republic.

    Presume-se que em 2020 Trump, na época, com 74 anos, tenha realizado o mesmo teste, mas sabe-se que dois anos antes em 2018 foi sujeito a esta avaliação, tendo um resultado perfeito: acertou em todas as 30 questões.

    O teste foi criado pelo neurologista canadense, o Doutor Ziad Nasreddine, e é suposto ter uma duração de dez minutos. A avaliação inclui desenhar um relógio, copiar a imagem de um cubo e identificar imagens de animais.

    É do gênero, você diz: Pessoa, mulher, homem, câmera, televisão”, explicou o presidente em uma entrevista à Fox News, em 2018, onde também se gabou dos seus resultados no teste. “E eles te dizem: ‘Pode repetir tudo?’. E eu respondo: ‘Sim. É pessoa, mulher, homem, câmêra, televisão’”.

    “Eles dizem que nunca ninguém acerta na ordem, que na verdade não é assim tão fácil. Mas foi fácil para mim. E não é uma questão fácil”, disse Trump.

    Apesar das afirmações de Trump, e da sua realização ao presidente dos Estados Unidos, esta avaliação é, na verdade, bastante controversa no mundo acadêmico da medicina.

    “É uma barra muito muito baixa para alguém que tem no bolso os códigos nucleares, e, de certeza, que não é nada que valha a pena alguém se vangloriar”, disse Jonathan Reiner, professor e cardiologista da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde George Washington, ao Washington Post o ano passado.

    Trump não especificou se realizou efetivamente o teste, mas sabe-se que o presidente esteve no Centro Médico de Walter Reed este mês para uma consulta de rotina. Durante a visita, fez uma série de exames e “avaliações preventivas de saúde”, segundo relatou o médico da Casa Branca.

    Na conversa com jornalistas esta segunda-feira, o presidente norte-americano revelou ainda que fez uma ressonância magnética quando esteve na unidade de saúde, sem revelar o porquê do exame. Segundo Trump, os seus resultados foram “perfeitos”.

    Trump confunde teste de demência com teste de QI? "É muito difícil"

  • Milei teve 'muita ajuda' dos EUA para vencer eleições legislativas, diz Trump

    Milei teve 'muita ajuda' dos EUA para vencer eleições legislativas, diz Trump

    Donald Trump, disse nesta segunda-feira (27) que o presidente da Argentina, Javier Milei, teve “muita ajuda” dos EUA na vitória de seu partido nas eleições legislativas desse domingo (26)

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (27) que seu homólogo na Argentina, Javier Milei, contou com “muita ajuda” de Washington para obter a vitória surpreendente nas eleições legislativas da véspera, cujos resultados fortaleceram o líder ultraliberal e seus correligionários mesmo após uma sequência de crises.

    Em viagem à Malásia, Trump celebrou o resultado, que descreveu como uma “grande vitória” e algo “muito positivo” para toda a região. “Ele [Milei] teve muita ajuda nossa. Eu dei a ele um endosso, um endosso muito forte”, disse o republicano, mencionando também a atuação de integrantes de sua equipe, entre eles o secretário do Tesouro, Scott Bessent, responsável por supervisionar o apoio financeiro a Buenos Aires.

    “Estamos mantendo o compromisso com vários países da América do Sul. Temos um foco muito forte na América do Sul”, acrescentou o presidente americano.

    Antes do pleito, Milei teve de apelar ao líder americano para evitar uma crise cambial em seu país. Segundo Trump, o governo americano ofereceu um pacote de resgate financeiro que pode chegar a US$ 40 bilhões com o objetivo de impulsionar o ultraliberal nas vésperas da votação.

    Com mais de 97% das mesas apuradas, o partido governista A Liberdade Avança obteve 40,8% do total de votos e 64 cadeiras na Câmara dentre as 127 que estavam em disputa -metade dos 257 assentos da Casa foi renovada. Do lado opositor, o peronismo, pelo Força Pátria nacional e regionais, conseguiu 31,6%, com 44 cadeiras; o Províncias Unidas teve 7,1%, ou 8 assentos; e a Frente de Esquerda, 4,8%, com 3 cadeiras vagas. Forças provinciais e outros grupos independentes ficaram com 15,7%, ou 8 vagas.

    O Senado tinha 24 das 72 vagas em disputa. A Liberdade Avança ganhou 13, o peronismo somou outras 6, e partidos regionais ficaram com as outras 5.

    O desempenho fortaleceu Milei para continuar com sua agenda de reformas econômicas radicais, mesmo diante de descontentamento popular com as medidas de austeridade. O apoio dos EUA incluiu um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões, já assinado, e a proposta de um fundo de investimento em dívida de mesmo valor.

    Segundo Trump, o pacote também trouxe ganhos aos EUA. “Ganhamos muito dinheiro com essa eleição porque os títulos argentinos subiram. A classificação de crédito deles melhorou”, afirmou, embora tenha acrescentado que o interesse americano “não é exatamente pelo dinheiro”.

    Bessent, que acompanhava o presidente americano na viagem, descreveu o auxílio como uma ponte para sustentar o projeto econômico de Milei. “Ele está enfrentando cem anos de más políticas”, disse o secretário. “Vai conseguir quebrar esse ciclo graças ao apoio dos EUA.”

    A agência Fitch Ratings avaliou, na semana passada, que a ajuda americana aos mercados argentinos evitou um rebaixamento da nota de crédito do país. Ainda assim, alertou que o país sul-americano precisa apresentar um plano mais amplo de reconstrução de reservas internacionais para alcançar uma eventual melhora em sua avaliação.

    O resultado positivo para Milei e seu partido foi registrado mesmo após crises que desgastaram a imagem da Casa Rosada nos últimos meses: da promoção de um criptoativo sem lastro pelo líder argentino aos áudios do ex-diretor da agência para pessoas com deficiência, sugerindo que Karina Milei, a irmã e braço-direito do presidente, fosse beneficiada em um esquema de propinas na compra de medicamentos.

    Antes do pleito, Milei chegou a interromper suas viagens de campanha pelas províncias para ir até a Casa Branca, onde recebeu apoio de Trump. O republicano chegou a condicionar sua ajuda ao resultado eleitoral, o que irritou parte da opinião pública e assustou o mercado.

    Milei teve 'muita ajuda' dos EUA para vencer eleições legislativas, diz Trump

  • Lento e poderoso: por que furacão Melissa pode ser catastrófico na Jamaica

    Lento e poderoso: por que furacão Melissa pode ser catastrófico na Jamaica

    Furacão já matou três pessoas no Haiti e uma na República Dominicana e ganhou grande intensidade nas últimas 24 horas em direção à Jamaica

    (UOL/CBS NEWS) – O furacão Melissa, de categoria 5, pode ser o mais forte da história a atingir a Jamaica, com efeitos catastróficos. A previsão é que ele chegue ao território caribenho na noite desta segunda-feira (27) ou na manhã de terça, segundo fontes ouvidas pela emissora americana ABC.

    O QUE ACONTECEU

    Melissa pode se tornar o pior furacão que a Jamaica já enfrentou. Ordens de evacuação já foram emitidas para áreas costeiras vulneráveis, segundo a rede americana CNN. É possível que haja uma Jamaica antes e depois do furacão, salientou ainda a emissora americana ABC.

    Chuvas podem chegar a um acumulado de 102 cm nos próximos quatro dias. A média para o mês de outubro -um dos mais úmidos do ano na Jamaica- em Kingston é de 234 mm, segundo o Serviço Meteorológico da Jamaica. Mas a previsão é que chova cerca de 4,35 vezes a média do mês nos próximos quatro dias.

    A tempestade também pode produzir ondas gigantes. Sua combinação com os ventos pode causar “extenso dano de infraestrutura”, alertou o Centro Nacional de Furacões. Ondas podem chegar a quatro metros.

    Melissa se movimenta lentamente, o que pode torná-lo ainda mais perigoso. Ele tem se movido para oeste a apenas 4,8 km/h, ou seja, ele também permanecer por mais tempo destruindo a ilha. O ideal seria que ele perdesse força antes disso.

    Furacão já matou três pessoas no Haiti e uma na República Dominicana. Ele ganhou quase 113 km/h de intensidade apenas nas últimas 24 horas.

    “Explosão de força” no fim de semana aconteceu por combinação de fatores. O movimento mais lento do Melissa sobre águas mornas e profundas se uniu a fortes ventos em grandes altitudes na atmosfera.

    Melissa pode se tornar ainda mais poderoso nas próximas 12h a 24h. A estimativa é de diversos centros de previsão meteorológica consultados pela BBC britânica.

    Seus ventos já atingem 265,5 km/h. Seu epicentro está localizado a apenas 233 km da capital Kingston, informou o Centro Nacional de Furacões dos EUA nesta manhã.

    Monitoramento do governo dos EUA capturou imagens de forte atividade elétrica no olho do furacão nesta manhã. Poluição atmosférica provocada por queima de combustíveis criou mais sistemas que estão se intensificando rapidamente e trazendo mais chuvas.

    Águas mais quentes no oceano devido às mudanças climáticas têm aumentado o risco de intensificação rápida dos furacões. Ou seja, fica mais difícil evacuar as áreas potencialmente atingidas e prevenir maiores desastres.

    JAMAICA ESTÁ PREPARADA PARA O MELISSA?

    Governo anunciou que ergueu 881 abrigos pelo país. Equipes do serviço nacional de ônibus, das Forças Armadas da Jamaica e times de defesa civil estão liderando as evacuações. “Vão aos abrigos. Vão a lugares altos porque isso pode salvar vidas”, pediu o ministro de Água, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Jamaica, Matthew Samuda, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (27).

    “Hora de preparação acabou”. Samuda destacou que agora é o momento de ouvir essas instruções das autoridades. Evacuações foram ordenadas para Kingston, mas toda a ilha está sob o status de “ameaçada”, segundo a BBC.

    Jamaicanos devem usar recursos com moderação. Pode faltar água a partir da noite desta segunda-feira (27), alertou o ministro, já que redes de transmissão podem ser afetadas pelo furacão. “Cada gota vai contar”, alertou. Por isso, ele recomendou que a população faça estoque da água que tem em casa.

    Ministro acredita que jamaicanos estão melhor preparados do que nos anos 1980. “Mas quando você fala de ventos de 265 km/h, nós nunca testamos a nossa nova infraestrutura desta forma”, disse.

    Faz 13 anos desde que o último furacão chegou à costa da Jamaica. Foi o Sandy, em 2012. No entanto, o último de categoria 4 (ou mais forte) a “aterrissar” pela ilha foi o Gilbert, em 1988, que matou pelo menos 40 pessoas. Ele tinha ventos de 217,3 km/h ao tocar o solo.

    “Não há infraestrutura que seja construída, acredito, em qualquer lugar do mundo para navegar este tipo de risco. Nós esperamos que, se ele chegar à nossa costa, estaremos encarando dano significativo”, disse Matthew Samuda, ministro de Água, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Jamaica, em coletiva nesta segunda-feira (27).

    No entanto, furacões não precisam tocar o solo para fazer um estrago. O furacão Beryl, de categoria 4, provou isso em julho de 2024. Bem mais fraco que o Melissa, ele causou enchentes, danos a residências, plantações e outras estruturas no sul da ilha, além de ter matado quatro pessoas e causado um prejuízo de US$ 1 bilhão (R$ 5,37 bilhões), segundo um relatório do centro de furacões obtido pela CNN.

    Todos os aeroportos da Jamaica foram fechados neste domingo (26) em preparação para a vinda do Melissa. O anúncio foi feito pelo ministro do Transporte do país, de acordo com a ABC.

    Até Elon Musk ofereceu apoio. A Starlink, subsidiária de telecomunicações via satélite da empresa espacial do bilionário, a SpaceX, ofereceu sua infraestrutura ao governo para manter a comunicação durante e após a passagem do furacão, também segundo a ABC.

    O QUE É UM FURACÃO DE CATEGORIA 5?

    É a categoria mais forte na Escala Saffir-Simpson de intensidade dos furacões. Ela foi criada em 1970 pelo engenheiro Herbert Saffir e Robert Simpson, então diretor do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, tendo como inspiração a escala Richter, que mede a intensidade dos terremotos.

    Lento e poderoso: por que furacão Melissa pode ser catastrófico na Jamaica

  • Rússia invade cidade estratégica no leste da Ucrânia

    Rússia invade cidade estratégica no leste da Ucrânia

    Pokrovsk serve de centro logístico para as forças de Zelenski nos 25% que ainda controlam de Donetsk; Kiev envia reforços, mas situação no bastião é crítica; sua queda pode comprometer toda a região

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Unidades de assalto russas começaram a operar dentro de Pokrovsk, cidade que serve como centro logístico para as forças da Ucrânia na região de Donetsk, no leste do país invadido em fevereiro de 2022 por Vladimir Putin.

    Kiev enviou reforços emergenciais para o local, mas o relato de blogueiros militares de ambos os lados é de uma situação bastante precária para as tropas de Volodimir Zelenski. Se Pokrovsk cair, a defesa do restante de Donetsk ainda em mãos ucranianas ficará bastante comprometida.

    O avanço ocorre no momento em que as negociações por um cessar-fogo, promovidas por Donald Trump, estão travadas. O presidente americano cancelou uma reunião que anunciou que faria com Putin, alegando falta de perspectiva de sucesso.

    Na quinta-feira (23), o republicano partiu para o ataque e editou as primeiras sanções contra a Rússia em seu novo mandato, visando pressionar Putin. As punições sobre as duas maiores petroleiras russas miram os compradores do óleo do país, principalmente como China e Índia, e podem atingir indiretamente o Brasil, que importa 60% do diesel que consome de Moscou.

    Pokrovsk é vital para o suprimento das forças de Zelenski em Kramatorsk, o centro administrativo da região de Donetsk desde que a capital homônima da província foi capturada por separatistas pró-Rússia em 2014, logo depois de Putin anexar a Crimeia como represália pela derrubada do governo aliado de Moscou em Kiev.

    Em agosto, pouco antes da reunião de cúpula entre o russo e Trump no Alasca, forças russas fizeram um avanço grande em sua direção, efetivamente cercando a cidade. Kiev reagiu e conseguiu conter a ofensiva, mas alto custo segundo analistas militares.

    Segundo o Estado-Maior ucraniano disse nesta segunda-feira (27), mais de 200 soldados russos invadiram a cidade em pelo menos dois grupos distintos, e lutam no seu centro arruinado. Dos cerca de 60 mil habitantes que tinha antes da guerra, Pokrovsk hoje tem cerca de 1.300.

    Kiev deslocou a 7ª Unidade de Resposta Rápida de suas forças aerotransportadas para tentar salvar a cidade. “Os ocupantes querem dispersar nossas forças e bloquear os corredores logísticos”, disse a força numa postagem do Facebook.

    Segundo o referencial site ucraniano Deep State, um quinto da cidade já é uma zona contestada. No domingo (26), o chefe do Estado-Maior russo, Valeri Gerasimov, havia dito que 5.500 soldados ucranianos estavam cercados na cidade, informação que foi negada por Kiev. Ele também disse que outros 5.000 militares de Zelenski estavam presos num bolsão em Kupiansk, na região de Kharkiv (norte).

    Nos objetivos explícitos da guerra, colocados em papel pela Rússia na tentativa de retomar as negociações com a Ucrânia, Putin exige o controle das quatro regiões que anexou ilegalmente em 2022.

    Hoje, ele controla no leste toda a província de Lugansk e 75% de Donetsk, com proporções similares nas áreas ao sul de Zaporíjia e Kherson. Em conversas com Trump, Putin sugeriu que trocaria as frações que não domina dessas duas últimas regiões pela entrega de Donetsk, o que Zelenski rejeitou.

    Já do lado ucraniano, a noite desta segunda foi marcada por um dos maiores ataques com drones contra posições russas. Moscou disse ter derrubado 193 aviões-robôs em 13 regiões do país, 36 dos quais se dirigiam para a capital.

    Zelenski também tem escalado a guerra para mostrar força no momento em que pede a Trump o fornecimento de mísseis de cruzeiro Tomahawk, o que o americano se recusa a fazer por temer reação da Rússia.

    PUTIN ELEVA RETÓRICA MILITARISTA

    Com o escopo das sanções ainda sendo analisado, a Rússia tem avançado em campo e na retórica militarista. Na semana passada, promoveu exercício de ataque nuclear em paralelo à manobra anual da Otan, a aliança militar do Ocidente.

    Na mesma reunião com Gerasimov no domingo, um Putin vestindo uma rara farda anunciou ter testado com sucesso pela primeira vez o míssil Burevestnik, um modelo de cruzeiro com propulsão nuclear que pode ficar meses a fio no ar.

    Nesta segunda, Trump criticou o ensaio, dizendo que Putin deveria acabar com a guerra e não ficar testando mísseis. O Kremlin respondeu dizendo que a Rússia age “de acordo com seus próprios interesses”.

    O armamento voou cerca de 14 mil km em 15 horas, provavelmente em círculos no Ártico russo. O míssil é definido pelo especialista russo em armas nucleares Pavel Podvig, do Instituto das Nações Unidas para Pesquisas de Desarmamento, como uma “peça de propaganda”, pois sendo subsônico ele é facilmente derrubável.

    Os defensores da arma dizem que, como voa a até 25 metros do chão e é altamente manobrável, o Burevestnik conseguiria escapar da maior parte dos radares. A arma é desenhada para carregar uma ogiva nuclear de até 1 megaton.

    Rússia invade cidade estratégica no leste da Ucrânia