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  • Ipsos/Ipec: 75% dos brasileiros veem 'tarifaço' como decisão de natureza política

    Ipsos/Ipec: 75% dos brasileiros veem 'tarifaço' como decisão de natureza política

    A percepção de que a decisão de Trump tem motivação política é majoritária em todos os segmentos demográficos, mas se destaca especialmente entre os entrevistados de 45 a 59 anos (80%) e entre os moradores das Regiões Nordeste e Sudeste (77% em cada)

    Um levantamento feito pela Ipsos-Ipec mostra que 75% dos brasileiros veem o \”tarifaço\” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil como uma decisão de natureza eminentemente política. Segundo a pesquisa, somente 12% dos entrevistados acreditam que a medida se baseia em uma questão puramente comercial, enquanto 5% dizem tratar tanto de questões comerciais quanto políticas. Outros 8% optaram por não responder ao questionamento.

    A percepção de que a decisão de Trump tem motivação política é majoritária em todos os segmentos demográficos, mas se destaca especialmente entre os entrevistados de 45 a 59 anos (80%) e entre os moradores das Regiões Nordeste e Sudeste (77% em cada). Esses índices superam os observados nas demais regiões: Norte/Centro-Oeste (71%) e Sul (72%).

    A crença de motivação política também é mais acentuada entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno de 2022 e entre aqueles que votaram em branco ou anularam o voto (79% em cada um dos grupos). Já entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, esse índice cai para 73%.

    Reação

    A pesquisa revela que o Brasil está dividido sobre como reagir às tarifas impostas pelos Estados Unidos, com posições fortemente influenciadas pelo voto no segundo turno de 2022. Em relação à proposta de reavaliar a parceria comercial e se distanciar dos EUA, 47% discordam, sendo 30% totalmente e 17% em parte, enquanto 46% concordam, 28% totalmente e 18% em parte. A polarização política é evidente: 61% dos eleitores de Lula defendem o distanciamento, contra 65% dos eleitores de Bolsonaro que se opõem.

    A ideia de retaliar “na mesma moeda”, aplicando tarifas igualmente altas sobre produtos americanos, também divide: 49% concordam (33% totalmente e 16% em parte) e 43% discordam (13% totalmente e 30% em parte). Neste cenário, 61% dos eleitores de Lula apoiam a retaliação, enquanto 56% dos eleitores de Bolsonaro são contrários.

    O ponto de maior consenso é a busca por novos parceiros comerciais. Para 68% dos entrevistados, o País deveria priorizar acordos com nações como China e União Europeia, sendo 45% totalmente e 23% em parte. O apoio é mais alto entre eleitores de Lula (75%), mas também é majoritário entre os de Bolsonaro (59%).

    Há também preocupação de que o embate com os Estados Unidos possa isolar o Brasil internacionalmente: seis em cada dez concordam com essa afirmação, sendo que essa preocupação é mais forte entre eleitores de Bolsonaro (70%) do que entre os de Lula (53%).

    Consumo

    No campo do consumo, caso o tarifaço prejudique a economia, a principal reação declarada pelos brasileiros seria priorizar produtos nacionais (39%). Já 22% afirmam que deixariam de comprar produtos americanos. Outras reações citadas incluem apoiar políticos que defendam o distanciamento dos EUA e acordos com outros países (9%), cancelar ou adiar viagens para os Estados Unidos (5%) e manifestar críticas à medida adotada por Donald Trump em redes sociais ou espaços públicos (3%). Do total, 10% dizem que não tomariam nenhuma medida e 13% preferiram não responder.

    Imagem dos EUA

    Segundo a pesquisa, antes da imposição das tarifas, a imagem dos Estados Unidos era predominantemente positiva: 48% a avaliavam como ótima ou boa. Outros 28% a consideravam regular, enquanto 15% tinham uma visão ruim ou péssima. Já 8% não souberam ou preferiram não responder.

    Após o anúncio das tarifas mais altas sobre produtos brasileiros, a percepção piorou de forma significativa: 38% da população dizem que sua imagem dos Estados Unidos mudou para pior. Para 51%, ela permaneceu igual, e apenas 6% afirmam ter melhorado sua visão sobre o país.

    O impacto negativo foi mais intenso entre os eleitores de Lula, dos quais 52% passaram a ter uma imagem pior dos EUA. Entre os eleitores de Bolsonaro, esse índice cai para 26%, enquanto 60% afirmam que a percepção permaneceu a mesma. A piora também é mais acentuada entre católicos (42%) do que entre evangélicos (32%).

    O levantamento foi realizado entre 1º e 5 de agosto de 2025, com 2.000 brasileiros de 16 anos ou mais, e tem margem de erro de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos.

    Ipsos/Ipec: 75% dos brasileiros veem 'tarifaço' como decisão de natureza política

  • Em telefonema, Lula e Xi discutem 'parceria estratégica bilateral' entre o Brasil e a China

    Em telefonema, Lula e Xi discutem 'parceria estratégica bilateral' entre o Brasil e a China

    Lula e Xi falaram sobre “a parceria estratégica bilateral” entre o Brasil e a China e “saudaram os avanços já alcançados no âmbito das sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento dos dois países”

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente da China, Xi Jinping, na noite desta segunda-feira, 11, informou a Secretaria de Comunicação Social (Secom), em nota. A ligação durou cerca de uma hora.

    Lula e Xi falaram sobre “a parceria estratégica bilateral” entre o Brasil e a China e “saudaram os avanços já alcançados no âmbito das sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento dos dois países”.

    Os dois líderes também se comprometeram “a ampliar o escopo da cooperação para setores como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites”, segundo a nota da Secom. “Ambos os presidentes também destacaram sua disposição em continuar identificando novas oportunidades de negócios entre as duas economias.”

    “A atual conjuntura internacional e os esforços recentes pela paz entre Rússia e Ucrânia” também foram discutidos, de acordo com o comunicado.

    O líder chinês ainda informou que enviará “uma delegação de alto nível” à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro. Xi disse que “vai trabalhar com o Brasil para o êxito da conferência”, segundo a Secom.

    Em telefonema, Lula e Xi discutem 'parceria estratégica bilateral' entre o Brasil e a China

  • 'FT': Eduardo Bolsonaro prevê nova onda de sanções dos EUA ao País por julgamento de Bolsonaro

    'FT': Eduardo Bolsonaro prevê nova onda de sanções dos EUA ao País por julgamento de Bolsonaro

    Eduardo Bolsonaro afirma que “Moraes queimou todas as suas opções” e que o presidente dos EUA, Donald Trump, “ainda não. Trump ainda tem a opção de dobrar sua aposta com base na reação de Moraes”

    O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta segunda-feira, 11, em entrevista ao Financial Times, que os Estados Unidos devem intensificar a pressão contra o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, impondo novas sanções a ministros que não encerrem o julgamento de seu pai, Jair Bolsonaro, réu acusado de coordenar um golpe de Estado. Eduardo lidera uma campanha de lobby em Washington para que os EUA tomem medidas contra a corte brasileira para evitar uma eventual prisão do ex-presidente.

    “Eu sei que Trump tem uma série de possibilidades sobre a mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras, até uma nova onda de revogação de vistos, até questões tarifárias”, disse Eduardo ao FT. Segundo ele, Washington deve ampliar penalidades após o governo americano já ter aplicado sanções ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo.

    Eduardo Bolsonaro afirma que “Moraes queimou todas as suas opções” e que o presidente dos EUA, Donald Trump, “ainda não. Trump ainda tem a opção de dobrar sua aposta com base na reação de Moraes”. Entre as possíveis retaliações, ele cita a chance de sanções contra a esposa de Moraes, “que é seu braço financeiro”, além de revogação de vistos a aliados do ministro. A ameaça de retaliações já havia sido estendida a aliados de Moraes na semana passada, em publicação feita pela Embaixada dos EUA no Brasil.

    Ao FT, o deputado destacou ainda que pretende ainda levar o tema à Europa para pressionar por sanções contra a corte brasileira no Parlamento Europeu. “Eu quero levar as sanções dos EUA à atenção dos parlamentares europeus para que ele possa ser sancionado lá”, afirmou.

    Apesar das críticas internas, que acusam sua campanha de prejudicar exportações e empregos no Brasil, Eduardo defende que sua atuação visa “salvar a democracia” e admite estar preparado para “as pessoas da esquerda que possam me insultar e criticar”.

    'FT': Eduardo Bolsonaro prevê nova onda de sanções dos EUA ao País por julgamento de Bolsonaro

  • Motta diz não haver clima para anistia ampla e fala da gravidade de plano para matar autoridades

    Motta diz não haver clima para anistia ampla e fala da gravidade de plano para matar autoridades

    Para que seja pautada, Motta afirmou que a anistia, assim como o fim do foro privilegiado, tem que conquistar maioria no colégio de líderes, órgão que discute o que será votado a cada semana

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou, em entrevista à revista Veja, que não há ambiente entre os deputados para uma anistia ampla, geral e irrestrita -expressão que bolsonaristas têm usado para se referir a uma medida que livre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu acusado de golpismo, de uma condenação pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

    “O que eu sinto, do contato que tenho com os parlamentares, é que há uma certa dificuldade com anistia ampla, geral e irrestrita. Até porque nós tivemos o planejamento de morte de pessoas, isso é muito grave. Não sei se há ambiente para anistiar quem agiu dessa forma, penso que não”, afirmou Mottta nesta segunda-feira (11).

    O presidente da Câmara acrescentou ainda, porém, que a anistia “deve ser amplamente debatida” -tanto seu conteúdo como a possibilidade de ser levada para a votação no plenário.

    Para que seja pautada, Motta afirmou que a anistia, assim como o fim do foro privilegiado, tem que conquistar maioria no colégio de líderes, órgão que discute o que será votado a cada semana. Há um acordo entre PL e o centrão para que as medidas sejam levadas ao plenário, mas o PT, por exemplo, se opõe.

    “Quando tiver uma maioria construída, jamais essa presidência irá obstruir as pautas de votação”, afirmou Motta. “O colégio de líderes é o foro adequado, sempre procuramos trazer a pauta de consenso, como sempre foi no colégio e seguirá sendo”, disse ainda, ressaltando que ele não tem “preconceito com nenhuma pauta”.

    Na opinião dele, a tomada das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado por bolsonaristas, na semana passada, acabou fazendo com que as pautas da oposição perdessem apoio, já que “a larga maioria, mais de 400 parlamentares, não concordam com esse formato de obstrução”.

    Como resultado do motim, o centrão e o PL se aliaram para pressionar que a mudança de foro e uma proposta para blindar congressistas contra ações do STF sejam levadas para a votação nesta semana.

    Motta ainda criticou Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado do mandato nos EUA, de onde comanda uma campanha para que Donald Trump pressione as autoridades brasileiras a livrar Bolsonaro.

    “Não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do país, trabalhando muitas vezes para que medidas tragam danos à economia do país [de origem]. Isso não pode ser admitido”, afirmou o presidente da Câmara, referindo-se ao tarifaço.

    “Eduardo Bolsonaro poderia até estar defendendo politicamente algo que ele acredita, defendendo a inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas nunca atentando contra o país. Quando isso acontece, eu penso que nem os seus eleitores, nem os seus apoiadores concordam”, completou.

    Ele acrescentou, porém, que o caso de Eduardo será tratado no Conselho de Ética como qualquer outro.

    Motta diz não haver clima para anistia ampla e fala da gravidade de plano para matar autoridades

  • Haddad diz que bolsonaristas agiram para EUA cancelar reunião com Brasil

    Haddad diz que bolsonaristas agiram para EUA cancelar reunião com Brasil

    O ministro da Fazenda revelou que o governo brasileiro tinha reunião marcada com o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Beesent, para esta quarta-feira (13), mas foi cancelada

    Na tarde desta segunda-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o governo brasileiro tinha articulado uma reunião com Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Beesent, para uma discussão sobre o ‘tarifaço’ de do presidente Donald Trump. Porém, a conversa com os EUA, que estava marcada para a próxima quarta-feira, foi cancelada após articulação de bolsonaristas.

    Haddad contou, em entrevista ao ‘Estúdio I’, que o governo Trump recebeu informações de bolsonaristas sobre declarações dele apontando que o motivo das tarifas seria político e não econômico e que iria se reunir com Beesent. Depois, a equipe do secretário norte-americano enviou um e-mail desmarcando o encontro para negociações com o Brasil.

    “A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca teve conhecimento da minha fala e agiu junto a alguns assessores”, declarou.

    O ministro da Fazenda enfatizou que a imposição das tarifas não tem argumento econômico e as sanções contra o Brasil faz parte de ações para atacar a soberania e enfraquecer o país.

    Haddad também destacou que já vinha conversando com Scott Beesent desde maio, antes do tarifaço: “O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos já tinha achado a imposição de 10% de tarifa para o Brasil alta demais. Ele mesmo disse que os EUA precisava negociar com o Brasil”, contou.

    O ministro do governo Lula contou que Beesent estavam abrindo caminhos para negociações, mas que a interferência de “pseudo-brasileiros” como parlamentares bolsonaristas fez Brasil perder a oportunidade de discutir as tarifas de Trump.

    Haddad também criticou governadores de direita e extrema-direita que fazem declarações atacando Lula e afirmando que o presidente brasileiro precisa conversar com o norte-americano, mas nos bastidores impossibilitam negociações articulando com parlamentares dos EUA um ‘boicote’ ao Brasil.

     

    Haddad diz que bolsonaristas agiram para EUA cancelar reunião com Brasil

  • Azul encerra operações em 14 cidades de estados como RJ, CE e SC

    Azul encerra operações em 14 cidades de estados como RJ, CE e SC

    A Azul afirma que todos os clientes impactados pelas mudanças receberam assistência, conforme prevê a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Azul informou nesta segunda-feira (11) que encerrou as operações em 14 cidades brasileiras -número maior do que os 13 municípios divulgados em um relatório a investidores da companhia no começo de agosto.

    Segundo a companhia, o encerramento das operações nessas localidades ocorreu entre janeiro e março, pouco antes de a Azul pedir a entrada no processo de Chapter 11 (equivalente à recuperação judicial) em maio.

    Cidades como Campos (RJ), Mossoró (RN), Três Lagoas (MS) e Ponta Grossa (PR) não recebem mais voos da empresa. Veja abaixo a lista completa.

    Desde julho, a Azul também está ajustando mais de 50 rotas com margem 17 pontos percentuais abaixo da média da companhia. O processo inclui redução da frequência de voos ou até eliminação da rota.

    Segundo a companhia, os ajustes levam em consideração uma série de fatores que vão desde o aumento nos custos operacionais da aviação, impactados pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta do dólar, até questões de disponibilidade de frota, bem como o seu atual processo de reestruturação.

    A Azul afirma que todos os clientes impactados pelas mudanças receberam assistência, conforme prevê a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

    A companhia anunciou em 28 de maio deste ano a entrada no Chapter 11 nos Estados Unidos, numa tentativa de reorganizar suas dívidas. Depois de Latam e Gol, a empresa foi a última das principais companhias aéreas brasileiras a aderir ao processo.

    A expectativa da Azul é que o processo de recuperação judicial termine no fim deste ano.

    VEJA EM QUAIS CIDADES A AZUL DEIXOU DE OPERAR

    – Cratéus (CE)
    – São Benedito (CE)
    – Sobral (CE)
    – Iguatú (CE)
    – Campos (RJ)
    – Correia Pinto (SC)
    – Jaguaruna (SC)
    – Mossoró (RN)
    – São Raimundo Nonato (PI)
    – Parnaíba (PI)
    – Rio Verde (GO)
    – Barreirinhas (MA)
    – Três Lagoas (MS)
    – Ponta Grossa (PR)

    Azul encerra operações em 14 cidades de estados como RJ, CE e SC

  • Moraes diz que Constituição deu basta na possibilidade de golpismo

    Moraes diz que Constituição deu basta na possibilidade de golpismo

    Alvo de medidas de cancelamento de visto e de restrições financeiras pelo governo dos Estados Unidos, o ministro acrescentou que a Carta Magna garantiu a independência do Poder Judiciário brasileiro

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, nesta segunda-feira (11), que a Constituição Federal deu um basta na possibilidade de golpismo no Brasil.  

    Relator das ações penais da trama golpista ocorrida no governo de Jair Bolsonaro, o ministro participou, na manhã desta segunda (11), de um evento jurídico no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

    Durante discurso de abertura, Moraes ressaltou que a Constituição Federal garantiu o fortalecimento das instituições após o “período sombrio da ditadura militar”. 

    “Em 1988, o Brasil, pela Assembleia Constituinte, deu um basta na possibilidade de golpismo, deu um basta na possibilidade de intromissão das forças armadas, sejam oficiais ou paraoficiais, na política brasileira”, afirmou.

    Independência do Judiciário

    Alvo de medidas de cancelamento de visto e de restrições financeiras pelo governo dos Estados Unidos, o ministro acrescentou que a Carta Magna garantiu a independência do Poder Judiciário brasileiro.

    “A partir de 1988, o legislador constituinte concedeu independência e autonomia ao Judiciário. Autonomia financeira, administrativa e funcional e, aos seus membros, plena independência de julgar de acordo com a Constituição, com a legislação, sem pressões internas, externas ou qualquer tipo de pressão”, completou.No sábado (9), representantes do governo norte-americano voltaram a ameaçar Alexandre de Moraes e outros ministros do STF. Em seguida, o Itamaraty e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann,  rechaçaram as postagens do vice-secretário de Estado do governo de Donald Trump. 

    Moraes diz que Constituição deu basta na possibilidade de golpismo

  • Advogados de Bolsonaro têm até quarta para entregar defesa ao STF

    Advogados de Bolsonaro têm até quarta para entregar defesa ao STF

    Após a entrega das alegações, o ministro Alexandre de Moraes deverá liberar para o julgamento da ação penal referente ao núcleo 1 da denúncia apresentada contra Bolsonaro e seus aliados

    As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais seis aliados têm até a próxima quarta-feira (13) para entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais no processo da trama golpista. A data marca o prazo final de 15 dias para os advogados protocolarem suas manifestações.  

    As alegações representam a última manifestação dos réus antes do julgamento que pode condenar ou absolver os acusados.

    Após a entrega das alegações, o ministro Alexandre de Moraes deverá liberar para o julgamento da ação penal referente ao núcleo 1 da denúncia apresentada contra Bolsonaro e seus aliados. 

    Caberá ao presidente da Primeira Turma da Corte, ministro Cristiano Zanin marcar data do julgamento.

    A expectativa é que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição dos acusados ocorra em setembro.

    Além de Alexandre de Moraes, o colegiado é formado pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

    Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

    Em caso de condenação, as penas podem passar de 30 anos de prisão. 

    Prisão 

    A eventual prisão dos réus que forem condenados não vai ocorrer de forma automática e só poderá ser efetivada o após julgamento dos recursos dos acusados contra a eventual condenação.

    Em caso de condenação, os réus não devem ficar em presídios comuns. Oficiais do Exército têm direito à prisão especial, de acordo com o Código de Processo Penal (CPP). O núcleo 1 tem cinco militares do Exército, um da Marinha e dois delegados da Polícia Federal, que também podem ser beneficiados pela restrição.

    São eles: 

    • Alexandre Ramagem (delegado da PF e deputado federal), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
    • Almir Garnier (almirante), ex-comandante da Marinha;
    • Anderson Torres (delegado da PF), ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
    • Augusto Heleno (general),  ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
    • Jair Bolsonaro (capitão);
    • Paulo Sérgio Nogueira (general), ex-ministro da Defesa;
    • Walter Braga Netto (general), ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022.
    • Mauro Cid (tenente-coronel), ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.  – fez delação e não ficará preso. 

     

    Advogados de Bolsonaro têm até quarta para entregar defesa ao STF

  • Frigoríficos brasileiros negociam com Vietnã para substituir exportações aos EUA

    Frigoríficos brasileiros negociam com Vietnã para substituir exportações aos EUA

    Incursões feitas pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto às autoridades vietnamitas aconteceram junto às autoridades vietnamitas

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A busca pela abertura de novos mercados para exportação de carne bovina levou uma comitiva formada pelos principais frigoríficos do Brasil até o Vietnã, mercado que acaba de abrir suas portas para a proteína brasileira.

    Uma missão oficial brasileira esteve na capital, Hanói, na semana passada, após incursões feitas pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto às autoridades vietnamitas.

    Conforme informações obtidas pela reportagem, representantes de 17 frigoríficos e empresas do setor, incluindo gigantes como JBS, Marfrig, Minerva e Masterboi, participaram das discussões diretas com mais de uma dezena de importadores.

    O objetivo, na prática, foi ampliar os canais de diálogo para obter uma resposta mais ágil do governo local aos pedidos brasileiros de habilitação sanitária para os exportadores.

    Atualmente, o governo do Vietnã avalia a solicitação de habilitação de 86 frigoríficos para exportação de carne bovina. Duas plantas da JBS foram aprovadas até agora, as unidades de Mozarlândia e Goiânia, ambas localizadas em Goiás.

    Carlos Fávaro comentou, na semana passada, a expectativa de abertura do Vietnã à carne bovina brasileira. “O mercado do Vietnã é um mercado que a gente buscava abrir há mais de 20 anos. Abriu em março. Duas plantas frigoríficas se habilitaram. Imagina se a gente se esforçar agora e habilitar 15, 20, 30 plantas frigoríficas. Amplia os mercados”, afirmou.

    Além da habilitação de plantas, as empresas brasileiras também sugeriram, durante os encontros, a possibilidade de se negociar um Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e o Vietnã, com o objetivo de buscar a redução de tarifas.

    Hoje, países concorrentes do Brasil -como Austrália, Nova Zelândia, União Europeia, Rússia e Canadá- contam com vantagens tarifárias para acessar o mercado vietnamita.

    Os encontros entre empresários brasileiros e vietnamitas foram articulados pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes). O país asiático teria capacidade de absorver até 100 mil toneladas de carne por ano, o que o colocaria entre os cinco maiores mercados do Brasil. Hoje, suas importações nesta área são irrisórias frente ao potencial que está em jogo.

    A reportagem procurou o Mapa, a JBS e a Abiec para comentar o assunto, mas não teve retorno até a publicação deste texto.

    A missão empresarial pretende consolidar um avanço institucional na abertura do mercado vietnamita. Com o engajamento direto de empresas exportadoras, apoio da diplomacia brasileira e articulação ministerial, o Brasil quer marcar posição de liderança global em carne bovina e distribuir a fatia que hoje está nas mãos dos americanos, segundo maior comprador do país, só atrás da China.

    Em junho, o governo brasileiro anunciou o ingresso formal do Vietnã como país parceiro do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o qual tem sido tratado como inimigo pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

    Com uma população de quase 100 milhões de habitantes, o Vietnã tornou-se o décimo país parceiro do bloco, juntamente com Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

    O status de país parceiro, criado em 2024, consiste em uma forma de aproximação diplomática e econômica, sem que o país se torne um membro pleno do bloco. O parceiro pode participar das cúpulas como convidado permanente, além de integrar discussões técnicas e grupos de trabalho em áreas como comércio, saúde, segurança alimentar, energia e infraestrutura.

    A aproximação com o Vietnã marca mais um passo na busca do mercado brasileiro por novos compradores, diante da chantagem tarifária imposta por Donald Trump. Como revelou a Folha de S.Paulo, Brasil e China trabalham na criação de um protocolo bilateral para certificação e rastreabilidade de produtos agropecuários, com foco central na exportação de carne e soja para o país asiático.

    O protocolo prevê que os dois países alinhem metodologias para mensurar emissões, uso de solo, manejo ambiental e bem-estar animal. A intenção é que certificados brasileiros, como os desenvolvidos pela Embrapa -a exemplo dos selos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC)- passem a ser aceitos pelas autoridades e empresas chinesas como prova válida de sustentabilidade.

    As exportações brasileiras de carne bovina dão sinais de que, em meio à queda acentuada registrada nas vendas para os Estados Unidos, já há migração para outros destinos. A principal evidência desse movimento vem do México.

    A reportagem reuniu informações sobre as vendas de carnes ao exterior registradas até 28 de julho. Os dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) apontam que o setor, enquanto registra um volume histórico de exportação global, vê a queda das vendas aos norte-americanos e a entrada de novos países no topo da lista dos principais compradores.

    O México, que até o ano passado nem sequer figurava na lista dos dez maiores importadores da carne brasileira, acaba de ultrapassar as compras feitas pelos Estados Unidos, ficando em segundo lugar do ranking, só atrás da China, que também segue em expansão.

    Frigoríficos brasileiros negociam com Vietnã para substituir exportações aos EUA

  • Dólar fecha em alta e Bolsa cai com impasse comercial entre Brasil e EUA em foco

    Dólar fecha em alta e Bolsa cai com impasse comercial entre Brasil e EUA em foco

    A Bolsa também acompanhou a tendência de Wall Street e fechou em queda de 0,21%, a 135.623 pontos

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em alta de 0,13% nesta segunda-feira (11), cotado a R$ 5,443, com o mercado à espera do plano de contingência do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para empresas afetadas pelas sobretaxas de 50% impostas pelos Estados Unidos.

    Declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, também repercutiram nesta tarde.

    O avanço da moeda norte-americana no Brasil seguiu o exterior, com investidores adotando cautela antes de mais novidades sobre o tarifaço. O índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de outras seis divisas fortes, avançou 0,4%, a 98.57 pontos.

    A Bolsa também acompanhou a tendência de Wall Street e fechou em queda de 0,21%, a 135.623 pontos.

    Em dia de agenda esvaziada, o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos seguiu ditando os negócios no mercado doméstico. A expectativa é que o governo Lula anuncie o plano de ajuda para empresas afetadas pelo tarifaço até terça-feira, como antecipado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

    Segundo apuração da Folha de S.Paulo, o Executivo avalia cobrar das empresas que tomarem crédito a manutenção do emprego dos colaboradores. Ou seja, o empresário que tiver acesso a empréstimos a juros mais baratos não poderá demitir.

    O pacote também deve conter o chamado diferimento de impostos federais, como é chamada a postergação do pagamento de tributos, para dar alívio de caixa nesse momento inicial de maior dificuldade após a entrada em vigor do tarifaço. A proposta é que o adiamento seja de no máximo de 90 dias para que o seu impacto seja concentrado neste ano. As tarifas entraram em vigor na quarta-feira (6).

    As medidas da primeira fase do plano serão levadas a Lula em reunião nesta segunda com Alckmin e Haddad, responsáveis pela coordenação dessas medidas. A proposta que será entregue prevê as mesmas taxas de juros para todas as empresas. As notas técnicas que embasam as ações já estão prontas.

    Já as linhas de crédito estarão ligadas ao FGO (Fundo de Garantia de Operações), operado pelo Banco do Brasil, e o FGE (Fundo de Garantia à Exportação), administrado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Essas linhas serão disponibilizadas para bancos públicos e privados.

    Além do plano de contingência, o governo também aposta na via diplomática para tentar chegar a um acordo com os Estados Unidos, embora as iniciativas brasileiras não tenham tido sucesso até agora.

    O Brasil não pretende anunciar tarifas recíprocas, afirmou Lula em entrevista na semana passada, e não vai desistir das negociações comerciais, mesmo que não haja, no momento, interlocução.

    Haddad teria uma conversa com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na quarta-feira, mas o encontro foi cancelado, segundo disse o ministro em entrevista à GloboNews nesta tarde.

    Ele afirmou que o cancelamento foi informado por email e que não há nova data para a reunião. Segundo ele, o revés é resultado da articulação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.

    “De novo, a militância antidiplomática dessas forças de extrema-direita, que atuam junto à Casa Branca, tomaram conhecimento da minha fala, porque eu dei a público que eu ia me reunir com o Bessent na quarta-feira, e agiram junto a alguns assessores do presidente Trump, e a reunião com ele, que seria virtual na quarta-feira, foi desmarcada”, disse Haddad.

    “Recebemos essa informação um ou dois dias depois do anúncio que eu fiz. Em que o Eduardo, publicamente, deu uma entrevista [dizendo] que ia procurar inibir esse tipo de contato entre os dois governos, porque o que estava em causa não era questão comercial. [Ele] Deixou claro isso em uma entrevista pública”, acrescentou.

    Já o deputado minimizou as falas do ministro em nota divulgada logo após a entrevista, dizendo que não tem controle sobre a agenda de Bessent e que o secretário apenas cumpre as diretrizes determinadas pelo presidente Donald Trump.

    “Haddad prefere culpar terceiros pela própria incompetência, enquanto Lula só fala besteira por aí e inflama a crise diplomática. Há quase duas semanas, o presidente Donald Trump declarou emergência econômica nos EUA, apresentando de forma clara as razões. Até que o Brasil enfrente esses pontos, qualquer reunião será mera encenação -e, portanto, inútil”, afirmou.

    Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo tem liderado uma campanha de lobby em Washington por mais medidas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), que tem julgado seu pai no âmbito da trama golpista de 2022.

    Eduardo se reuniu com autoridades do governo Trump e previu corretamente no início deste ano que Washington imporia amplas sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

    À luz da prisão domiciliar do ex-presidente, aliado político de Donald Trump, é possível que os Estados Unidos imponham novas sanções ao Brasil. “Sei que [Trump] tem uma série de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras, até uma nova onda de retiradas de vistos, até questões tarifárias”, disse Eduardo ao Financial Times em uma entrevista por vídeo.

    Por outro lado, há um alento no tarifaço para Gabriel Galípolo: antes vista como desvantagem, a baixa dependência comercial do Brasil em relação aos EUA passou a ser considerada uma proteção após as sobretaxas.

    Segundo o presidente do BC, economistas têm entendido de que pode haver um aumento de oferta no mercado brasileiro com a tarifa dos EUA, o que tenderia a reduzir preços temporariamente.

    Da outra ponta, Trump assinou um decreto que prorroga por mais 90 dias a pausa nas altas tarifas impostas pelos EUA às importações chinesas, informou uma autoridade da Casa Branca.

    Uma trégua tarifária entre Pequim e Washington estava programada para expirar em 12 de agosto, mas o governo Trump deu a entender que o prazo poderia ser prorrogado.

    Dólar fecha em alta e Bolsa cai com impasse comercial entre Brasil e EUA em foco