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  • Usuários de redes da China criticam visto K, para talentos estrangeiros, com discurso anti-imigratório

    Usuários de redes da China criticam visto K, para talentos estrangeiros, com discurso anti-imigratório

    Críticas ao novo visto K expõem frustração com desemprego juvenil, temor de favorecimento a estrangeiros e dúvidas sobre a real eficácia da política em atrair talentos científicos para a China

    (FOLHAPRESS) – Usuários de redes sociais chinesas como Weibo criticaram o regime chinês pelo visto K, criado para atrair talentos da área de ciência e tecnologia, em raro movimento de expor publicamente insatisfações em relação às políticas das lideranças do país.

    Os autores dos posts dizem que o visto é uma desvalorização dos estudantes chineses graduados por universidades locais.

    Sob nomes fictícios e com discurso anti-imigração, usuários mencionam um tratamento diferenciado dado aos estrangeiros, as altas taxas de desemprego entre jovens, uma possível crise migratória e risco à segurança nacional.

    As críticas também giram em torno do perfil de visitantes que a política pode atrair, como estudantes bolsistas, africanos e indianos.

    O regime chinês, por meio do Ministério de Relações Exteriores, não respondeu aos questionamentos enviados pela Folha até a publicação da reportagem.

    O visto K, que entrou em vigor nesta quarta-feira (1º), é visto como um contraponto à nova política do governo de Donald Trump que estabeleceu uma cobrança de US$ 100 mil (cerca de R$ 532 mil) das companhias empregadoras nos EUA para a categoria H1-B, emitida para estrangeiros qualificados.

    Diferentemente dos americanos, o documento chinês não cobra altas taxas nem exige que o solicitante tenha alguma instituição anfitriã no país, o que facilitaria o processo. Segundo a autoridade nacional de imigração, o novo documento é direcionado a “jovens talentos científicos e tecnológicos estrangeiros”.

    Sem detalhes fornecidos pelo regime sobre como o processo será feito, a preocupação dos chineses críticos à medida é também a de que a qualificação dos solicitantes não esteja à altura de um talento, além da falta de lapidação da política.

    “Quem gosta tanto de estrangeiros que vá viver com eles. No futuro, parem de exigir que nós, chineses, façamos concessões e ajudemos estrangeiros”, escreveu o usuário “Dois Tocadores de Algodão”.

    Internautas criticam a política afirmando ainda que a necessidade de medidas do tipo demonstra a incapacidade do regime de formar os próprios cientistas em meio ao maior contingente populacional do mundo.

    “Antes, já não conseguíamos nem lidar com o pequeno número de estudantes estrangeiros, todos com tratamento de supercidadãos. E agora ainda querem trazer mais?”, questionou o perfil “jcx8081”.

    Aqueles que aprovam a criação do visto, por outro lado, afirmam que há uma confusão sobre o objetivo do documento, uma vez que não se trata de um visto de trabalho. São sugeridos aperfeiçoamentos, como um alto padrão de exigências para os interessados, incluindo a necessidade de falar mandarim, entre outros requisitos acadêmicos.

    Um usuário relata que o visto, da forma como foi anunciado, não permite fixar residência, o que é apresentado como alívio para o medo de crise migratória -a modalidade prevê apenas residência temporária para os talentos, assim como processo simplificado para extensão, renovação e reemissão do documento dentro do país.

    “Alguns, ao verem o visto K, já imaginam hordas de indianos e africanos entrando, e que a China acabará como a Europa e os EUA, cheia de problemas de imigração. Isso é pura imaginação”, escreveu o usuário “Conversa Aleatória do Tio Ming”.

    Já o perfil “Ex-RH” afirmou que requisitos rigorosos podem impedir a entrada de pessoas consideradas não qualificadas, como “estudantes de bolsa que nem sabem resolver equações básicas de matemática do ensino fundamental”.

    A crítica diz respeito à exigência de apenas formação em ensino superior nas áreas-alvo, sem, ao menos até agora, necessidade de pós-graduação, como mestrado e doutorado.

    Restam dúvidas sobre a capacidade do novo visto de realmente atrair talentos. A autoridade de migração afirma que as embaixadas e consulados da China no exterior emitirão regras específicas, mas não detalhou quais exigências as determinações podem incluir.

    Usuários de redes da China criticam visto K, para talentos estrangeiros, com discurso anti-imigratório

  • Lula avalia antecipar troca de ministros que devem disputar eleições em 2026

    Lula avalia antecipar troca de ministros que devem disputar eleições em 2026

    A expectativa é que ao menos 20 ministros deixem o cargo para concorrer no ano que vem. Os ocupantes de postos-chave, como Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), podem ser mantidos até abril

    (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) avalia a possibilidade de fazer uma reforma ministerial ainda este ano com objetivo de reorganizar seu governo para as eleições de 2026.

    Em conversas com aliados, Lula admite a intenção de substituir ministros que concorrerão nas eleições do ano que vem antes mesmo do prazo final de desincompatibilização, em abril.

    O momento pelo qual passa atualmente o chefe do Executivo é apontado também pelos aliados como uma oportunidade para a ampliar alianças regionais do governo com partidos do centro.

    De acordo com esses aliados, a reforma ministerial pode ser fatiada e começar ainda em outubro, impulsionada pela possível entrada de Guilherme Boulos (PSOL) na Secretaria-Geral da Presidência, e pelo ultimato da federação composta pelo União Brasil e PP a seus filiados com cargos no Executivo.

    A ideia do presidente, no entanto, enfrenta forte resistência dos ministros que se lançarão na disputa eleitoral. Eles preferem permanecer nos cargos até a data-limite na expectativa de que o trabalho na Esplanada sirva de vitrine eleitoral.

    Uma prova disso está na permanência dos próprios ministros da federação União Brasil e PP, apesar da orientação contrária de seus partidos.

    União Brasil e PP anunciaram no dia 2 de outubro, há quase um mês, a decisão de deixar as pastas ocupadas por políticos com mandato, fixando o dia 30 como prazo fatal. O União Brasil chegou a anunciar a antecipação do desembarque.

    Apesar da determinação da sigla, Celso Sabino (Turismo) conseguiu prorrogar sua permanência. Ele chegou a recorrer ao partido para que ficasse no cargo até o fim do ano.

    Sob pressão, teve que entregar uma carta com pedido de demissão, mas deve acompanhar Lula em evento oficial em Belém nesta quinta (2). Ele quer sair candidato ao Senado pelo Pará, estado pelo qual foi eleito deputado federal.

    Já a cúpula do PP definiu como o sábado (4) o prazo para que o ministro André Fufuca (Esportes) deixe o governo. Originalmente a data-limite era esta quarta-feira (1º).

    Por enquanto, Lula não tem tomado a iniciativa de exonerá-los. No caso do União Brasil, o presidente tem repetido que sua relação é com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP). Caberá a ele indicar o sucessor.

    Mantida a orientação do PP para deixar o governo, Lula poderá reservar o cargo para ampliação de outros partidos, como PSD, PDT ou PSB.

    De acordo com aliados do presidente, as mudanças não se restringirão aos partidos do centrão, podendo atingir o PT neste primeiro momento. Entre os petistas que disputarão as eleições no ano que vem estão Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Luiz Marinho (Trabalho).

    Ainda segundo aliados de Lula, a estratégia para 2026 ditará o calendário de reforma. O redesenho da Esplanada depende do perfil que Lula pretende imprimir ao seu último ano de governo, de acordo com cada ministério.

    Nos casos em que opte pela ascensão de secretários-executivos, os segundos na hierarquia das pastas, a troca poderá acontecer no ano que vem. Mas será antecipada se Lula preferir montar uma nova equipe para o último ano de mandato –sendo esta a tendência atual do presidente.

    A expectativa é que ao menos 20 ministros deixem o cargo para concorrer no ano que vem. Os ocupantes de postos-chave, como Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), podem ser mantidos até abril.

    Além dos ministros que são pré-candidatos, Fernando Haddad (Fazenda) também poderá deixar o governo, ainda que seja para coordenar a campanha de Lula, caso não concorra ao governo de São Paulo.

    Lula deverá apoiar as candidaturas de seus ministros, ainda que seus partidos optem por lançar outros candidatos à Presidência. Sabino seria um deles. O ministro quer concorrer ao Senado e poderá contar com o endosso do presidente na empreitada.

    Pré-candidato ao Senado e atualmente titular da pasta de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho (Republicanos) é outro exemplo de ministro que terá apoio de Lula.

    ALIANÇAS REGIONAIS

    No Planalto, a estratégia é aproveitar a onda atual do presidente para negociar alianças nos estados na tentativa de deter o avanço de coligações entre os partidos de centro ou, se não for possível, costurar apoios regionais para a montagem de palanques.

    Dois políticos influentes do centrão reconhecem que há uma mudança de ares, mas ponderam que isso é a fotografia do momento -eles dizem que até as eleições muitas coisas podem acontecer.

    Um deles lembra que há dois meses Lula estava fraco politicamente. Agora, a projeção para 2026 é outra, com o petista despontando como favorito, mas não está descartada nova reviravolta.

    Um integrante da cúpula da Câmara dos Deputados diz que o governo está aproveitando “os bons ventos” do noticiário das últimas semanas.

    Ele lembra, no entanto, que ainda há um cenário desfavorável ao Executivo no Congresso, num momento em que são discutidas matérias de interesse da gestão federal. E que problemas que o governo enfrentava há alguns meses, como a busca de alternativas à alta do IOF (Imposto sobre Circulação) para elevar a arrecadação, voltarão ao debate até o fim do ano.

    Lula avalia antecipar troca de ministros que devem disputar eleições em 2026

  • PGR é contra vínculo trabalhista entre motoristas e aplicativos

    PGR é contra vínculo trabalhista entre motoristas e aplicativos

    Parecer foi enviado ao STF na véspera do início do julgamento do tema

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou nesta terça-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer contrário ao reconhecimento de vínculo trabalhista entre motoristas de aplicativos e as plataformas digitais. A controvérsia é conhecida como “uberização” das relações de trabalho.

    O parecer foi emitido às vésperas do julgamento do STF que, a partir de amanhã (1°), vai definir se há vínculo trabalhista entre motoristas e empresas.

    Na manifestação, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, citou precedentes do próprio Supremo que não reconheceram o vínculo trabalhista. 

    “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme quanto à constitucionalidade de contratação por formas distintas do contrato de emprego regido pela Consolidação das Leis do Trabalho”, afirmou Gonet.

    A Corte vai iniciar nesta quarta-feira o julgamento de duas ações que são relatadas pelos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes e chegaram ao Supremo a partir de recursos protocolados pelas plataformas Rappi e Uber. As empresas contestam decisões da Justiça do Trabalho que reconheceram o vínculo empregatício com os motoristas e entregadores.

    A decisão que será tomada pela Corte terá impacto em 10 mil processos que estão parados em todo o país à espera do posicionamento do plenário sobre a questão.

    PGR é contra vínculo trabalhista entre motoristas e aplicativos

  • STF publica edital com notificação de Eduardo Bolsonaro sobre denúncia

    STF publica edital com notificação de Eduardo Bolsonaro sobre denúncia

    Eduardo Bolsonaro está no Estados Unidos e é acusado de fomentar as sanções comerciais do governo do presidente Donald Trump contra as exportações brasileiras; parlamentar tem 15 dias para manifestar ciência sobre denúncia

    O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou nesta terça-feira (30) o edital de notificação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre a denúncia apresentada contra ele pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O documento foi emitido no Diário de Justiça Eletrônico (DJe).

    Com a publicação da citação, o parlamentar terá o prazo de 15 dias para manifestar ciência da denúncia. Se o deputado não se pronunciar, poderá ser julgado à revelia pelo Supremo.

    Ontem, o ministro Alexandre de Moraes, relator da denúncia, determinou que o parlamentar seja notificado por edital. Nos processos penais, a intimação pessoal dos acusados é obrigatória. 

    Eduardo Bolsonaro está no Estados Unidos e é acusado de fomentar as sanções comerciais do governo do presidente Donald Trump contra as exportações brasileiras, a aplicação da Lei Magnitsky e a suspensão de vistos dos ministros da Corte e integrantes do governo federal.

    Na decisão, Moraes disse que Eduardo já confessou pelas redes sociais sua atuação junto aos Estados Unidos e que o deputado está naquele país para evitar a responsabilização no Brasil. 

    “Além de declarar, expressamente, que se encontra em território estrangeiro para se furtar à aplicação da lei penal, também é inequívoca a ciência, por parte do denunciado Eduardo Nantes Bolsonaro, acerca das condutas que lhe são imputadas na denúncia oferecida nestes autos”, afirmou Moraes.Denúncia
    Na semana passada, Eduardo e o blogueiro Paulo Figueiredo foram denunciados ao Supremo pelo crime de coação no curso do processo. Ambos foram investigados no inquérito que apurou a participação deles na promoção do tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil e de sanções contra integrantes do governo federal e do Supremo. 

    Na denúncia apresentada ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse que Eduardo e Figueiredo ajudaram a promover “graves sanções”  contra o Brasil para demover o Supremo a não condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro pela trama golpista.

    STF publica edital com notificação de Eduardo Bolsonaro sobre denúncia

  • Nubank solicita licença para operar nos EUA sob comando de Cristina Junqueira

    Nubank solicita licença para operar nos EUA sob comando de Cristina Junqueira

    Cristina Junqueira, cofundadora e diretora da Nu Holdings, será CEO da nova operação nos EUA, que será uma subsidiária integral da holding

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Nubank anunciou nesta terça-feira (30) que solicitou uma licença de banco nacional junto ao Escritório do Controlador da Moeda (OCC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

    Caso o pedido seja aceito, a fintech poderá oferecer produtos no mercado financeiro norte-americano, como contas de depósito, cartão de crédito, empréstimos e custódia de ativos digitais.

    Cristina Junqueira, cofundadora e diretora da Nu Holdings, será CEO da nova operação nos EUA, que será uma subsidiária integral da holding. A executiva mudou-se para os Estados Unidos em tempo integral como parte de seu compromisso com essa iniciativa.

    “Acreditamos que, ao trabalhar em estreita colaboração com os reguladores, em breve estaremos em posição de ampliar nossa oferta para o mercado dos EUA como um todo”, afirma Junqueira.

    Segundo o banco, a iniciativa faz parte da expansão internacional da companhia para além da América Latina. Atualmente, o Nubank está presente no Brasil, no México e na Colômbia.

    A solicitação junto ao governo americano foi feita em conjunto com o Klaros Group e com o escritório Davis Polk & Wardwell LLP.

    “Hoje, nosso foco principal continua sendo gerar crescimento em nossos mercados atuais, onde seguimos observando amplas oportunidades de expansão. Ao mesmo tempo, a solicitação da licença de banco nacional nos EUA nos ajuda a atender melhor nossos clientes já estabelecidos no país e, no futuro, a nos conectar com pessoas que têm necessidades financeiras semelhantes e que poderiam se beneficiar de nossos produtos e serviços”, diz David Vélez, fundador e CEO da Nu Holdings.

    O conselho de administração da operação americana será composto por Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central do Brasil, que atuará como presidente do conselho; Cristina Junqueira; Youssef Lahrech, ex-presidente e diretor do Nu e atual observador do Comitê de Auditoria e Risco do Nu; Brian Brooks, ex-Comptroller of the Currency interino e atualmente presidente do conselho e CEO da Meridian Capital Group; e Kelley Morrell, ex-diretora geral sênior da Blackstone, ex-diretora-chefe de estratégia do CIT Group e ex-executiva do Departamento do Tesouro dos EUA, atualmente fundadora e sócia-gestora da Highline Capital Management.

    Fundado em 2013 em São Paulo, o Nubank cresceu atende hoje quase 123 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia. No segundo trimestre de 2025, a receita do banco alcançou US$ 3,7 bilhões (R$ 19,7) e um lucro líquido recorde de US$ 637 milhões (R$ 3,4 bilhões).

    Nubank solicita licença para operar nos EUA sob comando de Cristina Junqueira

  • Mendes diz que STF está unido na defesa de democracia e que espera 'tempos mais pacíficos'

    Mendes diz que STF está unido na defesa de democracia e que espera 'tempos mais pacíficos'

    Gilmar Mendes classificou o novo presidente do Supremo, Edson Fachin, como um ministro “cordial, que tem boas relações com toda a Corte”

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que tem as “melhores expectativas” sobre a gestão do ministro Edson Fachin, que assumiu a presidência da Corte nesta segunda-feira, 29. “Nós vimos ontem o Tribunal bastante unido em termos da defesa das instituições, da defesa da democracia”, disse a jornalistas após sua participação em evento do Lide – Grupo de Líderes Empresariais realizado na manhã desta terça-feira, 30, em Brasília.

    O magistrado classificou o novo presidente do Supremo como um ministro “cordial, que tem boas relações com toda a Corte”.

    “Minha expectativa é que vamos ter tempos mais pacíficos pela frente. E espero, então, que o presidente Fachin possa colocar toda a energia da Corte, toda a energia do Judiciário, para a distribuição adequada, boa, da Justiça”, afirmou. “Acredito também que nós precisamos e merecemos um tempo de paz. Nós precisamos poder trabalhar para as pessoas dentro do Brasil em condições de normalidade”, complementou.

    Gilmar ainda disse que a aplicação da Lei Magnitsky pelos EUA para punir autoridades brasileiras “tem a ver com a dependência tecnológica que temos com os Estados Unidos”.

    Ele disse que está participando da articulação de um projeto de lei “anti-embargos” para evitar esse tipo de sanção. “Nós estamos nos debruçando sobre um debate de lei anti-embargos para proteger autoridades e entidades que sofrem sanções secundárias, como bancos e prestadores de serviços. É preciso entrar um pouco neste mundo e discutir isso. E acho que o Congresso é o locus adequado para esse tipo de proteção”, afirmou.

    Mais cedo, em discurso no evento, o ministro disse que a concentração de dados estratégicos nas mãos das big techs, assim como sua “crescente influência sobre políticas nacionais”, configuram uma forma de “dominação” e de “neocolonialismo digital”.

    “Trata-se de uma forma de dominação menos visível que a colonial tradicional, mas igualmente limitadora da capacidade de autodeterminação dos Estados”, afirmou no painel.

    Na conversa com jornalistas, o ministro também negou qualquer tensão com o Congresso, que ele atribui a uma “lenda urbana”. “Às vezes, há um desentendimento ou outro, que é muito mais sonoro do que efetivo. Não há tensão, pelo contrário, nós temos o melhor entendimento e reconhecemos a importância do Congresso Nacional, inclusive na defesa da democracia no Brasil”, afirmou.

    Mendes diz que STF está unido na defesa de democracia e que espera 'tempos mais pacíficos'

  • Batata, ovos e verduras reduzem pressão inflacionária em agosto em SP

    Batata, ovos e verduras reduzem pressão inflacionária em agosto em SP

    Os tubérculos, ovos e verduras foram os responsáveis pela deflação de 1,43% no mês passado, acumulando uma queda de 4,42% nos últimos 12 meses

    A queda dos preços dos tubérculos, ovos e verduras reduziu a pressão sobre a inflação de agosto no estado de São Paulo, segundo a pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS), feita juntamente com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

    Os três gêneros alimentícios foram os responsáveis pela deflação de 1,43% no mês passado, acumulando uma queda de 4,42% nos últimos 12 meses.

    “Com a boa safra e mais variedade nas gôndolas, conseguimos perceber que os produtos in natura deram um alívio importante no bolso do Consumidor”, avaliou Acácio Maciel, diretor regional da APAS em Campinas. 

    No caso dos tubérculos, a retração foi de 6,98% em agosto, o que resultou na somatória de uma queda de 13,83% no acumulado de 2025 e de 37,53% em 12 meses. A batata retrocedeu 5,49% no mês.

    A justificativa para os preços é o cenário de abundância na oferta dos produtos, com preços menores em razão das colheitas e condições climáticas apropriadas.

    A cebola registrou uma queda de 11,11%, um dos destaques do mês. Já os ovos caíram 3,6% em agosto, quinto mês consecutivo de queda. Mas ainda acumulam alta de 11,83% no ano e de 17,01% em 12 meses. A explicação é que os custos altos de ração e energia seguem pressionando o setor.

    Por fim, as verduras tiveram queda de 5,82% em agosto, permanecendo praticamente estáveis no acumulado do ano (0,18%) e em 12 meses (1,42%).

    Batata, ovos e verduras reduzem pressão inflacionária em agosto em SP

  • Dívida pública bruta do Brasil se mantém em 77,5% do PIB em agosto, mostra BC

    Dívida pública bruta do Brasil se mantém em 77,5% do PIB em agosto, mostra BC

    O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) persegue uma meta fiscal de déficit zero, mas a margem de tolerância permite que o resultado efetivo seja negativo em até R$ 31 bilhões

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A dívida bruta do Brasil se manteve em 77,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em agosto -saldo de R$ 9,6 trilhões. Dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (30) mostram estabilidade em relação ao mês anterior. No ano, houve aumento de 1 ponto percentual.

    A dívida bruta -que compreende governo federal, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e governos estaduais e municipais-, é um dos principais indicadores econômicos observados pelos investidores na hora de avaliar a saúde das contas públicas do país.

    A comparação é feita em relação ao PIB para mostrar se a dívida do governo é sustentável. A trajetória da dívida bruta é hoje um dos focos de preocupação do mercado financeiro.

    O resultado mensal foi influenciado, de um lado, pela pressão de 0,8 ponto percentual de alta gerada pelos gastos com juros da dívida. No sentido contrário, o efeito contábil do crescimento do PIB retirou 0,5 ponto percentual, as emissões líquidas de dívida e o efeito da valorização cambial contribuíram com alívio de 0,2 ponto e 0,1 ponto, respectivamente, freando o crescimento da dívida bruta do país em agosto.

    A elevação dos juros gera uma pressão adicional sobre o endividamento da União. Cada um ponto percentual de aumento da taxa básica (Selic), mantida por 12 meses, eleva a dívida bruta em R$ 54,4 bilhões (0,44 do PIB), segundo o BC.

    Neste mês, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa básica (Selic) em 15% ao ano pela segunda vez seguida e repetiu a intenção de conservar os juros altos por tempo “bastante prolongado” para assegurar a convergência da inflação à meta.

    Em agosto, a dívida líquida, que desconta os ativos do governo, subiu 0,6 ponto percentual em relação ao mês anterior e atingiu 64,2 % do PIB -saldo de R$ 8 trilhões. Esse foi o maior resultado da série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001, batendo o recorde observado no mês anterior.

    Ainda segundo dados do BC, o setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de R$ 17,3 bilhões em agosto, ante resultado deficitário de R$ 21,4 bilhões no mesmo mês do ano passado. Esse foi o melhor resultado para meses de agosto desde 2021, quando houve superávit de R$ 16,7 bilhões.

    O montante engloba os resultados de governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social), governos estaduais e municipais e de empresas estatais.

    O resultado negativo refletiu déficit registrado em todas as instâncias, de R$ 15,9 bilhões do governo central, de R$ 1,3 bilhão de estados e municípios e R$ 6 milhões das empresas estatais.

    Quando às contas do governo central, trata-se do melhor resultado para o mês de agosto desde 2021, ainda que negativo. Na comparação interanual, houve uma melhora de 28,6%.

    A despesa total do governo central teve um crescimento real de 5,3% em agosto, ante igual mês do ano passado. Já a receita líquida de transferências subiu 11,1% no mês passado, livre do efeito de preços.

    “Esse aumento [da receita líquida] foi estimulado por dois fatores: pagamento de dividendos de empresas estatais e arrecadação de IOF [Imposto sobre Operações Financeiras]”, disse o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, na apresentação dos dados.

    Considerando os meses de agosto, de um ano a outro, as contas dos governos regionais passaram de um superávit de R$ 400 milhões para um ligeiro déficit. O resultado reflete uma redução de receitas, seja de transferências da União para os estados (queda de 5,7%, em termos reais), como menor arrecadação de impostos estaduais, como ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

    Nos oito primeiros meses de 2025, o setor público consolidado acumula déficit de R$ 61,792 bilhões, contra rombo de R$ 86,222 bilhões no ano passado. Já nos 12 meses encerrados em agosto, o déficit primário acumulado é de R$ 23,1 bilhões (0,19% do PIB).

    O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) persegue uma meta fiscal de déficit zero, mas a margem de tolerância permite que o resultado efetivo seja negativo em até R$ 31 bilhões. Há ainda despesas fora da regra, como parte das sentenças judiciais (precatórios) e as devoluções de descontos indevidos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

    “Quer a gente olhe o resultado do mês ou quer a gente olhe o resultado no acumulado do ano, o sentido do resultado primário é o mesmo: de uma redução no déficit”, disse Rocha.

    Dívida pública bruta do Brasil se mantém em 77,5% do PIB em agosto, mostra BC

  • Alckmin conversou com secretário dos EUA dois dias depois de aceno de Trump a Lula

    Alckmin conversou com secretário dos EUA dois dias depois de aceno de Trump a Lula

    Vice-presidente e Howard Lutnick discutiram tarifaço em videochamada; contatos e atuação de empresários ajudaram a pavimentar caminho para química entre Lula e Trump

    BRASÍLIA, DF E WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Dois dias depois de Donald Trump fazer um aceno ao presidente Lula (PT) na Assembleia-Geral da ONU, o vice-presidente Geraldo Alckmin teve uma conversa com sua contraparte americana, Howard Lutnick, secretário do Comércio.

    A reunião virtual ocorreu nesta quinta (26), segundo confirmaram pessoas a par do tema. A conversa estava agendada desde antes da Assembleia-Geral da ONU e foi mantida -em mais um sinal de que contatos entre as duas equipes mantidos abaixo do radar ajudaram reduzir as tensões após a declaração de Trump de que houve ‘química’ com Lula.

    Trata-se da segunda conversa de alto nível de Alckmin com autoridades dos EUA desde a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

    Em 11 de setembro, mesmo dia em que o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o ex-presidente ficasse preso por 27 anos, Alckmin teve uma reunião virtual com Jamieson Greer, chefe do USTR, o órgão responsável por comércio exterior.

    Essa conversa foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pela reportagem.

    As interações foram alguns dos diálogos que o governo brasileiro teve com os americanos e que levaram Lula a chegar a Nova York com a expectativa de que pudesse haver um encontro construtivo com Trump -ainda que breve.

    Desde julho, quando o republicano oficializou a sobretaxa de 50% a produtos brasileiros, empresários e integrantes do governo intensificaram a tentativa de interlocução com a gestão americana.

    O ministro Mauro Vieira (Itamaraty) teve o primeiro encontro com seu homólogo, Marco Rubio, secretário do Departamento de Estado, no mesmo dia em que foi anunciado a nova alíquota, em 9 de julho.

    A realização da reunião entre Vieira e Rubio teve ajuda da Embraer, que foi poupada da sobretaxa de 40%, mas atua junto aos americanos para eliminar a tarifa de 10% ainda vigente.

    A reunião ocorreu no escritório de advocacia King & Spalding, que representa a Embraer nos EUA. O pedido para a reunião ser fora do Departamento de Estado partiu dos americanos, que queriam manter o diálogo privado e evitar interferências.

    Desde aquela conversa, Vieira conversou com Rubio ao menos duas vezes por mensagem. O brasileiro disse ao homólogo que o país estava comprometido a desescalar a tensão com os EUA.

    Em outra frente, empresários buscaram a Casa Branca em busca de isenções às tarifas e ajudaram a pavimentar o caminho para uma conversa entre Trump e Lula.

    Há cerca de três semanas, o empresário Joesley Batista, dono da JBS, se reuniu com o próprio Trump, conforme revelado pela Folha. Na ocasião, Joesley discutiu tarifas aplicadas sobre a carne e sobre a celulose. Também defendeu que a disputa comercial entre os dois países poderia ser resolvida por meio do diálogo entre os dois governos.

    Há cerca de dez dias, integrantes do governo passaram a receber sinais de que o presidente americano estaria disposto a conversar com o petista. As mensagens partiram da Casa Branca, que demonstrou mais disposição do que o Departamento de Estado, que adotava uma postura de maior beligerância.

    Alckmin conversou com secretário dos EUA dois dias depois de aceno de Trump a Lula

  • Comissão do Congresso aumenta fundo eleitoral para R$ 4,9 bilhão em 2026

    Comissão do Congresso aumenta fundo eleitoral para R$ 4,9 bilhão em 2026

    Deputados criticaram o governo Lula por dedicar ‘apenas’ R$ 1,13 bilhão para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha e aumentaram o valor para R$ 4,9 bilhão

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – A CMO (Comissão Mista de Orçamento) do Congresso aprovou nesta terça-feira (30), em votação simbólica, que o fundo eleitoral terá pelo menos R$ 4,9 bilhões para 2026.

    O requerimento foi apresentado pelo deputado federal Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), relator do Orçamento de 2026, após reunião com o colegiado de líderes da comissão e foi aprovada de forma simbólica por deputados e senadores. O valor será reservado na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026.

    Na justificativa, o deputado menciona que o projeto da LDO enviado pelo governo destina apenas R$ 1,13 bilhão para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha e diz que é preciso aumentar esse valor.

    O aumento ocorrerá com base no corte de R$ 1,01 bilhão em despesas discricionárias do governo (como investimento e custeio) e de R$ 2,93 bilhões em emendas parlamentares de bancadas estaduais, que são de execução obrigatória pelo governo. Eles se somarão ao R$ 1,01 bilhão que já estava reservado na LDO.

    O relator do projeto na comissão, o deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB), já havia determinado em seu parecer a proibição de que o governo corte valores relativos ao fundo partidário e ao fundo eleitoral, algo que, segundo o parlamentar, também ocorreu em anos anteriores.

    Ao assumir a presidência da CMO no início deste ano, o senador Efraim Filho (União Brasil-PB) afirmou que a gestão teria como prioridade o equilíbrio fiscal para evitar o sentimento de gastança desenfreada e que isso seria feito também pela redução de custos.

    “Temos a responsabilidade de saber escolher bem e entender que a palavra da moda no Brasil, que é o equilíbrio fiscal, deve ser a premissa na discussão dessa comissão, para evitar qualquer sentimento de gastança desenfreada que causa impacto na sociedade. É importante lembrar que o equilíbrio fiscal não se faz apenas do lado da receita, aumentando imposto, mas também pelo lado da despesa, de qualificar o gasto público, reduzir custos e eliminar desperdício”, afirmou o senador ao assumir a comissão.

    A aprovação da instrução surge em meio à pressão do Congresso para que o governo federal reduza despesas. Em junho, em meio à crise do IOF, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que o governo Lula (PT) precisava fazer o dever de casa e cortar gastos.

    Nas últimas eleições, em 2022 e 2024, o fundo eleitoral foi fixado em R$ 4,9 bilhões, tanto no pleito municipal quanto no federal e estadual.

    A votação do projeto da LDO, no entanto, foi adiada para a próxima semana. O parecer prevê também que o governo federal pague até junho de 2026 as emendas para saúde e assistência social e as transferências especiais para estados e municípios, conhecidas como emendas Pix, antes das eleições.

    As verbas destinadas à saúde são menos metade do valor total das emendas parlamentares, que custarão mais de R$ 50 bilhões em 2026.

    Neste mês, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que a suspensão das emendas com Pix suspeitas de irregularidades em nove municípios. Pela regra atual, a transferência dessas verbas precisa ter um plano de trabalho que informe os detalhes da execução dos recursos pelas prefeituras e governos estaduais. A regra repercute negativamente entre parlamentares.

    A LDO é aprovada anualmente e estabelece as diretrizes que precisam ser seguidas na elaboração e execução do Orçamento.

    O governo está sob pressão em meio à discussão do projeto, sobretudo após aviso do TCU (Tribunal de Contas da União) de que perseguir o piso inferior da meta de resultado primário, em vez do centro, é uma irregularidade.

    Comissão do Congresso aumenta fundo eleitoral para R$ 4,9 bilhão em 2026