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  • Entenda como funciona uma anistia, alvo de discussão no Congresso sobre 8/1 e Bolsonaro

    Entenda como funciona uma anistia, alvo de discussão no Congresso sobre 8/1 e Bolsonaro

    Anistias já foram aprovadas outras vezes na história brasileira. A mais recente foi sancionada pelo presidente Lula (PT) em 2010 a policiais e bombeiros militares que participaram de movimentos por melhorias salariais

    (CBS NEWS) – Após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos outros réus da trama golpista e dos ataques do 8 de Janeiro, o Congresso Nacional aprovou, na última quarta (17), a tramitação em regime de urgência do projeto de anistia aos crimes cometidos entre as eleições de 2022 e os ataques em Brasília.

    O relator da proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), pretende mudar o foco da discussão para uma redução de penas.

    Anistias já foram aprovadas outras vezes na história brasileira. A mais recente foi sancionada pelo presidente Lula (PT) em 2010 a policiais e bombeiros militares que participaram de movimentos por melhorias salariais.

    A mais lembrada, no entanto, é a de 1979, quando a ditadura militar anistiou os crimes políticos do regime e da oposição armada, abrindo espaço para uma redemocratização que não discutiu nem puniu as violações de direitos humanos do período.

    Anistia é uma forma de extinção da punibilidade de um crime cometido, assim como a graça e o indulto, concedidos pelo presidente da República, explica a advogada e vice-presidente do IASP Marina Coelho Pinhão.

    Diego Nunes, professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), afirma que a anistia difere da graça e do indulto por não ser pessoal e por partir do Congresso Nacional.

    “O indulto é dado pelo Executivo e direcionado a presos que atendam a certos requisitos estabelecidos pelo presidente. A graça é concedida a uma pessoa em específico, como Bolsonaro fez com Daniel Silveira. Já a anistia deve ser abstrata, ou seja, não direcionada a alguém em especial, e sim a uma coletividade indeterminada.”
    *
    BE-A-BÁ DA ANISTIA

    Entenda em seis pontos a discussão sobre o tema:

    QUEM PODE PROPOR A ANISTIA?

    A anistia segue todos os ritos de um projeto de lei comum, então pode ser proposta por qualquer deputado ou senador, pelo próprio governo federal ou até pela população por meio de um projeto de iniciativa popular.

    Há, porém, uma particularidade: mesmo tramitando como um projeto de lei comum, a anistia é prerrogativa exclusiva do Congresso, isto é, só o Poder Legislativo pode concedê-la.

    Marina afirma que isso se deve ao fato de que a anistia é uma lei que regula a Constituição Federal, o que é competência do Legislativo.

    Em legislações passadas, devido a um modelo de federalismo mais amplo, era permitido que governadores de estados também concedessem anistias, mas isso foi extinto na Carta de 1988. Hoje, toda anistia que for aprovada diz respeito ao âmbito federal.

    COMO FUNCIONA A TRAMITAÇÃO?

    A partir do momento em que é proposto, o projeto tem que ser colocado em pauta pelo presidente da Câmara ou do Senado. É poder deles decidir quando e se pauta o texto.

    É o chefe do Legislativo também que define um relator para o projeto e o encaminha para as comissões necessárias. Mas há situações em que ele pode seguir em regime de urgência, quando não precisa passar pelas comissões correspondentes e pode ir à votação diretamente pelo plenário. É o que acontece com a proposta em curso atualmente, que teve tramitação acelerada aprovada pela Câmara.

    Após a aprovação do mérito, o texto segue para avaliação pelo Senado e, se aprovado, para sanção presidencial.

    O Senado não é obrigado a seguir o mesmo ritmo imposto pelos deputados. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pode enviar o projeto a uma comissão normalmente.

    O PRESIDENTE PODE VETAR?

    Em tese sim. Como a anistia funciona como um projeto de lei comum, o poder de veto do presidente se aplica normalmente, visto que não há nenhuma restrição formal na Constituição. Mas haveria controvérsia que poderia gerar batalhas no Judiciário.

    “O veto seria entendido como inadequado por parte do presidente, porque ele não tem essa prerrogativa. O presidente pode conceder graça ou indulto e, da mesma forma, o Legislativo não se intromete”, analisa Diego.

    Para Marina, por outro lado, não há dúvidas a respeito do poder do presidente vetar integralmente a lei. “É uma lei como todas as outras, tanto o presidente pode vetar, quanto o Congresso pode derrubar o veto depois.”

    UMA VEZ APROVADA, COMO É IMPLEMENTADA?

    Diego explica que a anistia é uma lei-medida, isto é, uma lei cuja eficácia se inicia imediatamente após sua promulgação. Com a publicação em Diário Oficial, advogados de pessoas incluídas na anistia podem pedir habeas corpus, liberação dos presos e extinção de processos judiciais.

    Pessoas que estiverem cumprindo medidas cautelares, como a tornozeleira eletrônica, também podem solicitar o fim das medidas e não poderão ser presas ou processadas pelo seu descumprimento.

    Mas os prazos para a implementação efetiva podem variar porque dependem de afetados buscarem as instâncias competentes.

    Outras punições, como desligamento de empresas, perda de patente ou punições regimentais também podem ser revistas com a anistia, porém isso ocorreria caso a caso, buscando cada instituição responsável.

    PODE SER REVOGADA?

    “É uma discussão muito complexa”, diz Diego.

    Sendo uma lei comum, em tese a anistia pode, sim, ser revogada. Sendo uma lei-medida, com efeitos imediatos, o quadro fica mais complicado, pois haveria dificuldade da Justiça em reabrir processos e voltar a prender as pessoas que tiverem sido libertadas entre a aprovação e uma possível revogação.

    Além disso, o sistema legal brasileiro não permite que uma lei seja alterada em prejuízo do réu, o que lança dúvidas sobre a possibilidade de pessoas que tiveram suas penas extintas após a anistia voltarem a responder na Justiça, indicando um cenário de batalhas judiciais.

    Caso o Supremo seja provocado a analisar a lei, no entanto, ele pode declará-la inconstitucional e derrubar sua validade se achar que há erros no texto.

    “Uma ordem dessa [prender os anistiados de novo] somente seria efetiva se o recebimento da ação e a decisão do juiz conseguissem ser mais rápidas do que a libertação de todas essas pessoas. Porque, do contrário, é uma decisão possível, mas é uma decisão difícil de ser cumprida, por uma questão logística”, afirma.

    CRIMES COMETIDOS PELOS RÉUS DO 8/1 E DA TRAMA GOLPISTA SÃO ANISTIÁVEIS?

    A Constituição define que não são anistiáveis o tráfico de drogas, o terrorismo e os crimes hediondos, entre os quais a organização criminosa, uma das condenações de Bolsonaro pelo Supremo.

    Não há menção a crimes contra a democracia, como os do caso da trama golpista e dos ataques do 8/1.

    Em 2023, o STF considerou inconstitucional a graça concedida pelo então presidente Bolsonaro a Daniel Silveira, argumentando que o benefício foi dado para um “aliado político de primeira hora” e que atentados à democracia não poderiam ser perdoados.

    Marina discorda da decisão da corte, mas afirma que o caso pode servir de precedente para um eventual julgamento da anistia.

    Sobre a inclusão dos crimes contra a democracia no rol dos não anistiáveis, a advogada lembra que não houve mudança na Constituição nesse sentido. “O que houve foi uma interpretação de que não poderiam receber indulto porque em uma democracia não se pode perdoar crimes contra ela.”

    Diego argumenta que o texto constitucional classifica esses crimes como imprescritíveis e inafiançáveis, o que gera uma situação paradoxal caso sejam anistiados.

    “Um crime que não prescreve é um crime que não acaba a possibilidade de persecução penal, ou seja, existe uma contradição. Um crime não pode ser imprescritível e anistiável ao mesmo tempo. Ele pode ser perseguido a qualquer tempo, mas pode ser perdoado a qualquer tempo?”, questiona.

    Entenda como funciona uma anistia, alvo de discussão no Congresso sobre 8/1 e Bolsonaro

  • Conab projeta novo recorde de 353,8 milhões de t de grãos na safra 2025/26

    Conab projeta novo recorde de 353,8 milhões de t de grãos na safra 2025/26

    A Conab projeta novo recorde na produção de grãos em 2025/26, estimada em 353,8 milhões de toneladas, alta de 1% em relação ao ciclo anterior. O avanço é puxado pela soja, enquanto milho e arroz devem registrar queda na produtividade

    Após a colheita de uma supersafra de grãos na temporada 2024/25, a safra 2025/26 deve bater novo recorde na produção de grãos, para 353,8 milhões de toneladas de grãos, projeta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se confirmado, o volume colhido será 3,6 milhões de toneladas mais que o resultado estimado em 2024/25, de 350,2 milhões de toneladas, ou aumento de 1% entre os ciclos.

    Os números foram apresentados na quinta-feira, 18, pela Conab no evento “Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2025/26”. A pesquisa é realizada pela Conab em parceria com o Banco do Brasil (BB).

    Segundo a Conab, o resultado é puxado pelo aumento na área plantada, apesar da previsão de queda da produtividade das lavouras. A Conab prevê aumento de 3,1% na área cultivada com grãos na safra 2025/26, passando de 81,74 milhões de hectares na temporada 2024/25 para 84,24 milhões de hectares em 2025/26. Já a produtividade média nacional das lavouras deve recuar 2% ante a temporada anterior, sendo estimada em 4.199 quilos por hectare no ciclo 2025/26 em comparação com 4.284 quilos por hectare colhidos na temporada passada.

    Para o presidente da Conab, Edegar Pretto, os números mostram a confiança dos produtores rurais em seguir com a produção. “Há investimentos disponíveis, com volume recorde de recursos e condições diferenciadas de crédito, como juros reais negativos para a produção de alimentos, a partir do Plano Safra disponibilizado pelo governo federal. Além disso, a expertise dos produtores e a utilização crescente de tecnologia refletem no bom resultado que reafirma a posição do País como um dos principais fornecedores globais de alimentos, fibras e bioenergia”, afirmou.

    Para a soja, principal cultura plantada no País, a Conab prevê novo aumento na produção, de 3,6%, para 177,67 milhões de toneladas em 2025/26 frente aos 171,47 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2024/25. A produção de soja, segundo a Conab, deve ser impulsionada pelo aumento da área semeada com o grão e pela recuperação de produtividade no Rio Grande do Sul. “Caso não haja nenhum problema climático, a produção nacional deve alcançar mais um recorde produtivo, reforçando a posição do Brasil como maior produtor mundial de soja. A demanda global pela oleaginosa continua em expansão, impulsionada pelo aumento do esmagamento para alimentação animal e pela maior produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto no exterior”, observou a Conab no documento. De acordo com a estatal, apesar da pressão sobre os preços internos da oleaginosa, a soja ainda apresenta elevada liquidez e retorno atrativo aos produtores.

    Já a produção total de milho, considerando as três safras do grão, pode recuar 1%, saindo de 139,7 milhões de toneladas na safra 2024/25 para 138,3 milhões de toneladas em 2025/26. De acordo com a Conab, as projeções apontam para aumento de área cultivada tanto na primeira quanto na segunda safra do cereal em relação ao registrado no ciclo 2024/25. Em contrapartida, espera-se queda na produtividade média nacional nas lavouras, após nível “excepcional” registrado na temporada 2024/25 com condições climáticas muito favoráveis. O movimento de expansão do cultivo é impulsionado, segundo a Conab, pela expectativa de aumento no consumo interno com maior demanda para produção de etanol e de maior demanda externa, com eventual redirecionamento das compras asiáticas do milho norte-americano para o milho sul-americano, em resposta ao aumento de tarifas impostas.

    Para o algodão, a Conab avalia que a boa rentabilidade da pluma e a possibilidade de venda antecipada da produção têm levado os produtores a optarem pela cultura ou a ampliarem suas áreas. Neste cenário, a expectativa para a safra 2025/2026 é de crescimento de 3,5% na área semeada, impulsionado por Estados como a Bahia, Piauí, Minas Gerais e Tocantins. A produtividade da fibra é projetada em 1,89 toneladas de pluma por hectare. Com isso, a produção de algodão deverá crescer 0,7% para o recorde de 4,09 milhões de toneladas em 2024/25 ante 4,06 milhões de toneladas na temporada 2024/25.

    A produção de arroz em 2025/26 deve recuar 10,1%, estima a Conab, dos 12,76 milhões de toneladas colhidos em 2024/25 para 11,5 milhões de toneladas previstos para o ciclo 2025/26. Segundo a Conab, o volume garante o abastecimento interno. O resultado, de acordo com a companhia, deve-se à redução esperada de 4,8% na produtividade média nacional e da menor área plantada que deve sair de 1,76 milhão de hectares em 2024/25 para 1,66 milhão de hectares no ciclo 2025/26. A Conab pondera que, apesar da queda, o rendimento das lavouras de arroz esperado para 2025/26 ainda está entre os maiores da série histórica, após “patamar excepcional registrado na última safra”.

    Já a redução na área plantada de arroz é reflexo, segundo a Conab, do cenário desafiador aos agricultores na safra 2025/26 em meio à ampliação da produção nacional e internacional em 2024/25, que gerou excedente de oferta e desvalorização do grão. “Diante deste cenário, há uma tendência de retração da área cultivada nos principais estados produtores. No entanto, programas de apoio ao grande e ao pequeno produtor implementados pelo governo federal, como as operações de Contrato de Opção de Venda (COV), linhas de crédito com juros subsidiados e o Programa Arroz da Gente (de apoio técnico, comercial e financeiro a agricultores familiares), deverão amenizar uma queda mais acentuada da área”, justifica a estatal no documento.

    No caso do feijão, a estimativa da Conab traz uma produção próxima a 3,1 milhões de toneladas, somando-se as três safras do grão e “assegura o consumo previsto no País”, segundo a estatal. O desempenho é 0,8% superior ao ciclo anterior, quando foram colhidas 3,07 milhões de toneladas. A área semeada é estimada em 2,7 milhões de hectares, com produtividade média nacional estimada em 1.141 quilos por hectares. A tendência de estabilidade na produção de feijão, conforme a Conab, deve-se ao fato de ser uma cultura de ciclo curto e muito responsiva a preços.

    Conab projeta novo recorde de 353,8 milhões de t de grãos na safra 2025/26

  • Dólar à vista abre em alta de 0,08%, a R$ 5,3235 e ganha fôlego com exterior

    Dólar à vista abre em alta de 0,08%, a R$ 5,3235 e ganha fôlego com exterior

    Lá fora, investidores aguardam a divulgação das taxas de referência da China (LPRs), no fim do dia, e acompanham a conversa entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, às 10h, que pode influenciar o humor global em meio a tensões comerciais e ao impasse sobre o TikTok

    O dólar à vista abriu esta sexta-feira, 19, em alta de 0,08%, a R$ 5,3235 e intensificou o ritmo em seguida, após uma semana marcada por decisões de juros no Brasil e no exterior. O movimento ocorre em linha com a valorização da divisa no mercado global, em um dia de agenda esvaziada de indicadores.

    Lá fora, investidores aguardam a divulgação das taxas de referência da China (LPRs), no fim do dia, e acompanham a conversa entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, às 10h, que pode influenciar o humor global em meio a tensões comerciais e ao impasse sobre o TikTok.

    No Brasil, a leitura considerada “hawkish” por analistas da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) – que manteve a taxa Selic em 15% e sinalizando que deve seguir assim por um período prolongado – tende a sustentar algum suporte para o real.

    “A reação do dólar no exterior deve manter o câmbio acima de R$ 5,30/US$, embora a postura firme do Banco Central na condução da política monetária siga fornecendo suporte ao real\”, avaliou o economista Silvio Campos Neto, em análise matinal.

    O Itaú Unibanco informou nesta sexta que reduziu sua projeção para a taxa de câmbio ao final de 2025. A estimativa passou de R$ 5,50 para R$ 5,35, enquanto a expectativa para a taxa em 2026 foi mantida em R$ 5,50. De acordo com o banco, o quadro internacional favorável, com enfraquecimento global do dólar, deve permitir que o real siga operando em níveis mais apreciados no curto prazo.

    Neste momento, porém, o ambiente político doméstico adiciona incertezas ao câmbio por aqui. A tramitação da PEC da Blindagem e do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro gera apreensão em Brasília e pode contaminar a percepção de risco, em meio a negociações com o Congresso para avançar medidas da agenda econômica.

    Nesta quinta-feira, 18, o dólar à vista fechou em alta de 0,34%, a R$ 5,3191. Já o dólar futuro para outubro terminou em baixa de 0,12%, a R$ 5,3200.

    Dólar à vista abre em alta de 0,08%, a R$ 5,3235 e ganha fôlego com exterior

  • Senadores dos EUA apresentam projeto no Congresso para cancelar tarifas aplicadas ao Brasil

    Senadores dos EUA apresentam projeto no Congresso para cancelar tarifas aplicadas ao Brasil

    Senadores dos EUA apresentaram uma resolução contra as tarifas de 50% aplicadas a produtos brasileiros, questionando a legalidade das medidas impostas por Trump. Embora com poucas chances de aprovação, a iniciativa tem peso simbólico e pressiona o Congresso a se posicionar sobre o tema

    (FOLHAPRESS) – Um grupo de senadores americanos apresentou um projeto de resolução no Senado contestando as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos aos produtos importados do Brasil.

    A proposta contesta a base legal das tarifas adicionais de 40% aplicadas pelos EUA ao país em julho e pede que elas sejam imediatamente canceladas. Essas sobretaxas se somaram às de 10% que estavam em vigor desde abril.

    Cinco senadores apoiam a resolução, incluindo o líder da minoria democrata, Chuck Schumer, de Nova York, e um republicano, Rand Paul, do Kentucky. Os outros três nomes envolvidos são Jeanne Shaheen, de New Hampshire, Tim Kaine, de Virgínia, e Ron Wyden, do Oregon.

    O presidente americano tem usado a IEEPA (Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional) para embasar sua decisão de aplicar tarifas a todos os países sem precisar passar pelo Congresso. Para Kaine e diversos analistas, não há emergência que justifique as sobretaxas ao Brasil.

    Schumer afirmou que Trump se valeu de uma falsa emergência para tentar ajudar um aliado político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Já o republicano Rand Paul, que endossou a medida, diz estar “alarmado” com o que chamou de “perseguição de um ex-presidente pelo governo brasileiro e com a repressão autoritária à liberdade de expressão. O congressista ponderou, porém, que isso não tem “qualquer relação com os limites constitucionais do nosso próprio Executivo”.

    “O presidente dos Estados Unidos não tem autoridade, sob a IEEPA, para impor tarifas unilateralmente. A política comercial pertence ao Congresso, não à Casa Branca”, afirmou Paul.

    A medida proposta pelos senadores dificilmente será aprovada pelas duas Casas. A proposta, porém, teria efeito simbólico e poderia obrigar republicanos no Senado a se posicionar sobre o tema.

    O senador Tim Kaine apresentou no começo do ano uma resolução contra as tarifas emergenciais impostas sobre Canadá e México, cuja justificativa de Trump era uma pandemia de fentanil.

    A resolução foi aprovada no Senado, com voto de republicanos, mas não chegou a ser analisada pela Câmara, que costuma barrar todas as medidas contrárias a Trump.

    Kaine reuniu-se em julho com um grupo de parlamentares brasileiros em Washington para conversar sobre tarifas.

    No comunicado sobre o projeto, os senadores lembram que os EUA importam mais de US$ 40 bilhões anualmente do Brasil, sendo quase US$ 2 bi em café. Para eles, atrapalhar o comércio entre os países prejudica as economias e aproxima o Brasil da China.

    Senadores dos EUA apresentam projeto no Congresso para cancelar tarifas aplicadas ao Brasil

  • Brasil terá recorde em 2026 com 32,3 mi t de carnes produzidas

    Brasil terá recorde em 2026 com 32,3 mi t de carnes produzidas

    Projeções da Conab indicam alta puxada pelo frango e pelo suíno, apesar da queda na bovina. Produção recorde deve impulsionar exportações, que podem atingir 11 milhões de toneladas em 2026, com forte demanda da China compensando barreiras impostas pelos EUA

    O Brasil deve atingir em 2026 um recorde de 32,3 milhões de toneladas na produção de carnes de frango, bovina e suína, volume 0,8% maior que o de 2025, segundo projeções divulgadas nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    O novo patamar supera o recorde já previsto para 2025, de 32,06 milhões de toneladas. Mesmo com a queda esperada na produção de carne bovina, o crescimento será garantido pelos números históricos de frango e suínos.

    O Brasil segue como maior fornecedor mundial de carne de frango e bovina, além de ocupar a quarta posição em carne suína.

    Para 2026, a produção de frango deve subir 2,8%, chegando a 15,9 milhões de toneladas, enquanto a suína deve avançar 3,6%, totalizando 5,8 milhões de toneladas. Já a bovina deve recuar 3,6%, somando 10,6 milhões de toneladas, o menor volume desde 2023. A queda vem após o recorde de 11 milhões de toneladas em 2024, reflexo do encarecimento da arroba e do aumento do abate de fêmeas, o que reduziu a reposição de bezerros.

    No comércio exterior, as exportações também devem bater recorde em 2026, alcançando 11 milhões de toneladas, alta de 2,9% em relação a 2025. A expectativa é de embarques de 5,4 milhões de toneladas de frango (+2,5%), 4,1 milhões de bovina (+2,4%) e 1,5 milhão de suína (+5,2%).

    Segundo Gabriel Correa, gerente de fibras e alimentos básicos da Conab, o avanço nas exportações deve ocorrer mesmo diante da tarifa adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos, já que os maiores frigoríficos brasileiros possuem operações próprias no mercado norte-americano. Além disso, a China continuará a puxar a demanda, absorvendo mais da metade da carne brasileira exportada e compensando parte da redução nos embarques para os EUA.

    Brasil terá recorde em 2026 com 32,3 mi t de carnes produzidas

  • Gratuidade em conta de luz para baixa renda vai à sanção presidencial

    Gratuidade em conta de luz para baixa renda vai à sanção presidencial

    A gratuidade, prevista na medida provisória, deve beneficiar 4,5 milhões de famílias inscritas no CadÚnico com renda familiar mensal por pessoa menor ou igual a meio salário mínimo

    A conta de luz gratuita ou com desconto para famílias de baixa renda que consomem até 80 quilowatts-hora (kWh) por mês vai à sanção presidencial, após a aprovação de medida provisória pela Câmara dos Deputados e pelo Senado nesta quarta-feira (17).

    A gratuidade deve beneficiar 4,5 milhões de famílias inscritas no CadÚnico com renda familiar mensal por pessoa menor ou igual a meio salário mínimo. Pelo texto, também recebem a tarifa social as famílias que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), além de indígenas e quilombolas de baixa renda.

    As casas legislativas aprovaram a proposta do governo no último dia de validade da Medida Provisória (MP) 1.300 de 2025, editada em maio. Deputados e senadores fizeram diversas alterações no texto original do Planalto, incluindo desconto para dívidas de hidrelétricas. 

    A nova tarifa social da energia já estava valendo desde julho, uma vez que MP tem efeito imediato, mas precisava de aprovação do Parlamento para se tornar lei.

    A medida amplia o alcance da tarifa social da energia elétrica. Antes, a tarifa social dava um desconto que variava de 65% a 10% a depender do consumo de kWh, até o limite de 220 kWh por mês.

    Agora, a tarifa será gratuita até os 80kWh. Se o consumo passar desse valor, a família paga apenas a diferença. Considerando a gratuidade ou o desconto, a medida deve beneficiar 60 milhões de brasileiros, segundo cálculos do Ministério de Minas e Energia.  De acordo com o governo, “a medida representa uma atualização estrutural do marco legal, conciliando justiça social e fortalecimento do setor elétrico brasileiro”. 

    A isenção será bancada pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo financiado pelo conjunto dos consumidores para sustentar políticas públicas no setor de energia.  

    Por outro lado, poderá ser cobrado das famílias outros custos não associados a energia consumida, como a contribuição de iluminação pública e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de acordo com a lei de cada estado ou município.

    Entre os itens que ficaram de fora do texto da MP original por decisão do Parlamento, estão as tarifas diferenciadas por horário, e mudança em critérios de preços nas operações de energia de curto prazo.

    Dívidas de hidrelétricas

    Proposto pelo relator da MP na Câmara, o deputado Coelho Filho (União-PE), foi incluído um desconto para dívidas de geradoras hidrelétricas com a União. As parcelas reduzidas a vencer implicam em uma renúncia fiscal ao governo de cerca de R$ 4 bilhões, segundo o relator.

    Energia Nuclear e irrigação

    Ainda segundo a nova medida, o custo de energia mais alto das usinas nucleares será rateado entre todos os consumidores por meio de adicional tarifário, exceto para os consumidores de baixa renda.

    Até então, esse custo era concentrado em contratos específicos. A mudança passa a valer a partir de partir de 1º de janeiro de 2026.

    Em relação ao setor de irrigação e aquicultura, o texto acaba com o horário fixo das 21h30 às 6h para desconto de energia concedido a essas atividades e também com período contínuo, cabendo definição de horário com a distribuidora segundo parâmetros do governo.

    Pontos retirados

    Diversos pontos previstos na MP original do Executivo foram retirados na tramitação da matéria pelo Congresso Nacional. Alguns dispositivos retirados foram transferidos, por acordo entre líderes, para MP 1304 de 2025, ainda em discussão.

    Entre eles, a escolha do fornecedor de energia pelo consumidor residencial e comercial, a atuação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) no mercado de gás e o fim de incentivos à energia de fonte alternativa.

    Outros temas que ficaram de fora são:

    • atribuição a um regulamento sobre a definição de condições para a descentralização da regulação, do controle e da fiscalização de instalações de energia elétrica prestados e situados no território de estados ou municípios;
    • regras para negociação de títulos representativos de dívidas de pequenas centrais hidrelétricas no mercado de energia de curto prazo devido ao risco hidrológico, que resulta de perdas que uma geradora hidrelétrica pode vir a ter se uma seca prolongada afetar os reservatórios ou o fluxo de água de uma bacia hidrográfica.

     

    Gratuidade em conta de luz para baixa renda vai à sanção presidencial

  • Bolsonaristas veem relator com desconfiança e querem anistia ampla em votação

    Bolsonaristas veem relator com desconfiança e querem anistia ampla em votação

    Paulinho da Força (Solidariedade-SP) foi escolhido como relato do projeto de anistia; bolsonaristas viram com desconfiança a escolha de alguém próximo a Moraes, com histórico de apoio a Lula (PT) e atuação sindical

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Deputados favoráveis a uma ampla anistia aos condenados por atos golpistas, majoritariamente bolsonaristas e do PL, falam em negociar com o relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), e querem levar ao plenário um texto que garanta o perdão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo rejeita a redução de penas proposta pelo centrão.

    Nesta quinta-feira (18), Paulinho disse que seu texto não vai tratar de anistia, mas sim de redução de penas. Também afirmou que vai buscar uma solução meio-termo, que seja pactuada com o Senado e o STF (Supremo Tribunal Federal). O deputado tem boa relação com os ministros da corte, especialmente Alexandre de Moraes.

    Parlamentares bolsonaristas viram com desconfiança a escolha de alguém próximo a Moraes, com histórico de apoio a Lula (PT) e atuação sindical, mas dizem acreditar ser possível dialogar com Paulinho. Como mostrou a Folha, eles preferiam um nome alinhado a Bolsonaro na relatoria, mas já estava definido que o relator seria do centrão.

    Os bolsonaristas falam em convencer o relator de que é importante anistiar todos os condenados por crimes contra o Estado democrático de Direito, inclusive Bolsonaro. Se isso não for possível, a ideia é apresentar destaques ou emendas ao texto e tentar, por meio da votação no plenário, obter maioria para a anistia ampla.

    “Se o relator achar que vai apresentar um texto conforme o desejo do STF, a gente vai lutar para colocar um destaque nesse texto que realmente atenda às necessidades de quem está preso e condenado injustamente. E aí vamos ver como a Câmara dos Deputados vai se portar. Se ela vai decidir votar uma anistia que não é anistia ou se a Câmara realmente quer pacificar o Brasil”, afirmou à Folha de S.Paulo o deputado Zé Trovão (PL-SC).

    A votação expressiva de 311 deputados para aprovação da tramitação de urgência do projeto de anistia, nesta quarta (17), animou os deputados do PL. Para a aprovação do projeto, é necessário apenas maioria simples (maioria dos presentes no plenário).

    Líderes de partidos como União Brasil, PP, Republicanos e PSD têm dito que suas bancadas aprovam a redução de penas, mas não dariam votos suficientes para a anistia ampla. Enquanto o PL fala em perdoar até a inelegibilidade de Bolsonaro, esses partidos já escolheram Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato presidencial e esperam que a redução da pena faça com que o ex-presidente endosse seu afilhado político.

    Pelas redes sociais, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o Legislativo não pode reduzir penas de condenados. “A redução de pena é atribuição exclusiva do Poder Judiciário”, publicou.

    “Ao Congresso, a Constituição é clara: cabe conceder anistia, graça ou indulto (art. 48, VIII). E anistia significa extinção da punibilidade. Sempre foi assim. […] Portanto, não venham agora inventar impedimentos só porque o tema incomoda o sistema”, escreveu.

    “É hora de dialogar sobre o texto que de fato devolverá justiça e pacificação ao país, sem radicalismo, mas em um diálogo democrático, constitucional e jurídico. […] Garanto a todos que o PL lutará até o fim para anistiar todos injustiçados pelo STF”, publicou ainda.

    Os bolsonaristas têm evitado criticar Paulinho publicamente, apesar dos receios em relação à sua atuação. Como mostrou a Folha de S.Paulo, o deputado já chamou os envolvidos nos atos do 8 de Janeiro de “terroristas”. Desde então, porém, Paulinho rompeu com o governo e vem fazendo críticas duras ao petista.

    Também pelas redes sociais, Sóstenes saiu em defesa do deputado do Solidariedade, dando o tom para os correligionários. O líder publicou que o parlamentar é um “ferrenho crítico” do governo Lula. “Tenho plena confiança que a partir de agora vamos começar os diálogos e fazer justiça”, escreveu.

    Zé Trovão, por exemplo, definiu Paulinho com um cara sensato. “A gente espera que o texto seja construído de maneira séria, sem brincar com pessoas que foram condenadas de maneira desproporcional”, diz.

    Em relação a Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão pelo STF, o deputado afirma que a anistia deve levar em conta o voto do ministro Luiz Fux, que absolveu o ex-presidente. “Vamos encerrar esse processo e devolvê-lo para a primeira instância, para a instância correta.”

    Líder do partido Novo, o deputado Marcel Van Hattem (RS), disse à Folha ser a favor de uma “anistia total”. Segundo ele, as falas de Paulinho mostram que talvez ele esteja “mais distante dos acontecimentos” do que deputados da direita em relação aos condenados por golpismo.

    “A gente precisa conversar com o relator, apresentar todos os dados. Tenho certeza de que ele vai se convencer, vai mudar de opinião e vai chegar mais próximo, se não junto, com a nossa opinião”, disse.

    Se isso não acontecer, afirma Van Hattem, haverá “condição de, no plenário, fazer emendas ou destaques de trechos com os quais nós não concordamos”.

    Questionado a respeito de Bolsonaro, o líder do Novo diz que a Câmara deve se antecipar e anistiar o ex-presidente, já que possíveis candidatos à Presidência, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zama (Novo), já declararam que darão indulto a ele se assumirem o cargo.

    “A Câmara pode pode tirar esse tema do debate presidencial do ano que vem, pacificar as relações e dizer: o [ex-]presidente já está anistiado.”

    Na mesma linha de Sóstenes, o deputado Domingos Sávio (PL-MG) diz que a prerrogativa do Congresso é anistiar e não reduzir penas. Mudar penas já estabelecidas, diz ele, é que poderia soar como afronta ao STF. Na opinião do deputado, a anistia a crimes contra o Estado democrático de Direito não seria inconstitucional, como opinam alguns ministros da corte e especialistas.

    Sávio diz ainda que a quantidade de votos favoráveis à urgência põe em dúvida o argumento do centrão de que uma anistia ampla não seria aprovada.

    Bolsonaristas veem relator com desconfiança e querem anistia ampla em votação

  • Toffoli pede manifestação da Câmara em processo no STF que questiona PEC da Blindagem

    Toffoli pede manifestação da Câmara em processo no STF que questiona PEC da Blindagem

    Ministro Dias Toffoli é relator de ação no Supremo Tribunal Federal do deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP); Mandado de segurança tenta suspender tramitação de proposta

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli pediu nesta quinta-feira (18) que a Câmara dos Deputados se manifeste, em dez dias, sobre uma ação que questiona a aprovação da PEC da Blindagem.

    O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) entrou com mandado de segurança no Supremo na terça-feira (18). Esse tipo de ação tenta proteger direitos ameaçados por uma autoridade pública.

    Kataguiri argumenta que a proposta aprovada pela Câmara tem quatro afrontas à Constituição. As principais são o alargamento do foro especial, estendendo-o para presidentes de partidos, e a blindagem de parlamentares contra processos cíveis.

    Usar o exercício da presidência de partido político como critério para foro por prerrogativa de função significa dar poderes a uma entidade de direito privado, de caráter associativo, de decidir quem será julgado pelo STF. Isto é uma afronta clara e direta à igualdade”, diz o deputado.

    O parlamentar pede ainda que o Supremo decida, com urgência, impedir a tramitação da PEC da Blindagem até que o tribunal discuta o mérito das questões levantadas na ação.

    A PEC da Blindagem foi aprovada pela Câmara na terça-feira (16). O texto prevê que investigações contra parlamentares só podem ser abertas no STF mediante aval de deputados e senadores, em votação secreta.

    A proposta está no Senado, e o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) indicou às lideranças partidárias que não deve dar celeridade à PEC diante da resistência de senadores ao tema.

    Toffoli pede manifestação da Câmara em processo no STF que questiona PEC da Blindagem

  • Temer diz que Motta está em conversa com STF e governo sobre anistia

    Temer diz que Motta está em conversa com STF e governo sobre anistia

    Temer defende que a proposta seja discutida com o STF e com o Executivo para não ser vetada, em caso de aprovação no Congresso e disse que Hugo Motta o procurou para falar sobre o tema

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já está em contato com o STF (Supremo Tribunal Federal) e com o governo Lula (PT) sobre o projeto da anistia.

    “Eu até ponderei, e ele [Motta] está fazendo isso, sobre ser melhor conversar com o Supremo e com o Executivo, para ser uma coisa conjunta. Se for uma coisa só do Congresso, corre o risco de haver contestação e cair”, afirmou Temer nesta quinta-feira (18).

    Como revelou a Folha de S.Paulo, integrantes do centrão, liderados por Motta, fecharam de forma sigilosa os termos de um acordo com uma ala de ministros do STF como alternativa a uma anistia ampla aos condenados por tentativa de golpe de Estado.

    O acordo envolve a votação de um projeto que reduza penas pelos atos golpistas, a garantia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá cumprir pena em regime domiciliar e a rejeição de qualquer forma de perdão pelos crimes julgados pelo Supremo, segundo pessoas que participam das negociações.

    Nesta quarta (17), a Câmara aprovou um requerimento de urgência do projeto de anistia. Os parlamentares discutirão, a partir de agora, se aprovarão um perdão amplo ou uma redução das penas.

    Temer defende que a proposta seja discutida com o STF e com o Executivo para não ser vetada, em caso de aprovação no Congresso e disse que o presidente da Câmara o procurou para falar sobre o tema.

    “Motta me ligou hoje para dizer que tinha me ouvido no Roda Viva, onde eu falei de um grande pacto nacional, dizendo que não basta simplesmente aprovar [a anistia] sem que haja um diálogo entre Executivo, Legislativo e Judiciário. O Judiciário precisa concordar porque se você não leva seu tema da anistia para o Supremo, ele o derruba”, afirmou o ex-presidente.

    Segundo o emedebista, Motta disse ter gostado muito da ideia de reduzir as penalidades dos acusados, na qual vê um caminho para a aprovação.

    O presidente da Câmara escolheu o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator do projeto de lei da anistia, segundo o qual uma anistia ampla, geral e irrestrita, como pretendem os aliados de Jair Bolsonaro (PL), é “impossível”.

    Segundo Paulinho, a ideia de anistia proposta pelo PL, que abarcava até derrubar a inelegibilidade de Bolsonaro, foi superada em uma reunião de mais de três horas entre Motta e integrantes do partido, na quarta-feira (17).

    A intenção da reunião era fazer com que o PL cedesse à proposta costurada por Motta e pelo centrão, que prevê apenas redução de penas. O argumento é o de que a anistia para Bolsonaro acabaria barrada no Senado ou no STF, além de ser vetada pelo presidente Lula (PT).

    Temer diz que Motta está em conversa com STF e governo sobre anistia

  • Alckmin diz que "Judiciário tem a última palavra" sobre anistia

    Alckmin diz que "Judiciário tem a última palavra" sobre anistia

    Câmara aprovou o regime de urgência para o projeto de anistia; Paulinho da Força (Solidariedade-SP) foi escolhido como relator do projeto de lei (PL) da anistia e disse que ‘anistia geral e irrestrita é impossível’

    O vice-presidente Geraldo Alckmin disse nesta quinta-feira (18) que é preciso cumprir a separação e a harmonia entre os Três Poderes, mas que ninguém está acima da lei e que a última palavra é do Poder Judiciário, ao comentar a aprovação do regime de urgência para tramitação do Projeto de Lei da Anistia, na Câmara dos Deputados. 

    “O Legislativo legisla, estabelece a lei, as regras do convívio em sociedade, ninguém está acima da lei. O Executivo as implementa. E o Judiciário dá a última palavra no cumprimento da lei. Cabe ao Judiciário a última palavra”, afirmou. 

    O vice-presidente participou da cerimônia de abertura da 2ª Cúpula da Coalizão Global para Alimentação Escolar, em Fortaleza.  

    A Coalizão reúne 109 países que firmaram o compromisso de garantir alimentação escolar para mais de 700 milhões de crianças em todo o mundo até 2030. Brasil, França e  Finlândia lideram a coalizão. 

    Anistia geral e irrestrita é impossível, diz relator na Câmara

    O relator do projeto de lei (PL) da anistia, o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), informou nesta quinta-feira (18) que o texto que irá apresentar não vai ser uma anistia total, como quer o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro.  

    “[Anistia] ampla, geral e irrestrita é impossível. Essa discussão eu acho que já foi superada ontem, quando o Hugo [Motta, presidente da Câmara] teve uma reunião de mais de 3 horas com o pessoal do PL. Acho que nós vamos ter que fazer uma coisa pelo meio. Isso aqui talvez não agrade nem extrema direita, nem extrema esquerda, mas agrade a maioria da Câmara”, comentou.

    A discussão na Câmara é em torno da aprovação de um projeto de lei que conceda anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Aliados de Bolsonaro defendem que a anistia alcance também o ex-presidente, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de prisão, em julgamento concluído na semana passada. 

    O STF já condenou mais de 600 acusados pela participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. As condenações envolvem os crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. O tempo de prisão varia entre três e 17 anos.

    Paulinho da Força disse que tem relação “com esquerda” e “com direita”, que vai procurar governadores para influenciar as bancadas estaduais e que espera colocar o texto em votação já na próxima semana.

    “Cabe a mim tentar fazer esse meio de campo. É o que eu vou fazer. Conversar com todo mundo para que, no final, a gente possa ter um texto que agrade a todos”, disse Paulinho.

    Questionado por jornalistas se a matéria seria apenas de redução de pena, e não de anistia, o relator disse “nós não estamos mais falando de anistia”.

    A urgência da anistia foi aprovada nessa quarta-feira (17) com o apoio da maioria dos líderes da Câmara. Com a urgência aprovada, o texto pode ser votado a qualquer momento no plenário.

    Está em disputa dentro da Casa o teor do texto, se será uma anistia ampla e irrestrita, como defende a oposição liderada pelo PL, ou um relatório mais restrito, com apenas reduções de penas.

    Outra dúvida é se o texto deve alcançar todos os envolvidos, incluindo os organizadores e financiadores da tentativa de golpe de Estado, ou apenas os manifestantes do 8 de janeiro.

    Alckmin diz que "Judiciário tem a última palavra" sobre anistia