Israel anuncia que concluiu libertação de 1.968 prisioneiros palestinos

Quase todos os palestinos libertados não tinham registros criminais ou tinham sido julgados por algum tipo de crime em Israel; o Hamas liberou mais cedo os 20 reféns israelenses vivos que estavam em cativeiro desde outubro de 2023

SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Israel disse ter concluído nesta segunda-feira (13) a libertação de 1.968 palestinos que estavam detidos desde o início da guerra em Gaza como parte do acordo de cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas. Em comunicado, o governo de Binyamin Netanyahu afirmou que os prisioneiros foram enviados para a Cisjordânia, Jerusalém e a Faixa de Gaza.

Vários ônibus transportando palestinos chegaram à cidade de Ramallah sob forte comoção de pessoas reunidas para receber os prisioneiros. Uma multidão se reuniu em torno dos veículos, e muitos entoavam “Allahu akbar” (Deus é maior), em comemoração.

“É um sentimento indescritível, como renascer”, declarou à agência de notícias AFP um dos libertados, Mahdi Ramadan, ao lado de seus pais, com quem disse que passaria sua primeira noite fora da prisão.

Alguns tinham dificuldade de caminhar e outros chegaram até a desmaiar de emoção ao rever seus entes queridos depois de anos -e, em alguns casos, décadas- de encarceramento.

Chorando, a palestina Um Ahmed, ouvida pela agência de notícias Reuters em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, disse que tinha uma mistura de sentimentos sobre a soltura. “Estou feliz pelos nossos filhos que estão livres, mas sofro por todos aqueles mortos pela ocupação e pela destruição que aconteceu em Gaza”, afirmou.

Dentro dos ônibus, alguns acenavam pelas janelas fazendo o sinal de “V” da vitória. Eles passaram por exames médicos no local. Mais cedo, cerca de uma dúzia de homens mascarados e vestidos de preto, integrantes do braço armado do Hamas, chegaram ao hospital, onde um palco e cadeiras haviam sido montados para receber os prisioneiros. Alto-falantes tocavam canções nacionalistas palestinas.

Em Ramallah, na Cisjordânia, o médico Samer Halabeya, preso por supostamente planejar um ataque que feriu um militar israelense, disse que só descobriu que deixaria a prisão poucos dias antes da soltura. Ao lado da mãe, que chorava, ele disse à Reuters esperar que todos os outros prisioneiros sejam libertados em breve -o governo israelense tinha quase 10 mil palestinos presos por “razões de segurança” em dezembro de 2024, segundo a ONG B’tselem.

Mohammed al-Khatib passou 20 anos preso depois de matar três israelenses e disse mal poder acreditar que logo estaria com sua família em Belém, na Cisjordânia ocupada. “Sempre tivemos esperança, e é por isso que persistimos e somos determinados”, afirmou à Reuters.

Os libertados não incluem altos comandantes do Hamas nem figuras proeminentes de outras facções, o que levou familiares de alguns detidos a dizer que o acordo não foi longe o suficiente. Segundo a facção, ao menos 154 prisioneiros também foram deportados para o Egito.

Tala Al-Barghouti, filha de Abdallah Al-Barghouti, combatente do Hamas condenado a 67 prisões perpétuas em 2004, afirmou que o acordo deixou “dor profunda e perguntas que não terão fim, sacrificou aqueles que tiveram o maior papel na resistência e encerrou as esperanças de sua libertação”, escreveu ela no Facebook. Seu pai foi preso por envolvimento em uma série de atentados suicidas em 2001 e 2002 que mataram dezenas de israelenses.

O Hamas liberou mais cedo os 20 reféns israelenses vivos que estavam em cativeiro desde outubro de 2023, além de ter devolvido 4 dos 28 mortos durante o conflito. O número total inclui ainda os restos mortais de um soldado israelense morto em 2014 em uma guerra anterior em Gaza também devem ser devolvidos.

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