Ministério Público denuncia Andrés Sanchez por uso indevido de cartões do Corinthians

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O MP (Ministério Público) apresentou denúncia contra o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e o atual gerente financeiro do clube, Roberto Gavioli, por suposto uso indevido do cartão corporativo da agremiação em gestões passadas.

Segundo o promotor de Justiça Cássio Conserino, as denúncias são pelos possíveis crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário.

A investigação do MP teve início em julho de 2025, a partir de denúncias feitas por torcedores, com base em faturas de cartão de crédito divulgadas pelo perfil “@Prmalaoficial”, na rede social X.

Além de gastos durante a gestão de Andrés Sanchez, a investigação do MP também examina as despesas com os cartões durante a presidência de Duilio Monteiro Alves.

Com base nas notas enviadas pelo próprio clube, com gastos realizados entre agosto de 2018 e maio de 2025, o MP entendeu que os cartões corporativos eram utilizados por Andrés “como se fossem privados”, afirmou Conserino.

“Houve inversão da propriedade, com inúmeras compras particulares”, afirmou o promotor durante entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (15), em São Paulo.

Entre os gastos incompatíveis com o cargo, o promotor citou notas de drogarias, clínicas laboratoriais, duty-frees e relojoarias. A conta de R$ 15 mil em um restaurante em Fernando de Noronha também foi apontada.

“Esse dinheiro é da entidade esportiva Sport Club Corinthians Paulista, e não daquele que momentaneamente ocupa o cargo de presidente”, afirmou Conserino.

Segundo o promotor, os gastos irregulares totalizam cerca de R$ 480 mil, em valores atualizados. Eles teriam sido realizados entre 2018 e 2020.

Procurado, Andrés Sanchez não retornou até a publicação da reportagem. No fim de julho, quando a investigação do MP tornou-se pública, o dirigente afirmou que havia feito uma confusão com os cartões.

“Já fui investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de todas as formas, e nunca encontraram nada. Confundi o cartão de crédito e vou me defender pelo erro”, disse na ocasião.

O promotor acrescentou que Gavioli, gerente financeiro também durante a gestão de Andrés Sanchez, tinha o “dever judiciário de impedir” o uso indevido do cartão, mas não atuou com a devida diligência.

“No interrogatório, ele disse que não tinha o dever de fiscalização. Mas era o gerente financeiro, era remunerado para tal”, afirmou o promotor.

Conserino acrescentou que o próximo passo na investigação do MP será se debruçar sobre os gastos feitos durante a gestão de Duilio Monteiro Alves. Um interrogatório com o ex-motorista do dirigente, Denílson Grilo, está previsto para acontecer no dia 23 de outubro.

À época da abertura da investigação, Duilio disse que via a iniciativa como “oportuna e salutar”.

“Vale ressaltar que fui o primeiro a pedir acesso aos documentos para prestar esclarecimentos, bem como para as devidas apurações e responsabilizações.

Ingressei com representações para que tudo seja apurado tanto no Conselho Deliberativo do Corinthians via oficio, quanto por meio de apresentação de notícia-crime na delegacia da DRADE (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva)”, declarou Duilio na ocasião.

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