Osama Hamdan, dirigente do grupo islâmico Hamas, confirmou, este sábado (12), que a libertação de reféns “começa na segunda-feira de manhã”.
“Em conformidade com o acordo assinado, a troca de prisioneiros está marcada para começar na manhã de segunda-feira”, disse o responsável islamita à Agência France-Presse (AFP).
O mesmo responsável afirmou que a troca de reféns inicia-se durante a manhã, “conforme combinado, não havendo novos desenvolvimentos sobre o assunto.”
Há 48 reféns que estão sob controle do Hamas. Após o regresso destas dezenas de reféns, Telaviv vai libertar cerca de dois mil palestinos, no âmbito do acordo fechado esta semana.
Acredita-se que 20 destes 48 reféns estejam vivos. Segundo a publicação The Times of Israel, o Hamas avisou Telaviv de que poderia ter algumas dificuldades em encontrar os restos mortais de alguns dos reféns no prazo de 72h (que foi o período acertado).
Além da libertação de quase dois mil prisioneiros palestinos, a primeira fase do acordo prevê o recuo do exército israelense para a linha de demarcação estipulada pelos Estados Unidos, marcando a primeira fase da retirada de Israel.
Já esta semana o mesmo responsável que falou com a AFP tinha-se oposto ao comitê de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Questionado, na quinta-feira, pela cadeia televisiva do Qatar Al-Araby se o Hamas aceitaria esta autoridade de transição, Osama Hamdan respondeu: “Nenhum palestino poderia aceitá-la. Todas as fações, incluindo a Autoridade Palestina, rejeitam isso”.
Esta primeira fase não aborda, no entanto, a delicada questão da autoridade responsável pela administração da Faixa de Gaza, ou mesmo pela supervisão da reconstrução deste território devastado por dois anos de bombardeamentos.
“Ninguém quer regressar à era dos mandatos e do colonialismo”, comentou Hamdan, referindo-se em particular ao período do Mandato Britânico da Palestina, dado que o antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair estava previsto fazer parte deste comitê.
Espera-se que este comitê de paz de tecnocratas, incluindo locais, proposto por Trump, administre a Faixa de Gaza antes de entregar o território a uma Autoridade Palestina reformada.
O vice-presidente da Autoridade Palestina, movimento rival do Hamas, Hussein al-Sheikh, declarou que a entidade já tinha concluído todos os preparativos necessários para gerir a Faixa de Gaza após o conflito e supervisionar a reconstrução.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.