A Eletrobras concluiu a venda da usina termelétrica Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para a holding J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, por R$ 703,5 milhões. Com o negócio, a companhia encerra sua participação no setor térmico e passa a operar apenas com fontes 100% renováveis
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Eletrobras anunciou nesta quinta-feira (9) a conclusão da venda de sua última usina termelétrica, a UTE Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para a holding J&F, controlada pelos irmãos Wesley e Joesley Batista e sucessora da Âmbar Energia no acordo.
Em comunicado, a empresa disse que recebeu R$ 703,5 milhões pela operação. Somados aos valores levantados com as vendas anteriores da Eletronorte, o montante totaliza R$ 3,6 bilhões.
A Eletrobras ainda poderá receber até R$ 1,2 bilhão adicionais no futuro se condições de desempenho acordadas com o comprador forem cumpridas (mecanismo chamado earn-out).
“Essa transação representa o encerramento do processo de desinvestimentos dos ativos termelétricos, e a partir desta data, o portfólio de geração da Eletrobras passa a ser composto exclusivamente por fontes 100% renováveis, em linha com o seu compromisso Net Zero 2030”, afirma a empresa.
Como a Folha mostrou, a conclusão do negócio estava indefinida porque a Eletrobras não tinha um contrato de concessão válido da usina desde 2015.
A usina de Santa Cruz, localizada no bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro, entrou no pacote bilionário de aquisições que a Âmbar Energia, empresa da J&F, fez em junho do ano passado.
A térmica Santa Cruz é uma usina antiga, inaugurada em 1967 e que pertencia à Furnas, empresa do grupo Eletrobras. À época, foi construída para atender à demanda crescente de energia do Rio de Janeiro, com queima de óleo combustível.
A planta operou dessa forma por décadas, até que, em 2004, teve um novo contrato assinado com a Eletrobras, convertendo suas turbinas para funcionar com gás natural. Sua potência foi ampliada e passou a gerar 350 megawatts, o suficiente para abastecer até 1,48 milhão de residências.
Mas essa concessão chegou ao fim e nenhuma medida concreta foi tomada entre a Eletrobras e o MME (Ministério de Minas e Energia) para prosseguir com o acordo. O MME é o responsável por autorizar a renovação da concessão ou, caso entenda mais viável, fazer uma nova licitação da usina, já que se trata de um bem público que foi concedido por um determinado período.
Mesmo sem concessão renovada, a térmica Santa Cruz seguiu operando pelas mãos da Eletrobras. Como a usina tinha contratos de venda de energia firmados com distribuidoras pelos anos seguintes, a Eletrobras manteve a operação, entregando energia regularmente.
A venda da termelétrica para os irmãos Batista foi anunciada em junho de 2024, quando a Âmbar comprou a planta de Santa Cruz e outras 12 usinas localizadas na região amazônica
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