Categoria: ECONOMIA

  • Dólar abre em leve alta com investidores atentos à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro

    Dólar abre em leve alta com investidores atentos à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro

    Às 9h04, a moeda norte-americana subia 0,17%, cotada a R$ 5,4314. Na segunda, o dólar fechou em queda de 0,24%, a R$ 5,420, e a Bolsa avançou 0,39%, a 157.985 pontos

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu em leve alta nesta terça-feira (9), com os investidores ainda monitorando os desdobramentos da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência em 2026.

    O mercado ainda acompanha o início das reuniões dos bancos centrais do Brasil e dos EUA para definir a taxa de juros dos dois países, que será anunciada nesta quarta-feira (10).

    Às 9h04, a moeda norte-americana subia 0,17%, cotada a R$ 5,4314. Na segunda, o dólar fechou em queda de 0,24%, a R$ 5,420, e a Bolsa avançou 0,39%, a 157.985 pontos.

    O dia foi marcado por apreensão em torno do cenário eleitoral brasileiro, depois que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou, na sexta-feira, sua candidatura à Presidência em 2026. A notícia inspirou forte volatilidade para os ativos domésticos: o Ibovespa caiu mais de 4%, ao passo que o dólar disparou 2%.

    Ao longo do fim de semana, porém, o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro sinalizou que poderá desistir da campanha por um “preço”.

    “Olha, tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho preço para isso. Eu vou negociar. Eu tenho um preço para não ir até o fim”, disse após participar de um culto evangélico em Brasília.

    O preço, segundo afirmou à TV Record, é a “justiça”. Ele só desistirá da candidatura à Presidência se o ex-presidente Jair “Bolsonaro estiver livre, nas urnas”, e também condicionou a decisão à anistia aos condenados por atos golpistas de 6 de janeiro de 2023.

    A leitura do mercado é de que o anúncio de sexta-feira tenha sido tático. “Com as informações adicionais do final de semana, ficou a impressão de que o Flávio não levará sua candidatura até o fim e que o objetivo principal é uma negociação sobre a anistia”, diz Milena Landgraf, sócia da Jubarte Capital.

    A sinalização de que ele poderá não ser candidato abre espaço para a interpretação de que Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome favorito da Faria Lima para a disputa, segue como o rosto da direita para as eleições. O governador de São Paulo “é peça fundamental em 2026”, segundo Flávio Bolsonaro.

    O tombo dos ativos domésticos na sexta ocorreu pela percepção de que, com o apoio de Bolsonaro ao filho mais velho, uma eventual candidatura de Tarcísio perderia força e favoreceria uma reeleição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja política fiscal desagrada grande parte do mercado.

    Na visão de Alison Correia, co-fundador da Dom Investimentos, o movimento desta segunda foi “um retrato claro” sobre como as incógnitas sobre a possível candidatura de Flávio Bolsonaro continuam no ar.

    “O investidor hoje prefere não assumir risco desnecessário para não ser pego de surpresa e aguarda os desdobramentos dos acontecimentos de sexta relacionados ao candidato da direita para as eleições para depois assumir uma tomada de posição mais sólida. É um compasso de espera.”

    Já o de sexta-feira, na visão de Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, também teve fundamentos na valorização acumulada do real e da Bolsa brasileira nos últimos dias.

    “Essas altas consecutivas da Bolsa e do real criaram um ambiente um pouco mais sensível, no qual investidores vendem ativos com mais facilidade para evitar a volatilidade. É normal que, antes de conseguir digerir o noticiário político, o mercado entre em um fluxo vendedor mais forte.”

    Houve, ainda, um movimento tradicional de distribuição de dividendos no mês de dezembro que também pesa no dólar, segundo analistas. De acordo com Teles, ao longo de todo o mês há saída de dólares relacionada a essas distribuições. Isso pressiona a moeda porque parte dos recursos é enviada ao exterior.

    As incógnitas sobre o cenário eleitoral ofuscaram os dois principais eventos da agenda desta semana: as decisões de juros do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) e do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) na quarta-feira.

    Em relação à autoridade americana, as apostas estão concentradas em uma nova redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros americana nesta semana, com probabilidade de 89,6%. Os 10,4% restantes veem como mais provável uma manutenção do atual patamar de 3,75% e 4%.

    Aqui, a previsão é que os juros encerrem o ano parados em 15% e que o Copom (Comitê de Política Monetária) flexibilize o discurso, abrindo a porta para a queda da Selic em 2026. Enquanto a manutenção da taxa no atual patamar é a projeção unânime, as apostas para o início do ciclo de cortes de juros estão divididas entre janeiro e março do próximo ano.

    No mercado de câmbio, quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, melhor para o real, e o inverso também vale.

    Quando a taxa por lá cai -como ocorreu nas últimas reuniões do Fed- e a Selic permanece em patamares altos, investidores se valem da diferença de juros para apostar na estratégia de “carry trade”.

    Isto é: toma-se empréstimos a taxas baixas, como a americana, para investir em mercados de taxas altas, como o brasileiro. O aporte aqui implica na compra de reais, o que desvaloriza o dólar.

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  • Trump diz que cogita reduzir ou elevar tarifas sobre produtos específicos caso necessário

    Trump diz que cogita reduzir ou elevar tarifas sobre produtos específicos caso necessário

    Donald Trump afirmou que manterá tarifas como eixo de sua estratégia econômica, defendendo que medidas trazem montadoras e fábricas de semicondutores de volta aos EUA. Destacou avanços da inteligência artificial e prometeu mais empregos.

    O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que pretende manter a política de tarifas como instrumento central de sua estratégia econômica e industrial. Em entrevista ao Politico, o republicano disse que, ao ser questionado se descartaria reduzir tarifas em mais produtos, sua resposta é dúbia: “Em alguns. E, em alguns, eu vou aumentar tarifas”, defendendo que elas estariam trazendo de volta montadoras ao país, exemplificou.

    Trump citou ainda o retorno de fábricas de semicondutores aos EUA, afirmando que a IA “está chegando em níveis nunca vistos antes” e que o país terá “empregos como nunca se viu”. O republicano também reiterou que pretende continuar ajustando tarifas sempre que considerar necessário.

    Trump diz que cogita reduzir ou elevar tarifas sobre produtos específicos caso necessário

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  • INSS altera prazo do auxílio-doença sem perícia e muda outras regras

    INSS altera prazo do auxílio-doença sem perícia e muda outras regras

    A principal delas diz respeito ao prazo máximo de afastamento, que subiu de 30 para 60 dias, mas de forma excepcional e temporária. Essa nova norma valerá até abril. Depois, voltará a valer o que diz lei publicada em novembro, limitando o prazo a 30 dias quando o pedido de auxílio é feito pelo Meu INSS

    (FOLHAPRESS) – O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) publicou portarias alterando as regras de concessão do auxílio-doença concedido por meio do Atestmed, modelo no qual o benefício é liberado sem que o segurado passe por perícia médica presencial, apenas com a análise do atestado enviado pela internet.

    A principal delas diz respeito ao prazo máximo de afastamento, que subiu de 30 para 60 dias, mas de forma excepcional e temporária. Essa nova norma valerá até abril. Depois, voltará a valer o que diz lei publicada em novembro, limitando o prazo a 30 dias quando o pedido de auxílio é feito pelo Meu INSS.

    Os prazos para a concessão do benefício pelo Atestmed têm sofrido alterações nos últimos dois anos, como tentativa de conter a fila de benefícios da Previdência Social, incluindo as demandas por perícia médica.

    Até junho deste ano, o segurado conseguia um afastamento limitado a 180 dias (seis meses) ao pedir o auxílio-doença peloa Atestemed. Depois, o prazo caiu para 30 dias, com a publicação da medida provisória que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mas disputa interna no governo elevou o prazo para 120 dias. Ele voltou a cair com a lei 15.265 de forma definitiva.

    Criado na pandemia de Covid-19, o auxílio-doença automático -sem a necessidade de perícia médica presencial- foi ampliado em 2023 e 2024 pelo então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e pelo ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, como uma aposta para diminuir a fila de benefícios, mas se tornou um problema.

    Em outubro, a fila do INSS chegou a 2,9 milhões de segurados à espera de uma resposta do órgão. A fila da perícia tem 1,2 milhão de segurados aguardando atendimento médico, segundo a Previdência. Ao todo, se for somado os segurados que devem passar por exame médico por meio de revisão pericial, há 1,6 milhão. Além disso, os gastos públicos com benefícios deram um salto em 2025.

    Em nota, a Previdência Social, responsável pela perícia médica, afirma que medida provisória nº 1.303 definiu como 30 dias o prazo estabelecido para a duração do benefício concedido via Atestmed, mas autorizou o Ministério da Previdência Social a flexibilizar esse prazo temporariamente, se necessário, e que a portaria publidada mantém os prazos que já estavam em vigor.

    Sobre a fila, afirma que do total de 1,2 milhão de requerimentos, 525.323 pessoas aguardam atendimento até 45 dias e 373.762 aguardam até 90 dias. O tempo médio de espera é de 62 dias.

    QUAIS SÃO AS OUTRAS MUDANÇAS NO AUXÍLIO-DOENÇA?

    As portarias incluem ainda um documento informando que o limite original para a concessão por meio do Atestmed segue sendo de 30 dias, mas poderá ser prorrogado de forma excepcional sempre que necessário, desde que a medida seja justificada.

    Outra portaria determina que o INSS irá custear de forma integral exames complementares solicitados por peritos médicos nas fases de concessão, revisão ou restabelecimento de benefícios. A regra vai funcionar de duas formas, que inclui ressarcimento de segurados ou parceria com clínicas para atendimento.

    A última portaria diz respeito à prorrogação de prazo para teste iniciado pelo INSS em agosto para ampliação do atendimento digital. Dentre as medidas está a permissão para que segurados consigam ser atendidos para a realização de alguns serviços específicos sem precisar de agendamento prévio no aplicativo ou site Meu INSS ou na Central Telefônica 135.

    As publicações têm como objetivo dar mais agilidade à concessão do auxílio por incapacidade temporária sem que o segurado precise ficar na fila da perícia, mas receberam críticas da ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos).

    Para Francisco Eduardo Cardoso, vice-presidente da associação, o Atestmed não se equipara a uma perícia real e pressiona as contas públicas. “Isso não é perícia indireta, é pior. É análise meramente documental de pacientes aptos a comparecer presencialmente. Não se extrai do papel informações que só podem ser obtidas na perícia [presencial]”, afirma.

    Para ele, o governo estaria insistindo em um modelo que já apresentou falhas e diz ver impacto negativo no futuro. “Haverá queda temporária, depois uma explosão incontornável”, afirma. Ele diz que a a associação irá à Justiça e ao CFM (Conselho Federal de Medicina) para registrar que o alerta sobre a possibilidade de falhas.

    Especializada em Previdência, a advogada Adriane Bramante, conselheira da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil em SP) e do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), afirma que o Atestmed tem sido eficaz nos casos de afastamentos por questões mais simples, fazendo com que o segurado não precise ficar esperando tanto tempo na fila da perícia médica.

    “Ainda que haja o Atestmed, há muitos casos que precisam da perícia”, diz. Dentre os benefícios que necessitam do exame médico presencial estão a concessão da aposentadoria por incapacidade permanente e do BPC (Benefício de Prestação Continuada) da pessoa com deficiência. A aposentadoria especial também precisa de análise documental de perícias.

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  • Boeing conclui aquisição da Spirit e Airbus incorpora operações em 4 países

    Boeing conclui aquisição da Spirit e Airbus incorpora operações em 4 países

    Com a compra, a Boeing internaliza toda a produção da Spirit destinada aos seus programas, incluindo as fuselagens do 737 e estruturas principais dos modelos 767, 777 e 787, além das fuselagens usadas nas aeronaves militares P-8 e KC-46

    A Boeing e Airbus anunciaram nesta segunda-feira, 8, a conclusão de operações distintas envolvendo a Spirit AeroSystems. A empresa, uma das maiores fabricantes de estruturas aeronáuticas do mundo, foi adquirida integralmente pela Boeing, enquanto a Airbus comprou plantas e linhas de produção específicas. O movimento ocorre em meio a desafios enfrentados pela cadeia produtiva da aviação.

    Com a compra, a Boeing internaliza toda a produção da Spirit destinada aos seus programas, incluindo as fuselagens do 737 e estruturas principais dos modelos 767, 777 e 787, além das fuselagens usadas nas aeronaves militares P-8 e KC-46. A transação também leva para dentro da companhia seu maior fornecedor de peças de reposição, ampliando o portfólio global de serviços de manutenção, reparo e troca de componentes.

    Partes das operações em Belfast (Irlanda do Norte) também passam ao controle da Boeing, que as administrará como subsidiária independente sob a marca Short Brothers, a Boeing Company.

    Outras unidades nos Estados Unidos, como Wichita (Kansas), Dallas (Texas) e Tulsa (Oklahoma), serão integradas diretamente, assim como o Aerospace Innovation Center em Prestwick (Escócia), somando cerca de 15 mil funcionários ao quadro da fabricante americana.

    “Este é um momento crucial na história da Boeing e para seu sucesso futuro, à medida que começamos a integrar as operações comerciais e de pós-venda da Spirit AeroSystems e a estabelecer a Spirit Defense\”, afirmou o presidente e diretor executivo da Boeing, Kelly Ortberg.

    Airbus

    Já a Airbus passa a controlar seis operações da Spirit distribuídas por quatro países. Nos EUA, assume a planta de Kinston, dedicada a seções do A350. Na França, incorpora a unidade de Saint-Nazaire, também voltada à fuselagem do A350. Em Casablanca (Marrocos), fica com a fábrica que produz componentes do A321 e do A220.

    No Reino Unido, a empresa passa a operar as unidades de Belfast, responsável por asas e parte da fuselagem do A220, e de Prestwick, fabricante de componentes de asas do A320 e do A350. A Airbus também transferirá a produção dos pylons do A220 de Wichita (EUA) para Saint-Eloi, em Toulouse (França).

    Pelo acordo, a fabricante receberá uma compensação de US$ 439 milhões, “com os ajustes típicos do preço de compra e sujeita à revisão pós-fechamento de praxe”, segundo nota da companhia. Além disso, a Airbus receberá valores adicionais para liquidar passivos previstos nos contratos de compra.

    A divisão da Spirit entre as duas gigantes do setor aeroespacial atende a uma exigência da União Europeia (UE), para garantir a continuidade do fornecimento de peças à Airbus e a manutenção da competitividade nos mercados globais de estruturas aéreas.

    Boeing conclui aquisição da Spirit e Airbus incorpora operações em 4 países

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  • Previsão de economistas é a maior do ano para o PIB e a menor para a inflação

    Previsão de economistas é a maior do ano para o PIB e a menor para a inflação

    Houve um aumento de 0,09 ponto percentual em relação à perspectiva da semana passada, que estava em 2,16%, patamar em que se mantinha havia seis semanas. Até então, a maior previsão para o PIB foi de 2,23%, nos boletins divulgados entre 7 de julho e 4 de agosto.

    (FOLHAPRESS) – A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) de economistas ouvidos pelo Banco Central é a maior deste ano, enquanto a inflação atingiu seu menor patamar. Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (8), os analistas esperam um crescimento de 2,25%.

    Houve um aumento de 0,09 ponto percentual em relação à perspectiva da semana passada, que estava em 2,16%, patamar em que se mantinha havia seis semanas. Até então, a maior previsão para o PIB foi de 2,23%, nos boletins divulgados entre 7 de julho e 4 de agosto.

    O aumento ocorre após a divulgação do crescimento econômico de 0,1% no terceiro trimestre, de acordo com dados anunciados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última quinta-feira (4).

    O resultado indica uma relativa estabilidade da economia nacional, após elevação de 0,3% no segundo trimestre e de alta de 1,5% no primeiro. Um dos motivos é a alta nos juros para conter a inflação.

    A taxa de 0,1% ficou levemente abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,2%, de acordo com a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de -0,5% a 0,3%.

    Os analistas elevaram também as expectativas para o crescimento econômico nos próximos dois anos para 1,8% e 1,84% em 2026 e 2027, respectivamente.

    O boletim Focus também apontou nova redução na previsão da inflação, que caiu de 4,43% para 4,40%. Ela também é a menor neste ano, que já teve os economistas prevendo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) a 5,68%, em 10 de março.

    Os analistas ainda reduziram a perspectiva para 2026 (4,16%) e mantiveram os números de 2027 (3,8%) e 2028 (3,5%).

    A expectativa para a taxa de juros deste ano continua em 15%, mas foi elevada de 12% para 12,25% no próximo ano. Já o câmbio permaneceu em R$ 5,40 (2025), R$ 5,50 (2026, 2027 e 2028).

    Previsão de economistas é a maior do ano para o PIB e a menor para a inflação

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  • R$ 14,4 bilhões em fundos administrados pelo Master podem ser liquidados

    R$ 14,4 bilhões em fundos administrados pelo Master podem ser liquidados

    O patrimônio líquido dos 92 fundos soma R$ 14,4 bilhões, aponta levantamento do Comdinheiro (Nelogica) com base em dados disponibilizados pelos fundos em 31 de outubro deste ano, antes da liquidação do banco pelo Banco Central

    (FOLHAPRESS) – A liquidação do Banco Master pode atingir 92 fundos de investimento administrados pela Master Corretora, parte do banco de Daniel Vorcaro. Apesar de serem independentes à massa falida da instituição, eles podem vir a ser liquidados e ter o seu patrimônio líquido distribuído entre cotistas, de forma proporcional à participação de cada um deles no fundo.

    “É essencial destacar que o patrimônio de cada fundo é segregado e não se confunde com a situação patrimonial do banco”, afirmam Mariane Kondo e Fabio Braga, sócios das áreas de fundos e bancária, respectivamente, do Demarest Advogados.

    O patrimônio líquido dos 92 fundos soma R$ 14,4 bilhões, aponta levantamento do Comdinheiro (Nelogica) com base em dados disponibilizados pelos fundos em 31 de outubro deste ano, antes da liquidação do banco pelo Banco Central.

    A maioria (53) são Fidcs (fundos de investimento em direitos creditórios), seguidos de fundos multimercado (19).

    Segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), são obrigações do administrador contratar, em nome do fundo, com terceiros, os serviços de tesouraria, controle e processamento dos ativos, escrituração das cotas e auditoria independente. Caso o administrador seja uma instituição autorizada pelo BC, como era o Master, os serviços de tesouraria, controle e processamento podem ser executados diretamente pelo administrador.

    Atualmente, a administração desses fundos está sob a responsabilidade do liquidante do Master, Eduardo Félix Bianchini, servidor aposentado do BC e dono da EFB Regimes Especiais de Empresa -os fundos geridos pelo Master também estão sob o liquidante.

    “É importante ressaltar que a instituição liquidada perde imediatamente a capacidade de operar em nome do fundo ou de realizar qualquer movimentação com os ativos sob gestão. A prioridade [dos reguladores] é salvaguardar os interesses dos investidores e a estabilidade do mercado”, diz Fernando Kuyven, sócio do Modesto Carvalhosa, Kuyven e Ronco Advogados.

    De acordo com o Banco Central, a EFB está definindo novos administradores para os fundos do Master. Para isso, será necessário convocar assembleia geral de cotistas. Nesta reunião, também pode ser proposta a liquidação do fundo.

    Segundo Gustavo Rabello, sócio de mercado de capitais do SouzaOkawa, o administrador temporário deve apenas garantir a continuidade mínima e viabilizar a assembleia que definirá o futuro do fundo, sem assumi-lo, de imediato, de maneira definitiva.

    Do outro lado, gestoras cujos fundos estão sob administração do Master também já estão convocando assembleias de cotistas para eleger um novo administrador.

    É o caso do maior fundo administrado pelo Master, o Revolution, de renda fixa, com R$ 4,9 bilhões de patrimônio líquido. Procurada, a gestora responsável Acura Capital afirmou que está conduzindo os trâmites necessários para a substituição da administração.

    “Esclarecemos que a liquidação extrajudicial da Master Corretora não acarreta, automaticamente, a liquidação do fundo, uma vez que a legislação vigente prevê um rito específico para a transferência de administração, o qual está sendo rigorosamente seguido pela gestora”, afirma Fernando Luiz de Senna Figueiredo, diretor da Acura.

    Segundo Kuyven, a mudança na administração pode trazer ajustes no fundo, como nas taxas de administração e performance.

    Também é possível que o liquidante apresente um pedido fundamentado à CVM, para que a autarquia nomeie um administrador temporário.

    “Caso não haja comparecimento dos cotistas e tampouco indicação de administrador ou gestor substituto, o prestador de serviços envolvido pode optar por renunciar às suas funções. Nessa hipótese, se não houver outro prestador de serviços habilitado a assumir, o fundo deverá ser liquidado”, explica a CVM.

    Além disso, se nenhuma administradora aceitar tocar os fundos do Master, o liquidante, o gestor ou os cotistas podem votar pela liquidação do fundo.

    “O novo administrador eleito em assembleia, antes de assumir, deve contatar o liquidante para receber toda a documentação necessária e, inclusive, realizar as diligências que considerar adequadas para se certificar de que realmente pode assumir a administração. É possível, inclusive, que o administrador escolhido pela assembleia decida não aceitar a função após a realização dessas diligências”, afirma a CVM.

    Há ainda um outro caminho que pode levar à liquidação do fundo. Caso ele não tenha patrimônio suficiente para arcar com suas dívidas, os cotistas ou os credores podem requerer a sua insolvência. A CVM também pode requerer a insolvência se considerar que um eventual patrimônio líquido negativo do fundo representa um risco ao mercado, afirma Mariane Kondo, do Demarest.

    Outro possível entrave é a venda dos ativos desses fundos no mercado. Fidcs, que são a maioria dos fundos administrados pelo Master, são compostos por direitos creditórios, que não costumam ter muita liquidez, o que dificulta o pagamento aos cotistas em dinheiro.

    “Neste caso, os cotistas receberiam os direitos creditórios como uma forma de pagamento pelo resgate de suas cotas. Contudo, o operacional envolvido para o recebimento desses direitos creditórios nunca é tão simples”, diz Mariane.
    Especialistas ainda levantam a hipótese de o interventor não querer liquidar os fundos para assegurar a integridade das estruturas até o fim das investigações envolvendo o Master.

    R$ 14,4 bilhões em fundos administrados pelo Master podem ser liquidados

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  • Toffoli foi a Lima em jato privado com advogado do caso Master

    Toffoli foi a Lima em jato privado com advogado do caso Master

    A viagem ocorreu na sexta-feira (28) pela manhã, com retorno no domingo (30). A decisão da Libertadores, que resultou na vitória do Flamengo sobre o Palmeiras, aconteceu no sábado (29). O jatinho pertence ao empresário Luiz Osvaldo Pastore

    (FOLHAPRESS) – Torcedor do Palmeiras, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli viajou a Lima, no Peru, durante a final da Taça Libertadores, em um jato particular ao lado de um dos advogados envolvidos no caso Master, cujas investigações estão sob a supervisão do magistrado.

    A viagem ocorreu na sexta-feira (28) pela manhã, com retorno no domingo (30). A decisão da Libertadores, que resultou na vitória do Flamengo sobre o Palmeiras, aconteceu no sábado (29).

    O jatinho pertence ao empresário Luiz Osvaldo Pastore. A viagem foi revelada pela coluna Lauro Jardim, do jornal O Globo, e confirmada pela reportagem.

    Procurado por intermédio da assessoria de comunicação do STF, Dias Toffoli não se manifestou até a publicação desta reportagem. A reportagem não conseguiu contato com o dono da aeronave.

    Além de Toffoli, entre os mais de dez passageiros do voo estava o ex-secretário Nacional de Justiça Augusto Arruda Botelho, que atualmente advoga para um dos diretores do Master e é amigo do proprietário do jatinho. Botelho foi procurado pela reportagem, mas não houve resposta.

    O caso do Master no STF foi distribuído a Dias Toffoli na tarde de sexta (28), após o embarque do ministro para Lima. Já em 2 de dezembro, o ministro impôs sigilo elevado a um pedido apresentado pela defesa de Daniel Vorcaro, dono da instituição financeira.

    O pedido da defesa para que o caso fosse para o STF foi feito após um envelope com documentos de um negócio imobiliário relacionado ao deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) ter sido encontrado em uma busca e apreensão.

    Em nota, o parlamentar afirmou que participou da criação de um fundo destinado à construção de um empreendimento imobiliário em Trancoso, distrito de Porto Seguro (BA), mas a transação não avançou. À época, Vorcaro teria demonstrado interesse na aquisição de parte do projeto.

    As investigações relacionadas a Vorcaro foram vinculadas inicialmente à Justiça Federal do Distrito Federal. O empresário chegou a ser preso, mas a juíza Solange Salgado da Silva, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), determinou a soltura dele e impôs o uso de tornozeleira eletrônica.

    O Ministério Público Federal entrou com recurso contra a soltura do banqueiro e pediu que a prisão dele e de outros executivos seja restabelecida.

    Vorcaro havia sido preso no dia 17 no aeroporto de Guarulhos (SP), quando embarcava para Dubai.

    A juíza do TRF-1 afirmou que as suspeitas sobre Vorcaro são graves, mas apontou que o uso da tornozeleira e outras medidas cautelares são suficientes.

    Ao determinar a soltura, a magistrado disse que o banqueiro comprovou que havia comunicado previamente ao Banco Central que voaria para os Emirados Árabes Unidos, com o objetivo de se reunir com empresários interessados na compra do Master.

    Toffoli foi a Lima em jato privado com advogado do caso Master

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  • Correios planejam cortar até 15 mil em Programa de Demissão Voluntária

    Correios planejam cortar até 15 mil em Programa de Demissão Voluntária

    Correios planejam cortar cerca de 19% da força de trabalho. O PDV busca ter adesão de até 15 mil funcionários no universo dos 80 mil trabalhadores que a estatal emprega.

    SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Os Correios planejam reduzir em 15 mil o quadro de funcionários por meio de um PDV (Programa de Demissão Voluntária) até 2027, segundo documento interno da empresa citado pelo site do Estado de S.Paulo. Em 19 de novembro, a estatal aprovou reestruturação para viabilizar o equilíbrio financeiro, documento que citava ainda a necessidade de um aporte de até R$ 20 bilhões.

    Correios planejam cortar cerca de 19% da força de trabalho. O PDV busca ter adesão de até 15 mil funcionários no universo dos 80 mil trabalhadores que a estatal emprega.
    PDV faz parte do plano de reestruturação da estatal. De acordo com plano anunciado em outubro e detalhado em novembro, os Correios buscam um corte de gastos da ordem de R$ 1,5 bilhão após reportar prejuízo de R$ 2,6 bilhões no ano passado.

    Direção da estatal também planeja rever a estrutura organizacional.

    O objetivo é melhorar a governança da estatal e implementar um novo Plano de Cargos e Salários até dezembro de 2026. A estatal também pretende fazer a remodelagem dos custos com plano de saúde.

    Demissões estão no primeiro bloco de medidas de reestruturação. A empresa anunciou em outubro que iria mapear setores da empresa ou de territórios que estão com um desempenho insatisfatório. Empregados identificados nessas situações poderão aderir ao novo PDV, segundo os Correios.

    Programa de redução de ativos da empresa. Estatal tem ainda plano de vender imóveis ociosos, para ter entrada de capital e redução de gastos com manutenção desses espaços.

    Plano inclui ainda renegociação de contratos com os maiores fornecedores da empresa. Objetivo é buscar condições mais vantajosas, sem colocar em risco a segurança jurídica das operações, mas com objetivo de aprimorar contratos vigentes.

    Para viabilizar a liquidez no curto prazo, Correios ainda precisam concluir aporte de R$ 20 bilhões. Meta é fechar a operação com um consórcio de bancos até o fim de novembro, elemento considerado pelos Correios como “indispensável para a transição estrutural projetada para a empresa”. Entretanto, o Tesouro Nacional barrou o negócio porque a contratação apresentava taxa de juros acima do limite definido para operações com garantia da União.

    Correios tiveram prejuízo bilionário em 2024. No relatório de administração, a estatal afirma que “o cenário apresentado revela desempenho financeiro negativo, com prejuízo de R$ 2,6 bilhões”, diz trecho do documento de cinco páginas.

    Empresa acumula rombo de R$ 7,5 bilhões desde 2023. Entre os motivos apontados para a crise, estão a perda de competitividade, aumento de despesas, perdas judiciais e má gestão.

    Correios planejam cortar até 15 mil em Programa de Demissão Voluntária

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  • Hotéis de luxo como Copacabana Palace adotam escala 5×2

    Hotéis de luxo como Copacabana Palace adotam escala 5×2

    No Copacabana Palace, a nova escala está em implantação desde maio de 2025 para equipes de governança, alimentos e bebidas, cozinha e hospedagem. A mudança mantém a carga semanal, mas garante dois dias de descanso consecutivos. Apenas os funcionários de segurança permanecem no regime 12×36.

    GABRIELA CECCHIN
    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Hotéis de luxo do país começaram a adotar duas folgas semanais para seus funcionários, em movimento inédito no setor. O Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e o Palácio Tangará, em São Paulo, implementaram a escala 5×2 neste ano, com objetivos ligados ao bem-estar e à atração de profissionais, segundo as direções das empresas.

    No Copacabana Palace, a nova escala está em implantação desde maio de 2025 para equipes de governança, alimentos e bebidas, cozinha e hospedagem. A mudança mantém a carga semanal, mas garante dois dias de descanso consecutivos. Apenas os funcionários de segurança permanecem no regime 12×36.

    O Palácio Tangará adotou o 5×2 para todos os colaboradores em 1º de outubro. O hotel também reduziu a carga de trabalho de 44 para 42 horas semanais e contratou 27 novos funcionários. O investimento anual previsto para sustentar o pacote é de R$ 2 milhões.

    Segundo Guillaume Lemarchand, diretor de recursos humanos no Copacabana Palace, a implementação ocorreu por etapas. “Iniciamos com a implementação gradual, departamento a departamento, o que nos permitiu replanejar as escalas e os turnos antes de cada fase.”

    Ele afirma que o período de obras na área da piscina ajudou no processo, pois foi possível aproveitar o período de menor ocupação do hotel.

    Gerente-geral do Copacabana Palace, Ulisses Marreiros diz que o objetivo é fortalecer políticas de bem-estar. “A excelência que entregamos aos nossos hóspedes nasce do cuidado com as nossas equipes.”

    O hotel afirma que ainda não precisou fazer contratações adicionais, também por causa da operação reduzida durante as obras. Segundo a direção, reforços podem ocorrer quando a obra terminar, o que está previsto para setembro de 2026.

    O Copacabana Palace também destaca que a mudança se integra a programas de desenvolvimento oferecidos pela controladora Belmond, da LVMH, como cursos online, treinamentos de gestão e qualificações em parceria com a Harvard Business School, além de iniciativas internas de inclusão e de reconhecimento profissional.

    No caso do Palácio Tangará, a decisão foi aprovada após assembleia realizada em 20 de agosto, com presença da direção, advogados e representantes sindicais. O hotel afirma que 89% dos colaboradores votaram a favor do novo sistema.

    “Nenhum outro hotel de luxo em São Paulo oferece a escala 5×2 a 100% de seus colaboradores”, diz Celso Valle, diretor-geral do Tangará.

    A mudança também integra um conjunto de benefícios, incluindo auxílio-creche por seis meses após o retorno da licença-maternidade.

    O hotel disse que o processo exigiu quase um ano de estudos, com dez meses de negociação, aprovação no orçamento, advogados, reuniões com colaboradores e negociação com sindicato.

    Segundo a consultora de recursos humanos Lucila Quintino, que trabalha com redes hoteleiras, empreendimentos que mantêm jornadas de seis dias com um dia de folga têm enfrentado dificuldade para atrair profissionais. “Hoje todo profissional busca equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal.”

    “Essa tendência é um caminho sem volta. A gente vê a minoria dos hotéis e dos restaurantes trabalhando com duas folgas semanais, mas esse é um caminho que todo mundo vai ter que percorrer”, afirma.

    Para ela, a adoção por marcas de alto padrão tem impacto no mercado. “Como o nosso mercado de luxo é muito pequeno no Brasil, se o restante do luxo não fizer isso, não vai mais conseguir atrair profissionais.”

    A ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo) divulgará, em 15 de dezembro, resultados de um levantamento sobre escalas de trabalho adotadas no estado e sobre a implementação de check-in digital.

    Hotéis de luxo como Copacabana Palace adotam escala 5×2

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  • Pix bate recorde e supera 313 milhões de transações em um dia

    Pix bate recorde e supera 313 milhões de transações em um dia

    Somente no último dia 5, foram feitas 313,3 milhões de transferências via Pix para usuários finais. Segundo o BC, a movimentação também bateu recorde em volume de dinheiro, com R$ 179,9 bilhões em um único dia.

    Sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), o Pix bateu novo recorde na última sexta-feira (5). Pela primeira vez, a modalidade superou a marca de 300 milhões de transações em 24 horas.

    Somente no último dia 5, foram feitas 313,3 milhões de transferências via Pix para usuários finais. Segundo o BC, a movimentação também bateu recorde em volume de dinheiro, com R$ 179,9 bilhões em um único dia.

    “O resultado é mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura digital pública, para o funcionamento da economia nacional”, informou o BC em comunicado.

     

    O recorde diário anterior tinha sido registrado em 28 de novembro, dia Black Friday e data limite do pagamento da primeira parcela do décimo terceiro, com 297,4 milhões de transações num único dia.

    Criado em novembro de 2020, o Pix acumulou, no fim de novembro, 178,9 milhões de usuários, conforme as estatísticas mensais mais recentes. Desse total, 162,3 milhões eram pessoas físicas; e 16,6 milhões, pessoas jurídicas. Em outubro, segundo os dados consolidados mais recentes, o sistema alcançou a marca de R$ 3,32 trilhões movimentados.

    Pix bate recorde e supera 313 milhões de transações em um dia

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