Categoria: ECONOMIA

  • Trump avalia entrar com ação contra presidente do Fed por gastos com reforma

    Trump avalia entrar com ação contra presidente do Fed por gastos com reforma

    O mandatário dos EUA já chamou Powell de “idiota” e “burro”, afirmou que ele era o responsável pela economia não subir da forma como a população pretendia e também era o culpado pelo déficit enfrentado pelo país

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, postou nesta terça-feira (12) que avalia permitir “uma grande ação judicial” contra o presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, por causa da reforma do prédio do banco central.

    “Estou considerando permitir que uma grande ação judicial contra Powell avance por causa do trabalho horrível e grosseiramente incompetente que ele fez ao gerenciar a obra dos prédios do Fed”, afirmou Trump em post publicado na sua rede social Truth Social.

    Horas depois, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou que Trump estuda entrar com o processo contra Powell. Um porta-voz do Fed não fez comentários ao ser procurado pela agência de notícias Reuters.

    Autoridades da Casa Branca disseram que estão investigando a reforma de dois prédios históricos pelo Fed, sugerindo que a supervisão deficiente e uma possível fraude aumentaram o custo desnecessariamente e que o projeto é inadequadamente ostensivo.

    No fim de julho, Trump visitou a sede do Fed e questionou Powell sobre os custos da reforma do prédio, previstos em US$ 2,5 bilhões.

    O BC dos EUA diz que as despesas extras se devem principalmente ao aumento dos custos de mão de obra e materiais, bem como a desafios inesperados, incluindo a remoção de amianto.

    Um parecer da Suprema Corte emitido em maio em um caso não relacionado sobre funcionários de outros órgãos governamentais independentes apoia a ideia de que o Fed é único e que a lei não permite que o presidente remova um presidente do Fed devido a diferenças sobre a direção da política monetária.

    Na visita de Trump à sede do Fed, ele e Powell divergiram sobre os custos do projeto. Dirigindo-se a Powell, Trump retirou um documento de seu paletó que dizia que os gastos haviam superado os US$ 3,1 bilhões (R$ 17 bilhões).

    “Estamos dando uma olhada, e parece que são cerca de US$ 3,1 bilhões, aumentou um pouco ou muito. Os US$ 2,7 bilhões agora são US$ 3,1 bilhões”, disse Trump enquanto Powell balançava a cabeça negativamente.

    O presidente então ofereceu a Powell um documento que segundo ele continha detalhes sobre a nova estimativa, mas o chefe do Fed disse a Trump que a revisão incluía um edifício que já havia sido concluído.

    “Você está incluindo a renovação do [edifício] Martin. Esse é todo o nosso capital. Você acabou de adicionar um terceiro edifício, é isso que é. Isso é um terceiro edifício”, rebateu Powell. “Ele foi construído cinco anos atrás.”

    Trump então mudou de assunto e disse que o governo “vai dar uma olhada”.

    “Vamos ver o que está acontecendo. E ainda tem um longo caminho. Você espera mais [gastos] adicionais?”, perguntou.

    “Não esperamos. Estamos preparados para eles. Temos uma pequena reserva que podemos usar. Mas não, não temos. Esperamos terminar em 2027. Estamos bem avançados, como pode ver”, disse Powell.

    Desde que foi empossado em 20 de janeiro, o republicano subiu o tom das críticas e passou a atacar diretamente Powell, que foi nomeado pelo próprio republicano em sua primeira gestão em 2018.

    O mandatário dos EUA já chamou Powell de “idiota” e “burro”, afirmou que ele era o responsável pela economia não subir da forma como a população pretendia e também era o culpado pelo déficit enfrentado pelo país.

    Trump cogitou nomear a si próprio para o cargo e afirmou que deve substituir Powell até abril de 2026, um mês antes do término do mandato do presidente do Fed. Ao mesmo tempo, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o processo para substituição de Powell foi aberto.

    Trump avalia entrar com ação contra presidente do Fed por gastos com reforma

  • Dólar despenca após dados de inflação no Brasil e nos EUA; Bolsa dispara

    Dólar despenca após dados de inflação no Brasil e nos EUA; Bolsa dispara

    A moeda americana chegou a cair a 0,94%, a R$ 5,391, a caminho de fechar no menor nível desde junho de 2024

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar apresenta uma firme queda nesta terça-feira (12), com os investidores repercutindo dados da inflação brasileira e norte-americana. Às 15h55, a moeda americana caía 0,94%, a R$ 5,391, a caminho de fechar no menor nível desde junho de 2024.

    A queda do dólar no Brasil segue o exterior. O índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de outras seis divisas fortes, caía 0,40%, a 98.111 pontos.

    No mesmo horário, a Bolsa disparava 1,82%, a 138.093 pontos. O desempenho do Ibovespa acompanha uma alta de mais de 10% das ações da Sabesp, que divulgou na última segunda (11) um lucro líquido de R$ 2,13 bilhões no segundo trimestre deste ano.

    O BTG Pactual também teve uma forte disparada na Bolsa, de mais de 12%, após um lucro de R$ 4 bi ser registrado pelo banco.

    O mercado do dia repercute os dados das inflações dos Estados Unidos e do Brasil. Na manhã desta terça, o Escritório de Estatísticas Trabalhistas do Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor subiu 0,2% em julho, depois de ter registrado aumento de 0,3% em junho.

    Em 12 meses, o índice de inflação chegou a 2,7%, mesmo patamar de junho e ligeiramente abaixo da alta de 2,8% esperada na pesquisa da Reuters.
    No chamada núcleo do índice, quando se exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços ao consumidor aumentaram 0,3%, maior avanço desde janeiro. Na base anual, cresceu 3,1% em julho, frente a 2,9% em junho.

    O resultado consolida as expectativas de que, após dados de emprego fracos para julho, as autoridades do Fed (banco central dos EUA) poderão retomar os cortes de juros em seu próximo encontro, em setembro.

    Operadores projetam quase 90% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa em setembro, de acordo com dados da LSEG.

    Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a aposta de corte de juros pelo Fed enfraquece o dólar globalmente. “A perspectiva de taxas mais altas aqui e as apostas de cortes nos Estados Unidos reforçam o diferencial de juros brasileiro”, diz.

    Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,26% em julho. É a menor taxa para julho desde 2023 (0,12%).

    O novo resultado ficou abaixo do piso das projeções do mercado financeiro. A mediana das expectativas era de 0,36%, com intervalo de 0,30% a 0,39%.

    Com o novo resultado, o IPCA desacelerou a 5,23% nos 12 meses até julho. A taxa era de 5,35% até junho, quando o índice confirmou o primeiro estouro da meta contínua de inflação desde que o modelo entrou em vigor no país, em janeiro.

    Para Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, apesar do resultado melhor do que o esperado, a inflação brasileira continua longe da meta do Banco Central, o que reforça juros mais altos. “As projeções de cortes de juros pelo BC continuam sendo para o fim do ano, e a nossa taxa de juros deve continuar elevada”, afirma.

    No cenário doméstico, os investidores também continuam atentos ao plano de contingência ao tarifaço de Trump sobre as importações brasileiras e as negociações tarifárias entre os países.

    A expectativa é que o governo Lula anuncie o plano de ajuda para empresas afetadas pelo tarifaço nesta terça-feira, como antecipado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

    Segundo apuração da Folha de S.Paulo, o Executivo avalia cobrar das empresas que tomarem crédito a manutenção do emprego dos colaboradores. Ou seja, o empresário que tiver acesso a empréstimos a juros mais baratos não poderá demitir.

    O pacote também deve conter o chamado diferimento de impostos federais, como é chamada a postergação do pagamento de tributos, para dar alívio de caixa nesse momento inicial de maior dificuldade após a entrada em vigor do tarifaço. A proposta é que o adiamento seja de no máximo de 90 dias para que o seu impacto seja concentrado neste ano. As tarifas entraram em vigor na quarta-feira (6).

    O governo também aposta na via diplomática para tentar chegar a um acordo com os Estados Unidos, embora as iniciativas brasileiras não tenham tido sucesso até agora.

    Na última segunda-feira (11), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse que a reunião que ele teria nesta quarta (13) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, para discutir a sobretaxa de 50% imposta ao Brasil foi cancelada.

    O Departamento do Tesouro dos EUA chegou a enviar ao Ministério da Fazenda brasileiro um link do aplicativo Zoom para a conversa, mas voltou atrás.

    Em entrevista à GloboNews, o ministro atribuiu o cancelamento à atuação de forças de extrema direita que mantêm interlocução com a Casa Branca e citou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA.

    Em nota conjunta com o ex-comentarista da Jovem Pan Paulo Figueiredo, Eduardo negou a interferência.

    Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo tem liderado uma campanha de lobby em Washington por mais medidas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), que tem julgado seu pai no âmbito da trama golpista de 2022.

    Eduardo se reuniu com autoridades do governo Trump e previu corretamente no início deste ano que Washington imporia amplas sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

    À luz da prisão domiciliar do ex-presidente, aliado político de Donald Trump, é possível que os Estados Unidos imponham novas sanções ao Brasil. “Sei que [Trump] tem uma série de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras, até uma nova onda de retiradas de vistos, até questões tarifárias”, disse Eduardo ao Financial Times em uma entrevista por vídeo.

    Enquanto as negociações entre Brasil e EUA não avançam, o governo Lula busca estabelecer outras pontes na frente comercial.

    Na segunda, Lula conversou por cerca de uma hora com o líder da China, Xi Jinping. A conversa foi um pedido do brasileiro.

    Segundo comunicado do Planalto, os líderes conversaram sobre a conjuntura internacional e os recentes esforços pela paz entre Rússia e Ucrânia e concordaram sobre o papel do G20 e do Brics (bloco formado atualmente por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã) na defesa do multilateralismo.

    Xi Jinping teria dito ao presidente Lula que “a China está pronta para trabalhar com o Brasil para estabelecer um exemplo de unidade e autossuficiência entre os principais países do Sul Global”, de acordo com relatos chineses da conversa.

    Na ponta internacional, a China e os Estados Unidos firmaram um novo acordo que prorroga por mais 90 dias a pausa tarifária entre os países, informaram autoridades na noite da última segunda.

    Uma trégua tarifária entre Pequim e Washington estava programada para expirar nesta terça, mas o governo Trump já havia dado a entender que o prazo poderia ser prorrogado.

    Com isso, os produtos chineses seguem com tarifa de 30% para entrar nos EUA, enquanto os produtos norte-americanos terão cobrança de 10% ao serem importados para a China.

    Dólar despenca após dados de inflação no Brasil e nos EUA; Bolsa dispara

  • Lula sanciona isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos

    Lula sanciona isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos

    A proposta foi aprovada em junho pela Câmara dos Deputados e na na última quinta-feira (7) pelo Senado

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 15.191, que isenta do pagamento do Imposto de Renda (IR) os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, o que equivale a R$ 3.036. A isenção vai valer a partir de maio do mês-calendário 2025.  

    A proposta foi aprovada em junho pela Câmara dos Deputados e na na última quinta-feira (7) pelo Senado. 

    O PL 2.692/2025 foi apresentado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e substituiu a medida provisória 1.294/2025, editada pelo governo federal. O relator da matéria foi o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA).  

    Isenção até R$ 5 milA proposta de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil está em tramitação na Câmara dos Deputados, aguardando votação no plenário. Já aprovado em Comissão Especial, o texto prevê ainda uma redução do IR para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350.

    Se for aprovada na Câmara dos Deputados, a matéria seguirá para análise no Senado.

     

    Lula sanciona isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos

  • Aprovação da isenção do Imposto de Renda pode ficar para dezembro, afirma Lira

    Aprovação da isenção do Imposto de Renda pode ficar para dezembro, afirma Lira

    Relator condicionou decisão ao presidente da Câmara, ressaltando que pode haver mudanças na compensação para desonerar rendas de até R$ 5 mil

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O deputado Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto de lei de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física), o PL 1087/2025, afirmou nesta terça-feira (12) que a proposta pode ser aprovada pela Câmara em dezembro. “Dependendo das variações e sugestões de proposta, esse texto pode ficar com mais urgência ou menos urgência, com prazo de setembro ou ou prazo de dezembro”, sinalizou.

    Ele condicionou a mudança a uma decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). “Uma coisa é uma comissão [aprovar o texto], outra é no plenário. Tenho dito isso a todos os líderes ao presidente, a quem cabe fazer a pauta e colocar [para votar]”.

    Segundo ele, a extensão do prazo depende da retomada do rito de votação no plenário da Câmara após a ocupação da Mesa Diretora por parlamentares bolsonaristas na semana passada e possíveis encaminhamentos para a compensação da isenção de IRPF.

    “O principal problema é a forma de compensação”, disse, indicando que pode haver mudanças no texto aprovado na comissão especial”, disse. “A gente tem que ter um binômio entre texto e voto”, observou.

    Lira participou de almoço com deputados da FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo) e pediu apoio deles para aprovar um texto “mais retilíneo”. “Temos diferentes visões a respeito do mérito do projeto, que vamos procurar buscar com apoio dos deputados, a frentes e todos os deputados, e que a gente possa chegar a um texto mais justo, mais retilíneo”, disse.

    Aprovação da isenção do Imposto de Renda pode ficar para dezembro, afirma Lira

  • Opep reafirma previsão para avanço da demanda global por petróleo em 2025

    Opep reafirma previsão para avanço da demanda global por petróleo em 2025

    Para 2026, a organização elevou sua projeção para a alta na demanda em 100 mil bpd, a 1,4 milhão de bpd, o que traria o consumo total para 106,52 milhões de bpd

    A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reafirmou sua previsão para o crescimento da demanda global pela commodity este ano, em 1,3 milhão de barris por dia (bpd). Se confirmada a projeção, o consumo global somaria 105,14 milhões de bpd em 2025, segundo relatório mensal divulgado nesta terça-feira, 11.

    Para 2026, a organização elevou sua projeção para a alta na demanda em 100 mil bpd, a 1,4 milhão de bpd, o que traria o consumo total para 106,52 milhões de bpd.

    Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve registrar aumentos de 100 mil bpd neste ano e de 200 mil bpd no próximo, projeta a Opep. Fora da OCDE, a expectativa é de acréscimos de 1,2 milhão de bpd tanto em 2025 quanto em 2026.

    Fora da Opep+

    A Opep manteve a previsão para o aumento da oferta da commodity entre os países fora da Opep+ em 2025, em 800 mil barris por dia (bpd), segundo o relatório mensal publicado nesta terça. De acordo com o cartel, as maiores contribuições deverão vir dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.

    Para 2026, a Opep+ reduziu sua projeção de alta na oferta do petróleo fora do grupo em 100 mil bpd, a 600 mil bpd.

    Como resultado, a organização espera que a produção total fora da Opep+ some 54,01 milhões de bpd este ano e 54,64 milhões de bpd em 2026.

    Ainda no relatório, a Opep informa que a produção da Opep+ teve aumento de 335 mil bpd em julho ante junho, para uma média de 41,94 milhões de bpd, de acordo com fontes secundárias.

    A Opep+ engloba a Rússia e outros produtores de petróleo que não integram a Opep.

    Opep reafirma previsão para avanço da demanda global por petróleo em 2025

  • Inflação fica em 0,26% em julho e vem abaixo das projeções

    Inflação fica em 0,26% em julho e vem abaixo das projeções

    O novo resultado surpreendeu o mercado financeiro ao ficar abaixo do piso das projeções. A mediana das expectativas era de 0,36%, com intervalo de 0,30% a 0,39%

    (FOLHAPRESS) – A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,26% em julho, o que significa uma leve aceleração ante a taxa de 0,24% em junho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    O novo resultado surpreendeu o mercado financeiro ao ficar abaixo do piso das projeções. A mediana das expectativas era de 0,36%, com intervalo de 0,30% a 0,39%.

    Com o novo resultado, o IPCA desacelerou a 5,23% nos 12 meses até julho. A taxa era de 5,35% até junho, quando o índice confirmou o primeiro estouro da meta contínua de inflação desde que o modelo entrou em vigor no país, em janeiro.

    Nesse sistema, perseguido pelo BC (Banco Central), o alvo é desobedecido quando o IPCA acumulado permanece por seis meses consecutivos de divulgação fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). O centro é de 3%.

    O QUE VEM PELA FRENTE?

    Em um cenário de trégua do dólar e alívio de preços agropecuários, economistas vêm reduzindo as projeções para a inflação deste ano.

    A mediana das estimativas do mercado financeiro caiu a 5,05% para o IPCA de 2025, conforme o boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda (11). A expectativa recuou pela 11ª semana consecutiva, mas ainda segue distante do teto de 4,5%.

    Economistas afirmam que o tarifaço de Donald Trump pode causar reflexos no IPCA.

    Exportações brasileiras de produtos como café, carnes, pescados, frutas e calçados não escaparam da sobretaxa do governo dos Estados Unidos, em vigor desde quarta (6).

    Em um primeiro momento, o tarifaço pode direcionar um volume maior de produtos para o mercado interno, aliviando preços no Brasil.

    Há, contudo, temor de que a guerra comercial se intensifique, elevando incertezas e pressionando a cotação do dólar.

    Uma eventual valorização da moeda americana seria um risco para o IPCA mais à frente, já que o câmbio impacta os custos de empresas.

    Inflação fica em 0,26% em julho e vem abaixo das projeções

  • Dólar abre em baixa com tarifas dos EUA e inflação em foco

    Dólar abre em baixa com tarifas dos EUA e inflação em foco

    Às 9h40, a moeda americana caía 0,56%, a R$ 5,411. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,26% em julho, abaixo das projeções de analistas

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar tinha baixa nas primeiras negociações desta terça-feira (12), conforme os investidores seguem à espera do plano de contingência do governo para empresas afetadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos, com dados da inflação brasileira e norte-americana também no radar.

    Às 9h40, a moeda americana caía 0,56%, a R$ 5,411. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,26% em julho, abaixo das projeções de analistas.

    Na segunda (11), a moeda americana fechou em alta de 0,13%, cotado a R$ 5,443, e a Bolsa caiu 0,21%, a 135.623 pontos.

    O mercado do dia também seguiu monitorando o plano de contingência do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para empresas afetadas pelas sobretaxas de 50% impostas pelos Estados Unidos.

    A expectativa é que o governo Lula anuncie o plano de ajuda para empresas afetadas pelo tarifaço até terça-feira, como antecipado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

    Segundo apuração da Folha, o Executivo avalia cobrar das empresas que tomarem crédito a manutenção do emprego dos colaboradores. Ou seja, o empresário que tiver acesso a empréstimos a juros mais baratos não poderá demitir.

    O pacote também deve conter o chamado diferimento de impostos federais, como é chamada a postergação do pagamento de tributos, para dar alívio de caixa nesse momento inicial de maior dificuldade após a entrada em vigor do tarifaço. A proposta é que o adiamento seja de no máximo de 90 dias para que o seu impacto seja concentrado neste ano. As tarifas entraram em vigor na quarta-feira (6).

    As medidas da primeira fase do plano serão levadas a Lula em reunião nesta segunda com Alckmin e Haddad, responsáveis pela coordenação dessas medidas. A proposta que será entregue prevê as mesmas taxas de juros para todas as empresas. As notas técnicas que embasam as ações já estão prontas.

    Já as linhas de crédito estarão ligadas ao FGO (Fundo de Garantia de Operações), operado pelo Banco do Brasil, e o FGE (Fundo de Garantia à Exportação), administrado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Essas linhas serão disponibilizadas para bancos públicos e privados.

    Além do plano de contingência, o governo também aposta na via diplomática para tentar chegar a um acordo com os Estados Unidos, embora as iniciativas brasileiras não tenham tido sucesso até agora.

    O Brasil não pretende anunciar tarifas recíprocas, afirmou Lula em entrevista na semana passada, e não vai desistir das negociações comerciais, mesmo que não haja, no momento, interlocução.

    Haddad teria uma conversa com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na quarta-feira, mas o encontro foi cancelado, segundo disse o ministro em entrevista à GloboNews à tarde.

    Ele afirmou que o cancelamento foi informado por email e que não há nova data para a reunião. Segundo ele, o revés é resultado da articulação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.

    “De novo, a militância antidiplomática dessas forças de extrema-direita, que atuam junto à Casa Branca, tomaram conhecimento da minha fala, porque eu dei a público que eu ia me reunir com o Bessent na quarta-feira, e agiram junto a alguns assessores do presidente Trump, e a reunião com ele, que seria virtual na quarta-feira, foi desmarcada”, disse Haddad.

    “Recebemos essa informação um ou dois dias depois do anúncio que eu fiz. Em que o Eduardo, publicamente, deu uma entrevista [dizendo] que ia procurar inibir esse tipo de contato entre os dois governos, porque o que estava em causa não era questão comercial. [Ele] Deixou claro isso em uma entrevista pública”, acrescentou.

    Já o deputado minimizou as falas do ministro em nota divulgada logo após a entrevista, dizendo que não tem controle sobre a agenda de Bessent e que o secretário apenas cumpre as diretrizes determinadas pelo presidente Donald Trump.

    “Haddad prefere culpar terceiros pela própria incompetência, enquanto Lula só fala besteira por aí e inflama a crise diplomática. Há quase duas semanas, o presidente Donald Trump declarou emergência econômica nos EUA, apresentando de forma clara as razões. Até que o Brasil enfrente esses pontos, qualquer reunião será mera encenação -e, portanto, inútil”, afirmou.

    Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo tem liderado uma campanha de lobby em Washington por mais medidas contra o STF (Supremo Tribunal Federal), que tem julgado seu pai no âmbito da trama golpista de 2022.
    Eduardo se reuniu com autoridades do governo Trump e previu corretamente no início deste ano que Washington imporia amplas sanções ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

    À luz da prisão domiciliar do ex-presidente, aliado político de Donald Trump, é possível que os Estados Unidos imponham novas sanções ao Brasil. “Sei que [Trump] tem uma série de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras, até uma nova onda de retiradas de vistos, até questões tarifárias”, disse Eduardo ao Financial Times em uma entrevista por vídeo.

    Por outro lado, há um alento no tarifaço para Gabriel Galípolo, presidente do BC (Banco Central): antes vista como desvantagem, a baixa dependência comercial do Brasil em relação aos EUA passou a ser considerada uma proteção após as sobretaxas.

    Segundo afirmou ele em evento na segunda, economistas têm entendido de que pode haver um aumento de oferta no mercado brasileiro com a tarifa dos EUA, o que tenderia a reduzir preços temporariamente.

    Da outra ponta, Trump assinou um decreto que prorroga por mais 90 dias a pausa nas altas tarifas impostas pelos EUA às importações chinesas, informou uma autoridade da Casa Branca.

    Uma trégua tarifária entre Pequim e Washington estava programada para expirar em 12 de agosto, mas o governo Trump deu a entender que o prazo poderia ser prorrogado.

    Dólar abre em baixa com tarifas dos EUA e inflação em foco

  • Ipsos/Ipec: 75% dos brasileiros veem 'tarifaço' como decisão de natureza política

    Ipsos/Ipec: 75% dos brasileiros veem 'tarifaço' como decisão de natureza política

    A percepção de que a decisão de Trump tem motivação política é majoritária em todos os segmentos demográficos, mas se destaca especialmente entre os entrevistados de 45 a 59 anos (80%) e entre os moradores das Regiões Nordeste e Sudeste (77% em cada)

    Um levantamento feito pela Ipsos-Ipec mostra que 75% dos brasileiros veem o \”tarifaço\” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil como uma decisão de natureza eminentemente política. Segundo a pesquisa, somente 12% dos entrevistados acreditam que a medida se baseia em uma questão puramente comercial, enquanto 5% dizem tratar tanto de questões comerciais quanto políticas. Outros 8% optaram por não responder ao questionamento.

    A percepção de que a decisão de Trump tem motivação política é majoritária em todos os segmentos demográficos, mas se destaca especialmente entre os entrevistados de 45 a 59 anos (80%) e entre os moradores das Regiões Nordeste e Sudeste (77% em cada). Esses índices superam os observados nas demais regiões: Norte/Centro-Oeste (71%) e Sul (72%).

    A crença de motivação política também é mais acentuada entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno de 2022 e entre aqueles que votaram em branco ou anularam o voto (79% em cada um dos grupos). Já entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, esse índice cai para 73%.

    Reação

    A pesquisa revela que o Brasil está dividido sobre como reagir às tarifas impostas pelos Estados Unidos, com posições fortemente influenciadas pelo voto no segundo turno de 2022. Em relação à proposta de reavaliar a parceria comercial e se distanciar dos EUA, 47% discordam, sendo 30% totalmente e 17% em parte, enquanto 46% concordam, 28% totalmente e 18% em parte. A polarização política é evidente: 61% dos eleitores de Lula defendem o distanciamento, contra 65% dos eleitores de Bolsonaro que se opõem.

    A ideia de retaliar “na mesma moeda”, aplicando tarifas igualmente altas sobre produtos americanos, também divide: 49% concordam (33% totalmente e 16% em parte) e 43% discordam (13% totalmente e 30% em parte). Neste cenário, 61% dos eleitores de Lula apoiam a retaliação, enquanto 56% dos eleitores de Bolsonaro são contrários.

    O ponto de maior consenso é a busca por novos parceiros comerciais. Para 68% dos entrevistados, o País deveria priorizar acordos com nações como China e União Europeia, sendo 45% totalmente e 23% em parte. O apoio é mais alto entre eleitores de Lula (75%), mas também é majoritário entre os de Bolsonaro (59%).

    Há também preocupação de que o embate com os Estados Unidos possa isolar o Brasil internacionalmente: seis em cada dez concordam com essa afirmação, sendo que essa preocupação é mais forte entre eleitores de Bolsonaro (70%) do que entre os de Lula (53%).

    Consumo

    No campo do consumo, caso o tarifaço prejudique a economia, a principal reação declarada pelos brasileiros seria priorizar produtos nacionais (39%). Já 22% afirmam que deixariam de comprar produtos americanos. Outras reações citadas incluem apoiar políticos que defendam o distanciamento dos EUA e acordos com outros países (9%), cancelar ou adiar viagens para os Estados Unidos (5%) e manifestar críticas à medida adotada por Donald Trump em redes sociais ou espaços públicos (3%). Do total, 10% dizem que não tomariam nenhuma medida e 13% preferiram não responder.

    Imagem dos EUA

    Segundo a pesquisa, antes da imposição das tarifas, a imagem dos Estados Unidos era predominantemente positiva: 48% a avaliavam como ótima ou boa. Outros 28% a consideravam regular, enquanto 15% tinham uma visão ruim ou péssima. Já 8% não souberam ou preferiram não responder.

    Após o anúncio das tarifas mais altas sobre produtos brasileiros, a percepção piorou de forma significativa: 38% da população dizem que sua imagem dos Estados Unidos mudou para pior. Para 51%, ela permaneceu igual, e apenas 6% afirmam ter melhorado sua visão sobre o país.

    O impacto negativo foi mais intenso entre os eleitores de Lula, dos quais 52% passaram a ter uma imagem pior dos EUA. Entre os eleitores de Bolsonaro, esse índice cai para 26%, enquanto 60% afirmam que a percepção permaneceu a mesma. A piora também é mais acentuada entre católicos (42%) do que entre evangélicos (32%).

    O levantamento foi realizado entre 1º e 5 de agosto de 2025, com 2.000 brasileiros de 16 anos ou mais, e tem margem de erro de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos.

    Ipsos/Ipec: 75% dos brasileiros veem 'tarifaço' como decisão de natureza política

  • Em telefonema, Lula e Xi discutem 'parceria estratégica bilateral' entre o Brasil e a China

    Em telefonema, Lula e Xi discutem 'parceria estratégica bilateral' entre o Brasil e a China

    Lula e Xi falaram sobre “a parceria estratégica bilateral” entre o Brasil e a China e “saudaram os avanços já alcançados no âmbito das sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento dos dois países”

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente da China, Xi Jinping, na noite desta segunda-feira, 11, informou a Secretaria de Comunicação Social (Secom), em nota. A ligação durou cerca de uma hora.

    Lula e Xi falaram sobre “a parceria estratégica bilateral” entre o Brasil e a China e “saudaram os avanços já alcançados no âmbito das sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento dos dois países”.

    Os dois líderes também se comprometeram “a ampliar o escopo da cooperação para setores como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites”, segundo a nota da Secom. “Ambos os presidentes também destacaram sua disposição em continuar identificando novas oportunidades de negócios entre as duas economias.”

    “A atual conjuntura internacional e os esforços recentes pela paz entre Rússia e Ucrânia” também foram discutidos, de acordo com o comunicado.

    O líder chinês ainda informou que enviará “uma delegação de alto nível” à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro. Xi disse que “vai trabalhar com o Brasil para o êxito da conferência”, segundo a Secom.

    Em telefonema, Lula e Xi discutem 'parceria estratégica bilateral' entre o Brasil e a China

  • Haddad diz que bolsonaristas agiram para EUA cancelar reunião com Brasil

    Haddad diz que bolsonaristas agiram para EUA cancelar reunião com Brasil

    O ministro da Fazenda revelou que o governo brasileiro tinha reunião marcada com o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Beesent, para esta quarta-feira (13), mas foi cancelada

    Na tarde desta segunda-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o governo brasileiro tinha articulado uma reunião com Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Beesent, para uma discussão sobre o ‘tarifaço’ de do presidente Donald Trump. Porém, a conversa com os EUA, que estava marcada para a próxima quarta-feira, foi cancelada após articulação de bolsonaristas.

    Haddad contou, em entrevista ao ‘Estúdio I’, que o governo Trump recebeu informações de bolsonaristas sobre declarações dele apontando que o motivo das tarifas seria político e não econômico e que iria se reunir com Beesent. Depois, a equipe do secretário norte-americano enviou um e-mail desmarcando o encontro para negociações com o Brasil.

    “A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca teve conhecimento da minha fala e agiu junto a alguns assessores”, declarou.

    O ministro da Fazenda enfatizou que a imposição das tarifas não tem argumento econômico e as sanções contra o Brasil faz parte de ações para atacar a soberania e enfraquecer o país.

    Haddad também destacou que já vinha conversando com Scott Beesent desde maio, antes do tarifaço: “O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos já tinha achado a imposição de 10% de tarifa para o Brasil alta demais. Ele mesmo disse que os EUA precisava negociar com o Brasil”, contou.

    O ministro do governo Lula contou que Beesent estavam abrindo caminhos para negociações, mas que a interferência de “pseudo-brasileiros” como parlamentares bolsonaristas fez Brasil perder a oportunidade de discutir as tarifas de Trump.

    Haddad também criticou governadores de direita e extrema-direita que fazem declarações atacando Lula e afirmando que o presidente brasileiro precisa conversar com o norte-americano, mas nos bastidores impossibilitam negociações articulando com parlamentares dos EUA um ‘boicote’ ao Brasil.

     

    Haddad diz que bolsonaristas agiram para EUA cancelar reunião com Brasil