Categoria: ECONOMIA

  • Economistas diminuem previsão para o PIB pela primeira vez desde junho

    Economistas diminuem previsão para o PIB pela primeira vez desde junho

    De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (11), os economistas esperam que a economia brasileira cresça 2,21% neste ano, uma queda de 0,02 ponto percentual em relação à semana anterior

    (FOLHAPRESS) – Os economistas reduziram a previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) pela primeira vez desde junho após a tarifa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros entrar em vigor na última quarta-feira (6).

    De acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (11), os economistas esperam que a economia brasileira cresça 2,21% neste ano, uma queda de 0,02 ponto percentual em relação à semana anterior.

    É a primeira vez que o mercado diminui a previsão do PIB desde 2 de junho, quando houve uma redução de 0,01 ponto percentual para 2,13%, ante 2,14% na semana anterior. Depois disso, a perspectiva subiu quatro vezes e estava estagnada em 2,23% desde 7 de julho.

    Os analistas ouvidos pelo Banco Central também reduziram a previsão do PIB para 2026 (de 1,88% para 1,87%) e 2027 (de 1,95% para 1,93%) pela segunda semana seguida.

    Ao mesmo tempo, os economistas diminuíram a perspectiva para a inflação pela 11ª semana consecutiva, que foi de 5,07% para 5,05%, ficando ainda acima do teto da meta, que é de 3% com variação de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

    O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para o próximo ano também foi reduzido de 4,43% para 4,41%. Já as previsões para a Selic e o dólar foram mantidas em 15% e R$ 5,60, respectivamente.

    Economistas diminuem previsão para o PIB pela primeira vez desde junho

  • Trump espera que a China quadruplique os pedidos de soja dos EUA

    Trump espera que a China quadruplique os pedidos de soja dos EUA

    Donald Trump afirmou que espera ver a China quadruplicar rapidamente as importações de soja dos Estados Unidos. Segundo o presidente, a medida ajudaria a reduzir o déficit comercial entre os países e atenderia à preocupação chinesa com a escassez do grão

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou que o país pode exportar mais soja para a China. A expectativa é que o país asiático “rapidamente quadruplique seus pedidos de soja”.

    “A China está preocupada com sua escassez de soja. Nossos grandes agricultores produzem a soja mais robusta. Espero que a China rapidamente quadruplique seus pedidos de soja. Esta também é uma forma de reduzir substancialmente o déficit comercial da China com os EUA. Um serviço rápido será fornecido. Obrigado, Presidente Xi”, escreveu o republicano na rede Truth Social, na madrugada desta segunda-feira, 11.

    Trump espera que a China quadruplique os pedidos de soja dos EUA

  • Veja como recuperar dinheiro e benefícios após a morte de um parente

    Veja como recuperar dinheiro e benefícios após a morte de um parente

    Um levantamento da plataforma Planeje Bem, especializada em planejamento sucessório, mostra que, nos seis primeiros meses de 2025, herdeiros deixaram de recuperar, em média, até R$ 50 mil em valores deixados por parentes.

    Quando alguém morre, pode deixar para trás recursos que muitas vezes passam despercebidos pelos familiares — como seguros de vida, saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), cotas do PIS/Pasep (para quem trabalhou formalmente de 1971 a 1988) e até indenizações de auxílio-funeral. Esses valores, chamados de ativos invisíveis, existem, mas deixam de ser resgatados por falta de informação.

    Um levantamento da plataforma Planeje Bem, especializada em planejamento sucessório, mostra que, nos seis primeiros meses de 2025, herdeiros deixaram de recuperar, em média, até R$ 50 mil em valores deixados por parentes. O estudo, feito com mais de cem atendimentos, apontou que cerca de 70% dos casos envolvem homens — em geral filhos, netos ou sobrinhos que não participavam da rotina financeira do falecido.

    No momento da perda, a prioridade costuma ser o funeral. Depois, muitos voltam à rotina e não vão atrás dos direitos — afirma Carolina Aparicio, diretora executiva da Planeje Bem.

    A falta de informação e a desorganização de documentos dificultam o processo. Contratos, apólices e comprovantes são essenciais para acessar previdência privada, seguro de vida empresarial, saldo do FGTS e cotas do PIS/Pasep. Para evitar a perda, a advogada Laura Brito, especialista em Direito de Família e Sucessões, recomenda que os documentos fiquem organizados em uma pasta única, junto de certidões, declaração de Imposto de Renda, contratos e informações sobre investimentos e contas bancárias.

    A advogada Maria Pia Bastos-Tigre, de 46 anos, passou por essa experiência em 2019, quando o avô faleceu. Só depois descobriu que ele tinha seguro de vida, conta bancária e ações — nenhum desses bens constava na declaração de IR.

    Tivemos que revirar papéis e acessar diferentes instituições para encontrar cada valor — lembra.

    Após a experiência, Maria mudou a abordagem com a própria família e passou a conversar mais sobre planejamento sucessório.

    Laura Brito reforça que evitar o assunto por medo ou superstição é prejudicial:

    É um ato de cuidado com quem fica. Além dos documentos, é importante registrar onde estão aplicados os recursos.

    Herança digital

    Além de bens físicos, heranças podem incluir milhas, arquivos em nuvem, redes sociais, senhas e criptoativos — a chamada herança digital. O Projeto de Lei 4/2025, em tramitação no Senado, pretende atualizar o Código Civil para definir o que pode ser acessado e por quem. Especialistas alertam que, mesmo com testamento, termos de uso de plataformas podem impedir o acesso.

    — Há questões patrimoniais e de privacidade — explica Laura.

    Onde buscar valores esquecidos

    RHs e sindicatos: podem informar sobre seguros e benefícios trabalhistas.

    Contas bancárias: o site do Banco Central (valoresareceber.bcb.gov.br) indica saldos esquecidos.
    Seguros de vida: consulta disponível no site da CNseg, com certidão de óbito.

    Pensão: solicitação no site ou app Meu INSS, com documentos de vínculo e óbito.

    DPVAT: para acidentes até 31/12/2023, pedidos devem ser feitos à Caixa Econômica Federal.

    Cartões: muitos incluem seguros e auxílio-funeral; consulte o banco.

    Veja como recuperar dinheiro e benefícios após a morte de um parente

  • Lula fará reunião com Alckmin sobre medidas a setores afetados por tarifaço

    Lula fará reunião com Alckmin sobre medidas a setores afetados por tarifaço

    Alckmin participaria nesta segunda-feira do lançamento do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), em São Paulo, mas o evento foi adiado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) devido à convocação da reunião no Palácio do Planalto por Lula

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com o vice e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta segunda-feira às 17h. Há a expectativa de que o presidente delibere sobre o pacote de medidas de apoio a setores afetados pelas tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros.

    Alckmin participaria nesta segunda-feira do lançamento do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), em São Paulo, mas o evento foi adiado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) devido à convocação da reunião no Palácio do Planalto por Lula. Na semana passada, o vice-presidente disse que a decisão sobre as medidas seria anunciada até a próxima terça-feira, 12.

    Mais cedo, o presidente abre a semana com a costumeira reunião às 9h com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e o secretário de imprensa, Laércio Portela. Às 9h30, Lula recebe a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

    Às 14h40, o presidente despacha com o secretário especial para assuntos jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza, e às 15h participa Cerimônia de entrega do Prêmio MEC da Educação Brasileira, também no Palácio do Planalto.

    Lula fará reunião com Alckmin sobre medidas a setores afetados por tarifaço

  • Gigantes da Bolsa conseguem amortecer impacto do tarifaço, mas empresas menores sangram

    Gigantes da Bolsa conseguem amortecer impacto do tarifaço, mas empresas menores sangram

    Levantamento da Elos Ayta Consultoria mostra que, das 20 maiores quedas de ações listadas na B3 e pertencentes a algum índice (Ibovespa, Small Cap ou Dividendos) desde 9 de julho, quando o presidente Donald Trump anunciou a sobretaxa de 50%, 17 fazem parte do índice Small Cap

    (FOLHAPRESS) – O tarifaço promovido pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode afetar diversas empresas listadas na Bolsa de Valores. Porém, enquanto gigantes como Marfrig conseguem driblar a sobretaxa de 50%, empresas menores, chamadas de small caps, como Jalles Machado, Recrusul e Taurus, são mais impactadas.

    Levantamento da Elos Ayta Consultoria mostra que, das 20 maiores quedas de ações listadas na B3 e pertencentes a algum índice (Ibovespa, Small Cap ou Dividendos) desde 9 de julho, quando o presidente Donald Trump anunciou a sobretaxa de 50%, 17 fazem parte do índice Small Cap.

    Small caps são companhias listadas em Bolsa, mas com baixa capitalização. Elas são bem menores que as blue chips, como Petrobras e Vale -a Jalles Machado, por exemplo, tem R$ 965 milhões de valor de mercado, enquanto a capitalização da Marfrig é de R$ 18,6 bilhões.

    O valor de mercado reflete a maior capilaridade da Marfrig, que também acessa os EUA por meio de suas subsidiárias no Uruguai e na Argentina. Além disso, está presente em próprio solo norte-americano com a National Beef.

    Ao todo, o volume vendido aos Estados Unidos em 2025 foi de 27 mil toneladas. Apenas 7.000 são brasileiras, o que representa 0,18% do total de vendas da empresa.

    “Nossas operações no Brasil continuam normalmente, sem interrupções nas linhas de produção e em plena capacidade, sem impactos na receita e na rentabilidade”, afirmou a empresa.

    Com um impacto tão inexpressivo na companhia, suas ações tiveram uma leve queda de 1,4% desde o anúncio do tarifaço, em linha com a desvalorização do Ibovespa, de 1,14%.

    Outro ponto que favorece os papéis da Marfrig no momento é a fusão com a BRF. Segundo analistas, a operação é mais benéfica para o frigorífico do que para a dona da Sadia e Perdigão, que tem sofrido na Bolsa.

    Já a Minerva consegue acessar o mercado norte-americano por meio de suas operações na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e na Austrália. Ao todo, os EUA representam cerca de 16% da receita do frigorífico. As carnes do Brasil, especificamente, são 30% dessa exposição. Ou seja, a sobretaxa recairia sobre 5% da receita líquida. Com um impacto maior, as ações do frigorífico tiveram uma queda proporcional, de 8%.

    Essa estratégia de levar a exportação para outro país antes dos EUA, de modo a evitar a sobretaxa, se chama triangulação e será um bote salva-vidas para muitas empresas.

    No caso da empresa de açúcar e etanol Jalles Machado, cuja produção se concentra em Goiás e Minas Gerais, o impacto é maior, o que levou as ações a ceder 15,5%.

    Além do salto no imposto, joga contra as empresas do setor o baixo nível dos preços internacionais de açúcar, nas mínimas dos últimos quatro anos.

    O cenário pesa também sobre a Raízen e sua subsidiária Cosan, umas das exceções dentre as blue chips. Seus papéis despencaram 23% e 13,6%, respectivamente.

    As tarifas e a queda nos preços de açúcar vêm em um momento de alto endividamento da companhia, que atingiu seu pior patamar desde a entrada na Bolsa, em 2021, conforme levantamento da Elos Ayta, que mostrou que seria preciso que a empresa fosse três vezes maior, em patrimônio, para o pagamento de sua dívida. No quarto trimestre de 2024, a dívida líquida da Raízen foi de R$ 54,8 bilhões.

    Outro setor afetado pela taxação de Trump é o de veículos pesados, impactando as ações de Recrusul, Randon, Frasle, Tupy e JSL. Esta última, apesar de ser uma empresa de logística, também faz a revenda de caminhões no ramo de seminovos, que pode sofrer com uma maior oferta no mercado interno.

    Já a Tupy tem 20% de receita exposta aos EUA, aponta Aline Cardoso, diretora de Research do Santander. Porém, com unidades no México, a companhia pode transferir a produção e evitar a sobretaxa.

    “Além disso, esses contratos têm um repasse automático. E ela é a única fornecedora de bloco de motores para os seus clientes, o que lhe dá bastante poder de precificação”, diz Aline.

    Também dentro da taxação, mas fora de um índice da B3, a Taurus teve uma das desvalorizações mais expressivas. As ações da fabricante brasileira de armas e munições despencaram 31,75% desde 9 de julho. Para mitigar os efeitos da política de Trump, a fabricante pretende reforçar sua operação na unidade dos EUA, que representa 82,5% do seu faturamento.

    Já na outra ponta da Bolsa, não é possível destacar vencedores do tarifaço, dizem especialistas.

    “Grande parte dos retornos observados na lista [de maiores altas e baixas na Bolsa] revela que o impacto direto das tarifas foi limitado. As variações de desempenho das ações estão, em sua maioria, ligadas a outros fatores específicos de cada empresa”, afirma João Daronco, analista da Suno Research.

    Daronco cita a alta de 11,7% da Fleury como exemplo, já que o papel foi impulsionado pela possível oferta de aquisição por parte da Rede D’Or.

    Ainda pesa sobre os papéis a temporada de balanços referentes ao segundo trimestre. No caso da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), a queda de 27% aconteceu quase que inteiramente após o resultado da companhia vir abaixo das expectativas.

    “Para a CBA, os EUA representaram 4% da receita da empresa em 2024. Então, ela consegue redirecionar [a produção] facilmente, e o impacto da sobretaxa é desprezível”, diz Aline, do Santander.

    O efeito das taxas adicionais também é irrelevante para a economia brasileira. A XP estima que o PIB (Produto Interno Bruto) terá uma queda de 0,02% com a medida.

    Dessa forma, a corretora não vê a necessidade de ajustes relevantes nas carteiras dos clientes.

    “Não entendemos que haverá impactos macroeconômicos relevantes para o Brasil, e as reações dos mercados locais têm sido moderadas em relação à guerra tarifária dos EUA com o Brasil e demais países”, diz Rodrigo Sgavioli, diretor de alocação da XP.

    Carlos Castro, planejador financeiro pela Planejar, também alerta que os investidores devem evitar as reações precipitadas de curto prazo.

    “É válido fazer uma revisão pontual se a carteira de investimento tiver fundos ativos que são impactados pelo efeito do tarifaço. Mas, em linhas gerais, as pessoas precisam levar em consideração seus objetivos de médio e longo prazo e não sair mexendo nos investimentos em razão das volatilidades de curto prazo”, diz Castro.

    O risco é um eventual impacto indireto, como a alta do dólar, pressionando a inflação.

    Para se proteger do efeito cambial, os especialistas também recomendam expor uma parte da carteira a ativos internacionais, como ações e moedas estrangeiras, de modo a blindar o patrimônio de uma desvalorização do real.

    Uma das pressões sobre a moeda brasileira é a saída de investimento estrangeiro do país, com a aversão a risco global. Em julho, houve uma retirada líquida de R$ 6,27 bilhões de estrangeiros da B3, o pior resultado desde abril de 2024.

    Segundo Aline, do Santander, esse movimento foi uma realização de lucros diante de um cenário mais incerto.

    “Eu conversei bastante com estrangeiros ao longo do mês, e o feedback que eu recebi é que o Brasil tinha subido muito no ano, especialmente em dólar, porque o Ibovespa havia avançado 15% e o real tinha valorizado mais uns 10%. Então, o Brasil era uma das Bolsas que mais subiam no mundo.”

    Outro risco no radar é um possível aumento de tensão entre os governos de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que também pode prejudicar a moeda brasileira e, consequentemente, os preços.

    O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) tem desacelerado, mas segue acima do teto da meta, de 4,5%, acumulando alta de 5,35% nos últimos 12 meses. Quanto mais o índice demora a ceder, mais a Selic permanece em um patamar elevado. A expectativa é que a taxa fique em 15% até o fim deste ano e caia para 12,50% em 2026.

    Juros altos são prejudiciais à Bolsa de Valores, pois aumentam o custo das empresas, reduzem o consumo e estimulam o fluxo para a renda fixa.

    Também pesa contra o mercado acionário a proximidade das eleições presidenciais de 2026. Com a incerteza de quem sairá vencedor, muitos investidores preferem esperar para tomar decisões de investimento.

    Aline, do Santander, vê a baixa de algumas ações como oportunidade de investimento. “Especialmente setores domésticos que tem zero impacto das tarifas, como varejo, saúde, construção civil, infraestrutura, de serviços básicos.”

    Gigantes da Bolsa conseguem amortecer impacto do tarifaço, mas empresas menores sangram

  • Tarifaço de Trump afeta ao menos metade das exportações de 22 estados aos EUA

    Tarifaço de Trump afeta ao menos metade das exportações de 22 estados aos EUA

    Estudo recente do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) indica que Sudeste e Centro-Oeste conseguem amortecer de forma significativa os efeitos do tarifaço, em parte porque foram beneficiados com a lista de isenções.

    NATÁLIA SANTOS E PAULA SOPRANA
    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As tarifas impostas por Donald Trump sobre produtos importados do Brasil afetam ao menos a metade das vendas aos Estados Unidos em 22 estados brasileiros, com impacto superior a 95% em oito deles, segundo estimativa da Folha a partir de dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) relativos ao comércio de 2024.

    Desde a quarta-feira (6) vigora o decreto da Casa Branca que adiciona uma tarifa de 40% sobre os produtos importados do Brasil, elevando o valor total da sobretaxa ao país em 50%. Mesmo com uma lista de 694 isenções, estados como Tocantins, Alagoas, Acre, Amapá, Ceará, Rondônia, Paraíba e Paraná passam a ter de 95% a 100% de suas vendas aos Estados Unidos sobretaxadas.

    O percentual fica abaixo de 50% somente em Mato Grosso do Sul (49,6%), no Pará (44%), no Rio de Janeiro (32%), em Sergipe (24%) e no Maranhão (9%).

    Em valores absolutos, as tarifas de Trump sobre o total de exportações têm mais peso no Sudeste, já que a região é a maior exportadora. Ao considerar outros pontos, como a dependência dos americanos em alguns segmentos exportadores, as especificidades das cadeias afetadas e a lista de segmentos isentos, outras regiões sentirão efeitos mais severos, como Nordeste e Sul.

    Estudo recente do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) indica que Sudeste e Centro-Oeste conseguem amortecer de forma significativa os efeitos do tarifaço, em parte porque foram beneficiados com a lista de isenções.

    Em 2024, São Paulo vendeu US$ 13 bilhões aos Estados Unidos, e cerca de 56% dessas vendas ficam agora sobretaxadas, o que corresponde a US$ 7,5 bilhões. Trump isentou produtos de alto valor agregado e que estão entre os mais comercializados pelo estado, como aviões, petróleo e também o suco de laranja, suavizando o prejuízo geral.

    Os EUA são o principal parceiro internacional de São Paulo, respondendo por 19% das vendas, à frente de China, com 12%, e Argentina, com 9%.

    Entre os estados do Sudeste, Minas Gerais apresenta a maior fatia de seu comércio sobretaxada, com 63%. O estado comercializou US$ 4,6 bilhões aos americanos no ano passado, e agora US$ 2,9 bilhões desse montante têm incidência de 50%. O principal produto é o café, com US$ 1,5 bilhão do valor. O Brasil é o principal parceiro dos Estados Unidos para esse produto.

    Vários estados do Nordeste e do Norte, por outro lado, têm quase a totalidade das exportações aos EUA prejudicada com o tarifaço, sem alívio com a lista de isenções. Tocantins, por exemplo, exportou US$ 74 milhões para os americanos no último ano e, dentre os produtos enviados, todos estão em classes sobretaxadas -carne bovina, peptona, sebo animal, ossos, gelatina e derivados, para citar os de maior peso.

    No geral, Tocantins não depende tanto dos Estados Unidos na pauta exportadora, o que não minimiza o impacto em setores específicos e em microrregiões. O principal aliado externo do estado é a China, responsável por 47% das exportações no último ano. Os americanos aparecem em sexto lugar.

    O Ceará vive um cenário mais delicado porque a dependência geral das compras americanas é maior. A sobretaxa de Trump recai sobre 98,6% dos segmentos de produtos cearenses vendidos ao país, e quase metade (45%) de tudo que é direcionado para fora vai para lá. Estão sobretaxados ferro e aço, frutas, peixes, calçados e mel.

    O economista Flávio Barreto, que conduziu com Thiago de Araújo Freitas o estudo da FGV Ibre sobre o impacto das tarifas nas regiões, destaca que, mesmo que a participação americana possa ser pequena nas exportações gerais de alguns estados, Norte e Nordeste têm uma pauta exportadora concentrada em bens de baixo valor agregado e com alta intensidade de trabalho, além de não terem sido poupados na lista de isenções, como foi o Sudeste.

    “No Nordeste, grande parte dos produtos -frutas, pescados, calçados, vestuário- será taxada. No geral, são itens de baixo valor agregado, com mão de obra pouco qualificada, grande parte é perecível. Imagine, por exemplo, os produtores de mel no Piauí, onde grande parte da produção é feita por cooperativas e pequenos produtores”, avalia. Ficam sensíveis a forte impacto econômico Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, com presença de polos agroindustriais voltados à exportação.

    Cenário semelhante ocorre no Sul. Na média regional, 88% das exportações têm tarifa plena. O Paraná é o estado com maior taxação sobre o valor exportado, cerca de 96% do que é vendido aos EUA, US$ 1,5 bilhão. No Sul, as tarifas de Trump atingem, principalmente, o segmento de madeira e móveis (a maior parte do que o Brasil vende vem da região) e de calçados e têxteis.

    Para Marcos Lélis, professor de economia da Unisinos e coordenador do grupo de pesquisa e competitividade e economia internacional da universidade, o efeito do tarifaço sobre exportações e, por fim, sobre o PIB dos estados, pode ser numericamente baixo. O ponto de atenção deve estar nos setores econômicos e nas microrregiões muito expostas aos Estados Unidos, que podem ser estrangulados.

    Ele estima que, no Rio Grande do Sul, maior exportador em termos absolutos do Sul, a sobretaxa em 85% do que é vendido aos americanos represente cerca de 7% das exportações estaduais, o que pode gerar impacto de 0,9% a 1,1% do PIB gaúcho em 12 meses.
    “Quando olhamos a nível global, parece baixo, mas o impacto setorial e regional é altíssimo. Fumo, armas e calçados representam quase 35% do que foi sobretaxado, e tanto armas e munições como o setor de calçados estão na mesma região, em São Leopoldo, e quase tudo é exportado aos Estados Unidos”, diz.

    Um dos exemplos é a fábrica da Taurus, na cidade de São Leopoldo, que exporta quase toda a produção de armas para os Estados Unidos, responsável por 80% do faturamento da empresa.

    “Se não houver uma solução, uma negociação, a curva vai ficando mais longa e afetando a cadeia de pequenos fornecedores do entorno dos setores afetados. A melhor forma de o governo ajudar, na minha opinião, não é setorial, mas concentrada, olhando empresa por empresa”, afirma. Ele diz isso porque há vários produtos isentos de tarifas dentro de um mesmo setor exportador.

    No Centro-Oeste, a sobretaxa tem incidência menor sobre a pauta exportadora dos estados e fere setores que não dependem exclusivamente dos Estados Unidos. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o tarifaço atinge mais ou menos US$ 332 milhões da exportação (em torno de 50%), sendo 87% disso ligado a carnes e couro. A China, no entanto, responde por 32,7% das vendas do estado.

    A análise da Folha considerou a classificação do Sistema Harmonizado de seis dígitos, um código de mercadorias universal para classificar produtos que circulam no comércio internacional, criado pela Organização Mundial das Alfândegas. Esse código abarca segmentos econômicos bem específicos, mas não cada item.

    Assim, o levantamento é uma estimativa, uma vez que dentro de uma mesma categoria pode haver produtos isentos e taxados. Segundo o Mdic, não há uma tabela de conversão que compatibilize as especificações de comércio norte-americano (HTSUS) e brasileiro (NCM).

    Tarifaço de Trump afeta ao menos metade das exportações de 22 estados aos EUA

  • Um mês após maior ataque hacker da história do país, BMP recuperou metade dos R$ 541 mi roubados

    Um mês após maior ataque hacker da história do país, BMP recuperou metade dos R$ 541 mi roubados

    O Banco Central trabalha para organizar a repatriação do dinheiro desviado. Como as empresas vitimadas no incidente foram desligadas do sistema Pix, não foi possível recorrer ao mecanismo de devolução tradicional. Por isso, é preciso realizar checagens contábeis e parte do dinheiro está sob custódia das autoridades responsáveis pela investigação.

    PEDRO S. TEIXEIRA
    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Depois de 40 dias do maior ataque cibernético já registrado na história do país, com prejuízo estimado na casa de R$ 1 bilhão, a principal vítima afirma ter recuperado metade dos R$ 541 milhões que perdeu. Cerca de R$ 270 milhões foram localizados, disse a instituição financeira BMP Moneyplus.

    O Banco Central trabalha para organizar a repatriação do dinheiro desviado. Como as empresas vitimadas no incidente foram desligadas do sistema Pix, não foi possível recorrer ao mecanismo de devolução tradicional. Por isso, é preciso realizar checagens contábeis e parte do dinheiro está sob custódia das autoridades responsáveis pela investigação.

    O rastreamento das quantias extraviadas pelos criminosos está sob responsabilidade de operação coordenada entre o Ministério Público e a Polícia Federal, com informações fornecidas pelo BC e por empresas de criptoativos.

    Além disso, corre em paralelo uma investigação da Polícia Civil de São Paulo, aberta a partir do boletim de ocorrência registrado pela BMP.

    As autoridades trabalham para seguir o caminho do dinheiro, que foi disperso entre contas de laranjas e criptomoedas. Esse rastreamento é possível porque o sistema Pix registra todas as transações, permitindo que sejam auditadas, além da cooperação de empresas de criptoativos.

    O ataque cibernético explorou uma série de falhas que deram brecha para que os criminosos movimentassem contas de ao menos seis clientes da provedora serviços de tecnologia da informação (PSTI) C&M Software. Um funcionário da PSTI foi cooptado pela quadrilha, intermediou as transferências, e agora está preso.

    Em nota, a C&M Software diz que as evidências apontam que o incidente decorreu de táticas para enganar funcionários de forma a induzir o compartilhamento indevido de credenciais de acesso, não de falhas nos sistemas ou na tecnologia da empresa. O BC permitiu que a C&M voltasse a prestar serviços ainda em 3 de julho.

    Além da BMP, relatório da Polícia Federal mostra que o Banco Industrial do Brasil e a cooperativa de crédito rural CrediAliança também tiveram valores desviados. O CorpX Bank também registrou queixa junto à polícia paulista. Ainda não há informações sobre as outras duas vítimas.

    VEJA O QUE SE SABE DO QUE ACONTECEU COM O DINHEIRO
    O que descobriu a Polícia Civil de São Paulo:
    Em um primeiro momento, a quadrilha enviou os R$ 541 milhões desviados da BMP em mais de cem contas de 29 diferentes instituições financeiras, de acordo com tabela presente no inquérito da Polícia Civil de São Paulo.

    Dessas empresas, oito disseram à Folha que bloquearam valores recebidos e comunicaram o Banco Central.
    Os principais destinos foram:
    – Soffy: recebeu mais de R$ 271 milhões em uma conta que, segundo a empresa, pertencia a um cliente parceiro não identificado
    – Transfeera: recebeu mais de R$ 89 milhões em 22 transferências
    – Monexa (empresa criada 19 dias antes do golpe): recebeu R$ 45 milhões em cinco transferências na madrugada
    – Nuoro Pay (mantinha conta da Monexa): bloqueou 390 transações suspeitas de R$ 25 mil vindas da Transfeera e Soffy
    Segundo o CEO da Nuoro Pay, Ricardo Sinval, a sua instituição financeira, que atendia a conta da Monexa e trabalha principalmente com sites de apostas, não bloqueou inicialmente os Pix da BMP por se tratar de uma grande instituição financeira. Contudo, a empresa bloqueou 390 transações suspeitas de R$ 25 mil vindas da Transfeera e Soffy.

    A única sócia da Monexa, que tem sede no interior do Paraná, é uma vendedora de 24 anos –as autoridades apuram se ela era laranja ou tinha intenção de participar. A empresa não atendeu às ligações ao telefone registrado em sua certidão.

    Ainda de acordo com Sinval, a Nuoro Pay respeitou as normas do Banco Central ao criar uma conta para a Monexa.

    A Soffy foi alvo de mandado de bloqueio de valores da Justiça paulista, depois que contas na instituição receberam mais de R$ 271 milhões.

    O Fantástico, da TV Globo, revelou que uma das contas estava no nome da empresária Vanessa Rittaco, que disse nunca ter se cadastrado na instituição. Uma conta em nome dela recebeu cinco transferências de R$ 5 milhões. À Folha a empresária disse que não tinha mais informações para compartilhar.

    A Soffy é alvo de ao menos 77 ações na Justiça Paulista. Parte dos autos, aos quais a reportagem teve acesso, eram justamente reclamações de contas laranjas abertas sem a anuência dos titulares. A empresa não respondeu à pergunta da Folha sobre essas ações.

    A Transfeera afirma que o assunto está sob investigação das autoridades competentes. “Por esse motivo, qualquer manifestação neste momento poderia interferir no andamento das apurações.”
    As três instituições de pagamento tiveram suas integrações ao Sistema Pix suspensas pelo Banco Central.

    O que descobriu a Polícia Federal em Roraima:
    Sob coordenação do Ministério Público de São Paulo e com informações do BC, a Polícia Federal rastreou uma cadeia de lavagem de dinheiro usada pelos autores do ataque cibernético. O esquema foi revelado pela Rede Amazônica, emissora da TV Globo neste estado, e confirmado pela Folha.

    Veja como foi:
    – Esther Assets (gestora de fundos com sede em Contagem-MG): recebeu R$ 11 milhões do dinheiro desviado e enviou quantias para fintech Sis Pagamentos R$ 1 milhão via conta na Transfeera R$ 10 milhões via conta na Creditag
    – Rich Beauty (distribuidora de cosméticos com sede em Brasília): recebeu R$ 1 milhão e transferiu R$ 565 mil para o Bank Ben
    – Sis Pagamentos e Bank Ben: repassaram R$ 2,45 milhões para a conta poupança de Jackson Renei Aquino de Souza (assessor parlamentar em Roraima)
    – Souza: sacou R$ 1 milhão em dinheiro vivo e foi preso com R$ 700 mil em espécie

    Procurada, a defesa de Souza disse que não se manifesta publicamente sobre nenhum caso. Em depoimento às autoridades, o assessor parlamentar afirmou que não sabia da origem dos valores, que foram recebidos para comprar um imóvel em nome de um terceiro.

    A Creditag não respondeu à reportagem se conseguiu bloquear valores que estiveram sob sua custódia.

    CRIMINOSOS TAMBÉM COMPRARAM CRIPTOMOEDAS
    Outra parte do dinheiro desviado foi convertida em criptomoedas. O dia 30 de junho, quando aconteceu o ataque cibernético à C&M Software, registrou o maior volume de transações em criptomoedas daquele mês –R$ 733,5 milhões em bitcoins e R$ 158,8 milhões em USDT, uma criptomoeda cujo valor fica ancorado no dólar, segundo a plataforma Biscoint que estima os valores a partir da movimentação nas principais corretoras.

    A Smartpay, fintech que integra o sistema Pix à compra de criptomoedas e também ajudou a identificar o golpe, diz que as movimentações suspeitas na segunda-feira começaram 0h18 –horário também citado na investigação da Polícia Federal.

    De acordo com o fundador da Smartpay, Rocelo Lopes, os invasores tentaram adquirir criptoativos de diversas fontes. Ao notar uma explosão de abertura de contas em sua fintech e uma demanda acima do normal por USDT e bitcoins, Rocelo decidiu bloquear movimentações ainda na madrugada de segunda-feira, quando aconteceu o ataque.

    A Smartpay atua por meio da sociedade de crédito Voluti, que recebeu R$ 13 milhões em transferências Pix advindas da conta da BMP. Em nota, a Voluti disse ter bloqueado as contas e valores suspeitos que ainda tinham saldo relevante, comunicado os órgãos competentes e devolvido as quantias por meio do mecanismo de devolução do Pix.

    Em 15 de julho, o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal divulgaram a recuperação de R$ 5,5 milhões em criptoativos, após cumprimento de dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de busca e apreensão nos estados de Goiás e Pará.

    A chave privada de acesso às criptomoedas foi localizada em um dos endereços, permitindo que as autoridades recuperassem o dinheiro.

    A Tether, empresa que emite a criptomoeda USDT, colaborou fornecendo informações sobre as transações às autoridades brasileiras.

    QUEM ESTÁ PRESO
    A Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva de João Nazareno Roque, 48, investigado pelo ataque hacker à empresa de software C&M, no dia 11 de julho.

    De acordo com o advogado de Roque, Jonas Reis, seu cliente continua sob detenção. “Estamos no aguardo de um pedido de liberdade”, afirmou. Reis afirma que seu cliente também foi vítima da quadrilha que o aliciou.

    O técnico de TI está preso desde o dia 3 de julho, sob acusação de participação no ataque cibernético que causou prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão a instituições financeiras clientes da C&M.

    À polícia, Roque afirmou ter sido cooptado em março por um homem, não identificado, que o encontrou em um bar, em Pirituba, na zona norte da capital paulista. Ele também manteve contato telefônico com outros três suspeitos de participação no crime, mas as autoridades ainda não divulgaram suas identidades.
    A Polícia Federal também prendeu em flagrante o assessor parlamentar Jackson Renei Aquino de Souza, com R$ 700 mil em dinheiro vivo.

    VEJA A CRONOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO
    30 de junho: Criminosos acessam contas de clientes da C&M Software mantidas junto ao sistema Pix e desviam cerca de R$ 1 bilhão

    1º de julho: Instituições financeiras informam Banco Central do ocorrido

    2 de julho: Polícia Federal foi acionada e abriu inquérito

    3 de julho: Polícia Civil de São Paulo deflagra operação e prende João Nazareno Roque; Justiça bloqueia contas da Soffy; Banco Central suspende integração ao Pix de três instituições financeiras

    4 de julho: Banco Central suspende integração ao Pix de mais três instituições financeiras

    11 de julho: Justiça decreta prisão preventiva de João Nazareno Roque

    15 de julho: PF e MPSP deflagram operação Magna Fraus em Goiás e Pará, recuperando R$ 5,5 milhões em criptoativos

    22 de julho: PF prende em flagrante o assessor parlamentar Jackson Renei Aquino de Souza

    23 de julho: Justiça decreta prisão preventiva do assessor parlamentar

    Um mês após maior ataque hacker da história do país, BMP recuperou metade dos R$ 541 mi roubados

  • Taurus vai transferir principal linha de montagem de armas para os EUA após tarifas

    Taurus vai transferir principal linha de montagem de armas para os EUA após tarifas

    Assim, a partir de setembro, a Taurus montará cerca de 900 armas nos EUA, de um total de 2.100 armas produzidas por dia no Brasil que hoje são destinadas ao país norte-americano.

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Taurus disse nesta sexta-feira (8) que vai começar a transferir a montagem das armas da família G, principal linha de produto da marca, para sua unidade nos Estados Unidos, diante das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros.

    Assim, a partir de setembro, a Taurus montará cerca de 900 armas nos EUA, de um total de 2.100 armas produzidas por dia no Brasil que hoje são destinadas ao país norte-americano.

    Citando seu CEO global, Salesio Nuhs, a Taurus ressaltou em nota que, desde que as discussões sobre a tarifação dos EUA começaram, a empresa está tomando providências em diversas frentes para minimizar os seus efeitos.

    A companhia afirmou que, desde abril, começou a reforçar o estoque de produtos acabados nos EUA de forma preventiva, e que possui cerca de 90 dias de estoque.

    “A Taurus também antecipou as exportações de algumas peças e partes, para os Estados Unidos, em especial carregadores das armas, visando se antecipar à taxação de 50%”, acrescentou.

    Quando anunciou pela primeira vez os planos em julho, a poucos dias da confirmação das tarifas sobre a maioria das exportações brasileiras, as ações da empresa chegaram a cair 7,87% no dia.

    Nuhs disse no final de julho que as exportações para os Estados Unidos representam 82,5% do faturamento da Taurus, o que evidencia a forte dependência da empresa em relação ao mercado norte-americano. Em 2024, a fabricante de armas registrou uma receita líquida de R$ 1,6 bilhão.

    A Taurus possui três unidades de produção: a sede, localizada em São Leopoldo (RS), e duas fábricas no exterior, sendo uma no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, e outra na Índia, que iniciou operações e comercialização em 2024.

    Atualmente, a capacidade de produção no Brasil é de 7.000 armas por dia, enquanto a fábrica dos EUA tem capacidade para 3.000 armas por dia.

    Taurus vai transferir principal linha de montagem de armas para os EUA após tarifas

  • PIS de agosto tem calendário de pagamentos confirmado; veja aqui

    PIS de agosto tem calendário de pagamentos confirmado; veja aqui

    O abono é garantido a quem exerceu atividade profissional com carteira assinada, seja no setor privado ou no serviço público, por no mínimo 30 dias ao longo de 2023. Também é necessário que a média salarial mensal no período não tenha ultrapassado dois salários mínimos.

    Os trabalhadores nascidos em novembro e dezembro já têm data definida para receber o abono salarial referente ao ano-base de 2023. De acordo com o calendário oficial, os pagamentos para esse grupo serão liberados a partir de 15 de agosto, encerrando o cronograma de repasses do benefício neste ano.

    O abono é garantido a quem exerceu atividade profissional com carteira assinada, seja no setor privado ou no serviço público, por no mínimo 30 dias ao longo de 2023. Também é necessário que a média salarial mensal no período não tenha ultrapassado dois salários mínimos — valor equivalente a R$ 2.640 naquele ano — e que o trabalhador esteja inscrito no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos.

    Outro requisito é que os dados do vínculo empregatício tenham sido corretamente informados pelo empregador. No caso do setor privado, a declaração deve ser feita via RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) até 15 de maio de 2024. Já para vínculos declarados por meio do eSocial, o prazo é 19 de agosto de 2024.

    O valor a ser pago varia conforme a quantidade de meses trabalhados em 2023, sendo calculado proporcionalmente com base no salário mínimo vigente em 2025, fixado em R$ 1.518. Por exemplo, quem trabalhou durante todo o ano receberá o valor integral; já quem atuou apenas parte do período terá direito a uma quantia proporcional.

    Como consultar e sacar

    A verificação sobre a liberação do benefício pode ser feita de diferentes formas. Entre elas, estão o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, o portal Gov.br e o telefone 158 (Central Alô Trabalho). Também é possível buscar atendimento presencial nas unidades do Ministério do Trabalho e Emprego.

    Os trabalhadores que possuem conta na Caixa Econômica Federal terão o depósito realizado automaticamente, seja em conta corrente ou poupança. Para correntistas do Banco do Brasil, o saque poderá ser feito por transferência via PIX ou TED, além da opção de retirada diretamente no balcão das agências.

    Quem não possui conta nessas instituições receberá o valor por meio de uma conta poupança digital social, que será aberta automaticamente para o crédito.

    Calendário de pagamento do PIS em 2025

    Nascidos em novembro e dezembro: depósito a partir de 15 de agosto.
    Segundo estimativas do governo federal, cerca de 25,8 milhões de trabalhadores serão contemplados pelo abono salarial neste ano, somando aproximadamente R$ 30,7 bilhões em recursos destinados ao programa.

    O abono salarial é considerado uma importante política de distribuição de renda, voltada para trabalhadores formais com menores salários no país.

    Com o encerramento do calendário em agosto, o governo finaliza mais um ciclo de pagamentos do benefício, que deve ser retomado em 2026 para o ano-base de 2024.

    PIS de agosto tem calendário de pagamentos confirmado; veja aqui

  • Embraer apresenta planos de fábrica de aviões na Índia

    Embraer apresenta planos de fábrica de aviões na Índia

    “Nós vamos, basicamente, ter uma fábrica de aviões da Embraer na Índia fazendo aviões C-390 Millennium, que, na nossa opinião, oferece uma combinação imbatível entre produto e o que a gente vai transferir de tecnologia e fazer de conteúdo local na Índia”, disse Márcio Monteiro, vice-presidente da Embraer Defesa

    MUMBAI, ÍNDIA (FOLHAPRESS) – Em meio aos anúncios de sobretaxa dos Estados Unidos a produtos brasileiros e indianos, a Embraer apresentou a empresários dos dois países, nesta quinta-feira (7), o projeto de uma fábrica de aviões na Índia.

    Segundo Márcio Monteiro, vice-presidente da Embraer Defesa, a companhia tem um projeto em curso dentro de um processo licitatório na Índia para a substituição da frota de aviões militares de transporte médio, que pode gerar um negócio de até 80 aviões, exigindo a produção local de aeronaves C-390 Millennium.

    O modelo pode transportar mais carga útil (26 toneladas) do que outras aeronaves de transporte militar de médio porte, além de voar mais rápido e mais longe, segundo informações da empresa, podendo realizar missões como transporte e lançamento de carga e tropas, evacuação médica, busca e salvamento, combate a incêndios e missões humanitárias. Ainda segundo a Embraer, o avião tem equipamento de reabastecimento aéreo e opera em pistas temporárias ou não pavimentadas, como terra batida, solo e cascalho.

    “Nós vamos, basicamente, ter uma fábrica de aviões da Embraer na Índia fazendo aviões C-390 Millennium, que, na nossa opinião, oferece uma combinação imbatível entre produto e o que a gente vai transferir de tecnologia e fazer de conteúdo local na Índia. Nossa expectativa é que, tendo sucesso nessa empreitada, que a Índia seja um hub regional, ou seja, esses aviões vão atender não só o mercado da Índia como o da vizinhança na Ásia”, disse Monteiro durante conferência do grupo Lide Empresarial, em Mumbai.

    De acordo com o executivo, trata-se de uma aeronave de última geração, que está se transformando no líder de seu segmento.

    “Particularmente no ambiente geopolítico em que nos encontramos hoje, a preparação para a defesa é super importante para os países e está na prioridade das agendas. Para esse produto, temos uma parceria estabelecida com a Mahindra. Ela será a responsável pela nacionalização do nosso avião aqui na Índia”, disse.

    No ano passado, a companhia assinou um memorando de entendimento com a indiana Mahindra Defence Systems sinalizando a potencial atuação conjunta no programa de cargueiros da Força Aérea da Índia por meio do C-390.

    Segundo Monteiro, esse contrato tem o potencial de ser o maior da história da Embraer. No fim de maio, a Embraer anunciou a abertura de uma subsidiária no país com sede em Nova Délhi. A companhia tem 50 aeronaves de 11 modelos diferentes em operação na Índia nos segmentos de aviação comercial, militar e executiva.

    “Falando do potencial do mercado, recentemente, em uma cerimônia na embaixada em Delhi, nós celebramos a abertura de uma subsidiária, Embraer Índia. É uma entidade jurídica estabelecida, onde vamos desenvolver as capacidades de engenharia, aproveitar a mão de obra da Índia, que é muito qualificada, fazer compra de materiais aeronáuticos aqui, porque na Índia existe um desenvolvimento corrente da indústria aérea espacial e de defesa, fazer o suporte da frota local através desse escritório e o desenvolvimento de negócios”, disse.

    No Brasil, a Embraer ainda lida com os riscos da pressão de Trump contra o país. Apesar de ter sido incluída na lista de exceções do tarifaço, a empresa ainda é impactada pela sobretaxa de 10% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente americano em abril. Nesta semana, Francisco Gomes Neto, CEO da fabricante, disse que a empresa vem trabalhando para que essa tarifa seja reduzida a zero novamente.

    Embraer apresenta planos de fábrica de aviões na Índia