Categoria: ECONOMIA

  • Dólar fecha em queda e Bolsa avança com expectativa sobre novo corte de juros nos EUA

    Dólar fecha em queda e Bolsa avança com expectativa sobre novo corte de juros nos EUA

    A moeda norte-americana fechou em queda de 0,14% nesta quarta-feira (15), cotado a R$ 5,462; a Bolsa subiu 0,64%, a 142.603 pontos

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em queda de 0,14% nesta quarta-feira (15), cotado a R$ 5,462, com o mercado repercutindo o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) na véspera.

    Jerome Powell destacou a desaceleração no mercado de trabalho norte-americano como um dos principais pontos que a autarquia levará em conta nas próximas decisões de política monetária, alimentando expectativas de que o ciclo de corte de juros continuará no encontro do fim do mês.

    A perspectiva de mais reduções desvalorizou o dólar globalmente: o índice DXY -que compara a força da moeda norte-americana a outras seis divisas pares- caiu 0,3%, a 98,75 pontos.

    O clima também foi de apetite por risco nos mercados acionários. Aqui, a Bolsa subiu 0,64%, a 142.603 pontos. Em Wall Street, o S&P500 avançou 0,26%; o Nasdaq Composite, 0,66%.

    Segundo Powell, as perspectivas para a inflação e o emprego parecem ter mudado pouco desde o último encontro do Fed em setembro, quando os dirigentes reduziram as taxas de juros e projetaram mais dois cortes neste ano.

    O mercado de trabalho, ao mesmo tempo, está dando sinais de fraqueza. “As evidências disponíveis sugerem que tanto as demissões quanto as contratações permanecem baixas, e que tanto as percepções das famílias sobre a disponibilidade de empregos quanto as percepções das empresas sobre a dificuldade de contratação continuam em trajetória descendente”, disse.

    Esse marasmo de poucas contratações e poucas demissões, no entanto, corre em paralelo à atividade econômica “mais firme do que o esperado”, e os sinais mistos estão levando as autoridades do Fed a adotar uma abordagem “reunião por reunião” para decidir sobre a taxa de juros, afirmou Powell.

    Os comentários do presidente do Fed, na avaliação do mercado, reforçaram a perspectiva de que o ciclo de cortes de juros deve continuar nas próximas reuniões. “Um corte de juros em outubro está dado”, afirma Julia Coronado, fundadora da empresa de pesquisa MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed. “Nada mudou a perspectiva de que ainda há riscos de queda no mercado de trabalho.”

    Na ferramenta CME Fed Watch, operadores precificam quase 100% de chance de uma nova redução de 0,25 ponto percentual no encontro dos dias 28 e 29 de outubro, repetindo a dose da reunião passada. A taxa de juros do Fed está na banda de 4% e 4,25% desde então.

    De lá para cá, porém, o governo federal dos EUA entrou em uma paralisação que suspendeu a divulgação de novos dados oficiais. O Departamento do Trabalho adiou a publicação do relatório “payroll” de setembro, por exemplo, mas convocou funcionários para preparar os dados do índice de preços ao consumidor de setembro, que serão divulgados ainda este mês.

    O Fed trabalha com um mandato duplo, isto é, observa de perto os dados de inflação e desemprego para balizar as decisões de juros. O momento é particularmente sensível para ficar sem os números oficiais: com a inflação ainda acima da meta de 2% e o mercado de trabalho resfriando, os dirigentes estão se dividindo sobre o rumo da política monetária.

    Powell disse que estão buscando fontes alternativas de dados do setor privado, mas enfatizou a importância dos dados governamentais, que ele chamou de “padrão ouro”.

    “Não esperamos conseguir repor os dados que não estamos recebendo”, disse Powell. “Começaremos a sentir falta desses dados, principalmente os de outubro. Se isso continuar por um tempo, eles não os coletarão, e a situação pode se tornar mais desafiadora.”

    A taxa de juros dos Estados Unidos -e as projeções em torno dela- dita o humor dos investidores globalmente. Quando ela está estacionada em patamares elevados, operadores tendem a tirar recursos de outros mercados para aplicar na renda fixa americana, o investimento mais seguro do mundo, o que favorece o dólar ante as demais moedas. Quando ela cai, esses recursos são pulverizados para outras praças, desvalorizando o dólar.

    Em relação ao Brasil, há ainda o diferencial de juros jogando a favor. Quanto maior a diferença entre a taxa americana e a Selic, mais rentável é a estratégia conhecida como “carry trade”.

    Nela, pega-se dinheiro emprestado a taxas baixas, como a dos EUA, para investir em ativos com alta rentabilidade, como a renda fixa brasileira. Assim, quanto mais atrativo o carry trade, mais dólares tendem a entrar no Brasil, o que ajuda a valorizar o real.

    Ainda na seara internacional, as tensões entre Estados Unidos e China seguem no radar. Na terça, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, acusou Pequim de tentar prejudicar a economia mundial ao restringir as exportações de terras raras e minerais críticos.

    Na semana passada, o governo de Xi Jinping anunciou a adoção de controles de exportação que devem causar rupturas no fornecimento global de terras raras, produtos essenciais para uma série de indústrias, da automobilística à de defesa. Pelas novas regras, empresas estrangeiras precisarão obter autorização de Pequim para exportar ímãs críticos e outros produtos que contenham até pequenas quantidades de terras raras extraídas da China.

    Citando a “posição extraordinariamente agressiva” dos chineses na imposição de “controles de exportação para todos os tipos de produtos”, o presidente Donald Trump anunciou tarifas adicionais de 100% sobre produtos da China a partir do dia 1º de novembro na sexta-feira.

    Em resposta, o Ministério do Comércio chinês defendeu o diálogo, mas disse estar disposto a “ir até o fim” caso os EUA não voltem atrás nas sobretaxas adicionais de 100%. “Se os Estados Unidos optarem pelo confronto, a China o levará até o fim; se optarem pelo diálogo, nossa porta permanecerá aberta”, afirmou na terça.

    O cenário reacende o risco de uma guerra comercial, semelhante à do início do ano, quando Trump impôs tarifas de 145% sobre produtos chineses e Xi respondeu com 125% sobre mercadorias americanas. Depois de meses de cabo de guerra, as sobretaxas foram reduzidas para 30% sobre a China e 10% sobre os EUA.

    O fim de semana foi de moderação de tom, e Bessent, depois de retomar a retórica mais dura na véspera, disse nesta quarta que Trump está pronto para se encontrar com Xi Jinping. Eles têm uma reunião marcada para o dia 29 de outubro.

    À CNBC afirmou que os EUA não queriam intensificar o conflito com a China e não queriam se dissociar da segunda maior economia do mundo. Ele disse que foi devido à confiança entre Trump e Xi que o conflito comercial entre os dois países não aumentou ainda mais.

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  • Correios negociam empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar contas

    Correios negociam empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar contas

    Entre as medidas de reestruturação anunciadas pelos Correios, estão o corte de despesas operacionais e administrativas, a busca pela diversificação de receitas e a recuperação da liquidez da empresa

    Os Correios apresentaram, nesta quarta-feira (15), as medidas que integram a primeira fase do plano de reestruturação financeira e operacional para garantir sustentabilidade e modernização da estatal.

    Entre elas, a empresa negocia com bancos o empréstimo de R$ 20 bilhões, com garantia do Tesouro Nacional, para custear as operações dos Correios e equilibrar financeiramente a instituição no biênio 2025-2026 e para gerar lucro a partir de 2027.

    Segundo o novo presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, que está no cargo há 21 dias, um dos fatores que contribuíram para as contas negativas foi a crescente concorrência no comércio eletrônico.

    “A nossa empresa não se adaptou de forma ágil a uma nova realidade e isso fez com que a gente sofresse em termos de resultados, de geração de caixa e da operação em si. Então, nos últimos anos, o que vem acontecendo na empresa é que a perda de competitividade vem fazendo com que a gente tenha perda de receitas”, admitiu Rondon.

    De acordo com o presidente, o Postalis (fundo de pensão complementar dos funcionários dos Correios e um dos maiores do país) é um dos itens relevantes de despesas da empresa pública e é preciso negociar uma solução melhor do que a existente nos dias atuais.

    Medidas anunciadas

    Entre as medidas de reestruturação anunciadas, estão o corte de despesas operacionais e administrativas, a busca pela diversificação de receitas e a recuperação da liquidez da empresa. 

    Para o cortes de despesas, a empresa lançará um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV), com mapeamento da força de trabalho no país inteiro e de áreas ociosas. 

    “Esse programa de demissão voluntária está sendo tratado de forma bem cuidadosa para enxergar no país onde a gente tem ineficiências e ociosidades e não trabalhar de uma forma linear, perdendo capacidade operacional onde a gente já está justo, gerando todo o potencial de resultado que a gente pode alcançar”, diz Rondon. 

    A estatal também planeja vender imóveis ociosos, o que poderá representar a entrada de recursos novos, acompanhada da redução de gastos com manutenção desses espaços.

    Para que a empresa pública volte a reequilibrar as contas, o plano financeiro prevê também a redução de custos operacionais com a renegociação de contratos com os maiores fornecedores da empresa, em busca de condições mais vantajosas, sem colocar em risco a segurança jurídica das operações.

    Os Correios, que têm como marca o serviço postal, planejam ampliar o portfólio de produtos e serviços para captar e gerar novas receitas. A empresa está fazendo um esforço de reaproximação com grandes clientes, ao mesmo tempo em que estuda experiências internacionais ligadas à rede logística, sobretudo na área de serviços financeiros, e também planeja o lançamento de produtos. 

    “Normalmente, as empresas que geram lucro conseguiram se adaptar rápido e aumentaram o portfólio de ofertas de produtos, com destaque aos serviços financeiros e serviços de seguridade, que são os carros-chefes da maioria das empresas que geram resultados positivos”, avalia o presidente da estatal. 

    Para recuperar a liquidez da empresa, entrará a mencionada negociação com as instituições financeiras para captação de recursos da ordem de R$ 20 bilhões que financiem as demais medidas de reestruturação. 

    “Estamos negociando a operação para ter reequilíbrio da empresa em 2025 e 2026, para ter tempo de adotar as medidas que começam a impactar em 2026, para em 2027 a gente conseguir iniciar um ciclo de balanço em azul. A ideia é que em 2027 a empresa já esteja reequilibrada e com lucro, em 2027.”

    Pacote anteriorApós fechar o ano de 2024 no vermelho, com o prejuízo total de R$ 2,6 bilhões, em maio deste ano, a empresa anunciou um pacote de medidas para socorrer a empresa, o que incluiu outro programa de demissão voluntária (PDV); redução de jornada de trabalho para 6 horas diárias em unidades administrativas; suspensão temporária das férias de 2025 e a decretação do fim do trabalho remoto. 

    Como resultado, a última edição do PDV do Correios foi encerrada com o pedido voluntário de demissão de cerca de 3,5 mil empregados, o que gerou uma economia anual de aproximadamente R$ 750 milhões à estatal.

    O presidente Emmanoel Rondon comparou as medidas do primeiro semestre às anunciadas agora. “Aquelas foram medidas emergenciais, não foram estruturais. O que a gente está buscando agora são medidas estruturais que permitam o equilíbrio da empresa nos próximos anos”. 

    Questionado se a direção dos Correios cogita a privatização da estatal, o novo presidente respondeu que as medidas estudadas para o curto prazo são maiores do que as que foram feitas em um passado recente e estas poderão cumprir a função de reestruturação da empresa. Rondon adiantou que novas medidas estão em análise e poderão acompanhar as ações estruturantes anunciadas nesta quarta-feira.

    “Neste momento, estamos buscando ter o equilíbrio financeiro da empresa, que as receitas dela sejam suficientes para pagar as despesas que temos todos os meses, para sair dessa discussão de viabilidade ou não da empresa. A empresa vai se colocar em pé e vai ser viável.”

    O presidente Emmanoel Rondon afirmou que os Correios têm capacidade de geração de receita. ” Se fizermos a normalização da situação de caixa dela e da operação, [os Correios] têm capacidade de gerar receita suficiente para pagar as despesas.”

    Estrutura

    Os Correios estão presentes em 100% dos municípios do Brasil. O país tem 5.568 municípios, além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha (PE), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    A estrutura da estatal abrange mais de 10 mil agências de atendimento, mais de 8 mil unidades operacionais (de distribuição e tratamento de encomendas e correspondências), 23 mil veículos e 80 mil empregados diretos.

    Correios negociam empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar contas

  • Fraude no INSS: bloqueio de valores ligados a sindicato soma R$ 389 mi

    Fraude no INSS: bloqueio de valores ligados a sindicato soma R$ 389 mi

    Descontos são referentes aos anos de 2021 e janeiro de 2025; a cifra equivale a tudo que o Sindnapi recebeu em descontos feitos nas aposentadorias e pensões do INSS entre os anos 2021 e janeiro de 2025

    O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de valores ligados ao Sindicato Nacional de Aposentados e Pensionistas da Força Sindical (Sindnapi) que somam R$ 389 milhões. 

    A cifra equivale a tudo que o sindicato recebeu em descontos feitos nas aposentadorias e pensões do INSS entre os anos 2021 e janeiro de 2025. Além do Sindnapi, a medida atinge o patrimônio pessoal do presidente da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo. 

    Também foram atingidos o espólio de João Batista Inocentini, antigo presidente do sindicato, que morreu em 2023, e outros três dirigentes. 

    A decisão integra a mais recente fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes no INSS e foi deflagrada na semana passada pela a Polícia Federal (PF). Na ocasião, foram apreendidos bens como joias, relógios, dinheiro em espécie e carros de luxo, incluindo uma Ferrari, Porsches e até um carro de Fórmula 1. Ao todo foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em sete estados. 

    Além dos bloqueios, Mendonça autorizou as quebras de sigilo bancário e fiscal do sindicato e de alguns de seus dirigentes. O ministro justificou as medidas diante, entre outros motivos, devido à gravidade dos crimes investigados e do “risco de interferência na produção probatória e as manobras de dilapidação patrimonial e lavagem de capitais”. 

    O objetivo, segundo a decisão, é o “estrangulamento financeiro da estrutura criminosa”, além da “necessidade de assegurar a recuperação e o futuro ressarcimento dos valores objeto dos crimes”, escreveu Mendonça. 

    “De fato, extrai-se dos autos a existência de fundadas suspeitas de relevante participação dos representados nos ilícitos apurados na referida operação e em grupo criminoso organizado para lesar aposentados e pensionistas mediante os descontos indevidos de benefícios previdenciários junto ao INSS, com posterior emprego de medidas para ocultação e lavagem dos vultosos recursos ilícitos obtidos, notadamente no entorno de entidades como o SINDNAPI”, disse o ministro. 

    As medidas foram determinadas com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou para movimentações financeiras suspeitas envolvendo os investigados. A PF identificou, por exemplo, repasse de R$ 1,1 milhão do Sindnapi a uma construtora que depois teria repassado parte do dinheiro para uma outra empreiteira, que não possui nenhum funcionário. 

    Em nota, o Sindnapi disse que “reitera seu absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”.  

    No Congresso, a base governista tem acusado a oposição de tentar explorar o caso para atingir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por seu irmão mais velho, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, ser vice-presidente do Sindnapi. O sindicalista, contundo, não foi alvo de nenhuma medida judicial nem figura como investigado no inquérito. 

    Fraude no INSS: bloqueio de valores ligados a sindicato soma R$ 389 mi

  • Em áudio, advogado diz que recebeu dicas de marqueteiro do PL antes de falar à CPI do INSS

    Em áudio, advogado diz que recebeu dicas de marqueteiro do PL antes de falar à CPI do INSS

    Foi dada orientação para olhar nos olhos de inquiridores e não enfrentar congressistas; por outro lado, Eli Cohen declara que conversa não é um treinamento prévio

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um dos primeiros a investigar os descontos irregulares em benefícios previdenciários, o advogado Eli Cohen recebeu dicas do marqueteiro do PL, Duda Lima, sobre como se portar no seu depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do INSS. A informação consta de áudios obtidos pela reportagem e foi confirmada pelo próprio advogado.

    “O cara falou assim: primeiro lugar, nunca esqueça, a casa é deles, não é sua. Não tente ser esperto, não tente ser isso, não tente dar saidinha. Você está na casa deles. Segundo lugar, quando você for falar com o cara, mira no olho dele. Seja da direita, seja da esquerda, mira. Ele não pode achar que você está com receio”, declarou Cohen a interlocutores, em uma conversa gravada.

    O advogado, tanto na conversa privada como na resposta à reportagem, diferencia as dicas de um treinamento formal para falar em público. “Se teve media training deu tudo errado. Porque eu não estava preparado. Eu não estava nada preparado, muito pelo contrário”, afirmou o advogado no arquivo de áudio.

    A notícia de que o advogado havia tido ajuda de pessoas ligadas ao PL para se preparar para o depoimento foi divulgada semanas atrás e passou a ser explorada por integrantes do governo -já que o partido é o principal da oposição.

    À época, Cohen negou ter havido um treinamento bancado pelo PL. Procurado pela reportagem e informado da existência do áudio, o advogado disse que de fato houve uma conversa rápida entre ambos, mas que isso não configura um treinamento.

    Cohen também afirmou ser alvo de “uma incessante destruição de caráter” por ter exposto informações sobre o esquema de descontos irregulares em aposentadorias.

    Duda Lima disse que passar orientações é parte de seu dia a dia, que não assessora Cohen e que o episódio não se trata de um treinamento.

    “Treinamento que eu ministro teria de ser de dias e constantes. Aliás, não acho correto questionar com quem falo ou deixo de falar. Senão, teríamos de, também, questionar orientação de advogados e de jornalistas. E isso seria incabível”, declarou o chefe da comunicação do PL.

    Em um dos áudios obtidos pela reportagem, Cohen diz que a CPI questionou por escrito se ele havia recebido assistência de integrantes do PL. “É mentira, ninguém me treinou”, disse ele na gravação. Na conversa, ele fala com dois interlocutores.

    Ele respondeu à comissão por escrito e negou que tenha participado de treinamento promovido pelo PL ou outro partido.

    “Não houve qualquer tipo de ‘media training’, tampouco envolvimento de partidos políticos, razão pela qual a matéria publicada carece de veracidade e comprometimento com os verdadeiros fatos que levarão à responsabilização dos reais autores e responsáveis por este grave atentado contra os mais de sete milhões de aposentados e pensionistas atingidos”, escreveu ele no ofício.

    Informado pela reportagem sobre o teor de áudios em que menciona instruções do marqueteiro do PL, Cohen confirmou as dicas de Duda Lima e disse que quem o apresentou foi um amigo em comum chamado Wellington -o sobrenome e a profissão não foram mencionados na entrevista.

    O advogado relatou que seu amigo disse que poderia buscar orientação com o chefe da comunicação do PL. Cohen declarou que nem sabia de quem se tratava.

    “Ele [Wellington] chega e fala: ‘Eli, quer que eu pergunte alguma coisa lá? Eu conheço ele, é meu amigo. Eu falei: ‘Cara, nem sei quem é’. E ele falou assim: ‘Não lembra daquele cara que saiu no tapa na eleição do prefeito?’. Aí eu lembrei”, contou o advogado à reportagem.

    Lima foi agredido por um adversário enquanto acompanhava um dos debates televisivos da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024. Ele cuidava da campanha do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Dois anos antes, em 2022, chefiou o marketing da tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

    Na véspera do depoimento à CPI, no dia 31 de agosto, um domingo, de acordo com Cohen, ele e Wellington combinaram que o marqueteiro iria até o escritório do advogado. O dia estava corrido e a conversa foi rápida, segundo Cohen.

    “Eu cumprimentei ele, a mesa estava cheia de documentos, ele me falou três ou quatro palavras, não consegui praticamente entender, tanto que eu praticamente nem usei [as dicas no depoimento]. Eles foram fazer essa reunião em outra sala, e eu fui embora”, declarou.

    “Ele falou assim: ‘Você não tem nem tempo de ter um aprimoramento de como falar com eles. Mas eu posso só dizer o seguinte, se ajudar: lembre sempre que a casa é deles, não é sua. E, outra coisa: quando estiver falando com eles, tenta falar olhando para quem te perguntou’”, contou o advogado.

    Quando surgiu a notícia de que Cohen teria tido treinamento de integrantes do PL, o coordenador da bancada governista na CPI, Paulo Pimenta (PT-RS), defendeu que o advogado prestasse um novo depoimento. Disse, na reunião de 22 de setembro, que poderia se tratar de uma obstrução às investigações.

    O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), minimizou o caso. “Se esse media training de fato existiu, foi muito mal empregado, porque não foi… Não foi tão legal assim o resultado, né?”, disse ele.

    Marinho também disse, na reunião, que o presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, afirmou a ele que não houve esse suposto treinamento, e sugeriu que o ofício de questionamento fosse enviado a Cohen. “Eu tive o cuidado de perguntar agora ao presidente do partido, e ele me disse que isso nunca existiu”, declarou o senador.

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  • Uber deixa de aceitar alguns modelos de carros para as categorias Black e Comfort

    Uber deixa de aceitar alguns modelos de carros para as categorias Black e Comfort

    Para o Uber Comfort, o Renault Logan não será mais aceito, independentemente do ano de fabricação, a partir de 6 de julho de 2026; veja os outros modelos!

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O aplicativo de transportes Uber divulgou uma lista de modelos de carros que não serão mais aceitos em corridas Comfort e Black, categorias premium da empresa, a partir de 2026.

    Para o Uber Comfort, o Renault Logan não será mais aceito, independentemente do ano de fabricação, a partir de 6 de julho do ano que vem. No caso do Black, a partir de 5 de janeiro não serão mais aceitos os modelos Renault Kardian, Citroën Basalt, Chery Tiggo 3 e 3X, Peugeot E-2008, Hyundai Kona Hybrid e JAC Motors J3 Turin e iEV 40.

    Alguns anos de fabricação de determinados modelos de carros também não serão mais aceitos. A tabela completa, dividida por estado foi divulgada na semana passada e pode ser acessada neste link.

    Para receber solicitações de viagens na categoria Uber Comfort, segundo a empresa, motoristas parceiros precisam ter mais de cem viagens com outras categorias (exceto de Uber Moto, Envios Moto e Uber Táxi), bem como ar-condicionado no carro e quatro portas.

    Além disso, é preciso ter média de avaliações de usuários de no mínimo 4,85 para as cidades de Brasília (DF), Curitiba (PR), Londrina (PR), Joinville (SC), Porto Alegre (RS) e Caxias do Sul (RS) ou de 4,80 para todos os outros municípios.

    Já para o Uber Black, a média de avaliações de usuários deve ser de pelo menos 4,85 para qualquer cidade. Além dos demais requisitos para o Comfort, os carros Black também precisam ter as cores preto, chumbo, prata, cinza, azul-marinho, marrom ou branco.

    Em comunicado, a empresa afirma que a atualização de modelos é feita periodicamente, e que “os veículos da nova lista foram determinados com base em aspectos apontados pelos usuários como importantes para a decisão na hora de pedir viagens nas categorias Comfort e Black”.

    Para a categoria Uber X, prevalecem as regras da legislação local. Por exemplo, em cidades que têm limite de idade dos veículos de aplicativo, como em Brasília, Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Campinas (SP), que estabelecem o máximo de dez anos, veículos com ano de fabricação 2015 ou anterior não receberão viagens.

    A Uber também explica que, caso a média de avaliações de um motorista fique abaixo do mínimo exigido, o profissional receberá um aviso e terá as próximas 70 viagens para tentar fazer com que sua nota aumente. Caso não recupere, deixará de receber corridas nas categorias premium.

    Uber deixa de aceitar alguns modelos de carros para as categorias Black e Comfort

  • Mendonça bloqueia R$ 389 milhões do Sindnapi, que tem irmão de Lula como vice

    Mendonça bloqueia R$ 389 milhões do Sindnapi, que tem irmão de Lula como vice

    Ministro André Mendonça ordenou o bloqueio de R$ 389 milhões do Sindnapi e de seus dirigentes em investigação sobre descontos irregulares do INSS. Frei Chico, irmão do presidente Lula, é vice-presidente da entidade e figura entre os investigados no caso

    (FOLHAPRESS) – O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta terça-feira (14) o bloqueio de R$ 389 milhões do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) e de dirigentes da entidade.

    José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT), é vice-presidente da entidade, investigada no caso dos descontos irregulares de benefícios do INSS.

    A decisão foi dada no âmbito de uma ação que tramita de forma sigilosa. O processo é o mesmo no qual a Polícia Federal deflagrou uma operação na última quinta (9), em nova fase de investigação sobre o esquema.

    Mendonça, relator do caso, autorizou na semana passada 66 mandados de busca e apreensão. A PF fez a operação em São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e Distrito Federal.

    De acordo com nota divulgada pela PF, o objetivo foi aprofundar as apurações sobre supostos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa e ocultação e dilapidação patrimonial.

    Durante a operação, foram apreendidos R$ 135,8 mil em espécie e 27 veículos, incluindo modelos de alto padrão como Ferrari, Porsche, Audi, BMW e Mini Cooper. Além de uma arma de fogo, 30 relógios, entre eles peças de luxo avaliadas em até R$ 100 mil, e diversos aparelhos eletrônicos, como celulares e notebook.

    O porta-voz do Sindnapi, Marco Piva, afirmou na ocasião que “o sindicato está muito tranquilo em relação a esse processo”. “Ao contrário de outras entidades, tem 25 anos de existência e de serviços prestados aos aposentados e pensionistas”.

    “O Sindnapi comprovará a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos”, escreveram os advogados da associação na semana passada. Eles também declararam “absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”.

    A reportagem não conseguiu contato com o Sindnapi nesta terça.

    Mendonça bloqueia R$ 389 milhões do Sindnapi, que tem irmão de Lula como vice

  • EUA impõem tarifa de 100% a 150% sobre produtos marítimos e logísticos da China

    EUA impõem tarifa de 100% a 150% sobre produtos marítimos e logísticos da China

    A ação busca “reduzir a dependência de fontes chinesas” e”fortalecer a segurança econômica e de cadeias de suprimentos” do país, segundo documento que será publicado na quinta-feira, 16, no Federal Register, o diário oficial dos EUA

    O governo dos Estados Unidos anunciou uma nova rodada de tarifas de 100% a 150% sobre produtos chineses ligados aos setores marítimo, logístico e de construção naval. A ação busca “reduzir a dependência de fontes chinesas” e”fortalecer a segurança econômica e de cadeias de suprimentos” do país, segundo documento que será publicado na quinta-feira, 16, no Federal Register, o diário oficial dos EUA.

    De acordo com o texto, as novas tarifas entram em vigor em 9 de novembro e abrangem uma ampla gama de equipamentos usados em portos e transporte intermodal. Entre os produtos afetados estão guindastes \”ship-to-shore\” (STS), aqueles usados para descarregar contêineres de embarcações, e chassis intermodais e suas partes, como trailers e semi-reboques empregados no transporte de cargas marítimas e ferroviárias.

    A tarifa também se aplica a equipamentos “fabricados, montados ou contendo componentes de origem chinesa”, inclusive aqueles produzidos “por empresas controladas ou substancialmente influenciadas por nacionais chineses”.

    A medida também altera a forma de cobrança da taxa sobre navios estrangeiros transportadores de veículos, que passa a ser calculada com base em toneladas líquidas, em vez da antiga métrica por unidade de automóvel.

    O valor foi fixado em US$ 46 por tonelada, limitado a cinco cobranças por embarcação ao ano. A regra vale para navios construídos fora dos EUA, enquanto embarcações do governo americano e as inscritas no Maritime Security Program ficarão isentas até abril de 2029.

    O USTR justificou que a imposição de tarifas de 100% sobre guindastes e chassis intermodais da China tem por objetivo “aumentar a alavancagem dos EUA” e responder às “práticas e políticas investigadas” do país asiático. A proposta também prevê tarifas adicionais – de até 150% – sobre outros equipamentos portuários, como pórticos de pneus de borracha, guindastes sobre trilhos, empilhadeiras automáticas, reachstackers, straddle carriers, tratores de terminal e top loaders.

    O documento também abre uma consulta pública até 10 de novembro sobre possíveis ajustes nas tarifas. Além disso, guindastes STS contratados antes de 17 de abril de 2025 e entregues até 18 de abril de 2027 ficarão isentos da alíquota de 100%.

    O USTR ainda revogou a possibilidade de suspender licenças de exportação de gás natural liquefeito (GNL), medida que, segundo o texto, busca evitar “disrupções de curto prazo” no setor energético.

    EUA impõem tarifa de 100% a 150% sobre produtos marítimos e logísticos da China

  • Governo paga lote extra do PIS e do Pasep nesta quarta (15)

    Governo paga lote extra do PIS e do Pasep nesta quarta (15)

    Governo libera nesta quarta-feira (15) um lote extra de R$ 1,5 bilhão do PIS/Pasep para 1,6 milhão de trabalhadores com dados enviados fora do prazo. Pagamentos vão até 29 de dezembro e podem ser feitos pela Caixa ou pelo Banco do Brasil

    (FOLHAPRESS) – O governo paga, nesta quarta-feira (15), o lote extra do PIS/Pasep para servidores públicos e trabalhadores do setor privado que tiveram seus dados enviados com atraso pelos empregadores. Cerca de 1,6 milhão de pessoas vão receber R$ 1,5 bilhão, em valores que têm como referência o ano-base de 2023.

    Trabalhadores do setor privado têm o depósito em conta-corrente ou na poupança digital da Caixa Econômica Federal, que é movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Servidores públicos têm o valor depositado direto em sua conta no Banco do Brasil, com saque disponível nos caixas eletrônicos.

    Para consultar se tem direito ao benefício, o trabalhador deve acessar a CTPS Digital (Carteira de Trabalho Digital) ou o portal Gov.br. Também é possível obter informações pelo telefone 158, de segunda a sábado, das 7h às 22h, exceto feriados.

    O prazo para resgatar o dinheiro vai até o dia 29 de dezembro para todos os trabalhadores. Caso não faça o resgate, o montante volta aos cofres públicos, mas pode ser solicitado dentro de cinco anos.

    Se dentro desse prazo o beneficiário não solicitar os valores, eles serão definitivamente incorporados ao Tesouro Nacional, sem possibilidade de saque.
    O último lote previsto em calendário foi pago no dia 15 de agosto para 4 milhões de pessoas. Entre os beneficiários do lote extra, 697.814 trabalhadores são de empresas privadas, vinculados ao PIS, e 942.387 são servidores públicos, vinculados ao Pasep.
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    COMO SACAR O DINHEIRO PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL?

    O crédito do abono do PIS será realizado em conta-corrente ou poupança na Caixa de forma automática. Caso o beneficiário não possua conta no banco apta ao crédito, a instituição faz a abertura automática da Poupança Social Digital, que é movimentada pelo aplicativo Caixa Tem, na qual é possível pagar contas, efetuar transferências, pagar na maquininha e fazer compras com o cartão de débito virtual.

    Para os clientes que apresentaram algum impedimento para o crédito em conta na data do pagamento, o saque poderá ser realizado com o cartão social e senha em terminais de autoatendimento, unidades lotéricas e correspondentes Caixa Aqui. Também é possível realizar saques sem cartão nos terminais de autoatendimento, utilizando a identificação biométrica previamente cadastrada em uma agência.

    COMO ACESSAR O VALOR PELO BANCO DO BRASIL?

    Quem já tem conta no Banco do Brasil deve receber o crédito do Pasep diretamente em conta corrente ou poupança. Se algum beneficiário não é correntista do BB, mas possui um CPF cadastrado como chave Pix, também receberá os créditos em conta. O pagamento deve ocorrer ao longo do dia 15.

    Servidores que não têm conta no BB nem chave Pix CPF poderão realizar, até o dia 29 de dezembro, o saque via guichê de caixa nas agências do Banco do Brasil, ou enviar TED para conta em outras instituições financeiras acessando o site com login pelo Gov.br.

    Para realizar o saque em agência, os servidores devem apresentar documento de identificação, que pode ser nas versões física ou digital.

    COMO FAZER A CONSULTA AO PIS/PASEP?
    Pela internet
    1 – Acesse o site e clique em “Entrar com Gov.br”
    2 – Faça login com seu CPF e senha cadastrados no portal Gov.br. Caso não tenha cadastro, é possível fazê-lo neste site
    3 – Em seguida, clique em “Abono Salarial”
    4 – Na próxima tela, aparecerá a informação se o trabalhador receberá ou não o benefício

    Pelo aplicativo
    1 – No celular ou tablet, baixe o aplicativo Carteira de Trabalho Digital, caso não o tenha
    2 – Faça login com seu CPF e senha cadastrados no portal Gov.br. Caso não tenha cadastro, é possível fazê-lo neste site
    3 – Na tela inicial, clique em “Abono Salarial – Consultar”. Caso a opção não apareça, clique no menu da parte de baixo da tela, depois, em “Benefícios e Abono Salarial”
    4 – Na próxima página, aparecerá a informação sobre os valores a receber

    QUEM TEM DIREITO AO PIS/PASEP?
    Têm direito ao PIS/Pasep em 2025 profissionais da iniciativa privada e servidores públicos que trabalharam formalmente pelo menos 30 dias no ano-base do pagamento, que é 2023, ganhando até dois salários mínimos da época, o que dá R$ 2.640.

    É necessário estar inscrito há pelo menos cinco anos no programa e o empregador precisa ter informado os dados corretos na Rais (Relação de Anual de Informações Sociais).

    QUAL É VALOR DO ABONO SALARIAL DO PIS/PASEP?

    Os trabalhadores com direito ao abono podem receber até um salário mínimo, correspondente ao valor de R$ 1.518 neste ano, desde que cumpram os requisitos para ter o benefício, baseado no período trabalhado em 2023.

    O valor pago é proporcional ao número de meses trabalhados no ano de referência. O pagamento é de 1/12 sobre o mínimo. Quem trabalha formalmente por um mês recebe 1/12. Quem trabalha os 12 meses recebe o valor cheio.

    Por exemplo: O valor para quem trabalhou um mês é de R$ 127. No caso de quem trabalhou 12 meses no ano-base, é pago 100% do salário mínimo.

    Segundo o MTE, em 2025, R$ 30,7 bilhões foram destinados ao pagamento do benefício a cerca de 25,8 milhões de trabalhadores com direito ao abono salarial. O calendário oficial começou a ser pago em fevereiro e terminou em agosto.

    Governo paga lote extra do PIS e do Pasep nesta quarta (15)

  • Governo avalia cenário energético antes de decidir sobre horário de verão

    Governo avalia cenário energético antes de decidir sobre horário de verão

    Ministro Alexandre Silveira afirmou que o país vive um momento de segurança energética e que o governo está tecnicamente preparado para decidir sobre a medida. Silveira lembrou que o Brasil é um país que depende naturalmente de suas hidrelétricas

    SÃO PAULO, SP (AGÊNCIA BRASIL) – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta terça-feira (14) que o governo federal está “completamente seguro” de que o país não precisará retomar o horário de verão neste ano.

    “O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico se reúne mensalmente para discutir a segurança energética nacional e a modicidade tarifária [princípio que garante cobrança de tarifas justas]. Chegamos à conclusão que, graças ao planejamento e ao índice pluvial dos últimos anos, estamos em condição de segurança energética completa e absoluta para este ano.”

    Em entrevista a emissoras de rádio durante o programa “Bom Dia, Ministro”, Silveira lembrou que o Brasil é um país que depende naturalmente de suas hidrelétricas.

    “Elas nos dão segurança energética e dependem das nossas térmicas. Por isso, estamos implementando e vamos, na próxima semana, lançar o leilão das térmicas.”

    “O Brasil produz muita energia, em especial, com o advento das energias renováveis. São energias ainda intermitentes. Por isso, também estamos com uma expectativa muito grande de lançar, ainda este ano, nosso leilão de bateria. A gente vai literalmente armazenar vento. O vento vai ser armazenado através das baterias.”

    “Através da bateria, vamos ter o sol até 22 horas armazenado. Energia solar armazenada em baterias. É um grande sistema que vem estabilizar o nosso sistema”, completou.

    O ministro destacou que as chamadas energias intermitentes cresceram rapidamente não apenas Brasil, mas em todo o mundo.

    “É um grande problema é não é um problema nacional, é um problema no mundo inteiro. Portugal, Espanha sofreram agora recentes apagões de longo prazo por causa dessa intermitências”.

    “Mas o nosso sistema é muito robusto. Há um planejamento muito bem feito e nós estamos completamente seguros de que não precisamos do horário de verão neste ano.”

    “O que não pode é faltar energia para o povo brasileiro. Por isso, teríamos coragem completa e absoluta, caso fosse necessário, independentemente das opiniões e das controvérsias sobre o horário de verão, de implementá-lo”, concluiu.

    Governo avalia cenário energético antes de decidir sobre horário de verão

  • Crise no câmbio faz inflação na Argentina voltar a acelerar em setembro

    Crise no câmbio faz inflação na Argentina voltar a acelerar em setembro

    Índice fechou o mês com alta de 2,1%, vindo de dois meses seguidos em 1,9%; governo conta com indicador para ganhar votos para as eleições de 26 de outubro

    BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Faltando 12 dias para as eleições legislativas na Argentina, o Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos) divulgou que a inflação de setembro teve uma leve aceleração no país. O indicador teve alta de 2,1% ante o mês anterior, o mais elevado desde abril, e de 31,8% no acumulado de 12 meses.

    A inflação é o principal foco econômico do governo na campanha, e analistas concordam que houve um aumento. Em agosto, a inflação havia sido de 1,9% mensal, mesmo desempenho de julho.

    Durante setembro, o dólar teve um aumento significativo, chegando a 1.474,50 pesos argentinos, o que levou o banco central do país a vender reservas. No entanto, após isso, o dólar caiu para cerca de 1.420 pesos argentinos.

    O segmento com o maior aumento no mês foi o de habitação, água, eletricidade e outros combustíveis (3,1%), devido aos aumentos em aluguéis residenciais, seguido por educação (3,1%).

    O grupo com maior impacto na variação mensal regional foi o de alimentação e bebidas não alcoólicas, exceto na Patagônia, onde o maior impacto foi registrado em transportes.

    As duas divisões que registraram as menores variações em setembro de 2025 foram lazer e cultura (1,3%) e restaurantes e hotéis (1,1%).

    O governo de Javier Milei defendia que o impacto da crise cambial que o país viveu após os resultados negativos para o partido do presidente nas eleições legislativas da província de Buenos Aires seria pequeno.

    A previsão de inflação é influenciada pelo aumento nos preços de hortaliças e frutas, que também impactaram os preços de alimentos e bebidas na região.

    Os analistas sugerem que a perda de valor do peso é repassada somente após algum tempo, com expectativa de inflação acima de 2% nos próximos meses.

    Após cair com a intervenção do Tesouro norte-americano no mercado cambial argentino, com a compra de pesos, ocorrida na semana passada, o dólar voltou à tendência de alta nesta terça-feira.

    O dólar oficial fechou a 1.392 pesos argentinos (acima do teto da banda, de 1.385 pesos), enquanto o mercado esperava os desdobramentos do encontro entre Milei e o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca.

    No fim da tarde, as ações argentinas reagiam mal ao condicionamento feito por Trump, de que o apoio à Argentina dependia do desempenho de Milei nas eleições de 26 de outubro. O Merval S&P caía 2,7%.

    Questionado pelos jornalistas sobre um eventual projeto de dolarização da economia argentina -algo que Milei prometeu durante a sua campanha, em 2023, mas que sumiu do radar-, Trump disse que não se opunha, embora “gostasse” dos pesos. Ele defendeu que os países confiem no dólar e criticou os países do Brics, em uma busca por negociar sem usar a moeda americana.

    “Estão todos saindo dos Brics. Era um ataque ao dólar. Eu disse: ‘querem jogar esse jogo? Vamos colocar tarifas sobre todos os produtos que entrarem nos Estados Unidos’. Eles disseram: ‘estamos fora dos Brics’. E agora ninguém mais fala disso”, disse o republicano.

    Crise no câmbio faz inflação na Argentina voltar a acelerar em setembro