Categoria: ECONOMIA

  • Após recorde, produtor planeja safra de grãos sob 'efeito Trump'

    Após recorde, produtor planeja safra de grãos sob 'efeito Trump'

    Segundo a Conab, a maior disponibilidade de soja, milho e arroz tem possibilitado a recuperação dos estoques de passagem, o que é bom para o mercado. A colheita de algodão também atinge um novo recorde, o que permite que as vendas internacionais apresentem crescimento, sem impacto nos estoques de passagem da fibra

    Depois de colherem uma safra histórica de grãos, com um recorde de 345,2 milhões de toneladas, produtores de todo o Brasil já se preparam para iniciar um novo plantio. Apesar do clima de incerteza em razão das tarifas do presidente americano, Donald Trump, os agricultores já compraram os insumos e vão pelo menos manter a mesma área de cultivo, investindo mais em produtividade. “O nosso campo não tem como parar”, diz o produtor rural Invaldo Weiss, de Santa Carmen, em Mato Grosso.

    O plantio da soja, principal produto agrícola brasileiro, começa em setembro e os produtores têm menos de um mês para uma definição sobre o tamanho da área cultivada. O período será marcado por duas expectativas: a chegada das chuvas e o tarifaço de Trump.

    O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, diz acreditar que, mesmo com o cenário incerto, o País vai continuar batendo recordes de produção. “O milho, que teve um desempenho histórico nesta safra, continuará avançando, e a soja irá além das 170 milhões de toneladas que tivemos agora. Se não houver uma questão climática grande, vamos até aumentar esses patamares.”

    Do ponto de vista agronômico, segundo o especialista, a perspectiva no caso da soja é de continuar aumentando a produção na faixa de 1% a 2% ao ano. Ele lembra que o principal cliente brasileiro para o grão é a China, e isso não será afetado de forma direta pelo tarifaço. “Se sair um acordo na linha do que o Trump cobra, de que os chineses comprem mais soja americana, isso pode afetar o poder de decisão do produtor, se ele vai plantar mais ou menos.”

    Weiss diz que a alternativa é plantar. “Tivemos uma safra muito boa, com produtividade excelente para soja e milho, mas sabemos que o cenário agora é outro. Não vamos ampliar, mas vamos plantar as áreas que já temos, pois os adubos e as sementes estão comprados.”

    Sul

    O presidente do Sindicato Rural de Santo Ângelo (RS), Laurindo Nikititz, diz que no Sul há uma situação diferenciada do restante do quadro do País. “Enfrentamos quatro estiagens e uma enchente severa que descapitalizaram os produtores. Tivemos redução de 30% na área de trigo de inverno e os investimentos foram mais baixos. Como o produtor está inadimplente no sistema financeiro, os recursos foram poucos.” Ele estima que as áreas com milho e soja continuarão iguais. “Mas não teremos grande produtividade por falta de investimento maior nas lavouras.”

    Nikititz espera que haja uma repactuação das dívidas por um prazo de 10 a 12 anos com juros acessíveis para que o produtor possa cumprir com suas obrigações. “Mesmo que o clima colabore, não teremos uma colheita exemplar.”

    Estimativa

    A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do governo federal, diz que as primeiras estimativas para a safra 2025/26 serão disponibilizadas no início de setembro. Nas próximas semanas, os técnicos vão a campo colher informações. Com a colheita recorde obtida na safra 2024/25, de 345,2 milhões de toneladas, a maior oferta de grãos já causou impacto nos preços de mercado, que estão em patamares inferiores às cotações observadas no mesmo período da safra anterior.

    A maior queda de preços atingiu o arroz, o que levou o governo federal a lançar ações de apoio aos produtores. Na quarta-feira passada, a Conab autorizou a compra de arroz por meio de contratos de opção (COV) de produtores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Além dos leilões da COV, a Conab foi autorizada a adquirir até 20 mil toneladas do grão por meio de aquisição do governo federal (AGF). O governo afirma que a boa produção, além de suprir o consumo interno, possibilitou um aumento nas exportações.

    Segundo a Conab, a maior disponibilidade de soja, milho e arroz tem possibilitado a recuperação dos estoques de passagem, o que é bom para o mercado. A colheita de algodão também atinge um novo recorde, o que permite que as vendas internacionais apresentem crescimento, sem impacto nos estoques de passagem da fibra.

    A companhia avalia que as tarifas americanas não terão impacto sobre os preços dos fertilizantes e defensivos porque os Estados Unidos não se configuram como um importante fornecedor do insumo. Além disso, o produtor brasileiro já comprou a maior parte do que precisa para a futura safra.

    O volume de fertilizantes importados pelo Brasil no primeiro semestre de 2025 alcançou 19,41 milhões de toneladas – crescimento de 9,29% frente ao mesmo período do ano anterior. A maior entrada foi pelo Porto de Paranaguá, no Paraná, com 5,14 milhões de toneladas, seguido pelos terminais do Arco Norte e de Santos. Para o órgão federal, esse é um indicativo de que os produtores continuarão investindo em aumento de produtividade.

    Lagarta

    Um componente novo no cenário agrícola nacional é o reaparecimento da lagarta-do-cartucho, praga que havia sido controlada com a biotecnologia VIP, usada em sementes de milho. A volta da lagarta indica que a ferramenta de resistência e controle da praga perdeu a eficácia, segundo a pesquisadora Mariana Ortega, da Fundação Mato Grosso. “Normalmente, os produtores planejam fazer duas ou três aplicações de inseticidas no milho, mas este ano houve casos de produtores que tiveram de fazer seis ou até sete devido à baixa eficiência das biotecnologias”, diz.

    A Conab diz que tem acompanhado as ocorrências da lagarta-do-cartucho durante as viagens de campo para levantamento da safra, nas principais regiões produtoras.

    Para Nepomuceno, da Embrapa, esse problema aparece quando se repetem os plantios dos mesmos cultivares, como é a prática no Brasil. Uma das formas de controle seria o manejo mantendo áreas de refúgio com sementes de milho sem a tecnologia para o controle biológico da praga. Ele avalia que a incidência ainda é pontual e não deve comprometer a produção.

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  • Nubank vai cumprir a legislação nacional e internacional, diz CEO no Brasil sobre a Lei Magnitsky

    Nubank vai cumprir a legislação nacional e internacional, diz CEO no Brasil sobre a Lei Magnitsky

    O recado de Dino sobre as eventuais sanções foi dado em uma decisão concedida em ação sobre o rompimento da barragem de Mariana (MG). O ministro declarou que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros só têm validade no Brasil se confirmadas pelo Supremo

    (FOLHAPRESS) – Embora ainda não tenha um posicionamento oficial sobre o recente imbróglio entre o STF (Supremo Tribunal Federal) e o governo Donald Trump, o Nubank afirmou que continuará cumprindo as legislações brasileira e internacional.

    “Como política institucional, temos um cumprimento absoluto das leis brasileiras e das leis internacionais, mas, nesse momento, não tem nenhuma ação requerida do nosso lado. Em proteção à privacidade dos nossos clientes, também acho que não posso abrir uma outra informação”, afirmou Livia Chanes, CEO das operações da fintech no Brasil, em entrevista coletiva nesta terça-feira (19).

    O setor bancário enfrentou uma sessão de duras perdas na Bolsa nesta terça, após o ministro Flávio Dino, do STF, sinalizar a possibilidade de punir instituições que aplicarem sanções financeiras contra Alexandre de Moraes, seu colega de corte.

    A maior queda do setor bancário foi do Banco do Brasil, que despencou 6,02%, seguido de Santander (-4,87%), BTG (-3,48%), Bradesco (-3,42%) e Itaú (-3,04%). No total, os bancos perderam R$ 41,3 bilhões em valor de mercado.

    A desvalorização puxou o desempenho da Bolsa brasileira, que fechou em queda de 2,10%, a 134.432 pontos. Já o dólar teve alta de 1,23%, cotado a R$ 5,500.

    O recado de Dino sobre as eventuais sanções foi dado em uma decisão concedida em ação sobre o rompimento da barragem de Mariana (MG). O ministro declarou que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros só têm validade no Brasil se confirmadas pelo Supremo.

    A eventual punição aos bancos passou a ser considerada no STF após ministros terem uma rodada de conversas com banqueiros sobre as ações do governo Donald Trump contra Moraes e considerarem a resposta aquém do esperado.

    A avaliação foi de que nenhum banco garantiu que as sanções financeiras não seriam aplicadas contra o ministro no Brasil, apesar de as restrições impostas até o momento se restringirem às transferências para o exterior.

    NOVIDADES NO BANCO

    As declarações da CEO do Nubank ocorreram em evento de lançamento de novas iniciativas para o público alta renda. A linha Ultravioleta passará a oferecer mais benefícios para atrair e fidelizar clientes mais endinheirados, a começar pelo reforço em incentivos no turismo. A cada dólar gasto no Nu Viagens, o cliente receberá 9 pontos ou 5% de cashback.

    Para operações usuais, fora do turismo, um dólar gasto equivale a 2,2 pontos ou 1,25% de cashback. Os benefícios terão início a partir desta quarta-feira (20).

    Além disso, o novo Ultravioleta terá IOF zerado para operações internacionais, com spread de 3,5%. Na conta global, para compra de outras moedas em carteira, o spread será zero.

    As apostas em pontos e cashback substituem o investimento no CBD que rende 200% do CDI, outrora chamariz do público alta renda para o banco.

    O motivo, segundo Ally Ahearn, diretora do segmento Ultravioleta, é que as novas iniciativas atenderão mais ao público do que o investimento. “90% dos clientes vão ter um cashback maior que o CDI, e o dinheiro parado em um CDI 200% não incentiva que o cliente gaste em viagens”, afirmou.

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  • Veja como aposentado do INSS pode recuperar dinheiro do golpe do débito automático

    Veja como aposentado do INSS pode recuperar dinheiro do golpe do débito automático

    Especialistas dizem que empresas e bancos podem ser responsabilizados; ressarcimento em dobro e danos morais também podem ser pagos

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) se tornaram vítimas de débitos automáticos não autorizados em seus extratos bancários. O caso ganhou visibilidade após o escândalo dos descontos fraudulentos de associações e sindicatos, e agora envolve também seguradoras e clubes de benefícios.

    Esse tipo de golpe passou a se intensificar a partir de 2021, quando uma mudança implementada pelo Banco Central fragilizou os mecanismos de segurança do débito automático, conforme antecipou investigação do UOL.

    Antes, para a realização dos descontos interbancários, era necessária a verificação em duas etapas: primeiro o cliente autorizava o desconto na instituição financeira ligada ao segurado e, depois, o banco também solicitava a autorização, confirmando se a adesão havia sido feita. Com a mudança, essa segunda exigência deixou de valer quando a cobrança era feita por outra empresa financeira autorizada a funcionar pelo BC.

    Nesses novos casos, ligados a seguradoras e clubes de benefícios, o valor é debitado assim que a aposentadoria ou pensão do INSS entra na conta bancária onde o segurado recebe o benefício.

    Segundo a reportagem do UOL, após a alteração regulatória, pelo menos uma seguradora e dois clubes de benefício passaram a usar financeiras de pequeno porte -ligadas a essas próprias empresas- para efetivar débitos automáticos de aposentados.

    Em nota, o Banco Central diz que a regulamentação veda a realização de débitos em conta sem autorização do titular, “o que se aplica indistintamente, independentemente de onde tenha sido formalizada a autorização”.

    “A norma dispõe, ainda, de mecanismos de segurança, ao obrigar as instituições envolvidas a manter evidências das autorizações e cancelamentos, além de assegurar o atendimento imediato às ordens de cancelamento do cliente, conforme estabelecido”, diz o órgão.

    Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) diz que a federação e seus bancos associados não compactuam com qualquer prática ilícita ou abusiva contra o consumidor e seguem integralmente as normas do BC relativas ao serviço de débito automático em conta-corrente.

    A federação diz que, apesar da existência da regra do BC, diante das reclamações de clientes que não reconhecem os débitos, alguns bancos estão bloqueando de imediato o débito futuro e realizam as tratativas para solução e esclarecimento com as empresas.

    QUEM DEVE SER RESPONSABILIZADO PELO DESCONTO INDEVIDO?

    Elimar Mello, advogado especialista em direito previdenciário e sócio do escritório Badaró Almeida & Advogados Associados, diz que tanto os bancos como as instituições que realizaram os débitos possuem responsabilidade pelo desconto.

    Isso acontece pois as entidades deveriam ter autorização prévia do BC e dos segurados, e os bancos, como guardiões da segurança das operações financeiras, devem garantir que as operações só ocorram quando autorizadas prévia e expressamente pelos correntistas.

    “A partir do momento em que ocorre um desconto por entidade não autorizada pelo Banco Central sem essa autorização prévia e expressa, os bancos falham no seu dever legal de diligência e acabam atraindo a responsabilidade legal pelo descumprimento dessa obrigação legal”, diz o advogado..

    O INSS PODE SER RESPONSABILIZADO?

    O advogado previdenciário e colunista da Folha Rômulo Saraiva diz que há responsabilidade solidária dos bancos e das empresas que promoveram o desconto. Se a folha de pagamento do INSS veio com o valor correto e o desconto indevido ocorreu só depois a autarquia não tem responsabilidade, diz.

    POSSO CONSEGUIR RESSARCIMENTO EM DOBRO?

    Sim, segundo Mello, o CDC (Código de Defesa do Consumidor), prevê que quando o consumidor é cobrado por uma quantia indevida, ele possui o direito de ser ressarcido por valor igual ao dobro do que pagou em excesso. Essa quantia também deve ser acrescida de correção monetária e juros legais.

    O especialista destaca que a jurisprudência do STJ (Superior Tribunal de Justiça) reforça que a devolução em dobro exige a prova da má-fé, ou seja, que não houve um erro justificável.

    E DANOS MORAIS?

    Elimar Mello diz que a indenização por danos morais vai ocorrer quando comprovada uma ofensa a elementos não patrimoniais do consumidor, como, por exemplo, ficar evidente que o consumidor sofreu constrangimento, angústia, humilhação ou entrou de forma indevida em cadastro de inadimplentes.

    Saraiva destaca ainda que o lançamento de desconto fraudulento pode trazer uma desorganização financeira, inclusive comprometendo o pagamento de contas e compromissos financeiros. “Caso isso ocorra, afetando o crédito ou levando à negativação indevida, é passível de gerar dano indenizável em razão da dor de cabeça e dos abalos de ordem moral decorrentes da atividade ilícita”, afirma.

    DESCOBRI UM DESCONTO POR DÉBITO AUTOMÁTICO INDEVIDO. O QUE FAÇO?

    Elimar Mello explica que a melhor solução sempre é a mais simples e rápida possível. “Principalmente por se tratar de aposentados, que, em muitos casos, não possuem tempo ou reservas financeiras para suportar um caminho mais complexo”, diz.

    O primeiro passo é, assim, comunicar os bancos, registrando uma reclamação formal na ouvidoria das instituições e exigindo que o débito automático não autorizado seja imediatamente cancelado. Depois, é importante fazer um pedido formal de devolução dos valores descontados indevidamente.

    “Por se tratar de reclamação diante da ouvidoria, os bancos possuem obrigação legal de fornecer protocolo de atendimento e apurar rapidamente a irregularidade, respondendo de forma direta ao consumidor”, diz Mello.

    Caso não resolva dessa forma, o consumidor pode registrar uma reclamação no Procon e a via judicial também pode ser uma saída.

    QUE PROVAS POSSO REUNIR PARA COMPROVAR A FRAUDE?

    De início, os aposentados devem verificar nos extratos bancários se há descontos ou débitos não reconhecidos. Depois, o advogado previdenciário diz que o aposentado deve pedir formalmente que a instituição demonstre a autorização ou o contrato formal. “Essa obrigação é das instituições bancárias, pois cabe ao banco e não ao aposentado apresentar a prova da contratação ou da autorização”, diz.

    Outras provas importantes são os protocolos das reclamações junto ao banco ou no Procon, pois ajudam a demonstrar que o aposentado tentou uma solução administrativa e que as instituições resistiram em corrigir o erro do débito indevido.

    “Por fim, para a comprovação do dano moral ou para demonstração de vulnerabilidade do aposentado, em alguns casos, pode ser possível o testemunho de familiares ou terceiros que possam comprovar os danos extrapatrimoniais ou a comprovação da vulnerabilidade, principalmente nos casos de baixa instrução digital das vítimas”, diz Mello.

    COMO POSSO BLOQUEAR OU LIMITAR OS DESCONTOS POR DÉBITO AUTOMÁTICO?

    O primeiro passo é solicitar diretamente ao banco para que nenhum débito automático seja incluído em sua conta sem prévia e expressa autorização. Parte da instituições bancárias já fornecem essa opção de forma digital, enquanto outros exigem que o pedido seja feito por escrito.

    Outra opção é requerer dos bancos que qualquer débito automático ou desconto seja autorizado apenas mediante uso de senha ou token. “Essa medida, apesar de ser mais restritiva para os aposentados que possuem baixa instrução digital, coíbe e limita a atuação de fraudadores”, afirma Mello.

    Por fim, também é importante que o acompanhamento dos extratos seja feito com regularidade.

    POSSO PERDER OS VALORES SE EU NÃO CONTESTAR A FRAUDE?

    Sim. Segundo Rômulo Saraiva, a depender da dinâmica e da complexidade da fraude, cada uma tem um prazo próprio que deve ser reclamada. Normalmente, o prazo de cinco anos é o mais comum.

    POR QUE CRIMES CONTRA APOSENTADOS SÃO TÃO COMUNS?

    Saraiva diz que criminosos percebem que os idosos são pessoas hipervulneráveis, tornando-os mais suscetíveis a danos ou exploração.
    Ele diz ainda que, além da vulnerabilidade da vítima, tem também a do sistema previdenciário, que demora muito a consertar brechas e possibilidades de atividades ilícitas.

    QUE CUIDADOS O APOSENTADO PODE TOMAR PARA EVITAR CAIR EM GOLPES?

    O colunista da Folha diz que os segurados devem evitar fornecer dados pessoais por meio de interações feitas via mensagem de SMS, WhatsApp, ligação e até visitas presenciais.

    “Muitos golpes atuais são feitos com inteligência artificial e técnicas de engenharia social [quando o fraudador já tem dados detalhados do aposentado], dispensando a participação do aposentado. Portanto, naqueles em que o criminoso tentar interagir com o aposentado, é bom evitar o máximo o fornecimento de informação pessoais e sigilosas”, diz Saraiva.

    Veja como aposentado do INSS pode recuperar dinheiro do golpe do débito automático

  • Brasileiros que sentem alta no preço da comida caiu, diz Genial/Quaest

    Brasileiros que sentem alta no preço da comida caiu, diz Genial/Quaest

    Neste mês, 60% dos entrevistados apontaram que os alimentos subiram de preço nos 30 dias anteriores, índice que era de 76% em julho, apontou pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20)

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A parcela dos brasileiros que percebem uma alta nos preços da comida sofreu forte queda entre julho e agosto deste ano, apesar de ainda estar em patamar alto, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20)

    Neste mês, 60% dos entrevistados apontaram que os alimentos subiram de preço nos 30 dias anteriores, índice que era de 76% em julho. No pico da série, em março deste ano, o índice era de 88%.

    Foram realizadas 12.150 entrevistas presenciais entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

    Para o CEO da Quaest, Felipe Nunes, essa percepção de queda na inflação dos alimentos é um dos fatores para a melhora na aprovação do governo Lula durante o período. O índice dos que aprovam a gestão do petista subiu de 43% para 46% entre julho e agosto, e os que desaprovam registraram queda de 53% para 51%.

    A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 0,26% no mês passado, após variação de 0,24% em junho, e ficou abaixo das projeções de mercado.

    De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços de alimentos e bebidas caíram 0,27% em julho, mais do que em junho (-0,18%). Um dos destaques do IPCA foi a redução do café moído (-1,01%), que teve a primeira queda depois de 18 meses consecutivos de avanço.

    Com essas reduções, a percepção do poder de compra dos brasileiros também teve alguma melhora. Entre os entrevistados pela Genial/Quaest em agosto, 70% consideram que conseguem comprar menos produtos com o salário que recebem. O índice era de 80% em julho e já foi de 81% em março. Enquanto isso, 16% consideram que conseguem comprar mais com o dinheiro recebido, uma alta de 5 pontos percentuais em relação a julho.

    De acordo com a pesquisa, 40% dos entrevistados consideram que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses (alta de 5 pontos percentuais em relação a julho) e outros 40% acham que vai piorar (queda de 3 pontos ante o mês passado).

    Para Felipe Nunes, outro fator que influenciou na popularidade de Lula foi o tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil. Desde 1º de agosto, produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos estão sujeitos a sobretaxa de 50%.

    Quase metade dos entrevistados (48%) avalia que Lula e o PT estão fazendo o que é mais certo nesse embate (eram 44% em julho). Para Bolsonaro e seus aliados, o índice é de 28% (29% em julho). 15% consideram que nenhum dos lados está fazendo o que é mais certo e 9% não souberam ou não quiseram responder.

    Também metade das pessoas ouvidas (49%) julga que Lula está agindo em defesa do Brasil, contra 41% que disseram que ele busca se promover. 10% não souberam ou não quiseram responder.

    De acordo com a pesquisa, 48% dos brasileiros consideram que o presidente brasileiro conseguirá negociar um acordo para reduzir as tarifas (na divisão por posicionamento político, o índice vai de 73% entre os lulistas para 21% entre os bolsonaristas). Enquanto isso, 45% do total de entrevistados avaliam que o petista não será capaz de chegar a um pacto com os EUA para reduzir as sobretaxas.

    “Menos pressão inflacionária somada à imagem de um presidente que reage a desafios externos ajudam a explicar o avanço de sua aprovação neste momento”, diz Nunes.

    Lula e Trump ainda não conversaram diretamente sobre o tarifaço. As negociações têm sido tocadas principalmente pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria uma conversa com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, mas o encontro foi cancelado. No mesmo dia, Bessent acabou se encontrando com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

    Brasileiros que sentem alta no preço da comida caiu, diz Genial/Quaest

  • CPI do INSS: oposição tenta desvincular nome de Bolsonaro do escândalo

    CPI do INSS: oposição tenta desvincular nome de Bolsonaro do escândalo

    Governistas avaliam que a CPMI também pode atingir dois aliados de Bolsonaro, o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni; oposição tenta mirar irmão de Lula

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS, cobrada há meses pela oposição, será instalada nesta quarta-feira (20) depois de o escândalo de descontos ilegais em aposentadorias ter perdido espaço no debate público.

    A comissão deverá ampliar a investigação para empréstimos consignados e poderá avançar sobre José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente da República e vice-presidente do Sindinapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), uma das entidades sob suspeita.

    Congressistas avaliam que os reembolsos pagos pelo governo Lula a pessoas prejudicadas pelo esquema ilegal ajudaram a baixar a temperatura da opinião pública. Na prática, o colegiado trabalhará menos pressionado do que estaria se suas atividades tivessem começado meses atrás.

    Apesar de o assunto ter perdido força, integrantes do governo Lula avaliam que a CPMI pode ser usada pela oposição para recuperar espaço nas redes sociais e tirar o foco do tarifaço imposto ao Brasil pelos Estados Unidos, que desgastou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os filhos.

    Segundo auxiliares do presidente, a orientação é tentar controlar a narrativa, batendo na tecla de que os descontos irregulares avançaram no governo Bolsonaro e só foram enfrentados no governo Lula.

    Governistas avaliam que a CPMI também pode atingir dois aliados de Bolsonaro, o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni. Hoje líder da oposição e secretário-geral do PL, Marinho foi secretário especial da Previdência nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro; Onyx, por sua vez, foi ministro do Trabalho e Previdência nos dois últimos.

    “A CPMI não pode se tornar um palco para a oposição manipular a opinião pública. Sabemos que as fraudes se dão ao menos desde 2017 e temos que investigar o que foi feito nos governos anteriores para impedir os golpes, mesmo com inúmeras denuncias”, afirma o senador Fabiano Contarato (PT-ES), um dos membros da comissão.

    Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado e um dos suplentes na nova CPI, disse que a versão de que os problemas foram na gestão anterior, de Jair Bolsonaro, não se sustenta. “Fiscalização e implementação de política pública é com o governo atual”, declarou.

    Marinho também minimizou o fato de a comoção pública em torno dos descontos ilegais em aposentadorias ter arrefecido. “Acredito que vai ser muito difícil para o governo botar debaixo do tapete o que está acontecendo”, disse o senador.

    Parlamentares de oposição admitem de forma reservada que uma das estratégias será tentar centrar fogo no irmão mais velho de Lula para buscar aproximar o escândalo do Palácio do Planalto.

    Aliados de Bolsonaro também devem insistir no discurso de que o ex-presidente já fez duras críticas a sindicatos e associações -enquanto Lula foi líder sindical. Uma das falas citadas como exemplo é a do senador Cleitinho (Republicanos-MG) em maio, quando o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, foi ao Senado para dar explicações sobre o caso.

    “Vocês acham mesmo que o Bolsonaro sabia disso tudo, sabia desse esquema para beneficiar sindicato e associação que ele sempre foi contra, inclusive sindicato que poderia ser beneficiado do irmão do Lula?”, questionou Cleitinho na ocasião.

    O escândalo do INSS foi um dos maiores baques sofridos pelo governo Lula no atual mandato. O caso derrubou o agora ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, além do antigo presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

    Integrantes da cúpula da CPI querem começar a apuração com conversas com técnicos da CGU (Controladoria-Geral da União) e da Polícia Federal -com a possibilidade de tomar até mesmo depoimentos formais de investigadores. O raciocínio é que assim seria possível coletar informações necessárias sem causar um escândalo político já nas primeiras sessões.

    Também deve haver conversas com o STF (Supremo Tribunal Federal), uma vez que em junho o ministro Dias Toffoli determinou que os inquéritos sobre o assunto fossem encaminhados para o gabinete dele.

    O senador Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a CPI da Covid, de 2021, será eleito presidente do novo colegiado. Ele foi indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Por sugestão de Aziz, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher de Bolsonaro, deve ser a vice.

    Parlamentares da oposição reconhecem que Aziz integra a base de Lula no Senado, mas avaliam que ele deve adotar postura mais pragmática na condução da CPI por receio de desgaste político no ano que vem, quando pretende disputar o governo do Amazonas.

    O relator será o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele deverá apresentar um plano de trabalho até a próxima terça-feira (26).

    O cargo de relator é estratégico porque quem o ocupa redige o relatório final, texto em que eventuais indiciamentos, mudanças em leis e outras providências são recomendados. Em seu primeiro mandato na Câmara, Ayres é considerado um deputado discreto, com boa relação com o governo Lula e com parte da oposição.

    CPI do INSS: oposição tenta desvincular nome de Bolsonaro do escândalo

  • Petrobras libera obras de primeiros navios encomendados no país sob Lula 3

    Petrobras libera obras de primeiros navios encomendados no país sob Lula 3

    São quatro navios para o transporte de combustíveis, encomendados por R$ 16,5 bilhões pela Transpetro, subsidiária logística da estatal.

    RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Petrobras aprovou nesta terça-feira (19) etapa que libera o início das obras dos primeiros navios encomendados a estaleiros brasileiros sob terceiro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que promete novamente revitalizar a indústria naval brasileira.
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    erca de seis meses após assinatura do contrato, que foi celebrada em cerimônia com Lula em meados de fevereiro, a estatal aprovou sua eficácia, o que permite a liberação da primeira parcela de recursos ao consórcio vencedor da licitação, formado pelos estaleiros Rio Grande e Mac Laren.

    São quatro navios para o transporte de combustíveis, encomendados por R$ 16,5 bilhões pela Transpetro, subsidiária logística da estatal. Não há mais chance de entrega de nenhum deles no mandato atual, já que o contrato dá ao consórcio 999 dias para finalizar a primeira embarcação.

    O presidente da Transpetro, Sergio Bacci, disse nesta terça, porém, que vai trabalhar para que um deles seja ao menos lançado ao mar ainda nesta gestão. “É evidente que não é um prazo fácil de se cumprir”, afirmou ele, na feira Navalshore.

    “Mas eu tenho certeza que teremos boa vontade dos estaleiros também, porque é um marco importante”, completou. O lançamento ao mar é feito com o navio ainda inacabado, mas já em condições de flutuar, para liberar espaço no dique para a montagem de outro casco.

    Lula e sua sucessora, Dilma Rousseff, participaram de diversas cerimônias de lançamento de navios durante os primeiros governos petistas, que apostaram na retomada da indústria naval como fator de geração de empregos.

    A mais polêmica delas envolveu o navio João Cândido, primeiro petroleiro construído em Pernambuco, que foi lançado ao mar apressadamente em 2010 para garantir palanque à campanha de Dilma e depois passou mais dois anos no estaleiro até ser concluído.

    O contrato com o consórcio formado por Rio Grande e Mac Laren prevê que quase todas as obras serão feitas em Rio Grande (RS), com finalização nas instalações do Mac Laren em Niterói (RJ). Após a primeira entrega, o consórcio terá seis meses para concluir cada navio restante.

    Com a declaração da eficácia do contrato nesta terça, a Transpetro pagará o sinal, que representa 5% do valor total do contrato, o equivalente a R$ 80 milhões. O restante e liberado de acordo com o avanço físico das obras.

    Esta primeira licitação sob Lula 3 teve apenas um consórcio interessado. O mesmo ocorreu com uma concorrência para a compra de quatro barcaças para o transporte de combustíveis aberta este ano, que acabou sendo cancelada porque o único consórcio que apareceu ofereceu preço acima do esperado.

    A Transpetro reabriu a licitação, oferecendo todas as 20 barcaças previstas por seu plano de estreia nesse segmento, esperando que a maior escala reduza o preço unitário de cada embarcação.

    Bacci afirmou que espera concorrência também para dois leilões de navios gaseiros lançados em fevereiro. “Tem muitos estaleiros consultando [informações sobre a licitação]. Então, a gente acha que terá mais estaleiros participando do processo licitatório.”

    O prazo para a entrega de propostas foi adiado duas vezes: agora, é 22 de setembro. A Transpetro prevê lançar uma nova licitação para quatro navios de combustíveis ainda em 2025 e tenta emplacar outros nove em 2026, mas os leilões dependerão do novo plano de negócios da Petrobras.

    A estatal está revendo o plano para adequar seus investimentos a um cenário de petróleo mais barato. “Todas as áreas apresentam suas demandas no plano estratégico. E aí, a partir daí, nós vamos discutir o que é mais prioritário para o sistema Petrobras ou não”, disse Bacci.

    “É evidente que eu vou defender as embarcações da Transpetro”, afirmou. “Mas eu não vou fazer cavalo de batalha com isso, muito pelo contrário. Se a presidente Magda [Chambriard] achar que é bom para o sistema Petrobras, terá o apoio da Transpetro”.

    Petrobras libera obras de primeiros navios encomendados no país sob Lula 3

  • Aposta no MA ganha mais de R$ 63 milhões do concurso 2903 da Mega

    Aposta no MA ganha mais de R$ 63 milhões do concurso 2903 da Mega

    Mais de cinquenta apostas acertaram a quina e cada um vai receber R$ 52.488,22

    Uma aposta feita em Caxias, no Maranhão, levou o prêmio de mais de R$ 63 milhões do concurso 2903 da Mega-Sena. O sorteio foi realizado na noite desta terça-feira (19).  

    As dezenas sorteadas foram: 20 – 24 – 27 – 46 – 50 – 54.

    Cinquenta e uma apostas acertaram a quina e vão receber R$ 52.488,22 cada. 

    Na quadra, 3.737 apostas foram ganhadoras e terão direito a R$ 1.180,75. 

    O próximo sorteio da Mega-Sena será realizado na quinta-feira (21), com prêmio estimado de R$ 3,5 milhões. 

    Aposta no MA ganha mais de R$ 63 milhões do concurso 2903 da Mega

  • EUA aceitam consulta do Brasil na OMC, mas alegam "segurança nacional"

    EUA aceitam consulta do Brasil na OMC, mas alegam "segurança nacional"

    País argumenta que ações brasileiras estão minando Estado de Direito e que parte das alegações brasileiras envolve temas de “segurança nacional”, que não podem ser revistas dentro da entidade

    Os Estados Unidos aceitaram o pedido de consulta do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) em relação às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.  

    O país, no entanto, argumentou que parte das alegações brasileiras envolve temas de “segurança nacional”, que não podem ser revistas dentro da entidade.

    Na resposta, disponível na página da OMC, o governo estadunidense afirmou que as sobretaxas de 50% sobre produtos brasileiros, assim como investigações comerciais em andamento, fazem parte de medidas necessárias para proteger interesses estratégicos dos Estados Unidos. 

    “[As tarifas são necessárias] para lidar com a emergência nacional decorrente das condições refletidas nos grandes e persistentes déficits anuais de mercadorias dos EUA com parceiros comerciais, ameaçando a segurança nacional e a economia dos Estados Unidos”, informou o governo dos Estados Unidos.”

    “Questões de segurança nacional são políticas e não passíveis de resolução na OMC”, prosseguiu o documento.

    As tarifas, acrescenta o documento, foram impostas porque as políticas e práticas recentes do Brasil estão “minando o Estado de Direito e ameaçando a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos”.

    Disputa simbólicaNo início do mês, o Brasil acionou a OMC contra as tarifas de 50% impostas pelo governo de Donald Trump. A consulta representa o início formal de uma disputa comercial, em que a OMC busca arbitrar um diálogo entre as partes na tentativa de um acordo.

    Caso não haja entendimento em até 60 dias, o Brasil poderá pedir a abertura de um painel de julgamento.

    Como a OMC tem enfrentado um processo de esvaziamento do mecanismo de solução de controvérsias, a disputa comercial, na prática, tem mais efeito político e simbólico.

    O Itamaraty informou que pretende incluir novos elementos e acusações ao longo do processo, caso a disputa avance para um painel.

    Alegações do Brasil

    No pedido de consultas, o Brasil acusa os Estados Unidos de violarem regras do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT, organismo precursor da OMC) e do Entendimento sobre Solução de Controvérsias (DSU).

    Entre os principais pontos levantados pelo governo brasileiro estão:

    • Violação do princípio de tratar todos os membros da OMC de forma igualitária, ao isentar alguns parceiros comerciais e punir o Brasil;
    • Tarifas acima do limite: alíquota de 50% supera os níveis acordados pelos próprios Estados Unidos na OMC;
    • Tratamento discriminatório: sobretaxa traz condições menos favoráveis ao Brasil em relação às previstas na lista oficial de concessões comerciais dos Estados Unidos;
    • Descumprimento das regras de solução de controvérsias: segundo o Brasil, punições unilaterais dos Estados Unidos violam procedimentos previstos nos acordos multilaterais.

    EUA aceitam consulta do Brasil na OMC, mas alegam "segurança nacional"

  • Gleisi rebate Tarcísio e diz que Lula não deve dar soberania nacional 'de presente' para Trump

    Gleisi rebate Tarcísio e diz que Lula não deve dar soberania nacional 'de presente' para Trump

    Tarcísio disse que Trump era um líder que gostava de colecionar vitórias, e que o Brasil poderia fazer, portanto, um gesto aos EUA

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu a declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de que o Brasil deveria dar “alguma vitória” para os Estados Unidos na negociação do tarifaço, por compreensão ao estilo do presidente americano, Donald Trump.

    Tarcísio disse, durante evento na capital paulista nesta segunda-feira (18), que Trump era um líder que gostava de colecionar vitórias, e que o Brasil poderia fazer, portanto, um gesto aos EUA.

    “Governador Tarcísio precisa entender que a soberania nacional não é algo para ‘dar de presente’, como ele acha que @LulaOficial deveria fazer diante da chantagem de Bolsonaro e Trump”, escreveu Gleisi. “Quanto mais se encontra com bilionários e banqueiros, mais distante Tarcísio vai ficando dos interesses do país e da população.”

    Ao defender que o Brasil desse uma vitória a Trump, o governador argumentou que seria possível deixar de comprar combustível da Rússia -parceira do país nos Brics.

    Tarcísio defendeu que, dando conquistas a Trump, seria possível também obtê-las. “Se a gente consegue reduzir a tarifa, eu tiro a tarifa, volto para o patamar anterior no setor de máquinas e equipamentos, no café, no pneu, na proteína animal, no pescado, a gente vai ter uma vitória.”

    Tarcísio já declarou apoio a Trump anteriormente, chegando a publicar, após a posse do americano, um vídeo colocando um boné com o slogan Make America Great Again (faça os Estados Unidos grandes de novo), da campanha do republicano.

    O governador vem criticando o governo Lula (PT) por não ter conseguido abrir canais de negociação com o governo Trump, mas sem citar as ações adotadas por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos para aumentar as sanções ao país.

    O discurso de Tarcísio se alinha àquele defendido por Eduardo, que defende que, para que Trump reduza as tarifas, o Brasil reveja decisões internas. O presidente americano usou como argumento para as sanções o tratamento dado pela Justiça brasileira a Jair Bolsonaro (PL), que responde processos.

    O governo Lula, por sua vez, tem reiterado que está aberto a negociar na esfera comercial com os EUA, mas sem recuar nas decisões judiciais do Brasil. Desde o começo das retaliações e das pressões da oposição, Lula e ministros têm reforçado o discurso de uma soberania nacional inegociável.

    Gleisi rebate Tarcísio e diz que Lula não deve dar soberania nacional 'de presente' para Trump

  • CNI mantém previsão de alta do PIB em 2,3% mesmo com tarifaço dos EUA

    CNI mantém previsão de alta do PIB em 2,3% mesmo com tarifaço dos EUA

    Os dados estão no Informe Conjuntural do 2º trimestre, publicado pela entidade; agropecuária está aquecida e deve sustentar crescimento da economia

    A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 mesmo com o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil.  

    Os dados, divulgados nesta terça-feira (19), estão no Informe Conjuntural do 2º trimestre, publicado pela entidade.

    A CNI reduziu de 2% para 1,7% a previsão de crescimento da indústria em 2025, mas alterou a projeção da agropecuária para cima, passando de 5,5% para 7,9%. 

    “O setor [da agropecuária], somado a um mercado de trabalho aquecido, deve sustentar o crescimento de 2,3% do PIB mesmo em meio ao aumento das tarifas americanas sobre as exportações brasileiras”, disse a entidade em nota.

    Indústria de transformação, construção e extrativista

    De acordo com o informe, os juros altos, o ritmo aquecido das importações e a provável queda das exportações – por causa da nova política comercial dos EUA – vão restringir a atividade industrial. A projeção da entidade para o crescimento da indústria de transformação em 2025 foi alterada de 1,9% para 1,5%.

    Já a indústria da construção, de acordo com a confederação, seguirá aquecida graças à continuidade dos projetos iniciados em 2024 e ao bom desempenho do programa Minha Casa, Minha Vida, cujos lançamentos cresceram 31,7% no 1º trimestre. A CNI manteve em 2,2% a estimativa de crescimento do PIB do setor. 

    A indústria extrativa também deverá ser um dos destaques positivos este ano. “Não à toa, a CNI dobrou de 1% para 2% a expectativa de alta do setor, principalmente pelo aumento da produção de petróleo”, afirmou.

    Massa de rendimento dos trabalhadores 

    Conforme as previsões da CNI, o número de pessoas ocupadas deve aumentar 1,5% em 2025, 0,6 ponto percentual acima da projeção anterior da entidade, no primeiro trimestre.

    A massa de rendimento real deve crescer 5,5%, 0,7 ponto percentual a mais em comparação com a previsão passada. “Com isso, a taxa de desocupação média deverá registrar o menor patamar da história pelo segundo ano consecutivo, ficando em 6%”.

    CNI mantém previsão de alta do PIB em 2,3% mesmo com tarifaço dos EUA