Categoria: ECONOMIA

  • Boeing conquista grandes encomendas da Turkish Airlines e Norwegian Air

    Boeing conquista grandes encomendas da Turkish Airlines e Norwegian Air

    A Boeing anunciou encomendas bilionárias da Turkish Airlines e da Norwegian Air, reforçando sua estratégia de recuperação no setor. O contrato inclui até 75 Dreamliners e até 150 aviões 737 MAX para a companhia turca, além de 30 aeronaves adicionais para a empresa norueguesa.

    A Boeing conquistou grandes encomendas da Turkish Airlines e da Norwegian Air Shuttle, em um momento em que a fabricante norte-americana de jatos busca revitalizar seus negócios. A Turkish Airlines, formalmente conhecida como Turk Hava Yollari, fez uma encomenda de até 75 aviões 787 Dreamliner, em sua maior compra de aeronaves de fuselagem larga da Boeing.

    O anúncio veio após encontro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Washington.

    O contrato inclui 35 unidades do 787-9, 15 do modelo 787-10 e opções para 25 Dreamliners.

    A Boeing disse que a Turkish Airlines também planeja comprar até 150 aeronaves 737 MAX, o que representaria seu maior pedido de aviões de corredor único da Boeing.

    Norwegian Air

    Separadamente, a Norwegian Air fez uma encomenda de 30 aeronaves 737-8, como parte de um estratégia de expandir serviços por toda a Europa. Em 2022, a companhia aérea de baixo custo havia fechado a compra de 50 aeronaves 737 e agora está exercendo a opção de encomendar aviões adicionais.

    Os termos financeiros não foram divulgados, mas a Boeing normalmente concede descontos expressivos em encomendas de grande porte.

    Boeing conquista grandes encomendas da Turkish Airlines e Norwegian Air

  • Dólar à vista abre em queda e mantém este ritmo em linha com exterior

    Dólar à vista abre em queda e mantém este ritmo em linha com exterior

    Na quinta, 25, o dólar à vista fechou em alta de 0,69%, a R$ 5,3644, o maior valor de fechamento desde o último dia 11 (R$ 5,3922). Já o dólar futuro para outubro terminou com avanço de 1,05%, a R$ 5,370

    O dólar abriu esta sexta-feira, 26, em queda de 0,05%, R$ 5,3643, e segue neste ritmo, recuando ao patamar de R$ 5,35, em linha com a cautela observada no exterior. Os investidores globais estão atentos à divulgação de dados americanos nesta sexta e devem repercutir o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, que elevou tarifas de importação sobre diversos produtos. Por aqui, os resultados do setor externo e incertezas políticas locais e fiscais são fatores adicionais.

    O Banco Central informou mais cedo que déficit em conta corrente somou US$ 4,669 bilhões em agosto, abaixo da mediana das estimativas colhidas pelos Projeções Broadcast, de US$ 5,35 bilhões, com intervalo de US$ 7,1 bilhões a US$ 4,9 bilhões.

    Ainda na agenda brasileira, destaque para a participação do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, em evento do Citi, às 11h. O BC promove, em São Paulo, reuniões trimestrais com economistas no período da tarde. E os agentes acompanham os desdobramentos do Relatório de Política Monetária, divulgado ontem, que reforçou a leitura de economia mais aquecida e juros elevados por mais tempo.

    A cena política também pode pesar no câmbio. O Centrão avalia alternativas à candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O nome do governador do Paraná, Ratinho Júnior, ganhou espaço como presidenciável da direita. A visita de Tarcísio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar, marcada para segunda-feira, 29, deve ser acompanhada de perto pelo mercado, por ocorrer no mesmo dia da posse do ministro Edson Fachin na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Na agenda internacional, o índice de preços de gastos com consumo (PCE), métrica preferida do Federal Reserve (Fed), será divulgado às 9h30 e deve orientar os rumos da política monetária americana. Além dele, o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan (11h) e discursos de dirigentes do Fed reforçam a expectativa de volatilidade.

    Ainda no radar dos investidores está o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, que elevou tarifas de importação sobre diversos produtos. A partir de 1º de outubro, passam a valer sobretaxas de 100% para medicamentos, 50% para armários e pias de banheiro, 30% para móveis estofados e 25% para caminhões pesados. A medida deve pressionar preços de remédios e custos de programas de saúde como Medicare e Medicaid, com riscos adicionais para a inflação americana.

    O mercado deve repercutir essa medida ao longo do dia, inclusive no Brasil. O país não é um exportador de remédios para os EUA, nem de caminhões pesados, mas exporta móveis, armários e pias de banheiro ao país.

    Na quinta, 25, o dólar à vista fechou em alta de 0,69%, a R$ 5,3644, o maior valor de fechamento desde o último dia 11 (R$ 5,3922). Já o dólar futuro para outubro terminou com avanço de 1,05%, a R$ 5,3700.

    Dólar à vista abre em queda e mantém este ritmo em linha com exterior

  • BC estima dívida externa bruta em US$ 372,604 bilhões no mês de agosto

    BC estima dívida externa bruta em US$ 372,604 bilhões no mês de agosto

    A dívida externa brasileira chegou a US$ 372,6 bilhões em agosto, alta em relação a julho, segundo o Banco Central. Do total, US$ 270,7 bilhões são de longo prazo e US$ 101,9 bilhões de curto prazo. Lucros, dividendos e juros externos seguem pressionando o balanço

    O Banco Central (BC) estima que a dívida externa brasileira atingiu US$ 372,604 bilhões em agosto, segundo os números do balanço de pagamentos divulgados nesta sexta-feira, 26. A dívida externa era de US$ 367,444 bilhões em julho, segundo as estimativas da autarquia. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 270,680 bilhões em agosto, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 101,925 bilhões.

    Lucros e dividendos

    A rubrica de lucros e dividendos no balanço de pagamentos teve déficit de US$ 4,899 bilhões em agosto de 2025, informou o Banco Central. Em agosto de 2024, os lucros e dividendos tiveram saldo negativo de US$ 4,656 bilhões.

    As despesas com juros externos somaram US$ 1,470 bilhão no mês passado, contra US$ 1,345 bilhão no mesmo mês de 2024. No acumulado do ano até agosto de 2025, a rubrica de lucros e dividendos está negativa em US$ 33,905 bilhões, enquanto a dos gastos com o serviço da dívida está negativa em US$ 18,394 bilhões.

    BC estima dívida externa bruta em US$ 372,604 bilhões no mês de agosto

  • Azul confirma fim das negociações de fusão e do acordo de codeshare com a Gol

    Azul confirma fim das negociações de fusão e do acordo de codeshare com a Gol

    Azul e Gol colocam fim às negociações de fusão e ao acordo de codeshare. Enquanto a Abra Group afirma ter mantido abertura para diálogo, a Azul concentra esforços na recuperação judicial e no reforço de sua estrutura de capital

    A companhia aérea Azul anunciou nesta quinta-feira, 25, em comunicado, o encerramento das negociações com a Abra Group Limited, controladora da Gol Linhas Aéreas Inteligentes, sobre uma possível fusão entre as duas empresas. As conversas foram formalizadas em um Memorando de Entendimentos Não Vinculante (MoU), assinado em janeiro, mas não avançaram.

    A Azul também comunicou o fim do acordo de cooperação comercial (codeshare) firmado com a Gol em maio de 2024. Segundo a empresa, todas as passagens emitidas sob o regime de codeshare serão honradas normalmente. A Azul ainda reafirmou o “comprometimento com processo de fortalecimento da sua estrutura de capital”.

    O fim das tratativas já havia sido comunicado pela Gol, ainda nesta quinta. Em comunicado, o Grupo Abra destacou que, mesmo após o início da recuperação judicial da Azul, em maio, manteve-se aberto a discutir uma possível combinação de negócios, mas que o foco da rival no processo de recuperação judicial (Chapter 11) travou o andamento das conversas.

    Azul confirma fim das negociações de fusão e do acordo de codeshare com a Gol

  • Galípolo vê crítica a juros como legítima e fala em 'delicadeza' de Haddad após ser poupado

    Galípolo vê crítica a juros como legítima e fala em 'delicadeza' de Haddad após ser poupado

    Galípolo elogiou a forma como Haddad e Ceron questionaram o nível atual da Selic, hoje em 15% ao ano, classificando as críticas como legítimas e feitas com “elegância” e “delicadeza”. O presidente do BC ressaltou que preservar a renda do trabalhador exige manter a inflação sob controle

    (FOLHAPRESS) – O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, classificou nesta quinta-feira (25) como legítimas as críticas ao atual patamar dos juros no Brasil -hoje a Selic está fixada em 15% ao ano- e fez um aceno ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) após ter sido poupado de ataques pessoais.

    “Eu, pessoalmente, acho um luxo ter o ministro da Fazenda e o secretário do Tesouro fazendo comentários sobre política monetária com a delicadeza que eles fizeram, com a gentileza que eles fizeram, com a educação que eles fizeram”, disse Galípolo após ser perguntado por jornalistas sobre recentes falas de Haddad, a quem chamou de “amigo”.

    “No mundo de hoje, onde muitas vezes se emitem opiniões sobre política monetária nem sempre da maneira mais cordial, civilizada e urbana, a gente ter um ministro Fazenda emitindo uma opinião legítima, mas com a elegância, delicadeza e cuidado que ele fez. Só posso agradecer pela forma como fez a exposição da visão [dele]”, acrescentou.

    Nesta semana, em entrevista ao ICL notícias, Haddad afirmou que a taxa básica “nem deveria estar em 15%” ao ano e que vê espaço para queda de juros. “[Galípolo] tem quatro anos de mandato dele, e ele vai entregar um resultado consistente ao Brasil”, disse.

    Galípolo também repercutiu os comentários feitos pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, de que a Selic a 15% ao ano “machuca” e “não é saudável” do ponto de vista fiscal. “Mas tem o papel da política monetária, que precisa fazer seu trabalho”, acrescentou.

    Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa básica (Selic) em 15% ao ano pela segunda vez seguida e repetiu a intenção de conservar os juros altos por tempo “bastante prolongado” para assegurar a convergência da inflação à meta.

    O objetivo central perseguido pelo Banco Central é de 3%. No modelo de meta contínua, o alvo é considerado descumprido quando a inflação acumulada permanece por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto).

    De acordo com a projeção da autoridade monetária, a inflação acumulada em quatro trimestres cairá para 4,8% no fim do ano, 3,6% em 2026 e 3,1% no primeiro trimestre de 2028. Devido aos efeitos defasados da política de juros sobre a economia, o Copom tem hoje na mira a inflação do primeiro trimestre de 2027 -projetada em 3,4% (acima do centro da meta).

    O antecessor de Galípolo, Roberto Campos Neto, foi alvo de críticas recorrentes por parte do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que acusava o ex-presidente do BC -indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL)- de ter lado político e de trabalhar para prejudicar o país.

    Segundo Galípolo, o Banco Central segue dependente da evolução dos dados, mas agora tem agora mais convicção de que as condições econômicas atuais justificam a “dose” do remédio aplicada para frear a inflação. Na visão dele, às vezes é preciso desagradar “um pouco”, diferentemente de outros órgãos.

    “Se 5% não está para lá do pleno emprego, eu não sei quando o Brasil esteve próximo do pleno emprego. É a taxa mais baixa da série histórica, com a renda mais alta na máxima da série histórica, com as importações batendo recorde, com viagens batendo recordes”, afirmou.

    A taxa de desemprego do Brasil recuou a 5,6% no trimestre até julho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador renovou a mínima da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012.

    O presidente do BC associou a suavização da atividade econômica à proteção da renda do trabalhador. “É importante que a boa performance da atividade e do mercado de trabalho seja preservada. Como? Preservando a renda do trabalhador. Como preserva a renda do trabalhador? Colocando a inflação na meta”, disse.

    MUDANÇAS NO CRÉDITO HABITACIONAL

    Com relação ao novo modelo de crédito habitacional, com o uso mais flexível de recursos da poupança e mecanismos para fomentar a contratação de financiamentos corrigidos pela inflação, Galípolo demonstrou interesse em avançar na questão, mas não se comprometeu com prazo.

    “A visão que a gente tem aqui no Banco Central é que quanto mais deixar para frente, menos ferramentas, menos espaço, menos instrumentos a gente vai ter para poder amortecer uma eventual transição”, afirmou.

    NOVOS DIRETORES DO BC

    Questionado sobre a futura composição da cúpula do BC, Galípolo sinalizou que gostaria de manter os diretores Renato Gomes (Organização do Sistema Financeiro e de Resolução) e Diogo Guillen (Política Econômica), cujos mandatos terminam em 31 de dezembro.

    No entanto, disse ainda não ter discutido a questão com o presidente Lula, que é quem tem a prerrogativa de escolha definida por lei. Hoje, sete dos nove membros do Copom foram designados pelo atual governo.

    Galípolo vê crítica a juros como legítima e fala em 'delicadeza' de Haddad após ser poupado

  • Número de trabalhadores por aplicativo cresceu 170% em 10 anos, diz BC

    Número de trabalhadores por aplicativo cresceu 170% em 10 anos, diz BC

    O Banco Central apresentou cálculos que tentam descrever o impacto dos aplicativos no mercado e trabalho no Brasil

    O número de pessoas trabalhando em aplicativos de transporte e de entrega aumenta a cada ano no Brasil. Entre 2015 e 2025, enquanto a população ocupada no país cresceu cerca de 10%, o número de trabalhadores por aplicativos aumentou 170%, passando de cerca de 770 mil para 2,1 milhões.

    O Banco Central apresentou, nesta quinta-feira (25), cálculos que tentam descrever o impacto dos aplicativos no mercado e trabalho no Brasil, imaginando cenários com e sem as plataformas. A análise está no Relatório de Política Monetária referente ao terceiro trimestre de 2025. Os resultados sugerem que esse fenômeno do uso dos aplicativos teve impacto na taxa de participação na força de trabalho, no nível de ocupação e também na taxa de desocupação. 

    Um dos exercícios propõe três cenários, supondo que as plataformas não existissem:  

    • Aqueles que hoje trabalham para os aplicativos teriam buscado emprego mas, sem sucesso, teriam se tornado desempregados.
    • Essas pessoas não teriam sequer procurado uma ocupação e teriam passado diretamente para fora da força de trabalho.
    • Uma situação intermediária: parte teria conseguido outra ocupação e parte não.

    Nos três cenários, os níveis de ocupação são afetados. A taxa de desemprego aumentaria, por exemplo, entre 0,6 e 1,2 ponto percentual. Atualmente, a taxa de desemprego é 4,3%. Isso significa que, desconsiderados os aplicativos, o desemprego subiria para até 5,5%. Um segundo exercício propõe um cálculo para estimar a relação entre o crescimento dos aplicativos e a evolução do nível de ocupação. As estimativas apresentadas pelo BC sugerem, nesse caso, que os aplicativos não tiraram trabalhadores das demais ocupações, e que a maioria dos seus trabalhadores estava fora do mercado de trabalho.

    O BC conclui, então, que o advento do trabalho por meio de plataformas digitais “representa uma mudança estrutural no mercado de trabalho, que contribuiu para o maior ingresso de pessoas na força de trabalho e na ocupação, com efeitos positivos sobre os principais indicadores. O crescimento extraordinário da quantidade de trabalhadores por aplicativos resultou em elevação do nível de ocupação e da taxa de participação, além de uma redução da taxa de desocupação”, diz a análise.

    Peso na economia

    Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) usados na análise mostram que, apesar do crescimento expressivo, a participação dos trabalhadores de aplicativos de transportes é relativamente pequena: passou de 0,8% para 2,1% da população ocupada, entre 2015 e 2025, e de 0,5% para 1,2% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais) no mesmo período.

    O transporte por aplicativos, a partir de 2020, passou a fazer parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida de inflação usada como referência no sistema de meta para a inflação brasileira. Em agosto de 2025, o peso do subitem transporte por aplicativo no IPCA foi de 0,3%, enquanto, em comparação, o peso do subitem passagem aérea foi 0,6%.

    “O uso de aplicativos de telefone e internet para contratação de serviços de transporte pessoal e de entrega surgiu cerca de uma década atrás e, desde então, tem crescido e se tornado relevante para a economia brasileira”, diz o BC.

    Precarização do trabalho

    Embora elevem os indicadores de ocupação, os aplicativos são responsáveis também pela precarização do trabalho. Relatório do Fairwork Brasil mostra que nenhum dos principais aplicativos conseguiram evidenciar o cumprimento de padrões mínimos de trabalho decente, como oferecer uma remuneração justa.

    O estudo Plataformização e Precarização do Trabalho de Motoristas e Entregadores no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vai na mesma direção e mostra que o trabalho mediado por aplicativos resultou em jornadas de trabalho mais longas, menor contribuição previdenciária e forte queda da renda média destes trabalhadores.

    Segundo a pesquisa, entre 2012 e 2015, enquanto o total de motoristas autônomos no setor de transporte de passageiros era cerca de 400 mil, o rendimento médio ficava em torno de R$ 3,1 mil. Em 2022, quando o total de ocupados se aproximava de 1 milhão, o rendimento médio era inferior a R$ 2,4 mil. A proporção desses trabalhadores com jornadas entre 49 e 60 horas semanais passou de 21,8% em 2012 para 27,3% em 2022.

    Já o percentual de motoristas de passageiros que contribuía com a previdência passou de 47,8%, em 2015, para 24,8%, em 2022, de acordo com o mesmo estudo. 

    Número de trabalhadores por aplicativo cresceu 170% em 10 anos, diz BC

  • 'Careca do INSS' diz em CPI que não tem negócio com governo e que desconhece Lupi

    'Careca do INSS' diz em CPI que não tem negócio com governo e que desconhece Lupi

    “Não tenho qualquer relação com o governo em nenhuma de suas esferas, federal, estadual ou municipal”, disse Antonio Carlos Camilo Antunes

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, que ficou conhecido como “Careca do INSS”, disse nesta quinta-feira (25) em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga descontos irregulares em benefícios previdenciários que não tem negócios com governos e que não conhece o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT).

    O depoimento de Antunes era o mais esperado da CPI até agora. Integrantes tinham esperança de que ele apontasse nomes de políticos que teriam acobertado ou participado do esquema de descontos ilegais. O depoente, porém, tem negado qualquer irregularidade.

    “Eu não conheço o ministro Lupi”, disse o depoente. “Não tenho qualquer relação com o governo em nenhuma de suas esferas, federal, estadual ou municipal. Jamais foi objetivo da minha atuação empresarial estabelecer parcerias com o setor público”, declarou.

    Diversos integrantes da CPI ligados à direita o questionaram sobre sua relação com o senador Weverton Rocha (PDT). Weverton é o político mais visado pelo colegiado até agora porque pessoas próximas a ele foram citadas nas investigações.

    Antunes afirmou que compareceu a um churrasco de costela na casa do senador, quando teria falado com ele sobre a regulação da venda de derivados de cannabis -ou seja, uma atividade de representação empresarial sem ligação com descontos em aposentadorias.

    Também disse que esteve no gabinete do senador em outras ocasiões, mas que não conversou com o político. O interlocutor teria sido Adroaldo Cunha Portal, hoje secretário-executivo do Ministério da Previdência, mas que, na época, trabalhava no gabinete de Weverton. A visita também teria sido para tratar sobre o mercado de cannabis.

    Além disso, Antunes foi questionado sobre relações políticas de forma mais geral. “Não existe essa rede de relacionamento minha com parlamentares quais quer que sejam”, disse ele. A CPÌ tenta obter a lista de visitantes aos gabinetes dos senadores, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), colocou as informações em sigilo.

    O depoente negou que tenha tentado obstruir investigações sobre as fraudes, motivo que teria levado à sua prisão preventiva.

    Antunes declarou que prestava serviços a entidades investigadas, mas que não era ele quem prospectava clientes ou programa descontos em benefícios. “Não sou responsável, nunca fui, não tenho expertise para esse lado da bandidagem”, afirmou.

    “Jamais fui responsável pelo recrutamento de associados, tampouco exerci qualquer ingerência sobre a inserção de dados no sistema do INSS. Todos os serviços contratados pelas associações tinham como destinatário final o próprio associado aposentado, beneficiário direto das atividades desempenhadas”, disse ele.

    O depoente também rejeitou o apelido ‘Careca do INSS’. “Induziram pessoas de bem, veículos de comunicação respeitados, profissionais de imprensa e toda a sociedade a acreditarem em uma narrativa fantasiosa, declarou.

    Antunes é apontado como peça central de um esquema de descontos irregulares em aposentadorias junto com Maurício Camisotti, que supostamente seria sócio oculto de uma das entidades beneficiadas pelos descontos irregulares.

    Apontado em investigação como “epicentro da corrupção ativa” e lobista profundamente envolvido no “esquema de descontos ilegais de aposentadorias”, Antunes recebeu R$ 53,58 milhões de entidades associativas e de intermediárias, de acordo com a investigação da Polícia Federal.

    Segundo relatório de investigadores, o pagamento ocorreu por meio de empresas de Antunes, que teria repassado R$ 9,32 milhões a servidores e companhias ligadas à cúpula do INSS.

    Empresas de Antunes teriam feito repasses de R$ 6,8 milhões para firmas de altos funcionários do INSS também investigados, segundo depoimento de Rubens Oliveira, apontado como um intermediário do esquema.

    Como a Folha de S.Paulo mostrou, Antunes comprou salas comerciais e pagou R$ 700 mil com Pix. Também deixou de registrar imóveis comprados por meio de uma empresa offshore.

    'Careca do INSS' diz em CPI que não tem negócio com governo e que desconhece Lupi

  • Toyota paralisa produção no Brasil após temporal destruir fábrica em SP

    Toyota paralisa produção no Brasil após temporal destruir fábrica em SP

    Segundo a Toyota, a chuva da última segunda-feira causou estragos consideráveis na fábrica de motores em Porto Feliz, interior de São Paulo

    SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Toyota interrompeu toda a sua produção de carros no Brasil devido ao temporal que destruiu a fábrica de motores em Porto Feliz (SP). Com a decisão, modelos como Corolla, Corolla Cross e Yaris Cross (para exportação), além do Yaris Cross, que seria lançado em outubro, foram paralisadas e não há previsão de retorno – podem voltar apenas em 2026.

    Segundo a Toyota, a chuva da última segunda-feira causou estragos consideráveis na fábrica de motores em Porto Feliz. Imagens divulgadas por funcionários mostram o local alagado, com o teto da estrutura arrancado pelos fortes ventos.

    A marca afirmou que o incidente em Porto Feliz afetou a produção da Toyota em Sorocaba e Indaiatuba, onde será fabricado o Yaris Cross e também são produzidos outros modelos da marca, como Corolla e Corolla Cross. Ao todo são cerca de 6.700 funcionários nas três fábricas.

    Em contato com o UOL Carros, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e região afirma que a Toyota prometeu que nenhum funcionário será demitido pelas paralisações. Os trabalhadores terão os dias abonados até 1º de outubro. Nos dias 20 seguintes, serão férias coletivas.

    Após esse período, a expectativa é de que se inicie o período de layoff. Ele será votado em assembleia virtual pelo sindicato, que terá início amanhã e irá até o próximo domingo.

    O lançamento do Yaris Cross estava programado para o fim de outubro. A Toyota afirma que uma nova data será comunicada em breve.

    Devido aos estragos, a fábrica de Porto Feliz foi isolada para vistoria da Defesa Civil. A montadora informou que não há prazo para retomada das atividades.

    O complexo de Porto Feliz é a principal fábrica de motores da Toyota na América Latina, tendo sido inaugurada em 2016. A unidade é responsável pelo fornecimento da propulsão dos Corolla e Corolla Cross montadoras em Sorocaba (SP).

    A unidade emprega cerca de 700 pessoas e produz mais de 100 mil motores por ano, incluindo variantes híbridas flex.A fabricação do Yaris Cross faz parte de um ciclo de investimento de R$ 11 bilhões até 2030 anunciado pela Toyota no ano passado. Além do novo SUV, são esperados a atualização do Corolla e a ampliação da fábrica de Sorocaba.

    Toyota paralisa produção no Brasil após temporal destruir fábrica em SP

  • Banco Central prevê crescimento do PIB de 1,5% em 2026

    Banco Central prevê crescimento do PIB de 1,5% em 2026

    O BC afirma que mantém a expectativa de continuidade da moderada atividade econômica ao longo do segundo semestre de 2025 e que essa tendência deve se estender para 2026

    O Banco Central (BC) divulgou, nesta quinta-feira (25), a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade) de 1,5% em 2026. A instituição também revisou a projeção para 2025, passando de um crescimento de 2,1% para 2% ao final deste ano. Os dados fazem parte do Relatório de Política Monetária referente ao terceiro trimestre de 2025.

    O relatório apresenta as diretrizes das políticas adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e avalia a evolução recente e as perspectivas da economia, especialmente as projeções de inflação.

    O BC afirma que mantém a expectativa de continuidade da moderada atividade econômica ao longo do segundo semestre de 2025 e que essa tendência deve se estender para 2026. Por conta de fatores como os efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, mas também de prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa, o BC revisou a projeção de crescimento de 2,1% do PIB – soma de todas as riquezas produzidas pelo país – apresentada no último relatório, de junho, para 2% em 2025. 

    Já para 2026, a expectativa é de manutenção da política monetária em campo restritivo, e baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, de desaceleração da economia global e ausência do impulso agropecuário observado em 2025. Por conta desses fatores, o crescimento deverá ser inferior ao deste ano, chegando a 1,5%.

    Inflação

    O BC ressalta que a inflação no Brasil segue acima da meta e que esse cenário deverá se manter, conforme a pesquisa Focus, tanto em 2025 quanto em 2026, quando deverá chegar, respectivamente, a 4,8% e 4,3%.

    A projeção divulgada no Relatório de Política Monetária é que apenas no primeiro trimestre de 2027, ela se aproxime do centro da meta, chegando a 3,4%. A meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) é 3%, com intervalo de tolerância de menos 1,5 ponto percentual e mais 1,5 ponto percentual, isto é, de 1,5% a 4,5%.

    Crédito

    A projeção para o crescimento do saldo do crédito ofertado tanto para pessoas físicas quanto para empresas em 2025 aumentou, de acordo com o relatório, de 8,5% para 8,8%. Esse aumento é puxado principalmente pelo desempenho acima do esperado do crédito direcionado às empresas. Já para 2026, o crescimento desse saldo deverá ser menor, de 8%, apresentando uma redução no crescimento tanto do crédito a pessoas físicas como no de pessoas jurídicas.

    Emprego

    Outro destaque do relatório é o emprego. A análise mostra que o mercado de trabalho continua aquecido e a taxa de desocupação nos últimos meses foi menor do que a esperada pela instituição. A taxa de desemprego em agosto foi 4,3%. Na análise do BC, ainda historicamente baixa e próxima da faixa de oscilação dos últimos doze meses e do nível de equilíbrio estimado.

    De acordo com o relatório, a geração de empregos com carteira desacelerou, mas continua forte. Segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), dessazonalizados pelo BC, foram gerados em média 113 mil empregos por mês no trimestre maio-julho, abaixo da média de 165 mil verificada no trimestre anterior. A desaceleração foi mais significativa na construção civil e na indústria de transformação.

    O BC afirma, no entanto, que apesar do arrefecimento no último trimestre, a geração líquida de empregos permanece em patamar historicamente elevado: no acumulado do ano até julho atingiu 1,34 milhão, apenas 148 mil postos abaixo do verificado no mesmo período de 2024.

    O rendimento médio do trabalho medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad Contínua mantém crescimento alto em termos reais. No trimestre encerrado em julho, a variação acelerou para 1%, ante 0,6% no trimestre anterior, impulsionada pelos ganhos entre trabalhadores informais.

    Atuação do Banco CentralDiante dos indicadores apresentados, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avalia que a política monetária conduzida pela instituição está no caminho “que deve ser feito”, como afirmou em coletiva de imprensa após a divulgação do relatório, no final da manhã desta quinta. 

    “A gente vem renovando a mínima sobre desemprego, de maneira sucessiva. O mercado trabalho vem mostrando bastante resiliência, com desemprego na mínima histórica e renda na máxima histórica”, diz o presidente.

    E acrescenta: “Para a gente, o pior cenário que existe para o trabalhador, aquele com a maior queda de renda do trabalho, é quando a gente tem uma inflação elevada. Então, é importante que essa boa performance que se viu nos últimos anos da atividade econômica e do mercado de trabalho seja preservada, preservando a renda do trabalhador. Como é que você preserva a renda do trabalhador? Colocando a inflação na meta, permitindo que ele tenha uma inflação baixa, uma inflação não seja um tema na vida das pessoas.”

    Com o argumento, Galípolo defendeu a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 15%. A taxa é considerada alta pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera que o cenário seja melhor em 2026 e que possa haver uma queda na taxa. 

    A Selic é o principal instrumento do Banco Central para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter o impulso que a demanda aquecida provoca no aumento de preços. Os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, freando a atividade econômica. Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

    “O papel do, do banqueiro central é um pouco mais difícil do que de outras autarquias e secretarias, porque às vezes ele tem que desagradar um pouquinho, né?”, comentou Galípolo, que reforçou que os indicadores de emprego e salário reforçam que a atuação do BC tem sido acertada: “Dá mais convicção de que o caminho é esse mesmo e é o que deve ser feito”.

    Banco Central prevê crescimento do PIB de 1,5% em 2026

  • Skaf monta conselho com Moro, Temer, Tereza Cristina e Campos Neto

    Skaf monta conselho com Moro, Temer, Tereza Cristina e Campos Neto

    Nova gestão da Fiesp só assume em janeiro, quando novo presidente começará seu quinto mandato; primeiro reunião do grupo foi marcada por críticas ao governo, ao nível alto de gastos e juros

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente eleito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, apresentou nesta quinta-feira (25) em São Paulo os integrantes dos 16 conselhos superiores da entidade.

    Na lista estão ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL), como a senadora Tereza Cristina (PP-MS, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o vice-chairman do Nubank Roberto Campos Neto (Banco Central), o deputado federal Mendonça Filho (União Brasil-PE, da Educação), o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR, Justiça e Segurança Pública) e Joaquim Pereira Leite, o Juca, que foi ministro do Meio Ambiente.

    O ex-presidente Michel Temer (MDB) comandará o Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política. Skaf assume em janeiro seu quinto mandato à frente da entidade. No dia de sua eleição, no início de agosto, o empresário já havia anunciado o diplomata Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), para o Conselho de Comércio Exterior.

    Nesta quinta, Azevêdo disse a uma sala com dezenas de diretores da Fiesp que o tarifaço imposto por Donald Trump às exportações brasileiras deixou claro como o setor privado esteve ausente no exterior. “Não estou falando de estar ausente em países médios, estou falando dos Estados Unidos. Em um momento de crise, não temos os caminhos e os canais prontos para atuar”, afirmou.

    Para Azevêdo, qualquer a negociação entre Trump e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será “diferente de tudo o que já se viu” e bastante unilateral.

    A nova gestão da Fiesp só será empossada em janeiro e, por isso, a primeira reunião dos conselhos superiores foi realizada em um hotel no bairro dos Jardins, em São Paulo.

    Nos anos em que esteve à frente da entidade, Skaf levou a Fiesp mais à direita, com apoio explícito ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente condenado a 27 anos de prisão pela participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

    A volta do empresário ao comando da entidade marca novo período de inflexão política da entidade, como muitos de seus integrantes próximos a Bolsonaro e alinhados à direita. Skaf defendeu que os escolhidos para os conselhos superiores são “pessoas brilhantes nas suas áreas” e que todos tem “visão liberal e de centro-direita”.

    “Nós reunimos as melhores cabeças com visão liberal, traçando um plano para trabalhar a favor do Brasil e buscar soluções para novos e antigos problemas”, afirmou. “Não importa se participou de governo aqui ou ali.”

    O presidente eleito da Fiesp disse também que tem conversado com os presidentes da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para que as Casas indiquem parlamentares das comissões de economia e que participarão de reuniões da federação.

    O atual presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, é próximo de Lula e chegou a ser convidado a assumir o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Ele foi indicado por Skaf para sucede-lo, mas os dois não chegaram a compor o mesmo grupo. O estilo mais reservado de Josué gerou uma onda de insatisfação entre diretores que chegaram a articular sua deposição e a rebelião só foi encerrada com a intervenção direta de Skaf.

    Na gestão Josué, ministros como Fernando Haddad, da Fazenda, Simone Tebet, do Planejamento, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é titular da Indústria, estiveram em reuniões com a diretoria da Fiesp.

    Nesta quinta, as críticas ao governo Lula estiveram em boa parte dos discursos, mesmo sem o presidente ter sido citado.

    Campos Neto disse que o momento de grande polarização política leva à erosão das instituições e fez críticas ao que considerou ser o desequilíbrio da situação fiscal, com aumento de gastos públicos, elevação de impostos e baixa produtividade.

    “Precisamos de menos estímulo de demanda. É uma solução de curto prazo tentadora, mas deixa uma conta de redução de eficiência.”

    À frente do Conselho Superior da Indústria da Construção, Flávio Amary, que foi secretário de Habitação da gestão João Doria (2019-2022), criticou o aumento de impostos e, ao citar o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda a R$ 5.000 mensais, defendeu que se tratava apenas de “correção da tabela”, mas que isso não poderia ser feito com o aumento para a outra ponta.

    Na quarta, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou de maneira terminativa um projeto com texto igual ao enviado pelo governo Lula -para cobrir o gasto com o aumento da isenção é criada uma alíquota mínima efetiva de 10% para quem tem renda anual acima de R$ 1,2 milhão.

    Entre os discursos de seus futuros conselheiros, Skaf fez pequenos comentários. Lembrou, por exemplo, que “neste ano já tivemos aumento de impostos com o IOF” e criticou o Judiciário, que derrubou o projeto aprovado por Câmara e Senado que retirava a elevação das alíquotas. “O Congresso votou massivamente contra aumento de impostos e o Judiciário derrubou”, disse. Para ele, a decisão deixa o “equilíbrio entre os Poderes abalado.”

    Quando terminar o novo mandato, Skaf terá ficado 20 anos liderando a entidade que reúne os sindicatos industriais do maior estado brasileiro, em um momento de pressão sob o setor com tarifaço para exportação e juros altos.

    Para muitos, a Fiesp perdeu representação enquanto ele a comandava por ter misturado a própria imagem com a da federação, que teria virado uma plataforma para suas aspirações eleitorais. Da entrega no Congresso de um abaixo-assinado em carrinhos de supermercado contra a continuidade da CPMF ao exército de patos colocado em marcha contra a então presidente Dilma Rousseff (PT), viu-se, mais que formas de protesto, intervenções midiáticas centradas na figura de Skaf, projetando-o nacionalmente.

    O ex-presidente da federação também tem aspirações eleitorais e chegou a ser candidato ao governo de São Paulo pelo MDB em 2018 e 2014. Em 2022, filiou-se ao Republicanos, mesmo partido do governador Tarcísio de Freitas.

    QUEM SERÃO OS CONSELHEIROS SUPERIORES DA FIESP A PARTIR DE JANEIRO

    Conselho Superior do Agronegócio (Consag)
    Tereza Cristina (PP-MS), senadora, foi ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na gestão Bolsonaro

    Conselho Superior de Assuntos Jurídicos (Conjur)
    Ellen Gracie, jurista, foi-ministra e presidente do Supremo Tribunal Federal

    Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex)
    Roberto Azevêdo, diplomata, foi diretor-geral da Organização Mundial do Comércio

    Conselho Superior da Cultura (Concultura)
    André Sturm, cineasta, gestor cultural, foi diretor do Museu da Imagem e do Som e secretário municipal de Cultura em São Paulo nas gestões João Doria e Bruno Covas

    Conselho Superior de Desenvolvimento Sustentável (Condes)
    Joaquim Alvaro Pereira Leite, conhecido como Juca, foi ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro

    Conselho Superior de Educação (novo)
    José Mendonça Bezerra Filho (União Brasil-PE), deputado Federal, foi ministro da Educação no governo Bolsonaro

    Conselho Superior de Economia (Cosec)
    Roberto Campos Neto, economista, ex-presidente do Banco Central, vice-chairman do Nubank

    Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política (Cosenp)
    Michel Temer (MDB-SP), advogado e ex-presidente do Brasil

    Conselho Superior da Indústria da Construção (Consic)
    Flavio Amary, ex-secretário da Habitação do governo João Doria, foi presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP)

    Conselho Superior de Infraestrutura (Coinfra)
    Marcos Lutz, engenheiro e presidente do Grupo Ultra

    Conselho Superior de Inovação e Competitividade (Conic)
    Sylvio Gomide, empresário, presidente da Comissão Especial de Inteligência Artificial- Políticas Públicas e Empresariais

    Conselho Superior da Micro, Pequena e Média Indústria (Compi)
    Wilson Poit, empresário, ex-superintendente do Sebrae-SP, foi secretário de desestatização de São Paulo

    Conselho Superior de Relações do Trabalho (Cort)
    Maria Cristina Mattioli, advogada, foi desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho

    Conselho Superior de Responsabilidade Social (Consocial)
    Raul Cotait, médico, foi secretário de Saúde da cidade de São Paulo

    Conselho Superior da Saúde (Consus)
    José Medina, médico, professor titular de Nefrologia na Unifesp e diretor-superintendente do Hospital do Rim

    Conselho Superior da Segurança (novo)
    Sergio Moro, senador e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil

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