Categoria: ECONOMIA

  • Isenção de Imposto de Renda será votada na Câmara em 1º de outubro, diz Hugo Motta

    Isenção de Imposto de Renda será votada na Câmara em 1º de outubro, diz Hugo Motta

    A proposta também prevê isenção parcial para quem recebe salário de até R$ 7.350; texto também estabelece alíquota extra de até 10% para mais ricos

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou, nesta terça-feira (23), que a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 será votada na próxima semana.

    O anúncio foi feito por meio das redes sociais após o relator do projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), apresentar o texto aprovado na Comissão Especial que analisou a proposta, em julho, aos líderes partidários. A proposta também prevê isenção parcial para quem recebe salário de até R$ 7.350.

    “Pontuamos as ponderações. Colocamos que buscamos a neutralidade, a justiça tributária para quem ganha até 5.000, parcialmente para quem ganha até 7.350 e tiramos dúvidas dos líderes que questionaram algumas situações a respeito do texto”, disse Lira.

    Segundo o relator, começa agora o prazo para a apresentação de emendas ao texto por parte dos partidos e deputados. De acordo com Lira, não houve discussão sobre o mérito do texto, mas houve ponderações por parte de líderes sobre impactos da proposta para estados e municípios.

    “Há preocupação da Casa em garantir a arrecadação de estados e municípios, em deixar o texto ainda mais claro. Coloquei que não há preocupação deste relator com o texto, que não é meu, é da maioria da Casa que vai trabalhar para convergir na aprovação dessa matéria”, disse.

    “Ressaltei na reunião que sabemos que há divergências políticas e econômicas com relação às compensações. Vamos ver isso muito claramente agora na abertura do prazo de emendamento. Mas o clima é de muita tranquilidade e poder contribuir para o aperfeiçoamento do texto”, acrescentou.

    A proposta prevê tributação de 10% sobre dividendos enviados ao exterior. Segundo Arthur Lira, isso será mantido.

    “Chamei a atenção para o excesso de arrecadação, se por acaso existir, para diminuir a alíquota de IBS e CBS [Contribuição de Bens e Serviços] como válvula no final”, afirmou o parlamentar.

    No texto aprovado pela Comissão Especial, Lira retomou o redutor para contribuintes que têm participação acionária em empresas que efetivamente já pagam 34% sobre seus lucros, como havia sido proposto pela equipe econômica. Esse mecanismo prevê uma combinação das cargas tributárias de pessoas físicas e jurídicas.

    O relatório manteve a criação do imposto mínimo, que será cobrado de quem ganha a partir de R$ 50 mil mensais (cerca de R$ 600 mil anuais) e também a alíquota de 10% para quem ganha a partir de R$ 1,2 milhão ao ano.

    O texto aprovado na comissão especial mantém a cobrança de imposto de renda sobre lucros e dividendos acima de R$ 50 mil mensais, que passarão a ter o tributo retido na fonte, e a tributação de 10% sobre esses rendimentos aferidos por estrangeiros ou remetidos ao exterior.

    O ex-presidente da Câmara dos Deputados também retomou em seu relatório a possibilidade de os estrangeiros e não residentes acumularem crédito tributário sobre o Imposto de Renda retido na fonte sobre dividendos. Esses contribuintes terão um ano para pleitear esses créditos.

    A alíquota é de 10%, a mesma que será recolhida sobre dividendos mensais acima de R$ 50 mil. Lira também fixou no texto o dia 31 de dezembro de 2025 como a data limite para deliberação de pagamento de dividendos (para residentes ou não) que não estarão sujeitos à nova tributação, mesmo que o pagamento seja executado depois dessa data.

    Nesta terça, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado um projeto alternativo que também corrige a tabela do Imposto de Renda e tributa dividendos. O texto pode ser votado nesta quarta (24) e representa um contraponto ao relatório de Lira, seu principal rival político.

    Nesta terça, o senador voltou a criticar o andamento da proposta que está na Câmara. “O governo enviou à Câmara dos Deputados ainda em março deste ano o projeto de lei”, afirmou. “Até o presente momento, a matéria aguarda decisão para ser pautada no plenário da Câmara, gerando expectativas negativas quanto à tramitação deste tema, que é de grande relevância para a correção de injustiças tributárias com as pessoas de menor renda.”

    ENTENDA O QUE O PLENÁRIO DA CÂMARA VAI ANALISAR

    NOVA FAIXA DE ISENÇÃO

    – Rendas de até R$ 5.000 passam a ser isentas de Imposto de Renda
    – Desde maio deste ano, estão isentos os que ganham até R$ 3.036
    – 10 milhões de pessoas serão beneficiadas, segundo o governo

    ISENÇÃO PARCIAL DE IMPOSTO DE RENDA

    – Quem ganha até R$ 7.350 pagará menos IR do que atualmente
    – Acima de R$ 5.000, o contribuinte terá percentuais de desconto sobre o imposto a pagar

    QUANTO VAI CUSTAR

    – R$ 31,25 bilhões em 2026
    – R$ 33,53 bilhões em 2027
    – R$ 35,80 bilhões em 2028

    QUEM VAI PAGAR

    – Imposto mínimo para rendas mais altas
    – Quem ganha mais de R$ 50 mil mensais fica sujeito a uma alíquota mínima efetiva, que equivale ao tributo efetivamente pago
    – Essa cobrança vai incidir também sobre dividendos acima desse valor, que terão imposto recolhido na fonte
    – A alíquota máxima de 10% será cobrada de quem ganha mais de R$ 1,2 bilhão

    QUANTO O GOVERNO VAI ARRECADAR COM O IMPOSTO MÍNIMO

    – R$ 25,22 bilhões em 2026
    – R$ 29,49 bilhões em 2027
    – R$ 29,83 bilhões em 2028

    DISPOSITIVO REDUTOR

    – Na renda alta, haverá um “encontro de contas” entre a tributação da pessoa física e da pessoa jurídica
    – O mecanismo prevê que as alíquotas nominais não passem de 34%
    – A alíquota equivale para a maioria das empresas; para bancos é de 40%
    – Com esse dispositivo, um acionista terá seus dividendos tributados em até 10% ou até que, na soma das alíquotas jurídicas, chegue a 34% ou 40%

    IMPOSTO SOBRE DIVIDENDOS DE ESTRANGEIROS OU REMETIDOS AO EXTERIOR

    – Esses pagamentos terão alíquota de 10% retida na fonte

    QUANTO O GOVERNO VAI ARRECADAR COM ESSES DIVIDENDOS

    – R$ 8,90 bilhões em 2026
    – R$ 9,69 bilhões em 2027
    – R$ 9,81 bilhões em 2028

    Isenção de Imposto de Renda será votada na Câmara em 1º de outubro, diz Hugo Motta

  • Dólar aprofunda queda e vai a R$ 5,28 após Trump acenar para diálogo com Brasil

    Dólar aprofunda queda e vai a R$ 5,28 após Trump acenar para diálogo com Brasil

    No começo da tarde desta terça-feira (23), a Bolsa manteve forte alta de 1,05%, a 146.641 pontos, renovando a máxima histórica durante o período de negociações

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar está em forte queda nesta terça-feira (23) após os discursos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), realizados pela manhã.

    Foi a primeira vez que ambos os líderes ficaram no mesmo ambiente desde que Trump aplicou sanções ao Brasil, em maio, e, antes de deixar o púlpito, o republicano afirmou que irá se encontrar com Lula na próxima semana.

    Os mercados agora recalibram expectativas em torno das tensões tarifárias, políticas e diplomáticas entre os dois países. Às 14h40, a moeda norte-americana recuava 0,95%, cotada a R$ 5,286. Na mínima do dia, chegou a tocar R$ 5,276. Já a Bolsa tinha forte alta de 1,05%, a 146.641 pontos, renovando a máxima histórica durante o período de negociações.

    Ao fim de seu discurso, marcado por críticas às Nações Unidas, Trump confirmou que se encontrou brevemente com Lula antes de subir ao palco e que houve “excelente química” entre os dois.

    “Eu só faço negócios com pessoas que eu gosto. E eu gostei dele, e ele de mim. Por pelo menos 30 segundos nós tivemos uma química excelente, isso é um bom sinal”, disse o americano, que discursou após o petista. Ele afirmou que ambos os líderes vão se encontrar na próxima semana, em um aceno à desescalada de tensões entre os dois países.

    A sinalização deu fôlego para as cotações, levando o dólar à mínima em mais de um ano e a Bolsa a um novo recorde intradiário.

    Abre-se caminho para o que não tinha acontecido até agora: Trump sentando à mesa para conversar com o Brasil. Pode ter uma flexibilidade nas tarifas de 50%, aumento da lista de isenção… Ele disse pouco, mas é uma sinalização muito valiosa”, diz Daniel Teles, especialista e sócio da Valor Investimentos.

    O discurso de Trump sucedeu o de Lula. O presidente dos Estados Unidos estava em uma sala reservada da ONU e acompanhou todo o discurso do brasileiro, recheado de críticas a ações dos Estados Unidos. O petista entrou na sala ao deixar o púlpito. Trump tomou a iniciativa de falar com ele, porque já estava no local quando o presidente chegou, segundo integrantes do governo.

    Trump disse que eles precisavam conversar. Lula afirmou estar aberto a fazer conversas, que sempre esteve. O americano então sugeriu que poderia ser na próxima semana a reunião, ao que Lula confirmou.

    O encontro aconteceu um dia após o governo Trump ampliar as sanções a autoridades brasileiras e ao entorno do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em reação à condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão.

    Ao citar o julgamento do ex-presidente no discurso, Lula defendeu a legitimidade do processo. “Bolsonaro teve amplo direito de defesa. Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam”, disse, em alfinetada a Trump. Ele voltou a dizer que “nossa democracia e soberania são inegociáveis.

    Antes dos discursos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, endereçou a guerra comercial entre os dois países em entrevista ao ICL Notícias. Para ele, a imposição de sobretaxas sobre produtos brasileiros, em especial commodities, foi um “tiro no pé”, uma vez que a medida, “impensada”, penaliza o consumidor americano ao encarecer “o café da manhã, o almoço e o jantar”.

    Haddad chamou a ação americana de “ingerência indevida” e “intromissão descabida”, mas que a guerra comercial é uma oportunidade para o Brasil avançar em mudanças estruturais. “É um momento auspicioso, em que podemos fazer o que nunca tivemos coragem de enfrentar”, afirmou.

    Ele ainda ponderou sobre a taxa de juros do Brasil, mantida em 15% pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na semana passada pela segunda reunião consecutiva.

    “Eu entendo que tem espaço para esse juro cair. Acredito que nem deveria estar em 15%. Mas enfim, está, mas tem espaço para cair”, disse, acrescentando que “boa parte do mercado financeiro” também vê espaço para queda de juros.

    A fala segue a esteira da divulgação nesta manhã da ata do Copom sobre última reunião. O documento que atestou que, para o BC (Banco Central), a política monetária entrou em uma nova fase após um “firme” ciclo de elevação dos juros.

    Com a taxa Selic estacionada em 15% ao ano, o maior patamar em duas décadas, o comitê pretende examinar os impactos acumulados da política de juros para avaliar se o plano de conservar a taxa no atual patamar por tempo “bastante prolongado” será suficiente para levar a inflação à meta.

    Para Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a ata confirmou as intenções do BC em manter a taxa Selic inalterada e que o grande desafio, agora, “é ver sinais consistentes de estabilização inflacionária para que a trajetória da política monetária comece a mudar”.

    “Isso tende a pressionar a taxa de câmbio para baixo, embora a ata apenas expanda o que nós já vimos no comunicado divulgado após a decisão. Ainda que parte dessa conclusão já estivesse precificada, a ata reforça que os juros ficarão em um patamar estável por bastante tempo no momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) retoma seu ciclo de cortes”, avalia.

    No mercado cambial, essa dinâmica tende a ser uma boa notícia. Isso porque a manutenção pelo Copom e o corte pelo Fed aumentam a diferença entre os juros de lá e os daqui, e, quanto maior essa diferença, mais rentável é a estratégia conhecida como “carry trade”.

    Nela, pega-se dinheiro emprestado a taxas baixas, como a dos EUA, para investir em ativos com alta rentabilidade, como a renda fixa brasileira. Assim, quanto mais atrativo o carry trade, mais dólares tendem a entrar no Brasil, o que ajuda a valorizar o real.

    O mercado agora olha para frente, atento a novas sinalizações sobre a política monetária dos Estados Unidos. Em discurso nesta tarde, Jerome Powell, presidente do Fed, contrariou as expectativas de mais cortes nos próximos meses, afirmando que os formuladores de políticas enfrentam uma “situação desafiadora” ao decidir se priorizam o combate à inflação ou a proteção de empregos.

    Ele indicou que essas medidas estão longe de estarem garantidas, apesar de investidores estarem precificando mais dois cortes em 2025. O chefe do Fed disse que se os banqueiros centrais “afrouxarem de forma muito agressiva”, então eles “poderiam deixar o trabalho da inflação inacabado e precisariam reverter o curso” para restaurar a taxa à meta de 2%.

    O Fed cortou na semana passada (17) os juros americanos em um quarto de ponto para uma faixa de 4% a 4,25% em meio a sinais de fraqueza no mercado de trabalho e dados mostrando que o impacto das tarifas sobre as pressões de preços permaneceu modesto.

    Dólar aprofunda queda e vai a R$ 5,28 após Trump acenar para diálogo com Brasil

  • Contas de Tarcísio ficam pressionadas na reta final de ano pré-eleitoral

    Contas de Tarcísio ficam pressionadas na reta final de ano pré-eleitoral

    Deputados da base se queixam da falta de informações sobre as contas públicas e relacionam o caixa fraco à demora na liberação de recursos para convênios e emendas parlamentares. As críticas, porém, não partem apenas de membros do Legislativo

    (FOLHAPRESS) – A combinação de fraudes no ICMS, quedas mensais de arrecadação e críticas por falta de controle de isenções fiscais criou um quadro de alerta entre aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre as finanças de São Paulo na reta final do ano pré-eleitoral.

    Deputados da base se queixam da falta de informações sobre as contas públicas e relacionam o caixa fraco à demora na liberação de recursos para convênios e emendas parlamentares. As críticas, porém, não partem apenas de membros do Legislativo.

    O cenário pressiona a Secretaria da Fazenda e Planejamento, comandada pelo economista Samuel Kinoshita, integrante da cota pessoal de Tarcísio no governo. Auxiliares do governador relatam falta de canais de diálogo com a pasta.

    O governo, em nota, afirma que, no acumulado de janeiro a agosto, a arrecadação apresenta alta real de 0,6% em relação ao mesmo período de 2024. Diz também que reforçou o sistema de controle após o escândalo do ICMS e que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) reconheceu avanços na governança das isenções fiscais.

    Os relatórios oficiais, contudo, mostram que em maio, junho, julho e agosto a receita tributária total (que inclui ICMS, IPVA, ITCMD, taxas e outras receitas) foi menor do que a registrada nos mesmos meses de 2024.

    Em agosto, a redução comparativa foi de 4,5%, queda mais forte até aqui. A arrecadação nesse mês foi de R$ 21,5 bilhões, e o acumulado do ano foi de R$ 190,8 bilhões. O PIB paulista, nos últimos 12 meses, registrou alta de 2,5%.

    O quadro ocorre paralelamente à apuração do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) sobre corrupção para concessão de créditos de ICMS, também na Fazenda. O esquema envolvia fiscais que cobravam propina para liberar créditos tributários a empresas. As companhias usam esses créditos para abater seus impostos devidos.

    Na última segunda-feira (15), a Justiça homologou três acordos de não persecução penal com dirigentes da Fast Shop, uma das investigadas. O termo de confissão de um deles, o diretor Mario Otávio Gomes, indicou que o esquema funcionou de 2021 a 2025 e deu novas dimensões ao potencial prejuízo público.

    Em sua confissão, obtida pela Folha de S.Paulo, Gomes revelou que a Fast Shop recebeu R$ 1,5 bilhão no período por meio do esquema. Entretanto, desse total, pouco mais de R$ 1 bilhão não vinha de sua própria cadeia “visível”, resultado de ações da própria empresa.

    O ponto central, segundo dois investigadores ouvidos sob reserva, é que o sistema de créditos tributários é tão complexo que não há certeza se esse valor havia sido pago em outra etapa da cadeia produtiva ou se foi criado por fraude.
    Eles foram informados que a Fazenda deve demorar meses até recalcular os impostos pagos e os créditos da empresa -o que trava o avanço da investigação e o mapeamento real do prejuízo causado ao estado.

    A reportagem perguntou à Fazenda por que não está claro ainda o tamanho exato do prejuízo. O governo não respondeu. Disse em nota que, por terem sido emitidos a partir de 2021, os valores são anteriores à gestão Tarcísio e não afetam a arrecadação corrente.

    Segundo a nota enviada, a secretaria reforçou o sistema eletrônico de ressarcimento e passou a fiscalizar 3.404 lançamentos de 2.239 contribuintes. Informou ainda a abertura de nove processos disciplinares, 22 apurações preliminares e o afastamento de seis servidores. A operação, diz o texto, inaugura um plano de fiscalização que vai de setembro de 2025 a fevereiro de 2026, com foco na auditoria e no monitoramento da evolução patrimonial de servidores.

    A operação do MP-SP contra o esquema foi deflagrada em 12 de agosto. Algumas semanas antes, o TCE já havia indicado outro problema na Fazenda paulista, mas relacionado a isenções fiscais (impostos que o governo opta por não receber para estimular alguns setores da economia).

    As contas de 2024 de Tarcísio foram aprovadas no fim de junho, mas o órgão de controle apontou 11 ressalvas. Um relatório que baseou a análise das contas, obtido pela Folha de S.Paulo, detalha os problemas que precisam de solução.

    Os técnicos registraram falhas como falta de precisão nas projeções de renúncia, retrocesso em relação a anos anteriores e concessão de benefícios sem lei específica. Esses casos foram classificados como ilegais e em violação a princípios de transparência. As projeções questionadas indicaram que, no ano passado, as renúncias chegaram a R$ 60 bilhões.

    O documento também apontou indícios de “fruição indevida de benefícios” -quando empresas obtêm isenção de forma irregular- e destacou registros inconsistentes que superestimaram valores. Além disso, alertou para a concentração de incentivos em poucas companhias, inclusive devedoras do estado, o que comprometeria a isonomia e a integridade da política fiscal.

    Sobre as críticas do TCE, o governo reiterou que o órgão reconheceu avanços em governança, transparência e revisão da concessão de benefícios. Afirmou ainda que as medidas que a pasta adota seguem o rito previsto em lei estadual, já declarado constitucional pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) e pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

    Contas de Tarcísio ficam pressionadas na reta final de ano pré-eleitoral

  • Haddad volta a afirmar que tarifar commodities não faz sentido e encarece custo dos americanos

    Haddad volta a afirmar que tarifar commodities não faz sentido e encarece custo dos americanos

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como descabidas as sanções impostas pelos Estados Unidos e afirmou que o Brasil não precisa retaliar com taxação de commodities, já que seus produtos encontram facilmente novos compradores no mercado globa

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (23) que não faz sentido em taxar commodities como fez o governo dos Estados Unidos com parte das exportações brasileiras para aquele país. Ele participa de entrevista no portal ICL Notícias.

    Segundo Haddad, desde o início ele comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que 2/3 das exportações aos EUA não são afetadas pelo tarifaço e que não era preciso realocar essas vendas.

    Para ele, haveria pouco impacto macroeconômico e que o Brasil não teria dificuldade de encontrar novos compradores para seus produtos que são os “melhores do mundo.

    Ele classificou as sanções norte-americanas como “descabidas” e que Lula está mantendo uma postura sóbria, sem usar o tema como palanque.

    Haddad volta a afirmar que tarifar commodities não faz sentido e encarece custo dos americanos

  • Copom começa nova fase com Selic parada em 15% ao ano, mostra ata

    Copom começa nova fase com Selic parada em 15% ao ano, mostra ata

    Com a Selic mantida em 15% ao ano, o Copom afirma iniciar nova fase de sua estratégia monetária. O comitê avaliará se a manutenção prolongada dos juros será suficiente para trazer a inflação, projetada em 3,4% para 2027, ao centro da meta de 3%

    (FOLHAPRESS) – O Copom (Comitê de Política Monetária) disse ter dado início a uma nova fase de sua estratégia, após uma “firme” elevação dos juros, com a taxa básica (Selic) estacionada em 15% ao ano, mostrou ata divulgada pelo Banco Central nesta terça-feira (23).

    À frente, promete avaliar os impactos acumulados da política de juros para avaliar se o plano de conservar a Selic no atual patamar por tempo “bastante prolongado” será suficiente para levar a inflação em direção à meta. Na última quarta-feira (17), o Copom manteve a Selic em 15% ao ano pela segunda vez seguida.

    “Após uma firme elevação de juros, o Comitê optou por interromper o ciclo e avaliar os impactos acumulados”, afirmou na ata.

    “Agora, na medida em o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê inicia um novo estágio em que opta por manter a taxa inalterada e seguir avaliando se, mantido o nível corrente por período bastante prolongado, tal estratégia será suficiente para a convergência da inflação à meta”, acrescentou.

    O objetivo central perseguido pelo Banco Central é de 3%. No modelo de meta contínua, o alvo é considerado descumprido quando a inflação acumulada permanece por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto).

    Devido aos efeitos defasados da política de juros sobre a economia, o comitê tem hoje na mira a inflação do primeiro trimestre de 2027 -projetada em 3,4% (acima do centro da meta). O próximo encontro está agendado para os dias 4 e 5 de novembro.

    Copom começa nova fase com Selic parada em 15% ao ano, mostra ata

  • Anac prevê certificação de carro voador da Embraer em 2027

    Anac prevê certificação de carro voador da Embraer em 2027

    A Eve, subsidiária da Embraer, inicialmente previa entrada da aeronave em serviço em 2026; empresa já acumulou quase 3.000 pedidos potenciais antes da produção

    SÃO PAULO, SP E MONTREAL, CANADÁ (FOLHAPRESS) – A Embraer pode obter a certificação de sua aeronave elétrica em 2027, mas o novo presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Tiago Faierstein, disse à Reuters que gostaria de atingir esse marco um ano antes.

    A Eve, subsidiária da Embraer, está entre várias empresas que desenvolvem aeronaves movidas a bateria que podem decolar e pousar verticalmente para transportar pessoas em viagens curtas, um segmento visto como essencial para o crescimento futuro da terceira maior fabricante de aviões do mundo.

    A Eve, que já acumulou quase 3.000 pedidos potenciais antes da produção, atualmente espera que sua aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVtol) entre em serviço em 2027, um ano depois do planejado inicialmente.

    Faierstein disse em uma entrevista na tarde de domingo que a agência reguladora faria o possível para ajudar a Embraer a certificar a aeronave no ano que vem.

    “Vamos trabalhar com 2027, mas nossa meta, nosso desejo, é ser em 2026”, disse Faierstein em paralelo à Feira de Inovação da Organização da Aviação Civil Internacional em Montreal, que termina nesta segunda-feira.

    A certificação da aeronave eVtol é a principal prioridade da Anac, disse ele, mas o prazo dependerá da Embraer, pois “sua tecnologia precisa estar madura” para ser certificada.

    A entrada em serviço da Eve depende do desenvolvimento de infraestrutura, como vertiportos, e do enfrentamento de desafios como infraestrutura de rede elétrica e gerenciamento de tráfego aéreo, não apenas da certificação dos chamados táxis voadores.

    “Estamos focados na implantação no mercado, não apenas na certificação”, disse Faierstein.

    O presidente-executivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse à Reuters no mês passado que estava em contato com a Anac e que tudo estava “bem controlado” antes da certificação do eVtol.

    “Neste momento, o plano é final de 2027. A turma está toda empenhada e trabalhando com esse cronograma”, afirmou.

    A Eve tem encomendas do eVtol de cerca de 28 clientes em nove países, disse a ANAC, o que está criando um desafio para os reguladores criarem regras comuns para que os eVtols possam cruzar fronteiras.

    O regulador primeiro coletaria dados no Brasil e depois os compartilharia com parceiros e com a Oaci (Organização da Aviação Civil Internacional), da ONU, que realizará sua assembleia trienal a partir de terça-feira.

    “Primeiro, estamos focados nos dados que estamos adquirindo no Brasil”, disse Faierstein. “Depois, compartilharemos os dados com a Oaci e outros países para harmonizar as regulamentações.”

    A Eve estreou na Bolsa de Valores de Nova York em 2022 e recentemente captou novos recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Embraer. Outros investidores incluem United Airlines, BAE Systems, Nidec, Thales e Acciona.

    Anac prevê certificação de carro voador da Embraer em 2027

  • Dólar fecha em alta e Bolsa cai com mercado atento a falas de Haddad e agenda da semana

    Dólar fecha em alta e Bolsa cai com mercado atento a falas de Haddad e agenda da semana

    A Bolsa recuou 0,51%, a 145.109 pontos, em movimento de ajustes após os recordes da semana passada, também tendo o tombo de quase 20% da Cosan como um dos fatores de pressão

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em alta de 0,31% nesta segunda-feira (22), cotado a R$ 5,337, com o mercado repercutindo falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento pela manhã. A semana carregada de indicadores e eventos econômicos no Brasil e no exterior também pautou as negociações.

    Já a Bolsa recuou 0,51%, a 145.109 pontos, em movimento de ajustes após os recordes da semana passada, também tendo o tombo de quase 20% da Cosan como um dos fatores de pressão.
    Em seminário promovido pelo BTG Pactual em São Paulo, Haddad saiu em defesa do arcabouço fiscal, o conjunto de regras que controla as despesas e receitas do país.

    Segundo ele, não há norma melhor do que a atual, ainda que ela precise ser fortalecida para garantir seu pleno funcionamento. O caminho, para ele, passa pela criação de condições políticas favoráveis para o ajuste das regras junto à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal.

    Haddad ainda defendeu o combate de “desperdícios” e citou o avanço de pautas que já estão tramitando no Congresso Nacional, como supersalários no serviço público e Previdência de militares.

    Ele ainda pontuou que o Brasil precisa de mais crescimento econômico, o que também vai colaborar com os resultados fiscais, e que o governo está alcançando um nível de arrecadação similar ao observado antes do mandato atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), embora ainda aquém de períodos marcados por superávit primário.

    O ministro também falou sobre a taxa de juros do Brasil. Segundo ele, dados melhores de inflação e o fortalecimento do real ante o dólar estão dando condições para que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) comece a cortar a taxa Selic.

    “As coisas vão melhorar muito a partir do ano que vem”, afirmou. “Eu acho que o juro vai começar a cair, e vai cair, na minha opinião, de forma consistente, de forma sustentável. Então esses números do resultado nominal vão se alterar, e eles vão se alterar para melhor.

    O BC decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano na semana passada, o maior patamar em duas décadas. O comitê prevê a manutenção dos juros nesse nível por um período prolongado, citando a pauta fiscal como um dos pontos de atenção.

    A ata da reunião será divulgada já nesta terça-feira (23), com o mercado atento às sinalizações do colegiado para as decisões futuras.

    Para o câmbio, a manutenção da Selic em 15% e o corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), também na semana passada, foram uma boa notícia. Isso porque o ciclo de queda na taxa norte-americana aumenta a diferença entre os juros de lá e os daqui, e, quanto maior essa diferença, mais rentável é a estratégia conhecida como “carry trade”.

    Nela, pega-se dinheiro emprestado a taxas baixas, como a dos EUA, para investir em ativos com alta rentabilidade, como a renda fixa brasileira. Assim, quanto mais atrativo o carry trade, mais dólares tendem a entrar no Brasil, o que ajuda a valorizar o real.

    Com esse pano de fundo, a moeda norte-americana chegou a tocar os R$ 5,29 na semana passada, e, nesta sessão, passou por um movimento de ajustes.

    Além da correção, o mercado está adotando “um pouco de cautela por conta dos indicadores que sairão nesta semana, como ata do Copom, IPCA-15 [Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15] e dados dos Estados Unidos”, pontua Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank.

    Na Bolsa, o cenário de ajustes foi semelhante. Após subir 2,53% no acumulado da semana passada, o Ibovespa renovou o recorde histórico de fechamento na sexta-feira, a 145.865 pontos, e investidores agora embolsaram parte dos lucros.

    Os bons ventos se justificam pela entrada de capital estrangeiro no mercado doméstico, diz Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos. “O investidor estrangeiro olha para aplicações de longo prazo e precisa achar que compensa. A última temporada de balanços de empresas brasileiras foi a melhor em anos”.

    Por outro lado, eventos corporativos internos pautaram as negociações. A Cosan, por exemplo, derreteu 18,13% no pregão após anunciar, na véspera, duas ofertas públicas de ações para levantar capital.

    A operação prevê uma capitalização no valor de R$ 10 bilhões, sendo a primeira oferta ancorada por um consórcio de investidores composto pela Aguassanta -veículo do controlador da Cosan, Rubens Ometto-, BTG Pactual Holding e Perfin Infra, em valor agregado de R$ 7,25 bilhões, a R$ 5 por ação. A precificação da segunda e última oferta, vinculada à primeira, está prevista para 11 de novembro.

    Já na cena internacional, os juros do Fed seguiram sob os holofotes, com o mercado atento a sinalizações que indiquem os próximos passos da política monetária norte-americana.

    Nesse sentido, discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, é destaque da semana, previsto para terça-feira.

    O colegiado norte-americano terá uma agenda relativamente pequena de novos dados até a reunião de 28 e 29 de outubro, na qual eles terão que decidir se os riscos para o mercado de trabalho justificam outro corte de 0,25 ponto percentual nos juros -um movimento ansiado por investidores.

    Dólar fecha em alta e Bolsa cai com mercado atento a falas de Haddad e agenda da semana

  • Secretário de Trump afirma que fará o possível para ajudar Milei a superar crise

    Secretário de Trump afirma que fará o possível para ajudar Milei a superar crise

    “A Argentina é um aliado sistemicamente importante dos Estados Unidos na América Latina, e o Tesouro dos EUA está disposto a fazer o que for necessário dentro de seu mandato para apoiar a Argentina”, disse o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent

    BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Em meio a uma sequência de turbulências no mercado e escalada do dólar na Argentina, Javier Milei espera voltar da viagem aos Estados Unidos com um socorro do Tesouro americano.

    Nesta segunda-feira (22), o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que “todas as opções de estabilização estão sobre a mesa”. Essas opções podem incluir linhas de swap (acordo entre bancos centrais para trocar moedas), compras diretas de moeda estrangeira e de dívida pública.

    “A Argentina é um aliado sistemicamente importante dos Estados Unidos na América Latina, e o Tesouro dos EUA está disposto a fazer o que for necessário dentro de seu mandato para apoiar a Argentina”, escreveu o funcionário de Trump no X.

    o objetivo é dar fôlego às reservas do país e conseguir cumprir com o vencimento de uma parcela da dívida de US$ 4 bilhões em janeiro de 2026 e de US$ 4,5 bilhões em julho, segundo afirmou Milei a um veículo do interior do país.

    Um enorme obrigado ao secretário Scott Bessent e ao presidente Donald Trump pelo apoio incondicional ao povo argentino, que há dois anos optou por reverter um século de decadência com muito esforço”, disse Milei por meio de sua conta X. “Aqueles que defendem as ideias de liberdade devem trabalhar juntos para o bem-estar de nossos povos. Vejo você na terça-feira em NY.”

    O presidente argentino vai aos EUA para participar da Assembleia das Nações Unidas e também se encontrar com o presidente norte-americano, Donald Trump. Na semana passada, disse que os dois governos estavam cozinhando um acordo, sem detalhar as condições. Segundo fontes próximas ao governo, estariam na mesa desde preferência a empresários americanos em privatizações e explorações de recursos naturais.

    A última semana foi de forte turbulência no mercado, com o dólar oficial estourando o teto das bandas de flutuação pela primeira vez desde a adoção do sistema, em abril. O BCRA (Banco Central da República Argentina) teve de intervir, com a venda de US$ 1,1 bilhão em três dias.

    Na manhã desta segunda-feira, o dólar oficial era vendido a 1.515 pesos argentinos; o paralelo (blue), a 1.520 pesos. O teto da banda de flutuação está pouco acima dos 1.470 pesos. O ministro da Economia, Luis Caputo, chegou a dizer a um canal de streaming que venderia “até o último dólar no teto da banda.

    Após o anúncio, o dólar no varejo teve sua primeira queda após oito altas seguidas, em torno de 1.438 pesos, segundo o BCRA. O risco de investir na Argentina, que chegou a 1.500 pontos-base no fim da semana passada, caiu para 1.100. As ações argentinas recuperaram cerca de 20% no exterior; o S&P Merval (principal índice da Bolsa), que vinha de quedas, subiu mais de 7%.

    Em busca de acumular dólares, o governo da Argentina também confirmou que vai zerar os impostos para exportações (as chamadas “retenciones”) para grãos e carnes até 31 de outubro, pouco depois das eleições legislativas nacionais, no dia 26.

    Manuel Adorni, porta-voz presidencial, anunciou que essa medida visa aumentar a oferta de dólares e reduzir a volatilidade da moeda. A decisão abrange todos os cereais e oleaginosas.

    Adorni afirmou que a antiga política tenta criar incerteza para prejudicar o governo, e que não permitirá isso, ao mesmo tempo em que busca oferecer mais dólares durante esse período.

    “A velha política busca gerar incerteza para boicotar o programa do governo. Ao fazer isso, eles punem os argentinos: não vamos permitir. Por isso, e com o objetivo de gerar uma maior oferta de dólares durante esse período, até 31 de outubro haverá zero retenções para todos os grãos”, anunciou o porta-voz da Casa Rosada, em sua conta no X. Mais tarde, Adorni informou que a medida também valeria para a exportação de carnes.

    A Ciara-CEC (que representa o setor de grãos) disse que apoia qualquer medida que elimine as retenções, mesmo que temporariamente, e que precisam de mais detalhes sobre como isso funcionará.

    Milei enfrenta um momento crítico, pois precisa manter a estabilidade cambial até as eleições legislativas ou mudar sua política cambial. Isso depende da entrada de moeda estrangeira, mas o setor agrícola, principal fonte de dólares, tem sido cauteloso e atrasado suas exportações, complicando a estratégia oficial.

    Apesar de os produtores perceberem um aumento no preço da soja, os exportadores esperavam por preços melhores no futuro, levando-os a adiar vendas.

    Entre setembro e dezembro, a Bolsa de Valores de Rosário estima que serão vendidos cerca de US$ 9,9 bilhões, abaixo dos US$ 10,3 bilhões do mesmo período do ano anterior. Antes do anúncio atual, havia um decreto que reduzira as retenções de 20% para a cadeia de grãos e 26% para a carne.

    O novo decreto estabelece que quem exportar esses produtos deve liquidar pelo menos 90% da moeda estrangeira obtida em até três dias úteis após a declaração de exportação.

    Se não cumprir, o exportador deverá pagar a alíquota original anterior ao decreto e não poderá aproveitar o benefício até regularizar sua situação. A medida, segundo o texto no Diário Oficial, tem como objetivo criar condições favoráveis para a produção, comércio exterior e promover a estabilidade econômica.

    Secretário de Trump afirma que fará o possível para ajudar Milei a superar crise

  • Haddad prevê queda dos juros "em breve" e 2026 "muito melhor"

    Haddad prevê queda dos juros "em breve" e 2026 "muito melhor"

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que situação fiscal não é única explicação para Selic; “Acho que o juros vão começar a cair e vão cair, na minha opinião, de forma consistente e de forma sustentável”, disse

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na manhã desta segunda-feira (22), em São Paulo, que acredita que a taxa de juros deve começar a cair de “forma consistente e sustentável” em breve. Embora não tenha dado expectativas ou prazos para que isso ocorra, o ministro disse crer que, no próximo ano, “as coisas vão melhorar muito”.

    “Acho que o juros vão começar a cair e vão cair, na minha opinião, de forma consistente e de forma sustentável”, reforçou. “Eu não sei em que momento, mas em algum momento ─ com os indicadores de inflação que nós estamos colhendo, com o dólar no patamar que está e com tudo que está acontecendo ─ eu acho que as coisas vão melhorar muito a partir do ano que vem. E eu acho que vai ser uma trajetória sustentável”, acrescentou.

    Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a manutenção da Taxa Básica de Juros (Selic) em 15% ao ano. A Selic é o principal instrumento do Banco Central para o controle da inflação, que é freada com o encarecimento do crédito e a desaceleração da economia.

    No comunicado oficial, o Copom justificou a manutenção da Selic nesse patamar pela incerteza do ambiente externo, “em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos”.

    Ao participar nesta manhã do evento Macro Day, promovido pelo banco BTG Pactual e realizado na capital paulista, o ministro defendeu que a alta na taxa de juros não se refere somente à questão fiscal no país.

    “Existem outras coisas que explicam o juro no Brasil. Muitas outras coisas. O fiscal é muito importante, mas não é a única explicação para esse patamar de juros”, disse ele.Ainda durante o evento, o ministro ponderou que a política fiscal não depende só do Executivo, mas que também é responsabilidade do Judiciário e do Congresso Nacional. Haddad ressaltou ainda que é preciso criar condições políticas para que o arcabouço fiscal seja fortalecido.

    “Para ele [arcabouço] ser fortalecido, você precisa criar as condições políticas de sentar com os parlamentares e falar: ‘nós vamos precisar ajustar algumas regras, senão o arcabouço não vai ser sustentável no longo prazo’”, explicou o ministro.

    Haddad prevê queda dos juros "em breve" e 2026 "muito melhor"

  • Embraer: Grupo Latam assina acordo para aquisição de até 74 aeronaves E195-E2

    Embraer: Grupo Latam assina acordo para aquisição de até 74 aeronaves E195-E2

    As entregas das 24 aeronaves começarão no segundo semestre de 2026, inicialmente para a Latam Airlines Brasil e, posteriormente, com potencial de incluir outras afiliadas do grupo. Segundo a companhia aérea, os pedidos fazem parte de um plano para expandir a conectividade na América do Sul

    A Embraer informou nesta segunda-feira (22) que a Latam Airlines Group e suas afiliadas assinaram um acordo para aquisição de até 74 aeronaves Embraer E195-E2, de corredor único. O pedido inclui 24 entregas firmes, avaliadas em US$ 2,1 bilhões (a preço de tabela) e 50 opções de compra.

    As entregas das 24 aeronaves começarão no segundo semestre de 2026, inicialmente para a Latam Airlines Brasil e, posteriormente, com potencial de incluir outras afiliadas do grupo. Segundo a companhia aérea, os pedidos fazem parte de um plano para expandir a conectividade na América do Sul.

    Segundo a Latam, a iniciativa reforça o investimento contínuo no fortalecimento das operações domésticas e regionais. A nova frota, destaca a empresa, aumentará a flexibilidade nos hubs do grupo, permitindo ao grupo atender novos destinos e ampliar as opções de viagem para seus clientes, informa.

    “Nos últimos quatro anos, o grupo LATAM tem se concentrado na expansão de sua malha aérea doméstica e regional”, destaca o CEO do Latam Airlines Group, Roberto Alvo, em nota. Já o presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, afirma que a eficiência da aeronave foi um dos motivos da escolha da Latam pelo modelo.

    Os E195-E2 integrarão a frota do grupo Latam, hoje composta por 362 aeronaves: 283 Airbus narrow-bodies, 3 Airbus wide-bodies em leasing de curto prazo, 56 Boeing wide-bodies e 20 cargueiros Boeing. Desde 2021, o grupo ampliou sua malha aérea de 129 para 160 destinos de passageiros – um aumento de 24%.

    Embraer: Grupo Latam assina acordo para aquisição de até 74 aeronaves E195-E2