Categoria: ECONOMIA

  • EUA podem rever tarifaço sobre café e carne, diz Tebet

    EUA podem rever tarifaço sobre café e carne, diz Tebet

    Após anunciar a sobretaxa, o presidente americano, Donald Trump, assinou o decreto que formalizava a tarifa removendo quase 700 itens do ‘tarifaço’

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse acreditar na possibilidade de o governo dos Estados Unidos recuar da aplicação da sobretaxa de 50% a alguns itens que foram inclusos no tarifaço, destacando a carne e o café.

    Após anunciar a sobretaxa, o presidente americano, Donald Trump, assinou o decreto que formalizava a tarifa removendo quase 700 itens. No entanto, carne e café continuaram taxados.

    “A única coisa que ficou de fora [das isenções] nos Estados Unidos, que realmente é caro para o paladar deles, é a carne e o café. O resto eles se reposicionam, e algumas frutas. Então nós acreditamos que a hora que eles olharem os números inflacionários desses produtos e a hora que eles fizerem a pesquisa de opinião pública, que obviamente eles fazem, eles vão reposicionar esses produtos no mercado”, disse ela a jornalistas.

    Tebet disse ainda que ainda há uma expectativa de que os EUA adiem o começo da vigência das tarifas -atualmente estabelecido para esta quinta-feira (7).

    “A gente pode ter uma surpresa nos próximos dias. É do interesse deles, eles não querem inflacionar o café da manhã, o hambúrguer do final de semana”, estimou ela. “Não há absolutamente lógica nenhuma, até eleitoral interna americana, se eles estiverem pensando também em reeleição.”

    Tebet disse que essas perspectivas vieram de uma série de conversas com empresários do setor.

    “Por interesse deles, a carne e o café têm muito mais desvantagem do que nós. O café porque o Vietnã também teve um problema de safra. A gente consegue reposicionar, ainda que não amanhã, mas a curto prazo, esses dois produtos. A carne é virar uma chave. O frigorífico deixa de fazer o corte específico para os Estados Unidos, mas o boi é o mesmo. Então ele só faz o corte específico para outros países.”

    “Acho que todos os bancos públicos vão ter que participar, obviamente. Vamos aguardar amanhã, vai que a gente ganha antecipadamente um presente de Papai Noel, de Natal e vai ter aí uma prorrogação de 90 dias no tarifa de 50, ou uma redução já de 50% para 30%”, disse.

    Ainda de acordo com ela, o plano de contingência não tem um valor e que a maioria das medidas não passam por impacto fiscal.

    Integrantes do governo afirmaram que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que tem comandado as conversas com os empresários brasileiros e com interlocutores do governo americano, também acredita que haja chances de que Trump recue parcialmente do tarifaço ou adie o prazo para que as tarifas entrem em vigor.

    Essa avaliação foi transmitida por Alckmin em almoço nesta terça com o presidente da República, ministros do governo e governadores do Nordeste no Palácio do Itamaraty, após reunião do Conselhão da Presidência. De acordo com um participante, o vice-presidente disse acreditar ser possível que Trump recue, ao menos em parte, das medidas anunciadas.

    Ainda segundo um político que esteve no almoço, Alckmin voltou a falar na importância das negociações e que o Brasil não se furtaria de dialogar com o governo americano. O vice-presidente também teria reforçado a possibilidade de buscar novos mercados para os produtos brasileiros.

    Ainda segundo esse participante, Lula ouviu atentamente ao relato dos governadores e indicou que se reuniria ainda nesta terça com Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do tema.

    Um governador diz à reportagem que não foi detalhada nenhuma medida que está sendo estudada como reação ao tarifaço durante o almoço. Ele afirmou que a orientação é cautela e aguardar para se ter a real dimensão do que o governo americano fará de fato.

    EUA podem rever tarifaço sobre café e carne, diz Tebet

  • Trump diz que decisão sobre tarifas contra quem importa petróleo russo será divulgada na quarta

    Trump diz que decisão sobre tarifas contra quem importa petróleo russo será divulgada na quarta

    A ameaça de Trump à Índia por comprar petróleo russo começou em 31 de julho, quando ele anunciou uma tarifa de 25% para produtos indianos

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira (5) que tomará uma decisão sobre a imposição de sanções a países que compram petróleo russo após uma reunião com autoridades russas agendada para quarta-feira (6).

    Em entrevista coletiva, Trump não confirmou se as tarifas serão de 100%, como especulam empresas de comércio internacional. “Nunca disse uma porcentagem, mas deve ser algo próximo disso”, afirmou o presidente dos EUA.

    Mais cedo, Trump disse que aumentará “muito substancialmente” nas próximas 24 horas a tarifa cobrada sobre as importações da Índia em relação à taxa atual de 25%, devido às compras contínuas de petróleo russo pela Índia.

    Ele também afirmou que uma oferta de “tarifa zero” para importações de produtos norte-americanos para a Índia não é suficiente, alegando que o país está “alimentando a guerra” na Ucrânia.

    A ameaça de Trump à Índia por comprar petróleo russo começou em 31 de julho, quando ele anunciou uma tarifa de 25% para produtos indianos, juntamente com uma multa não especificada.

    “Eles estão alimentando a máquina de guerra e, se vão fazer isso, não ficarei feliz”, disse Trump em uma entrevista à CNBC, acrescentando que o principal ponto de discórdia com a Índia é que suas tarifas são muito altas.

    “Agora, eu digo o seguinte: a Índia passou das tarifas mais altas de todos os tempos. Eles nos darão tarifas zero e nos deixarão entrar. Mas isso não é bom o suficiente, por causa do que eles estão fazendo com o petróleo, nada bom.”

    O comentário mais recente ocorreu após uma ameaça semelhante na segunda-feira, que levou o Ministério das Relações Exteriores da Índia a dizer que o país estava sendo injustamente discriminado por suas compras de petróleo russo.

    “É revelador que as mesmas nações que criticam a Índia estejam se envolvendo em comércio com a Rússia (apesar da guerra na Ucrânia)”, afirmou o ministério em um comunicado divulgado na noite de segunda-feira.
    “É injustificado discriminar a Índia”, acrescentou.

    A União Europeia realizou 67,5 bilhões de euros (R$ 430 bilhões) em comércio com a Rússia em 2024, incluindo importações recordes de gás natural liquefeito (GNL), atingindo 16,5 milhões de toneladas, disse o ministério indiano.

    Os Estados Unidos continuam importando hexafluoreto de urânio russo para uso em sua indústria de energia nuclear, paládio, fertilizantes e produtos químicos, acrescentou, sem fornecer a fonte das informações sobre a exportação.

    A embaixada dos EUA e a delegação da UE em Nova Dhéli não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

    Tanto os Estados Unidos quanto a UE reduziram drasticamente seus laços comerciais com a Rússia desde que o país lançou uma invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022.

    A Índia é a maior compradora de petróleo bruto transoceânico da Rússia, importando cerca de 1,75 milhão de barris por dia de petróleo russo de janeiro a junho deste ano, um aumento de 1% em relação ao ano anterior, segundo dados fornecidos à Reuters por fontes do setor.

    O país tem enfrentado pressão do Ocidente para se distanciar da Rússia devido à guerra na Ucrânia. Nova Dhéli tem resistido, alegando seus laços de longa data com Moscou e necessidades econômicas.

    Trump diz que decisão sobre tarifas contra quem importa petróleo russo será divulgada na quarta

  • Anatel determina que marketplaces terão responsabilidade sobre venda de produtos piratas

    Anatel determina que marketplaces terão responsabilidade sobre venda de produtos piratas

    A Anatel já estava fiscalizando e aplicando sanções contra marketplaces como Mercado Livre, Amazon, Shopee, Magalu, entre outros

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Conselho Diretor da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) definiu na última sexta-feira (1°) que os marketplaces terão responsabilidade pela venda de produtos não homologados pelo regulador, ficando passíveis de punições, assim como os comerciantes.

    A agência chama de piratas os smartphones, conversores de TV digital conhecidos como TV Box, Drones e outros aparelhos que não passaram por certificação. Campanha recente do regulador ressalta o risco de esses equipamentos explodirem ou emitirem radiação em frequência nociva para saúde.

    A Anatel já estava fiscalizando e aplicando sanções contra marketplaces como Mercado Livre, Amazon, Shopee, Magalu, entre outros, pela conduta de vendedores que ofertavam produtos irregulares. Isso, segundo especialistas consultados pela reportagem, ocorria mediante a exploração de uma norma cinzenta, já que não havia regulamento sobre a supervisão de plataformas de comércio.

    A competência da Anatel foi formalizada por seu Conselho Diretor. De acordo com o regulador das telecomunicações, a decisão está fundamentada em pareceres jurídicos da Advocacia-Geral da União e alinhada ao entendimento do Supremo Tribunal Federal.

    A decisão inclui qualquer plataforma digital envolvida no processo de comercialização, mesmo que seja apenas na divulgação e propaganda, abrindo espaço para responsabilizar redes sociais.

    A Anatel deixa claro que a atuação dessas plataformas vai muito além de uma ‘vitrine virtual’, sendo parte essencial da cadeia de comercialização”, afirmou o presidente da agência reguladora, Carlos Baigorri, em comunicado.

    A medida inclui a obrigação de divulgar o código de homologação nos anúncios e de verificar a regularidade dos itens ofertados.

    Ainda segundo a Anatel, a decisão afasta a tese de que o Marco Civil da Internet protegeria os marketplaces de sanções administrativas por atos de terceiros, em alinhamento com a decisão mais recente do colegiado do Supremo Tribunal Federal.

    “O entendimento consolidado é que, ao intermediar vendas e controlar aspectos da transação, essas plataformas assumem o papel de fornecedor, nos termos do Código de Defesa do Consumidor”, diz o regulador em nota.

    Anatel determina que marketplaces terão responsabilidade sobre venda de produtos piratas

  • Preços aumentam menos que a inflação, e vendas do Dia dos Pais devem crescer neste ano

    Preços aumentam menos que a inflação, e vendas do Dia dos Pais devem crescer neste ano

    A pesquisa se baseia em uma cesta de 23 produtos comumente procurados para presentear na data

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Dia dos Pais deste ano será mais caro do que o do ano passado, segundo levantamento da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). A pesquisa se baseia em uma cesta de 23 produtos comumente procurados para presentear na data.

    O estudo aponta uma alta média de 3,41% nos preços desses itens. Apesar disso, o aumento ficou abaixo da inflação acumulada em 12 meses, de 5,3%. Com isso, mesmo com alguns produtos mais caros, o cenário é considerado positivo para o consumo, e o poder de compra tende a ser maior neste ano. No ano passado, no mesmo estudo, a cesta tinha subido 2,51%.

    Guilherme Dietze, economista e assessor econômico da FecomercioSP, diz que a expectativa é que o Dia dos Pais deste ano registre crescimento no volume de vendas em relação ao ano passado. Emprego aquecido e aumento da renda das famílias estão entre os fatores que explicam a melhora no poder de compra, afirma. Segundo ele, o cenário de parte dos itens abaixo da inflação e da renda média em alta beneficia consumidores e empresas.

    Apesar dos indicadores positivos, os consumidores devem se atentar aos riscos de endividamento, com cuidado para compras em que o crédito caro deve ter maiores efeitos.

    Apesar dos juros mais altos, no entanto, Dietze diz que o consumidor costuma olhar mais para o custo final da compra, ou seja, para o que terá que pagar na prática, e não para o custo do crédito. Com isso, o emprego aquecido, a inflação mais moderada do que no início do ano e a renda em elevação devem sustentar o cenário favorável para compras, estima a FecomercioSP.

    QUAIS SÃO OS ITENS MAIS CAROS E MAIS BARATOS NESTE ANO?

    Segundo o levantamento da FecomercioSP, dentre os itens que mais subiram, destacam-se os consoles de videogames (7,15%), os produtos para cabelo (6,97%), os instrumentos musicais (6,83%) e as camisetas (6,05%).

    Para quem planejava comprar um videogame, os juros mais altos podem pesar na decisão. O mesmo se aplica a outros eletrônicos, como aparelhos de som, que tiveram alta de 5,05%, e computadores, com aumento de 4,75%.

    No setor de vestuário, há variações distintas. Enquanto itens como camisetas e tênis registraram altas, outros, como cuecas, ficaram mais baratos. Segundo Guilherme Dietze, não há uma explicação única para essas diferenças dentro de um mesmo setor, por se tratar de uma oscilação normal do mercado.

    Dos 23 itens da cesta analisada, apenas três ficaram mais baratos no último ano: aparelhos telefônicos (-0,05%), cuecas (-0,76%) e mochilas (-1,32%).

    O especialista afirma que, apesar das variações nos preços, para o comércio, o mais importante é manter um cliente saudável e de longo prazo. “A empresa não pode ganhar apenas no Dia dos Pais, porque precisa manter o consumidor ativo ao longo do ano. Por isso, não vale a pena ter prejuízo em uma única data”, diz.

    MAIS DESCONTOS E ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

    Dietze destaca que a inflação de 3,41% representa uma média dos produtos como um todo e que o consumidor pode ampliar suas vantagens de compra ao comparar preços em diferentes lojas. Além disso, é possível obter descontos maiores na hora do pagamento, já que muitos estabelecimentos oferecem condições especiais para quem escolhe pagar à vista por Pix, por exemplo.

    Em alguns casos, optar por uma lembrança simbólica ou por um jantar em família pode ser uma alternativa financeiramente vantajosa para quem não pode gastar muito no momento. Já quem pretende usar o cartão de crédito deve fazer isso com cuidado, considerando o custo final da fatura.

    Outra dica para quem pretende comprar os presentes presencialmente é pesquisar os preços na internet antes de sair de casa. Também vale priorizar locais que concentrem várias lojas, como shoppings, para evitar deslocamentos longos e gastos extras com combustível.

    EXPECTATIVA PARA AS PRÓXIMAS COMEMORAÇÕES

    Segundo à FecomércioSP, ainda é difícil fazer projeções sobre as próximas datas importantes para o varejo, como a Black Friday e o Natal, especialmente diante do tarifaço de Donald Trump, que entra em vigor nesta quarta-feira (6) para o Brasil e impõe taxas de 50% sobre produtos nacionais.

    Preços aumentam menos que a inflação, e vendas do Dia dos Pais devem crescer neste ano

  • Embraer descarta demissões no Brasil e negocia tarifa zero nos EUA

    Embraer descarta demissões no Brasil e negocia tarifa zero nos EUA

    Fabricante de aviões brasileira ficou fora do tarifaço de 50%

    A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, que escapou do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, descarta demissões aqui no país este ano e está confiante em conseguir reduzir a zero a atual taxação de 10% em cima de aviões e partes que exporta para os americanos.  

    A declaração foi feita nesta terça-feira (5) pelo diretor-executivo da empresa, Francisco Gomes Neto, durante apresentação dos resultados do segundo trimestre da companhia.

    “O nosso foco é realmente restaurar a tarifa zero. Ficamos muito felizes de passar de 50% a 10%, o que reduziu bastante o impacto para os nossos clientes. Estamos trabalhando com eles para fazer a entrega das aeronaves. Mas, em paralelo, estamos nos esforçando com afinco para restaurar a tarifa zero”, disse. 

    A Embraer emprega 18 mil pessoas no Brasil. Desde abril, a empresa, que exporta metade da produção para os Estados Unidos, está submetida à tarifa de 10% determinada pelo presidente americano, Donald Trump.

    Nas últimas semanas, houve o receio de que a taxação subisse para 50%. Mas na quarta-feira (30), o governo americano decidiu que aeronaves, motores, peças e componentes de aviação ficam de fora do tarifaço.

    Empregos

    De acordo com a companhia, a cobrança de 10% que passou a vigorar em abril significa um custo de US$ 65 milhões, cerca de R$ 350 milhões. Desse impacto, 20% foram sentidos no primeiro semestre e 80% devem ser percebidos no restante do ano. Esse valor é cobrado de partes de aviões executivos que a Embraer vende à subsidiária da empresa nos Estados Unidos, mas trata-se de um alívio se comparado à taxação de 50% da qual a empresa escapou.

    “Voltamos para uma situação mais gerenciável, tanto que já incluímos o impacto das tarifas nas nossas projeções financeiras. Estamos mantendo o nosso guidance [projeção] para o ano, e para atendê-lo temos que entregar todos os aviões que estão planejados. No momento, está completamente fora dos nossos planos qualquer tipo de alteração, redução de quadro por causa de redução de produção”, garantiu Neto.

    Em relação aos aviões comerciais vendidos aos Estados Unidos, o custo é pago pela empresa que compra a aeronave, o que acaba encarecendo o produto.

    Francisco Neto disse acreditar que negociações podem trazer de volta a tarifa zero, como nos últimos 45 anos. Ele citou acordos alcançados recentemente pelo Reino Unido e Europa. 

    Segundo Neto, as negociações se dão por intermédio do governo brasileiro e também diretamente com os americanos.

    Principal mercado

    Os Estados Unidos são o maior mercado de aviação do mundo e absorvem 70% da demanda por jatos executivos da Embraer e 45% de aeronaves comerciais.

    O diretor-executivo da companhia aponta a geração de emprego e investimentos nos Estados Unidos como um trunfo para que o governo Trump volte à tarifa zero.

    A Embraer emprega quase 3 mil pessoas em solo americano. Incluindo a cadeia de fornecedores locais, o contingente chega a 13 mil. A empresa planeja investir US$ 500 milhões, cerca de R$ 2,8 bilhões, em Dallas, no Texas, e Melbourne, na Flórida, nos próximos 5 anos e contratar mais 5,5 mil funcionários até 2030. As estimativas foram feitas, segundo Neto, em cima de cálculos sem a tarifa de 10%.

    O executivo disse que se o governo americano decidir incluir aviões militares como o KC-390 em sua frota aérea, a Embraer projeta mais US$ 500 milhões para uma nova linha de montagem e mais 2,5 mil postos de trabalho.

    A empresa ressalta ainda a importância dos seus aviões E175, de até 80 assentos, considerados essenciais para a aviação regional americana.

    “Temos boa expectativa que isso venha acontecer”, avalia o diretor-executivo sobre a volta da tarifa zero, enfatizando que a estimativa é de saldo comercial positivo de US$ 8 bilhões para os americanos até 2030. Ou seja, no processo de fabricação de aviões, a Embraer gasta mais com compras nos Estados Unidos do que com vendas para lá.

    Resultado

    O resultado do segundo trimestre apresentado nesta terça-feira pela Embraer aponta que a empresa entregou 61 aeronaves no período, sendo 19 jatos comerciais, 38 executivos e quatro militares. No mesmo período do ano passado, foram 47.

    A companhia trabalha com a estimativa de entrega de 77 a 85 aviões comerciais este ano e de 145 a 155 jatos executivos. A carteira total de pedidos atingiu US$ 29,7 bilhões no segundo trimestre deste ano, a maior já registrada.

    A empresa

    Fundada em 1969, a Embraer já fabricou mais de 9 mil aviões para mais de 100 países e 60 Forças Armadas. A empresa soma 23 mil funcionários, sendo 18 mil no Brasil, principalmente na sede em São José dos Campos, em São Paulo. Há contingente também nas cidades paulistas de Sorocaba, Botucatu e Gavião Peixoto, além de engenheiros em Florianópolis e Belo Horizonte.

    Fora do Brasil e nos Estados Unidos, há uma fábrica em Portugal. Nos últimos anos, a companhia contratou 5 mil pessoas para atender a demanda atual e futura.

    Embraer descarta demissões no Brasil e negocia tarifa zero nos EUA

  • Itamaraty prepara resposta a tarifaço dos EUA até 18 de agosto, afirma Mauro Vieira

    Itamaraty prepara resposta a tarifaço dos EUA até 18 de agosto, afirma Mauro Vieira

    “O Itamaraty está coordenando a preparação da resposta a ser apresentada pelo governo brasileiro no próximo dia 18 de agosto”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta terça-feira, 5, que o Itamaraty continua mobilizado contra o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil e que o governo está coordenando uma resposta a ser apresentada até o dia 18 de agosto.

    “Sobre a investida da Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana, que questiona o nosso PIB e outras práticas brasileiras absolutamente legítimas, gostaria de informar que o Itamaraty está coordenando a preparação da resposta a ser apresentada pelo governo brasileiro no próximo dia 18 de agosto”, afirmou, na abertura da 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, no Palácio Itamaraty.

    E acrescentou: “O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social sustentável agrega talentos, experiência e articulação. Representa a independência, a força e o dinamismo do povo brasileiro. Será, não tenho dúvidas, instância estratégica no amplo esforço de defesa da economia nacional e do direito soberano do Brasil de definir o seu próprio destino.”

     

    Itamaraty prepara resposta a tarifaço dos EUA até 18 de agosto, afirma Mauro Vieira

  • Trump critica dados de trabalho, pressiona Fed e descarta Bessent como substituto de Powell

    Trump critica dados de trabalho, pressiona Fed e descarta Bessent como substituto de Powell

    Trump voltou a dizer que o presidente do BC americano, Jerome Powell, é “muito político e atrasado”

    O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o Escritório de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos (BLS, na sigla em inglês) é “antiquado e muito político”, em entrevista para a CNBC nesta terça-feira, 5, e insinuou sobre a mudança nos dados de trabalho antes e depois da sua eleição.

    “Anunciaram números fenomenais de trabalho antes das eleições e, depois que eu fui eleito, realizaram revisões para baixo nos dados. Falar que os números não são políticos? Dá um tempo”, disse.

    Com maiores expectativas para cortes dos juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião de setembro, Trump voltou a dizer que o presidente do BC americano, Jerome Powell, é “muito político e atrasado”. “Ele está sempre atrasado, só cortou os juros antes das eleições”, mencionou.

    Segundo o republicano, o ex-diretor do Fed Kevin Warsh e o diretor do Conselho Econômico dos EUA, Kevin Hasset, são candidatos “muito bons para o Fed”. Trump afirmou que, além deles, outros dois candidatos estão sendo considerados para o BC americano, mas descartou o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.

    “Bessent está fora da lista do Fed, ele quer permanecer onde está agora. Ele está realizando um ótimo trabalho no Tesouro”, acrescentou. Para Trump, a renúncia da diretora do Fed Adriana Kugler “foi uma surpresa muito agradável”.

    Trump critica dados de trabalho, pressiona Fed e descarta Bessent como substituto de Powell

  • Camex autoriza Itamaraty a levar tarifaço de Trump à OMC

    Camex autoriza Itamaraty a levar tarifaço de Trump à OMC

    Medida publicada no Diário Oficial desta terça (5) permite que o Ministério das Relações Exteriores recorra ao órgão internacional

    O Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizou o Ministério das Relações Exteriores a acionar o mecanismo de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre as medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

    A resolução, assinada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

    Nesta segunda-feira, 4, Alckmin já havia adiantado a aprovação da consulta pelo órgão. “O presidente Lula agora vai decidir quando fazê-lo e como fazê-lo”, acrescentou. A medida, contudo, tende a ter caráter simbólico, dado que o órgão de apelação da OMC está inativo pela falta de indicação do membro americano.

    Camex autoriza Itamaraty a levar tarifaço de Trump à OMC

  • Haddad diz ver possibilidade de acordo sobre mineração entre Brasil e EUA

    Haddad diz ver possibilidade de acordo sobre mineração entre Brasil e EUA

    O governo Trump já sinalizou que o acesso a itens da mineração será um componente central de sua politica externa e tem demonstrado isso na relação com diferentes países, como Ucrânia, China e o próprio Brasil

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta segunda-feira (4) que vê a possibilidade de Brasil e Estados Unidos chegarem a um acordo relacionado à mineração. Para ele, é possível avançar na pauta bilateral por meio da ampliação das trocas comerciais e também em interesses estratégicos.

    “Em se tratando da maior economia do mundo, o Brasil pode participar mais do comércio bilateral. E sobretudo de investimentos estratégicos. Temos minerais críticos e terras raras. Os EUA não são ricos nesses minerais. Nós podemos fazer acordos de cooperação, para produzir baterias mais eficientes. Na área tecnológica temos muito aprender e ensinar”, disse em entrevista à BandNews.

    Estudos do governo brasileiro apontam que o aumento da demanda por baterias, por causa dos investimentos globais em transição energética e substituição de combustíveis fósseis, significa maior extração e mineração de minerais estratégicos -particularmente lítio, cobalto, níquel e grafite. De acordo com levantamentos monitorados pelo Executivo, esses materiais podem ter lacunas de oferta até 2030.

    O governo Trump já sinalizou que o acesso a itens da mineração será um componente central de sua politica externa e tem demonstrado isso na relação com diferentes países, como Ucrânia, China e o próprio Brasil. No mês passado, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, afirmou que o governo americano tem interesse nos materiais críticos em solo brasileiro.

    Haddad mencionou a possibilidade de um acordo dessa natureza quando disse ser necessário despolitizar o debate com os EUA e negociar no âmbito comercial. Ele defendeu que há forças políticas querendo que o país seja governado por quem quer entregar riquezas nacionais -citando inclusive as terras raras, conjunto de 17 elementos usados em uma gama de setores (como o da indústria bélica).

    Em outro momento, Haddad disse que os EUA precisam aumentar a presença no Brasil e transferir conhecimento. “Há soluções de benefício mútuo que estamos perseguindo não agora, mas desde que o presidente Lula tomou posse”, disse.

    Estamos há mais de dois anos sentados com as autoridades americanas, dizendo a eles ‘vocês têm que voltar a investir na América do Sul, vocês estão se retirando da América do Sul, vocês têm que voltar a investir, voltar a gerar emprego, transmitir tecnologia. Para nós é importante a integração do continente americano. Então, a presença de vocês é bem-vinda, é necessária’”, afirmou.

    Haddad também afirmou que o Pix é uma solução brasileira que pode ser exportada a outros países. “É uma tecnologia desenvolvida ao longo de pouco mais de dez anos e que hoje é referência mundial. Nós não somos o único detentor dessa tecnologia. Há alternativas, mas o Brasil largou na frente em moeda digital. Então, para quem está com medo de cripto, para quem está com medo de desdolarização, nós temos uma tecnologia que pode interessar, pode interessar muito ao mundo”.

    O ministro tem tentado uma conversa com Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, apesar da dificuldade de agenda. “O secretário Bessent concentra uma quantidade enorme de acordos, são dezenas de países sob sua responsabilidade. Até semana passada ele estava na Europa […] e disse que antes de voltar aos EUA teria muita dificuldade de ter janela para uma reunião ainda que virtual comigo. Desde a semana passada, sexta-feira, eles manifestaram interesse de talvez nesta semana marcar essa reunião”, disse.

    Enquanto as tentativas de negociação prosseguem, o Brasil também deve anunciar oficialmente um programa para socorrer empresas impactadas pelo problema. De acordo com o ministro, o pacote conterá medidas de crédito e poderá ter um impacto primário nas contas públicas, embora considerado por ele como pequeno.

    O ministro afirmou que o programa conterá diferentes medidas, embora não tenha como grande foco produtores de commodities -já que esses produtos, disse, poderão ser facilmente redirecionados a outros mercados. Mesmo assim, citou a possibilidade de compras governamentais resolverem a falta de compradores no curto prazo. Segundo ele, as medidas de crédito serão companhias que produzem artigos sob medida para a indústria americana.

    Como mostrou a Folha de S.Paulo, o plano em elaboração pelo governo para minerais estratégicos se arrasta mesmo com a crescente demanda estrangeira pelos materiais. Representantes da gestão de Donald Trump têm demonstrado insatisfação e apontado que o tema é mais um ingrediente de desconforto na relação com a gestão Lula (PT).

    O ritmo contrasta com a urgência adotada por outros países na obtenção e no processamento de minerais críticos, aqueles essenciais para equipamentos de alta tecnologia, como nióbio, grafite (grafeno), níquel e terras raras, e cuja falta pode causar graves impactos econômicos.

    Haddad diz ver possibilidade de acordo sobre mineração entre Brasil e EUA

  • Luiz Marinho diz que resultado do Caged de junho que será divulgado vai ser 'bom'

    Luiz Marinho diz que resultado do Caged de junho que será divulgado vai ser 'bom'

    A mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro aponta para criação líquida de 175 mil empregos formais em junho

    O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho, que vai ser divulgado na segunda-feira, 4, vai ser “bom.” Ele falou com ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) no fim do 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília.

    A mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro da pesquisa Projeções Broadcast aponta para criação líquida de 175 mil empregos formais em junho, após um saldo positivo de 148.992 vagas em maio.

    Desemprego fica abaixo de 6% pela 1ª vez no Brasil

    A taxa de desemprego do Brasil recuou a 5,8% no trimestre encerrado em junho, após marcar 7% nos três meses até março, que servem de base de comparação, segundo dados divulgados nesta quinta (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    O novo indicador é o menor da série histórica iniciada em 2012. Também é a primeira vez que a taxa fica abaixo de 6%. Até então, o menor nível havia sido de 6,1% até novembro de 2024. Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), cuja série histórica passou por atualização nesta quinta.

    Luiz Marinho diz que resultado do Caged de junho que será divulgado vai ser 'bom'