Categoria: MUNDO

  • Justiça da Alemanha despeja partido de extrema direita de sua sede em Berlim

    Justiça da Alemanha despeja partido de extrema direita de sua sede em Berlim

    AfD, no entanto, celebra decisão do tribunal, que descartou despejo imediato e permitirá mais um ano de locação; festa não autorizada após eleição, em fevereiro, fez proprietário entrar na Justiça contra a sigla

    BERLIM, ALEMANHA (CBS NEWS) – A AfD, o partido de extrema direita da Alemanha, será despejada de sua sede em Berlim. Como faz com boa parte de seu discurso político, a legenda comemorou a derrota nesta sexta-feira (26) como se fosse uma vitória, já que poderá permanecer mais um ano no imóvel, de acordo com a decisão judicial.

    “Um grande dia para o meu partido. Vocês me veem muito feliz”, disse Kay Gottschalk, membro do Parlamento que representou a sigla no Tribunal Regional da capital alemã.

    Segundo o juiz Burkhard Niebisch, a AfD violou o contrato de locação ao promover uma festa no pátio do prédio em 23 de fevereiro, quando alcançou a maior votação de sua história nas eleições parlamentares: a segunda maior bancada do Bundestag, com pouco mais de 20% dos votos totais.

    Foi melhor resultado da extrema direita no país em 90 anos ou desde a era nazista, que conduziu a Alemanha à Segunda Guerra Mundial. Embalado por resultados semelhantes em outros países europeus, a AfD tem como projeto alcançar a maioria do Bundestag e eleger um primeiro-ministro nas próximas eleições federais, em 2029.

    A celebração, porém, não havia sido autorizada, o que fez o proprietário do imóvel, o investidor austríaco Lukas Hufnagl, entrar na Justiça para despejar o partido. A AfD trabalhou a narrativa da ofensiva judicial e a transformou em mais um elemento do boicote generalizado que afirma sofrer na política alemã: os serviços de segurança classificam a legenda de extrema direita e outras agremiações a isolam no Parlamento, com o chamado Brandmauer (uma espécie de cordão sanitário), recusando seus votos e apoio em projetos.

    A decisão do juiz premiou a estratégia ao ponderar que o proprietário não havia advertido previamente o partido sobre a proibição, vetando um despejo imediato que seria vexatório. Isso permitirá que a AfD continue ocupando boa parte do prédio, no distrito de Reinickendorf, até o fim do ano que vem.

    Pelo prazo original do contrato, a AfD ficaria no local até o fim de 2027. Segundo Gottschalk, a legenda já cogita até sair antes das instalações, para algum escritório mais próximo ao Bundestag, na região central de Berlim, ao lado do Portão de Brandemburgo.

    A compra de um imóvel não é descartada, pois muitas empresas se recusam a fazer negócios com a sigla. O proprietário do imóvel atual foi uma exceção e, além da ação de despejo, durante o processo acusou dois membros do partido de ameaças e extorsão. O Ministério Público ainda decidirá se abrirá um processo em separado contra os políticos.

    Justiça da Alemanha despeja partido de extrema direita de sua sede em Berlim

  • Conversa presencial entre Lula e Trump pode ocorrer em um terceiro país

    Conversa presencial entre Lula e Trump pode ocorrer em um terceiro país

    Presidente brasileiro deve manter contato telefônico ou virtual com o americano antes de acerto sobre encontro físico; aliados do petista têm medo de que ele possa ser exposto se reunião ocorrer em Washington

    WASHINGTON, EUA E BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizem que a conversa presencial entre o presidente e o presidente Donald Trump pode ocorrer em um terceiro país. Antes disso, são esperados contatos telefônicos entre os líderes.

    Auxiliares de Lula ponderam que os acertos estão muito iniciais, mas há uma avaliação de que dificilmente o presidente brasileiro iria aos EUA e Trump, ao Brasil.

    Por isso, a possibilidade de um encontro físico é mais plausível num terceiro país.

    Lula terá duas viagens internacionais neste ano. Uma delas será para participar da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, entre 26 e 28 de outubro.

    Trump foi convidado ao evento. Se ele confirmar presença, a expectativa é que eles possam se encontrar.

    O presidente americano também foi convidado para a cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em português) na Coreia do Sul e confirmou que irá, assim como Lula.

    Auxiliares trabalham com o cenário de os líderes se encontrarem em uma dessas ocasiões.

    Integrantes viram o gesto de Trump como uma vitória para o brasileiro, mas temem que o americano use o diálogo entre os dois como uma forma de pressionar e até humilhar o líder petista, a exemplo do que já fez com líderes europeus na Casa Branca.

    Os dois tiveram uma breve interação na manhã desta terça-feira (23) pouco antes de o republicano discursar na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Trump sugeriu, e Lula aceitou, uma conversa para a próxima semana. O encontro foi divulgado pelo presidente americano ao final de sua fala, em que ele também disse que gostou do brasileiro e que teve uma “excelente química” com o petista.

    A preocupação, segundo integrantes do governo brasileiro, é que o diálogo não fuja do formato diplomático estabelecido. No início do ano, um encontro entre Trump e Volodimir Zelenski descambou para uma sessão pública de humilhação do ucraniano, por exemplo.

    Brasil e Estados Unidos vivem um momento tenso em suas relações. Washington, em um gesto de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, impôs tarifas comerciais às importações brasileiras e sanções a membros do Executivo e do Judiciário, como o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

    Conversa presencial entre Lula e Trump pode ocorrer em um terceiro país

  • Delegações deixam cadeiras vazias durante discurso de Netanyahu na ONU

    Delegações deixam cadeiras vazias durante discurso de Netanyahu na ONU

    O protesto foi um crítica aos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, que já duram quase dois anos e já fizeram mais de 60 mil vítimas; representantes brasileiros estão entre os que abandonaram o salão

    Delegações de diversos países – dentre elas a brasileira – deixaram, ao mesmo tempo, o plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta sexta-feira (26) no momento em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, subiu ao parlatório para discursar.

    O protesto foi combinado previamente entre as delegações, em crítica aos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, que já duram quase dois anos e já fizeram mais de 60 mil vítimas. 

    Ordem na sala

    Quando Netanyahu iniciou seu discurso, os delegados foram chamados à ordem: “Ordem na sala, por favor!”, pediu o mestre de cerimônia. 

    Diante de uma sala praticamente vazia, um momento histórico nas Nações Unidas, Benjamin Netanyahu afirmou que os inimigos de Israel são os inimigos de todo o mundo, inclusive de seu maior parceiro, os Estados Unidos.

    “Odeiam a todos nós da mesma forma. Eles querem arrastar o mundo moderno para o fanatismo”.
     

     
     
     

     
     
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    Lula na ONU

    O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva já classificou esses ataques como genocida em diversas oportunidades, inclusive durante seu discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral, na terça-feira (23).

    “Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza. Ali, sob toneladas de escombros, estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes. Ali também estão sepultados o direito internacional humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente”, disse Lula na ocasião. 

    Contatado pela Agência Brasil, o Ministério das Relações Exteriores informou que não fará “manifestações adicionais” sobre o ocorrido.

    Delegações deixam cadeiras vazias durante discurso de Netanyahu na ONU

  • Jovem dado como morto aparece gritando no próprio funeral: "Estou vivo!"

    Jovem dado como morto aparece gritando no próprio funeral: "Estou vivo!"

    O corpo que a família estava velando foi levado pela polícia e três dias depois foi identificado; o incidente gerou caos no funeral

    Um incidente fora do comum e digno de uma cena de filme de terror ocorreu durante um funeral, na cidade de Villa Carmela, Tucumán, na Argentina. No meio da cerimônia de despedida, um jovem de 22 anos que supostamente estava sendo velado apareceu. O incidente gerou o caos no local.

    A situação inusitada começou na madrugada da última quinta-feira, quando um jovem foi atropelado por um caminhão perto da Ponte Negra, na rota alternativa que liga Villa Carmela a Alderetes, revela o Clarín. O motorista do veículo foi indiciado por “homicídio culposo”, embora a principal indicação seja de que se possa ter tratado de um suicídio.

    “A mãe do jovem [que estava supostamente sendo velado] apareceu espontaneamente na delegacia e identificou o corpo. Disse-nos que se tratava do seu filho”, confirmou Carlos Daniel Ruiz, comissário da polícia de Alderetes.

    Em declarações a um canal local, o chefe de polícia admitiu que, após fazer os exames periciais necessários, entregaram o corpo à família para uma cerimônia de despedida, confiando no depoimento da mulher.

    Horas depois, o corpo estava sendo velado em um caixão fechado, na casa da família, na cidade de Tucumán. Mas, no meio da cerimônia, o homem de 22 anos que supostamente estava sendo velado apareceu: “Estou vivo!”, exclamou ao entrar, instalando-se em seguida o caos no local.

    “A chegada causou tremenda comoção. Muitos estavam assustados, outros gritavam e choravam. A verdade é que ficamos paralisados e chocados”, disse Ana Laura, uma vizinha que estava entre os presentes no funeral.

    Após o tumulto, a polícia interveio e removeu o corpo. Três dias depois, conseguiram identificá-lo e entregá-lo à família correta.

    Após o incidente e a comoção que causou, o procurador Carlos Sale, que está supervisionando o caso, pediu ao jovem para esclarecer a situação. Ele procedeu em explicar que, na sexta-feira, estava consumindo drogas, na cidade de Alderetes, a 23 quilômetros de sua casa. Disse também que desconhecia o que tinha acontecido no local.

    E confirmou que nunca soube da morte da outra pessoa, muito menos que a família tivesse presumido que ele fosse a vítima.

    “Só na segunda-feira é que conseguimos localizar a verdadeira família do jovem que morreu na quinta-feira”, confirmou o comissário, que explicou a situação inusitada foi resultado de “um erro inadvertido”.

    Jovem dado como morto aparece gritando no próprio funeral: "Estou vivo!"

  • Mulher perde R$ 5 milhões em golpe de falso Brad Pitt e fala em algo bom

    Mulher perde R$ 5 milhões em golpe de falso Brad Pitt e fala em algo bom

    Anne Deneuchatel, de 53 anos, foi enganada durante 14 meses por golpistas que usaram inteligência artificial para simular conversas com o ator. Apesar do prejuízo milionário, ela afirma que a experiência a levou a pedir o divórcio

    Uma mulher francesa enganada por um golpista que se passou por Brad Pitt decidiu transformar sua experiência em um livro. Anne Deneuchatel, de 53 anos, perdeu cerca de 800 mil euros (R$ 5,04 milhões) para um grupo que utilizou inteligência artificial para simular conversas e fingir ser o astro de Hollywood.

    Anne relatou ao jornal Le Monde que vivia um casamento infeliz com um empresário manipulador quando recebeu a primeira mensagem, supostamente da mãe de Brad Pitt. Pouco depois, passou a trocar conversas frequentes com o falso ator em um canal online. “Fiquei viciada em falar com ele e me vi em uma fantasia”, contou.

    O golpista conquistou sua confiança e começou a pedir dinheiro, alegando inicialmente que seria para comprar presentes para Anne — que nunca chegaram. Mais tarde, disse enfrentar despesas médicas, inventando um falso diagnóstico de câncer. No período de 14 meses, entre abril de 2023 e junho de 2024, a francesa transferiu mais de 800 mil euros (R$ 5,04 milhões).

    Em seu livro Je ne serai plus une proie (Não serei mais uma presa), Anne expõe detalhes da falsa relação, incluindo mensagens em que o suposto Brad Pitt falava sobre alcoolismo, solidão e até o divórcio com Angelina Jolie. Segundo ela, os dois conversavam todos os dias e o homem a chamava de “meu amor” e “rainha”, além de enviar poemas. “Afastei-me da minha personalidade habitual para viver essa fantasia e senti que estava sendo finalmente eu”, escreveu.

    A autora admite que se sentiu validada e amada como não era em seu casamento. A situação a levou ao divórcio, algo que hoje considera o único ponto positivo da experiência.

    O golpe só foi descoberto quando a imprensa noticiou o relacionamento real de Brad Pitt com Ines de Ramon. A partir da denúncia, autoridades identificaram três suspeitos em uma vila na Nigéria como possíveis responsáveis pela fraude.

    Casos semelhantes já ocorreram em outros países, incluindo a Espanha, em que o nome do ator também foi usado em esquemas de estelionato.

    Mulher perde R$ 5 milhões em golpe de falso Brad Pitt e fala em algo bom

  • Trump anuncia taxas de 100% sobre todos os produtos farmacêuticos

    Trump anuncia taxas de 100% sobre todos os produtos farmacêuticos

    Segundo o presidente dos Estados Unidos, a medida começa a valer em 1º de outubro de 2025 e não se aplicará a empresas que já tenham iniciado a construção de fábricas farmacêuticas em território norte-americano

    Donald Trump anunciou nesta quinta-feira novas tarifas sobre importações de diversos produtos, incluindo uma taxa de 100% para todos os medicamentos de marca ou patenteados vindos de qualquer país.

    Segundo o presidente dos Estados Unidos, a medida começa a valer em 1º de outubro de 2025 e não se aplicará a empresas que já tenham iniciado a construção de fábricas farmacêuticas em território norte-americano. “Se a construção já tiver começado, nenhuma tarifa será aplicada”, explicou Trump em publicação na plataforma Truth Social.

    Pouco antes, ele já havia informado que imporia uma tarifa de 25% sobre caminhões pesados produzidos fora dos EUA, alegando necessidade de proteger fabricantes nacionais da concorrência desleal e garantir a estabilidade financeira dos caminhoneiros. Trump citou empresas como Peterbilt, Kenworth, Freightliner e Mack Trucks, afirmando que elas estarão resguardadas com a medida.

    O presidente também anunciou uma tarifa adicional de 50% para móveis de cozinha, gabinetes de banheiro e itens relacionados, além de 30% sobre móveis estofados. De acordo com Trump, trata-se de uma ação necessária para proteger a indústria americana, justificando que “pode parecer uma prática injusta, mas é essencial para a segurança nacional e para a preservação da capacidade de fabricação do país”.

    Trump anuncia taxas de 100% sobre todos os produtos farmacêuticos

  • Presos são decapitados no Equador durante conflito entre facções com 17 mortos

    Presos são decapitados no Equador durante conflito entre facções com 17 mortos

    As mortes ocorreram na principal penitenciária de Esmeraldas, cidade portuária no norte do país, próxima à fronteira com a Colômbia

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Uma disputa entre facções do narcotráfico dentro de uma prisão no Equador deixou ao menos 17 mortos nesta quinta (25), durante uma onda de violência que tem se intensificado no país nos últimos anos.

    Segundo o SNAI, o órgão responsável pelas penitenciárias equatorianas, a maioria das vítimas apresentava sinais de facadas e mutilações. A tragédia aumenta para 30 o número de presos mortos em circunstâncias semelhantes nos últimos três dias. Um agente penitenciário também foi assassinado.

    As mortes ocorreram na principal penitenciária de Esmeraldas, cidade portuária no norte do país, próxima à fronteira com a Colômbia. Imagens verificadas pela agência de notícias AFP e divulgadas nas redes sociais mostram corpos ensanguentados no chão, alguns deles decapitados.

    O centro prisional tem capacidade para 1.100 pessoas, mas, em 2022, já abrigava mais de 1.400 detentos, segundo dados oficiais. Do lado de fora, militares cercaram a área próxima da penitenciária, e familiares e moradores se aglomeravam em busca de informações.

    Uma mulher que procurava por um parente contou que desde a madrugada, vizinhos da prisão relatavam barulhos de tiros e gritos. De acordo com ela, militares chegaram a recomendar que as pessoas fossem ao necrotério para ver se seus familiares estavam vivos ou mortos.

    Na segunda (22), outro confronto entre detentos já havia deixado 13 presos e um guarda mortos na penitenciária de Machala, cidade costeira próxima ao Peru. Outras 14 pessoas ficaram feridas.

    O aumento da violência nas cadeias do Equador reflete a disputa entre organizações pelo controle do narcotráfico. Estima-se que cerca de 500 presos tenham sido assassinados desde 2021 em massacres similares.

    Grande parte da cocaína produzida na Colômbia e no Peru, maiores exportadores mundiais da droga, passa pelos portos equatorianos rumo aos Estados Unidos e à Europa. Dados oficiais indicam que 70% da droga que segue para o território americano transita pelo Equador.

    A crise de violência se agravou desde 2021, quando o país registrou a maior matança carcerária de sua história, com mais de cem mortos em uma penitenciária de Guayaquil. À época, presos transmitiram ao vivo pelas redes sociais cenas de decapitações e corpos incendiados.

    Desde 2024, as Forças Armadas assumiram o controle das penitenciárias, depois que o presidente Daniel Noboa declarou guerra ao crime organizado e decretou situação de “conflito armado interno” para enfrentar cerca de 20 facções ligadas a cartéis internacionais.

    Apesar das medidas, a violência continua crescendo. Nos últimos seis anos, o número de homicídios no Equador aumentou mais de 600%.

    Presos são decapitados no Equador durante conflito entre facções com 17 mortos

  • Não vou permitir que Israel anexe a Cisjordânia, afirma Trump

    Não vou permitir que Israel anexe a Cisjordânia, afirma Trump

    “Eu não vou permitir que Israel anexe a Cisjordânia. Já chega, agora é hora de parar”, afirmou o presidente dos Estados Unidos

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Na véspera da fala do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, na Assembleia-Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (25) que não irá permitir que Tel Aviv anexe a Cisjordânia.

    “Eu não vou permitir que Israel anexe a Cisjordânia. Já chega, agora é hora de parar”, afirmou Trump, repetindo que não iria permitir que Tel Aviv tomasse essa medida. A declaração foi dada a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca durante assinatura de decretos ao lado do vice-presidente J. D. Vance, além de Scott Bessent (Tesouro), Pam Bondi (Justiça) e do diretor do FBI, Kash Patel.

    A semana de evento nas Nações Unidas foi recheada de manifestações de apoio à Autoridade Nacional Palestina (ANP) e de reconhecimento do Estado palestino por países que até então não o reconheciam, em particular durante evento na segunda-feira (22) dedicado ao tema -e boicotado por Israel e EUA.

    Washington é o maior aliado e financiador de Israel em meio ao conflito com o Hamas na Faixa de Gaza e à deterioração da situação política na Cisjordânia. O território é administrado pela ANP, mas é ocupado militarmente por Israel, que é quem exerce na prática o controle territorial e o papel de polícia.

    Além disso, o governo de Netanyahu, o mais a direita da história de Israel e composto por ministro extremistas que defendem a anexação da Cisjordânia e Gaza, tem aprovado novos assentamentos judeus no território ocupado, que foi tomado da Jordânia durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, assim como Jerusalém Oriental.

    A estratégia dos assentamentos busca consolidar gradualmente a presença judaica no território, que inclusive é mais comumente chamado em Israel de Judeia e Samaria, e minar a possibilidade de estabelecimento de um Estado palestino.

    Neste mês de setembro, Netanyahu voltou a dizer que não haverá um Estado palestino e assinou um acordo para avançar com um polêmico plano de expansão de assentamentos na região.

    A proposta, idealizada por Bezalel Smotrich, seu ministro das Finanças, dividiria a Cisjordânia e isolaria Jerusalém Oriental dessa outra parcela do território ocupado. Smotrich tem defendido que a medida seja tomada em resposta à onda de apoio e reconhecimento do Estado palestino.

    A declaração do premiê foi dada dias após um ataque a tiros em Jerusalém que deixou seis mortos, reivindicado pela ala militar do Hamas, chamada de Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. Após o atentado, Smotrich afirmou que a ANP “deve desaparecer do mapa”.

    O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que teve seu visto negado por Washington e fez sua fala na Assembleia-Geral por videoconferência, afirmou que as ações de Israel na Faixa de Gaza serão “um dos capítulos mais horríveis” dos séculos 20 e 21.

    “O povo palestino em Gaza encara uma guerra de genocídio, destruição, fome e deslocamento travada pelas forças de ocupação israelenses”, afirmou o líder palestino.

    O que Israel está fazendo não é nem sequer uma agressão. É um crime de guerra e um crime contra a humanidade documentado e monitorado que será lembrado nos livros de história e nas páginas da consciência internacional como um dos capítulos mais horríveis de tragédia humanitária dos séculos 20 e 21.”

    Não vou permitir que Israel anexe a Cisjordânia, afirma Trump

  • Palestina sobre guerra: 'Um dos capítulos mais horríveis do século 21'

    Palestina sobre guerra: 'Um dos capítulos mais horríveis do século 21'

    Sem visto dos EUA, Mahmoud Abbas afirmou por vídeo na ONU que Gaza será um dos capítulos mais horríveis do século 21

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – A guerra na Faixa de Gaza entrará para os livros de história como um dos capítulos mais horríveis do século 21, afirmou o representante da Palestina, Mahmoud Abbas, nesta quinta-feira (25), durante discurso por videoconferência na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.

    “O povo palestino em Gaza encara uma guerra de genocídio, destruição, fome e deslocamento travada pelas forças de ocupação israelenses”, afirmou o líder.

    “O que Israel está fazendo não é sequer uma agressão. É um crime de guerra e um crime contra a humanidade documentado e monitorado que será lembrado nos livros de história e nas páginas da consciência internacional como um dos capítulos mais horríveis de tragédia humanitária do século 21.”

    Abbas também afirmou estar pronto para trabalhar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com representantes de Arábia Saudita, França e Nações Unidas para implementar o plano de paz adotado em uma conferência da última segunda (22), primeiro dia da Assembleia-Geral.

    O palestino criticou ainda a visão de um “Grande Israel”, conceito de expansão da nação sobre Cisjordânia, Gaza e partes de países vizinhos como Egito e Líbano que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, diz apoiar, e os ataques de Tel Aviv ao Qatar no começo do mês que mataram membros do Hamas.

    Abbas falou por videoconferência após ter o visto negado pelos EUA no final de agosto. Como resposta, a Assembleia-Geral da ONU adotou uma resolução na semana passada, aprovada por 145 votos a favor, seis abstenções e cinco votos contra (Israel, Nauru, Palau, Paraguai e EUA) para autorizar o líder a discursar por vídeo.

    Washington justificou a medida, criticada por países europeus, afirmando que a AP (Autoridade Palestina) e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), ambas comandadas por Abbas, “contribuíram materialmente para a recusa do Hamas em libertar seus reféns e para o colapso das negociações de cessar-fogo em Gaza”.

    A decisão dos EUA parece contradizer o Acordo sobre a Sede da ONU, que estabelece os deveres do país anfitrião -entre eles, “não impor quaisquer impedimentos ao trânsito de ou para o distrito da sede” de autoridades estrangeiras, “independentemente das relações existentes” entre os governos dos líderes e os EUA.

    Nos últimos meses, Abbas tem sido mais incisivo ao falar sobre os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais o grupo terrorista fez cerca de 250 reféns. Em abril de 2025, por exemplo, o líder afirmou que os palestinos estavam pagando o preço pelas ações da facção. “Meus irmãos, entregue-os”, disse ele, em referência aos sequestrados.

    No discurso desta quinta, ele voltou a condenar os atentados. “Apesar de todo o sofrimento de nosso povo, nós rejeitamos o que o Hamas fez em 7 de outubro. As ações que miraram civis israelenses e os levaram como reféns não representam o povo palestino”, afirmou, sem chamar os atos de terroristas.

    Abbas também afirmou que o Hamas não teria espaço em um futuro governo -uma demanda de Israel e da comunidade internacional como um todo. “Hamas e outras facções terão que entregar suas armas à Autoridade Palestina como parte de um processo para construir instituições”, afirmou. “Nós não queremos um Estado armado.”

    A AP foi criada nos Acordos de Oslo, firmados entre a OLP e Israel no início da década de 1990, para administrar temporariamente o território ocupado por Israel antes da criação de um Estado palestino independente, o que nunca se concretizou. Controlada pelo Fatah, partido que governa a Cisjordânia, a entidade exclui o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2006.

    A Palestina é reconhecida por mais de 150 países, o que representa mais de 80% dos Estados-membros da ONU, mas algumas das nações com mais poder em órgãos internacionais, como os EUA, não tomaram esse passo. Apesar disso, a OLP é reconhecida como observadora nas Nações Unidas e a “única representante legítima do povo palestino” pelo órgão desde 1974, status que foi atualizado em 2012, quando o território passou a ser um Estado observador não membro.

    Após reafirmar que a OLP reconhece o direito de Israel de existir, Abbas agradeceu, nesta quinta, as nações que reconheceram a Palestina nos últimos dias -países como França, Austrália, Canadá, Portugal e Reino Unido o fizeram durante a assembleia.

    Embora Abbas tenha conseguido discursar no evento, a medida do Governo Trump afetou outros 80 palestinos que poderiam ir ao encontro no momento em que a guerra na Faixa de Gaza passa por um de seus momentos mais críticos.

    Há pouco mais de um mês, Israel iniciou uma ofensiva para ocupar a devastada Cidade de Gaza, onde mais da metade da população de mais 2 milhões de pessoas do território vivia antes da guerra e para onde centenas de milhares de deslocados haviam voltando após um cessar-fogo em janeiro.

    Até agora, mais de 65 mil palestinos, em sua maioria civis, foram mortos ao longo da guerra, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas -o número, que representa 3% dos mais de 2 milhões dos habitantes de Gaza, é considerado confiável pela ONU.

    Nesta quarta (24), em um evento da Assembleia-Geral, o subsecretário-Geral para Assuntos Humanitários da ONU, Tom Fletcher, criticou a destruição em Gaza. “Negaram cada grama de humanidade que as regras da guerra foram criadas para preservar. [Os palestinos foram] mortos enquanto dormiam, brincavam, faziam fila para comida e água, buscavam atendimento médico”, afirmou.

    Palestina sobre guerra: 'Um dos capítulos mais horríveis do século 21'

  • Putin defende novas tecnologias para evitar apagão nuclear

    Putin defende novas tecnologias para evitar apagão nuclear

    IA aumenta demanda por energia e reservas de urânio podem acabar em 2090, diz russo

    MOSCOU, None (CBS NEWS) – Com a disparada na demanda por energia pelo emprego generalizado da IA (inteligência artificial), a matriz nuclear precisará ser renovada com novas tecnologias para evitar um apagão em sua produção. O urânio, matéria-prima das usinas atuais, deve acabar até 2090.

    A avaliação foi feita nesta quinta-feira (25) pelo presidente russo, Vladimir Putin, que celebrou em Moscou os 80 anos da indústria nuclear de seu país com a abertura da Semana Atômica Mundial.

    O evento é organizado pela Rosatom, a estatal russa que é a principal empresa do setor no mundo, dominando áreas como a do enriquecimento de urânio, com 36% do mercado em 2024, ano em que teve receita equivalente a R$ 222 bilhões.

    Tanto é assim que, apesar de uma decisão americana de tentar parar de comprar o produto russo, até aqui a corporação foi poupada de maiores impactos de sanções devido à Guerra da Ucrânia, iniciada em 2022. Hoje ela alimenta a maior parte das usinas nucleares americanas, e opera ou constrói unidades em sete países além da Rússia.

    “O público começou a ver a energia nuclear como algo positivo do ponto de vista ambiental”, disse Putin ao lado de aliados como o ditador belarusso, Aleksandr Lukachenko, e o vice-presidente do Irã, Mohammad Esmail.

    Mas o evento está longe de ser um convescote restrito. Estavam representados à mesa países em que a Rosatom tem empreendimentos, como a Turquia, membro da aliança militar anti-Rússia, a Otan. O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o argentino Rafael Grossi, participou da abertura cobrindo os russos de elogios.

    Houve insinuações de política apenas na fala do iraniano, que criticou os EUA por coibir o programa nuclear de seu país -Donald Trump bombardeou, ao lado de Israel, instalações atômicas dos persas em julho para evitar que os aiatolás buscassem a bomba.

    “Eles não querem que tenhamos um programa”, afirmou Esmail. “Nosso programa é transparente”, disse, numa assertiva com a qual Grossi não concorda -suas críticas aos iranianos o tornaram um cúmplice da guerra ao olhos de Teerã. Putin havia falado genericamente em refutar o “colonialismo tecnológico”, sem contudo ser incisivo.

    “Os Brics hoje são líderes no campo da energia nuclear”, afirmou a sul-africana Elsie Pule, da Plataforma Nuclear Brics, que envolve autoridades do setor no grupo fundado por Brasil, Rússia, China e Índia, hoje expandido.

    Em sua fala, o russo lembrou que as big techs estão elevando exponencialmente suas encomendas de energia de origem nuclear, dada a necessidade de grandes quantidades de eletricidade para rodar cada vez maiores complexos de computadores que fazem evoluir as ferramentas de IA.

    Para ele, o mundo vive uma “revolução tecnológica” e a Rússia, como uma das líderes do mercado, irá apresentar sua solução para evitar o tal apagão nuclear. Ele disse que até 2030 o país terá desenvolvido um novo tipo de reator nuclear que permite aproveitar de forma constante até 95% do urânio empregado.

    Hoje, nas usinas russas cerca de 30% do urânio pode ser reprocessado após ser exaurido nos reatores. Ele disse que, sem isso, em 2090 haverá o fim das reservas conhecidas do minério mundo. A AIEA, em estudo de 2024, falava em 2080.

    Seja como for, é um cenário factível e a tecnologia precisará evoluir. “Há alta demanda por energia verde, limpa, de baixo carbono”, disse o russo. “Vamos responder à questão do lixo radioativo”, afirmou, em referência a um dos principais pontos a que ambientalistas se apegam na crítica à matriz nuclear.

    Os russos têm investido em reatores nucleares do tipo Tokamak, que usam eletromagnetismo para uma fusão nuclear contida em um sistema fechado. A Rosatom tem várias unidades, e uma delas fica na universidade da empresa em Moscou.

    “Em resumo, o reator emula o que acontece no coração de uma estrela”, disse o diretor do projeto, Stepan Krat, a um grupo de jornalistas na quarta (24). É como uma bomba nuclear controlada para gerar energia direcionada, que gera desconfiança acerca de sua viabilidade apesar dos testes em curso.

    Por evidente, há também o risco de acidentes, com os casos de Three Miles Island (EUA, 1979), Tchernóbil (União Soviética, 1986) e Fukushima (Japão, 2011) sempre voltando à mente. “A aberração de dizer que ‘se é nuclear, é proibido’ acabou”, afirmou Grossi.

    Ele lembrou que em junho o Banco Mundial derrubou o veto ao financiamento a usinas nucleares, em particular os novos reatores de menor dimensão. No Brasil, onde apenas 1,2% da eletricidade vem das plantas de Angra dos Reis (RJ), há um interesse renovado no tema -apesar de apenas o setor privado estar presente.

    “Somos uma empresa que está buscando a evolução energética”, diz o presidente do conselho da Diamante Energia, Jorge Nemr, que também está em Moscou. A empresa está associada à Rosatom em um projeto de microrreatores nucleares de R$ 60 milhões, e os russos querem entrar no mercado brasileiro com unidades flutuantes.

    “A Rússia é pioneira nisso, é algo muito interessante para países em desenvolvimento”, disse Grossi. “A energia nuclear não é mais a energia do futuro. É do presente”. Hoje, cerca de 9% da eletricidade global vem do átomo, ante um pico de 17% em 1996.

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