Categoria: MUNDO

  • Macron é barrado em Nova York para passagem de comitiva de Trump

    Macron é barrado em Nova York para passagem de comitiva de Trump

    Em Nova York para a Assembleia-Geral da ONU, Emmanuel Macron foi parado pela polícia durante a passagem da comitiva de Donald Trump. O francês reagiu com bom humor, ligou para o presidente americano e transformou o contratempo em piada diante de jornalistas e diplomatas

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O jornalista Rémy Buisine, da plataforma francesa de vídeos Brut., flagrou uma cena inusitada do presidente Emmanuel Macron nas ruas de Nova York, onde está para participar da Assembleia-Geral da ONU.

    Macron, como mostra o vídeo, foi brevemente bloqueado pela polícia devido à passagem da comitiva do presidente americano, Donald Trump.
    Bem-humorado, o presidente francês ligou para Trump para fazer piada com a situação.

     
     
     

     
     
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    Nesta segunda, Macron afirmou que a França reconhece o Estado da Palestina, oficializando anúncio feito em julho de que tomaria esse passou durante a reunião da ONU.

    Macron deu a declaração durante evento sobre o fim do conflito no Oriente Médio e a solução de dois Estados na região de Israel-Palestina. O encontro é presidido pela França e pela Arábia Saudita, e não tem a presença de Israel e Estados Unidos, contrários à proposta de reconhecimento da Palestina e do estabelecimento da solução de dois Estados.

    Macron é barrado em Nova York para passagem de comitiva de Trump

  • Hamas propõe aos EUA cessar-fogo de 60 dias em Gaza em troca de reféns

    Hamas propõe aos EUA cessar-fogo de 60 dias em Gaza em troca de reféns

    O grupo palestino apresentou a Donald Trump uma proposta de trégua em Gaza com a promessa de libertar metade dos reféns. A iniciativa surge em meio ao avanço militar israelense e ao reconhecimento internacional crescente do Estado palestino, intensificando pressões diplomáticas sobre o conflito

    O Hamas apresentou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, uma proposta de cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza em troca da libertação de metade dos reféns que mantém no enclave. A informação foi confirmada pelo próprio grupo islâmico palestino à agência EFE.

    Segundo a rede norte-americana Fox News, que citou um alto funcionário do governo Trump e uma fonte envolvida nas negociações, o plano está formalizado em uma carta que deve ser entregue ao presidente ainda nesta semana.

    De acordo com uma fonte do Hamas no Cairo, o documento já foi encaminhado ao Egito e ao Qatar, mediadores da guerra em Gaza, que se encarregarão de repassar a carta a Trump. A proposta inclui um “pedido de garantia pessoal do presidente norte-americano” para que o cessar-fogo seja cumprido, enquanto o Hamas se compromete a libertar metade dos 48 reféns que ainda mantém sob seu poder.

    Trump tem insistido repetidamente na libertação de todos os reféns sequestrados durante o ataque de 7 de outubro de 2023, que marcou o início da guerra. Desde então, diferentes tentativas de cessar-fogo foram propostas, muitas delas quebradas por Israel, segundo o Hamas. A mais recente, aceita em 18 de agosto, previa a troca de dez reféns israelenses por ampla entrada de ajuda humanitária, mas Tel Aviv manteve os planos militares para conquistar a Cidade de Gaza.

    No domingo (21), o Exército israelense confirmou a entrada de tanques na região central da cidade, habitada por cerca de 1 milhão de pessoas. Estima-se que 550 mil civis já tenham fugido desde que os bombardeios se intensificaram em meados de agosto.

    O braço armado do Hamas também divulgou um vídeo do refém germano-israelense Alon Ohel, de 24 anos, capturado em 7 de outubro. Nas imagens, o jovem pede ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que garanta a libertação dos reféns e convoca sua família a continuar protestando contra o governo. Este é o segundo vídeo de Ohel divulgado em setembro; no início do mês, ele apareceu ao lado de outro refém, Guy Gilboa-Dalal.

    De acordo com dados oficiais de Israel, 251 pessoas foram sequestradas no ataque, das quais 47 permanecem em Gaza. O Exército afirma que pelo menos 25 desses reféns já morreram.

    O ataque inicial deixou 1.219 mortos em Israel, em sua maioria civis. Em resposta, a ofensiva militar israelense em Gaza já causou 65.344 mortes, também em grande parte de civis, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. Os números, embora divulgados pelo grupo, são considerados confiáveis pela ONU.

    No campo diplomático, a pressão internacional aumenta. No domingo, Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália reconheceram formalmente o Estado da Palestina, somando-se a quase 150 países que já o fizeram. Israel rejeitou a decisão, classificando-a como “uma enorme recompensa ao terrorismo”. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reafirmou que não aceitará um Estado palestino.

    O Hamas, por sua vez, comemorou o reconhecimento como “uma vitória” para os direitos do povo palestino. A França também prometeu oficializar o reconhecimento durante a conferência da ONU sobre a solução de dois Estados, em Nova York, nesta semana de alto nível da Assembleia-Geral.
     
     
     

    Hamas propõe aos EUA cessar-fogo de 60 dias em Gaza em troca de reféns

  • Trump sugere que paracetamol na gravidez pode causar autismo

    Trump sugere que paracetamol na gravidez pode causar autismo

    Em coletiva, presidente dos EUA disse que gestantes devem evitar o uso do medicamento, sem apresentar provas científicas. Fabricante do Tylenol e médicos classificaram a fala como irresponsável e alertaram para riscos à saúde das mulheres.

    Donald Trump cumpriu a promessa de fazer um “anúncio importante” nesta segunda-feira (22) e declarou, em coletiva de imprensa ao lado do secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., que a FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA) recomendará que grávidas evitem o uso de paracetamol. Segundo ele, haveria uma ligação entre o consumo do medicamento durante a gestação e o aumento de diagnósticos de autismo no país.

    O presidente norte-americano sugeriu que o paracetamol só seja usado se houver recomendação médica específica. Apesar disso, não apresentou evidências científicas para embasar a orientação e citou rumores de que Cuba teria índices menores de autismo porque não dispõe de Tylenol, marca mais popular do fármaco.

    Especialistas, no entanto, ressaltam que a elevação de diagnósticos de autismo nos EUA está ligada a mudanças na definição da condição, que passou a incluir casos mais leves dentro do espectro, além do avanço nos métodos de identificação. Segundo a Associated Press, não existe uma causa única para o transtorno.

    A fabricante Kenvue, responsável pelo Tylenol, refutou a declaração de Trump. “Discordamos veementemente de qualquer sugestão contrária à ciência independente”, afirmou Melissa Witt, porta-voz da empresa, ao The New York Times. “Estamos profundamente preocupados com o risco que isso representa para a saúde das mulheres grávidas.”

    O presidente do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, Steven Fleischman, classificou a fala como “irresponsável” e alertou para a confusão que pode gerar entre gestantes. “O anúncio de hoje não é apoiado por todas as evidências científicas e simplifica perigosamente as muitas e complexas causas dos problemas neurológicos em crianças”, disse.

    A FDA também anunciou, após a coletiva, que iniciou o processo de aprovação da leucovorina como tratamento para crianças com autismo associado à deficiência de folato cerebral (DFC). O medicamento, já usado no tratamento de câncer e anemia, apresentou resultados positivos em estudos ao melhorar a comunicação verbal de pacientes com esse perfil.

    Segundo nota da agência, indivíduos com deficiência de folato no cérebro podem apresentar atrasos no desenvolvimento com características autistas, convulsões e dificuldades motoras, e a leucovorina pode ajudar a reduzir esses sintomas.

     

    Trump sugere que paracetamol na gravidez pode causar autismo

  • Trump diz que mulheres grávidas não devem tomar paracetamol devido ao risco de autismo

    Trump diz que mulheres grávidas não devem tomar paracetamol devido ao risco de autismo

    Cientistas estudam uma possível conexão citada por Trump há anos, mas as pesquisas até agora produziram resultados inconclusivos; o paracetamol é considerado uma das poucas opções seguras para tratar dor ou febre durante a gravidez

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (22) que a FDA (Food and Drug Administration, a Anvisa dos EUA) pedirá aos médicos que aconselhem mulheres grávidas a não usarem Tylenol , conhecido como paracetamol, devido ao risco aumentado de autismo.

    “Tomar Tylenol não é bom. Eu digo: não é bom”, disse Trump. “Por esse motivo, eles recomendam fortemente que as mulheres limitem o uso de Tylenol durante a gravidez, a menos que seja clinicamente necessário.”

    No domingo (21), Trump disse que achava o paracetamol “um fator muito importante” para o autismo.

    No entanto, cientistas estudam uma possível conexão há anos, mas as pesquisas até agora produziram resultados inconclusivos.

    O paracetamol é considerado uma das poucas opções seguras para tratar dor ou febre durante a gravidez. Os médicos já alertam rotineiramente as gestantes contra o uso prolongado.

    Estudos que examinaram o possível risco ao desenvolvimento cerebral fetal são mistos. Enquanto alguns encontraram uma ligação com distúrbios do neurodesenvolvimento em crianças, outros não.

    Alguns cientistas recomendaram que os profissionais de saúde tomem uma postura preventiva e alertem as mulheres grávidas sobre a possibilidade de uma ligação entre o paracetamol e o autismo.

    Trump diz que mulheres grávidas não devem tomar paracetamol devido ao risco de autismo

  • Israel extermina povo palestino e tenta aniquilar sonho de nação, diz Lula

    Israel extermina povo palestino e tenta aniquilar sonho de nação, diz Lula

    O presidente Lula saudou os países que reconheceram o Estado palestino recentemente, como a França, o Reino Unido, Canadá e Portugal, entre outros

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que as ações de Israel na Faixa de Gaza são um extermínio do povo palestino que tenta também acabar com as possibilidades de criação de um Estado palestino.

    “O que esta acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Tanto Israel quanto a Palestina têm direito de existir”, afirmou Lula durante conferência sobre a Palestina e a solução de dois Estados, na ONU -evento boicotado por Israel e Estados Unidos.

    A declaração de Lula, de pouco menos de cinco minutos, foi recheada de condenações das ações de Israel tanto em Gaza como na Cisjordânia, intercaladas a críticas à paralisia do Conselho de Segurança da ONU, que ele chamou de obstáculos ao multilateralismo.

    “O conflito entre Israel e Palestina é símbolo maior dos obstáculos enfrentados pelo multilateralismo. Ee mostra que a tirania do veto sabota a própria razão de ser da ONU, de evitar que atrocidades como as que motivaram sua fundação se repitam”, afirmou Lula.

    A referência ao poder de veto é uma crítica velada aos Estados Unidos, cujo governo de Donald Trump está em rota de colisão com o governo Lula e vem exercendo o poder de veto americano para barrar resoluções que têm como objetivo pôr fim à guerra em Gaza.

    “[O veto] também vai contra sua [da ONU] vocação universal, bloqueando a admissão como membro pleno de um Estado cuja criação deriva da autoridade da própria Assembleia-Geral”, afirmou o presidente brasileiro.

    Lula lembrou que o plano de partilha do então mandato britânico da Palestina foi adotado em sessão há 78 anos presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha. “Naquela ocasião, nasceu a perspectiva de dois Estados, mas só um se materializou.”

    “Um Estado se assenta sobre três pilares: o território, a população e o governo. Todos têm sido sistematicamente solapados no caso palestino”, disse Lula.

    Como falar em território diante de uma ocupação ilegal que cresce a cada novo assentamento? Como manter uma população diante da limpeza étnica a que assistimos em tempo real? E como construir um governo sem empoderar a Autoridade Palestina?”, afirmou o presidente brasileiro.

    Lula lembrou do relatório recente de comissão inquérito da ONU para voltar a chamar as ações de Israel em Gaza de genocídio. O petista também ressaltou a decisão do governo brasileiro de entrar como parte do processo aberto pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça contra Tel Aviv.

    Lula também voltou a condenar os atos terroristas do Hamas no 7 de outubro de 2023. “Os atos terroristas cometidos pelos Hamas são inaceitáveis, e o Brasil foi enfático ao condená-los, mas o direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis”, afirmou Lula.

    O presidente brasileiro citou ainda Israel e EUA ao falar sobre a fome no território palestino conflagrado. “Meio milhão de palestinos não têm comida suficiente -mais do que a população de Miami ou de Tel Aviv”, afirmou Lula.

    O presidente saudou os países que reconheceram o Estado palestino recentemente, como a França, o Reino Unido, Canadá e Portugal, entre outros, e disse se comprometer a “reforçar o controle sob importações de assentamentos ilegais da Cisjordânia e manter suspensas as exportações de material de defesa, inclusive de uso dual, que possam ser usados em crimes contra a humanidade e genocídio”.

    Lula disse ainda que “diante da omissão do Conselho de Segurança”, a Assembleia-Geral “precisa exercer sua responsabilidade”, e afirmou em seguida que o governo brasileiro apoia a criação de um órgão inspirado no comitê especial contra o apartheid sul-africano.

    O petista deu as declarações após a fala do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que disse estar pronto para governar a Faixa de Gaza.

    Antes dele, o presidente francês, Emmanuel Macron, também havia dado declaração em que oficializou o reconhecimento do Estado da Palestina pela França -Paris preside a conferência ao lado da Arábia Saudita.

    “Esse reconhecimento é uma forma de afirmar que o povo palestino não é só mais um povo”, disse Macron. “É um povo com história e dignidade, e o reconhecimento de seu Estado não subtrai nada do povo de Israel.”

    A oficialização da posição de Paris ocorre um dia após decisões no mesmo sentido tomadas por Austrália, Canadá, Portugal e Reino Unido, que oficializaram o reconhecimento da Palestina neste domingo (21).

    A França, além de ser agora o terceiro país do G7 -junto de Reino Unido e Canadá- a reconhecer a Palestina, concede peso a sua mudança de posição porque é o país com a maior comunidade judaica e, ao mesmo tempo, a maior comunidade árabe na Europa.

    A decisão de Paris e Londres também isola Washington no Conselho de Segurança da ONU, no qual, agora, 4 dos 5 membros permanentes reconhecem a Palestina -China e Rússia já defendiam essa posição.

     

    Israel extermina povo palestino e tenta aniquilar sonho de nação, diz Lula

  • Macron declara que França reconhece oficialmente Estado da Palestina

    Macron declara que França reconhece oficialmente Estado da Palestina

    Emmanuel Macron deu a declaração durante evento sobre o fim do conflito no Oriente Médio e a solução de dois Estados na região de Israel-Palestina

    SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta segunda-feira (22) que a França agora reconhece o Estado da Palestina, oficializando anúncio feito em julho de que reconheceria a Palestina durante a reunião da ONU.

    Macron deu a declaração durante evento sobre o fim do conflito no Oriente Médio e a solução de dois Estados na região de Israel-Palestina. O evento é presidido pela França e pela Arábia Saudita, e não tem a presença de Israel e Estados Unidos, contrários à proposta de reconhecimento da Palestina e do estabelecimento da solução de dois Estados.

    Esse reconhecimento é uma forma de afirmar que o povo palestino não é só mais um povo”, disse Macron, sob aplausos dos presentes no salão da Assembleia-Geral das Nações Unidas. “É um povo com história e dignidade, e o reconhecimento de seu Estado não subtrai nada do povo de Israel.”

    A oficialização da posição de Paris ocorre um dia após decisões no mesmo sentido tomadas por Austrália, Canadá, Portugal e Reino Unido, que oficializaram o reconhecimento da Palestina neste domingo (21).

    A França, além de ser agora o terceiro país do G7 -junto de Reino Unido e Canadá- a reconhecer a Palestina, concede peso a sua mudança de posição porque é o país com a maior comunidade judaica e, ao mesmo tempo, a maior comunidade árabe na Europa.

    Em seu discurso, o presidente francês anunciou que seu país abrirá uma embaixada na Palestina “assim que os reféns do Hamas forem devolvidos e um cessar-fogo for assinado”.

    “Depende da liderança Palestina, e do Estado palestino, dar ao seu povo, traumatizado por décadas de ocupação, a esperança de um sistema democrático”, disse Macron, que citou compromissos que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, que tiveram a concordância de Mahmoud Abbas -cujo visto foi negado pelo governo de Donald Trump e, por isso, não estava presente.

    “Estado soberano e desmilitarizado, reconhecido por Israel em uma região que finalmente verá a paz. Espero que parceiros árabes reconheçam a existência de Israel e normalizem relações assim que o Estado palestino for estabelecido”, afirmou Macron.

    Após fala de Macron, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, o príncipe Faisal bin Fahran Al Saud, condenou o ataque de Israel contra o Qatar em seu discurso.

    O membro da família real saudita disse que a solução de dois Estados é a única que trará paz na região e que, ao enfraquecer essa possibilidade, Tel Aviv coloca em perigo a estabilidade de todo o Oriente Médio.

    Macron declara que França reconhece oficialmente Estado da Palestina

  • “Não podemos admitir intervenções externas", defende Mauro Vieira

    “Não podemos admitir intervenções externas", defende Mauro Vieira

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, discursou na Reunião de Chanceleres Intra-Celac, em Nova York, nos Estados Unidos; “Permitir medidas de intimidação, sem nenhuma reação coletiva, seria um convite permanente a novas ingerências”, disse

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu, nesta segunda-feira (22), em discurso, a união dos países latino-americanos e caribenhos para que a soberania da região seja respeitada. Vieira defendeu também a criação de um grupo de trabalho para acompanhar e dar sentido estratégico às relações e diálogos dos países latinos com outras nações e regiões.

    O ministro discursou na Reunião de Chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, Intra-Celac, em Nova York, onde participa da Semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas.

    “Não podemos admitir intervenções externas, sob nenhum pretexto. Permitir medidas de intimidação, sem nenhuma reação coletiva, seria um convite permanente a novas ingerências. Mais do que nunca, é urgente e necessário fortalecer a Celac como mecanismo-chave para a defesa da soberania dos países latino-americanos e caribenhos”, afirmou. 

    O ministro ressaltou que a região passa por intervenções que remontam a atitudes do passado e que ferem a soberania dos países. “Assistimos à intromissão de forças militares extrarregionais na América Latina e no Caribe. Em muitos sentidos, nossa região vive uma ressurgência do passado, de atitudes insolentes que remontam não só ao século 20 como ao século 19”, criticou.

    No início do mês, a maioria dos países do grupo assinou documento manifestando “profunda preocupação” pela movimentação militar “extrarregional” na região do Caribe, em referência indireta ao envio de navios, submarinos e militares pelos Estados Unidos à costa da Venezuela.

    No discurso, o ministro enfatizou que “designar grupos criminosos como alvos terroristas legítimos pode dar pretexto a formas arbitrárias de agressão armada, em violação da Carta das Nações Unidas”. “Esse é um precedente perigoso. Caso consolidado, constituiria um convite a um enfraquecimento do ordenamento normativo vigente em nossa região e à instabilidade geopolítica”, completou.

    O ministro destacou ainda que, para o Brasil, a Celac é um importante foro para se avançar conjuntamente em pautas regionais como a luta contra a fome e a pobreza, a promoção do desenvolvimento e o fortalecimento da infraestrutura de integração dos territórios.

    “A agenda externa da Celac no atual contexto internacional adquire uma relevância singular para projetar a voz e os interesses da região e fortalecer o multilateralismo. Defendo a criação de um grupo de trabalho sobre os diversos diálogos que mantemos com países e grupos de outras regiões, medida necessária para acompanhar adequadamente o desenvolvimento desses diálogos e conferir-lhes sentido estratégico”, disse.

    O ministro defendeu também no discurso que o próximo secretário-geral das Nações Unidas, cargo atualmente ocupado pelo português e timorense António Guterres, “seja um cidadão da América Latina e do Caribe, em busca do fortalecimento de um sistema internacional mais justo, inclusivo e representativo”. As eleições ocorrem em 2026.

    Fundada em 2010, a Celac é um mecanismo de diálogo que reúne os 33 países latino-americanos e caribenhos. Desde sua criação, tem promovido reuniões sobre os diversos temas de interesse das nações latino-americanas e caribenhas, como educação, desenvolvimento social, cultura, transportes, infraestrutura e energia.

    Além dos 33 países, a Cepal reúne nações da América do Norte, Europa e Ásia que mantêm vínculos históricos, econômicos e culturais com a região, totalizando 46 Estados-Membros e 14 membros associados (condição jurídica atribuída a alguns territórios não independentes do Caribe).

    “Não podemos admitir intervenções externas", defende Mauro Vieira

  • Quem foi Magnitsky, advogado morto na prisão e que batiza lei dos EUA

    Quem foi Magnitsky, advogado morto na prisão e que batiza lei dos EUA

    O advogado tributátio Sergei Magnitsky tornou-se símbolo da violação dos direitos humanos na Rússia; ele foi preso por denunciar fraudes de autoridades russas

    SÃO PAULO, SP (UOL/CBS NEWS) – Sergei Magnitsky batiza a lei aplicada contra a mulher do ministro do STF Alexandre de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, e ao instituto Lex, ligado à família. Ele foi preso em 2008 após denunciar fraudes de autoridades russas e morreu quase um ano depois na prisão.

    QUEM FOI SERGEI MAGNITSKY

    Ele foi um advogado tributário que expôs uma fraude de membros do Ministério do Interior da Rússia. Magnitsky trabalhava para um fundo de investimento estrangeiro: o Hermitage Capital Management, cujo proprietário, o britânico William F. Browder, entrou em conflito com autoridades russas.

    Magnitsky trabalhava como advogado para Hermigate quando foi preso. As autoridades acusaram a companhia de não pagar cerca de US$ 17,4 milhões em impostos.

    Browder foi o maior investidor estrangeiro da Rússia até 2005, quando teve sua entrada no país negada. Para se defender no caso, ele contratou Magnitsky. Na época, o governo russo alegou que o investidor era uma ameaça para a segurança nacional.

    Magnitsky denunciou um desvio de US$ 230 milhões das autoridades russas. Em seguida, foi preso em 2008, sob a acusação de evasão fiscal pelo governo.
    Ele morreu na prisão em 2009, aos 37 anos, após 11 meses sob custódia. O advogado estava detido na prisão de Matrosskaya Tishina, em Moscou, e deixou esposa e dois filhos.

    O governo russo disse, à época, que ele morreu de insuficiência cardíaca. Porém, o conselho de direitos humanos do Kremlin levantou suspeitas de que ele teria sido espancado até a morte.

    Advogado não teria recebido cuidados médicos adequados na prisão, segundo relatos. As autoridades, no entanto, negaram que ele tivesse alertado sobre seus problemas de saúde.

    Mesmo morto, Magnitsky foi condenado junto com o seu ex-cliente, Browder. O empresário que tem cidadania britânica, mesmo tendo nascido nos EUA, buscou justiça fora da Rússia.

    Browder pediu que governos estrangeiros aplicassem proibições de vistos e congelamento de ativos para violadores de diretos humanos e funcionários corruptos. Ele foi condenado a nove anos de prisão na Rússia e desde então tem sido um ativista no âmbito dos direitos humanos.

    ‘NÃO HÁ NENHUM OUTRO CASO COMO O DE MORAES’

    Browder disse que o uso da Magnitsky contra Moraes foi feito por “motivos políticos óbvios”. Para ele, não há participação do ministro em tortura ou corrupção.

    “O uso da lei Magnitsky pela administração de Trump é uma violação grosseira. Está sendo feita por motivos políticos óbvios, não há nenhuma alegação que eu saiba de que o ministro esteja envolvido em tortura ou corrupção em grande escala. Pelo que li, parece muito claro que Donald Trump e outros estão bravos com ele [Moraes] por ele estar processando o ex-presidente brasileiro [Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado].”

    “Essa lei não foi feita para resolver disputas políticas. Foi feita para ajudar as vítimas de grandes violações de direitos humanos. […] Não vi nenhum outro caso em que a lei foi mal utilizada assim.”

    “Sou especialista é na Lei Magnitsky. Não sou especialista no Brasil ou nesse juiz em particular. E o que posso dizer é que não é preciso ser especialista, as alegações que adversários [de Moraes] fizeram contra ele não estão no nível de sanção pela Lei Magnitsky. Se você pegar a acusação mais séria, a de que ele derrubou [contas do] Twitter, de que não acredita em liberdade de expressão… essas coisas não são sancionáveis pela Lei Magnitsky.”

    ENTENDA A LEI

    Lei permite que EUA apliquem sanções unilaterais contra estrangeiros. As punições valem para acusados de corrupção grave ou violações sistemáticas de direitos humanos e incluem bloqueio de bens em solo americano, congelamento de contas e outras transações pelo sistema financeiro dos EUA, além de proibição de entrada no país.

    O texto prevê a possibilidade de perder acesso a cartões emitidos por bancos americanos e ao Google Pay e Apple Pay. A esposa do ministro também pode ser monitorada por empresas americanas como o Google para garantir que não está contornando as sanções. Empresas e cidadãos americanos ficam impedidos de negociar com ela, mas não há previsão de sanção para pessoas ou entidades internacionais.

    Não há necessidade de processo judicial. Basta uma decisão do Executivo com base em relatórios ou documentos de organizações internacionais, imprensa e testemunhos para ser aplicada.

    Foi aprovada no governo Obama, em 2012, e ampliada em 2016. A lei foi criada para punir os envolvidos na morte do advogado Sergei Magnitsky, que denunciou esquema de corrupção com autoridades fiscais russas antes de morrer na prisão em Moscou.

    Ofensiva contra Moraes aumentou por pressão de Eduardo Bolsonaro. O deputado trabalhou para convencer republicanos a adotarem sanções contra o ministro com base na Lei Magnitsky e ganhou apoio de Elon Musk e outros conservadores.

    Sanção vem 11 dias após a condenação de Bolsonaro e enquanto Lula fala na ONU. A aplicação tem como objetivo impulsionar a aprovação da anistia -um projeto da direita brasileira que pretende dar perdão a condenados pela tentativa de golpe em 8 de Janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Quem foi Magnitsky, advogado morto na prisão e que batiza lei dos EUA

  • Jornalista que denunciou a Covid-19 na China é condenada (de novo)

    Jornalista que denunciou a Covid-19 na China é condenada (de novo)

    De acordo com a associação Jornalistas sem Fronteiras (conhecidos pela sigla RSF), durante o último ano “a jornalista Zhang Zhan foi completamente isolada do mundo exterior, e quase toda a informação sobre a sua localização foi mantida em segredo”

    Zhang Zhan, a jornalista chinesa que revelou ao mundo a realidade da Covid-19 ainda na sua fase inicial, em Wuhan, na China, voltou a ser condenada a mais quatro anos de prisão por “provocar problemas” no país.

    A jornalista voltou a ser presa em 28 de agosto de 2024, por reportar as supostas violações de direitos humanos perpetuadas pelo governo chinês. Durante o último ano, segundo a associação Jornalistas sem Fronteiras (conhecidos pela sigla RSF), “a jornalista foi completamente isolada do mundo exterior, e quase toda a informação sobre a sua localização foi mantida em segredo”.

    Notícias ao Minuto [Registro da jornalista Zhang Zhan]© X  

    “Ela deveria ser celebrada globalmente como uma ‘heroína da informação’. Não detida em prisões com condições subumanas”, afirma a gerente de advocacia da RSF da região da Ásia-Pacifico, em um comunicado citado pela NBC News. “Esta perseguição tem de acabar”, acrescenta.

    O advogado de Zhang, Ren Qyanniu, disse na rede social X que as acusações não tinham qualquer base jurídica e que a jornalista estava sendo julgado devido a comentários que deixou em sites internacionais.

    A autoridades chinesas em uma especificaram publicamente quais foram as atividades de Zhang que “provocaram problemas” e levaram a esta nova acusação.

    “Esta é a segunda vez que Zhang Zhan enfrentou um julgamento sobre acusações sem qualquer base que mostram nada mais do que um ato de perseguição claro ao trabalho jornalístico dela”, afirmou Beh Lih Yi, diretor para a Ásia-Pacífico do Comité para a Proteção dos Jornalistas.

    Zhang foi presa pela primeira vez a 14 de maio de 2020, enquanto fazia a cobertura do início da Covid-19. 

    Nas redes sociais, a jornalista publicou mais de 100 vídeos, nos meses anteriores à sua detenção, onde documentou o que estava acontecendo na cidade de Wuhan: de hospitais abarrotados a ruas completamente desertas – uma realidade muito mais crítica do que aquela que o governo chinês queria que o público visse.

    Sete meses depois de ser detida, foi condenada a quatro anos de prisão, sob a mesma acusação que agora a voltou a levar para prisão: “provocar problemas” no país.

    Já na época, o advogado de Zhang tinha dito que a jornalista acreditava que estava sendo “perseguida por exercer o seu direito à liberdade de expressão”.

    O advogado contou ainda que nos primeiros meses de aprisionamento, Zhang comprometeu-se com uma greve de fome, que quase a matou, e obrigou as autoridades a amarram-lhe os braços e à alimentarem à força com recurso a um tubo nasal. A representação da jornalista contou que, por vezes, os guardas a deixavam algemada durante dias a fio

    A primeira sentença da jornalista terminou em maio de 2024 – portanto, apenas três meses antes de voltar a ser detida.

    Segundo a RSF a China é o país com mais reclusos jornalista, com pelo menos, 124 destes profissionais atrás das grades. No Index de Liberdade de Imprensa Mundial da RSF de 2025, o país surge no lugar 178 de 180. Atrás de si surge apenas a Coreia do Norte e a Eritreia, um país da África Oriental.

    Jornalista que denunciou a Covid-19 na China é condenada (de novo)

  • Países asiáticos esvaziam regiões e suspendem voos para chegada de supertufão

    Países asiáticos esvaziam regiões e suspendem voos para chegada de supertufão

    Supertufão Ragasa ameaça China, Taiwan e Filipinas com ventos de até 223 km/h, chuvas intensas e risco de inundações, maremotos e deslizamentos. Autoridades já evacuaram milhares de pessoas, suspenderam aulas, voos e trens de alta velocidade em áreas sob alerta máximo

    (CBS NEWS) – China, Taiwan e Filipinas se preparam para a passagem do supertufão Ragasa, que promete ser a mais forte tempestade do ano na região, segundo agências de meteorologia dos países. Diversas áreas estarão sujeitas a alagamento, maremotos, ventanias e deslizamento.

    Segundo o Centro Meteorológico Nacional da China, os ventos devem chegar a 223 km/h, e são esperados chuvas intensas e mar agitado nas regiões sul e leste do país.

    A Administração Meteorológica da China ativou uma resposta de emergência nível 2, o que significa que as unidades centrais e provinciais entram formalmente em estado de emergência, com operação reforçada e previsão e vigilância intensificada.

    Já o Observatório Meteorológico Central emitiu alerta laranja, o segundo em nível de gravidade dos fenômenos, o que indica urgência elevada.

    Na província de Guangdong, uma das áreas que devem ser as mais afetadas da China, a Administração de Segurança Marítima ativou uma resposta de emergência de nível 2 e realocou mais de 10.000 embarcações para abrigo, segundo a mídia estatal chinesa. O órgão governamental mobilizou 23 embarcações de resgate, rebocadores de alta potência e três helicópteros de resgate especializados.

    As autoridades provinciais também determinaram que a partir das 12h de terça (1h de Brasília) os trens de alta velocidade que passam pelo local serão suspensos gradualmente.

    Na cidade de Zhuhai, foi determinada a suspensão de aulas, trabalho, produção, operação e negócios, além de fechamento de pontes e estradas, segundo a agência chinesa.

    Wang Changxiao, diretor do Departamento de Prevenção e Mitigação de Desastres da Gestão de Emergências de Shenzhen, afirmou em entrevista ao portal Shenzhen News que a cidade se prepara para realocar cerca de 400 mil pessoas que vivem em áreas propensas a inundações.

    A cidade, um dos polos tecnológicos da China, abriga empresas como Huawey, BYD e Tencent. No sábado (20), o observatório da cidade emitiu alerta de calamidade.

    O aeroporto de Hong Kong deve cancelar cerca de 700 voos entre terça e quarta-feira, quando o território deve sofrer os principais efeitos do supertufão, de acordo com a agência de notícias South China Morning Post. As autoridades de aviação local consideram suspender a maior parte dos pousos e decolagens por 36 horas, das 18h da terça (7h de Brasília) às 6h da manhã de quinta-feira (19h de quarta em Brasília). As aulas também foram suspensas por dois dias.

    Nas Filipinas, a agência oficial de comunicação do governo afirma que mais de 10 mil pessoas foram evacuadas de forma preventiva.

    Um comunicado afirma que os impactos maiores devem ser causados no país entre segunda e terça-feira. São esperados danos em casas e prédios feitos de materiais não fortificados, interrupções na eletricidade e em serviços de água, além de problemas no tráfego em terra e ar, com jornadas tomando mais tempo que o costume.

    As autoridades de Taiwan esperam que o tufão atinja o país entre segunda e quarta, com inundações como uma das principais consequências. Diversas áreas da região costeira determinaram o fechamento de estradas e alertas para possível deslizamento de terra, com a região sul como uma das mais afetadas.

    Foi orientado que embarcações navegando pelo Estreito de Taiwan, sudeste de Taiwan, canal de Bashi e nas águas da Ilha Dongsha exerçam vigilância rigorosa.

    Países asiáticos esvaziam regiões e suspendem voos para chegada de supertufão