Categoria: POLÍTICA

  • Sete deputados estreiam na Câmara nesta semana; veja quem são

    Sete deputados estreiam na Câmara nesta semana; veja quem são

    Veja quem são os deputados que perderam e os que ganharam vagas na Câmara dos Deputados

    Sete novos deputados federais farão sua estreia como parlamentares empossados na Câmara dos Deputados da atual legislatura nesta primeira semana de agosto. Eles foram empossados na semana passada, de forma virtual, após a perda do mandato de sete outros congressistas por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

    A Corte julgou em março regras para a distribuição das chamadas sobras eleitorais consideradas inconstitucionais.

    As mudanças afetam especialmente a bancada do Amapá, que teve quatro dos seus oito deputados trocados. A substituição favoreceu especialmente o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já que os quatro são aliados dele.

    Farão suas primeiras aparições em Brasília como deputados empossados nesta legislatura: 

    – Professora Marcivânia (PCdoB-AP);

    – Paulo Lemos (PSOL-AP);

    – André Abdon (Progressistas-AP);

    – Aline Gurgel (Republicanos-AP);

    – Rodrigo Rollemberg (PSB-DF);

    – Rafael Fera (Podemos-RO);

    – Tiago Dimas (Podemos-TO).

    E saíram:

    – Gilvan Máximo (Republicanos-DF);

    – Augusto Puppio (MDB-AP);

    – Lebrão (União-RO);

    – Lázaro Botelho (PP-TO);

    – Professora Goreth (PDT-AP);

    – Silvia Waiãpi (PL-AP);

    – Sonize Barbosa (PL-AP).

    Dos novos deputados, apenas Rafael Fera e Paulo Lemos nunca tinham exercido a função como deputado antes de 2023, início da atual legislatura. Rodrigo Rollemberg é o mais experiente deles – exerceu o primeiro mandato como parlamentar em 2007 e já foi governador do Distrito Federal.

    “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”, tiveram que dizer todos os empossados.

    Saiba quem são todos os novos deputados empossados: 

    Rodrigo Rollemberg

    Foi deputado federal entre 2007 e 2010, senador entre 2011 e 2014 e governador do Distrito Federal entre 2015 e 2019. Rollemberg retorna à Câmara depois de 15 anos.

    Nas redes sociais, postou uma foto com a frase dita em juramento. \”Esse juramento, que fiz com emoção e convicto de minhas responsabilidades, me guiará em todas as minhas decisões\”, disse Rollemberg.

    Tiago Dimas

    Vai exercer pela segunda vez mandato como deputado federal. Esteve pela primeira vez a função entre 2019 e 2022. É filho do ex-deputado federal Ronaldo Dimas (PL).

    “Entre curvas e retas, paisagens e lembranças, a gente vai entendendo o valor de cada passo dado. Brasília, estamos chegando. E o Tocantins vai chegar junto comigo”, escreveu Dimas nas redes sociais para celebrar a posse.

    Rafael Fera

    Chega a Brasília pela primeira vez. Entrou na política como vereador por Ariquemes (RO). Nas redes sociais, adota o perfil de \”fiscal do povo\”, popularizado pelo senador Cleitinho (Republicanos-MG), aliado político de Fera.

    “Como deputado federal, serei o deputado federal que mais vai fiscalizar na história do Estado de Rondônia”, disse.

    Professora Marcivânia

    Foi empossada três vezes deputada federal. Retorna a Brasília depois de exercer o último mandato parlamentar na capital federal em 2022.

    “Um misto de emoções, gratidão e algumas lágrimas de alegria. Hoje, a justiça foi feita, tomamos posse e o mandato do povo do Amapá retoma o lugar que sempre lhe pertenceu”, afirmou a parlamentar.

    Paulo Lemos

    Ex-deputado estadual pelo Amapá entre 2015 e 2022. É aliado do governador do Estado, Clécio Luís (Solidariedade), do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).

    “A partir de segunda estarei em Brasília, reforçando a luta pelos trabalhadores e pela nossa gente”, disse.

    André Abdon

    Foi deputado federal entre 2015 e 2022 e agora retorna à Câmara. É figura próxima de Alcolumbre.

    “O Amapá conta novamente com a força e representatividade de André Abdon na Câmara dos Deputados. Compromisso, trabalho e dedicação por um estado mais forte e justo”, escreveu.

    Aline Gurgel

    Foi deputada federal entre 2019 e 2022. Antes, era secretária de Assistência Social do Estado do Amapá. É casada com o deputado estadual Hildegard Gurgel (União), irmão do deputado federal Vinícius Gurgel (PL-AP).

    “Retorno à Câmara dos Deputados com um compromisso renovado com os vulneráveis, com as mulheres, com as crianças, com a erradicação da fome e da pobreza, e com a emancipação social e econômica do nosso povo”, disse.

    Sete deputados estreiam na Câmara nesta semana; veja quem são

  • Flávio apaga publicação em rede social de Jair Bolsonaro participando de ato no Rio

    Flávio apaga publicação em rede social de Jair Bolsonaro participando de ato no Rio

    Flávio colocou Bolsonaro no viva-voz durante ato em Copacabana e depois publicou o vídeo do momento nas redes sociais

    O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apagou o vídeo que mostrava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participando, por telefone, do ato na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo, 3. O vídeo está fora do ar na manhã desta segunda-feira, 4.

    O áudio do telefonema feito a Bolsonaro por Flávio foi conectado no sistema de alto-falantes. “Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos, é pela nossa liberdade. Estamos juntos”, disse o ex-presidente aos manifestantes que foram até a orla.

    O momento da saudação foi registrado em vídeo e publicado no perfil oficial de Flávio Bolsonaro no Instagram. O ex-presidente aparece com o celular na mão e com a tornozeleira eletrônica que é obrigado a usar em destaque. Na publicação, o filho “01” do ex-presidente escreveu: “Palavras de Bolsonaro em Copacabana. A legenda é com vocês”.

    Em São Paulo, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) mostrou no celular uma videochamada com Bolsonaro. “Não pode falar, mas pode ver”, afirmou ao público.

    Como mostrou o Estadão, a publicação de Flávio pode configurar o descumprimento da medida cautelar que proíbe o ex-presidente de utilizar redes sociais, inclusive de terceiros. Essa também é a avaliação de interlocutores do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    A restrição de uso de redes sociais é uma das cinco medidas cautelares impostas a Bolsonaro em 18 de julho. A medida já causou controvérsia entre o relator e a defesa do ex-presidente.

    Três dias depois de ser alvo da restrição, Bolsonaro discursou na Câmara. As declarações foram gravadas e replicadas por apoiadores nas redes sociais.

    Moraes pediu esclarecimentos à defesa, que alegou desconhecer a proibição de conceder entrevistas. O relator decidiu que o ex-presidente cometeu uma “irregularidade isolada”.

    Flávio apaga publicação em rede social de Jair Bolsonaro participando de ato no Rio

  • STF terá trama golpista, caso Marielle e mudança de presidente no segundo semestre

    STF terá trama golpista, caso Marielle e mudança de presidente no segundo semestre

    As ações da trama golpista devem se encerrar entre setembro e dezembro deste ano

    O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta semana os julgamentos do segundo semestre, após o recesso das atividades de julho. A previsão é que ainda neste ano seja concluída a análise das ações da trama golpista e do caso Marielle Franco e seja feita a mudança na presidência da Corte, atualmente a cargo do ministro Luís Roberto Barroso.

    As ações da trama golpista devem se encerrar entre setembro e dezembro deste ano. A Primeira Turma da Corte vai decidir se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados serão condenados pela tentativa de golpe de Estado no País para reverter o resultado das eleições de 2022.

    A denúncia enviada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) foi dividida em quatro núcleos. O primeiro, no qual Jair Bolsonaro é réu, está mais adiantado no Supremo. O procurador-geral Paulo Gonet já apresentou as alegações finais, com pedido de condenação dos acusados.

    A expectativa é que o STF tome a decisão final sobre o núcleo 1 em setembro. Já os julgamentos dos núcleos 2, 3 e 4 deve ocorrer até dezembro deste ano.

    O caso Marielle Franco também aguarda julgamento neste semestre. Em maio deste ano, a PGR enviou as alegações finais ao STF, pedindo a condenação do deputado cassado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), do irmão dele, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa pelo assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes.

    A Procuradoria-Geral da República pediu ainda ao Supremo as condenações do policial militar Ronald Alves Pereira e de Robson Calixto da Fonseca, ex-assessor do Tribunal de Contas do Rio. Outro pleito da PGR é a perda dos cargos públicos e o pagamento de indenização aos familiares da vereadora e do motorista.

    Os réus já apresentaram as alegações finais e cabe ao STF marcar a data do julgamento.

    Ainda neste semestre, o ministro Edson Fachin chega à presidência do Supremo, substituindo Barroso, que conclui em setembro dois anos de mandato. Fachin assume com Alexandre de Moraes na vice-presidência.

    Com perfil discreto, Fachin quer intensificar a relação com os colegas para assumir o Supremo. Uma das estratégias é elaborar com os ministros a pauta de julgamentos. Hoje, Barroso faz isso sozinho. O ministro também tem planos de despersonalizar a Corte, conferindo protagonismo ao STF, não aos ministros que o compõem

    A primeira sessão de julgamento no plenário após o recesso de julho será na quarta-feira, dia 6. A Corte deve analisar a constitucionalidade da lei do Rio de Janeiro que autoriza o transporte de pets de assistência emocional nas cabines de voos operados no Estado.

    STF terá trama golpista, caso Marielle e mudança de presidente no segundo semestre

  • Quem é Marcos do Val, senador alvo de medidas cautelares por descumprir decisão de Moraes

    Quem é Marcos do Val, senador alvo de medidas cautelares por descumprir decisão de Moraes

    O senador descumpriu medida do STF, não estregou os passaportes, viajou ao Estados Unidos e fez vídeos nas redes sociais atacando ministros e agentes da Polícia Federal

    O senador Marcos do Val (Podemos-ES) viajou aos Estados Unidos mesmo sem autorização de deixar o País, descumprindo uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao desembarcar no Brasil na manhã desta segunda-feira, 4, o senador foi alvo de medidas cautelares da Polícia Federal, entre as quais o uso de tornozeleira eletrônica.

    O senador alega que notificou os órgãos oficiais sobre a viagem aos Estados Unidos, mas só houve retorno quando estava fora do País. Além disso, afirma que quis apenas visitar um parque temático com a filha, sem pretensão de fugir da Justiça brasileira. Do Val está com o passaporte apreendido e usou um passaporte diplomático para deixar o Brasil.

    O senador é alvo de investigações no STF. A apreensão do passaporte ocorreu no âmbito de um inquérito que apura intimidações a delegados da Polícia Federal. Além dos inquéritos, o parlamentar acumula polêmicas em sua trajetória política, iniciada em 2018, quando elegeu-se senador pelo Espírito Santo pelo PPS (hoje, Cidadania), com 863.359 votos. Antes da carreira pública, Do Val serviu no Exército e afirma ter sido instrutor da Swat, unidade especial da polícia dos Estados Unidos.

    Em julho de 2022, Do Val disse ao Estadão que recebeu R$ 50 milhões em emendas do orçamento secreto como contrapartida do apoio à campanha de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado em fevereiro de 2021.

    Em fevereiro de 2023, Do Val revelou ter recebido do ex-deputado federal Daniel Silveira a proposta de grampear uma conversa com Alexandre de Moraes. O objetivo da gravação seria obter do ministro alguma declaração que comprometer a lisura das eleições de 2022, durante a qual Moraes serviu como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Quatro meses depois, em junho, Do Val foi alvo de uma operação da PF por divulgar documentos sigilosos da Abin. As redes sociais do parlamentar foram restritas.

    O senador também é investigado por coordenar ataques contra Flávio Dino, ministro do STF, com quem entrou em embate durante 2023, quando o magistrado era ministro da Justiça do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um dos embates entre Dino e Do Val, o então ministro da Justiça ironizou o senador: “Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores”.

     

    Quem é Marcos do Val, senador alvo de medidas cautelares por descumprir decisão de Moraes

  • Marcos do Val é alvo de operação da PF e colocará tornozeleira eletrônica

    Marcos do Val é alvo de operação da PF e colocará tornozeleira eletrônica

    Senador passa a cumprir medidas cautelares por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, após retornar ao Brasil de viagem aos Estados Unidos

    Na manhã desta segunda-feira (4), a Polícia Federal realizou uma operação contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, STF (Supremo Tribunal Federal). O parlamentar foi alvo da ação policial no Aeroporto Internacional de Brasília, no momento em que desembarcou de voo dos Estados Unidos.

    Anteriormente, o STF tinha pedido o recolhimento dos passaportes do parlamentar, decisão que foi chancelada pela Primeira Turma do tribunal. Porém, o senador não entregou todos os documentos e usou um passaporte diplomático para passar férias com a família na Disney.

    Nos Estados Unidos, Marcos do Val (Podemos-ES) passou a atacar e críticar ministros e agentes da Polícia Federal através das redes sociais. Após o caso vir à tona, o senador teve contas, chave Pix e cartões de crédito bloqueados pela Justiça. 

    Agora, ao desembarcar dos Estados Unidos, o representante do Espírito Santo foi alvo de operação da PF, terá de cumprir a medidas cautelares e passará a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. Além disso, o parlamentar terá que entregar todos os seus passaportes, que não foram entregues anteriormente.

    O senador é alvo de duas investigações no STF. A primeira, por suposta tentativa de golpe de Estado, e a segunda, sobre a participação em uma campanha de intimidação de autoridades envolvidas nas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. 

    Marcos do Val é alvo de operação da PF e colocará tornozeleira eletrônica

  • Datafolha: 71% veem Lula candidato à reeleição; para 67%, Bolsonaro deveria desistir

    Datafolha: 71% veem Lula candidato à reeleição; para 67%, Bolsonaro deveria desistir

    O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) aparece como preferido em substituição a Lula com 26% das citações

    Pesquisa Datafolha divulgada no sábado, 2, mostra que 71% dos eleitores veem como certa a candidatura do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à reeleição, enquanto 54% consideram que ele deveria desistir do pleito e 44% apoiam a ideia de reeleição. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) aparece como preferido em substituição a Lula com 26% das citações ante 18% do início de junho, enquanto as menções ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, caíram de 37% em junho para os atuais 29%.

    Em abril, 62% afirmavam que Lula seria candidato, porcentual que subiu para 66% em junho e 71% na rodada atual.

    Já o número de eleitores que não veem Lula disputando a reeleição caiu de 34% em abril para 28% em junho e para 23% na rodada atual da pesquisa. Em junho, 57% afirmavam que Lula não deveria disputar a reeleição, número que caiu para os atuais 54%.

    Em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, 67% dos eleitores afirmam que ele deveria desistir da candidatura – porcentual estável desde abril, enquanto 30% acreditam que ele deve manter o nome no pleito ante 29% em junho.

    Os nomes mais citados como preferidos para substituir o nome de Bolsonaro no pleito são a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 23% das menções, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 21% das citações.

    A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos. A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de julho, com 2.004 eleitores em 130 municípios.

    Datafolha: 71% veem Lula candidato à reeleição; para 67%, Bolsonaro deveria desistir

  • 61% dizem não votar em candidato que promete livrar Bolsonaro, diz Datafolha

    61% dizem não votar em candidato que promete livrar Bolsonaro, diz Datafolha

    Bolsonaro está no banco dos réus do julgamento da trama golpista no STF, que para ele e o presidente americano Donald Trump é uma farsa persecutória

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – A quase um ano do início da campanha presidencial, o tema do golpismo ressoa com força entre os eleitores. Segundo o Datafolha, 61% dos brasileiros não votariam em um candidato que prometesse livrar de qualquer pena ou punição Jair Bolsonaro (PL), seus aliados acusados de tramar contra a democracia e os condenados pelo 8 de Janeiro.

    Na pesquisa realizada nos dias 29 e 30 de julho, que ouviu 2.004 pessoas e tem margem de erro de dois pontos para mais ou menos, o instituto aferiu que 19% dos ouvidos votariam com certeza em um nome com essa agenda, e 14% talvez o fizessem. Já 6% não souberam responder.

    O tema é uma pedra no sapato da direita. Presidentes podem indultar presos, mas a jurisprudência estabelecida no Supremo Tribunal Federal indica que isso não vale para crimes contra a democracia e o Estado de Direito –foi o que ocorreu quando a corte derrubou o perdão de Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira, condenado por ameaça às instituições que hoje está em regime semiaberto.

    Bolsonaro está no banco dos réus do julgamento da trama golpista no STF, que para ele e o presidente americano Donald Trump é uma farsa persecutória.

    O aliado em Washington até deu ao ex-mandatário um duvidoso presente ao usar sua situação jurídica como uma das razões para colocar o Brasil no topo de sua guerra comercial, aumentando tarifas de importação de produtos brasileiros a 50%.

    Isso deixou aliados de Bolsonaro no poder nos estados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), em apuros. O governador, assim como Romeu Zema (Novo-MG), saiu em defesa de Bolsonaro, e acabou tendo de mudar o discurso de apoio a uma medida contrária ao Brasil.

    A reviravolta levou o fogo do bolsonarismo contra Tarcísio, que buscou submergir na crise após se colocar como interlocutor de quem quisesse. Com efeito, ele marcou um procedimento médico para este domingo (3), quando defensores da anistia o queriam no palanque na avenida Paulista.

    Mas ele já foi claro ao dizer, assim como Zema, Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e também outros mandatários sem as pretensões presidenciais do trio, que anistiaria Bolsonaro, que foi seu chefe no governo passado e o lançou do nada para a disputa que o levou ao Palácio dos Bandeirantes.

    Numa faixa intermediária corre Ratinho Jr., o governador do Paraná pelo PSD, que já defendeu anistiar os envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro.

    No Congresso Nacional, os bolsonaristas já viram perder ímpeto um projeto de lei visando a anistia dos 480 condenados em 1.500 ações penais no Supremo acerca do episódio, que na prática estenderia o perdão ao ex-presidente.

    A rejeição popular à anistia, que já era clara em pesquisas anteriores do Datafolha sem vincular a ideia ao perdão específico a Bolsonaro por um candidato eleito presidente, e o desgaste da crise com Trump enterraram por ora a ideia.

    61% dizem não votar em candidato que promete livrar Bolsonaro, diz Datafolha

  • Malafaia questiona cotados em 2026 por ausência em ato pró-Bolsonaro

    Malafaia questiona cotados em 2026 por ausência em ato pró-Bolsonaro

    O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não estava presente nos atos deste domingo (3); apoiadores políticos de Bolsonaro não compareceram aos atos

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), usou sua fala no ato deste domingo (3), na avenida Paulista, para criticar os presidenciáveis da direita que não compareceram à manifestação bolsonarista.

    Sem citar nomes, ele questionou a ausência de políticos cotados para substituir Bolsonaro na eleição de 2026 e afirmou que eles não estiveram presentes por “medo” do STF (Supremo Tribunal Federal).

    O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) marcou um procedimento médico para a mesma data.

    Já o deputado Nikolas Ferreira (PL) cobrou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para darem andamento a pedidos de anistia pelo 8/1 e pelo impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes.

    “Você sem a toga não sobra nada”, disse Nikolas, pedindo a prisão do magistrado.

    “Cadê aqueles que dizem ser a opção no lugar de Bolsonaro? Era para estarem aqui, minha gente. Sabe o que fica provado? Que até aqui Bolsonaro é insubstituível”, disse Malafaia.

    O pastor também afirmou que presidenciáveis teriam “arrumado desculpas” para não comparecer. “Vão enganar trouxa. Eu não sou trouxa. Estão com medo do STF? Por isso não chegaram até aqui? Arrumaram desculpa. Por isso, minha gente, que 2026 é Bolsonaro”, completou.

    Além de Tarcísio, outros governadores de direita cotados para disputar a Presidência em 2026 -Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Júnior (PSD)- também não compareceram à manifestação em São Paulo convocada contra Moraes.

    Bolsonaristas realizam atos espalhados pelo país neste domingo. Manifestações foram marcadas em ao menos 20 capitais em todas as regiões do Brasil. Cidades do interior também têm atos programados.

    Os atos foram organizados pelo pastor Silas Malafaia. No palco, ao lado de Malafaia, estavam o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o vice-prefeito Coronel Mello Araújo (PL), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL), a vereadora Zoé Martinez (PL) e o deputado estadual Lucas Bovi (PL).

    Durante o ato, o deputado estadual Paulo Mansur (PL) discursou em defesa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em seguida, Eduardo participou da manifestação por chamada de vídeo.

    “Ele falava que ia conseguir aplicar a Lei Magnitsky ao Alexandre de Moraes e ele conseguiu aplicar. Agora a gente precisa fazer a nossa parte”, disse Mansur, referindo-se às sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra o ministro do STF.

    Na transmissão ao vivo, Eduardo Bolsonaro agradeceu a presença dos manifestantes na avenida Paulista.

    Jair Bolsonaro não pode participar porque, desde o último dia 18, tem que cumprir medidas restritivas impostas por Moraes, como usar tornozeleira eletrônica e não sair de sua casa, em Brasília, aos fins de semana.

    Malafaia questiona cotados em 2026 por ausência em ato pró-Bolsonaro

  • PT precisa se preparar para pós-Lula, diz novo presidente do partido ao tomar posse

    PT precisa se preparar para pós-Lula, diz novo presidente do partido ao tomar posse

    “Seu substituto não será um nome, seu substituto será o Partido dos Trabalhadores. Porque se o partido estiver organizado, o nome será construído, a liderança será construída”, disse. “Teremos que construir um partido capaz de enfrentar grandes embates.”

    MARIANA BRASIL
    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente eleito do PT, Edinho Silva, afirmou em seu discurso de posse neste domingo (3) que o partido precisa se preparar para se manter na disputa quando Lula não estiver mais no pleito.

    “É nossa responsabilidade construir o PT quando o presidente Lula não estiver mais nas urnas disputando nosso projeto”, disse.

    “O presidente Lula nos deixa um legado e ele será fundamental para o nosso partido para o resto da nossa existência, mas nos sabemos que todos os problemas enfrentados pelo PT, o presidente Lula foi para a sociedade, para as eleições e reconduziu o partido ao seu local de direito. Essas cenas, após 2026, até por direito ao descanso e para viver sua vida pessoal, não vamos mais ter”, declarou Edinho.

    Para ele, é necessário que o partido se renove. Mas Edinho afirmou que o sucessor de Lula não será um nome específico, mas o partido como um todo.

    “Seu substituto não será um nome, seu substituto será o Partido dos Trabalhadores. Porque se o partido estiver organizado, o nome será construído, a liderança será construída”, disse. “Teremos que construir um partido capaz de enfrentar grandes embates.”

    Ainda em suas falas, ele falou da necessidade de se aproximar da juventude, de quem a sigla está afastada, segundo ele.
    Edinho também citou o momento histórico da eleição do diretório neste ano, com menções a interferência estrangeira e ataque às instituições.

    A ex-presidente do PT e ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, esteve presente no evento, onde foi fortemente aplaudida, com gritos de “a Gleisi foi pra gente uma excelente presidente”.

    Outros ministros do governo filiados à sigla também compareceram, entre eles, Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Anielle Franco (Igualdade Racial), Luiz Marinho (Trabalho) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral).

    Gleisi fez falas contra a interferência dos EUA no Brasil, a qual afirmou estar sendo causada pela família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Ainda em seu discurso, a chefe das Relações Institucionais defendeu a chamada taxação BBB (bancos, bets e bilionários), discursou contra a guerra na Faixa de Gaza, puxou gritos contra a anistia e agradeceu nominalmente ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, pelos trabalhos no processo que mira os envolvidos no 8 de Janeiro.

    “Temos uma luta maior também, ao lado de lutar contra as injustiças no Brasil, temos que lutar contra a intervenção estrangeira. Acho que ninguém nunca achou que fôssemos viver uma situação dessa no Brasil, desse tipo de interferência na nossa soberania e causada por um ex-presidente e sua família que quer anistia, que articulam contra o Brasil, que se fantasiam com a bandeira brasileira, que falam dos valores do Brasil e entregam o nosso país ao estrangeiro”, declarou.

    “Sem anistia para uma gente traidora, que nos vende, que tentou dar um golpe e agora dá um golpe continuado. Nós não vamos negociar nossa soberania, democracia e autonomia dos nossos Poderes. E aqui quero fazer um cumprimento especial ao ministro Alexandre de Moraes, que tem sido fundamental na condução desse processo.”

    Na véspera, o partido aprovou a tese –texto que guiará os trabalhos da sigla nos próximos anos– apresentada pela corrente CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente de Lula que ganhou a maioria dos votos na eleição. As correntes são as chapas que disputam poder dentro do partido.

    A tese foi aprovada com a inclusão de uma defesa do veto ao projeto de lei que muda as regras do licenciamento ambiental. Foram rejeitadas emendas propostas por alas mais à esquerda do partido, com críticas ao novo arcabouço fiscal e à frente ampla que dá sustentação ao governo em votações no Congresso.

    Com 107 itens, o documento do CNB destaca entre as metas e diretrizes do partido para o momento o repúdio ao genocídio na Palestina, a atenção ao tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil e ao mundo, o combate à extrema direita, a isenção do Imposto de Renda para quem tem renda mensal de até R$ 5.000 e a igualdade salarial.

    Uma das principais pautas defendidas pelo PT neste ano tem sido a defesa da escala 6 por 1, que reduz a carga-horária de trabalho semanal. No entanto, o tema teve apenas uma breve menção no texto aprovado.

    Tudo indica que a redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas e a criação de um imposto sobre lucros e dividendos, que já vigoram nas principais democracias do mundo, mesmo que sejam criticadas pelas minorias privilegiadas, contarão com idêntico respaldo da maioria do povo”, diz.

    O texto também afirma que o governo Lula tem procurado melhorar sua comunicação institucional, mas aponta que o embate pelo debate público é mais amplo. Também seria necessário convencer a população da importância das ações de Lula, não só divulgar o que foi entregue por sua gestão.

    A tese da CNB cobra ainda que governo e aliados adotem uma comunicação “mais proativa e direta” com a sociedade, o que incluiria explorar “o carisma e a palavra” de Lula e suas viagens pelo país. Supõe também aproveitar melhor o prestígio e a capacidade de interlocução social dos principais ministros e dirigentes do governo”, afirma o texto.

    PT precisa se preparar para pós-Lula, diz novo presidente do partido ao tomar posse

  • Bolsonaristas tentam impulsionar atos com sanções de Trump a Moraes, mas temem esvaziamento

    Bolsonaristas tentam impulsionar atos com sanções de Trump a Moraes, mas temem esvaziamento

    Sob o slogan de “Reaja, Brasil”, as manifestações devem acontecer em diferentes cidades simultaneamente, marcando uma diferença para a estratégia que vinha sendo adotada nesses protestos desde que Bolsonaro retornou ao Brasil em 2023.

    MARIANNA HOLANDA
    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) querem que a empolgação da base de apoiadores com as sanções do governo Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sirva para impulsionar os atos marcados para este domingo (3) por todo o país.

    Sob o slogan de “Reaja, Brasil”, as manifestações devem acontecer em diferentes cidades simultaneamente, marcando uma diferença para a estratégia que vinha sendo adotada nesses protestos desde que Bolsonaro retornou ao Brasil em 2023.

    A ideia é tornar mais acessíveis as manifestações e que parlamentares possam ter protagonismo em seus redutos. Reservadamente, organizadores temem que os atos sejam esvaziados. Primeiro, identificam cansaço da base, que, aos poucos, tem participado menos de mobilizações nas ruas. Segundo, não haverá o principal chamariz: a presença de Jair Bolsonaro.

    Bolsonaro está de tornozeleira eletrônica, proibido de sair de casa em Brasília aos finais de semana. Esta é uma das medidas cautelares impostas por Moraes a ele, no âmbito das investigações que apuram a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. O ex-presidente tampouco poderá gravar um vídeo ou discursar.

    Além disso, outros nomes de peso estarão ausentes no ato da avenida Paulista, considerado o principal: o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) marcou um procedimento médico para a mesma data, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro manterá agenda no Pará, segundo a coluna da Mônica Bergamo. Segundo relatos, ela comparecerá à manifestação em Belém.

    Diante deste cenário, alguns parlamentares que não são de São Paulo mudaram a rota para a Paulista. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), estarão no carro de som, organizado pelo pastor Silas Malafaia.

    Conhecido por forte presença nas redes sociais, Nikolas gravou um vídeo convidando as pessoas para a manifestação, direcionado a quem talvez não compareça. “Só vale quando tem multidões e multidões? Jesus apenas com 12 [apóstolos] mudou a história dele. Você só vai se simplesmente for e resolver?”, questionou.

    “Se você não for, como se fosse bala de prata tudo na vida, simplesmente não vamos conseguir. Não estamos numa corrida de 100 metros, estamos numa maratona”, completou.

    Bolsonaristas querem um calendário de manifestações, visto como a única reação possível de apoio ao ex-presidente, que será julgado pela trama golpista no STF provavelmente no mês que vem.

    As principais demandas são “anistia ampla, geral e irrestrita”, por meio do projeto de lei que está na Câmara dos Deputados, e impeachment de Moraes, via Senado -duas pautas hoje consideradas improváveis de prosperar no Congresso.

    Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-PB), devem entrar na mira dos discursos nos carros de som e na plateia.

    Além disso, bolsonaristas também vão pedir “fora, Lula” nos atos, levando adiante o argumento de que é o presidente o culpado pelas tarifas do aliado Donald Trump a produtos brasileiros.

    A aplicação de sanções financeiras ao ministro do STF, na chamada Lei Magnitsky, animou bolsonaristas, que vinham sofrendo desgastes pelo tarifaço do aliado Trump. Inicialmente, o governo americano afirmou que a tarifa seria de 50% em todos os produtos brasileiros, mas recuou e deixou mais de 700 produtos de fora nesta semana.

    A sanção a Moraes era a maior demanda do bolsonarismo neste ano, e o principal objetivo de Eduardo Bolsonaro junto a autoridades do governo Trump. Ele disse que o sentimento era de “missão cumprida”, após o anúncio.

    Eduardo se licenciou do cargo de deputado federal em março, sob o temor de apreensão do seu passaporte pelo STF, quando ainda não era investigado.

    Hoje Eduardo e Bolsonaro estão proibidos de se comunicar. O parlamentar, que foi considerado um dos principais nomes para eventual sucessão do pai em 2026, diz que só voltará ao Brasil quando -e se- Moraes for afastado.

    Ele tem defendido em entrevistas que apoiadores participem das manifestações no próximo dia 3, como uma forma de ampliar a pressão nacional.

    Eduardo também já indicou, ao comemorar a aplicação da sanção a Moraes, que outras autoridades brasileiras podem ter o mesmo destino. Em vídeo, afirmou que tem “várias batalhas adiante” e que a vitória “não é o fim de nada”.

    Bolsonaristas tentam impulsionar atos com sanções de Trump a Moraes, mas temem esvaziamento