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  • INSS proíbe Banco Master de conceder consignado a aposentados e pensionistas

    INSS proíbe Banco Master de conceder consignado a aposentados e pensionistas

    Segundo o INSS, entre os elementos considerados para a proibição estão o volume expressivo de reclamações em bases oficiais e públicas contra o banco

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) decidiu não renovar o ACT (Acordo de Cooperação Técnica) que autorizava o Banco Master a oferecer crédito consignado a aposentados e pensionistas. Com o término da vigência no último dia 18, a instituição deixa de estar credenciada para iniciar novas operações da modalidade nos sistemas do INSS.

    Segundo o instituto, a decisão, de caráter preventivo, decorre de análise técnica e jurídica e seguirá válida até a conclusão das apurações em andamento ou até que a instituição financeira comprove, de forma objetiva, o atendimento integral à legislação e aos regulamentos que regulam o crédito consignado.

    O INSS diz que já solicitou para a Dataprev a retirada dos acessos do banco aos ambientes operacionais do consignado.

    A reportagem procurou o Banco Master, que não respondeu até a publicação deste texto.

    Segundo o INSS, entre os elementos considerados para a proibição estão o volume expressivo de reclamações em bases oficiais e públicas -com relatos de dificuldades para cancelamento, cobranças indevidas e operações não reconhecidas.

    A autarquia também diz que há indícios de descompasso entre práticas adotadas e parâmetros normativos, que incluem exigências de autorização expressa, autenticação biométrica, guarda adequada de documentos e responsabilidade da instituição pela atuação de correspondentes bancários.

    O credenciamento das demais instituições financeiras segue normalmente, desde que todas as regras sobre o serviço sejam respeitadas. O INSS diz que a medida não altera os canais de atendimento ao cidadão nem os procedimentos de orientação sobre crédito consignado.

    “O credenciamento do Banco Master S.A. poderá ser reavaliado após a conclusão das apurações mencionadas e a apresentação de comprovação de conformidade integral às normas aplicáveis”, afirma, em nota, o INSS.

    O QUE É O CONSIGNADO DO INSS

    O crédito consignado é um empréstimo no qual a parcela é descontada diretamente da aposentadoria ou pensão. Como o risco de calote é praticamente zero, os juros são os menores do mercado.

    As regras são controladas pelo CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social).

    INSS proíbe Banco Master de conceder consignado a aposentados e pensionistas

  • Teto de imóvel com uso do FGTS sobe para R$ 2,25 milhões

    Teto de imóvel com uso do FGTS sobe para R$ 2,25 milhões

    A partir de 2027, está prevista uma liberação anual adicional de 1,5 ponto percentual, até que a fatia total dos 20% compulsórios esteja disponível ao setor em dez anos

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta sexta-feira (10), em São Paulo, o novo modelo de crédito imobiliário que promete aproximar a classe média da casa própria.

    A medida, desenhada para modernizar o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), tem como foco tornar o uso da poupança mais eficiente, liberar recursos hoje parados no Banco Central e ampliar a oferta de financiamentos para a casa própria.

    O novo modelo de financiamento de crédito imobiliário viabiliza R$ 111 bilhões de recursos no primeiro ano, tornando disponíveis R$ 52,4 bilhões a mais, em relação ao modelo atual, para financiamento habitacional nesse período, dos quais R$ 36,9 bilhões de forma imediata.

    O ponto central é a liberação total dos depósitos compulsórios da poupança em um prazo de dez anos. Atualmente, 20% dos valores depositados nas cadernetas ficam retidos no Banco Central e não podem ser usados pelos bancos para crédito.

    A liberação dos recursos será escalonada, mas com um impacto imediato: 5% do compulsório foi destravado, injetando pelo menos R$ 20 bilhões no mercado -valor que pode chegar a R$ 25 bilhões, considerando a adesão da Caixa Econômica Federal, líder no segmento imobiliário. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, até o final de 2026 a Caixa poderá financiar 80 mil unidades a mais para a classe média graças à nova regra.

    A partir de 2027, está prevista uma liberação anual adicional de 1,5 ponto percentual, até que a fatia total dos 20% compulsórios esteja disponível ao setor em dez anos.

    Até então, os bancos estão obrigados a direcionar parte dos recursos da poupança ao crédito imobiliário. Essa trava desaparece. O dinheiro da caderneta fica agora sem carimbo, mas com condicionantes: para ter acesso livre aos recursos, as instituições terão de comprovar que concederam financiamentos habitacionais equivalentes.

    A estratégia pretende incentivar o uso de instrumentos de mercado, como a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), para financiar os empréstimos. Na prática, cada R$ 100 emprestados em crédito imobiliário destrava R$ 100 da poupança para aplicação livre, com ganhos revertidos na manutenção de juros mais baixos para os mutuários.

    O governo quer garantir que o crédito irrigue prioritariamente o SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que tem teto de juros de 12% ao ano. Agora, 80% dos valores liberados -incluindo o compulsório- irão para o SFH, e 20% para o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que opera com taxas de mercado.

    Segundo o Banco Central, como regra geral, uma operação de crédito imobiliário com prazo de 30 anos ou mais poderá ser computada para fins de atendimento do direcionamento por cinco anos, sendo reduzido esse período de forma proporcional para operações com prazos inferiores.

    Para incentivar a concessão de crédito à classe média baixa, os prazos para uso flexível da poupança serão escalonados conforme o valor do imóvel:

    – Sete anos para financiamentos de até R$ 1 milhão (SFH)
    – Seis anos para imóveis de R$ 1 milhão a R$ 2,25 milhões (SFH)
    – Cinco anos para operações fora do SFH, acima de R$ 2,25 milhões

    O modelo foi desenvolvido pelo Banco Central em parceria com o Ministério das Cidades e com o Ministério da Fazenda, além da Caixa.

    Para o Ministério das Cidades, o novo modelo aumenta a competição, pois incorpora os depósitos interfinanceiros imobiliários ao direcionamento, o que permite que instituições que não captam poupança também concedam crédito habitacional em condições equivalentes às demais.

    “Essa medida atende a uma faixa da população que estava sem acesso a crédito habitacional. Hoje, as famílias nas faixas de renda 1, 2, 3 e 4, que vão até R$ 12 mil, são atendidas pelo Minha Casa Minha Vida. Acima disso, as pessoas estavam sem alternativas. A não ser que ganhem muito bem para suportar juros de mercado”, disse Jader Filho.

    Para Bruno Amatuzzi, sócio do escritório Amatuzzi advogados, não há uma certeza de que esse ajuste resultará em redução de custos do financiamento aos adquirentes. “Mas ele sem dúvida contribui para aumentar a oferta de crédito no mercado, pois traz flexibilidade aos bancos”, diz o especialista investimentos imobiliários.

    “Considerando o nível atual da taxa Selic, o problema de base persiste. A poupança, principal vetor de captação de recursos do SBPE, não é atualmente uma alternativa atraente de investimento, então a sua participação no funding do crédito imobiliário vinha decrescendo com o tempo, enquanto instrumentos como LCI e CRI vinham crescendo na composição total -especialmente após flexibilizações do prazo de carência da LCI ocorridas no último ano”, afirma Amatuzzi.

    TETO PARA USAR O FGTS SOBE PARA R$ 2,25 MILHÕES

    O pacote de mudanças também inclui o reajuste do teto do SFH, que permite o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na compra do imóvel. O valor, congelado desde 2018 em R$ 1,5 milhão, passa para R$ 2,25 milhões, adequando-se ao aumento dos preços dos imóveis.

    A Caixa deve liderar a adesão ao novo modelo, que será testado até o fim de 2026. O funcionamento pleno está previsto para 2027, caso o desenho se mostre eficiente para expandir a oferta de crédito e reduzir custos.

    A norma editada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) estabelece ainda que os mutuários de financiamentos de imóveis avaliados até o novo teto utilizem os recursos de suas contas vinculadas do FGTS para redução do valor financiado, pagamento de prestações ou amortização extraordinária das operações.

    O presidente Lula disse para os brasileiros aguardarem, pois mais mudanças em relação à habitação serão anunciadas ao longo dos próximos meses do final do seu mandato.

    Jader Filho já anunciou que o teto das faixas 1 e 2 do Minha Casa Minha Vida serão ampliados nas próximas semanas em alguns municípios, para que a população consiga adquirir imóveis pelo programa federal. Em 2026, o governo pretende mexer também na faixa de renda mínima para as famílias acessarem o Minha Casa Minha Vida.

    O lançamento do novo crédito imobiliário contou ainda com a presença e falas do vice-presidente, Geraldo Alckmin, dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Jader Filho (Cidades), além do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, do presidente da Caixa, Carlos Vieira, do presidente da Abrainc (associação de incorporadoras) e do presidente da Cbic, Renato Correia. E foi acompanho pelo presidente da Febraban, Issac Sidney, o presidente do Secovi-SP, Rodrigo Luna, o político Eduardo Suplicy e o deputado federal Guilherme Boulos.

    “Essas mudanças mudam o cenário da habitação no Brasil. Hoje é um dia que a população se aproxima do sonho da casa própria. O que foi feito com o FGTS, junto com o novo crédito imobiliário, vai garantir acesso à moradia digna e de qualidade aos estratos mais carentes da população” afirmou Correia.

    Teto de imóvel com uso do FGTS sobe para R$ 2,25 milhões

  • Moraes dá 24h para advogado de Filipe Martins apresentar defesa final sobre trama golpista

    Moraes dá 24h para advogado de Filipe Martins apresentar defesa final sobre trama golpista

    Moraes alega que as defesas de Martins e Marcelo Câmara não haviam apresentado as alegações finais no processo sobre a tentativa de golpe de Estado como manobra para adiar o julgamento

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu nesta sexta-feira (10) prazo de 24 horas para a defesa do ex-assessor da Presidência Filipe Martins apresentar as alegações finais no processo sobre a trama golpista.

    Caso a defesa não protocole o documento até o início da tarde de sábado (11), a defesa será destituída do caso, com a convocação da DPU (Defensoria Pública da União) para advogar por Martins.

    O imbróglio surgiu na quinta (9). Moraes disse que as defesas de Martins e Marcelo Câmara não haviam apresentado as alegações finais no processo sobre a tentativa de golpe de Estado como manobra para adiar o julgamento.

    O advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Filipe Martins, disse que a ação de Moraes era arbitrária e ilegal. O ex-assessor enviou um pedido escrito à mão para protestar contra a saída do advogado.

    “A destituição, realizada sem minha oitiva e sem prévio contraditório, é abusiva e viola frontalmente meus direitos inalienáveis, em especial o direito de escolher livremente o defensor de minha confiança, garantia elementar em um regime democrático”, afirma o ex-assessor.

    Os advogados haviam pedido mais prazo para as alegações, justificando que a Procuradoria-Geral da República acrescentou novos elementos à acusação. Moraes entendeu que se tratou de uma manobra protelatória e determinou o afastamento.

    Ainda não há definição sobre a situação de Marcelo Câmara.

    Moraes dá 24h para advogado de Filipe Martins apresentar defesa final sobre trama golpista

  • Lula critica decisão do Congresso de não taxar mais ricos, bets e fint

    Lula critica decisão do Congresso de não taxar mais ricos, bets e fint

    Lula criticou parlamentares que votaram contra a taxação dos ricos, fintechs e bets: “Eles votam contra”, disparou o presidente

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira (10) a decisão do Congresso Nacional de retirar da pauta de votação a medida provisória (MP) que taxaria rendimentos de aplicações financeiras e apostas esportivas e compensaria a revogação de decreto que previa aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

    “A gente manda um projeto de lei depois de acordado no Congresso Nacional para as pessoas que ganham acima de R$ 600 mil e acima de R$ 1 milhão pagarem uma merrequinha a mais, para que as fintechs paguem um pouquinho mais, para que as bets paguem um pouquinho mais. E eles votam contra.”

    Entenda

    A MP precisava ser aprovada até a última quarta-feira (8) para não perder a eficácia. Com a retirada da pauta, apresentada pela oposição, o texto caducou. A versão original propunha a taxação de bilionários, bancos e bets (empresas de apostas eletrônicas) como forma de aumentar a arrecadação.

    A ideia, por exemplo, era taxar a receita bruta das bets com alíquota entre 12% e 18%, além da taxação de aplicações financeiras, como as Letras de Crédito Agrário (LCA), de Crédito Imobiliário (LCI) e de Desenvolvimento (LCD), bem como juros sobre capital próprio.

    A previsão inicial era arrecadar cerca de R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 21 bilhões, em 2026. Com as negociações, a projeção caiu para R$ 17 bilhões. O texto também previa corte de R$ 4,28 bilhões de gastos obrigatórios.

    Lula critica decisão do Congresso de não taxar mais ricos, bets e fint

  • Petrobras anuncia R$ 2,6 bilhões para indústria naval na Bahia

    Petrobras anuncia R$ 2,6 bilhões para indústria naval na Bahia

    A Petrobras anunciou a construção de seis embarcações offshore no Estaleiro Enseada, em Maragogipe, com investimento de R$ 2,58 bilhões. O projeto deve gerar mais de 5 mil empregos e marca a retomada da indústria naval no Recôncavo Baiano após oito anos de paralisação

    A retomada de investimentos da Petrobras na indústria naval na Bahia prevê a construção de seis embarcações de apoio marítimo offshore nos próximos anos, que serão fabricadas no estaleiro Enseada, em Maragogipe, município do Recôncavo Baiano, a cerca de 130 quilômetros de Salvador.

    Os detalhes foram anunciados nesta quinta-feira (9), em evento na região que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Jerônimo Rodrigues, da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, além de ministros e centenas de trabalhadores do estaleiro.

    “Estou aqui para recuperar a indústria naval brasileira, mas os caras que deixaram um estaleiro dessa magnitude parado deveriam ser presos por causarem prejuízos à população brasileira”, afirmou Lula durante o anúncio do investimento bilionária para retomar o projeto.

     

    Pela manhã, em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, Lula participou da inauguração da nova fábrica de veículos elétricos e híbridos da chinesa BYD, na antiga fábrica da Ford, fechada em 2021.

    As seis embarcações são do tipo ORSV (Oil Spill Response Vessel, em inglês), especializadas em atividades de controle de vazamentos em alto-mar, e serão construídas pela empresa navegação CMM Offshore Brasil, para depois serem repassadas para uso da Petrobras.

    O investimento total é estimado em R$ 2,58 bilhões, com previsão de quatro anos para construção e 12 anos de operação para cada contrato. Apenas nessa construção, mais de 5,4 mil empregos, entre diretos e indiretos, serão gerados. Os contratos também exigem 40% de conteúdo local nos componentes usados na fabricação dos barcos.

    “Só para lembrar vocês, nós ficamos 8 anos sem que a Petrobras fizesse uma única demanda à indústria naval brasileira. O que nós estamos retomando, portanto, não tem preço”, destacou Magda Chambriard.

    Segundo a presidente da Petrobras, a companhia já avançou na contratação de 44 de 48 embarcações planejadas para fabricação no Brasil, em diferentes estaleiros do país. Os barcos, segundo ela, têm porte médio a grande, acima de 1 mil metros quadrados de área livre. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia (MME), a renovação da frota naval no Brasil deve gerar 44 mil empregos e R$ 23 bilhões em investimentos.

    De acordo com a estatal, as embarcações que serão construídas na Bahia serão equipadas com um sistema de propulsão híbrida, que combina motores elétricos e baterias com geradores movidos a diesel e biodiesel, além da possibilidade de conversão futura para etanol, capazes de reduzir em até 25% de emissões de dióxido de carbônico (CO2), o principal gás causador do efeito estufa.

    Durante o evento, o Ministério de Portos e Aeroportos anunciou investimento de R$ 611,7 milhões para a construção de 80 embarcações destinadas à expansão das atividades no setor naval e aquaviário. Desse total, R$ 550,5 milhões serão recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM).

    O financiamento, de acordo com a pasta, tem potencial de gerar mais de 2 mil empregos diretos. Até o momento, foram construídas quatro embarcações e outras três estão em fabricação.

    O Fundo da Marinha Mercante, mantido pelo governo federal, financia a renovação da frota e a reparação de embarcações.

    “Aqui, no Estaleiro Enseada, renascem quase 7 mil empregos diretos de qualidade. Salários dignos para melhorar a vida das famílias. Mais de 90% dos postos de trabalho estão sendo ocupados por gente daqui, do Recôncavo Baiano. Mão de obra local, benefício local”, celebrou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

    Fábrica de fertilizantes

    A Petrobras também anunciou a retomada e operação das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e de Sergipe (Fafen-BA e Fafen-SE), cujas atividades devem começar em janeiro. As plantas vão produzir amônia, ureia perolada e ARLA-32, utilizando contrato que ainda inclui a operação dos Terminais Marítimos de Amônia e Ureia no Porto de Aratu, em Candeias, na Bahia.

    Na Fafen Bahia, o investimento previsto para a retomada da unidade é R$ 38 milhões e a estimativa é de que sejam gerados 750 empregos diretos. Os mesmos valores de investimento e empregos estão previstos para a planta sergipana.

    As duas fábricas, juntamente com a Araucária Nitrogenados S.A (ANSA), outra fábrica nacional de fertilizantes da Petrobras, instalada no Paraná, responderão por 20% de toda a produção de fertilizantes consumida pelo setor agrícola brasileiro. Uma nova fábrica em construção no Mato Grosso deve elevar a produção nacional para 35% de toda a demanda nos próximos anos, assegurou a presidente da Petrobras. 

    Ainda na Bahia, o governo estadual e a Petrobras assinaram um protocolo de intenções para que a estatal possa utilizar o canteiro de obras de São Roque do Paraguaçu (BA) para o acostamento de plataformas de petróleo. No local, essas plataformas serão descomissionadas parcialmente e, no futuro, poderão ser reconstruídas no mesmo local, gerando novos empregos.

    O protocolo também prevê a disponibilização de parte do canteiro para que estado da Bahia utilize a área como apoio à construção da Ponte Salvador-Itaparica.

    Petrobras anuncia R$ 2,6 bilhões para indústria naval na Bahia

  • 'Nova poupança' vai liberar mais de 80 mil novos financiamentos para a casa própria na Caixa, diz governo

    'Nova poupança' vai liberar mais de 80 mil novos financiamentos para a casa própria na Caixa, diz governo

    Após superar metas do Minha Casa, Minha Vida, o governo Lula prepara um novo programa habitacional voltado à classe média, com foco em famílias que ganham entre R$ 12 mil e R$ 20 mil por mês. A iniciativa inclui a criação de uma “nova poupança” para financiar imóveis

    (FOLHAPRESS) – A restrição do crédito imobiliário e a alta dos juros deixaram a classe média de fora das políticas habitacionais nos últimos anos. Em seu último ano de mandato, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer virar esse jogo. Após superar a meta de moradias do Minha Casa, Minha Vida, o Planalto prepara uma ofensiva para atender famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil mensais -um público que ficou desassistido, mas tem peso relevante nas urnas de 2026.

    Nesta quinta-feira (9), o ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que, enquanto o MCMV (Minha Casa Minha Vida) bate recordes -com a previsão de entregar 3 milhões de moradias até o final de 2026-, a classe média “está desatendida”.

    “Com a Selic a 15% ao ano, ficou impossível para a classe média financiar um imóvel no mercado privado. Queremos corrigir essa distorção e induzir o mercado a voltar a operar para esse público”, disse o ministro no Incorpora 2025, evento da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) para o setor imobiliário.

    Jader Filho apontou que a principal dificuldade para a classe média é a ausência de funding (recursos), especialmente porque a poupança, fonte tradicional de financiamento para esse grupo, não está reagindo devido à altíssima taxa de juros no Brasil. Essa taxa de juros, que gira entre 19% e 22%, inviabiliza o financiamento para essa faixa de renda, disse o ministro.

    O papel do governo, segundo Jader Filho, é buscar alternativas para atender a esse segmento significativo da sociedade. Ele fez um convite aos incorporadores para que lancem mais unidades para esse segmento

    Para destravar o financiamento para esse público, o presidente Lula vai anunciar nesta sexta-feira (10), em São Paulo, o novo modelo de crédito habitacional, a “nova poupança”. A medida vem como alternativa ao esgotamento da caderneta de poupança tradicional como fonte de crédito mais barato.

    A previsão é liberar imediatamente 5% dos recursos da poupança que estão em depósitos compulsórios no Banco Central (BC). Essa liberação inicial deve injetar pelo menos R$ 20 bilhões em recursos para financiar a compra da casa própria.

    O impacto imediato previsto, segundo Jader Filho, é de que somente a Caixa Econômica Federal -líder no crédito imobiliário- possa disponibilizar mais 80 mil novos financiamentos habitacionais apenas até o final de 2026.

    A vice-presidente de habitação da Caixa, Inês da Silva Magalhães, afirmou que o banco está otimista com as mudanças.

    Jader Filho também afirmou que a liberação do compulsório era uma demanda do governo desde o início deste mandato, mas só foi possível com a nova direção do Banco Central, sob comando de Gabriel Galípolo.

    O pacote de medidas que será anunciado inclui também o aumento do valor máximo dos imóveis financiados por meio do SFH (Sistema Financeiro de Habitação). A correção abre espaço para incluir imóveis de padrão mais elevado no financiamento com condições mais vantajosas. O teto, que está fixado em R$ 1,5 milhão desde 2018, deve ser corrigido para um patamar próximo a R$ 2 milhões.

    O ministro afirmou ainda que irá levar a voto no Conselho do FGTS o valor de R$ 147 bilhões de orçamento para a habitação em 2026. “Se alguém tem alguma dúvida de que vai faltar recursos, não vai faltar recursos”, disse Jader Filho.

    MINHA CASA MINHA VIDA TERÁ NOVOS TETOS PARA RENDA FAMILIAR

    Embora o foco imediato seja a “nova poupança”, o ministro indicou que a Faixa 4 do MCMV, que contempla famílias de R$ 9.600 até R$ 12 mil, está avançando e dentro do curso esperado pelo governo, considerando que o mercado precisou se ajustar ao lançamento da nova linha. Ele afirmou que havia uma carência de produto específico para essa faixa de renda, mas o mercado está reagindo e lançando empreendimentos, pois agora o recurso existe

    Jader Filho também afirmou que está estudando, em conjunto com a Abrainc, o ajuste do teto da renda e o teto dos imóveis nas faixas mais baixas do MCMV (Faixas 1, 2 e 3) em determinados municípios. A mudança deve ser anunciada nos próximos dias.

    “O MCMV segue forte, é um pilar econômico”, afirmou. Segundo ele, o programa já contratou 1,8 milhão de moradias desde 2023, das quais 1,1 milhão estão em construção. A meta inicial de 2 milhões será superada: a projeção agora é de 3 milhões de moradias contratadas até 2026. Desde o início do mandato, mais de R$ 275 bilhões foram injetados na economia via MCMV.

    Dentro do rol de políticas públicas do governo federal voltado à habitação, o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que haverá também um programa de financiamento voltado para melhorias habitacionais.

    “O déficit habitacional [cerca de 6 milhões de unidades, em 2025] não é formado apenas por famílias que não têm onde morar, mas também por famílias que moram em imóveis que não são adequados”, disse Mello, que defendeu as novas medidas para ampliar o acesso do brasileiro à habitação.

    'Nova poupança' vai liberar mais de 80 mil novos financiamentos para a casa própria na Caixa, diz governo

  • “Não foi descuido, foi escolha”, diz Haddad sobre rejeição de MP

    “Não foi descuido, foi escolha”, diz Haddad sobre rejeição de MP

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o Congresso pela decisão que fez caducar a MP alternativa ao aumento do IOF, afirmando que a medida foi “uma escolha consciente para proteger os privilegiados”. Segundo ele, a proposta buscava cobrar mais dos mais ricos e financiar áreas como saúde e educação

    A retirada de pauta que levou à medida provisória alternativa à elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a caducar foi escolha deliberada do Congresso para prejudicar os mais pobres, disse nesta quinta-feira (9) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em postagem nas redes sociais, o ministro lembrou os protestos recentes contra o Congresso e deu a entender que o processo pode se repetir.

    “Apesar de muita negociação, ontem o lobby dos privilegiados prevaleceu no Congresso e derrubou essa medida. Não foi descuido, foi escolha. A escolha consciente de tirar direitos dos mais pobres, para proteger os privilegiados. De blindar os mesmos amigos de sempre e forçar cortes contra aqueles que mais precisam do Estado”, disse Haddad.

    Como nos últimos dias, o ministro reiterou que a medida provisória, que pretendia elevar a tributação de alguns investimentos e acabar com a isenção de outros, pretendia atingir os mais ricos e as bets (empresas de apostas eletrônicas). Segundo Haddad, a arrecadação de R$ 17 bilhões para o próximo ano seria usada para garantir os investimentos em saúde, educação e previdência social em 2026.

    “A medida buscava cobrar o mínimo de bilionários, bancos e betes, uma operação simples e justa. Proteger os direitos daqueles que ganham menos, cobrando a justa parte dos que ganham muito e não pagam quase nada”, comentou.

    Protestos

    O ministro ressaltou que a medida provisória ajudaria a equilibrar as contas públicas no próximo ano e a bancar parcialmente a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Sem citar diretamente, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que pretendia blindar políticos, derrubada no Senado após protestos, Haddad ressaltou que a população pode ficar indignada novamente.

    “Eles, mais uma vez, esqueceram que o povo brasileiro está cada vez mais atento, sabe o que está em jogo e como o jogo é jogado, sabe quem defende o país, quem trai o interesse nacional para proteger familiares e amigos. E é por isso que, mais uma vez, o povo mostrará sua força e dará um basta. O resultado das urnas precisa ser respeitado. E ele foi claro. Incluir o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”, concluiu o ministro.

    Alternativas

    Nesta manhã, Haddad disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende discutir, na próxima semana, alternativas para recompor o caixa do governo federal em R$ 35 bilhões (R$ 17 bilhões em 2026 e R$ 18 bilhões em 2027). O ministro não descartou a possibilidade de que o governo utilize o pacote de corte de gastos aprovado no ano passado para cortar emendas parlamentares.

    Haddad também informou, ao chegar ao ministério nesta quinta-feira, que a derrubada da medida provisória (MP) terá impacto mínimo em 2025. A versão original do texto, no entanto, previa que a MP resultaria em arrecadação de R$ 10,5 bilhões neste ano.

    “Não foi descuido, foi escolha”, diz Haddad sobre rejeição de MP

  • Mercado imobiliário não está preparado para a reforma tributária, afirma setor

    Mercado imobiliário não está preparado para a reforma tributária, afirma setor

    O setor imobiliário e da construção civil vê com preocupação a chegada da reforma tributária, cuja fase de testes começa em 2026. Especialistas alertam que empresas ainda não estão preparadas para as mudanças e que a adaptação tardia pode gerar prejuízos e aumento de custos em toda a cadeia produtiva

    (FOLHAPRESS) – O setor imobiliário e da construção civil está em alerta vermelho com a proximidade da implementação da reforma tributária sobre o consumo. Embora as novas regras entrem em plena vigência apenas em 2027, a fase de testes já começa em 2026 -e executivos admitem que o setor ainda está longe de preparado para a nova legislação. A dura avaliação veio de lideranças setoriais durante o evento Incorpora 2025, evento da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) para o setor imobiliário.

    Ely Wertheim, presidente executivo do Secovi-SP, afirmou que “os empresários do setor imobiliário ainda não perceberam a dificuldade que será se adaptar às regras da reforma tributária”. Ele foi enfático ao orientar os empresários presentes ao evento : “quem não procurou seu contador ainda, procure”.

    O tom de urgência dominou o debate do último painel do evento, que contou ainda com a presença de Luiz França, presidente da Abrainc, York Stefan, presidente do Sinduscon-SP, Giovana Brunetta, gestora tributária sênior da Grant Thornton, e Rodrigo Dias, advogado tributarista e sócio fundador do VBD Advogados. A falta de preparo, avaliaram em consenso, pode custar caro a agentes do setor.

    Lucas Freitas, head de ofertas do segmento de construção da TOTVS, disse que o cronograma de adequação das empresas já está atrasado. “Era para ontem. Além de aumento de custo, a gente pode ter uma visão de prejuízo muito grande a curto prazo já”, afirmou.

    Segundo os especialistas, a urgência na adaptação se dá não apenas pela mudança estrutural, mas pela quantidade de questões pendentes, como aplicação e operacionalização do redutor de ajuste.

    A reforma tributária, que cria o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) ao consolidar tributos como PIS, COFINS, ICMS e ISS, é vista como necessária para um setor com um sistema “completamente cumulativo”. No entanto, a transição é considerada altamente complexa.

    A complexidade não se restringe apenas às grandes incorporadoras. O setor demonstra um temor profundo sobre a adaptação dos elos mais frágeis da cadeia. Giovana afirmou que a negociação de preços precisa nascer na análise da cadeia de suprimentos.

    “Ali é que vai nascer a negociação, que vai nascer o possível crédito, o aumento do custo, que vai refletir diretamente no seu custo de produção e consequentemente de venda”, disse a executiva.

    Com o novo sistema não cumulativo, o setor precisará renegociar com fornecedores, incluindo aqueles do Simples Nacional, que podem ter que aumentar sua alíquota e não contribuir para o crédito da incorporadora.

    York Stefan, presidente do Sinduscon-SP, levanta outra questão: “se a nossa cadeia de construção não está preparada, imagine o empreiteiro de mão de obra?”. O pequeno empreiteiro, fundamental para o ciclo da construção, terá que optar por um regime tributário e pode se tornar menos atrativo para o mercado se não contribuir com a base de crédito da empresa. Ele diz que será preciso “aculturar” esses fornecedores para evitar gargalos.

    Freitas fez ainda outro alerta: as empresas de tecnologia, como a TOTVS, terão que adaptar sistemas para acomodar as novas informações. Se as empresas deixarem a adaptação para o final do ano, “isso pode virar um problema”, pois o mercado não terá mão de obra especializada suficiente.

    Apesar das dificuldades, a reforma também abre espaço para ganhos de produtividade. Ao desonerar obras públicas e projetos habitacionais –como os do Minha Casa, Minha Vida–, a expectativa é que a nova legislação estimule a industrialização da construção civil, reduzindo entraves ao uso de pré-moldados e terceirizações.

    York Stefan, no entanto, avalia que as prefeituras “definitivamente não estão preparadas” para absorver esse movimento. Ele cita restrições urbanas, como limitações ao uso de guindastes (gruas), que travam a adoção de técnicas construtivas mais eficientes.

    Apesar do temor com o curtíssimo prazo, França diz que “quem passar pela arrebentação, vai sair ganhando com a reforma tributária”.

    A transição, porém, tende a ser custosa. A fase de testes com alíquotas fixas começa em 2026 e se estenderá até 2032. Até lá, empresas terão de operar sistemas paralelos, o que deve elevar o custo de gestão tributária no curto prazo.

    Mercado imobiliário não está preparado para a reforma tributária, afirma setor

  • Eletrobras conclui venda de última usina térmica para J&F, dos irmãos Batista

    Eletrobras conclui venda de última usina térmica para J&F, dos irmãos Batista

    A Eletrobras concluiu a venda da usina termelétrica Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para a holding J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, por R$ 703,5 milhões. Com o negócio, a companhia encerra sua participação no setor térmico e passa a operar apenas com fontes 100% renováveis

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Eletrobras anunciou nesta quinta-feira (9) a conclusão da venda de sua última usina termelétrica, a UTE Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para a holding J&F, controlada pelos irmãos Wesley e Joesley Batista e sucessora da Âmbar Energia no acordo.

    Em comunicado, a empresa disse que recebeu R$ 703,5 milhões pela operação. Somados aos valores levantados com as vendas anteriores da Eletronorte, o montante totaliza R$ 3,6 bilhões.

    A Eletrobras ainda poderá receber até R$ 1,2 bilhão adicionais no futuro se condições de desempenho acordadas com o comprador forem cumpridas (mecanismo chamado earn-out).

    “Essa transação representa o encerramento do processo de desinvestimentos dos ativos termelétricos, e a partir desta data, o portfólio de geração da Eletrobras passa a ser composto exclusivamente por fontes 100% renováveis, em linha com o seu compromisso Net Zero 2030”, afirma a empresa.

    Como a Folha mostrou, a conclusão do negócio estava indefinida porque a Eletrobras não tinha um contrato de concessão válido da usina desde 2015.

    A usina de Santa Cruz, localizada no bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro, entrou no pacote bilionário de aquisições que a Âmbar Energia, empresa da J&F, fez em junho do ano passado.

    A térmica Santa Cruz é uma usina antiga, inaugurada em 1967 e que pertencia à Furnas, empresa do grupo Eletrobras. À época, foi construída para atender à demanda crescente de energia do Rio de Janeiro, com queima de óleo combustível.

    A planta operou dessa forma por décadas, até que, em 2004, teve um novo contrato assinado com a Eletrobras, convertendo suas turbinas para funcionar com gás natural. Sua potência foi ampliada e passou a gerar 350 megawatts, o suficiente para abastecer até 1,48 milhão de residências.

    Mas essa concessão chegou ao fim e nenhuma medida concreta foi tomada entre a Eletrobras e o MME (Ministério de Minas e Energia) para prosseguir com o acordo. O MME é o responsável por autorizar a renovação da concessão ou, caso entenda mais viável, fazer uma nova licitação da usina, já que se trata de um bem público que foi concedido por um determinado período.

    Mesmo sem concessão renovada, a térmica Santa Cruz seguiu operando pelas mãos da Eletrobras. Como a usina tinha contratos de venda de energia firmados com distribuidoras pelos anos seguintes, a Eletrobras manteve a operação, entregando energia regularmente.

    A venda da termelétrica para os irmãos Batista foi anunciada em junho de 2024, quando a Âmbar comprou a planta de Santa Cruz e outras 12 usinas localizadas na região amazônica

    Eletrobras conclui venda de última usina térmica para J&F, dos irmãos Batista

  • Lula diz que 'vira-latas' queriam que ele rastejasse atrás de Trump

    Lula diz que 'vira-latas' queriam que ele rastejasse atrás de Trump

    Durante evento na Bahia, Lula voltou a criticar os “vira-latas” que defendem ceder aos EUA e disse que o Brasil não “baixará a cabeça” diante da crise tarifária com Trump. O presidente também exaltou a retomada da indústria naval e fez um desagravo a ex-dirigentes da Petrobras

    (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) voltou a falar da crise tarifária nesta quinta-feira (9), dizendo que o Brasil não vai baixar a cabeça e classificando como vira-latas aqueles que defendiam que o Brasil deveria ceder às pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

    “Quando o presidente Trump resolveu gritar com o Brasil, os vira-latas desse país queriam que eu rastejasse atrás do governo americano. Eu aprendi com uma mãe analfabeta: ‘não baixe a cabeça nunca’. Se um pobre baixa a cabeça, eles colocam uma cangalha e você nunca mais consegue levantar a cabeça”, afirmou o presidente em discurso.

    As declarações foram dadas em Maragogipe (133 km de Salvador), onde Lula participou da cerimônia que marcou a retomada da indústria naval na Bahia, com o anúncio de investimentos de R$ 2,6 bilhões da Petrobras para construção de navios no estaleiro Enseada.

    Em seu discurso, Lula brincou ao lembrar da ligação que recebeu de Trump na segunda-feira (6), na qual ambos fizeram as primeiras tratativas para retomar as negociações entre os países.

    “O presidente Trump, que parecia o inimigo número um, me telefonou segunda-feira e disse: ‘Lulinha, pintou uma química entre nós. Vamos conversar, vamos discutir’. E é bom que pinte uma química mesmo porque eu sei gostar de gente”, afirmou Lula, destacando que ninguém é 100% bom ou mau.

    Ele ainda defendeu que o Brasil negocie com os Estados Unidos sem se colocar em uma posição subalterna: “Ninguém respeita quem não se respeita”, afirmou.

    Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, conversaram por telefone, no primeiro contato entre os dois desde que Trump indicou o chefe da diplomacia americana como o principal negociador com o Brasil.

    De acordo com pessoas a par da conversa desta quinta, o telefonema durou cerca de 15 minutos. Rubio convidou Vieira para uma reunião em Washington em breve. Vieira aceitou e deve viajar, em data ainda a ser definida pelas duas equipes.

    O presidente ainda aproveitou a cerimônia da Petrobras na Bahia para destacar a retomada da indústria naval e fazer críticas à Operação Lava Jato. Em meio ao seu discurso, ele chamou ao palco o baiano José Sergio Gabrielli, que comandou a estatal entre 2005 e 2012, a quem fez um desagravo.

    “Esse companheiro foi o mais extraordinário presidente da Petrobras de todos os tempos.[…] Boto a mão no fogo por esse companheiro jamais desviou um centavo da Petrobras em benefício dele”, disse.

    O ato foi encerrado em clima festivo. Lula convidou o público a ir ao Carnaval do Rio de Janeiro em 2026 e a ministra Margareth Menezes (Cultura) tocou o samba-enredo da Acadêmicos de Niterói, escola de samba que vai contar a história do presidente no desfile do próximo ano.

    Em Maragogipe, a Petrobras anunciou a construção de seis novos navios no Estaleiro Enseada, em um contrato de R$ 2,6 bilhões e com expectativa de gerar 5.000 postos de trabalho diretos indiretos.

    O estaleiro Enseada foi uma das joias da política de retomada da indústria naval nos governos petistas e fez do Recôncavo uma das regiões mais pujantes da Bahia nos anos 2010. Mas enfrenta uma crise na esteira da Operação Lava Jato, que fez com que as atividades do estaleiro fossem paralisadas.

    Além da contratação dos navios, a estatal anunciou o retorno das atividades da Fábrica de Fertilizantes e Nitrogenados (FAFEN) da Bahia e de Sergipe.

    Coma retomada das duas unidades, a Petrobras terá capacidade de produzir cerca de 20% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados.

    Lula diz que 'vira-latas' queriam que ele rastejasse atrás de Trump