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  • 'Nova poupança' vai liberar mais de 80 mil novos financiamentos para a casa própria na Caixa, diz governo

    'Nova poupança' vai liberar mais de 80 mil novos financiamentos para a casa própria na Caixa, diz governo

    Após superar metas do Minha Casa, Minha Vida, o governo Lula prepara um novo programa habitacional voltado à classe média, com foco em famílias que ganham entre R$ 12 mil e R$ 20 mil por mês. A iniciativa inclui a criação de uma “nova poupança” para financiar imóveis

    (FOLHAPRESS) – A restrição do crédito imobiliário e a alta dos juros deixaram a classe média de fora das políticas habitacionais nos últimos anos. Em seu último ano de mandato, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer virar esse jogo. Após superar a meta de moradias do Minha Casa, Minha Vida, o Planalto prepara uma ofensiva para atender famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil mensais -um público que ficou desassistido, mas tem peso relevante nas urnas de 2026.

    Nesta quinta-feira (9), o ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que, enquanto o MCMV (Minha Casa Minha Vida) bate recordes -com a previsão de entregar 3 milhões de moradias até o final de 2026-, a classe média “está desatendida”.

    “Com a Selic a 15% ao ano, ficou impossível para a classe média financiar um imóvel no mercado privado. Queremos corrigir essa distorção e induzir o mercado a voltar a operar para esse público”, disse o ministro no Incorpora 2025, evento da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) para o setor imobiliário.

    Jader Filho apontou que a principal dificuldade para a classe média é a ausência de funding (recursos), especialmente porque a poupança, fonte tradicional de financiamento para esse grupo, não está reagindo devido à altíssima taxa de juros no Brasil. Essa taxa de juros, que gira entre 19% e 22%, inviabiliza o financiamento para essa faixa de renda, disse o ministro.

    O papel do governo, segundo Jader Filho, é buscar alternativas para atender a esse segmento significativo da sociedade. Ele fez um convite aos incorporadores para que lancem mais unidades para esse segmento

    Para destravar o financiamento para esse público, o presidente Lula vai anunciar nesta sexta-feira (10), em São Paulo, o novo modelo de crédito habitacional, a “nova poupança”. A medida vem como alternativa ao esgotamento da caderneta de poupança tradicional como fonte de crédito mais barato.

    A previsão é liberar imediatamente 5% dos recursos da poupança que estão em depósitos compulsórios no Banco Central (BC). Essa liberação inicial deve injetar pelo menos R$ 20 bilhões em recursos para financiar a compra da casa própria.

    O impacto imediato previsto, segundo Jader Filho, é de que somente a Caixa Econômica Federal -líder no crédito imobiliário- possa disponibilizar mais 80 mil novos financiamentos habitacionais apenas até o final de 2026.

    A vice-presidente de habitação da Caixa, Inês da Silva Magalhães, afirmou que o banco está otimista com as mudanças.

    Jader Filho também afirmou que a liberação do compulsório era uma demanda do governo desde o início deste mandato, mas só foi possível com a nova direção do Banco Central, sob comando de Gabriel Galípolo.

    O pacote de medidas que será anunciado inclui também o aumento do valor máximo dos imóveis financiados por meio do SFH (Sistema Financeiro de Habitação). A correção abre espaço para incluir imóveis de padrão mais elevado no financiamento com condições mais vantajosas. O teto, que está fixado em R$ 1,5 milhão desde 2018, deve ser corrigido para um patamar próximo a R$ 2 milhões.

    O ministro afirmou ainda que irá levar a voto no Conselho do FGTS o valor de R$ 147 bilhões de orçamento para a habitação em 2026. “Se alguém tem alguma dúvida de que vai faltar recursos, não vai faltar recursos”, disse Jader Filho.

    MINHA CASA MINHA VIDA TERÁ NOVOS TETOS PARA RENDA FAMILIAR

    Embora o foco imediato seja a “nova poupança”, o ministro indicou que a Faixa 4 do MCMV, que contempla famílias de R$ 9.600 até R$ 12 mil, está avançando e dentro do curso esperado pelo governo, considerando que o mercado precisou se ajustar ao lançamento da nova linha. Ele afirmou que havia uma carência de produto específico para essa faixa de renda, mas o mercado está reagindo e lançando empreendimentos, pois agora o recurso existe

    Jader Filho também afirmou que está estudando, em conjunto com a Abrainc, o ajuste do teto da renda e o teto dos imóveis nas faixas mais baixas do MCMV (Faixas 1, 2 e 3) em determinados municípios. A mudança deve ser anunciada nos próximos dias.

    “O MCMV segue forte, é um pilar econômico”, afirmou. Segundo ele, o programa já contratou 1,8 milhão de moradias desde 2023, das quais 1,1 milhão estão em construção. A meta inicial de 2 milhões será superada: a projeção agora é de 3 milhões de moradias contratadas até 2026. Desde o início do mandato, mais de R$ 275 bilhões foram injetados na economia via MCMV.

    Dentro do rol de políticas públicas do governo federal voltado à habitação, o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que haverá também um programa de financiamento voltado para melhorias habitacionais.

    “O déficit habitacional [cerca de 6 milhões de unidades, em 2025] não é formado apenas por famílias que não têm onde morar, mas também por famílias que moram em imóveis que não são adequados”, disse Mello, que defendeu as novas medidas para ampliar o acesso do brasileiro à habitação.

    'Nova poupança' vai liberar mais de 80 mil novos financiamentos para a casa própria na Caixa, diz governo

  • “Não foi descuido, foi escolha”, diz Haddad sobre rejeição de MP

    “Não foi descuido, foi escolha”, diz Haddad sobre rejeição de MP

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o Congresso pela decisão que fez caducar a MP alternativa ao aumento do IOF, afirmando que a medida foi “uma escolha consciente para proteger os privilegiados”. Segundo ele, a proposta buscava cobrar mais dos mais ricos e financiar áreas como saúde e educação

    A retirada de pauta que levou à medida provisória alternativa à elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a caducar foi escolha deliberada do Congresso para prejudicar os mais pobres, disse nesta quinta-feira (9) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em postagem nas redes sociais, o ministro lembrou os protestos recentes contra o Congresso e deu a entender que o processo pode se repetir.

    “Apesar de muita negociação, ontem o lobby dos privilegiados prevaleceu no Congresso e derrubou essa medida. Não foi descuido, foi escolha. A escolha consciente de tirar direitos dos mais pobres, para proteger os privilegiados. De blindar os mesmos amigos de sempre e forçar cortes contra aqueles que mais precisam do Estado”, disse Haddad.

    Como nos últimos dias, o ministro reiterou que a medida provisória, que pretendia elevar a tributação de alguns investimentos e acabar com a isenção de outros, pretendia atingir os mais ricos e as bets (empresas de apostas eletrônicas). Segundo Haddad, a arrecadação de R$ 17 bilhões para o próximo ano seria usada para garantir os investimentos em saúde, educação e previdência social em 2026.

    “A medida buscava cobrar o mínimo de bilionários, bancos e betes, uma operação simples e justa. Proteger os direitos daqueles que ganham menos, cobrando a justa parte dos que ganham muito e não pagam quase nada”, comentou.

    Protestos

    O ministro ressaltou que a medida provisória ajudaria a equilibrar as contas públicas no próximo ano e a bancar parcialmente a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Sem citar diretamente, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que pretendia blindar políticos, derrubada no Senado após protestos, Haddad ressaltou que a população pode ficar indignada novamente.

    “Eles, mais uma vez, esqueceram que o povo brasileiro está cada vez mais atento, sabe o que está em jogo e como o jogo é jogado, sabe quem defende o país, quem trai o interesse nacional para proteger familiares e amigos. E é por isso que, mais uma vez, o povo mostrará sua força e dará um basta. O resultado das urnas precisa ser respeitado. E ele foi claro. Incluir o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”, concluiu o ministro.

    Alternativas

    Nesta manhã, Haddad disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende discutir, na próxima semana, alternativas para recompor o caixa do governo federal em R$ 35 bilhões (R$ 17 bilhões em 2026 e R$ 18 bilhões em 2027). O ministro não descartou a possibilidade de que o governo utilize o pacote de corte de gastos aprovado no ano passado para cortar emendas parlamentares.

    Haddad também informou, ao chegar ao ministério nesta quinta-feira, que a derrubada da medida provisória (MP) terá impacto mínimo em 2025. A versão original do texto, no entanto, previa que a MP resultaria em arrecadação de R$ 10,5 bilhões neste ano.

    “Não foi descuido, foi escolha”, diz Haddad sobre rejeição de MP

  • Mercado imobiliário não está preparado para a reforma tributária, afirma setor

    Mercado imobiliário não está preparado para a reforma tributária, afirma setor

    O setor imobiliário e da construção civil vê com preocupação a chegada da reforma tributária, cuja fase de testes começa em 2026. Especialistas alertam que empresas ainda não estão preparadas para as mudanças e que a adaptação tardia pode gerar prejuízos e aumento de custos em toda a cadeia produtiva

    (FOLHAPRESS) – O setor imobiliário e da construção civil está em alerta vermelho com a proximidade da implementação da reforma tributária sobre o consumo. Embora as novas regras entrem em plena vigência apenas em 2027, a fase de testes já começa em 2026 -e executivos admitem que o setor ainda está longe de preparado para a nova legislação. A dura avaliação veio de lideranças setoriais durante o evento Incorpora 2025, evento da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) para o setor imobiliário.

    Ely Wertheim, presidente executivo do Secovi-SP, afirmou que “os empresários do setor imobiliário ainda não perceberam a dificuldade que será se adaptar às regras da reforma tributária”. Ele foi enfático ao orientar os empresários presentes ao evento : “quem não procurou seu contador ainda, procure”.

    O tom de urgência dominou o debate do último painel do evento, que contou ainda com a presença de Luiz França, presidente da Abrainc, York Stefan, presidente do Sinduscon-SP, Giovana Brunetta, gestora tributária sênior da Grant Thornton, e Rodrigo Dias, advogado tributarista e sócio fundador do VBD Advogados. A falta de preparo, avaliaram em consenso, pode custar caro a agentes do setor.

    Lucas Freitas, head de ofertas do segmento de construção da TOTVS, disse que o cronograma de adequação das empresas já está atrasado. “Era para ontem. Além de aumento de custo, a gente pode ter uma visão de prejuízo muito grande a curto prazo já”, afirmou.

    Segundo os especialistas, a urgência na adaptação se dá não apenas pela mudança estrutural, mas pela quantidade de questões pendentes, como aplicação e operacionalização do redutor de ajuste.

    A reforma tributária, que cria o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) ao consolidar tributos como PIS, COFINS, ICMS e ISS, é vista como necessária para um setor com um sistema “completamente cumulativo”. No entanto, a transição é considerada altamente complexa.

    A complexidade não se restringe apenas às grandes incorporadoras. O setor demonstra um temor profundo sobre a adaptação dos elos mais frágeis da cadeia. Giovana afirmou que a negociação de preços precisa nascer na análise da cadeia de suprimentos.

    “Ali é que vai nascer a negociação, que vai nascer o possível crédito, o aumento do custo, que vai refletir diretamente no seu custo de produção e consequentemente de venda”, disse a executiva.

    Com o novo sistema não cumulativo, o setor precisará renegociar com fornecedores, incluindo aqueles do Simples Nacional, que podem ter que aumentar sua alíquota e não contribuir para o crédito da incorporadora.

    York Stefan, presidente do Sinduscon-SP, levanta outra questão: “se a nossa cadeia de construção não está preparada, imagine o empreiteiro de mão de obra?”. O pequeno empreiteiro, fundamental para o ciclo da construção, terá que optar por um regime tributário e pode se tornar menos atrativo para o mercado se não contribuir com a base de crédito da empresa. Ele diz que será preciso “aculturar” esses fornecedores para evitar gargalos.

    Freitas fez ainda outro alerta: as empresas de tecnologia, como a TOTVS, terão que adaptar sistemas para acomodar as novas informações. Se as empresas deixarem a adaptação para o final do ano, “isso pode virar um problema”, pois o mercado não terá mão de obra especializada suficiente.

    Apesar das dificuldades, a reforma também abre espaço para ganhos de produtividade. Ao desonerar obras públicas e projetos habitacionais –como os do Minha Casa, Minha Vida–, a expectativa é que a nova legislação estimule a industrialização da construção civil, reduzindo entraves ao uso de pré-moldados e terceirizações.

    York Stefan, no entanto, avalia que as prefeituras “definitivamente não estão preparadas” para absorver esse movimento. Ele cita restrições urbanas, como limitações ao uso de guindastes (gruas), que travam a adoção de técnicas construtivas mais eficientes.

    Apesar do temor com o curtíssimo prazo, França diz que “quem passar pela arrebentação, vai sair ganhando com a reforma tributária”.

    A transição, porém, tende a ser custosa. A fase de testes com alíquotas fixas começa em 2026 e se estenderá até 2032. Até lá, empresas terão de operar sistemas paralelos, o que deve elevar o custo de gestão tributária no curto prazo.

    Mercado imobiliário não está preparado para a reforma tributária, afirma setor

  • Eletrobras conclui venda de última usina térmica para J&F, dos irmãos Batista

    Eletrobras conclui venda de última usina térmica para J&F, dos irmãos Batista

    A Eletrobras concluiu a venda da usina termelétrica Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para a holding J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, por R$ 703,5 milhões. Com o negócio, a companhia encerra sua participação no setor térmico e passa a operar apenas com fontes 100% renováveis

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Eletrobras anunciou nesta quinta-feira (9) a conclusão da venda de sua última usina termelétrica, a UTE Santa Cruz, no Rio de Janeiro, para a holding J&F, controlada pelos irmãos Wesley e Joesley Batista e sucessora da Âmbar Energia no acordo.

    Em comunicado, a empresa disse que recebeu R$ 703,5 milhões pela operação. Somados aos valores levantados com as vendas anteriores da Eletronorte, o montante totaliza R$ 3,6 bilhões.

    A Eletrobras ainda poderá receber até R$ 1,2 bilhão adicionais no futuro se condições de desempenho acordadas com o comprador forem cumpridas (mecanismo chamado earn-out).

    “Essa transação representa o encerramento do processo de desinvestimentos dos ativos termelétricos, e a partir desta data, o portfólio de geração da Eletrobras passa a ser composto exclusivamente por fontes 100% renováveis, em linha com o seu compromisso Net Zero 2030”, afirma a empresa.

    Como a Folha mostrou, a conclusão do negócio estava indefinida porque a Eletrobras não tinha um contrato de concessão válido da usina desde 2015.

    A usina de Santa Cruz, localizada no bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro, entrou no pacote bilionário de aquisições que a Âmbar Energia, empresa da J&F, fez em junho do ano passado.

    A térmica Santa Cruz é uma usina antiga, inaugurada em 1967 e que pertencia à Furnas, empresa do grupo Eletrobras. À época, foi construída para atender à demanda crescente de energia do Rio de Janeiro, com queima de óleo combustível.

    A planta operou dessa forma por décadas, até que, em 2004, teve um novo contrato assinado com a Eletrobras, convertendo suas turbinas para funcionar com gás natural. Sua potência foi ampliada e passou a gerar 350 megawatts, o suficiente para abastecer até 1,48 milhão de residências.

    Mas essa concessão chegou ao fim e nenhuma medida concreta foi tomada entre a Eletrobras e o MME (Ministério de Minas e Energia) para prosseguir com o acordo. O MME é o responsável por autorizar a renovação da concessão ou, caso entenda mais viável, fazer uma nova licitação da usina, já que se trata de um bem público que foi concedido por um determinado período.

    Mesmo sem concessão renovada, a térmica Santa Cruz seguiu operando pelas mãos da Eletrobras. Como a usina tinha contratos de venda de energia firmados com distribuidoras pelos anos seguintes, a Eletrobras manteve a operação, entregando energia regularmente.

    A venda da termelétrica para os irmãos Batista foi anunciada em junho de 2024, quando a Âmbar comprou a planta de Santa Cruz e outras 12 usinas localizadas na região amazônica

    Eletrobras conclui venda de última usina térmica para J&F, dos irmãos Batista

  • Lula diz que 'vira-latas' queriam que ele rastejasse atrás de Trump

    Lula diz que 'vira-latas' queriam que ele rastejasse atrás de Trump

    Durante evento na Bahia, Lula voltou a criticar os “vira-latas” que defendem ceder aos EUA e disse que o Brasil não “baixará a cabeça” diante da crise tarifária com Trump. O presidente também exaltou a retomada da indústria naval e fez um desagravo a ex-dirigentes da Petrobras

    (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) voltou a falar da crise tarifária nesta quinta-feira (9), dizendo que o Brasil não vai baixar a cabeça e classificando como vira-latas aqueles que defendiam que o Brasil deveria ceder às pressões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

    “Quando o presidente Trump resolveu gritar com o Brasil, os vira-latas desse país queriam que eu rastejasse atrás do governo americano. Eu aprendi com uma mãe analfabeta: ‘não baixe a cabeça nunca’. Se um pobre baixa a cabeça, eles colocam uma cangalha e você nunca mais consegue levantar a cabeça”, afirmou o presidente em discurso.

    As declarações foram dadas em Maragogipe (133 km de Salvador), onde Lula participou da cerimônia que marcou a retomada da indústria naval na Bahia, com o anúncio de investimentos de R$ 2,6 bilhões da Petrobras para construção de navios no estaleiro Enseada.

    Em seu discurso, Lula brincou ao lembrar da ligação que recebeu de Trump na segunda-feira (6), na qual ambos fizeram as primeiras tratativas para retomar as negociações entre os países.

    “O presidente Trump, que parecia o inimigo número um, me telefonou segunda-feira e disse: ‘Lulinha, pintou uma química entre nós. Vamos conversar, vamos discutir’. E é bom que pinte uma química mesmo porque eu sei gostar de gente”, afirmou Lula, destacando que ninguém é 100% bom ou mau.

    Ele ainda defendeu que o Brasil negocie com os Estados Unidos sem se colocar em uma posição subalterna: “Ninguém respeita quem não se respeita”, afirmou.

    Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, conversaram por telefone, no primeiro contato entre os dois desde que Trump indicou o chefe da diplomacia americana como o principal negociador com o Brasil.

    De acordo com pessoas a par da conversa desta quinta, o telefonema durou cerca de 15 minutos. Rubio convidou Vieira para uma reunião em Washington em breve. Vieira aceitou e deve viajar, em data ainda a ser definida pelas duas equipes.

    O presidente ainda aproveitou a cerimônia da Petrobras na Bahia para destacar a retomada da indústria naval e fazer críticas à Operação Lava Jato. Em meio ao seu discurso, ele chamou ao palco o baiano José Sergio Gabrielli, que comandou a estatal entre 2005 e 2012, a quem fez um desagravo.

    “Esse companheiro foi o mais extraordinário presidente da Petrobras de todos os tempos.[…] Boto a mão no fogo por esse companheiro jamais desviou um centavo da Petrobras em benefício dele”, disse.

    O ato foi encerrado em clima festivo. Lula convidou o público a ir ao Carnaval do Rio de Janeiro em 2026 e a ministra Margareth Menezes (Cultura) tocou o samba-enredo da Acadêmicos de Niterói, escola de samba que vai contar a história do presidente no desfile do próximo ano.

    Em Maragogipe, a Petrobras anunciou a construção de seis novos navios no Estaleiro Enseada, em um contrato de R$ 2,6 bilhões e com expectativa de gerar 5.000 postos de trabalho diretos indiretos.

    O estaleiro Enseada foi uma das joias da política de retomada da indústria naval nos governos petistas e fez do Recôncavo uma das regiões mais pujantes da Bahia nos anos 2010. Mas enfrenta uma crise na esteira da Operação Lava Jato, que fez com que as atividades do estaleiro fossem paralisadas.

    Além da contratação dos navios, a estatal anunciou o retorno das atividades da Fábrica de Fertilizantes e Nitrogenados (FAFEN) da Bahia e de Sergipe.

    Coma retomada das duas unidades, a Petrobras terá capacidade de produzir cerca de 20% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados.

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  • Fachin fala em contribuição de Barroso para democracia, e Gilmar diz não guardar mágoas

    Fachin fala em contribuição de Barroso para democracia, e Gilmar diz não guardar mágoas

    Ministro do Supremo anunciou aposentadoria no fim de sessão desta quinta (9); Gilmar e Barroso se envolveram em discussões no plenário e reataram após crise na relação

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O anúncio da aposentadoria compulsória do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso deu início a uma série de homenagens ao ex-presidente do tribunal. As primeiras manifestações se deram no plenário do Supremo.

    O presidente do STF, Edson Fachin, disse que o ministro deixou sua marca na construção do direito constitucional brasileiro. A atuação de Barroso no Supremo, diz Fachin, produziu “efeitos profundos [que] perdurarão ainda por muitas gerações”

    “Queremos que vossa Excelência saiba que sua contribuição para a democracia brasileira transcende os votos e as decisões. Vossa Excelência ajudou a construir uma cultura constitucional mais sólida, mais consciente, mais comprometida com os direitos fundamentais”, disse Fachin.

    “Que sua trajetória continue inspirando gerações de juristas a amar o Direito com ideal, a defender a democracia com coragem, e a buscar a justiça com determinação”, completou.

    O ministro Gilmar Mendes também manifestou apoio à decisão de Barroso. Os dois se envolveram em discussões no tribunal, em 2018, com acusações dos dois lados.

    “Não guardo mágoas”, disse Gilmar nesta quinta-feira (9). “Um grande abraço, seja feliz”.

    O ministro Flávio Dino escreveu nas redes sociais que o STF perde no plenário o talento de um grande ministro. “Ele continuará a ser uma referência para nós, como um dos mais eruditos, inovadores e produtivos constitucionalistas brasileiros”, completou.

    Fachin fala em contribuição de Barroso para democracia, e Gilmar diz não guardar mágoas

  • Acuado, Tarcísio faz ataque a Haddad e ao PT mirando 2026

    Acuado, Tarcísio faz ataque a Haddad e ao PT mirando 2026

    Governador defende derrubada da MP do aumento de impostos e diz em vídeo que ‘pacência tem limite’; oposçião agradeceu ajuda de Tarcísio para derrubada da medida, embora ele negue o auxílio

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez seu mais duro ataque direto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ao se defender de críticas após ser apontado como um dos principais articuladores da derrubada da MP (medida provisória) que aumentava impostos.

    Em vídeo nas redes sociais, além de acusar o PT de praticar ofensas e mentiras, ele disse: “Tenha vergonha, Haddad, respeite os brasileiros.” A assessoria do ministro informou que ele não iria comentar. O ministro havia dito que o governador defendeu a derrubada da medida para “proteger a Faria Lima”.

    O vídeo foi gravado durante visita do governador à fábrica da Toyota, em Porto Feliz, no interior do estado, na manhã desta quinta (9), pouco após a declaração do ministro. O governador havia ido vistoriar a fábrica, danificada por uma tempestade no mês passado. Tarcísio fez o registro com a equipe de redes sociais que o acompanha diariamente.

    Na véspera, Tarcísio negou à Folha que tivesse articulado a derrubada da MP. Contudo, à noite, quando o governo foi derrotado, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), agradeceu o empenho dele e de outros governadores pelo resultado.

    A seus auxiliares, segundo a reportagem apurou, Tarcísio repetiu que não telefonou a lideranças partidárias pedindo a derrubada da MP. O líder do PL teria conversado com ele e dito a Tarcísio que se empolgou no momento da vitória, de acordo com a versão que circula no Palácio dos Bandeirantes -a reportagem não conseguiu falar com Sóstenes.

    A gravação de Tarcísio, que começa com ele dizendo que “paciência tem limite”, foi feita um dia depois de ele publicar um vídeo pedindo desculpas à população por causa de uma fala feita por ele durante uma entrevista coletiva que repercutiu mal e foi explorada nas redes sociais pela esquerda.

    Na ocasião, ele disse que passaria a se preocupar com a crise da contaminação de bebidas alcoólicas por metanol quando ela atingisse também a Coca-Cola, sua bebida preferida.

    Segundo a Folha de S.Paulo apurou, desde a semana passada o governador havia subido o tom das críticas ao PT no que seria uma reação pela forma como o tema das bebidas foi abordado.

    Em uma entrevista coletiva no começo da crise, ele disse que não havia indícios de participação do “crime organizado” na adulteração de bebidas. Mas o Ministério da Justiça informou que investigava indícios de que o metanol que foi parar no álcool consumido pela população pudesse ter sido importado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).

    A interlocutores, em conversas recentes, ele relembrou atritos recentes e informações desencontradas no episódio das desapropriações da favela do Moinho, no centro da capital, quando petistas fizeram uma série de críticas à condução do caso pelo governo paulista.

    “Há meses a gente vem sendo alvo de uma ampla campanha de desconstrução de imagem e reputação por parte do PT. Ofensas, mentiras nas redes sociais – tudo certo, nada diferente do que a gente sempre viu no PT”, disse no vídeo.

    “A estratégia do PT sempre foi essa: vender o mundo perfeito na publicidade, gastando seu dinheiro para isso, e espalhar também o medo e o ódio contra quem pensa diferente deles”, complementou.

    Tarcísio tem demonstrado mais impaciência ao reafirmar que seu plano é tentar a reeleição em São Paulo no ano que vem, embora siga sendo considerado o principal nome da oposição para concorrer à Presidência contra Lula (PT). Horas antes de gravar o vídeo, uma nova pesquisa Quest/Genial apontou que a aprovação do petista segue em tendência de alta iniciada em julho e que o petista venceria ele e os demais potenciais adversários no segundo turno.

    Na campanha de 2022, quando concorreu ao governo contra Haddad, Tarcísio havia feito críticas ao rival, a quem chamou de “pior prefeito da história de São Paulo”. Após a posse, contudo, a relação por um período foi de cordialidade, e eles chegaram a trabalhar juntos pela reforma tributária.

    Acuado, Tarcísio faz ataque a Haddad e ao PT mirando 2026

  • Governo Trump socorre Argentina com compra de moeda e promessa de US$ 20 bi

    Governo Trump socorre Argentina com compra de moeda e promessa de US$ 20 bi

    Secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, confirmou troca de moedas entre bancos centrais, sem definir data; ministro da Economia de Milei estava há quase uma semana nos EUA, para negociações

    BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Após uma viagem de quase uma semana da equipe econômica da Argentina a Washington, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, apenas esperou o mercado cambial fechar para anunciar que os EUA compraram pesos argentinos diretamente.

    Ele também informou sobre um acordo de swap cambial (troca de moedas entre bancos centrais) de US$ 20 bilhões com o BCRA (Banco Central da República Argentina), além de defender o regime de flutuação em bandas adotado pelo governo de Javier Milei desde abril.

    O governo americano ainda não deu detalhes de quando o acordo de swap estaria disponível. Em comunicados anteriores, Bessent havia dito que tudo ocorreria depois das eleições legislativas argentinas, em 26 de outubro.

    Bessent fez esses anúncios no X, após reuniões com o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo. Até então, a equipe argentina estava em silêncio, embora se especulasse que algo poderia ser anunciado antes da visita de Milei a Trump, marcada para a próxima semana.

    “A Argentina enfrenta um momento de aguda falta de liquidez. A comunidade internacional, incluindo o FMI, está unida para apoiar a Argentina e sua estratégia fiscal prudente, mas apenas os Estados Unidos podem agir rapidamente. E nós agiremos”, escreveu.

    “Para isso, hoje compramos diretamente pesos argentinos.” Ele também destacou que o Tesouro dos EUA estava intervindo no mercado de câmbio e que um banco estrangeiro também fez parte das negociações. Bessent ressaltou os sólidos fundamentos econômicos da Argentina e as mudanças estruturais que já estão em andamento, que poderão aumentar as exportações e as reservas cambiais.

    Ele também se comprometeu a tomar medidas excepcionais para estabilizar os mercados e reiterou o apoio de Trump para fortalecer os aliados dos Estados Unidos, “que promovem o comércio justo e o investimento americano”.

    “O sucesso da agenda de reformas da Argentina é de importância sistêmica, e uma Argentina forte e estável que ajude a ancorar um Hemisfério Ocidental próspero é do interesse estratégico dos Estados Unidos. Seu sucesso deve ser uma prioridade bipartidária.”

    Nesta quinta-feira (9), um dia em que o Tesouro estava praticamente sem dólares para sustentar a taxa de câmbio dentro da banda (de até 1.480 pesos argentinos), o dólar no atacado caiu para 1.420 pesos, depois de subir durante o dia e chegar a 1.470.

    A partir do meio-dia, com a compra de pesos pelos Estados Unidos, por meio de um banco estrangeiro, a moeda recuperou valor. Nesta sexta-feira (10), feriado na Argentina, não haverá pregão.

    Javier Milei comemorou o resgate dos EUA, destacou a gestão de Caputo, classificando-o como “o melhor ministro da história” e agradeceu a Trump e Bessent.

    Em Mendoza, onde participa de um evento de campanha, o presidente disse estar eufórico com a ativação do swap de Washington. “Trabalharemos duro todos os dias para oferecer oportunidades para nosso povo”, disse ele.

    O sentimento, no entanto, não é compartilhado por todos nos Estados Unidos. A oposição a Trump tem colocado a ajuda à Argentina em discussão no Congresso.

    O Comitê Democrata para a Agricultura na Câmara publicou nos últimos dias que, “depois de ver seu mercado entrar em colapso completo, os produtores de soja americanos ligaram o noticiário esta semana para assistir Trump dar US$ 20 bilhões a um de seus principais concorrentes, Argentina”.

    Uma crítica semelhante foi feita pela senadora Elizabeth Warren. “A Argentina fechou um acordo com a China que prejudica os produtores de soja americanos, já esmagados por Trump. Agora, Trump quer enviar US$ 20 bilhões dos nossos impostos para resgatar seu aliado político.”

    Governo Trump socorre Argentina com compra de moeda e promessa de US$ 20 bi

  • Ministros do governo e do TCU e senador são cotados para sucessão de Barroso no STF

    Ministros do governo e do TCU e senador são cotados para sucessão de Barroso no STF

    Bruno Dantas, Jorge Messias e Rodrigo Pacheco são tidos como nomes prováveis para a vaga; aposentadoria antecipada de ministro abre espaço para terceira indicação de Lula para Supremo

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – A aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso abre a possibilidade de o presidente Lula (PT) indicar seu terceiro nome para o STF (Supremo Tribunal Federal) na atual gestão.

    Três homens são os principais cotados para a vaga. O ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Bruno Dantas, o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União) Jorge Messias e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

    Há ainda pressão para que Lula escolha uma mulher para o cargo. A substituição de Rosa Weber por Flávio Dino deixou o tribunal com somente uma ministra, Cármen Lúcia. O nome da atual presidente do STM (Superior Tribunal Militar), Maria Elizabeth, corre por fora.

    Ministros do governo e do TCU e senador são cotados para sucessão de Barroso no STF

  • Famílias terão crédito de até R$ 30 mil em programa do governo para reformar casa própria

    Famílias terão crédito de até R$ 30 mil em programa do governo para reformar casa própria

    Os recursos de financiamento poderão ser usados para custear a compra de materiais de construção, a contratação de mão de obra, como pedreiros, eletricistas e outros profissionais

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – As famílias brasileiras poderão pegar empréstimos de R$ 5.000 até R$ 30 mil para reformar a casa própria, segundo as regras do novo programa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para melhorias habitacionais.

    A nova linha de crédito é uma das apostas do presidente para fazer um aceno à classe média nas proximidades do ano eleitoral. Os detalhes da medida foram publicados em portaria do Ministério das Cidades nesta quinta-feira (9).

    Os recursos de financiamento poderão ser usados para custear a compra de materiais de construção, a contratação de mão de obra, como pedreiros, eletricistas e outros profissionais, a elaboração de projetos e a realização de visitas técnicas para acompanhamento da execução dos serviços em andamento.

    Os imóveis alvo das melhorias devem ser destinados ao uso residencial ou misto, estar localizados em área urbana de capitais ou municípios que tenham mais de 300 mil habitantes ou integrem arranjos populacionais acima desse patamar. Os beneficiários precisarão comprovar a execução das intervenções.

    O valor do empréstimo precisará englobar custos diretos e indiretos, inclusive encargos financeiros. A parcela não poderá comprometer mais de 25% da renda familiar.

    Para famílias residentes em áreas urbanas com renda bruta mensal de até R$ 3.200, o juro ficará em 1,17% ao mês. Para aquelas que ganham de R$ 3.200,01 a R$ 9.600, a taxa será de até 1,95% ao mês. Os percentuais, antecipados pela Folha de S.Paulo, foram confirmados na portaria publicada nesta quinta.

    O governo prevê conceder até R$ 30 bilhões em empréstimos aos dois grupos até 2026. Para essas operações, os recursos virão do Fundo Social do Pré-Sal, que é um fundo contábil do governo abastecido com receitas ligadas à exploração dessas áreas de petróleo.

    O governo calcula um subsídio de R$ 7,3 bilhões para bancar o programa, uma vez que as taxas de juros ficarão abaixo dos níveis praticados pelo mercado financeiro.

    O custo da nova linha era um ponto central para Lula, que pediu ajustes após manifestar preocupação com as taxas projetadas em uma primeira versão do programa apresentada ao chefe do Executivo.

    O prazo para pagamento do empréstimo será de 24 a 60 meses, com prestações calculadas pelo SAC (Sistema de Amortizações Constantes) ou Tabela Price, a critério da instituição financeira. A norma permite a contratação de apenas um financiamento por mês e proíbe a tomada de um novo empréstimo enquanto houver outro contrato vigente.

    Serão consideradas prioritárias as propostas que contemplem famílias enquadradas na faixa 1 do novo programa de reformas e menores valores de financiamento.

    A intenção do Executivo é contemplar pessoas em situação de pobreza e famílias consideradas mais vulneráveis. O limite de renda, porém, não coincide com as faixas adotadas no Minha Casa, Minha Vida -no qual a faixa 1 contempla quem tem renda familiar bruta de até R$ 2.850 ao mês.

    A portaria do Ministério das Cidades que regulamenta o programa foi publicada nesta quinta em edição extra do DOU (Diário Oficial da União), um dia antes do evento em que Lula deve anunciar, em São Paulo, novas políticas para habitação.

    De acordo com a norma, a linha de crédito tem como objetivo “promover o direito à moradia adequada para a população de baixa renda”. “As intervenções de melhoria habitacional deverão ser destinadas à solução de problemas de salubridade, segurança, habitabilidade, acessibilidade, sustentabilidade e conforto”, afirma o texto.

    Em março, Lula prometeu a criação de uma linha de crédito para quem quer fazer “um puxadinho, um banheiro, um quartinho a mais para a filha ou alguma coisa a mais na garagem”.

    As tratativas envolveram os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades), e os presidentes do Banco Central, Gabriel Galípolo, da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, e do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

    Para viabilizar o desenho do programa de reformas, além do uso dos recursos mais baratos do Fundo Social, os empréstimos para a faixa 1 ainda terão a garantia do FGHab (Fundo Garantidor da Habitação Popular), que já existe e tem cerca de R$ 1 bilhão disponível para novas operações. A ideia é que ele cubra o pagamento das prestações em caso de inadimplência, até um determinado limite.

    A faixa 2 também terá acesso aos recursos subsidiados do Fundo Social, mas sem a garantia do FGHab. Por isso, a taxa de juros é maior, mas ainda inferior ao cobrado em outras linhas, como a do crédito consignado.

    A portaria ainda autoriza que estados complementem os recursos financeiros à disposição das famílias, para além dos R$ 30 bilhões disponibilizados pelo governo federal.

    VEJA AS REGRAS DO NOVO PROGRAMA DE CRÉDITO PARA REFORMAS

    FAIXA 1
    – Renda familiar até R$ 3.200
    – Taxa de juros de até 1,17% ao mês

    FAIXA 2
    – Renda familiar de R$ 3.200,01 a R$ 9.600
    – Taxa de juros de até 1,95% ao mês

    FAIXA 3
    – Renda familiar acima de R$ 9.600
    – Taxa de juros de mercado

    VALOR DISPONÍVEL PARA FINANCIAMENTOS

    – R$ 30 bilhões para as faixas 1 e 2. As contratações para a faixa 3 serão feitas com recursos disponibilizados pelas instituições financeiras

    LIMITE DE FINANCIAMENTO

    – Operações de R$ 5.000 a R$ 30 mil

    VALOR DA PARCELA

    – Limitado a 25% da renda familiar bruta

    PRAZO DOS EMPRÉSTIMOS

    – De 24 a 60 meses

    Famílias terão crédito de até R$ 30 mil em programa do governo para reformar casa própria