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  • Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 8

    Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 8

    Com adicionais, valor médio do benefício está em R$ 671,54; no modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês

    A Caixa Econômica Federal paga nesta quarta-feira (27) a parcela de agosto do Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 8.

    O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 671,54. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do Governo Federal alcançará 19,19 milhões de famílias, com gasto de R$ 12,86 bilhões.

    Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a gestantes e nutrizes (mães que amamentam), um de R$ 50 a cada filho de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a cada criança de até 6 anos. 

    No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

    Os beneficiários de 521 cidades receberam o pagamento no último dia 18, independentemente do NIS. A medida beneficiou os moradores dos 497 municípios do Rio Grande do Sul e moradores de algumas cidades em quatro estados: Amazonas (3), Paraná (4), Roraima (6) e Sergipe (11)Essas localidades foram afetadas por chuvas ou por estiagens ou têm povos indígenas em situação de vulnerabilidade. A lista dos municípios com pagamento antecipado está disponível na página do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.

    Desde o ano passado, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).

    Regra de proteção

    Cerca de 2,63 milhões de famílias estão na regra de proteção em agosto. Essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até um ano, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 365,81.

    Em junho, o tempo de permanência na regra de proteção foi reduzido de dois para um ano. No entanto, a mudança só abrange as novas famílias que entraram na fase de transição. Quem se enquadrou na regra até maio deste ano continuará a receber metade do benefício por dois anos.

    Auxílio Gás

    O Auxílio Gás também será pago nesta quarta-feira às famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 8. O valor para este mês foi mantido em R$ 108.

    Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia 5,13 milhões de famílias neste mês. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, no fim de 2022, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 kg.

    Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

    Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 8

  • PF sugere a Moraes vigilância com policiais 24h dentro da casa de Bolsonaro

    PF sugere a Moraes vigilância com policiais 24h dentro da casa de Bolsonaro

    O chefe da PF, Andrei Rodrigues, disse que esta é a melhor forma de garantir que Bolsonaro não tentará fugir às vésperas de seu julgamento pela trama golpista

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, sugeriu nesta terça-feira (26) ao ministro Alexandre de Moraes a entrada de uma equipe de policiais dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para vigilância 24 horas.

    Em ofício enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), o chefe da PF disse que esta é a melhor forma de garantir que Bolsonaro não tentará fugir às vésperas de seu julgamento pela trama golpista.

    “Como alternativa a essa medida, e maneira de garantir a efetividade da medida (manutenção da prisão domiciliar) seria imperiosa a determinação para uma equipe de policiais permanecer 24h no interior da residência, como há precedentes”, diz Andrei.

    O ofício foi enviado como uma resposta à decisão de Moraes que determinou a permanência em tempo integral de agentes da Polícia Penal do Distrito Federal nas proximidades da casa de Bolsonaro, para impedir eventual tentativa de fuga.

    O ministro diz que a medida deveria ser adotada de forma a “evitar a exposição indevida, abstendo-se de toda e qualquer indiscrição, inclusive midiática, sem adoção de medidas intrusivas da esfera domiciliar do réu ou perturbadoras da vizinhança”.

    Andrei disse ao Supremo que a medida é insuficiente para impedir possíveis tentativas de fuga. O diretor da Polícia Federal destaca dois pontos principais.

    O primeiro é que a tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro funciona online e depende de sinal da operadora de telefonia para emitir sinais de movimentação do réu.

    “Nestes casos, as violações somente seriam informadas por relatório aos operadores do sistema após o retorno do sinal, o permitiria tempo hábil para que o custodiado empreendesse uma fuga”, destaca.

    O chefe da Polícia Federal diz também que seria preciso monitorar todo o fluxo de veículos na residência de Bolsonaro e de vizinhos próximos para garantir que a fiscalização contra fugas seria efetiva.

    “Referida ação, para garantir eficácia, demandaria uma fiscalização minuciosa, por exemplo, de todos os veículos que saíssem do condomínio, o que poderia gerar um grande desconforto, em contrassenso ao que propõe a PGR”, completa.

    Segundo Andrei, há precedente que permite a permanência de policiais 24 horas na casa de réus em prisão domiciliar. O diretor levantou apenas um caso, o do juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto. Em 2004, por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ele ficou em prisão domiciliar sob a custódia da PF.

    O chefe da PF concluiu sua manifestação ao Supremo informando já ter definido com a Polícia Penal Federal que realize o monitoramento em conjunto.

    Minutos após Andrei Rodrigues enviar o documento, o ministro Alexandre de Moraes enviou o caso para análise da PGR (Procuradoria-Geral da República). Não foi definido prazo para a manifestação do procurador-geral Paulo Gonet.

    PF sugere a Moraes vigilância com policiais 24h dentro da casa de Bolsonaro

  • Michelle fala em humilhação após Moraes mandar polícia monitorar Bolsonaro

    Michelle fala em humilhação após Moraes mandar polícia monitorar Bolsonaro

    Segundo Moraes, a medida de segurança em relação a Bolsonaro é necessária para afastar os riscos de o ex-presidente tentar fugir do Brasil às vésperas do julgamento sobre a trama golpista

    SÃO PAULO, SP (CBS NEWS) – Após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinar que a Polícia Federal do Distrito Federal monitore 24 horas por dia o endereço do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) disse que tem sido difícil enfrentar os desafios.

    “A cada dia que passa o desafio tem sido enorme”, ela escreveu em uma postagem nas redes sociais. “Resistir à perseguição, lidar com as incertezas e suportar as humilhações”, completou.

    Michelle disse ainda que acredita na vitória e citou Deus.

    “Deus é bom o tempo todo e nós temos uma promessa”, afirmou. “Pai, eu te amo, independe dos dias ruins. Eu te louvo de todo o meu coração. Hoje eu declaro: o Brasil pertence ao Senhor Jesus”.

    Segundo Moraes, a medida de segurança em relação a Bolsonaro é necessária para afastar os riscos de o ex-presidente tentar fugir do Brasil às vésperas do julgamento sobre a trama golpista, previsto para começar no dia 2 de setembro, no qual é réu.

    Após a decisão, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, enviou ofício ao ministro no qual sugere a entrada de uma equipe de policiais dentro da casa do ex-presidente para a vigilância. Moraes mandou o pleito para análise da PGR (Procuradoria-Geral da República).

    Michelle fala em humilhação após Moraes mandar polícia monitorar Bolsonaro

  • Filhos de Bolsonaro intensificam críticas a aliados após gestos do centrão por Tarcísio candidato

    Filhos de Bolsonaro intensificam críticas a aliados após gestos do centrão por Tarcísio candidato

    Aliados minimizam queixas públicas e dizem que o ex-presidente não corrobora os ataques

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Filhos de Jair Bolsonaro (PL) adotaram um tom mais radical e intensificaram críticas nos últimos dias a aliados, sem nomeá-los, após integrantes do centrão fazerem gestos públicos pela candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

    Para parlamentares e dirigentes de centro e direita, a reação é uma tentativa de manter no clã o espólio eleitoral do pai. Além disso, avaliam que é uma forma de eles manterem a relevância eleitoral deles próprios, uma vez que serão candidatos no ano que vem.

    O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atribuem a movimentação em prol de Tarcísio ao “sistema” e criticam o que veem como oportunismo às vésperas do julgamento da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), que pode condenar Bolsonaro a mais de 40 anos de cadeia.

    “O problema é a completa falta de humanidade diante do que está ocorrendo com quem os possibilitou alçar voos, numa imposta situação vexatória junto de outros milhares e milhões de brasileiros, enquanto fingem normalidade exatamente no momento em que o STF prepara o maior teatro já visto na história do Brasil”, escreveu Carlos nas redes sociais.

    Já Eduardo se queixou de pessoas que falam em substituir seu pai na corrida eleitoral e “essas mesmas pessoas ainda dizem que é para o bem de Bolsonaro”.

    “Se houver necessidade de substituir JB, isso não será feito pela força nem com base em chantagem. Acho que já deixei claro que não me submeto a chantagens. Qualquer decisão política será tomada por nós. Não adianta vir com o papo de “única salvação”, porque não iremos nos submeter. Não há ganho estratégico em fazer esse anúncio agora, a poucos dias do seu injusto julgamento”, disse ainda.

    Eduardo está nos Estados Unidos, onde atua por sanções contra autoridades brasileiras junto ao governo de Donald Trump, mas quer ser cotado para sucessor do pai na Presidência -mesmo que não tenha previsão de voltar ao Brasil.

    Ele se queixou de não ter sido considerado na última pesquisa do Instituto Paraná Pesquisa, divulgada no fim de semana com três cenários: as candidaturas de Tarcísio, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do próprio ex-presidente.

    Segundo integrantes do PL, seu nome já não era testado antes, mas a crítica pública foi vista como uma indireta para o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, sobre quem tem se queixado há meses. PL e PP são costumeiros clientes do instituto.

    A ausência na pesquisa também entrou no radar do vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan (PL), que chamou o irmão de “opção natural da direita”. “Por que será que o sistema tenta escondê-lo?”, questionou.

    O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, tem adotado uma postura mais discreta. Publicamente, não critica movimentações de eventuais sucessores nem iniciativas de costuras políticas nesse sentido.

    A interlocutores, ele disse que não vai criticar Tarcísio, que é considerado um importante quadro do grupo político. Dos filhos, o senador é o único que mora em Brasília e, por isso, tem tido maior acesso ao pai, tornando-se o seu principal porta-voz.

    Aliados de Bolsonaro apontam a diferença da postura dele com a dos filhos Carlos e Eduardo, que aparece nas mensagens trocadas com o deputado federal e divulgadas em relatório da PF (Polícia Federal) na semana passada.

    Entre entusiastas da movimentação pela pré-candidatura de Tarcísio, a expectativa é de que a oficialização aconteça após a provável condenação e possível prisão de Bolsonaro, ou seja, até novembro ou dezembro, a tempo de organizar as campanhas em âmbito nacional e regional.

    Tarcísio nega publicamente a possibilidade de se lançar ao Planalto, mas adotou discurso visto por parlamentares e dirigentes partidários como de candidato. Ao passo que estreita laços com o mercado financeiro e o agronegócio, reforça a lealdade ao ex-presidente.

    Na segunda-feira (25), o governador foi uma das estrelas da festa de 20 anos do Republicanos. No palco, o presidente do partido, deputado federal Marcos Pereira (SP), afirmou que o Brasil terá uma escolha decisiva entre o passado e o futuro na eleição de 2026.

    No mesmo dia, Valdemar Costa Neto tratou de um cenário em que o governador de São Paulo é candidato à Presidência e disse que ele iria para o PL. Afirmou, inclusive, que já tratou do tema com Tarcísio – o que o governador não confirma.

    “Tarcísio já declarou, tive um jantar com ele há um ano e meio atrás. Ele falou: ‘se eu for candidato, vou para o PL’. No jantar com os governadores, falou na frente de cinco governadores: ‘sou candidato a governador, mas, se eu for candidato a presidente, eu vou para o PL’”, disse Valdemar, após seminário em São Paulo.

    Nos bastidores, o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, são vistos como os principais entusiastas de uma eventual candidatura do governador de São Paulo ao Planalto.

    O jantar com governadores de oposição no dia em que a federação União Brasil-PP foi aprovada serviu como uma espécie de pré-lançamento de candidatura, na avaliação de integrantes do mundo político.

    Ainda que o tema não tenha sido tratado diretamente -até porque outros candidatos da direita estavam lá, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil)-, foi formada uma espécie de frente para 2026, com a estratégia de imprimir derrotas ao presidente Lula (PT) no Congresso, mesmo que esses partidos mantenham cargos no governo.

    Filhos de Bolsonaro intensificam críticas a aliados após gestos do centrão por Tarcísio candidato

  • Trump ataca autonomia do Fed e diz que brigará por demissão de diretora

    Trump ataca autonomia do Fed e diz que brigará por demissão de diretora

    O presidente dos Estados Unidos diz estar pronto para briga na Justiça por demissão de Lisa Cook no Fed, em ataque inédito à autonomia do banco

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse estar preparado para brigar na Justiça pela demissão de Lisa Cook, após anunciar tê-la exonerado do cargo de diretora do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano), numa interferência sem precedentes na autonomia do banco.

    Trump anunciou que demitiu Cook numa carta divulgada na segunda (25), alegando que ela havia cometido fraude hipotecária no passado. A diretora, porém, afirmou que o presidente não tem poderes para destituí-la e que não renunciaria. Seu advogado disse que vai questionar a medida de Trump na Justiça.

    A decisão de Trump alarmou de imediato economistas, por gerar um cenário de incerteza. Analistas temem que o gesto possa minar a independência da instituição, adquirida há 74 anos, além de gerar riscos de aumento de inflação no futuro.

    Há ainda o receio de que isso gere pânico em investidores, por ser o ataque a um banco que garante a confiança no sistema econômico americano, assim como no dólar, e que controla a inflação. Por enquanto, no entanto, a reação no mercado financeiro foi tímida.

    O S&P 500 fechou em alta de 0,41%, impulsionado principalmente pela Nvidia, que subiu 1,1%, e pela Eli Lilly, que registrou avanço de quase 6%. O índice de tecnologia Nasdaq e o Dow Jones subiram 0,44% e 0,30%, respectivamente.

    Trump alegou que Cook cometeu supostas irregularidades em suas declarações sobre hipoteca pessoal, com base nas alegações de um aliado. Porém não há nenhuma acusação formal contra a diretora.

    Pelas regras do banco, o presidente da República teria o poder de destituir uma autoridade se houvesse justa causa. Não está claro se esse caso encaixa-se nesse critério por não haver um processo contra Cook.

    “O presidente Trump alegou me demitir ‘por justa causa’ quando não existe justa causa conforme a lei, e ele não tem autoridade para fazê-lo”, afirmou a diretora em comunicado na noite de segunda.

    Juristas afirmaram a jornais americanos que o caso é robusto, sobretudo por envolver uma conduta de caráter privado e não ligada à atuação dela no Fed. Por isso, preveem que a batalha nos tribunais pode ser longa.

    “Sempre estamos envolvidos em disputas legais”, disse Trump nesta terça, após ser questionado se estava preparado para enfrentar o caso na Justiça.

    Trump ainda disse que quer “pessoas 100% corretas, e não parece que ela seja”, acusando-a novamente de fraude hipotecária. O presidente também afirmou que pretende substituí-la rapidamente e que espera em breve conseguir maioria para reduzir a taxa de juros (atualmente entre 4,25% e 4,5%). “Temos ótimas pessoas para essa posição”, afirmou, após reunião do seu gabinete.

    Um porta-voz do Fed afirmou nesta terça que o banco cumprirá o que a Justiça decidir, reconhecendo a intenção de Cook de questionar a demissão.

    “Mandatos longos e proteções contra demissão para os governadores servem como uma salvaguarda vital, garantindo que as decisões de política monetária sejam baseadas em dados, análise econômica e nos interesses de longo prazo do povo americano,” disse ainda o porta-voz do Fed.

    O presidente americano elegeu o Fed como um dos seus alvos há meses, pressionando por uma queda na taxa de juros. Até então, ele mirava o presidente da instituição, Jerome Powell, a quem já ameaçou demitir diversas vezes.

    Ele surpreendeu, porém, ao demitir Cook. O mandato da diretora só termina em 2038, dez anos após o fim do mandato do republicano. O temor no mercado é que, se o presidente conseguir demiti-la, isso seja uma carta branca para que ele exonere outros integrantes do banco, minando a independência da instituição.

    Primeira mulher negra a fazer parte da diretoria do Fed, indicada em 2022 pelo ex-presidente Joe Biden, Cook foi acusada por William Pulte, diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação, de ter falsificado documentos e cometer fraude.

    Pulte disse no X que Cook havia designado um condomínio em Atlanta como sua residência principal depois de tomar um empréstimo em sua casa no Michigan, que ela também declarou como residência principal. Pulte disse à CNBC que também está investigando uma propriedade que Cook tem em Massachusetts.

    A diretora afirmou na ocasião que leva a sério qualquer questionamento sobre seu histórico financeiro como membro do Federal Reserve e que estava reunindo informações precisas para responder a qualquer pergunta legítima.

    A medida foi fortemente criticada ao longo do dia por democratas. Ao The New York Times, o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, acusou o presidente de tentar “assumir o controle do Federal Reserve”.

    “Hugo Chávez estaria orgulhoso”, disse Jeffries. “Por que os republicanos e os chamados defensores do livre mercado não estão reclamando? Bando de completos farsantes.”

    Cook foi uma das nove diretoras que votou pela manutenção da taxa de juros entre 4,25% e 4,5% na reunião realizada no fim de julho, em decisão que irritou Trump, que defende a redução da taxa em três pontos percentuais.

    Ao Financial Times, especialistas reforçaram o ineditismo da ação de Trump. “Isso é sem precedentes”, disse Lev Menand, professor da Faculdade de Direito de Columbia, ao jornal.

    “Este [a demissão de Cook] é um ato extraordinário de agressão que viola a independência do Fed”, também disse Eswar Prasad, professor da Universidade Cornell ao jornal. “Trump agora declarou guerra aberta ao quadro institucional dos EUA, que sustenta a dominância do dólar nas finanças globais”, avaliou.

    David Wessel, diretor do Centro Hutchins para Política Fiscal e Monetária, foi além. “O presidente Trump parece determinado a controlar o Fed -e usará qualquer alavanca que tiver para obter maioria”, disse. “Esta é mais uma maneira pela qual o presidente está minando os fundamentos de nossa democracia.”

    Trump ataca autonomia do Fed e diz que brigará por demissão de diretora

  • Anderson Torres será julgado no STF sob acusação de fatos e omissões como ministro e secretário

    Anderson Torres será julgado no STF sob acusação de fatos e omissões como ministro e secretário

    A acusação na Justiça contra Torres aponta fatos e omissões nas duas posições e afirma que ele contribuiu ativamente para a insurreição popular

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – Ex-integrante do primeiro escalão do Executivo federal e do Distrito Federal, Anderson Torres é uma das figuras centrais no caso da trama golpista de 2022 desde que a minuta que embasaria uma ruptura democrática foi encontrada na casa dele. A acusação contra Torres aponta fatos e omissões nas duas posições e afirma que ele contribuiu ativamente para a insurreição popular.

    O papel dele teria sido de suporte jurídico e de ingerência nas forças policiais. Após deixar de ser ministro da Justiça de Bolsonaro, Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança do DF do governo Ibaneis Rocha (MDB) no dia dos ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos três Poderes.

    À frente do ministério, segundo a acusação, ele teria contribuído com a disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas, além de ter articulado o direcionamento da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para operações no Nordeste no segundo turno das eleições. Como chefe da segurança local, teria sido negligente e não estava em Brasília na data dos atos golpistas.

    Torres ficou preso por três meses, por determinação do relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, em razão de possível omissão no 8 de janeiro. Em 11 de maio daquele ano, a prisão preventiva foi revogada.

    A PGR dedica 87 páginas das alegações finais entregues ao STF a Torres -Bolsonaro teve 137, de um total de 517. A defesa, por sua vez, respondeu com mais de 300 páginas.

    Além de estar ausente da capital no dia dos ataques, Torres é acusado de se omitir em relação aos procedimentos para garantir a segurança em Brasília naquela data. Os advogados afirmam que “a Secretaria de Segurança tomou as medidas que estavam ao alcance”, com orientações e protocolo de ação integrada.

    No retorno dos EUA, para onde viajou no início de 2023, Torres teria, ainda, perdido o celular depois de saber da ordem de prisão dada por Moraes. Neste ponto, a defesa nega extravio e diz ter fornecido acesso integral às contas em nuvem.

    “E mais, mesmo após a apreensão e análise de diversos outros aparelhos celulares de investigados no mesmo inquérito – alguns dos quais chegaram a ser utilizados como elementos de prova por esta defesa-, nenhuma comunicação comprometedora envolvendo o nome do réu foi encontrada”, dizem os advogados.

    As questões em torno da viagem do então secretário a Orlando serão, para a acusação e para a defesa, fundamentais no julgamento.

    Os advogados do ex-ministro responderam a ao menos sete pontos na última etapa da defesa antes do julgamento.

    Antes disso, Torres levou o ex-comandante do Exército Freire Gomes para uma acareação no STF.

    A acareação é um procedimento em que as pessoas envolvidas apresentam sua versão dos fatos frente a frente, com o objetivo de confrontar as narrativas.

    Veja tudo que pesa contra Anderson Torres, segundo a denúncia:

    VIAGEM AO EUA

    Nas alegações finais do caso, a PGR fez nova acusação contra Torres ao afirmar ter identificado possível falsidade do documento apresentado pela defesa, de que Torres teria programado a viagem ainda em novembro, descartando uma saída de última hora, na véspera dos ataques de 8 de janeiro.

    A Procuradoria faz menção a uma resposta oficial da Gol, que diz não ter encontrado o nome de Anderson Torres no localizador fornecido por ele e em voo que partiu de Brasília a Orlando. Ainda, a PGR diz ainda que a viagem era “estratégia deliberada de afastamento e conveniência com as ações violentas que se aproximavam”.

    A defesa de Torres protocolou os bilhetes nos autos do processo e a reserva oficial de aluguel de veículo e afirma que a viagem estava programada desde 21 de novembro. Torres teria, inclusive, avisado o governador Ibaneis da programação ao ser convidado para assumir a Secretaria de Segurança.

    “A viagem foi planejada com antecedência, de maneira pública e regular, motivada por razões exclusivamente familiares”, dizem os advogados.

    Os dados da viagem do ex-ministro constam no histórico de chegadas listado pelos Estados Unidos para rastrear a entrada e saída de estrangeiros no país. A informação foi acessada pela Folha de S.Paulo.

    MINUTA GOLPISTA

    Em janeiro de 2023, durante operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro após o ataque aos três Poderes em Brasília, foi encontrada a minuta de um decreto para instaurar estado de defesa e reverter o resultado eleitoral.

    O documento serviria a propósitos golpistas, para impedir a posse do presidente Lula (PT). Em interrogatório na ação penal, em junho, Torres afirmou que o documento encontrado pela Polícia Federal foi parar em sua casa em decorrência de uma fatalidade.

    Segundo ele, o texto era um dos papéis que recebeu na rotina no ministério, tinha conteúdo corrente na sociedade na época e deveria ir para o lixo. Em março, a defesa chamou a denúncia da PGR de irresponsável.

    Os advogados de Torres sustentam que não há provas que embasem as acusações contra ele e dizem que o ex-ministro está sendo processado apenas por ter integrado o governo Bolsonaro.

    Live contra as urnas

    A live de 29 de julho é outro ponto de debate entre acusação e defesa. Segundo a PGR, ele propagou voluntariamente notícias inidôneas sobre o sistema eletrônico de votação.

    Enquanto ministro, ele participou, por exemplo, da live de 29 de julho de 2021, quando, segundo a PGR, leu um documento com o “intuito de conferir aparência de tecnicidade à mensagem falaciosa do então presidente, mobilizando servidores do Ministério da Justiça para auxiliá-lo nesse desvio.

    A defesa tem enfatizado que ele participou apenas nos quatro minutos finais da live, e esteve presente porque foi convocado pelo presidente da República. O advogado Eumar Novacki tem afirmado, nos autos, que o cliente se limitou a ler o encaminhado pelos peritos criminais da PF, com o objetivo de aperfeiçoar o sistema eleitoral.

    A PGR afirma que o comportamento dele demonstrou outro posicionamento. “Observa-se, ao contrário, a espontaneidade e o alinhamento ideológico de Anderson torres aos propósitos daquele encontro.”

    DIRECIONAMENTO DA PRF

    Anderson Torres também foi indiciado em outro inquérito, por suspeita de uso da PRF sob Bolsonaro para barrar eleitores de votarem no então candidato Lula. Na trama golpista, a PGR diz que ele usou da estrutura da corporação, com a colaboração de delegados de PF que depois integraram sua equipe na Secretaria de Segurança, para “obstruir o funcionamento do sistema eleitoral e minar os valores democráticos, dificultando a participação de eleitores que se presumiam contrários ao então presidente Bolsonaro”.

    Por seu turno, a defesa diz que a acusação não consegue elencar qualquer fato específico contra Torres nesse ponto. “O órgão ministerial não aponta qualquer conduta diretamente atribuída ao denunciado. Ao revés, embasa sua tese acusatória em conversas de terceiros, em uma tentativa desesperada de ligar Anderson Torres a um suposto plano ‘insidioso’.

    Anderson Torres será julgado no STF sob acusação de fatos e omissões como ministro e secretário

  • JBS vê chance de o Brasil entrar em novos mercados em meio às tarifas de Trump

    JBS vê chance de o Brasil entrar em novos mercados em meio às tarifas de Trump

    A JBS é a maior processadora de carnes do mundo e atualmente tem listagem dupla em Bolsa, no Brasil e nos Estados Unidos

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros poderá resultar em uma reorganização do mercado de proteína animal, abrindo caminhos para atender novos mercados, disse nesta terça-feira o CEO global da JBS, Gilberto Tamazoni, em uma conferência que discutiu, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), as relações bilaterais de Estados Unidos e Brasil.

    Os dois países não competem no mercado de carnes e são complementares, segundo o executivo, uma vez que os produtos brasileiros são usados em outras fabricações, como é o caso dos hambúrgueres. Os Estados Unidos também têm importante indústria de carnes e exportam cerca de 25% de sua produção.

    “Se as tarifas forem mantidas, o comércio que foi de 200 mil toneladas no primeiro semestre vai cair muito. Alguém vai fornecer para os Estados Unidos”, disse Tomazoni. Para manter atendida a demanda interna, os produtores locais passarão a deixar parte da produção no mercado interno, ou será necessário buscar outros países, como é o caso da Austrália. “Vai abrir espaço para o Brasil atender esses outros países quando os vasos comunicantes se estabilizarem.”

    A JBS é a maior processadora de carnes do mundo e atualmente tem listagem dupla em Bolsa, no Brasil e nos Estados Unidos. “Com a abertura de capital, esperamos que a companhia tenha o rerate [a reprecificação]”, afirmou. A expectativa do CEO da JBS é que haja valorização da empresa nos Estados Unidos e isso aproxime o investidor daquele país.

    “Construímos essa plataforma que é diversificada por geografias e por proteínas para fazer frente aos ciclos naturais do nosso negócio”, disse. “Não foi construído para isso [elevação de tarifas], mas também serve para um caso como esse, permitir você gerenciar seus fluxos de produto e manter seu negócio crescendo, gerando caixa.”

    A diversificação de mercados foi também citada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, para quem essa política garantiu bons resultados às contas externas. Além de um leque maior de destinos aos produtos nacionais, a maior diversidade de parceiros comerciais assegurou reservas cambiais, “funcionando como um colchão que protege o Brasil, as empresas e as pessoas nesses momentos de oscilação e disruptivos.”

    Durigan defendeu, em fala transmitida por videoconferência, que as preocupações com estabilidade no Brasil sejam vistas do ponto de vista do equilíbrio das instituições, para além das contas públicas. Segundo ele, o governo Lula tem liderado agendas de diálogo com Congresso e órgãos do Judiciário.

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu, na conferência na Fiesp, que o Brasil lidere uma refundação da OMC (Organização Mundial do Comércio), uma vez que, segundo o chanceler, “encontra-se em crise total, incapaz de mover-se”.

    Há alguns dias, o governo Lula acionou os Estados Unidos na OMC em reação às tarifas estabelecidas por Donald Trump. A consulta precisa ser aceita pelos americanos e a última instância da OMC está paralisada, o que deve reduzir as chances de qualquer efeito prático da ação. Entretanto, o movimento é visto no Palácio do Planalto como um gesto simbólico importante para marcar posição do Brasil em defesa do sistema multilateral de solução de disputas comerciais.

    JBS vê chance de o Brasil entrar em novos mercados em meio às tarifas de Trump

  • PGR tem 5 dias para analisar indiciamento de Bolsonaro e Eduardo

    PGR tem 5 dias para analisar indiciamento de Bolsonaro e Eduardo

    O período para manifestação da PGR terminaria na manhã desta quarta-feira (27), mas foi ampliado pelo ministro Alexandre de Moraes

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem até a próxima segunda-feira, dia 1° de setembro, para se manifestar sobre o relatório da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no inquérito do tarifaço do Estados Unidos contra o Brasil. 

    O prazo também vale para a procuradoria avaliar a manutenção da prisão domiciliar de Bolsonaro e os argumentos apresentados pelos advogados para negar o descumprimento das medidas cautelares que proíbem o ex-presidente de acessar suas redes sociais e perfis de terceiros, além das explicações sobre o pedido de asilo político à Argentina encontrado no celular de Bolsonaro durante uma busca e apreensão da Polícia Federal (PF).

    O período para manifestação da PGR terminaria na manhã desta quarta-feira (27), mas foi ampliado pelo ministro Alexandre de Moraes. Dessa forma, a procuradoria tem mais cinco dias para emitir o parecer sobre as questões. 

    A ampliação do prazo foi definida na decisão na qual Moraes determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal realize a vigilância integral da casa do ex-presidente. 

    O monitoramento foi autorizado após o ministro receber uma cópia do pedido inicial, que foi protocolado pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ). Segundo o parlamentar, o aumento da vigilância é necessário para garantir a “aplicação da lei penal” e evitar fuga. 

    PGR tem 5 dias para analisar indiciamento de Bolsonaro e Eduardo

  • CPMI convida ex-ministros da Previdência e ex-presidentes do INSS

    CPMI convida ex-ministros da Previdência e ex-presidentes do INSS

    Comissão aprova plano de trabalho por acordo entre oposição e governo

    A oposição e o governo entraram em acordo, nesta terça-feira (26), para aprovar o plano de trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fraudes do INSS, que foram estimadas em R$ 6,3 bilhões. Também por acordo, a comissão elegeu para vice-presidente o deputado Duarte Jr (PSB-MA).

    Aprovado em votação simbólica, o plano de trabalho fixou que a investigação vai se limitar aos fatos ocorridos a partir de 2015, englobando o 2º governo de Dilma Rousseff; de Miguel Temer; de Jair Bolsonaro e do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

    A CPMI aprovou ainda, por acordo, requerimentos para convidar, ou convocar, para prestar esclarecimentos à Comissão, por ordem cronológica desde 2015, todos os ex-ministros da Previdência; ex-presidentes do INSS, diretores de benefícios; presidentes da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev); bem como todos os presidentes das entidades associativas acusadas dos desvios. 

    Também foi aprovada a convocação do chamado “Careca do INSS”, o Antônio Carlos Camilo Antunes, assim como do empresário Maurício Camisotti, apontado pela Polícia Federal como possíveis operadores do esquema de fraudes no INSS. A CPMI ainda aprovou pedido para ter acesso à íntegra das investigações em curso.

    Ao todo, foram apresentados mais de 950 requerimentos com pedidos de informação, convocações, quebra de sigilos bancários e telefônicos, entre outros. Desses, 34 foram aprovados em bloco por acordo entre governo e oposição.

    Com isso, o primeiro a ser ouvido na próxima sessão da CPMI na quinta-feira (28) é o delegado da PF responsável pelo inquérito, Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi.

    O relator

    O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), justificou que, apesar de existirem notícias de fraudes desde 1994, é necessário uma delimitação temporal que permita bons resultados na investigação.

    “A fixação desse recorte temporal responde a princípios constitucionais e processuais fundamentais, tais como a segurança jurídica, a proporcionalidade e a celeridade, uma vez que investigações sem limite temporal geram incerteza jurídica”, escreveu o relator.Apesar de ter maioria na CPMI, o governo deixou que a oposição elegesse o presidente e o relator da comissão ao não comparecer em peso na sessão passada. O relator Alfredo Gaspar reconheceu que é de direita e tem “consideração” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. 

    “Aqui não existe ninguém imparcial no âmbito político. Vamos deixar isso bem claro. O que nós vamos medir é se as nossas preferências políticas, se as nossas divergências ideológicas irão atrapalhar no que interessa: a busca da verdade, diante dos fatos e dos documentos”, defendeu o parlamentar

    Já o presidente da Comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), apesar de ser da oposição, disse que “todos os governos serão alvos da nossa apuração”.

    “O nosso trabalho não é simples, devemos apurar com cautela e coragem todos os responsáveis pelos desvios nas aposentadorias e pensões, devemos igualmente apontar meios para que esse tipo de prática nunca mais ocorra”, disse.

    Vice-presidência

    Também por acordo entre governo e oposição foi aprovado o nome para vice-presidência da CPMI do INSS. Foi eleito o deputado federal Duarte Jr. (PSB/MA), que agradeceu o apoio dos colegas para o posto.

    “Nós não estamos aqui para conservar bandidos de estimação. Nós estamos aqui para investigar, nós estamos aqui para dar a resposta devida, doa a quem doer. Não importa se quem cometeu crimes é da direita ou da esquerda; se cometeu crimes, cabe a nós investigar e garantir a punição”, disse.

    Plano de trabalho

    O plano de trabalho organiza a investigação em seis eixos temáticos. São eles:

    • 1 – Mapeamento do Esquema Fraudulento e Modus Operandi. “Caberá a esta Comissão investigar o funcionamento detalhado do esquema fraudulento, incluindo métodos de falsificação de assinaturas e fraude em consentimentos para descontos em folha”, escreveu o relator.
    • 2 – Identificação e Responsabilização dos Envolvidos. ”Esta Comissão deve apurar o papel de todos os responsáveis pela operacionalização de várias organizações criminosas que atuaram de forma sistemática para retirar dinheiro do povo”, diz o plano de trabalho.
    • 3 – Impacto nas vítimas e no erário. “Deve-se ainda quantificar os danos individuais e coletivos, como subtração de renda essencial para sobrevivência de aposentados e pensionistas, propondo-se mecanismos de reparação e restituição integral com perdas e danos”, diz o documento aprovado.
    • 4 – O caminho do dinheiro. “Um desvio de recursos da ordem de R$ 6,3 bilhões segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), esse é o tamanho aproximado do roubo aos aposentados e pensionistas da nação. Nesse prisma, nada mais importante do que seguir o dinheiro surrupiado das vítimas, conhecer e punir seus verdadeiros destinatários”, diz o texto.
    • 5 – Análise de falhas institucionais e dos mecanismos de controle. “Serão verificados os motivos que levaram ao fato de denúncias junto ao próprio INSS sobre descontos indevidos terem sido reiteradamente ignoradas ao longo dos anos pelos diretores e presidentes”, afirma o plano de trabalho da CPMI
    • 6 – Medidas preventivas e de aperfeiçoamento legislativo. “Poderão ser propostas iniciativas legislativas e recomendações visando o fortalecimento dos mecanismos de transparência e controle, com o objetivo de restaurar a confiança pública nas instituições governamentais”, completa o texto.

    CPMI convida ex-ministros da Previdência e ex-presidentes do INSS

  • Preço da manga, afetada por tarifas de Trump, cai 21% no Brasil, maior recuo mensal desde 2007

    Preço da manga, afetada por tarifas de Trump, cai 21% no Brasil, maior recuo mensal desde 2007

    A queda mensal de quase 21% é a maior desde setembro de 2007, quando a baixa havia sido de 25,04%

    RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os preços da manga para o consumidor brasileiro tiveram deflação (queda) de 20,99% em agosto. É o que apontam dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) divulgados nesta terça (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    A queda mensal de quase 21% é a maior desde setembro de 2007, quando a baixa havia sido de 25,04%. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados nesta terça-feira (26).
    Ao longo da série histórica, a manga já mostrou deflação em meses de agosto. Parte dos alimentos costuma apresentar movimento semelhante devido à ampliação da oferta no início do segundo semestre, a partir de melhores condições de produção.

    No caso da manga, há um fator adicional neste ano. A fruta é uma das mercadorias que não escaparam do tarifaço do governo Donald Trump, que entrou em vigor em agosto. A sobretaxa a exportações gerou expectativa de maior oferta interna no Brasil.

    Conforme a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, é possível que a guerra comercial tenha gerado impactos no IPCA-15.

    Nesse sentido, ela destaca as reduções registradas por carnes (-0,94%) e frutas (-1,32%) no índice de agosto. As carnes também não escaparam das tarifas americanas.

    Outros produtos afetados pela medida são os pescados, cujos preços recuaram 0,14% no IPCA-15 de agosto, destaca Claudia. A queda, porém, foi menos intensa do que a observada no índice de julho (-2,03%).

    “Então, se teve algum efeito [nos pescados], ele já aconteceu e deve estar retornando”, diz a economista.

    Por ser divulgado antes, o IPCA- 15 sinaliza uma tendência para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial de inflação do país. Uma das diferenças entre os dois é o período de coleta das informações pelo IBGE.

    A apuração dos preços do IPCA-15 ocorre entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência. No caso do índice de agosto, a coleta foi realizada de 16 de julho a 14 de agosto.

    Já a apuração do IPCA se concentra no mês de referência. Por isso, o resultado de agosto ainda não é conhecido. Será divulgado em 10 de setembro.

    A variação dos preços da manga é calculada pelo IBGE em oito capitais e regiões metropolitanas. Em agosto, a fruta foi um dos produtos responsáveis pela queda nos preços da alimentação no domicílio (-1,02%).

    A maior deflação da manga foi registrada em Belo Horizonte (-31,61%). A menor baixa ocorreu em São Paulo (-9,77%).

    Com a indefinição gerada pelo tarifaço de Trump, o setor de frutas chegou a indicar risco de que mangas estragassem no pé, porque não haveria mercado para elas em outro país, e nem mesmo no Brasil, já abastecido, como noticiou a coluna de Mônica Bergamo em julho.

    Preço da manga, afetada por tarifas de Trump, cai 21% no Brasil, maior recuo mensal desde 2007