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  • Eduardo Bolsonaro pode ser cassado; Conselho de Ética já analisa caso

    Eduardo Bolsonaro pode ser cassado; Conselho de Ética já analisa caso

    O Conselho de Ética da Câmara iniciou a análise de quatro representações contra Eduardo Bolsonaro. Os pedidos, apresentados por PT e PSOL, apontam quebra de decoro parlamentar e podem levar à cassação do mandato

    O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agora é alvo de uma análise formal do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Nesta sexta-feira, 15, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorizou o envio de quatro representações que acusam o parlamentar de quebra de decoro por atuar contra a soberania nacional.

    Os pedidos, protocolados pelos partidos PT e PSOL, estavam aguardando uma decisão na Mesa Diretora por semanas. O despacho de Motta para liberar a tramitação das ações ocorre após intensa pressão de partidos que apoiam o governo atual.

     
    Declarações de Eduardo Bolsonaro motivaram representações

    Eduardo Bolsonaro está fora do país desde março e, em suas recentes declarações, tem criticado publicamente autoridades brasileiras. Ele afirmou que um possível recuo nas articulações por sanções internacionais contra o Brasil dependeria da aprovação, no Congresso, de um projeto que concederia anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

    O deputado também sugeriu que o próprio Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), poderiam ser alvos de retaliações por parte dos Estados Unidos, caso a anistia não seja aprovada.

     Próximos passos no Conselho de Ética

    Com a autorização de Hugo Motta, o Conselho de Ética dará início aos procedimentos internos para avaliar os casos. Segundo o regimento da Câmara, o colegiado tem a obrigação de se reunir para formalizar a abertura dos processos. Na sequência, serão sorteados três nomes entre os membros do Conselho, e seu presidente designará um relator para cada uma das quatro representações.

    Eduardo Bolsonaro pode ser cassado; Conselho de Ética já analisa caso

  • Reforço militar dos EUA na América Latina gera apreensão em Brasília

    Reforço militar dos EUA na América Latina gera apreensão em Brasília

    O presidente Donald Trump ordenou o envio de submarinos, navios de guerra e fuzileiros ao Mar do Caribe Meridional. O movimento, voltado ao combate ao narcotráfico, também pressiona o governo de Nicolás Maduro, gerando apreensão em Brasília

    O governo brasileiro acompanha com cautela a decisão dos Estados Unidos de reforçar sua presença militar no Mar do Caribe Meridional. A operação, anunciada pelo presidente Donald Trump, prevê o envio de navios de guerra, submarinos e aeronaves para atuar sob o comando do Southcom, responsável pelas operações americanas na região.

    Segundo fontes de defesa citadas por veículos internacionais, o destacamento inclui o Grupo Anfíbio de Prontidão Iwo Jima, a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, além de um submarino nuclear e contratorpedeiros. O objetivo declarado por Washington é combater organizações de narcotráfico na América Latina, mas analistas apontam também pressão direta sobre o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.

    O movimento ocorre dias depois de Trump anunciar um aumento para US$ 50 milhões na recompensa por informações que levem à captura de Maduro, acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de envolvimento com narcotráfico. O presidente venezuelano respondeu chamando a iniciativa de “ameaça imperialista” e advertiu que qualquer ataque poderia significar “o fim do império americano”.

    Em Brasília, a leitura inicial é de que o deslocamento militar causa preocupação “em qualquer circunstância”, segundo assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a BBC. Embora o governo mexicano, liderado por Claudia Sheinbaum, tenha minimizado o risco de intervenção direta por ocorrer em águas internacionais, fontes diplomáticas brasileiras monitoram o avanço da operação.

    De acordo com informações divulgadas pela CNN Americana, os reforços enviados pelos EUA também visam enfrentar “ameaças à segurança nacional” atribuídas a grupos narcoterroristas da região. Um oficial da Marinha americana declarou que a tropa está preparada para “executar ordens legais e apoiar os comandantes combatentes conforme necessário”.

    Reforço militar dos EUA na América Latina gera apreensão em Brasília

  • Família de Padilha, ministro de Lula, tem visto aos EUA cancelado

    Família de Padilha, ministro de Lula, tem visto aos EUA cancelado

    A mulher a filha de Padilha receberam comunicados dizendo que “surgiram informações de que o senhor pode estar inelegível para o visto”

    WASHINGTON, EUA (CBS NEWS) – Familiares do ministro Alexandre Padilha (Saúde) tiveram o visto aos Estados Unidos cancelado, segundo informou o próprio consulado do país em São Paulo aos parentes.

    A medida foi tomada dois dias depois de o Departamento de Estado do governo Donald Trump cancelar o visto de funcionários que implementaram o Mais Médicos.

    Como a Folha de S.Paulo mostrou, Padilha havia sido incluído na lista. O ministro, porém, está com o visto vencido, por isso a medida não o atingiu.

    A mulher a filha de Padilha receberam comunicados dizendo que “surgiram informações de que o senhor pode estar inelegível para o visto”. A informação foi antecipada pelo G1 e confirmada pela Folha de S.Paulo.

    Na quarta (13), o Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou que revogaria vistos de autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas (Organização Pan Americana de Saúde) que tivessem atuado na contratação de médicos cubanos no Mais Médicos.

    A gestão Trump afirmou que havia revogado os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales e Alberto Kleiman. O Departamento de Estado justificou a medida porque ambos “trabalharam no Ministério da Saúde do Brasil durante o programa Mais Médicos e desempenharam um papel no planejamento e na implementação do programa”.

    Mozart é atualmente secretário de Atenção Especializada à Saúde e muito próximo do ministro Alexandre Padilha (Saúde). Já Kleiman é coordenador-geral para COP30 da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), organização intergovernamental da qual fazem parte os governos de países que têm floresta amazônica em seus territórios.

    O Mais Médicos foi implementado em 2013, durante o governo Dilma Rousseff. À época, Padilha também era ministro da Saúde e os afetados nesta quarta pela decisão dos EUA trabalhavam com ele.

    Família de Padilha, ministro de Lula, tem visto aos EUA cancelado

  • Trump diz que definirá tarifas sobre aço e chips na semana que vem; no início serão baixas

    Trump diz que definirá tarifas sobre aço e chips na semana que vem; no início serão baixas

    “As tarifas de aço e chips terão uma taxa menor no início”, disse Trump em conversas com repórteres

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que irá definir as tarifas sobre aço e chips na próxima semana, em comentários para repórteres a bordo do Air Force One, a caminho para o Alasca, onde se encontrará com o homólogo russo, Vladimir Putin, nesta sexta-feira. “As tarifas de aço e chips terão uma taxa menor no início”, disse, sem fornecer mais detalhes.

    Trump ainda fez comentários sobre a guerra na Ucrânia, afirmando que Putin queria tomar o país por inteiro. “Se eu não fosse presidente, ele teria feito isso”, disse.

    Segundo Trump, Putin está interessado na economia norte-americana. Ele não deu detalhes a respeito.

    O encontro entre os dois presidentes deve ocorrer por volta das 16 horas de Brasília. Há a expectativa de uma coletiva de imprensa após o encontro. Trump disse nos últimos dias que iria telefonar para os líderes europeus e para o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, após o término do encontro.

    Trump diz que definirá tarifas sobre aço e chips na semana que vem; no início serão baixas

  • Nunes vota por absolvição, mas maioria do STF condena Carla Zambelli

    Nunes vota por absolvição, mas maioria do STF condena Carla Zambelli

    Kassio Nunes Marques foi o único a votar pela absolvição da parlamentar, até o momento

    O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta sexta-feira (15), em Brasília, o julgamento do processo em que a deputada federal licenciada Carla Zambelli (foto) (PL-SP) é ré por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.   

    O julgamento foi retomado com o voto do ministro Kassio Nunes Marques, que havia pedido vista (mais tempo para análise) do caso em março e, até o momento, foi o único a votar pela absolvição da parlamentar. Ele não divulgou o voto escrito. 

    Em março, contudo, quando o caso foi a julgamento pela primeira vez, já havia sido alcançada maioria pela condenação da parlamentar a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto. 

    Seis ministros votaram pela condenação: o relator, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Tofolli. 

    Todos seguiram o entendimento de Mendes, que votou também pela perda do mandato em função da condenação criminal. 

    O caso é julgado no plenário virtual, e os demais ministros têm até as 23h59 da próxima sexta-feira (22) para votar. Restam os votos dos ministros Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Luiz Fux e Edson Fachin. 

    Relembre o caso

    A ação penal julgada agora pelo Supremo Tribunal Federal está relacionada ao episódio em que Zambelli sacou uma arma de fogo numa via pública de São Paulo e apontou para o jornalista Luan Araújo, que perseguiu até uma lanchonete onde ele tentou se proteger. 

    O caso ocorreu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

    Em seu voto, Gilmar Mendes afirmou que a reação armada diante de ofensas não encontra amparo no Estado Democrático de Direito.

    “Ao adentrar no estabelecimento comercial com a arma em punho apontada para Luan, determinando repetidas vezes que o mesmo deitasse no chão, a ré claramente forçou-o a fazer ato contrário à sua vontade, utilizando-se da arma de fogo para subjugá-lo, mediante grave ameaça, restringindo sua liberdade momentaneamente”, afirmou o relator. 

    Segunda condenação Caso confirmada, essa será a segunda condenação de Carla Zambelli pelo STF, após ela ter sido condenada, em maio, a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

    Antes de ser presa, contudo, Zambelli fugiu para a Itália, país do qual também possui cidadania. No fim de julho, ela foi localizada e presa pelas autoridades italianas, depois de ter sido incluída na difusão vermelha da Interpol.

    Em seguida, a Justiça italiana decidiu mantê-la presa após ela ter sido apresentada a um juiz, procedimento similar à audiência de custódia realizada no Brasil. 

    Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da deputada para o Brasil. Não há prazo para decisão final sobre a extradição, que será avaliada pela justiça italiana. 

    Nunes vota por absolvição, mas maioria do STF condena Carla Zambelli

  • Moraes e Zanin votam a favor de INSS pagar BPC a mulher vítima de violência doméstica

    Moraes e Zanin votam a favor de INSS pagar BPC a mulher vítima de violência doméstica

    O posicionamento é o mesmo do relator do tema 1.370, Flávio Dino, favorável ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pagar BPC (Benefício de Prestação Continuada) a mulheres vítimas de violência doméstica

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Cristiano Zainin votaram a favor de o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pagar BPC (Benefício de Prestação Continuada) a mulheres vítimas de violência doméstica.

    O posicionamento é o mesmo do relator do tema 1.370, Flávio Dino, que defende ainda a concessão de auxílio-doença quando houver restrição impedindo a segurada da Previdência Social de seguir trabalhando e indica a Justiça estadual como foro competente para este tipo de decisão.

    O caso está em julgamento no plenário virtual da corte, com previsão de término do julgamento na segunda-feira (18). Até a manhã desta sexta, apenas Dino, Moraes e Zanin tinham se posicionado.

    Os ministros devem decidir se o INSS é o responsável por pagar benefício à vítima, conforme prevê a Lei Maria da Penha, quando houver afastamento das atividades por risco de nova violência, e qual o foro competente no caso de ações deste tipo.

    Em seu relatório, Dino justificou a decisão citando o artigo 9º da Lei Maria da Penha, que assegura medidas de proteção e apoio à mulher vítima de violência doméstica, e a Lei de Benefícios da Previdência Social.

    Ele também ressalta que o BPC seria pago quando a mulher não é segurada do INSS e, portanto, não tem direito ao auxílio-doença, e desde que atenda aos critérios de vulnerabilidade econômica, ou seja, fazer parte de família de baixa renda.

    Para o ministro, o afastamento da vítima de suas atividades profissionais quando ainda há risco à sua integridade física após agressão tem natureza previdenciária, nos casos em que ela é segurada do INSS, ou assistencial, quando é de baixar renda, o que justificaria a liberação do BPC.

    Dino diz ainda que, em caso de afastamento por auxílio-doença, se a vítima tiver carteira assinada, os primeiros 15 dias devem ser custeados pelo empregador, conforme determina a lei. Para autônomas que pagam o INSS por conta própria, o custeio é do INSS.

    Sobre a Justiça estadual ser o foro responsável por definir medida protetiva e de renda pelo afastamento a decisão de representa derrota para o instituto, que questionava essa competência. Em geral, ações contra a Previdência correm na Justiça Federal.

    Segundo advogados previdenciários ouvidos pela Folha, o caso ainda deve demorar a chegar ao final e, se de fato for definido o pagamento de BPC para a mulher vítima de violência de baixa renda, o pagamento não será automático e dependerá de decisão judicial.

    A advogada Jane Berwanger, diretora de atuação judicial do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), que participa da ação como amicus curiae -amigo da corte-, afirma não ser necessário uma nova lei com as regras para o pagamento, mas diz que o INSS terá de publicar portaria tratando das medidas.

    Mesmo sem ter uma decisão final, o tema já causa polêmica pela previsão de despesa que pode representar ainda mais gastos pelo cofres públicos. O BPC é um benefício assistencial pago a idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência.

    Não há na lei regra específica que indique a liberação de valores em outra ocasião. Hoje, o instituto paga 3,7 milhões de BPCs para pessoas com deficiência e 2,7 milhões para idosos. Dados apontam crescimento de 6% neste ano ante 2024.

    O advogado João Badari, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários), diz que o artigo 120 da lei 13.846, de junho de 2019, determina à Previdência o dever de cobrar do agressor todos os valores pagos como benefício por causa da agressão.

    Isso significa que a AGU (Advocacia-Geral da União), que representa o governo na Justiça, deverá entrar com ações regressivas para receber o que o INSS teve de pagar à mulher.

    O Judiciário já vem determinando ressarcimento aos cofres públicos por parte do agressor em ações de pagamento de pensão por morte aos dependentes quando a vítima não resiste e morre.

    Ele diz que, para receber o BPC, a segurada só terá os valores caso o Judiciário determine esse pagamento e elas provem sua condição socieconômica. Além disso, há prazo máximo de seis meses de liberação da renda, conforme diz a Lei Maria da Penha.

    “Não quer dizer que aquela mulher vai receber automaticamente o BPC, tem que provar que ela é de baixa renda e que ela não consegue trabalhar”, afirma.

    QUANDO O CASO CHEGARÁ AO FINAL?

    Embora o julgamento do tema 1.370 no plenário virtual esteja previsto para terminar na segunda (18), ainda haverá a possibilidade de o INSS entrar com recurso. Neste caso, é apresentado o embargo de declaração para tentar reverter a decisão e/ou esclarecer algum ponto da decisão.

    Durante o julgamento no plenário virtual, os ministros podem ainda pedir vista, que é a solicitação de mais prazo para analisar o processo, ou destaque, quando o caso vai para debate no plenário físico. Com isso, não há uma data específica de quando a ação chegará totalmente ao final.

    Moraes e Zanin votam a favor de INSS pagar BPC a mulher vítima de violência doméstica

  • Hugo Motta anuncia que relator da CPMI do INSS será o deputado Ricardo Ayres

    Hugo Motta anuncia que relator da CPMI do INSS será o deputado Ricardo Ayres

    Ricardo Ayres (Republicanos-TO) será o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) e o presidente do colegiado será o senador Omar Aziz (PSD-AM)

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta sexta-feira, 15, que o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) será o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) sobre as fraudes ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O presidente do colegiado será o senador Omar Aziz (PSD-AM).

    O nome foi anunciado por Motta em seu perfil no X.

    Na quarta-feira, 13, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), indicou que a CPMI será instalada “impreterivelmente” na semana que vem.

    O colegiado será responsável por apurar o esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do órgão.

    O pedido de instalação da CPMI foi apresentado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) com apoio de 223 deputados e de 36 senadores.

    A criação da CPMI foi autorizada por Alcolumbre em junho.

    Hugo Motta anuncia que relator da CPMI do INSS será o deputado Ricardo Ayres

  • Governo define defesa de Pix em resposta a Trump

    Governo define defesa de Pix em resposta a Trump

    A resposta por escrito do governo Lula às acusações do governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, deve ser protocolada até 18 de agosto

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve argumentar, na investigação comercial movida pelo USTR (escritório do representante de comércio dos EUA), que o Pix não discrimina serviços de pagamento operados por empresas estrangeiras, sejam eles de qualquer tipo.

    Na resposta que está sendo preparada pelo Itamaraty, o governo deve alegar que funcionalidades de pagamento diferentes, como o Whatsapp Pay, não são obrigadas a aderir ao Pix (embora muitas tenham integrado a tecnologia em suas plataformas) e podem funcionar livremente no país, desde que dentro das regras estabelecidas pelo Banco Central -as mesmas exigidas de agentes brasileiros.

    A resposta por escrito do governo Lula às acusações deve ser protocolada até 18 de agosto. O Banco Central participou das reuniões preparatórias que discutiram a resposta a ser enviada aos EUA.

    Procurada, a autoridade monetária não respondeu.

    Quando lançou a apuração, em julho, USTR disse que “o Brasil adota uma variedade de atos, políticas e práticas que podem comprometer a competitividade de empresas dos Estados Unidos envolvidas no comércio digital e em serviços de pagamento eletrônico.”

    “O Brasil também parece adotar diversas práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a, favorecer os serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo próprio governo”, disse ainda o órgão do governo Trump, numa referência ao Pix.

    Como a Folha mostrou, a determinação do Planalto logo após a abertura da investigação foi reafirmar aos americanos que o Pix é uma operação já consagrada e que não será modificada.

    O fato de o Pix ter entrado na mira de Trump foi inclusive usado pela equipe de comunicação de Lula para ressaltar uma mensagem de defesa do popular meio de pagamento.

    Ainda em julho, o perfil oficial do governo compartilhou nas redes sociais uma imagem com a frase “O Pix é nosso, my friend”. Na legenda, escreveu que o mecanismo “é do Brasil e dos brasileiros” e que ele vem “causando um ciúme danado lá fora”.

    A investigação do USTR contra o Brasil mira múltiplas frentes: comércio digital e serviços de pagamento eletrônico; tarifas “injustas e preferenciais”; leis anticorrupção; proteção da propriedade intelectual; acesso ao mercado de etanol; e desmatamento ilegal.

    A apuração tem potencial de causar danos adicionais à economia brasileira e traz riscos de sanções consideradas de difícil reversão.

    O USTR também se queixa que o Brasil dá tratamento preferencial no comércio a grandes parceiros como Índia e México -e que essas condições não se estendem aos EUA.

    “Quando o Brasil aplica tarifas mais baixas sobre produtos de outras economias grandes e competitivas, enquanto continua sujeitando os produtos dos EUA às suas altas tarifas de NMF (Nação Mais Favorecida), as exportações americanas não têm condições equitativas de concorrência no mercado brasileiro. Isso pode suprimir as exportações dos EUA e a produção econômica, com consequências negativas para o emprego e a produção doméstica”, alega o USTR.

    Ao rebater esse ponto, o governo Lula deve argumentar ao USTR que todos os entendimentos de preferência praticados pelo Brasil -seja bilateralmente ou no âmbito do Mercosul- estão autorizados pelas regras da OMC (Organização Mundial do Comércio).

    O ponto mais delicado das discussões internas no governo foi sobre como abordar as acusações do governo Trump de que tentativas de regulação das plataformas digitais no Brasil podem levar a “restrições a uma ampla variedade de discursos” e “aumentar significativamente o risco de prejuízos econômicos para as empresas americanas de mídia social.”

    Uma das linhas da argumentação do governo deve ser uma defesa do STF (Supremo Tribunal Federal) e da sua legitimidade para analisar o Marco Civil da Internet, por exemplo -a corte decidiu ampliar recentemente as obrigações das plataformas digitais no Brasil ao julgar a norma.

    Na visão do Planalto, trata-se do tema mais delicado entre todas as reclamações do USTR contra o Brasil, uma vez que é visto como uma das principais razões por trás da ofensiva que Trump desencadeou contra o Brasil. A outra é a suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    A investigação aberta por Trump ocorre no âmbito da chamada seção 301 da Lei de Comércio de 1974.

    Ela autoriza o governo dos EUA a retaliar, com medidas tarifárias e não tarifárias, qualquer nação estrangeira que tome práticas vistas como injustificadas e que penalizam o comércio americano.

    As normas dos EUA exigem que o país alvo da investigação seja ouvido e apresente argumentos. O processo costuma durar 12 meses a partir do início da apuração.

    O Brasil já esteve na mira do USTR em ocasiões anteriores, principalmente em apurações na década de 80 sobre os setores de informática e de remédios. As investigações do passado, no entanto, não eram tão abrangentes quanto a determinada por Trump em julho.

    Além da investigação, Trump instituiu uma sobretaxa nos EUA de 50% para uma série de produtos brasileiros e aplicou sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

    Governo define defesa de Pix em resposta a Trump

  • Zanin marca para 2 de setembro julgamento de Bolsonaro no STF por trama golpista

    Zanin marca para 2 de setembro julgamento de Bolsonaro no STF por trama golpista

    São réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Cristiano Zanin, marcou para o dia 2 de setembro o início do julgamento do núcleo central da trama golpista. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete são réus por crimes contra a democracia.

    A expectativa é que o julgamento dure cinco dias. Foram convocadas sessões nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro para a análise do caso.

    As datas foram definidas nesta sexta-feira (15) após o ministro-relator Alexandre de Moraes comunicar a Zanin que está pronto para levar o processo da trama golpista a julgamento. Um comunicado da secretária da Primeira Turma, Cintia da Silva Gonçalves, informa sobre a convocação de sessões extraordinária para o julgamento.

    “De ordem do Excelentíssimo Senhor Ministro Cristiano Zanin, Presidente da Primeira Turma, informo a CONVOCAÇÃO das Sessões Extraordinárias para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro de 2025, com início às 9:00 horas e término às 12:00 horas; Sessão Extraordinária para o dia 12 de setembro de 2025, com início às 14:00 horas e término às 19h00 horas; e a CONVOCAÇÃO das Sessões Ordinárias para os dias 2 e 9 de setembro de 2025, com início às 14:00 horas e término às 19h00 horas, para o julgamento da Ação Penal 2.668 Núcleo 1, de Relatoria do Ministro Alexandre de Moraes”.

    São réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do GSI Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-chefe da Casa Civil Walter Braga Netto.

    O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também faz parte do grupo, mas o processo contra ele foi parcialmente paralisado por determinação da Câmara.

    Zanin marca para 2 de setembro julgamento de Bolsonaro no STF por trama golpista

  • Notificação do Rumble a Moraes é enviada ao STJ para intimação de ministro em processo nos EUA

    Notificação do Rumble a Moraes é enviada ao STJ para intimação de ministro em processo nos EUA

    A plataforma de vídeos Rumble e a Truth Social, rede social do presidente Donald Trump, pediram à Justiça da Flórida que Moraes seja responsabilizado civilmente por decisões proferidas contra a empresa

    WASHINGTON, EUA (CBS NEWS) – A notificação da Justiça Federal da Flórida para que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), se manifeste no processo que o Rumble e a Truth Social movem contra ele nos Estados Unidos foi enviada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) nesta sexta-feira (15).

    Trata-se do início do processo para que o magistrado seja formalmente intimado da ação que corre na Justiça da Flórida. Como é um caso que tramita em outro país, há um rito a ser seguido para notificar Moraes.

    O DOJ (Departamento de Justiça) americano envia ao governo brasileiro, por meio do Ministério da Justiça, o aviso sobre a ação. A pasta então, encaminha o caso para o STJ -passo cumprido nesta semana-, que designa um juiz para que então intime o ministro.

    A plataforma de vídeos Rumble e a Truth Social, rede social do presidente Donald Trump, pediram à Justiça da Flórida que Moraes seja responsabilizado civilmente por decisões proferidas contra a empresa.

    As companhias pedem que a Justiça determine o pagamento de “danos compensatórios”. No documento, os advogados chamam as decisões de Moraes de “ordens da mordaça” e o acusam de censura.

    A ação, apresentada inicialmente em fevereiro, solicita que a corte declare como inexequíveis nos Estados Unidos as ordens de Moraes contra a plataforma. Pede também que a Justiça impeça o ministro de determinar a outras empresas, como a Apple, que façam a remoção em suas lojas de aplicativo da plataforma.

    O processo gira em torno principalmente de uma decisão de Moraes para que o Rumble encerre permanentemente a conta do bolsonarista Allan dos Santos e impeça a criação de novos perfis.

    O Rumble não cumpriu a decisão e, como resultado, em fevereiro -já alvo da ação nos EUA-, o ministro do STF mandou suspender a plataforma de vídeos em todo o território nacional. Determinou ainda a aplicação de multa diária de R$ 50 mil enquanto as ordens não forem cumpridas.

    Depois, Moraes deu nova ordem à plataforma solicitando a suspensão das contas de Rodrigo Constantino, em movimento que também foi avisado à corte da Flórida.

    É mais um movimento do governo Donald Trump contra Moraes. O ministro já teve proibida sua entrada nos EUA e foi sancionado financeiramente pela Lei Magnistky.

    Notificação do Rumble a Moraes é enviada ao STJ para intimação de ministro em processo nos EUA