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  • Indefinições de Bolsonaro e Tarcísio afetam chapas da direita ao Senado

    Indefinições de Bolsonaro e Tarcísio afetam chapas da direita ao Senado

    Partidos aliados aguardam a decisão de Jair Bolsonaro sobre quem será o candidato do bolsonarismo à Presidência em 2026 para definir alianças e chapas ao Senado. O ex-presidente quer indicar ao menos um nome por estado, priorizando o controle político da Casa

    (CBS NEWS) – Partidos de direita aguardam a definição de Jair Bolsonaro (PL) sobre quem será seu sucessor na disputa pela Presidência em 2026 para definir chapas em estados considerados estratégicos para a eleição nacional.

    O bolsonarismo tem candidatos competitivos ao Senado, seja do PL, seja de partidos aliados, em ao menos 13 estados -majoritariamente no centro-sul do país.

    A Casa tem a prerrogativa de aprovar o impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e foi eleita como prioridade por Bolsonaro, que sonha concentrar a maioria dos parlamentares para “ter mais poderes quer o próprio presidente da República”, como já afirmou.

    Aliados do bolsonarismo apontam que alianças podem ser feitas ou desfeitas a depender de quem for o candidato ao Planalto -e de se for um nome também próximo de alguns partidos de centro, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou algum integrante da família Bolsonaro.

    A indefinição se dá especialmente no PSD –que integra o governo Lula (PT), mas também o de Tarcísio em São Paulo. O governador tem mantido postura ambígua, mas freou a ofensiva presidencial nas últimas semanas e tem reforçado ser candidato à reeleição.

    A ordem do ex-presidente é para que uma das vagas em cada estado seja de sua indicação, e a outra, de um partido aliado.

    Apesar da prioridade dada por Bolsonaro, seu campo político precisaria de um desempenho eleitoral sem precedentes em 2026 para controlar a maioria das 81 cadeiras do Senado.

    Em 2022, foram disputadas 27 vagas na Casa, e os aliados do ex-presidente conquistaram 56% delas. Em 2026, o Senado irá renovar as demais 54 vagas. Se o bolsonarismo repetir o índice de sucesso, conseguirá ocupar a maioria das cadeiras, 45, mas não chegará às 54 necessárias para conseguir a aprovação de um impeachment de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

    No Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Paraná, a definição da chapa do Senado para o ano que vem depende bastante do arranjo para a disputa presidencial.

    No Rio de Janeiro, se Tarcísio for candidato ao Planalto, o prefeito e provável candidato ao governo Eduardo Paes (PSD) pode ficar neutro em relação à Casa, o que beneficiaria o PL, que pode ter dois candidatos no estado.
    Paes é aliado de Lula, mas o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já disse que estará com Tarcísio caso o governador se lance à Presidência.

    No Rio, além de Flávio Bolsonaro, o PL pode lançar ao Senado o governador Cláudio Castro, o senador Carlos Portinho ou até mesmo o líder da sigla na Câmara, Sóstenes Cavalcante.

    O PSD hoje tem um pré-candidato próprio ao governo federal: Ratinho Jr., chefe do Executivo no Paraná. Ele manterá a candidatura caso o governador de São Paulo decida não concorrer. Caso contrário, poderá se lançar ao Senado. No estado, o bolsonarismo tem mais duas candidaturas: deputado Filipe Barros (PL-PR) e Cristina Graeml (Podemos).

    Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, a indefinição preocupa aliados do governador e do ex-presidente. Um cenário se desenha com Tarcísio concorrendo à reeleição, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), para uma vaga ao Senado e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) concorrendo para a outra -mas a presença dele nos EUA e as investigações que o atingem podem inviabilizá-lo.

    Em outro cenário, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), deixaria o cargo para concorrer ao governo ou o vice-governador Felício Ramuth (PSD) seria alçado ao posto.

    Há ainda a possibilidade de o vice-prefeito de São Paulo, Mello Araújo (PL), considerado um empecilho para eventual saída de Nunes, ser candidato ao Senado no lugar de Eduardo, que não deve retornar ao Brasil.

    Em Minas Gerais, estado do também presidenciável Romeu Zema (Novo), o Republicanos deve lançar para governador o senador Cleitinho, enquanto o chefe do Executivo estadual busca emplacar seu vice, Matheus Simões.

    Para isso, Simões pode se filiar ao PSD, que hoje é casa do senador Rodrigo 

    Pacheco (MG), possível nome de Lula para governador no estado.

    Santa Catarina, Distrito Federal e Rondônia são estados em que o PL deverá ter dois nomes concorrendo ao posto.

    No primeiro caso, Carlos Bolsonaro deve ficar com uma das vagas. A segunda é disputada pela deputada Carol de Toni (PL-SC) e pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), que busca a reeleição.

    Os dois estiveram recentemente com Bolsonaro, preso em casa desde 4 de agosto. O ex-presidente disse à deputada que ela era um bom nome e deu aval para que tentasse se viabilizar. Já Amin afirmou à reportagem, após o encontro, que está cedo e há muita coisa para acontecer ainda.

    O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), tenta um arco amplo de alianças, mas poderia perder Amin e o PP -que se uniriam a uma candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD)- caso seu partido lance dois nomes ao Senado.

    No Distrito Federal, o PL apresenta duas candidaturas eleitoralmente viáveis, mas o movimento pode pôr o partido em rota de colisão com aliados. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é vista como garantida em uma das vagas -caso não se lance numa eventual chapa à Presidência, mesmo que como vice.

    A outra é postulada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que busca firmar acordo com PL e PP. A ideia é que a vice Celina Leão (PP), amiga de Michelle, seja sua sucessora e a chapa contemple a ex-primeira-dama e ele.

    Mas a deputada Bia Kicis (PL-DF) também se colocou para o cargo, após conversas com Bolsonaro no início do ano.

    Em Rondônia, o PL também deverá ter dois candidatos: o senador Marcos Rogério, que tentará se reeleger, e o empresário e amigo do clã Bruno Scheid.
    Opções ao Senado competitivas ao bolsonarismo*

    NORTE (3)
    – Acre: senador Márcio Bittar (PL-AC)
    – Rondônia: deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO)
    – Pará: deputado federal Éder Mauro (PL-PA)

    NORDESTE (1)
    – Rio Grande do Norte: senador Styvenson Valentin (Podemos-RN)

    CENTRO-OESTE (4)
    – Distrito Federal: ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL-DF)
    – Goiás: deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO)
    – Mato Grosso do Sul: governador Reinaldo Azambuja (PL)
    – Tocantins: senador Eduardo Gomes (PL-TO)

    SUDESTE (3)
    – Minas Gerais: senador Carlos Viana (Podemos-MG)
    – São Paulo: secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite (PP)
    – Rio de Janeiro: senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)

    SUL (2)
    – Paraná: Cristina Graeml (Podemos)
    – Santa Catarina: Carlos Bolsonaro (PL-RJ)

    *Incluindo nomes do PL, partidos aliados ou notórios apoiadores de Bolsonaro que já estão bem posicionados em pesquisas locais para ao menos uma das vagas ao Senado

    Indefinições de Bolsonaro e Tarcísio afetam chapas da direita ao Senado

  • Congresso quer aprovar medida que abre porteira para gasto ilimitado fora do arcabouço

    Congresso quer aprovar medida que abre porteira para gasto ilimitado fora do arcabouço

    O governo Lula tenta impedir no Senado a aprovação de um projeto que permite gastos fora do arcabouço fiscal. A proposta, já aprovada na Câmara, exclui despesas com saúde, educação e empréstimos internacionais dos limites de gasto, o que, segundo técnicos, pode elevar o endividamento e fragilizar as contas públicas

    (FOLHAPRESS) – O Congresso Nacional quer aprovar uma medida que abre a porteira para gastos ilimitados fora do arcabouço fiscal. A iniciativa acendeu um alerta no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tenta barrar sua aprovação.

    A manobra foi incluída em um projeto de lei já aprovado pela Câmara dos Deputados e que agora tramita no Senado Federal. O texto exclui do arcabouço parte das despesas com educação e saúde financiadas com dinheiro do Fundo Social do Pré-Sal e gastos bancados com recursos oriundos de empréstimos internacionais.

    No caso de saúde e educação, outra lei sancionada neste ano delimita o alcance da flexibilização a 5% dos recursos do fundo, o equivalente a R$ 2 bilhões no ano que vem.

    O caso dos empréstimos é mais problemático. Na proposta de Orçamento para 2026, a programação para essas despesas é de R$ 1,9 bilhão, mas não há qualquer trava contra eventual ampliação de valores no futuro.

    Segundo dois técnicos da área econômica, o artigo autoriza, na prática, um cheque em branco para gastos fora dos limites do arcabouço, pois basta aumentar a captação de recursos por meio de empréstimos internacionais para poder gastar mais sem restrição.

    A equipe econômica tenta agora convencer os parlamentares a tirar pelo menos esse artigo do projeto. O texto estava na pauta do plenário do Senado na quarta-feira (15), mas a votação foi adiada a pedido do governo.

    O relator é o senador Jaques Wagner (PT-BA), que também é líder do governo na Casa. Nos últimos dias, integrantes do governo abriram diálogo para alertá-lo dos efeitos da medida.

    O próprio Executivo tem sido alvo de críticas por recorrer a manobras, como uso de fundos públicos e privados, para ampliar despesas. Mas técnicos da área econômica avaliam que o projeto cria uma brecha que prejudica não só as finanças públicas, mas também as contas externas.

    Ao incentivar a tomada de empréstimos no exterior para gastar fora dos limites do arcabouço, o texto serve de estímulo para que o país amplie sua dívida externa e, no limite, deixe de ser credor externo líquido (quando as reservas internacionais são maiores do que o endividamento externo), o que deixaria o Brasil mais vulnerável a choques.

    Além disso, os empréstimos são uma receita financeira, que não é contabilizada no resultado primário -que é o que conta para a meta fiscal de cada ano. Já o gasto feito a partir desses recursos é uma despesa primária. Ou seja, o arranjo piora o déficit das contas e, consequentemente, o endividamento, no que um técnico descreve como “o pior dos mundos”.

    O projeto foi apresentado originalmente pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder da sigla na Câmara e que também é o relator do Orçamento de 2026. A reportagem tentou contato com ele, mas não obteve resposta.

    Na justificativa da proposta, o parlamentar argumentou que “não faz sentido que [os recursos dos empréstimos] sejam submetidos ao limite de gastos, uma vez que são objeto de contratos firmados, com a obrigação de serem utilizados em determinados fins”.

    “A submissão desses recursos ao limite de despesas primárias da LC nº 200, de 2023 [lei do arcabouço fiscal], pode atrasar a realização das ações planejadas, trazendo prejuízos maiores, inclusive com imposição de multas, a depender do contrato firmado. Portanto, propõe-se a exclusão dessas despesas do limite”, disse no texto.

    O autor da proposta não incluiu projeção de despesas financiadas com empréstimos externos. No caso dos gastos com saúde e educação, ele estimou um impacto de R$ 1,5 bilhão, número considerado defasado pelo governo.

    Na Câmara, o projeto foi aprovado no fim de setembro por 296 votos a 145, com apoio de partidos aliados do governo, incluindo o próprio PT. A oposição chegou a pedir votação separada do artigo que abre a exceção para despesas financiadas por empréstimos internacionais, trecho que foi mantido por 281 votos a 148, novamente com respaldo dos governistas.

    A discussão do projeto se dá num momento em que o próprio Congresso se volta ao Executivo com cobranças por cortes de gastos. Esse tem sido um dos principais discursos dos parlamentares críticos ao governo Lula, usado inclusive para derrubar medidas que aumentam a arrecadação.

    Na semana passada, a Câmara enterrou a MP (medida provisória) de aumento de impostos, que poderia ampliar a arrecadação em R$ 20,9 bilhões em 2026, ano eleitoral. A proposta também continha medidas de contenção de gastos com potencial para poupar até R$ 15 bilhões no ano que vem.

    Um dia antes, os deputados aprovaram uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que afrouxa as regras de aposentadoria para agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, impondo à União a obrigação de arcar com uma ajuda financeira a estados e municípios para bancar os benefícios. A medida é vista por especialistas como uma contrarreforma da Previdência.

    Congresso quer aprovar medida que abre porteira para gasto ilimitado fora do arcabouço

  • Hugo Motta reage à cobrança por mala de mão e promete barrar abuso

    Hugo Motta reage à cobrança por mala de mão e promete barrar abuso

    O presidente da Câmara, Hugo Motta, chamou de abusiva a proposta de cobrança por mala de mão em voos e anunciou urgência para votar o projeto que proíbe a taxa. A medida, apresentada por Da Vitória, garante o direito de levar bagagem de mão sem custo adicional

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou de forma enfática a possibilidade de as companhias aéreas voltarem a cobrar pela mala de mão em voos comerciais. O parlamentar classificou a medida como um abuso e afirmou que o Legislativo não permitirá que a prática seja adotada.

    Motta anunciou que colocará em votação um pedido de urgência para o Projeto de Lei 5041/2025, de autoria do deputado Da Vitória (PP-ES), que proíbe a cobrança adicional por bagagens de mão em viagens aéreas. “Um recado às companhias aéreas que querem cobrar até pela mala de mão nas viagens: a Câmara não vai aceitar esse abuso. O consumidor vem em primeiro lugar”, declarou o presidente da Casa.

    O projeto, protocolado em 8 de outubro, prevê que passageiros tenham direito de embarcar com uma mala de mão e um item pessoal, como bolsa, mochila ou pasta, sem custo adicional. A regra valerá para voos domésticos e internacionais operados por companhias nacionais ou estrangeiras, desde que parte do trajeto ocorra em território brasileiro.

    A proposta também determina que as empresas só poderão cobrar taxas adicionais caso o volume ultrapasse o peso ou as dimensões permitidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

    Segundo o autor da proposta, a cobrança pela mala de mão representa uma prática que fere os direitos do consumidor. Ele afirma que a medida viola os princípios da transparência e da boa-fé ao transformar um serviço essencial em produto opcional e retirar um direito historicamente reconhecido aos passageiros.

    Nos últimos meses, algumas companhias aéreas começaram a oferecer tarifas mais baratas para passageiros que viajam apenas com um item pessoal que caiba sob o assento, como uma bolsa ou mochila, alegando que isso oferece opções mais econômicas. A prática, no entanto, tem sido criticada por restringir um benefício tradicional e aumentar os custos para quem precisa levar bagagem de mão.

     

    Hugo Motta reage à cobrança por mala de mão e promete barrar abuso

  • Governo americano diz que conversa com Brasil foi muito positiva e monta cronograma de trabalho

    Governo americano diz que conversa com Brasil foi muito positiva e monta cronograma de trabalho

    Em declaração conjunta divulgada nesta quinta-feira (16), Brasil e Estados Unidos afirmaram ter tido “conversas muito positivas” sobre comércio e temas bilaterais. O encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio marcou o início de uma nova fase de cooperação e pode abrir caminho para uma reunião entre Lula e Trump

    (FOLHAPRESS) – O governo dos Estados Unidos classificou como “muito positivas” as conversas entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e sua contraparte americana, o secretário de Estado, Marco Rubio, nesta quinta-feira (16).

    O posicionamento consta em uma declaração conjunta entre os integrantes dos governos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, divulgada no início da noite.

    No comunicado, o representante do Comércio dos EUA, Jamieson Greer, Rubio e Vieira afirmam que houve “conversas muito positivas sobre comércio e questões bilaterais em andamento”.

    “O embaixador Greer, o secretário Rubio e o ministro Mauro Vieira concordaram em colaborar e conduzir discussões em múltiplas frentes num futuro próximo, estabelecendo um caminho de trabalho conjunto”, diz a declaração.

    “Ambas as partes também concordaram em trabalhar juntas para agendar uma reunião entre o presidente Trump e o presidente Lula na primeira oportunidade possível”, continua.

    A divulgação de uma manifestação conjunta, assinada pelos dois governos, não é um padrão do Departamento de Estado, indicando uma sintonia entre as partes sobre o teor do encontro.

    O comunicado não atrela as sobretaxas a decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e à condenação de Jair Bolsonaro (PL), como já fizeram Rubio e Greer anteriormente ao tratar do tema.

    Para integrantes do governo brasileiro, isso é mais um sinal de que há uma orientação para que se avance em acordos comerciais, a despeito de questões políticas.

    Após o encontro, em pronunciamento a jornalistas, Vieira afirmou que este é um “início auspicioso de processo negociador” com os Estados Unidos. O ministro também disse que pediu o fim de sanções aplicadas pelos EUA, como suspensão de vistos e punições financeiras a autoridades.

    Este foi o primeiro encontro presencial entre representantes de alto escalão dos dois governos desde que Lula e Trump tiveram uma rápida interação durante a Assembleia Geral da ONU. Depois, ambos os presidentes conversaram por telefone. Trump reafirmou publicamente ter tido uma “química” com Lula.

    Apesar da declaração oficial, interlocutores do governo americano ligados ao Departamento de Estado minimizaram o aspecto positivo da reunião e disseram que, para o secretário de Estado, a parte política ainda importa. A maior parte das sanções a autoridades brasileiras, como a suspensão de vistos, partiu do Departamento de Estado, que tem uma ala considerada mais ideológica e ligada ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e o empresário Paulo Figueiredo.

    Os sinais públicos dados pelos auxiliares de Trump nesta quinta, porém, sinalizam uma perda de espaço dessa ala.

    Governo americano diz que conversa com Brasil foi muito positiva e monta cronograma de trabalho

  • Fux abandonou plenário do STF durante críticas de Gilmar à Lava Jato

    Fux abandonou plenário do STF durante críticas de Gilmar à Lava Jato

    Gilmar fez críticas à Lava Jato durante sessão e leu mensagens trocadas entre procuradores, os chamando de cretinos; Fux levantou-se da cadeira e deixou o plenário para não mais retornar

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O embate entre os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux durante o intervalo do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) de quarta-feira (15) se estendeu durante a sessão no plenário do tribunal.

    O Supremo julgava um processo sobre os valores obtidos através de condenações em ações públicas na Justiça do Trabalho não serem destinados a um fundo específico, como prevê a legislação.

    Gilmar usou o caso para renovar suas críticas à Lava Jato, lendo mensagens trocadas entre procuradores e acusando-os de cretinos. Fux, com quem havia discutido havia minutos, levantou-se da cadeira e deixou o plenário para não mais retornar.

    O decano do Supremo fez a ligação entre os dois temas ao se recordar que, durante a Lava Jato, os procuradores responsáveis pela investigação decidiram criar um fundo bilionário, bancado com recursos recuperados da Petrobras e administrado pela força-tarefa para patrocinar projetos de cidadania e anticorrupção.

    “O principal exemplo de desvio flagrantemente ilegal de recursos que deveria servir à recomposição de danos de atos ilícitos é, sem dúvida, o que se observou no âmbito da tal Operação Lava Jato, em que foram verificadas até mesmo tentativa de apropriação de verbas bilionários com criação de fundos que seriam administrados pelos procuradores de Curitiba”, disse.

    “O Brasil produziu, presidente, nesse período de Lava Jato e quejandos -e é uma singularidade brasileira, uma jabuticaba– um tipo de combatente, ministro Zanin, de corrupção que gosta muito de dinheiro. É uma singularidade”, completou.

    Gilmar entrou no assunto por esse caminho, comparando o uso irregular de recursos que deveriam ir a um fundo público. Citada a Lava Jato, o ministro passou a ler mensagens trocadas entre procuradores e avançar sobre temas diversos ao processo em julgamento.

    Ele disse que procuradores tentaram montar um esquema internacional para compartilhamento ilegal de provas, citou “entrega de provas em saco de supermercado” e chamou a gestão do ex-chefe da PGR (Procuradoria-Geral da República) Rodrigo Janot de “triste memória”.

    O voto de Gilmar durou pouco menos de 50 minutos. Fux deixou o plenário do Supremo logo no início. Após o decano do tribunal terminar sua fala, foram feitas poucas intervenções e o presidente da corte, Edson Fachin, encerrou a sessão.

    Um ministro afirmou à Folha, sob reserva, que a retirada de Fux foi percebida pelos colegas como um ato de repúdio a Gilmar. O clima na corte seguiu tenso nesta quinta-feira (16). Gilmar e Fux, procurados, não se manifestaram.

    Uma hora antes do embate silencioso no plenário, Gilmar e Fux tiveram um duro diálogo em uma das salas do STF anexas ao plenário, como revelou a colunista Mônica Bergamo.

    No intervalo da sessão, pouco depois das 16h, Gilmar questionou Fux, de forma irônica, sobre ele ter suspendido o julgamento de um recurso em que Sergio Moro tenta reverter decisão que o tornou réu pelo crime de calúnia contra o próprio Gilmar.

    O placar da Primeira Turma estava em 4 a 0 contra Moro. Fux pediu mais tempo para analisar o processo. De acordo com relatos da conversa, Gilmar disse a Fux: “Vê se consegue fazer um tratamento de terapia para se livrar da Lava Jato”.

    Em seguida, ele afirmou que o colega deveria “enterrar” o assunto “do Salvador”, referindo-se a um ex-funcionário do gabinete de Fux, José Nicolao Salvador, citado numa proposta de delação premiada na década passada, e demitido pelo magistrado em 2016.

    De acordo ainda com relatos, Fux reagiu. Respondeu que tinha pedido vista do caso de Moro para examiná-lo melhor e que também estava contrariado com Gilmar, que falaria mal dele em diversos lugares e ocasiões.

    Gilmar afirmou que isso era verdade, mas que falava mal de Fux publicamente, e não pelas costas, por considerá-lo uma figura lamentável. E deu como exemplo o julgamento de Jair Bolsonaro, dizendo que Fux “impôs aos colegas [da Primeira Turma] um voto de 12 horas que não fazia o menor sentido”, finalizando por absolver o ex-presidente e “condenar o mordomo [o tenente-coronel Mauro Cid, por tentativa de abolição do Estado democrático de Direito]”, o que teria deixado “todo mundo” chateado.

    Fux, segundo ainda relatos, defendeu seu voto, afirmando que era o que tinha que fazer diante do que entendia ser um massacre sofrido pelos réus da trama golpista.

    Fux abandonou plenário do STF durante críticas de Gilmar à Lava Jato

  • Dólar e Bolsa fecham em queda com dados de atividade econômica do Brasil

    Dólar e Bolsa fecham em queda com dados de atividade econômica do Brasil

    Investidores avaliam resultado do IBC-Br, divulgado nesta manhã pelo Banco Central; analistas também pesam tensões entre EUA e China, além de possível corte de juros pelo Fed neste mês

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em queda de 0,37% nesta quinta-feira (16), cotado a R$ 5,441, e a Bolsa recuou 0,28% a 142.200 pontos.

    Em dia de agenda esvaziada, o mercado digeriu os dados do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado um sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto).

    Na ponta internacional, o destaque ficou com as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, além de expectativas sobre os juros americanos.

    O IBC-Br mostrou que a atividade brasileira voltou a crescer em agosto, a 0,4%, rompendo a sequência de três meses de queda. O dado, porém, veio mais fraco do que os 0,6% esperados.

    A desaceleração, segundo analistas de mercado, deriva de um ambiente de juros restritivos e incertezas em relação à política tarifária dos Estados Unidos.

    Na última reunião de política monetária, no mês passado, o BC (Banco Central) decidiu manter a taxa básica de juros do país, a Selic, em 15% ao ano. A ata do encontro mostrou que o colegiado inaugurou uma nova fase na política de juros, na qual a Selic deverá ficar inalterada por um longo período de tempo para atingir a meta de inflação de 3% ao ano.

    O dado de agosto “reforça que a atividade não corre o risco de uma desaceleração acentuada, mas atravessa um período de crescimento mais contido”, avalia Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay.

    “A trajetória do segundo semestre seguirá condicionada à política monetária, à confiança dos agentes e ao comportamento do mercado de trabalho, em um ambiente fiscal e externo desafiador”, afirma ela.

    Ao mesmo tempo, o mês de agosto foi marcado pela entrada em vigor da tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, incluindo carne, café e frutas. Há expectativas de que o tarifaço seja atenuado: o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se encontraram nesta tarde para começar as tratativas sobre as sobretaxas.

    “É a primeira de uma série de conversas. Tem muito chão pela frente e vai demorar até termos algum resultado concreto, mas o fato de que autoridades brasileiras e americanas estão oficialmente sentando à mesa para conversar traz maior otimismo para os investidores”, diz Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.

    As tarifas do presidente Donald Trump seguem em destaque no mercado global também. A escalada de tensões entre Estados Unidos e China tem voltado a despertar temores de uma guerra comercial de grandes proporções, semelhante à do início do ano.

    À época, Trump impôs tarifas de 145% sobre produtos chineses e o líder chinês Xi Jinping respondeu com 125% sobre mercadorias americanas. Depois de meses de cabo de guerra, as sobretaxas foram reduzidas temporariamente para 30% sobre a China e 10% sobre os EUA.

    Na semana passada, porém, o governo de Xi Jinping anunciou controles de exportação que devem causar rupturas no fornecimento global de terras raras, produtos essenciais para uma série de indústrias, da automobilística à de defesa. Pelas novas regras, empresas estrangeiras precisarão obter autorização de Pequim para exportar ímãs críticos e outros produtos que contenham até pequenas quantidades de terras raras extraídas da China.

    Citando a “posição extraordinariamente agressiva” dos chineses na imposição de “controles de exportação para todos os tipos de produtos”, o presidente Donald Trump anunciou tarifas adicionais de 100% sobre produtos da China a partir do dia 1º de novembro na sexta-feira.

    Em resposta, o Ministério do Comércio chinês defendeu o diálogo, mas disse estar disposto a “ir até o fim” caso os EUA não voltem atrás nas sobretaxas adicionais de 100%. “Se os Estados Unidos optarem pelo confronto, a China o levará até o fim; se optarem pelo diálogo, nossa porta permanecerá aberta”, afirmou na terça.

    Já nesta quinta, a China acusou os americanos de alimentar pânico em relação aos controles chineses sobre terras raras.

    “A interpretação dos EUA distorce e exagera seriamente as medidas da China [de controle de exportação de terras raras], provocando deliberadamente mal-entendidos e pânico desnecessários”, disse He Yongqian, porta-voz do Ministério do Comércio da China, em entrevista coletiva.

    “Desde que os pedidos de licença de exportação estejam em conformidade e se destinem ao uso civil, eles serão aprovados.”

    Embora os investidores estejam aliviados com o fato das duas maiores economias do mundo terem evitado os aumentos tarifários retaliatórios de março e abril, cada troca de farpas entre Washington e Pequim corre o risco de inviabilizar uma reunião entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping, na Coreia do Sul no final deste mês -um ponto fixo que até agora ajudou a ancorar a estabilidade dos mercados.

    “A ‘trégua’ temporária nas alíquotas das tarifas expira em 12 de novembro. Nos próximos dias, devemos ver negociações mais tensas entre EUA e China, com os dois países buscando mostrar suas melhores cartas antes dos encontros”, diz Mattos, da StoneX.

    Ainda no radar, o mercado projeta um corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) no final do mês após um discurso do presidente da autarquia, Jerome Powell, na terça-feira.

    Ele sinalizou que as condições econômicas que culminaram no corte de 0,25 ponto percentual da reunião passada seguem vigentes, com o mercado de trabalho dando sinais de fraqueza e a inflação estabilizada.

    “Um corte de juros em outubro está dado”, afirma Julia Coronado, fundadora da empresa de pesquisa MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed. “Nada mudou a perspectiva de que ainda há riscos de queda no mercado de trabalho.”

    Dólar e Bolsa fecham em queda com dados de atividade econômica do Brasil

  • Lula instala conselho para tratar de minerais críticos e terras raras

    Lula instala conselho para tratar de minerais críticos e terras raras

    Colegiado vai assessorar governo em estratégia para o setor; Conselho será formado por representantes de 18 ministérios sob a presidência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (16) da primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), que foi criado em 2022, mas ainda não havia sido instalado. O órgão foi idealizado para planejar políticas de exploração mineral, inclusive dos chamados minerais críticos e terras raras, que hoje são atualmente fonte de tensão entre a China e os Estados Unidos.

    O Conselho será formado por representantes de 18 ministérios sob a presidência do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Na reunião de abertura, ao lado de Lula, Silveira destacou o papel do conselho, que será equivalente ao papel exercido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

    “Esse conselho tem exatamente as mesmas atribuições do CNPE, e vai deliberar sobre o norteamento das políticas públicas acerca do setor mineral do país, dando condições para a agência reguladora [Agência Nacional da Mineração]. A partir daí, irá implementar essas políticas públicas, em especial, nesse momento, onde o mundo debate com tanto vigor a importância dos minerais críticos e estratégicos para a descarbonização, para a transição energética, a segurança alimentar, enfim, para a soberania nacional”, afirmou.  

    A íntegra da reunião foi fechada à imprensa e o presidente saiu da sede do Ministério de Minas e Energia (MME) sem falar com jornalistas. 

    O CNPM deve aprovar o Plano Nacional de Mineração para os anos de 2025 a 2050. Segundo o MME, o colegiado vai discutir minerais críticos e estratégicos, mineração sustentável, segurança energética e alimentar.

    Minerais críticos

    Os minerais críticos são recursos essenciais para setores estratégicos, como tecnologia, defesa e transição energética, cuja oferta está sujeita a riscos de escassez ou dependência de poucos fornecedores. Eles incluem elementos como lítio, cobalto, níquel e terras raras, fundamentais para baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores. 

    De acordo com o Instituto Brasileira da Mineração (Ibram), entidade que representa o setor privado, o Brasil possui cerca de 10% das reservas mundiais desses elementos.

    Em audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (15), o ministro Alexandre Silveira afirmou ter sido convidado para discutir a exploração de minerais críticos com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright. 

    Após encontro de Lula com o presidente norte-americano Donald Trump, os países vêm dialogando para superar a taxação imposta pelos Estados Unidos contra o Brasil e a exploração de minérios pode entrar no bojo de uma negociação entre os países.

    Lula instala conselho para tratar de minerais críticos e terras raras

  • Pontos controversos podem ser retirados de projeto da isenção do IR, diz Renan

    Pontos controversos podem ser retirados de projeto da isenção do IR, diz Renan

    Relator afirma que objetivo é preservar núcleo do texto e garantir sanção ainda neste ano; senador afirma que Câmara incluiu exceções sem a devida compensação financeira

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou nesta quinta-feira (16) que “pontos controversos” no projeto que aumenta a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000 podem ser retirados do texto e encaminhados para uma tramitação separada, de forma paralela. O objetivo, explica ele, seria preservar ao menos o “núcleo do projeto” e garantir a sanção do presidente Lula antes da virada do ano.

    Qualquer alteração substancial no projeto no Senado obrigaria a Casa a devolver o texto para a Câmara, para uma nova análise, levando um tempo maior para a conclusão da matéria no Legislativo. Assim, Renan entende que o desmembramento do projeto pode ser uma saída. Pondera, contudo, que ainda não concluiu seu relatório e que caberá ao Senado bater o martelo.

    Sobre os pontos controversos, Renan se refere a modificações que foram feitas na Câmara a partir do texto original, que é de autoria do Planalto.

    O senador entende que o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) costurou exceções no projeto sem a devida compensação financeira. Lira, adversário político de Renan em Alagoas, foi o relator do projeto na Câmara.

    “Algumas coisas que foram colocadas sem a devida compensação serão olhadas com uma lupa para não distorcer o projeto, que é o primeiro passo significativo no caminho da justiça tributária”, disse Renan.

    O senador destaca que a versão aprovada pela Câmara blindou, por exemplo, rendimento obtido com títulos como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e de Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros). Ele acrescenta que a falta de previsão para compensação esbarra na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

    Ainda segundo Renan, uma das eventuais compensações poderia ser a elevação de alíquota das bets, que estava prevista na Medida Provisória 1303, derrubada pela Câmara.

    “Se o Senado entender que pode incorporar algumas dessas compensações, elas não ensejarão a volta do projeto para Câmara, elas irão desmembradas para a Câmara, para tramitar em um projeto paralelo”, diz Renan, que nesta quinta conduziu uma audiência pública sobre o projeto do IR com sindicatos de trabalhadores.

    No encontro, o relator ouviu pedidos para que o projeto seja aprovado e sancionado a tempo de o trabalhador sentir os efeitos da medida já em janeiro de 2026.

    “Gostaria de dizer que este projeto vai tramitar no Senado de forma célere e que aqui no Senado não teremos lobista influindo na tramitação e não vamos permitir que ele seja utilizado para pautar outras matérias que não são de interesse da sociedade, blindagem, anistia, seja lá o que for. Aqui será feito um debate aberto, transparente, a luz do dia, ouvindo cada setor da população”, disse Renan aos representantes das entidades.

    No início do mês, ao receber a relatoria, Renan já havia criticado a Câmara dos Deputados. Segundo ele, a proposta foi usada para pressionar o governo Lula, em uma chantagem para tentar avançar com a pauta da anistia e da PEC da Blindagem.

    O emedebista fará mais duas audiências públicas, na próxima semana. Seu relatório será apresentado logo na sequência, ainda em outubro.

    Além de promessa de campanha, a isenção do IR também é a principal aposta do PT para alavancar a popularidade de Lula em ano eleitoral. A medida ainda inclui um desconto no imposto de quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 mensais. Hoje, na prática, a isenção já é de até R$ 3.036 por mês. Ao todo, a desoneração da base da pirâmide de renda deve beneficiar até 16 milhões de contribuintes a um custo de R$ 31,2 bilhões no ano que vem, segundo a Câmara.

    Para compensar a perda desses recursos, o governo propôs a criação de um imposto mínimo de até 10% sobre a alta renda. O alvo da medida são 141 mil contribuintes que recolhem, em média, uma alíquota efetiva de 2,5%.

    Pontos controversos podem ser retirados de projeto da isenção do IR, diz Renan

  • Motta contrata consultoria para melhorar comunicação e imagem da Câmara nas redes sociais

    Motta contrata consultoria para melhorar comunicação e imagem da Câmara nas redes sociais

    Presidente da Câmara tenta recuperar reputação da Casa após críticas com a PEC da Blindagem; deputado foi vaiado em evento com Lula, que disse que Congresso tem o mais baixo nível

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – A Câmara dos Deputados, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), contratou por R$ 4,97 milhões uma consultoria da FGV (Fundação Getúlio Vargas) para modernizar a comunicação da Casa nas redes sociais. O contrato, assinado no início deste mês, vale até agosto de 2026.

    A contratação faz parte do esforço de Motta para melhorar a imagem da Câmara, desgastada após a aprovação da PEC da Blindagem e a realização de manifestações em todas as capitais, no fim de setembro, contra a medida e contra a anistia aos condenados por golpismo, que também está em discussão na Casa.

    Além disso, após a derrubada da medida provisória de aumento de impostos na semana passada, a Câmara voltou ao alvo do governo Lula e do PT, que reacenderam a campanha de que o Congresso é inimigo do povo e protege privilégios dos mais ricos em detrimento dos mais pobres.

    Nesta quarta-feira (15), Motta foi vaiado ao participar de evento do Dia do Professor com Lula no Rio de Janeiro. Diante da reação do público, o presidente se levantou e ficou ao lado do deputado, em uma tentativa de conter os ânimos.

    Lula, por outro lado, fez críticas ao Congresso durante seu discurso. “Hugo é presidente desse Congresso e ele sabe que esse Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora. Aquela extrema direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior”, afirmou.

    De acordo com o contrato, o serviço de consultoria inclui realização de oficinas, mentorias, manuais, além da entrega de relatórios mensais.

    Também serão criados dois laboratórios -um de inteligência artificial aplicada à comunicação para dar apoio no planejamento, produção e monitoramento de conteúdo, e outro de audiovisual para produzir vídeos e podcasts.

    A consultoria prevê ainda estratégia de resposta a crises e monitoramento de menções nas redes sociais para identificar a percepção pública da Câmara e quais são os temas mais relevantes no momento.

    Em paralelo, Motta assinou, na terça-feira (14), a política de comunicação social da Câmara com diretrizes para os conteúdos institucionais da Casa. Um dos objetivos é aproximar os cidadãos, utilizando linguagem simples, acessível e didática para esclarecer o processo legislativo.

    O documento proíbe que os canais oficiais da Câmara favoreçam opiniões ou posições políticas, divulguem informação sabidamente inverídica e descontextualizem ou distorçam falas e imagens.

    A política determina que a comunicação seja imparcial e conviva com a pluralidade política dos deputados, além de observar o equilíbrio, a transparência e a precisão.

    Entre os objetivos, está enfatizar “a importância do Parlamento para a democracia” e “fortalecer a imagem institucional por meio de informações que contribuam para o melhor entendimento dos atos e processos decisórios da Câmara”.

    Após o episódio da PEC da Blindagem, Motta procurou melhorar a imagem da Câmara com uma série de entrevistas a diversos veículos. Ele também promoveu uma mudança na pauta do plenário, privilegiando temas de impacto na população, como segurança, educação, proteção de crianças e adolescentes, além da ampliação da isenção do Imposto de Renda.

    No último dia 22, Motta, que defendeu a PEC da Blindagem durante a votação da medida no plenário, afirmou que “ver toda essa discussão ser distorcida não é correto”.

    “Agora é chegado momento de tirarmos da frente todas essas pautas tóxicas. Talvez a Câmara tenha tido na semana passada a semana mais difícil e desafiadora, mas nós decidimos que vamos tirar essas pautas tóxicas porque ninguém aguenta mais essa discussão. O Brasil tem que olhar para frente”, disse ainda, em um evento do banco BTG, em São Paulo.

    Motta contrata consultoria para melhorar comunicação e imagem da Câmara nas redes sociais

  • Senado ouve trabalhadores sobre aumento da faixa de isenção do IR

    Senado ouve trabalhadores sobre aumento da faixa de isenção do IR

    O projeto do governo federal compensa a perda de receita e institui um patamar mínimo de imposto a ser pago por aqueles que têm rendimento tributável acima de R$ 600 mil por ano

    Trabalhadores de diversos setores apresentaram, nesta quinta-feira (16), em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, suas visões sobre os efeitos que a aprovação do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil por mês.

    Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto, do governo federal, compensa a perda de receita e institui um patamar mínimo de imposto a ser pago por aqueles que têm rendimento tributável acima de R$ 600 mil por ano.

    No formato em que se encontra o projeto, está prevista uma alíquota de 10% do IR com potencial de atingir cerca de 141,4 mil contribuintes pessoas físicas de alta renda. Atualmente, esse grupo recolhe, em média, uma alíquota de 2,5% de IR sobre seus rendimentos totais. O texto aplica ainda uma redução gradual para os rendimentos acima de R$ 5 mil mensais até o valor de R$ 7.350. Para aqueles que recebem acima de R$ 7.350 mensais, nada muda.

    Justiça social

    O comerciário Tiago Bitencourt Neves defendeu que a atualização da tabela de imposto de renda é uma questão de justiça social. Para ele, a progressividade tributária é mais do que uma proposta econômica, “é uma proposta de país”. 

    “O Brasil precisa de sistema que taxe o luxo, e não o arroz e o feijão. Que cobre de quem vive de especulação, como os bancos. Que taxe as bets, super-ricos e bilionários”, acrescentou.
    Para Tiago Neves, o projeto é uma chance de corrigir uma desigualdade histórica no país. 

    “Não se trata de apenas uma discussão técnica, mas uma escolha política sobre quem paga a conta e sobre quem se beneficia do país que a gente constrói todos os dias, com nossa luta diária”, argumentou.

    Correção histórica

    O trabalhador do setor de serviços Jadiel de Araujo Santos ressaltou que os parlamentares têm a oportunidade de fazer uma “correção histórica de uma tabela que há anos está defasada, fazendo com que milhões de brasileiros, os que mais trabalham, paguem mais do que deveriam”.

    “Isso devolverá dignidade e poder de compra às famílias, com um dinheiro que circulará na economia. Quem ganha até R$ 5 mil não é privilegiado, é quem faz o país ficar de pé. É reconhecer o esforço de quem move o país”, complementou.

    Impactos

    O trabalhador do setor financeiro Juliano Rodrigues Braga se apresentou como um dos quase 45 mil bancários que serão beneficiados com a isenção do IR. 

    “Talvez vocês não tenham noção, mas este valor tem impacto direto no meu bolso, de cerca de R$ 2,5 mil por ano”, disse.

    “E talvez achem isso pouco, haja vista a enorme disparidade salarial de rendimento deste país. Mas não se enganem. Esse valor representa a quantia necessária para pagar várias despesas ordinárias, para que tenhamos sobrevivência digna neste país. E será um dinheiro devolvido ao mercado, aquecendo a economia”, argumentou.

    Jadiel Santos vê, na proposta, uma possibilidade de justiça tributária, na qual todos possam contribuir para o financiamento de políticas públicas, na medida da capacidade contributiva de cada um.

    “E capacidade contributiva, neste país, é dizer que quem ganha menos deve pagar menos; e quem ganha mais deve pagar mais. Vale uma observação. Quem ganha mais neste país, via de regra, são aquelas pessoas que, quase inequivocadamente, ganham por meio do suor e do sacrifício humano alheio, a exemplo dos bancos que adoecem seus trabalhadores com metas abusivas; das bets que retiram dinheiro do pai e da mãe de família; e dos investidores da Faria Lima”.

    Poder de compra

    A gerente de posto de combustíveis Silvia Letícia Alves Mattar que revelou receber, em média, salário de R$ 3,8 mil, disse que no seu caso a isenção trará o retorno de aproximadamente R$ 200 por mês. 

    “É praticamente um 14º salário no bolso. Essa medida vai aumentar o poder de compra de quem ganha menos e ajudar a movimentar o comércio”, disse.

    Trabalhador do setor de alimentação, Zacarias Assunção disse ser “muito injusto quem ganha pouco pagar mais e quem ganha mais pagar menos”. Isso, segundo ele, “é uma luta injusta e desigual porque quem leva o Brasil nas costas acaba pagando mais impostos”.

    Segundo o metalúrgico Claudionor Vieira do Nascimento, 68% dos trabalhadores de sua categoria na região do ABC deixarão de pagar ou terão o pagamento reduzido de IR.

    Dirigindo-se aos parlamentares, o trabalhador disse ficar desapontado ao ver muitos que deveriam atuar em favor dos trabalhadores associarem esse projeto a aumento de impostos, por fazer uma justa compensação ao cobrar mais de quem ganha muito mais.

    Ele citou, também como exemplo de descompromisso com a classe trabalhadora, a atuação de parlamentares para isentar grandes grupos econômicos. 

    “Por que os mais de R$ 800 bilhões em isenção para as empresas desse país não são comentados e não incomodam a maioria dos parlamentares brasileiros?”, questionou.

    “A classe brasileira está de olho nessas votações, porque isso não é aumentar impostos. É fazer um pouco de justiça social e dar um pouco de dignidade para aqueles que constroem a riqueza de nosso país”, defendeu.

    O frentista Willian Ferreira Da Silva foi além e defendeu, também como justiça social, a redução da jornada de trabalho, que atualmente é de 6 dias trabalhados por 1 de descanso.

    “Isso também vai melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores que sustentam qualquer sistema. Até porque capital não gera renda por ele próprio. As empresas têm sempre, atrás dela, na ponta, o trabalhador”, disse. 

    “Trabalhadores nunca conquistaram direito sem lutar. Para nós, só a luta faz a lei”, acrescentou.

    Trabalhador do setor químico, José Evandro Alves da Silva defendeu que a sociedade se mobilize novamente, como fez nas manifestações contra a anistia, para conseguir essas conquistas. 

    “Temos de ir novamente às ruas, como fizemos recentemente”, disse.

    Senado ouve trabalhadores sobre aumento da faixa de isenção do IR