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  • Taxa de desemprego caiu em todas as 27 Unidades da Federação no 2º trimestre, diz IBGE

    Taxa de desemprego caiu em todas as 27 Unidades da Federação no 2º trimestre, diz IBGE

    Na média nacional, a taxa de desemprego caiu de 7,0% no primeiro trimestre de 2025 para 5,8% no segundo trimestre

    A taxa de desemprego caiu em todas as Unidades da Federação na passagem do primeiro trimestre para o segundo trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O instituto pondera que algumas dessas variações ficaram dentro da margem de erro da pesquisa, por isso não são consideradas estatisticamente significativas. Houve quedas de forma estatisticamente significativa em 18 das 27 Unidades da Federação no período.

    Na média nacional, a taxa de desemprego caiu de 7,0% no primeiro trimestre de 2025 para 5,8% no segundo trimestre. Em São Paulo, a taxa de desemprego passou de 6,3% para 5,1% no período.

    No segundo trimestre de 2025, as maiores taxas de desocupação foram as de Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%), enquanto as menores ocorreram em Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%).

    Taxa de desemprego caiu em todas as 27 Unidades da Federação no 2º trimestre, diz IBGE

  • Hugo Motta emprega caseiro de fazenda em seu gabinete na Câmara dos Deputados

    Hugo Motta emprega caseiro de fazenda em seu gabinete na Câmara dos Deputados

    Ary Gustavo Soares é contratado como assessor do gabinete de Hugo Motta desde 2019, onde recebe R$ 7.200 em salários e auxílios pagos pela Câmara

    SERRARIA, PB (CBS NEWS) – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), emprega em seu gabinete o caseiro de sua fazenda em Serraria (PB), cidade de 6.000 habitantes a 131 km de João Pessoa e a 225 km de Patos (PB), sua base eleitoral.

    Ary Gustavo Soares é contratado como assessor do gabinete do parlamentar desde 2019. Atualmente, recebe R$ 7.200 em salários e auxílios pagos pela Câmara.

    Ele ocupa o cargo de secretário parlamentar, que prevê 40 horas semanais e dedicação exclusiva, o que significa que o funcionário precisa trabalhar oito horas diárias e não pode ter nenhum outro trabalho público ou vínculo privado incompatível com a atividade parlamentar, segundo lei e normas da Câmara.

    Procurado por meio de sua assessoria de imprensa desde quarta (13), Motta não se manifestou.

    A reportagem viajou até Serraria e conversou com funcionários atuais e antigos da fazenda, vizinhos e técnicos agrícolas que trabalham na região. Todos confirmaram que Ary trabalha como caseiro na propriedade.

    Ele também figura em processo trabalhista movido contra a fazenda de Motta, respondendo como preposto da propriedade.

    De acordo com o ex-funcionário Antonio da Costa, que foi tratorista no local até junho de 2023, o caseiro costuma chegar ao local no início da semana e fica até sexta-feira, dormindo na casa principal da propriedade.

    Ele contou que o funcionário de Motta volta nos fins de semana para Patos, onde vive com sua família. Costa relatou que, como tratorista, recebia todas suas ordens diretamente de Ary.

    O ex-tratorista processou a fazenda no segundo semestre de 2023, após ser demitido, por não ter carteira assinada. Ary foi o representante do empregador no processo. Costa venceu a ação e recebeu R$ 18 mil.

    A reportagem foi na tarde da última terça-feira (12) até a entrada da fazenda, uma porteira azul às margens da rodovia PB-085. O caseiro tinha chegado poucas horas antes, por volta das 13h, vindo de Patos.

    A reportagem conversou com Ary pelo telefone de uma funcionária que fica na porteira da propriedade. O caseiro se recusou a sair do local, não quis responder às perguntas da reportagem e disse que qualquer assunto relativo à fazenda deveria ser tratado com Motta.

    Essa funcionária, que se identificou apenas como Maria, confirmou que Ary trabalha na fazenda. “Ele passou aí já mais cedo hoje”, respondeu ao ser questionada se ele estava na propriedade.

    O mesmo foi relatado por Juliana de Lima, funcionária da agência de extensão rural da Paraíba, que presta assistência para as fazendas locais.

    Para entrar na fazenda, explicou, é necessário falar com Maria, que liga para Ary, que é quem autoriza a entrada na fazenda. “O pessoal lá é isolado”, acrescentou.

    Além disso, um dos vizinhos da propriedade, que preferiu não se identificar, disse que quando tem questões a resolver com a fazenda de Motta, lida com Ary.

    Cada deputado tem direito a uma verba de gabinete de R$ 133 mil por mês para contratar de 5 a 25 secretários parlamentares. Eles ganham entre R$ 1.584,10 e R$ 18.719,88, além de auxílio-alimentação e outras gratificações.

    O trabalho desses funcionários é regido por uma lei, atos e regulamentos que estabelecem o tipo de trabalho vinculado à atividade parlamentar, o regime de dedicação, a carga horária e a limitação ao exercício de outras funções.

    O ato da Mesa da Câmara dos Deputados 72, de 1997, diz, no artigo primeiro, que o cargo de secretário parlamentar tem por finalidade a prestação de serviço “direto e exclusivo” nos gabinetes para atendimento de atividades parlamentares.

    O site da Câmara dos Deputados lista como impeditivo para exercer o cargo “possuir vínculo empregatício com empresa privada e/ou desempenhar quaisquer atividades em local e horário incompatíveis com o exercício do cargo em comissão”.

    Já a lei 8.112, de 1990, que disciplina o regime jurídico dos servidores públicos, proíbe que funcionários exerçam outras atividades, o que inclui a atuação privada, “que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho”. Ary, segundo os relatos de testemunhas, passa quase toda a semana na fazenda.

    Por sua vez, o ato da Mesa 24, de 2015, determina que funcionários da Câmara estão sujeitos à jornada ordinária de trabalho de 8 horas diárias e 40 horas semanais. Secretários parlamentares lotados nos estados de representação dos deputados podem cumprir jornadas de trabalhos estabelecidas por seus chefes.Pelas regras desse tipo de cargo, o secretário parlamentar não tem a obrigação de bater ponto presencialmente na Câmara.

    Segundo políticos locais ouvidos pela reportagem em Patos, Ary trabalha como motorista do presidente da Câmara na cidade, berço político do parlamentar, nos fins de semana. Durante a semana, quando Motta está em Brasília, cuida da fazenda.

    O anexo do ato da Mesa 58, de 2010, estabelece que, na condição de assistente ou auxiliar, os secretários parlamentares podem conduzir veículos e prestar outros tipos de apoio. Qualquer função, no entanto, permanece submetida à exigência de “atendimento das atividades parlamentares”, sem permissão de atender a questões particulares do deputado.

    Motta comprou a fazenda em março de 2023 por R$ 2,7 milhões, como revelou o portal UOL. Antes, ela pertencia ao ex-senador Raimundo Lira (Republicanos-PB).

    A fazenda está registrada no nome de uma empresa que pertence à mulher do presidente da Câmara, Luana Motta, e a seus dois filhos, a Medeiros & Medeiros Ltda.

    O local é a sede da Agropecuária Tapuio, nome fantasia de uma empresa do parlamentar, a Hugo M Wanderley da Nobrega Ltda. Foi essa empresa que Antonio da Costa processou para ter seus direitos trabalhistas reconhecidos.

    A família do presidente da Câmara também emprega em cargos públicos dois parentes do caseiro.

    A mulher dele, Isabella Perônico, tem um cargo no gabinete da avó de Hugo Motta, Francisca Motta. Seu salário é de R$ 14,3 mil mensais.

    O irmão de Ary, André Guedes, é superintendente da PatosPrev, entidade que administra a previdência dos funcionários dessa área da cidade. Ele recebe R$ 13 mil por mês. O prefeito de Patos, responsável pela nomeação de André, é Nabor Wanderley, pai de Hugo Motta.

    Em julho, a Folha de S.Paulo revelou que Motta mantinha em seu gabinete na Câmara dos Deputados três funcionárias fantasma: a fisioterapeuta Gabriela Pagidis, a assistente social Monique Magno e a estudante de medicina Louise Lacerda.

    Depois que a reportagem procurou Motta para ouvi-lo sobre o caso, Pagidis e Magno foram demitidas. Lacerda continua trabalhando no gabinete de Motta. Ela é filha e sobrinha de dois aliados do presidente da Câmara no seu estado natal.

    Na ocasião, Motta afirmou que “preza pelo cumprimento rigoroso das obrigações dos funcionários de seu gabinete, incluindo os que atuam de forma remota e são dispensados do ponto dentro das regras estabelecidas pela Câmara”.

    Hugo Motta emprega caseiro de fazenda em seu gabinete na Câmara dos Deputados

  • Fraudes contra INSS envolvem roubo de dados, IA e até mortos

    Fraudes contra INSS envolvem roubo de dados, IA e até mortos

    Entre as atividades criminosas estão o roubo de dados, falsificação de documentos e ocultação de cadáveres

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A investigação em torno dos descontos indevidos em benefícios previdenciários feitos por sindicatos e associações envolvendo mais de R$ 6 bilhões descontados da folha de pagamento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) são apenas a ponta do iceberg de golpes contra a Previdência Social.

    As atividades fraudulentas envolvem roubo de dados, IA (inteligência artificial), falsificação de documentos, uso e ocultação de cadáveres e até a boa-fé de aposentados e pensionistas, segundo o advogado Rômulo Saraiva, especializado em Previdência e colunista da Folha, que reuniu mais de 400 casos de golpes no livro “Fraudes no INSS – Casos Práticos de Vazamento de Dados, Engenharia Social e Impactos na Proteção Social”.

    Dentre os golpes mais comuns estão o da falsa prova de vida, saque após a morte do beneficiário, compra de laudo médico para concessão de benefício por incapacidade, descontos indevidos de mensalidade associativa ou de crédito consignado, roubo de informações sensíveis e documentação falsa.

    No livro, que será lançado em São Paulo nesta quinta-feira (7), às 19h, na PUC (Pontifícia Universidade Católica), zona oeste da capital paulista, as fraudes foram divididas por tipo, com casos históricos como o de Jorgina de Freitas e a Máfia da Previdência, casos fiscais, nos quais quadrilhas se apropriam de valores indevidos, e fraudes eletrônicas, bancárias, previdenciárias, de acumulação indevida, relacionadas ao estado de saúde do aposentado, de falsificação ou adulteração de documentos, e suborno, entre outras.

    O ponto de partida para o levantamento foram as operações da Polícia Federal envolvendo a Força Tarefa Previdenciária, além da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Previdência, de 1993, e as próprias ações judiciais de aposentados que procuram o seu escritório após ser vítimas.

    O levantamento contou ainda com pesquisa de casos na Justiça Federal do Brasil e em notícias de sites e jornais internacionais, mostrando que a engenharia social das fraudes e a corrupção não são problemas exclusivos do Brasil, mas estão em países como Estados Unidos, Suécia, Itália e Japão, entre outros.

    Para Saraiva, a tecnologia trouxe desafios aos aposentados e pensionistas, que podem ter seus dados expostos de forma mais fácil. Ele lembra, no entanto, que ainda há muitos casos de segurados que são enganados por criminosos.

    Não é possível mensurar o quanto a Previdência e aposentados perderam. Os valores nas investigações são estimativas.

    “É difícil essa precificação, embora na década de 90, na Máfia da Previdência Social, quando Jorgina de Freitas ‘assaltou’ 15 agências no Rio de Janeiro, criou-se a CPI do Rio de Janeiro e depois a CPI nacional. Naquela altura, foi feita uma estimativa de 50% da arrecadação do INSS, dos quais 7% foram recuperados”, afirma.

    CASOS INTERNACIONAIS

    O recente caso de dois filhos acusados de manter o corpo do pai morto, de 88 anos, por menos seis meses dentro de uma casa no Rio de Janeiro para receber R$ 5.000 mensais do INSS não é especificidade do Brasil.

    Embora não tenha entrado no livro, Saraiva destaca histórias semelhantes em outros países e casos mais antigos em solo brasileiro.

    Nos Estados Unidos, em Nova Iorque, um filho se vestiu como a mãe morta para receber seu benefício no banco. A fraude ocorreu por cerca de seis anos.

    Ele adulterou documentos e forneceu dados falsos à Previdência. Sacou um total de US$ 15 mil em renda previdenciária. Ia ao banco de peruca loura, óculos escuros, vestido e maquiagem.

    Em outro caso selecionado, em Chicago o autor diz que a filha colocou o corpo da mãe em um freezer, por dois anos, e escondeu o equipamento em uma parte do condomínio onde morava que não era acessado por moradores.

    Na Itália, um homem foi preso por esconder o corpo da mãe por cinco anos para receber seu benefício previdenciário. A mãe de 80 anos foi descoberta mumificada na residência após vizinhos estranharem sua ausência.

    No Brasil, o caso da sobrinha que levou o tio morto -Tio Paulo- ao banco no Rio de Janeiro para fazer empréstimo em seu nome em 2024 é um dos mais conhecidos.

    No livro, Saraiva expõe ainda o caso de um homem que matou um casal, de 80 e 57 anos e arrancou a mão do idoso, levando os dedos ao caixa eletrônico para utilizar a biometria do aposentado. Conseguiu sacar um mês de benefício.

    FRAUDES NO INSS

    – Quando Lançamento nesta quinta (7/8); às 19h
    – Onde Auditório 239, PUC-SP (r. Monte Alegre, 984, Perdizes)
    – Preço R$ 249,9 (versão impressa) e R$ 175,70 (ebook)
    – Autoria Rômulo Saraiva
    – Editora Juruá
    VEJA AS PRINCIPAIS FRAUDES CONTRA O INSS

    INCAPACITADO DE ALUGUEL OU DUBLÊ DE PERÍCIA
    – Pessoas incapacitadas para o trabalho são aliciadas por quadrilhas para fazer a perícia médica no INSS no lugar de segurados e receber benefício previdenciário
    – Nesta fraude, o grupo confeccionava documentos falsos com a fotografia do dublês, mas os demais dados eram de um requerente segurado da Previdência, que ficava com o dinheiro

    SAQUE APÓS O FALECIMENTO
    – Esse é um dos golpes mais comuns contra a Previdência. Familiares usam senha e cartão do aposentado já falecido para continuar sacando o benefício, mas a medida é crime
    – Quando um segurado da Previdência morre, seu benefício deve ser cessado
    – Só depois pode ser pago a herdeiros caso tenham direito à pensão

    LAUDOS MÉDICOS COMPRADOS
    – Segurados ou quadrilhas obtêm laudos fraudulentos para simular incapacidade para o trabalho, prática que compromete tanto o paciente quanto o profissional de saúde, que pode ter sido enganado ou fazer parte do esquema
    – Neste caso, o segurado prova estar incapacitado e pode ter acesso a benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e BPC (Benefício de Prestação Continuada) da pessoa com deficiência
    – O golpe funciona envolvendo uma quadrilha de profissionais que podem fraudar os documentos ou o uso de tecnologia e/ou inteligência artificial para criar laudos falsos, falsificar números de CRMs, carimbos e até assinaturas

    GOLPE DA CESTA BÁSICA
    – O criminoso entrega uma cesta “gratuita” ao idoso, tira uma foto do beneficiário para comprovar a entrega a uma suposta entidade que enviou a cesta e, com essa biometria facial, abre uma conta digital
    – Com a conta aberta, faz empréstimos consignados em nome do segurado e pode cometer outras fraudes, como ter acesso ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), por meio do saque-aniversário, por exemplo

    GOLPE DA FALSA PORTABILIDADE
    – Estelionatários prometem reduzir parcelas de um empréstimo consignado ou oferecem dinheiro extra ao fazer a portabilidade do consignado de um banco para outro
    – Na prática, fazem novos empréstimos em nome do aposentado e desviam os valores
    – Há casos ainda nos quais o golpista convence o aposentado a fazer o refinanciamento do seu consignado e, com o dinheiro a mais que o idoso consegue ao refinanciar o crédito, ele paga o “especialista” que o orientou, ou seja, deposita o valor para o criminoso

    GOLPE DA FALSA PROVA DE VIDA
    – É um dos mais conhecidos e pode ocorrer de várias formas
    – Antes, cidadãos tinham de ir ao banco provar que estavam vivos. Agora, o INSS usa informações de banco de dados nacionais para comprovar que o idoso está vivo
    – Com isso, golpistas usam uma técnica chamada de smishing (envio de SMS mais phishing, pescaria de dados), enviando mensagem de texto afirmando que o benefício será cortado se o idoso não atualizar os dados
    – Ao atualizar, clicando em links ou por WhatsApp, o segurado passa os dados ao golpista e pode ser vítima de diversas fraudes financeiras
    – Há ainda outra modalidade, na qual os fraudadores enviam mensagens para os segurados, por carta, email, telefone, SMS ou WhatsApp solicitando documentos para atualização das informações sobre o beneficiário
    – Quem envia a papelada pode se tornar vítima e ficar sem o benefício

    DESCONTOS INDEVIDOS DE MENSALIDADES ASSOCIATIVAS
    – Associações e sindicatos faziam a adesão de aposentados e pensionistas de forma indevida e passavam a realizar descontos em seu benefício
    – Esse é o caso que está sendo investigado na Operação Sem Desconto do INSS, envolvendo R$ 6 bilhões descontados, dos quais o valor fraudulento ainda esta sendo levantado
    – O INSS fechou acordo no STF (Supremo Tribunal Federal) para devolver o dinheiro a quem não reconhece o desconto
    – O golpe funciona de várias formas; há casos de associações de fachada, criadas apenas com esse fim, que roubam os dados do beneficiários e o vinculam à entidade
    – Há os casos nos quais o aposentado assinou papéis da associação, mas foi enganado quanto ao que dizia o documento, sem saber que teria desconto no benefício
    – Há até mesmo a chamada ‘fraude da fraude’, quando a entidade frauda gravações de voz dizendo ser do próprio segurado autorizando, por telefone, o desconto em seu benefício, segundo informou o INSS

    GOLPE DO CONSIGNADO
    – Criminosos entram em contato com aposentados como se fossem instituições financeiras oferecendo empréstimo consignado com condições vantajosas, como taxas de juros bem reduzidas
    – Quando a pessoa se interessa pela oferta e decide contratar o empréstimo, os golpistas pedem que ela faça um depósito antecipado para que o valor seja liberado
    – Em outros casos, supostos funcionários do INSS ligam ou enviam emails para os beneficiários pedindo seus dados pessoais e bancários
    – Ao enviar esses dados, é feito um empréstimo fraudulento

    GOLPE DO CASAMENTO PARA FRAUDAR PENSÃO POR MORTE
    – Idosos aposentados se casam com suas cuidadoras ou com conhecidas para deixar a pensão por morte do INSS
    – Em muitos casos, o golpe envolve outros familiares, que, depois da morte do segurado, dividem a pensão com a suposta viúva
    – O golpe também pode ocorrer com mulheres aposentadas que estejam doentes sendo assediadas por homens mais novos, que se casariam para receber a pensão
    – Para diminuir esse tipo de golpe no Brasil, em 2015, a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou lei com regras para o pagamento da pensão, como tempo mínimo de casamento para ter direito ao benefício
    – Também foi elaborada uma tabela com a duração máxima da pensão conforme a idade do segurado que ficou viúvo ou viúva, acabando com a chamada ‘pensão brotinho’

    VENDA DE LISTAS COM DADOS DE SEGURADOS DO INSS
    – A venda de dados de aposentados da Previdência Social, como nome completo, número de benefício, CPF e data de nascimento não é nova, mas ganhou fôlego com a inteligência artificial
    – A prática consiste na venda de listas com esses dados. Antes, eram impressos em papel, depois passaram a ser comercializados em CDs e/ou pendrives e, agora, a venda é feita online, com os dados separados por inteligência artificial, por CEP, cidades, bairros, regiões ou o que o comprador quiser escolher e puder pagar
    – Com esses dados, é possível abrir contas e realizar diversas operações financeiras

    OSTENTAÇÃO COM BPC
    – Cidadãos fraudam documentos que atestam baixa renda e conseguem receber o BPC, pago a quem faz parte de família cuja renda per capita (por pessoa) seja de até um quarto do salário mínimo
    – A fraude é descoberta porque, em muitos casos, os golpistas ostentam situação financeira de alto luxo, como ter viagens, carros e vida incompatível com a renda

    BENEFÍCIO RURAL INDEVIDO
    – A fraude parecida com a do BPC; o cidadão consegue falsificar comprovantes atestando ter direito à aposentadoria rural, paga para segurados com idade menor do que as dos demais trabalhadores
    – Na aposentadoria rural, segurados especiais não precisam ter contribuído com o INSS, basta apenas comprovar trabalho no campo
    – A fraude também é descoberta por haver ostentação de padrão de vida incompatível com a renda um trabalhador rural
    – Em um dos casos, a Justiça descobriu, em postagens em rede social feitas pelos pais do aposentado entre 2015 e 2021, carros de luxo, como por exemplo um Camaro, e outros que tinham até teto solar
    – Nas postagens, ele apareceria utilizando acessórios de alto valor, como anéis, pulseiras, colares, óculos de sol e relógios

    BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE SEM ESTAR INCAPACITADO
    – Segurados levam laudos falsos à perícia médica e conseguem receber o benefício por incapacidade
    – Os principais casos envolvem o auxílio-doença, pago a quem está temporariamente incapacitado para o trabalho, mas há também aposentadorias por invalidez
    – No entanto, esses beneficiários levam vida incompatível e realizam viagens, vão à academia, shopping, praia; há casos de pessoas que trabalham

    Fraudes contra INSS envolvem roubo de dados, IA e até mortos

  • Governo Lula atribui queda de lucro do BB a pauta-bomba do Congresso e mantém boa avaliação de Tarciana

    Governo Lula atribui queda de lucro do BB a pauta-bomba do Congresso e mantém boa avaliação de Tarciana

    Divulgado nesta quinta-feira (14), o resultado do BB (R$ 3,8 bilhões) foi 60% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. A alta da inadimplência é apontada como uma das causas dessa queda

    (FOLHAPRESS) – Integrantes do governo Lula responsabilizam o Congresso Nacional pela queda do lucro líquido do Banco do Brasil no segundo trimestre deste ano. Apesar dos números, a presidente da instituição, Tarciana Medeiros, segue bem avaliada no Palácio do Planalto, afirmam aliados do presidente.

    Divulgado nesta quinta-feira (14), o resultado do BB (R$ 3,8 bilhões) foi 60% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. A alta da inadimplência é apontada como uma das causas dessa queda.

    Auxiliares de Lula, por sua vez, atribuem o aumento da inadimplência à expectativa que o agronegócio tem de renegociação de suas dívidas após aprovação de uma “pauta-bomba” na Câmara dos Deputados que autorizou o uso de até R$ 30 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal para esse refinanciamento. Essa expectativa de repactuar as obrigações em condições mais favoráveis teria impactado o cronograma de quitação dos débitos.

    Em julho, a Câmara aprovou esse crédito subsidiado para o agronegócio em uma retaliação orquestrada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). A votação ocorreu após o veto do presidente ao aumento do número de deputados e a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de validar o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), contrariando decisão anterior do Congresso.

    A proposta inicial era voltada apenas ao pequeno produtor rural, mas, com o apoio do centrão, foi reformada para autorizar o uso desses recursos -originalmente reservados a áreas como educação, saúde e habitação-, para refinanciar dívidas gerais do agronegócio com juros subsidiados.

    O texto tramita no Senado, onde um requerimento de urgência está pronto para ir a plenário.

    A queda no lucro do BB se deve a um aumento na provisão de perdas esperadas (PDD), que foi a R$ 15,9 bilhões, 104% maior que há 12 meses. Isso aconteceu por causa da alta na inadimplência e por uma nova resolução do Banco Central, que obriga os bancos a reservarem os valores que eles esperam não receber de volta, e não apenas o que já não receberam.

    No cálculo, o BB considerou um fluxo de perda esperada de R$ 7,9 bilhões do agronegócio, de R$ 4,8 bilhões de pessoas físicas e de R$ 4,3 bilhões de pessoas jurídicas.

    O agro passa por uma onda de recuperações judiciais após revés na safra de grãos passada. Neste segmento, os atrasos acima de 90 dias representam 3,49% do total, um avanço de 0,45 ponto percentual no trimestre e de 2,17 pontos percentuais no ano.

    Aliados de Lula minimizam a possibilidade desses números levarem à queda de Tarciana Medeiros do comando do banco. Apesar de reconhecerem uma pressão de senadores por sua substituição, afirmam que o mau resultado não foi debitado na conta dela.

    Segundo congressistas, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), reivindica o cargo. Embora Alcolumbre tenha se aproximado de Lula, integrantes do governo afirmam que o desempenho financeiro do BB não deve acelerar essa fritura.

    RAIO-X | BANCO DO BRASIL NO 2º TRI DE 2025
    Fundação: 1808
    Lucro: R$ 3,8 bilhões
    Agências: 3.997
    Funcionários: 85.959
    Principais concorrentes: Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Nubank e Caixa Econômica Federal

    Governo Lula atribui queda de lucro do BB a pauta-bomba do Congresso e mantém boa avaliação de Tarciana

  • Inquérito contra Elon Musk no STF está parado há mais de três meses

    Inquérito contra Elon Musk no STF está parado há mais de três meses

    Desde abril já foram ouvidas 149 testemunhas e todos os réus nestas ações penais foram interrogados. Todas etapas são acompanhadas pela PGR, que também se manifesta sobre cada pedido e etapa da ação penal

    (UOL/CBS NEWS) – O inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar o empresário Elon Musk por suspeita de obstrução de Justiça e incitação ao crime está parado desde 29 de abril.

    Investigação aguarda um parecer da PGR sobre explicações apresentadas pelo X. Ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, deu 15 dias para a PGR se manifestar em 29 de abril deste ano. O caso foi remetido para a PGR naquele mês e, até neste domingo (17), não houve uma resposta.

    Na prática, sem a manifestação da PGR o caso fica parado. A Polícia Federal já apresentou um relatório feito sobre postagens e lives realizadas por contas da plataforma que haviam sido bloqueadas por ordens de Moraes. A demora em manifestações como essa não deve acarretar nenhum problema para a PGR.

    Os investigadores da PF identificaram que alguns perfis no X seguiram acessíveis e até transmitiram lives mesmo após ordens de bloqueio. PF cita perfis como do blogueiro Allan dos Santos e do empresário Paulo Figueiredo.

    Rede social apresentou esclarecimentos. Em manifestação enviada ao STF em março, advogados do X negaram que houve intenção de desrespeitar a ordem de bloqueio, atribuíram as visualizações de alguns perfis a falhas técnicas que já foram resolvidas. Empresa também afirmou que usuários bloqueados realizaram transmissões ao vivo em outras plataformas que não são responsabilidade do X.

    Durante novas diligências realizadas por esses signatários, após determinação da autoridade policial, foi possível identificar, que ao acessar os perfis @tercalivre, @Rconstantino @realpfigueiredo e @allanldsantos, via navegador (desktop) são exibidas algumas informações adicionais destas contas. Ao invés de apenas ser exibida a mensagem indicando que a conta está retida, os perfis exibem alguns botões e informações que permitem, no Brasil, sem uso de VPN, aos usuários financiarem / apoiarem essas contas por meio da assinatura da plataforma X e, no caso de ALLAN LOPES DOS SANTOS, o fornecimento de um endereço para o recebimento de valores em BITCOIN. Relatório da PF apresentado ao STF em março deste ano

    Seja como for, não há qualquer violação intencional às ordens de bloqueio impostas pelas autoridades competentes, havendo as questões suscitadas sido imediatamente sanadas pelas Operadoras do X. (…) Evidente, portanto, que apesar da exploração indevida dessa limitação técnica por alguns usuários bloqueados, as Operadoras do X rapidamente solucionaram o problema, não havendo que se falar, assim, em descumprimento das ordens judiciais em vigor. Esclarecimentos apresentados pela rede social X ao STF em abril

    Diante dos fatos apresentados, Moraes pediu um parecer da PGR. Somente a partir da manifestação da Procuradoria é que o ministro deve decidir os próximos passos do inquérito.

    Nos últimos meses, PGR se dedicou às ações penais da trama golpista. Entre maio e julho, o STF deu andamento a quatro ações penais contra acusados de envolvimento na trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder em 2022. O ritmo das ações foi atípico já que foram realizadas audiências até durante o recesso do Judiciário, em julho.

    Desde abril já foram ouvidas 149 testemunhas e todos os réus nestas ações penais foram interrogados. Todas etapas são acompanhadas pela PGR, que também se manifesta sobre cada pedido e etapa da ação penal.

    GOVERNO TRUMP

    Empresário bilionário ocupou posto no governo Trump por 130 dias. Ele deixou o cargo de chefia da agência de eficiência governamental em maio deste ano. Desde então, o empresário e o presidente chegaram a trocar farpas pela internet e se afastaram.

    Musk segue formalmente investigado pelo STF. Seu nome entrou no radar das investigações após a PF constatar que alguns perfis na rede social X conseguiram se manter ativos mesmo com as ordens do ministro Alexandre de Moraes para remover conteúdo.

    Apesar da investigação, empresário não deve ser afetado pelos desdobramentos do inquérito. Como possui cidadania americana, Musk pode seguir nos EUA sem ser punido por Moraes. Investigação contra ele foi aberta por ordem de Moraes para apurar se o empresário não estava ajudando a rede bolsonarista a promover ataques às instituições por meio de sua rede social. A empresa nega a suspeita.

    Inquérito contra Elon Musk no STF está parado há mais de três meses

  • Em recado a Trump, Lula diz que planta comida, não ódio

    Em recado a Trump, Lula diz que planta comida, não ódio

    ” O Brasil do povo que gosta de samba, de Carnaval, de futebol, dos Estados Unidos, da China, da Rússia, do Uruguai, da Venezuela. Nós gostamos de todo mundo”, disse

    (CBS NEWS) – O presidente Lula (PT) endereçou mais um recado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste sábado (16). Em vídeo publicado em seu perfil no X (antigo Twitter) onde aparece semeando uvas, o petista disse que planta comida, não violência e ódio.

    A postagem com referência ao mandatário norte-americano foi postada no fim da noite. Trata-se de mais um episódio na novela de recados emitidos por ambos os líderes nas últimas semanas, desde que Trump impôs sobre o Brasil tarifas de 50% nas exportações aos Estados Unidos.

     
     
     

     
     
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    Desde então, agentes do governo brasileiro -entre os quais estão o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad- tentam contato com autoridades dos EUA para negociações, mas sem sucesso.

    No vídeo, gravado pela primeira-dama, Janja, Lula diz esperar que um dia Trump possa visitar o Palácio da Alvorada.

    ” Um lugar [Palácio da Alvorada] que eu espero que um dia você possa visitar, que a gente possa um dia conversar, para que você possa conhecer o Brasil verdadeiro. O Brasil do povo que gosta de samba, de Carnaval, de futebol, dos Estados Unidos, da China, da Rússia, do Uruguai, da Venezuela. Nós gostamos de todo mundo”, disse.

    Lula encerrou o vídeo dizendo esperar uma conversa em que Trump possa aprender a “qualidade do povo brasileiro”.

    Apesar do sinal de que espera o diálogo, o governo brasileiro encara o tarifaço e as sanções impostas pelos Estados Unidos como uma tentativa de “mudança de regime” e acredita que as ações de Trump não se restringem a uma pressão sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal), marcado para setembro.

    Para uma fonte do Planalto, as ações de Trump visam a influenciar o processo eleitoral brasileiro. Nessa visão, a ideia do governo americano é garantir que exista um candidato com afinidade ideológica com Trump na cédula eleitoral da eleição presidencial do Brasil em 2026.

    Em recado a Trump, Lula diz que planta comida, não ódio

  • 'É lamentável que brasileiros continuem trabalhando contra o Brasil', diz Alckmin

    'É lamentável que brasileiros continuem trabalhando contra o Brasil', diz Alckmin

    Alckmin criticou Eduardo Bolsonaro após o deputado se reunir com autoridades nos EUA no mesmo dia em que foi cancelada a reunião entre Fernando Haddad e o Tesouro americano, marcada para discutir a taxação de 50% sobre produtos brasileiros

    O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, classificou como “lamentável que brasileiros continuem trabalhando contra o Brasil” ao ser questionado sobre a nova reunião do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com autoridades dos Estados Unidos, em Washington.

    O deputado federal alegou ter tido encontro com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, na última quarta-feira, 13. A reunião, que também teria contado com a presença do blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo, se deu exatamente na data em que o funcionário de alto escalão dos EUA tinha agendado uma negociação do tarifaço com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O encontro com o auxiliar de Lula foi desmarcado dois dias antes.

    Haddad e Bessent deveriam discutir a taxação em 50% dos produtos nacionais pelos Estados Unidos em uma chamada de vídeo. O titular da Fazenda disse ter recebido e-mail cancelando a reunião um ou dois dias depois de informar a imprensa sobre o compromisso.

    'É lamentável que brasileiros continuem trabalhando contra o Brasil', diz Alckmin

  • Eduardo Bolsonaro afirma ter dito a governo Trump que Moraes e esposa são 'uma pessoa' só

    Eduardo Bolsonaro afirma ter dito a governo Trump que Moraes e esposa são 'uma pessoa' só

    Em reunião com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, Eduardo diz ter enfatizado que os ganhos financeiros da família do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), têm grande participação da mulher do magistrado, Viviani Barci, como advogada

    (CBS NEWS) – Em nova rodada de conversas em Washington, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez um balanço a integrantes do governo Donald Trump da repercussão das sanções dos Estados Unidos no Brasil e discutiu a ampliação de punições a autoridades brasileiras.

    Em reunião com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, Eduardo diz ter enfatizado que os ganhos financeiros da família do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), têm grande participação da mulher do magistrado, Viviani Barci, como advogada.

    Em paralelo, Eduardo e o empresário Paulo Figueiredo, que também estava no encontro, passaram a percepção de que bancos brasileiros não estão executando as sanções a Moraes pela Lei Magnistky na totalidade.

    As consequências seriam incluir também Viviane no rol de sancionados para atingir Moraes financeiramente e forçar os bancos a encerrarem contas do ministro.

    “Eu passei a minha visão de que o Moraes e a esposa dele, quando se fala em parte financeira, eles são como se fosse uma pessoa só, porque o Moraes não vive do salário dele, isso é notório”, contou Eduardo à reportagem.

    “Falei que a esposa dele se tornou milionária depois que o Moraes foi indicado para a Suprema Corte, que a partir dali ela teve cada vez mais sucesso em angariar causas milionárias. E que inclusive o Moraes, antes de ser ministro da Suprema Corte, fazia parte do mesmo escritório de advocacia”, disse.

    O governo Trump determinou no final de julho a imposição de sanções econômicas a Moraes com base na Lei Magnitsky.

    Até o momento, porém, os bancos brasileiros têm entendido que somente transações internacionais, em dólar, estão bloqueadas, e as de reais estariam mantidas.

    Além da inclusão de VIviane na lei de sancionados pela Magnitsky, há ainda a possibilidade de o governo americano fazer outra punição, que é a de desaconselhar empresas americanas a contratarem a advogada. Essa medida poderia valer para parentes de outros ministros do STF.

    Eduardo disse ter frisado a avaliação de que os bancos que têm representação nos EUA não estariam cumprindo a sanção a Moraes ao manter as contas do ministro abertas.

    “Essa interpretação brasileira é uma jabuticaba brasileira, isso não existe em lugar nenhum”, argumentou.

    “Agora, essa foi a minha opinião, que pode ser acatada ou não pelo governo americano, pelo secretário, porque ele é quem toma as decisões. Então, eu me assegurei de que eles estivessem cientes dos fatos recentes que ocorreram no Brasil”, afirmou.

    Em outra frente, Eduardo diz que o governo americano estuda uma nova leva de retirada de vistos para os EUA de pessoas que trabalham com Moraes, como juízes, assessores e delegados.

    Ele também diz que contou às autoridades americanas que Moraes bloqueou as suas contas e a da sua mulher, Heloísa Bolsonaro, com o objetivo de prejudicá-los financeiramente nos EUA.

    O ministro do STF mandou congelar as contas dos dois no âmbito de inquérito aberto em maio a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) justamente por articular medidas contra Moraes e o Brasil nos Estados Unidos.

    A Procuradoria cita na investigação os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado democrático de Direito.

    Desde janeiro, Eduardo atua para convencer autoridades americanas do que ele diz ser censura e abusos das decisões de Moraes. Essa percepção ganhou eco no governo Donald Trump. Os EUA não só sancionaram o ministro, como impediram outros ministros do STF de entrarem no país e aplicaram 50% de tarifas a produtos importados.

    Na semana passada, Eduardo e Figueiredo reuniram-se com integrantes da Casa Branca e do Departamento de Estado, além do Tesouro. As conversas ocorrem enquanto o próprio governo brasileiro encontra portas fechadas para negociar com Trump.

    O presidente americano vinculou suas medidas ao que vê como “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro, e Lula e o STF dizem que essa questão é inegociável.

    MAGNISTKY

    A Lei Magnistky prevê que pode ser incluído no rol de sancionados quem colaborar com as condutas condenadas pelos EUA.

    A pessoa punida recebe uma sanção da Ofac, Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, que pertence ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
    Por meio da decisão, o governo americano determina o congelamento de qualquer bem ou ativo que a pessoa sancionada tenha nos Estados Unidos e também pode proibir entidades financeiras americanas de fazerem operações em dólares com ela.

    A medida incluiria o uso das bandeiras de cartões de crédito Mastercard e Visa, por exemplo. Os efeitos para as transações de Moraes em reais no Brasil ainda estão sob análise dos bancos.

    Eduardo Bolsonaro afirma ter dito a governo Trump que Moraes e esposa são 'uma pessoa' só

  • 'Grande negócio' entre Xi e Trump se aproxima e pode afetar Brasil, diz pesquisador

    'Grande negócio' entre Xi e Trump se aproxima e pode afetar Brasil, diz pesquisador

    Para o pesquisador chinês Zichen Wang, Xi Jinping e Donald Trump podem fechar um acordo até novembro, envolvendo compras agrícolas dos EUA que ameaçam o agronegócio brasileiro. Ele ressalta que a China busca conciliar interesses do Sul Global com potências ocidentais

    (FOLHAPRESS) – Para o pesquisador chinês Zichen Wang, que acaba de voltar de uma pós em Princeton, nos Estados Unidos, o líder Xi Jinping e o presidente Donald Trump podem fechar um acordo até o início de novembro, coincidindo com a viagem do americano à Ásia –e à própria China.

    Incluiria a compra de produtos agropecuários dos EUA, concorrendo com produtos brasileiros. É um temor do agro nacional desde a eleição de Trump. Em seu primeiro mandato, ele fechou um acordo com Xi para ampliar as vendas de soja.

    Para Wang, a recente declaração do líder chinês em defesa da “autossuficiência do Sul Global”, em conversa com o presidente Lula, não indica afastamento dos EUA. “Os países fora do Sul Global são os mais ricos do mundo, mercados consumidores muito grandes”, justificou.

    A seguir, trechos da entrevista, realizada no think tank Centro para China e Globalização, em Pequim.

    Folha – Trump acaba de dizer que a China poderia comprar quatro vezes mais soja dos EUA. O senhor acredita que há chance real de um acordo mais amplo entre China e EUA? E quanto isso afetaria os parceiros chineses entre os emergentes?

    Zichen Wang – Fala-se bastante sobre o chamado grande negócio [grand bargain], mas ninguém ainda especificou. Não vi, nem do lado chinês nem do lado americano, o que pode fazer parte dele. Trump falou repetidamente que acolheria o investimento chinês, mas [o secretário do Tesouro] Scott Bessent disse nesta semana que o governo não tem interesse em empresas chinesas investindo no país.

    De forma mais realista, o grande negócio será uma continuação dos acordos anteriores, que incluíam a compra de mais produtos dos EUA pelos chineses. Aviões da Boeing, produtos agrícolas, incluindo carne e soja, energia, como petróleo e gás natural liquefeito. E provavelmente haverá concorrência entre a carne e a soja dos EUA e do Brasil.

    Folha – Em telefonema nesta semana, Xi disse a Lula que China e Brasil podem dar um exemplo de ‘autossuficiência do Sul Global’. Quanto Pequim realmente aposta nisso?

    O líder chinês costuma usar a expressão “autossuficiência” para enfatizar segurança alimentar. Ele quer que os chineses produzam alimentos internamente, se não 100%, ao menos com uma participação grande no suprimento.

    Zichen Wang – ‘Devemos segurar as tigelas de arroz em nossas próprias mãos’, na frase conhecida usada por ele.

    Sim, exatamente. O que ele estava procurando dizer agora a Lula é que esses países precisam tomar decisões com mais independência e enriquecer a si mesmos. Obter resultados através de sua cooperação em vez de depender do mundo mais desenvolvido.

    A China importa, por exemplo, soja do Brasil. Mas o Brasil também tem capacidade industrial e é um dos principais fabricantes de aviões. O que ele quer dizer é que, à medida que esses países do Sul Global se desenvolvem, eles têm mais a oferecer entre si. E que essa é uma tendência a ser promovida decisivamente.

    Folha – Politicamente, também?

    Zichen Wang – Claro, o telefonema ocorreu no contexto das tarifas unilaterais dos EUA, tentando interferir na política interna, no Supremo Tribunal Federal. Aquilo foi uma grande intimidação. Esses países que atualmente estão sendo intimidados, com o cenário internacional mudando tanto, deveriam trabalhar mais entre si.

    Folha – Mas a China também está negociando com os EUA. Nesse contexto, isso é viável? Os países do grupo Brics, Brasil e Índia, que são os principais alvos de Trump neste momento, podem ser autossuficientes entre si?

    Zichen Wang – A China há muito se considera um país em desenvolvimento, então há um legado histórico. E os [países do] Brics costumam ter populações grandes, suas economias cresceram bastante. Por outro lado, o domínio tradicional do Ocidente está diminuindo. A China está respondendo a isso e tentando liderar e moldar essa tendência.

    Mas você fez uma pergunta mais precisa. A China -ou a Índia, ou o Brasil- não vê a ascensão do Brics como tudo ou nada. Não pensa que deveria reduzir seu comércio com os EUA. Os países fora do Sul Global são os mais ricos do mundo, mercados consumidores muito grandes. A China não está tentando cortar ou reduzir sua cooperação econômica com EUA, Europa, Japão. Desde a Covid, vem tentando estabilizar suas relações com todos eles.

    Folha – Não há contradição nisso?

    Zichen Wang – A China não vê isso como contraditório. Ela tem liderado e moldado a cooperação do Sul Global e está tentando estabilizar suas relações com o Norte Global. Pelo que ouvi nos EUA, há vozes dizendo que a China está tentando liderar um bloco para rivalizar com a aliança liderada pelos EUA. Considero isso um exagero.

    Folha – Xi aceitou a conversa com Lula logo após a suspensão de 90 dias das tarifas americanas contra a China e depois que Índia e Brasil enfrentaram tarifas de 50%, deixando-os vulneráveis. Como o senhor avalia esse quadro?

    Zichen Wang – A recente escalada de tensões entre EUA e Índia foi notável. O motivo mais importante é a curta guerra entre Índia e Paquistão. Ao que tudo indica, o Paquistão abateu caças indianos. E Trump gosta de vencedores, pessoas fortes. O chefe das forças armadas paquistanesas visitou os EUA duas vezes em dois meses. A Índia não está feliz com isso. Esse é um desenvolvimento bastante novo e realmente significativo entre a Índia e os EUA.

    Folha – E entre a China e os EUA?

    Zichen Wang – Esta foi a segunda extensão [da suspensão de tarifas] por 90 dias. Pode acontecer uma reunião entre os dois líderes. Haverá uma cúpula da Asean [Associação de Nações do Sudeste Asiático] em Kuala Lumpur entre 26 e 28 de outubro e uma da Apec [Cooperação Econômica Ásia-Pacífico] em Seul entre 31 de outubro e 1º de novembro. Os dois líderes estão programados para participar de ambas. Entre os dias 28 e 31, Trump estará na Ásia e poderá fazer uma escala em Pequim. Trump parece estar muito interessado em se encontrar com o líder chinês. Pode ser a reunião mais importante do mundo.

    Os EUA parecem ter sido paralisados pela resposta firme da China às tarifas. A lição chinesa até agora é que precisa se manter, defender seus interesses, sua dignidade. Até agora, isso tem se mostrado eficaz, em parte porque a força da China em minerais de terras raras pode causar problemas reais para os EUA. A Índia não possui ferramentas semelhantes, então os EUA estão basicamente livres para impor tarifas de 50%.

    Folha – O mesmo vale para o Brasil?

    Zichen Wang – Sim. Esses países, quando tentam lidar com um presidente como esse, precisam encontrar a alavancagem que têm e que podem usar sem muito custo interno.

    Uma das preocupações no Brasil é que o país acabe se tornando muito dependente da China, pelo que Trump está fazendo. A China também leva isso em consideração, que o Brasil está se tornando dependente?

    O governo chinês não vê dessa forma. É inimaginável que a China ameace o Brasil, invente tarifas ou algo assim. Não vejo nenhuma razão econômica ou geopolítica para isso. A visão de mundo fundamental da China é que ela quer fazer negócios com todos. 

    RAIO-X
    Zichen Wang, 36, é pesquisador e diretor no think tank independente Centro para China e Globalização. É formado em economia pela Universidade de Finanças e Economia de Shandong e acaba de concluir mestrado na Universidade Princeton. Publica a influente newsletter Pekingnology.a Pequim acordar em 2028 e dizer: ‘Precisamos dar uma lição aos brasileiros’.

    'Grande negócio' entre Xi e Trump se aproxima e pode afetar Brasil, diz pesquisador

  • Michelle chama Lula de pinguço e diz que votar mais de uma vez no PT é burrice

    Michelle chama Lula de pinguço e diz que votar mais de uma vez no PT é burrice

    A fala se deu durante evento do PL neste sábado (16) em Natal, no Rio Grande do Norte, com figuras do partido como o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. Assim como Michelle, Valdemar também citou os EUA, dizendo que o presidente do país, Donald Trump, “se manifesta todo dia a favor de Jair Bolsonaro”

    (CBS NEWS) – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chamou o presidente Lula (PT) de pinguço e cachaceiro, disse que Jair Bolsonaro (PL), inelegível, voltará ao Palácio do Planalto em 2026 e afirmou em agenda no Nordeste que votar mais de uma vez no PT é “burrice política”.

    A fala se deu durante evento do PL neste sábado (16) em Natal, no Rio Grande do Norte, com figuras do partido como o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. Assim como Michelle, Valdemar também citou os EUA, dizendo que o presidente do país, Donald Trump, “se manifesta todo dia a favor de Jair Bolsonaro”.

    Os dois repetiram o discurso de que o ex-mandatário brasileiro é perseguido por desafiar o sistema. Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ter entendido que ele descumpriu medida cautelar que o proibia de usar as redes sociais.

    O ex-presidente também é réu na corte sob acusação de ter liderado uma tentativa de golpe em 2022. Se condenado, pode pegar mais de 40 anos de prisão e aumentar seu período de inelegibilidade, que atualmente vai até 2030 em razão de duas condenações na Justiça Eleitoral.

    Ele foi considerado culpado por abuso de poder político e econômico por reunião com diplomatas estrangeiros convocada para divulgar suspeitas infundadas sobre o sistema eleitoral e pelo uso político de eventos do feriado da Independência, em 7 de setembro de 2022.

    No evento em Natal, a ex-primeira-dama afirmou que “dói a alma” de Bolsonaro não poder sair de casa, mas que ele vai voltar e se eleger presidente em 2026.
    “Ele está dentro de casa, mas está lá igual siri na lata para voltar a trabalhar, viajar e vencer as eleições 2026”, afirmou.

    Segundo pesquisa Datafolha divulgada há duas semanas, Michelle tem a maior intenção de voto entre os nomes da família Bolsonaro cotados para uma eventual disputa contra Lula em 2026. Ela tem 24% dos votos, contra 39% do petista.

    O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) marcaria 18%, contra 40% de Lula. Contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o petista venceria por 39% a 20%.

    Morando nos EUA, Eduardo tem atuado junto a integrantes do governo Trump por sanções ao Brasil como forma de pressionar o Judiciário às vésperas do julgamento de seu pai.

    Ainda assim, no evento em Natal, Michelle culpou Lula pelo tarifaço imposto pelo republicano, dizendo que a ação ocorreu por inabilidade do petista, problemas na diplomacia e pelo fato de o país caminhar rumo ao que ela chama de ditadura.

    “Não tem como levar a sério um líder de uma nação de mais de 213 milhões de habitantes ironizar, criticar uma potência como é os Estados Unidos. Uma diplomacia nanica, irresponsável. Foi oferecer jabuticaba para o Trump, agora nós estamos colhendo abacaxis”, falou, em referência a Lula.

    “Fica provocando para que a gente receba sanções, para a culpa ficar na nossa família [Bolsonaro]. Sabe o que acontece quando você faz isso? Sanção são [sic] para países que estão prestes a perder a sua liberdade. Sanção vem para países ditadores e, para misericórdia de Deus, ainda não somos por conta do trabalho, por conta da força, da resistência de cada um de vocês que estão aqui que não se amedrontam e vão para as ruas exigir liberdade, anistia para aqueles que estão presos”, afirmou.

    No evento, ela também disse que continuar votando no PT é “burrice política”. O Nordeste é a região brasileira que tradicionalmente mais apoia o presidente Lula, fazendo oposição ao Sul, onde o político sofre maior rejeição.

    “Meus amados, não tem problema você ter votado uma vez no PT, mas votar duas, três já é burrice”, afirmou. “Você precisa se libertar dessa burrice política”.
    Michelle convocou os participantes do evento a participarem do 7 de setembro na Paulista, em São Paulo, e falou que a internet tem papel importante para a direita, justificando a discussão recente sobre regular as redes sociais como forma de prejudicar o campo político.

    Ela criticou Lula, fez referência a novas regras para o BPC (Benefício de Prestação Continuada) previstas no ajuste fiscal do governo petista e fez referência a fala do político sobre a seca no Nordeste, acusando-o sem evidência de ter deixado o Nordeste sem água de propósito.

    “O homem que corta o BPC [benefício de prestação continuada], um homem que tira a comida do prato, um homem que, por maldade, para o fornecimento de água para dizer ‘Deus é tão bom que deixou o povo do Nordeste sem água para me trazer como salvador para trazer água para o povo’. Maldito. Pensamento maligno”, afirmou a ex-primeira-dama.

    “Se autointitula o pai da pobreza e está trazendo as pessoas para a miséria. Nós não vamos mais aceitar essas falácias. Mentirosos. Cachaceiro. Pinguço. Irresponsável. É isso que ele é. Mas não tem problema, porque a lei da semeadura é para todos”, acrescentou.

    O discurso de Michelle teve o tradicional contorno religioso, com falas sobre o papel da mulher e oposição do bem contra o mal, combate ao que seria o comunismo no país e o “modus operandi dessa esquerda maldita”.

    Valdemar Costa Neto reforçou a ideia de perseguição a Bolsonaro. “Estamos passando a situação que vocês estão vendo em Brasília, que é algo que nunca aconteceu na face terrestre, de perseguir um cidadão como perseguem o Bolsonaro. Mas essa história vai mudar porque hoje nós temos o presidente dos Estados Unidos que se manifesta todo dia a favor do Jair Bolsonaro”.

    Ele afirmou que o partido se prepara para eleger um número recorde de deputados e senadores, além do presidente, em 2026.

    Michelle chama Lula de pinguço e diz que votar mais de uma vez no PT é burrice