Categoria: Uncategorized

  • Bolsonaro é condenado a pagar R$ 1 milhão por declarações racistas

    Bolsonaro é condenado a pagar R$ 1 milhão por declarações racistas

    O julgamento ocorreu nesta terça-feira (16) na terceira turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre

    PORTO ALEGRE, RS (CBS NEWS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado a pagar uma indenização de R$ 1 milhão por declarações racistas dadas em 2021, envolvendo o cabelo de pessoas negras. O julgamento ocorreu nesta terça-feira (16) na terceira turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre.

    O relator do caso, Rogério Favreto, aceitou parcialmente o recurso do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União e votou para condenar o ex-presidente e a União a pagarem R$ 1 milhão cada. A posição dele foi seguida por unanimidade pelo colegiado.

    O valor estabelecido é inferior aos R$ 5 milhões em indenização pedidos pelo MPF e pela DPU, autores da ação civil pública, por danos morais coletivos e danos sociais decorrentes das declarações.

    Foram três as manifestações de Bolsonaro alvo do processo, feitas no Palácio do Planalto e arredores.

    No dia 4 de maio de 2021, o então presidente perguntou a uma pessoa com cabelo crespo: “o que você cria nessa cabeleira aí?”. Já no dia 6 de maio, fez piada com um homem negro, apoiador dele, dizendo ter visto uma barata em seu cabelo. Em 8 de julho, referiu-se ao cabelo desse mesmo homem como um criatório de baratas e falou: “você não pode tomar ivermectina, vai matar todos os seus piolhos”.

    Na mesma data, Bolsonaro fez uma live com o apoiador, durante a qual perguntou quantas vezes ele tomava banho por mês e disse frases como “se eu tivesse um cabelo desse naquela época, minha mãe me cobriria de pancada” e “se criarem cota para feios, você vai ser deputado federal”.

    A procuradora federal Carmem Elisa Hessel disse que o racismo se manifesta por meio de estereótipos e preconceitos arraigados, que incluem a discriminação baseada em características e práticas culturais associadas à negritude, dentre elas cabelos naturais ou penteados.

    “Cabe destacar que o cabelo constitui um dos principais sinais diacríticos da negritude e tem sido historicamente alvo de preconceitos racistas, que negam a beleza às pessoas negras”, disse Hessel.

    “Movimentos como Black is Beautiful, traduzindo preto é bonito, ou Black Power, traduzindo poder negro, surgidos a partir dos anos 60 e 70, ressignificaram o cabelo crespo como símbolo de orgulho e poder”, afirmou.

    A advogada de Bolsonaro, Karina Kufa, disse que não houve pretensão de ofensa racial por se tratar de um comentário sobre uma característica específica do apoiador Maicon Sullivan.

    “Nada se abordou sobre qualquer aspecto que não o inequívoco comprimento do cabelo do senhor Maicon, pouco importando seu corte black power ou não. Nenhum momento da fala do réu foi dito nisso em relação ao formato do cabelo, mas sim ao comprimento”, disse Kufa.

    Ela também disse que Maicon afirmou publicamente que nunca se sentiu ofendido pelos comentários. “E mais: ele tem uma relação, desde aquela época, de proximidade com o réu. Em decorrência disso que faziam brincadeiras, mesmo que de mau gosto.”

    De acordo com o MPF, uma análise das manifestações de Bolsonaro apontariam um teor ofensivo e discriminatório à população negra em geral e não apenas aos indivíduos a quem foram diretamente dirigidos.

    O MPF recorreu após a sentença do julgamento em primeiro grau que extinguiu a ação contra a União e julgou improcedente o pedido de Bolsonaro. O TRF-4 também atendeu ao pedido da procuradoria para reincluir a União no processo.

    Além da multa, a decisão exige que o ex-presidente faça uma retratação pública e retire de suas redes sociais os vídeos das interações consideradas discriminatórias.

    É o segundo julgamento de Jair Bolsonaro neste mês. O ex-presidente foi condenado na quinta-feira (12) a 27 anos e 3 meses de prisão pela 1ª turma do STF por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e ameaça grave e deterioração de patrimônio tombado.

    Bolsonaro é condenado a pagar R$ 1 milhão por declarações racistas

  • Dólar cai a até R$ 5,29 com expectativa por corte de juros nos EUA

    Dólar cai a até R$ 5,29 com expectativa por corte de juros nos EUA

    Às 13h09, o dólar cedia 0,35%, a R$ 5,302 -durante o pregão, a moeda americana tocou os R$ 5,29

    SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar opera em queda nesta terça-feira (16), em linha com o exterior, e a Bolsa sobe em meio à expectativa por corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) nesta quarta-feira (17).

    Às 13h09, o dólar cedia 0,35%, a R$ 5,302 -durante o pregão, a moeda americana tocou os R$ 5,29. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,25%, a 143.908 pontos.

    “A Bolsa chegou a subir 0,67% na abertura do dia, em um cenário de bastante otimismo, assim como o dólar na casa de R$ 5,31, por conta do sinal mais claro de corte de juros nos Estados Unidos, que acaba beneficiando países emergentes”, diz Daniel Teles, da Valor Investimentos.

    Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, lembra que também há expectativa de o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manter nesta quarta a taxa básica de juros brasileira em 15% ao ano.

    “Essa perspectiva de que os juros americanos vão começar a cair enquanto os juros brasileiros vão ser mantidos estáveis em patamar elevado tem favorecido o diferencial de juros brasileiro, atraindo mais investidores estrangeiros. Isso faz pressão na nossa taxa de câmbio”, afirma.

    Além da expectativa pelos juros americanos, os investidores avaliam os dados da taxa de desemprego do Brasil, que recuou a 5,6% no trimestre até julho, como apontam dados divulgados nesta terça-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    Com o resultado, o indicador renovou a mínima da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012.

    Durante evento promovido pelo grupo financeiro J. Safra nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o governo pretende cumprir as metas fiscais de 2025 e 2026, acrescentando que para isso depende da “compreensão” do Congresso Nacional.

    Na segunda (15), o dólar fechou em queda e o Ibovespa em alta, com os investidores à espera de corte na taxa de juros dos Estados Unidos nesta quarta (17) pelo Federal Reserve (o banco central americano).

    O dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,60%, a R$ 5,321 -a moeda americana chegou a tocar nos R$ 5,30 durante o pregão. A Bolsa, por outro lado, fechou o dia em alta de 0,90%%, a 143.546 pontos.

    Os investidores aguardam o primeiro corte de juros deste ano pelo Fed, de 25 pontos na taxa básica americana. Por aqui, o BC deve manter a Selic em 15% ao ano. Os comunicados das decisões serão acompanhados com atenção, na expectativa de sinalização dos próximos passos da política monetária de ambos os países.

    “A semana passada foi marcada por uma apreciação do real, principalmente por conta da crescente expectativa de que o Fed irá baixar juros, ainda mais em um cenário em que o Banco Central deve manter a Selic em 15%. Temos um diferencial de juros bastante favorável para o ingresso de fluxo de capital especulativo para o Brasil e isso favorece o real”, avalia Daniel Teles, sócio da Valor Investimentos.

    Para analistas do BB Investimentos, investidores devem ficar em modo espera até as decisões dos bancos centrais nos EUA e no Brasil, com divulgações previstas para amanhã, o primeiro às 15h e o segundo após o fechamento.

    “O dólar mostra tendência de queda nesta segunda, em linha com o movimento externo de enfraquecimento da moeda americana”, diz Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX. “A moeda americana apresenta fraqueza desde sexta-feira, por conta da consolidação das apostas de um ciclo de cortes de juros pelo Fed.”

    Ontem, o mercado repercutiu o Boletim Focus, com economistas consultados pelo Banco Central reduzindo suas estimativas para a inflação neste ano (de 4,85% para 4,83%) e ajustando para baixo suas projeções para a taxa básica de juros em 2026.

    Além disso, o IBC-Br (índice de Atividade Econômica do Banco Central) de julho mostrou uma desaceleração maior que a esperada por analistas, com uma queda de 0,5% ante junho.

    Foi o terceiro mês consecutivo de recuo do índice, que é visto como um sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto). Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam contração de 0,2%. As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) abriram em baixa nesta segunda-feira, após a divulgação do indicador.

    Entre as principais altas nesta segunda, estão as ações da Yduqs, Magalu, Cogna, Sendas e a B3. Na outra ponta, as maiores quedas são Raia Drogasil, Minerva, Embraer e Banco do Brasil.

    Dólar cai a até R$ 5,29 com expectativa por corte de juros nos EUA

  • Motta diz a líderes e governo que pautará anistia, e Planalto prepara reação

    Motta diz a líderes e governo que pautará anistia, e Planalto prepara reação

    Motta disse aos líderes dos partidos que deverá fazer nova reunião nesta quarta para discutir os termos do projeto de anistia e da votação da urgência

    BRASÍLIA, DF (CBS NEWS) – O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), avisou a líderes partidários que pautará a urgência do projeto de lei que dá anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. A declaração foi dada na abertura de reunião que ocorre na manhã desta terça-feira (16), segundo dois participantes.

    De acordo com esses líderes, a tendência é que os deputados apreciem a urgência (que não trata do mérito do projeto, mas permite a tramitação acelerada), na quarta-feira (17), após votar nesta terça a proposta da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem -que impede processos contra deputados federais e senadores sem aval expresso do Congresso.

    Motta também disse aos líderes que deverá fazer nova reunião nesta quarta para discutir os termos do projeto de anistia e da votação da urgência.

    No dia anterior, Motta informou sobre a decisão a integrantes do Palácio do Planalto e ao presidente Lula (PT), com quem almoçou. Ainda segundo relatos, Lula reafirmou que se opõe à concessão de anistia aos participantes do 8/1.

    O parlamentar tem afirmado a aliados que a pressão para que ele dê andamento a esse projeto aumentou com a condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal, na semana passada. Além de deputados bolsonaristas, estão empenhados em destravar a proposta o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos padrinhos políticos de Motta.

    Além disso, Motta tem sinalizado a interlocutores do governo que não é favorável a uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, como a defendida por bolsonaristas, que miram o perdão a Bolsonaro. A ideia dele seria buscar um meio termo.

    Aliados do presidente da República afirmam que essa não é uma pauta de interesse nacional. Mas, alertados por Motta sobre a forte pressão que sofre para inclusão na pauta, auxiliares de Lula preparam uma reação para frear o andamento da proposta. A ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) marcou uma reunião para esta tarde com ministros da ala política do governo para discutir estratégias.

    “O governo é contra a anistia. Além de imoral é inconstitucional. Nem terminou o julgamento e já há pressão para pautar. Vamos nos posicionar contra e trabalhar para derrubar o pedido de urgência”, diz Gleisi.

    A intenção é que ministros intervenham junto a suas bancadas para impedir a aprovação da urgência. Outra tática em discussão é que ministros com mandato na Câmara se licenciem do cargo na Esplanada para votar no plenário da Casa.

    De acordo com parlamentares que estão discutindo a proposta, uma outra possibilidade é convencer deputados a se ausentar no plenário na hora da votação. A ausência em plenário serviria para que deputados pressionados por bolsonaristas, mas contrários à anistia, não votassem pela urgência, que requer quórum qualificado.

    Como a Folha de S.Paulo revelou na semana passada, o governo deve rever indicações para cargos federais dos deputados e senadores que votarem a favor da urgência e do mérito da proposta. A orientação do governo é de oposição ao projeto de lei, e a principal tarefa é evitar que o tema seja levado ao plenário da Câmara.

    Caso isso ocorra, o Planalto usará todos os instrumentos que tem à disposição, segundo um interlocutor do presidente da República. Isso passa por rever as indicações aos cargos na máquina federal e também pelo pagamento de emendas parlamentares ao Orçamento.

    De acordo com relatos, governistas passaram a cobrar da SRI (Secretaria de Relações Institucionais) desde a última semana uma celeridade na liberação desses recursos.

    Um técnico diz que, apesar de a missão número 1 do governo ser evitar a votação da urgência, há um movimento para construir um texto alternativo ao que dá anistia ampla. A ideia está sendo costurada por parlamentares do centrão.

    Além disso, de acordo com relatos de um parlamentar do grupo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tem acompanhado de perto as conversas sobre o tema. Ele é contra essa anistia geral e tem defendido uma proposta que diminua a pena de condenados, sem alcançar o andar de cima.

    Na noite de segunda, Motta trocou o relator da PEC da Blindagem, substituindo Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) por Cláudio Cajado (PP-BA) -Cajado está na reunião nesta manhã.

    A reportagem teve acesso à minuta do novo texto. Ele prevê que presidentes de partidos políticos terão foro especial e que votações para decretar prisão de parlamentares serão secretas. Ou seja, sem que seja possível saber como votou cada deputado.

    Um cardeal do centrão afirma que a ideia de votar o texto da PEC nesta terça também poderá ajudar a encontrar um desfecho para a anistia, já que a aprovação dessa proposta pode distensionar o clima que há hoje no plenário.

    Nas palavras dele, os parlamentares, sobretudo do chamado baixo clero (sem grande expressão nacional), poderiam dar recados políticos de sua insatisfação no texto da PEC e não necessariamente no da anistia.

    Motta diz a líderes e governo que pautará anistia, e Planalto prepara reação

  • Desemprego recua a 5,6% até julho e renova mínima da série histórica

    Desemprego recua a 5,6% até julho e renova mínima da série histórica

    População ocupada bate novo recorde, com 102,4 milhões de pessoas. Número de profissionais atuando com carteira assinada também tem patamar inédito, com 39,1 milhões. Dados são da Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE

    A taxa de desemprego do trimestre móvel encerrado em julho de 2025 caiu para 5,6% — a menor da série histórica do indicador, iniciada em 2012. No trimestre, a população desocupada caiu para 6,118 milhões, o menor contingente desde o último trimestre de 2013 (6,1 milhões). Estes são alguns dos destaques da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça-feira, 16 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Já a população ocupada, definição que considera o total de trabalhadores do país, bateu novo recorde e chegou a 102,4 milhões. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) atingiu o patamar de 58,8%, o maior já registrado. Além disso, o número de empregados com carteira assinada também foi inédito: 39,1 milhões de pessoas em empregos formalizados. “Desemprego em queda, na mínima histórica. Recorde de empregos com carteira assinada. Aumento de renda. Dados que mostram um Brasil mais forte”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em postagem nas redes sociais.

    “Desemprego em queda, na mínima histórica. Recorde de empregos com carteira assinada. Aumento de renda. Dados que mostram um Brasil mais forte. Bom dia a todos” — Lula

    MERCADO ATIVO — De acordo com o analista da pesquisa realizada pelo IBGE, William Kratochwill, os números sustentam o bom momento do mercado de trabalho. “Temos crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado de trabalho mais ativo”, define. “Os indicadores demonstram que as pessoas que deixam a população desocupada não estão se retirando da força de trabalho ou caindo no desalento, estão realmente ingressando no mercado de trabalho”, analisa Kratochwill.

    RECORDE DE CLTs — O número de empregados celetistas do setor privado, ou seja, aqueles com carteira de trabalho assinada, foi recorde (39,1 milhões), mostrando estabilidade no trimestre e crescendo 3,5% (mais 1,3 milhão de pessoas) no ano. O contingente de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) também foi recorde, crescendo 1,9% (mais 492 mil pessoas) no trimestre e 4,2% (mais 1 milhão) no ano. Já o número de empregados do setor privado sem carteira assinada (13,5 milhões) ficou estável.

    SETORES ECONÔMICOS — A alta da ocupação frente ao trimestre anterior foi puxada por três dos dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua:

    • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,7%, ou +206 mil pessoas)
    • Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (2,0%, ou +260 mil pessoas)
    • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,8%, ou +522 mil pessoas).

    Na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2024, a ocupação aumentou em cinco grupamentos:

    • Indústria Geral (4,6%, ou +580 mil pessoas)
    • Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,1%, ou +398 mil pessoas)
    • Transporte, armazenagem e correio (6,5%, ou +360 mil pessoas)
    • Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias,
    • Profissionais e Administrativas (3,8%, ou +480 mil pessoas)
    • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,7%, ou +677 mil pessoas)

    INFORMALIDADE — No trimestre encerrado em julho, a taxa de informalidade chegou a 37,8%, ligeiramente menor que a do trimestre móvel anterior (38%) e inferior, também, à do mesmo período do ano passado (38,7%).

    Desemprego recua a 5,6% até julho e renova mínima da série histórica

  • Gleisi diz que novas ameaças do governo Trump confirmam 'traição' de Bolsonaro

    Gleisi diz que novas ameaças do governo Trump confirmam 'traição' de Bolsonaro

    Rubio disse, em entrevista à Fox News na segunda-feira, 15, que os Estados Unidos vão anunciar nos próximos dias medidas em resposta à condenação de Bolsonaro. Disse que os ministros do STF foram “juízes ativistas” e reforçou o discurso de perseguição contra o ex-presidente

    A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse nesta terça-feira, 16, que as novas ameaças do governo de Donald Trump contra o Brasil “apenas confirmam a traição de Jair Bolsonaro”. Em publicação no X (antigo Twitter), Gleisi disse que o ex-presidente “incita uma potência estrangeira a atacar e punir os responsáveis pela Justiça em nosso País”.

    A ministra citou nominalmente o secretário de Estado, Marco Rubio, e a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, dizendo que eles mentem sobre o julgamento do ex-presidente na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

    “O secretário de estado Marco Rubio e a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, sabem muito bem que estão mentindo sobre o julgamento de Bolsonaro e seus cúmplices pelo STF. Eles foram condenados no devido processo legal por tentativa de golpe. Ao contrário do que difundem, o processo preservou o Estado de Direito democrático no Brasil”, afirmou a ministra.

    Segundo Gleisi, “ilegal, autoritário e abusivo é atentar contra a soberania de outro país, como vem fazendo o governo Trump para livrar Bolsonaro das penas a que foi condenado”.

    Rubio disse, em entrevista à Fox News na segunda-feira, 15, que os Estados Unidos vão anunciar nos próximos dias medidas em resposta à condenação de Bolsonaro. Disse que os ministros do STF foram “juízes ativistas” e reforçou o discurso de perseguição contra o ex-presidente.

    “Portanto, haverá uma resposta dos EUA a isso, e teremos alguns anúncios na próxima semana sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar”, afirmou.

    Gleisi diz que novas ameaças do governo Trump confirmam 'traição' de Bolsonaro

  • Haddad: disciplina fiscal do governo voltou a ser realidade; não houve 'fura-teto' nenhum

    Haddad: disciplina fiscal do governo voltou a ser realidade; não houve 'fura-teto' nenhum

    Haddad afirmou que o governo mantém disciplina fiscal sem comprometer áreas essenciais como Saúde e Educação e garantiu que a meta de 2025 será cumprida, com o compromisso de encerrar o mandato mantendo as contas públicas sob controle

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 16, ao participar da abertura do J.Safra Investment Conference, que para este ano a meta fiscal o arcabouço fiscal, do ponto de vista da arquitetura, está funcionando corretamente.

    Ele afirmou que a disciplina fiscal voltou a ser executada e sem que isso provoque falta de recursos para Saúde e Educação, entre outros. Ele disse que o governo vai conseguir cumprir a meta em 2025 e que o governo conseguirá chegar ao final do mandato com o fiscal sob controle.

    “A disciplina fiscal do governo voltou a ser realidade, não houve “fura-teto nenhum”, comentou o ministro da Fazenda.

    Haddad: disciplina fiscal do governo voltou a ser realidade; não houve 'fura-teto' nenhum

  • Começa a primeira etapa da reunião do Copom, de análise de conjuntura

    Começa a primeira etapa da reunião do Copom, de análise de conjuntura

    Desde a última reunião do colegiado, no dia 30 de julho, as medianas do relatório Focus para o IPCA de 2025 e 2026 arrefeceram, de 5,09% e 4,43% para 4,83% e 4,30%, respectivamente, mas continuaram sensivelmente acima do centro da meta de 3%

    A primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) começou às 10h08, desta terça-feira, 16, informou o Banco Central. Nesta fase, o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e os oito diretores assistem a apresentações técnicas do corpo funcional sobre a economia, para embasar a decisão sobre a taxa Selic. A decisão será divulgada na quarta-feira, 17, a partir das 18h30.

    O mercado está unânime quanto à manutenção da Selic em 15% nesta reunião do Copom, e, segundo pesquisa Projeções Broadcast, a maioria das instituições (74%) prevê que a taxa fique estável nesse nível até, pelo menos, o final do ano.

    Galípolo e os membros do colegiado têm reiterado que o Comitê mira na convergência da inflação para o centro da meta, de 3%, e não para o teto, de 4,5%. Desde o último Copom, também têm enfatizado que os juros tendem a permanecer em campo restritivo por prazo prolongado. “O BC não pode se emocionar. A velocidade e a função de reação do BC precisam ser diferentes das do mercado\”, disse o presidente em 27 de agosto.

    Para analistas consultados pela Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), embora a economia comece a mostrar os primeiros sinais de que o grau restritivo da política monetária está surtindo efeito, ainda é cedo para o colegiado mudar de direção ou mesmo abrir espaço para que o mercado passe a apostar em cortes ainda neste ano.

    Desde a última reunião do colegiado, no dia 30 de julho, as medianas do relatório Focus para o IPCA de 2025 e 2026 arrefeceram, de 5,09% e 4,43% para 4,83% e 4,30%, respectivamente, mas continuaram sensivelmente acima do centro da meta de 3%. O câmbio também mostrou alívio, e a cotação do dólar usada no cenário de referência do Comitê deve cair de R$ 5,55 para R$ 5,40.

    Quanto à atividade econômica, o resultado do PIB do segundo trimestre mostrou desaceleração, com crescimento de 0,4%, ante 1,3% de janeiro a março. Já o IBC-Br registrou a terceira queda consecutiva em julho.

    Na inflação, o IPCA-15 de agosto registrou a maior queda mensal desde setembro de 2022. A análise qualitativa, porém, mostrou métricas de serviços ainda pressionadas. Quanto ao mercado de trabalho, os dados de julho do Caged mostraram perda de ritmo, mas com criação de novos empregos formais. O saldo positivo foi de 129.775 vagas, o menor para o mês desde 2020.

    Começa a primeira etapa da reunião do Copom, de análise de conjuntura

  • PGR pede a condenação de integrantes do 'núcleo 3' da trama golpista

    PGR pede a condenação de integrantes do 'núcleo 3' da trama golpista

    Nove réus foram denunciados por organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de nove dos dez réus que integram o núcleo 3 da trama golpista.

    Segundo a denúncia, os integrantes deste núcleo teriam executado “ações táticas” para a tentativa de golpe. São réus do núcleo os “kids pretos”, como são chamados os recrutas das Forças Especiais do Exército Brasileiro.

    Nove réus foram denunciados por organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

    Além dos “kids pretos”, o núcleo inclui um agente da PF escalado para trabalhar na posse de Lula em 1º de janeiro de 2023. Segundo a investigação, o agente forneceu informações sobre o evento ao grupo golpista.

    São réus do núcleo 3 da tentativa de golpe:

    – Bernardo Romão Correa Netto, coronel do Exército;

    – Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército;

    – Estevam Theophilo, general da reserva do Exército;

    – Márcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército;

    – Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército;

    – Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;

    – Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército;

    – Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército;

    – Wladimir Matos Soares, policial federal;

    – Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército.

    No caso de Ronald Ferreira Júnior, a PGR pediu a desclassificação dos cinco crimes dos quais o tenente-coronel era acusado. No lugar das imputações, a PGR qualificou a conduta de Júnior em incitação ao crime. Nesse caso, ele poderá negociar a assinatura de um acordo de não persecução penal.

    Segundo a acusação, entre os réus do núcleo 3, cinco acusados concentraram-se na incitação de pares das Forças Armadas na adesão a um intento golpista. De acordo com a Procuradoria, o grupo, formado por Bernardo Romão, Fabrício Bastos, Márcio Júnior, Estavam Theophilo e Sérgio Cavaliere, valeu-se “de conhecimentos militares especiais e/ou de seus postos elevados na hierarquia militar, para fortalecer o movimento de ruptura da ordem democrática e exercer uma pressão estratégica sobre a alta cúpula das Forças Armadas”.

    “O objetivo era claro: fazer crescer, no interior do Exército brasileiro, a aceitação aos propósitos criminosos do grupo e conquistar a adesão majoritária do Alto Comando das Forças Armadas ao golpe”, completou a PGR nas alegações finais ao STF.

    Contra Bernardo Netto, pesa a organização da reunião de “kids pretos” em que teriam sido discutidas medidas de exceção. Em mensagens obtidas pela investigação, Netto perguntou a Mauro Cid, tenente-coronel e ajudante de ordens de Bolsonaro, se havia “alguma evolução” no sentido de deixá-lo “otimista”, em referência a indícios de fraude que pudessem colocar a eleição em suspeição. “Até agora… Nada. Nenhuma bala de prata”, respondeu Cid.

    Em outro diálogo obtido pela investigação, Netto relata a Fabrício Bastos ter tomado “uma iniciativa”. O coronel relatou que pretendia reunir “kids pretos” em postos estratégicos, com o objetivo de “influenciar” os chefes das Forças Armadas. Segundo as diligências, Bastos e Netto tomaram parte na elaboração de uma carta que incitava militares a aderirem ao plano de exceção.

    A reunião de militares, assim como a elaboração e divulgação da “Carta ao Comandante do Exército”, teriam contado, segundo a acusação, com a participação de Márcio Júnior e Sérgio Cavaliere.

    Enquanto comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), integrado pelos kids pretos, Estevam Theophilo teria aderido aos propósitos da trama golpista. Em delação, Mauro Cid relatou que, no meio militar, Theophilo era reconhecido como o general que “tomaria a iniciativa” do golpe se o então presidente Jair Bolsonaro (PL) assinasse um decreto de exceção.

    Theophilo encontrou-se com Bolsonaro no Palácio do Alvorada em 9 de dezembro de 2022 e, em interrogatório, confirmou que a reunião destinou-se a discutir o documento conhecido como “minuta golpista”. Segundo a PGR, ao confirmar o teor da reunião, o general reforçou “a natureza absolutamente atípica” do encontro com o presidente.

    Além da incitação de militares, segundo a PGR, o núcleo 3 teria operacionalizado o planejamento conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de autoridades como Alexandre de Moraes e os integrantes da chapa eleita nas eleições de 2022: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).

    O grupo responsável por essa empreitada, destinada a causar um caos social que propiciasse o decreto de uma medida de exceção, era composto pelos “kids pretos” Rodrigo Azevedo, Rafael Oliveira e Hélio Ferreira Lima, além do agente da Polícia Federal Wladimir Matos Soares.

    O plano criminoso, elaborado pelo general Mário Fernandes, foi efetivado por uma operação denominada “Copa 2022”. Os acusados de participar do plano utilizaram codinomes de países, cadastrados em linhas telefônicas em nomes de terceiros. A operação entrou em curso, mas foi abortada.

    PGR pede a condenação de integrantes do 'núcleo 3' da trama golpista

  • Veja o valor do salário mínimo previsto para os próximos quatro anos

    Veja o valor do salário mínimo previsto para os próximos quatro anos

    Projeções do governo apontam que o salário mínimo pode chegar a R$ 1.631 em 2026, com impacto direto em aposentadorias, pensões do INSS e benefícios sociais. Especialistas explicam descontos no valor líquido e diferenças em relação ao piso regional

    (FOLHAPRESS) – O salário mínimo nacional, que passa por reajustes anuais, está atualmente em R$ 1.518. O governo estima que em 2026 ele pode subir para R$ 1.631, segundo dados usados no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2026, encaminhado ao Congresso Nacional no dia 29 de agosto. O valor representa um aumento de 7,45%. Para essa projeção, foi considerada a estimativa de inflação de 4,78%, segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento.

    Para os anos seguintes, o governo prevê, nas projeções enviadas no PLOA, um salário mínimo de R$ 1.725 em 2027, R$ 1.823 em 2028 e R$ 1.908 em 2029.

    Os valores exatos, no entanto, vão depender da inflação que for efetivamente registrada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do crescimento do país. O reajuste do piso leva em conta a inflação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) no período de 12 meses até novembro do ano anterior, somada à variação do PIB de dois anos antes, limitada a 2,5%, devido à regra de ajuste fiscal do governo.

    O valor estimado para o piso de 2026 é R$ 1 maior do que a estimativa anterior, de R$ 1.630, enviada pelo Executivo com o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), em 15 de abril deste ano.

    Segundo o governo federal, a análise orçamentária mostra que cada um real de aumento no salário mínimo gera um incremento de R$ 429,3 milhões ao ano nas despesas do governo e um aumento de R$ 7,4 milhões na arrecadação previdenciária, resultando em redução líquida de R$ 422 milhões no resultado do governo central de 2026.

    O salário mínimo pressiona os gastos do governo por ser a referência para benefícios previdenciários e sociais, funcionando como baliza para uma série de despesas obrigatórias do Poder Executivo.

    Aposentadorias e pensões do INSS, por exemplo, não podem ficar abaixo do salário mínimo. Sempre que há reajuste, quem recebe um benefício pelo piso também passa a ganhar o novo valor. Outro benefício atrelado ao piso nacional é o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

    A previsão para o ano que vem ainda pode mudar ao longo deste ano, conforme variações na estimativa para a inflação e eventuais revisões do IBGE no desempenho do PIB de 2024.

    O ganho real (acima da inflação) será de até 2,5% do crescimento do PIB devido à limitação aprovada no fim do ano passado pelo Legislativo, no âmbito do pacote de medidas de contenção de gastos do ministro Fernando Haddad (Fazenda).
    *
    QUAL É O SALÁRIO MÍNIMO LÍQUIDO?

    Camila Pellegrino, sócia especialista em direito previdenciário do escritório Pellegrino & Galleti Advocacia, diz que se alguém recebe um salário mínimo (em 2025, R$ 1.518), há o desconto do INSS, com a alíquota mínima para o piso, de 7,5%. O Imposto de Renda não será descontado, pois o salário mínimo está abaixo da faixa mensal de isenção. Com o desconto do INSS, o salário líquido seria de R$ 1.404,15.

    Pode haver outros descontos legais conforme convenções ou normas específicas, como vale-transporte, vale-refeição ou alimentação, planos de saúde, entre outros.

    QUAL É A ALÍQUOTA DE DESCONTO DO INSS?

    Camila explica que a alíquota do INSS para empregados CLT é progressiva, variando conforme faixas de salário de contribuição. Para 2025, as faixas e alíquotas são:

    Faixa de salário de contribuição – Alíquota aplicável
    Até R$ 1.518,00 – 7,5%
    De R$ 1.518,01 até R$ 2.793,88 – 9%
    De R$ 2.793,89 até R$ 4.190,83 – 12%
    De R$ 4.190,84 até R$ 8.157,41 – 14%

    “Há também um teto de contribuição: para quem ganha acima de R$ 8.157,41, a base de contribuição fica limitada a esse teto. Ou seja, não se contribui sobre salário superior a esse valor para fins de INSS”, diz a advogada.

    QUE OUTROS DESCONTOS PODEM INCIDIR NO SALÁRIO?

    A especialista diz que alguns dos descontos que podem incidir, dependendo do contrato, da empresa ou da convenção coletiva são os seguintes:
    – Vale-transporte: pode descontar até 6% do salário base, se fizer uso do transporte fornecido pela empresa, nos termos da lei
    – Vale-refeição/alimentação: se houver convênio ou acordo, nem sempre obrigatório, pode haver desconto proporcional ou fixo
    – Plano de saúde ou plano odontológico: muitas empresas oferecem dependentes ou planos coletivos com desconto em folha
    Também pode haver descontos de seguro de vida e de pensão alimentícia se houver determinação judicial ou acordo.

    E O SALÁRIO MÍNIMO REGIONAL?

    Além do salário mínimo nacional, que é o piso definido pelo governo federal e que vale para todo o Brasil, há também o salário mínimo regional, que pode ser aplicado em algumas regiões, estados ou categorias, desde que autorizado por lei estadual ou acordo.

    “A Constituição permite que estados ou regiões fixem salários mínimos locais superiores ao salário mínimo nacional, mas não inferiores”, destaca Camila.

    Desde 1º de julho, o salário mínimo no estado de São Paulo passou a contar com o valor de R$ 1.804. O reajuste, de 10% em relação ao piso anterior, foi sancionado em maio pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e assegurou um aumento real de cerca de 5% acima da inflação, segundo o governo estadual.

    SALÁRIO IDEAL PARA VIVER

    Todos os meses, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) calcula o salário mínimo ideal para uma família composta por dois adultos e duas crianças que consomem como adultos. Em agosto, esse valor foi de R$ 7.147,91.

    O cálculo parte do custo mensal da alimentação obtido na pesquisa da cesta básica. Patrícia Costa, economista do Dieese, explica que a metodologia considera a cesta básica de maior valor do país. Assume-se ainda que os gastos com alimentação correspondem a 35,78% do orçamento familiar, e a partir disso é estimado o salário que seria necessário para suprir as demais despesas.

    Veja o valor do salário mínimo previsto para os próximos quatro anos

  • Emendas para a PF disparam após norma para captação de verba e chegam a R$ 37 mi no ano

    Emendas para a PF disparam após norma para captação de verba e chegam a R$ 37 mi no ano

    O aumento coincide com uma resolução, criada na gestão do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que estreitou a relação institucional da PF com o Congresso. A norma regulamentou a função de assessoria parlamentar pelos delegados que chefiam as superintendências da PF nos estados

    (CBS NEWS) – A destinação de emendas parlamentares para a Polícia Federal disparou e chegou a R$ 37 milhões apenas neste ano. É o maior volume captado pelo órgão ao menos desde 2020 e inclui recursos enviados por congressistas investigados pela corporação.

    O aumento coincide com uma resolução, criada na gestão do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que estreitou a relação institucional da PF com o Congresso. A norma regulamentou a função de assessoria parlamentar pelos delegados que chefiam as superintendências da PF nos estados.

    Na prática, isto permite que eles possam captar emendas junto a parlamentares para o orçamento da corporação, fazer lobby por projetos de lei de interesse da Polícia Federal e ajudar na elaboração de pareceres.

    A PF afirma que esse contato não compromete a imparcialidade da instituição, pois, uma vez incorporados ao orçamento, “os recursos passam a ser geridos de forma técnica e transparente”.

    O órgão também diz que a captação de emendas parlamentares pode ocorrer como forma de reforçar investimentos em segurança pública, e que a atuação não envolve pedido de votos, “mas sim a defesa técnica dos interesses institucionais da PF”.

    A resolução que disciplinou a atividade de assessoria parlamentar foi editada em 2023. Naquele ano, a PF obteve R$ 4,5 milhões em emendas. No ano seguinte, o valor saltou para R$ 17 milhões e, neste ano, a quantia já dobrou.

    Nem todos esses valores já foram repassados e executados pela polícia. O balanço foi fornecido pela PF à reportagem contempla emendas do tipo individual, de bancada estadual e de comissão.

    Foram excluídas da comparação as emendas de relator, que foram declaradas inconstitucionais pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em dezembro de 2022 e não são mais usadas pelo Congresso. De acordo com o portal Siga Brasil, do Senado, a PF recebeu R$ 9 milhões de emendas deste tipo até 2023.

    De acordo com integrantes do órgão ouvidos pela reportagem, a resolução da PF foi importante para esse trabalho porque os superintendentes têm mais acesso aos deputados de suas localidades, o que facilita a interlocução.

    Antes, a tarefa ficava concentrada na Divisão de Assuntos Parlamentares, em Brasília, que hoje coordena o trabalho desempenhado pelos superintendentes.

    Um parlamentar que destinou R$ 500 mil à PF neste ano foi o senador Chico Rodrigues (PSB-RR), flagrado em uma operação da PF em 2020 com dinheiro vivo dentro da cueca. O recurso foi destinado para a “repressão ao tráfico ilícito de drogas e crimes contra bens e serviços da União”.

    Rodrigues foi indiciado pela Polícia Federal em 2021 sob suspeita de envolvimento em desvio de recursos públicos destinados ao combate à Covid-19. O caso está sob relatoria do ministro Flávio Dino, do STF, e ainda não teve desfecho.

    Procurada, a assessoria do senador disse que a emenda “deve ter sido um pedido da superintendência da PF em Roraima”, estado do parlamentar. Também afirmou que “todos os órgãos pedem” e que “em todos os anos é assim”. O senador tem afirmado que não tem envolvimento com qualquer ato ilícito.

    Durante uma audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, em julho, o diretor-geral da PF afirmou que aproveitaria a ocasião para fazer um “lobby” aos deputados para a destinação de emendas parlamentares do grupo à PF.

    Ele disse que a instituição também precisa desse suporte e apoio, “com muita transparência e muita clareza” e que “o dinheiro de todos os parlamentares é muito bem-vindo”.

    Em agosto, o ministro Flávio Dino determinou a abertura de novos inquéritos pela PF para investigar 964 emendas parlamentares que somam R$ 694 milhões. Ele também já tomou diversas decisões para suspender o uso desses recursos.

    Questionada pela reportagem, a PF respondeu que reafirma seu compromisso com a isonomia e a impessoalidade em todas as investigações e que, uma vez incorporados ao orçamento, “os recursos passam a ser geridos de forma técnica e transparente”.

    Também afirmou que conta com mecanismos internos de controle e supervisão, além da fiscalização externa, “que asseguram a condução das investigações sem qualquer interferência política”.

    Acrescentou que, do ponto de vista institucional, não há problema no fato de parlamentares investigados destinarem emendas à PF, uma vez que estas são destinadas ao órgão e não a indivíduos, sendo aplicadas de acordo com critérios técnicos e prioridades estabelecidas pela própria Polícia Federal.

    A corporação também declarou que as emendas parlamentares representam uma fonte complementar essencial de recursos, permitindo aprimorar a capacidade operacional e tecnológica da instituição.

    Com estes recursos, o órgão afirmou que pode investir em áreas estratégicas como aquisição de viaturas, armamentos e equipamentos de proteção individual, construção, reforma e manutenção de delegacias e postos de fronteira, desenvolvimento de sistemas de inteligência e análise de dados e perícia forense.

    “Esses investimentos reforçam a atuação da PF em investigações complexas, no combate à criminalidade e na proteção das fronteiras, garantindo maior eficiência no cumprimento de sua missão constitucional”, disse.

    Emendas para a PF disparam após norma para captação de verba e chegam a R$ 37 mi no ano